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sábado, 9 de março de 2024

Guiné 61/74 - P25256: Ser solidário (264): Relatório da viagem a Suzana em Fevereiro de 2024 (Manuel Rei Vilar Presidente da Associação Anghilau)

RELATORIO DA VIAGEM A SUZANA EM FEVEREIRO DE 2024

Introdução

Este é o relatório da nossa visita à Guiné-Bissau entre os dias 11 e 22 de fevereiro de 2024 e em particular a Suzana entre os dias 14 e 18 de fevereiro. Relatamos aqui todos os pontos que tínhamos anteriormente programado antes de realizarmos esta viagem. Um programa foi assim previamente elaborado para ser um guião da nossa visita. A realização deste programa ajudar-nos-ia a ter uma melhor ideia sobre a situação escolar e a avaliar a nossa colaboração com a Comunidade de Suzana e o seu Agrupamento Escolar.

Nesta viagem participaram Manuel Rei Vilar e Duarte Rei Vilar, Claude Piétrain (respetivamente Presidente, Vice-Presidente e Tesoureiro da Anghilau) e Marie-Christine Vickridge, uma nova madrinha da Associação. É necessário salientar que os custos desta viagem foram integralmente pagos por cada um dos viajantes e sem qualquer encargo para a Associação Anghilau.

A viagem foi iniciada em Lisboa no dia 11 com um embarque em atraso de mais de três horas do voo da Royal Air Maroc, o que nos levou a perder a ligação para Bissau na escala em Casablanca no mesmo dia e que nos obrigou a passar um dia inteiro nesta cidade à espera do próximo voo para Bissau. Chegámos a Bissau no dia 13 de madrugada. Marie-Christine chegou diretamente de Paris a Bissau no dia 12 de madrugada sem qualquer problema.

Logo no dia 13 pela manhã, pudemos ter uma conversa com Olálio Neves Trindade da Associação VIDA que tem sido uma ajuda preciosa no nosso trabalho e que se deslocou ao hotel Coimbra onde estávamos alojados com o propósito, sobretudo, de abrirmos uma conta conjunta no Banco da África Ocidental (BAO) em S. Domingos. O Olálio já tinha iniciado uma conversa com o responsável desta Agência Bancária, o que se revelou muito útil e facilitou as nossas démarches.

A partida para Suzana ocorreu no dia 14 de fevereiro de manhã com a viatura “Land Cruiser” da Missão Católica de Suzana que a Associação tinha mandado reparar anteriormente. Para seguirmos para Suzana, a viatura foi conduzida primeiramente por um motorista chamado António até S. Domingos. Ao sairmos de Bissau, tivemos uma pequena avaria que foi prontamente reparada numa estação de serviço. Em S. Domingos, encontrámos o segundo motorista de nome Setímio, um rapaz franzino que mais parecia um miúdo mas que já tinha 42 anos e 4 filhos e era um ótimo chofer. As coisas, porém, não correram tão bem e a segunda avaria ocorreu num sitio ermo da estrada de S. Domingos para Suzana, cujo estado continua deplorável, toda esburacada. O diferencial avariou-se num sitio absolutamente ermo da floresta e onde a rede telefónica era praticamente inexistente, foi muito mais grave pois. Depois de muitas tentativas para alertar a Missão de Suzana, pedindo ajuda aos raros carros que passavam, o Duarte conseguiu finalmente encontrar um sitio com rede e pediu auxílio ao Padre Vítor que pouco tempo depois chegou com o outro carro da Missão. O “Land Cruiser” teve de ser abandonado no local para ser rebocado e reparado posteriormente. Toda esta aventura ficou esquecida, pois o acolhimento à chegada a Suzana foi extraordinário com danças e cantares por muitas mulheres que nos vieram esperar para nos dar as boas-vindas.
1 - Segunda pane no meio da floresta
2 - Acolhimento das Mulheres de Suzana à nossa chegada.

Durante a nossa estadia em Suzana, residimos em Varela no Aparthotel Casa Aberta Kassumayaku. Em Suzana não há qualquer possibilidade de alojamento. Varela fica a à volta de 15 km de Suzana é uma estação balnear e tem dois aparthotéis onde há possibilidades de alojamento em pequenas cubatas bastante confortáveis. A estrada Varela-Suzana também se encontra num estado deplorável, tendo muitas vezes que se sair da própria estrada e ir pelo campo, porque a condução em certos sítios da estrada se torna puramente impossível. Nos dias seguintes, o Setímio ia-nos buscar de manhã e no final do dia reconduzia-nos a Varela, o que nos deu a possibilidade de tomar alguns banhos de mar durante a nossa estadia pois a praia de Varela é magnifica. Esta praia que faz parte dum parque natural está neste momento ameaçada por um projeto chinês que pretende explorar as areias pesadas para extrair entre outros metais raros, tais como o zircónio e o titânio numa zona de 5 km de areal. Isso está a preocupar particularmente os habitantes de Varela. Em particular, a nossa amiga Valentina Cirelli que é a proprietária do aparthotel onde ficámos, tem lutado com a comunidade de Varela contra esse projeto para evitar uma catástrofe ecológica.

Foi também nesta praia que encontrámos um português de Cascais de nome Armando Jaime Pinto Ferreira que constituiu uma Associação (As Pedras do Caminho) e circula pela Guiné acompanhado de quatro médicos bastante jovens com o objetivo de prestar assistência médica às populações. Os médicos foram formados na Guiné-Bissau pela Faculdade de Medicina Cubana e contratados pelo Jaime Ferreira. Têm feito centenas de consultas por toda a Guiné.

Ficámos ao todo 5 dias em Suzana, do dia 14 até ao dia 18 de fevereiro. No dia 18, regressámos no carro da Missão Católica conduzido pelo Padre Vítor: o Duarte para Bissau, donde partiu para Lisboa e nós, os três restantes, para um pequeno périplo nos Bijagós, Património Natural da Humanidade. Ficámos no pequeno ilhéu Keré nos Bijagós que se encontra entre duas grandes ilhas, a ilha de Carache e a ilha da Caravela, que tivemos a oportunidade de visitar. Aí, tivemos a sorte de assistir a dois eventos excecionais: em Carache, a um “Tchoro”, cerimónia do regresso da alma dum defunto à sua tabanca natal e na Caravela, a outra cerimónia a que eles chamam “Fanado” que consiste na passagem dos rapazes da adolescência à idade adulta. Dois eventos inesquecíveis!
3 -Poilão - A árvore sagrada da Guiné-Bissau.

• Abertura de uma Conta Bancária na Agência de São Domingos do Banco da África Ocidental (BAO).

Quando fomos de Bissau para Suzana, parámos em São Domingos para irmos à Agência do Banco da África Ocidental (BAO) abrir uma nova conta. De facto, a conta antiga é obsoleta pois ainda estar no nome do Padre Abraão que já não está na Missão Católica. Os titulares da nova conta bancária são agora o Presidente e o Vice-Presidente da Associação Anghilau, Manuel e Duarte Rei Vilar, respetivamente, e da parte de Suzana, o Padre Vítor e o nosso amigo Olávio Neves Trindade. Como cotitulares ficaram dois Professores da Escola de Suzana, o Professor Orlando e o Professor Alfredo que nós já conhecemos das visitas anteriores a Suzana. Só falta, agora, as assinaturas dos quatro titulares de Suzana. A conta é vantajosa também para podemos seguir as operações por “homebanking”.

1 - VISITA ÀS BENFEITORIAS REALIZADAS E SEU APROVEITAMENTO E UTILIZAÇÃO:

• Visita ao Jardim-Escola frequentado por mais de 60 crianças.

As infraestruturas estão em bom estado com exceção da pintura exterior que se encontra bastante deteriorada. O telhado, as pérgulas e as latrinas estão em bom estado de conservação. A mobília encontra-se bastante danificada, em especial as cadeirinhas. Muitas encontram-se partidas e terão de ser reparadas. Teremos de criar um pequeno orçamento para a manutenção da escolinha.

Existe agora um fontanário com agua corrente mas não foi instalado nenhum lavatório para as crianças utilizarem. Propõe-se a instalação de um lavatório duplo. Por outro lado, o Material Escolar é praticamente inexistente e deverá ser fornecido ainda este ano, visto que já se encontra contemplado no Programa de Atividades e Orçamento de 2024.

• Educadoras do Jardim-Escola

Atualmente o Jardim-Escola tem três Educadoras com quem falámos: a Adélia, a Virgínia que vai começar agora a sua formação e a Elisabeth. Enquanto a Virgínia faz a sua formação de 6 meses a Adélia e a Elisabeth asseguram o funcionamento do Jardim-Escola. Quando a Virgínia voltar para o Jardim-Escola, irá a Adélia fazer o Curso de Formação.

• Inauguração da Residência dos Professores e Visita

4 - Inauguração da Residência Cascais-Suzana.

A Residência Cascais-Suzana foi inaugurada solenemente pelo presidente da ANGHILAU. O nome escolhido é o mesmo do projeto que a Associação Anghilau promoveu com o apoio da Câmara Municipal de Cascais que subsidiou uma parte da construção da Residência. Esta encontra-se em ótimo estado em termos de infraestruturas e de mobiliário. Há água corrente na cozinha, nas casas de banho e nas retretes e a eletricidade é fornecida por painéis solares. Os quartos estão cuidadosamente arrumados. A taxa de ocupação da Residência é de 100 %: há 7 quartos duplos ocupados por 14 professores e um outro quarto ocupado pelo Diretor do Liceu onde se encontra arrumado algum material da Residência. Os Professores pediram um retrato do Capitão Rei Vilar para a Residência dos Professores.
5 - Inauguração da Residência Cascais-Suzana e da Biblioteca Camões.

Mais uma vez as mulheres de Suzana nos brindaram com danças e cantares.
6 - Inauguração da Residência Cascais-Suzana com danças e cantares das mulheres de Suzana.

• Inauguração da Biblioteca
7 - Inauguração da Biblioteca Camões.

A Biblioteca Escolar foi também inaugurada solenemente com a denominação de “Biblioteca Camões” em honra do maior poeta da Lusofonia, pois o Português é a língua oficial da Guiné-Bissau que partilhamos com este país.
8 - Reunião com a Comissão de Acompanhamento e outros elementos da Escola de Suzana.

O estado da sala é impecável assim como o mobiliário que foi adquirido igualmente pela nossa Associação e construído por uma empresa jovem da cidade de Bula. Os livros encontram-se distribuídos pelos diferentes anos escolares, arrumados em estantes. Por enquanto, não há um responsável pela Biblioteca mas a Escola secundária EVA e o Liceu vão eleger um responsável entre os Professores, eventualmente o Professor Orlando que já se encontra reformado. A Sala é ampla e a mobília é de boa qualidade e adaptada às visitas organizadas por cada turma. Há lugares suficientes para acolher 30 alunos acompanhados pelo Professor.

• Sala de Informática

Ao lado da Biblioteca Camões situa-se uma outra sala que está disponível onde se poderá instalar uma futura Sala de Informática da Escola de Suzana. No entanto, esta sala encontra-se bastante deteriorada sobretudo no telhado e com uma parede rachada de alto abaixo. Assim, para a utilizarmos ter-se-á de reparar o telhado e a parede. O Professor Alexandre Apaiam encontra-se à espera de formação de um curso de informática e manutenção do material informático a fim de ensinar os Professores e alunos e se poder responsabilizar pelo equipamento informático.

• Fontanários

O abastecimento de água corrente em Suzana é agora realizado por mais do que uma dúzia de fontanários que foram em parte subsidiados pela nossa Associação. O funcionamento destes fontanários não é contínuo visto que alguns deles dependem de bombas alimentadas em eletricidade por painéis solares… e quando não há Sol não há água.

• Painéis solares

Vários painéis solares foram instalados pela Associação Anghilau (Residência dos Professores e Fontanários) e encontram-se em bom estado de funcionamento.

• Computadores

Existem três computadores oferecidos pela Associação Anghilau e cedidos pelo Banco Alimentar: um está com o P. Vítor, o outro está com o Prof. Nicodemos, Diretor do Liceu e o terceiro com o Prof.

Alexandre Apaiam. O computador do Professor Alexandre não funciona bem e bloqueia ao fim de pouco tempo. Não temos informação sobre o estado de funcionamento dos outros dois computadores.

• Refeições do Jardim-Escola

As refeições do Jardim-Escola têm funcionado. A preparação é feita pelas cozinheiras da Missão Católica. A aquisição dos produtos alimentares não é fácil. Há necessidade de implementar o desenvolvimento duma horta para a produção de hortaliças e legumes. Para isso ter-se-á de falar com a Senhora Palmira Djata para envolver a Associação de Mulheres de Suzana.

Formação Profissional

Não foi possível realizar encontros com os alunos que estão em formação profissional fora de Suzana. Lembro que o Gino Djata está a tirar a Carta de Condução de Pesados, o Óscar Djedjo está a tirar o curso de eletricista e o Ermano Ebidja, o curso de canalizador. O Alexandre Apaiam ainda não conseguiu arranjar lugar num curso de informática e manutenção de computadores. 2 - REUNIÕES

• Reunião com os Diretores da Escola EVA, do Liceu de Suzana e da Comissão de Acompanhamento no dia 16 às 16 horas locais.

Tivemos uma reunião com a Comissão de Acompanhamento e com vários Professores, alguns deles bastante jovens, muito implicados, além do Professor Orlando, o Senhor Ujdili, Responsável do Registo Civil, da Senhora Palmira Djata, que é Presidente da Associação das Mulheres de Suzana e sogra do nosso amigo Olálio Neves Trindade e com o Padre Vítor Pereira, Prior de Suzana além de alguns membros da Assembleia dos Homens Grandes e outros habitantes de Suzana. Após uma homenagem ao Capitão Rei Vilar por parte da comunidade e agradecimento pelos benefícios que a nossa Associação tem trazido a Suzana, coube-nos a nós agradecer em nome da Associação a participação de todos nas cerimónias da inauguração da Residência Cascais-Suzana e da Biblioteca Camões. Duarte Rei Vilar lembrou que a nossa comitiva estava em Suzana para representar os 60 associados da Associação Anghilau e que sem eles não teria sido possível realizar os benefícios que foram introduzidos em Suzana. Manuel Rei Vilar enumerou os nove projetos contidos no Plano de Atividades de 2024. Uma das senhoras presentes declarou que todo o dinheiro implicado nos projetos da Associação Anghilau em Suzana tem sido totalmente utilizado pela Comunidade e não é atribuído a famílias ou a particulares. Esta declaração foi fortemente aplaudida pela audiência. Um dos presentes, afirmou que tudo o que fizemos deveria ter sido realizado pelo Governo, mas como não foi… “vós sois o nosso Governo”. Foi mencionado que algumas salas de aula não podem ser utilizadas durante o período das chuvas devido ao mau estado dos telhados por entra chuva. Falou-se de algumas necessidades de Suzana, entre outras da criação duma horta para a produção de hortaliças de legumes. Falou-se também da necessidade de painéis solares e duma televisão para as crianças ou outros meios audiovisuais para a Escola de Suzana. Pouco antes do final da reunião, houve um pedido de uma ambulância que é considerada uma necessidade de extrema importância para Suzana. Manuel Rei Vilar respondeu que a nossa Associação não tem meios para comprar uma Ambulância. No entanto, iremos trabalhar no sentido de apresentar um pedido de subsídio a várias instituições suscetíveis de conceder o financiamento para essa aquisição. Um dos participantes Bissau-Guineenses pediu que a Associação oferecesse uma fotografia do Capitão Rei Vilar para se expor na Residência dos Professores. Manuel Rei Vilar agradeceu a constante ajuda do Padre Vítor Pereira e do nosso amigo Olálio Neves Trindade.

Em relação aos Diretores das Escolas de Suzana, tivemos contacto com o Diretor do Liceu, o Professor Nicodemos Djata que é natural de Cassolol, uma tabanca vizinha de Suzana antes de Varela. O Diretor da Escola Eva (Escola de Verificação Ambiental) de Suzana que é o Professor Ismael Djata, natural de Suzana, não se encontrava pois estava ausente em Bissau. Com o Diretor do Liceu abordou-se a questão da atribuição e gestão das Bolsas de Estudo (Universidade ou Cursos técnico-profissionais) que a curto prazo deverá ser formalizada, mediante a definição de algumas orientações. O jovem Diretor do Liceu, Professor Nicodemos, manifestou o desejo de seguir um curso de Ciências da Educação.

No final da nossa visita, a Equipa REI VILAR brindou-nos com um pequeno desafio de Futebol.
9 - Equipa de Futebol de Suzana (REI VILAR – Associação Anghilau)

3 - SITUAÇÃO ATUAL DE SAÚDE EM SUZANA.

A Missão Católica de Suzana dispõe de um pequeno Centro de Saúde que conta com a ajuda da Irmã Eurizanda, Bissau-guineense e de uma jovem irmã, além de uma outra senhora da tabanca de nome Manuela. Alem disso, elas contam com o serviço de uma parteira tradicional de Suzana. Quando visitámos o Centro de Saúde havia pessoas que estavam a ser tratadas: um rapaz que tinha caído de uma palmeira e que estava com os braços esfolados, um menino acompanhado com o seu pai com dores de cabeça e uma mãe com um bebé que tinha um mês e só pesava 2,700 kg porque a mãe não tinha leite para lhe dar. As irmãs queixaram-se que não têm medicamentos para dar aos enfermos. A Irmã Eurizanda reforçou a ideia da necessidade urgente de uma ambulância para Suzana.
10 - Centro de Saúde da Missão Católica de Suzana

4 – Visita A Budjim

Fizemos ainda uma visita à Escola de Budjim, uma tabanca já muito próxima da fronteira do Senegal. O capitão Rei Vilar tinha aí mandado construir uma Escola que já não existe e foi substituída por outro edifício maior. Em Budjim há escolaridade desde o Jardim-Escola até ao quarto ano. Há cerca de 70 alunos dos quais cerca de 30 no Jardim-Escola. Há grandes necessidades e os professores querem instituir mais dois anos de escolaridade. Pediram-nos para enviarmos algum material escolar para o Jardim-Escola.
11 - Partida de Bissau

Este é o relato da nossa viagem a Suzana e ao seu Agrupamento de Escolas. As necessidades são enormes mas tenho confiança que a nossa Associação continuará a estabelecer pontes para ajudar a comunidade Felupe de Suzana, as suas Escolas e as suas crianças.

Em nome das crianças de Suzana, agradeço a vossa implicação!

Manuel Rei Vilar
(Presidente da Associação Anghilau
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Nota do editor

Último post da série de24 DE NOVEMBRO DE 2023 > Guiné 61/74 - P24883: Ser solidário (263): Relatório da nossa 38.ª Missão Solidária que decorreu entre os dias 28 de Outubro e 04 de Novembro de 2023 na Guiné-Bissau (Afectos Com Letras)

terça-feira, 6 de fevereiro de 2024

Guiné 61/74 - P25142: Convívios (977): Almoço/Convívio do pessoal do BCAV 3846 (Ingoré, S. Domingos e Susana, 1971/73), a levar a efeito no próximo dia 3 de Março de 2024, em Fátima (Delfim Rodrigues, ex-1.º Cabo Aux Enfermeiro)

Ingoré, S. Domingos e Susana, 1971/73


ALMOÇO DE CONFRATERNIZAÇÃO DO BCAV 3846

DIA 3 DE MARÇO DE 2024 EM FÁTIMA

Caros amigos,
Vamos a  Fátima para o nosso regular encontro anual, onde haverá lugar a alegre e são convívio para recordar os episódios da nossa história conjunta na Guiné-Bissau.

O evento ocorrerá no Domingo, dia 3 de Março de 2024 no Restaurante Pastilha & Filhas, Estrada de Fátima, 34 Batalha

Apelamos a que compareças com a tua habitual alegria, se quiseres com a família e ou amigos, e nos ajudes a divulgar esta iniciativa por todos os teus amigos que estiveram connosco na Guiné e não receberam este convite. Estamos com dificuldade em ter a base de dados completa.

O programa será o seguinte:
Chegada e registo entre as 11h00 e as 12h00

Almoço com a seguinte ementa:
- Entradas: pão, azeitonas, camarão, rissóis, morcela e pastéis de bacalhau
- Aperitivos: martini, porto e ricard
- Bebidas: vinho maduro e verde, águas, refrigerantes e cervejas
- Sopas: legumes ou peixe
- Bacalhau à Zé do Pipo
- Cordeiro à padeiro
- Sobremesa: prato misto (gelado, fruta e pudim)
- Café e digestivos (aguardente, licores e whisky)

O preço será 30€/pessoa, (não se aceita Multibanco) e todas as bebidas estão incluídas.
(Crianças de 0 a 5 anos é grátis e de 6a 11 anos pagam 50%)

- Encerramento pelas 17h00 com bolo e espumante.

Confirma a tua presença com urgência (máximo até 20 de Fevereiro) para:
- Carlos Conceição (Xina) tlm 919 489 378 - email: carlosconceicaonovoa@gmail.com
- João Catarino tlm 919 805 205 email: catarino.isilva@gmail.com
- Abel Miranda tlm 966 963 841 email: miranda abel@hotmail.com
- Joaquim Monteiro tlm 964 071 285 email: monteiro.quito@gmail.com

AVISA TODA A GENTE QUE CONHEÇAS DAS NOSSAS RELAÇÕES no CTI Guiné

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Nota do editor

Último post da série de 16 DE JANEIRO DE 2024 > Guiné 61/74 - P25077: Convívios (976): A CCAÇ 4544/73 (Cafal Balanta, 1973/74) vai realizar o seu convívio comemorativo dos 50 anos do regresso a Portugal, em Setembro próximo, na zona de Coimbra (António Agreira, Fur Mil TRMS)

sexta-feira, 10 de novembro de 2023

Guiné 61/74 - P24839: Notas de leitura (1632): "No Limiar da Guerra", por José Manuel Barroca da Cunha; RARO, Tomar, 2021 (Mário Beja Santos)


1. Mensagem do nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil Inf, CMDT do Pel Caç Nat 52, Missirá, Finete e Bambadinca, 1968/70), com data de 9 de Maio de 2022:

Queridos amigos,
Já sabemos que aquele ano de 1961 foi caracterizado por muita ação subversiva, por um lado Rafael Barbosa ia encaminhando centenas de jovens para Conacri e daí para a formação militar, eram distribuídos panfletos, agiam vários grupos políticos, rivais ferozes do PAIGC. Um deles, constituído por Manjacos residentes no Senegal, orientados por François Mendy, provocará alguma turbulência em São Domingos, Suzana e Varela, e mais tarde juntos dos madeireiros da região Norte, foi tempestade de pouca dura. Mas é verdade temos inventariados documentos que abonam as hostilidades a partir do 2º semestre de 1962, na região Sul, que entra numa verdadeira efervescência, não havia de facto um romance como este, descrito por alguém que desembarcou do navio Alfredo da Silva no cais do Pidjiquiti em 19 de fevereiro de 1961. O autor assegura que esta história é muito real, é um ribatejano que se radicou na região tomarense, figura muito estimada pela sua dedicação às atividades desportivas, a um verdadeiro benevolato. Bom seria que Barroca da Cunha, que parece estar cheio de genica, entrasse na nossa tabanca grande e nos contasse tudo quanto viveu entre 1961 e 1963.

Um abraço do
Mário



Um tomarense de coração que chegou à Guiné no limiar da guerra

Mário Beja Santos

Barroca da Cunha é natural da Praia do Ribatejo mas vive há décadas em Santa Cita. Segundo o autor, o livro baseia-se em factos reais, chegou a bordo do navio Alfredo da Silva a Bissau em 19 de fevereiro de 1961, ano já de grande efervescência subversiva, o núcleo do PAIGC coordenado por Rafael Barbosa já está a recrutar muitos jovens que vão para Conacri ou já partiram para a formação revolucionária armada, nesse mesmo ano grupos de etnia Manjaca procurarão atacar a povoação de São Domingos, com pouco sucesso, e vandalizarão em Suzana e Varela, manter-se-ão ativos a aterrorizar na fronteira norte, nada tinham a ver com o PAIGC. Barroca da Cunha encontra no cais do Porto de Bissau um amigo de longa data, ele é natural da Guiné, é o grande homenageado neste livro.

Tudo começa no Colégio Nun’Álvares de Tomar, fazem amizade Simão Galhardo, alentejano do Crato, ligado a uma família de grandes proprietários, com António Jorge Barbosa Gonçalves, o Tojó, natural da Guiné. Temos aqui a narrativa de dois jovens nascidos à volta de 1940 a viver em internamento, iremos saber as razões por que a família de Simão lhe impôs tal castigo, houve para ali uma série de aventuras amorosas com a empregada Rosinda que vivia com o Joaquim Pinoia enquanto este fazia a tropa num quartel do norte, o Simão tem tal castigo que nem aos fins-de-semana pode ir a casa, ora a sua amizade com o Tojó agradou à família, este agora é visita regular ao Crato, temos a descrição dos bailes e festas como era prática do tempo, aqueles dois amigos quase inseparáveis andam sempre na folia. O pai de Tojó é um colono um tanto diferentes dos outros, trata os seus trabalhadores indígenas com muita dignidade, os outros colonos não gostam de tais liberalidades.

Estes jovens de 20 anos vão parar à Guiné, Simão não quer cunhas dos pais junto dos governantes, Tojó tem saudades dos pais e da irmã, vamos ver o seu enquadramento na vida militar de Bissau, há muito marasmo, desconhecimento da dura guerra que se avizinha, o armamento é mais do que antiquado, ambos fazem amizades, Simão vive na mesma casa com Trigo Vargas, um franzino que enjoou durante toda a viagem, dá gosto ler estes frescos de alguém que reteve conversas possíveis entre jovens, sempre prontos para o bailarico, é nisto que entram em cena dois agentes da PIDE que têm como missão aperceber-se se junto daquela tropa branca há comunistas a trabalhar junto do descontentamento ou a aliciar outros jovens. Aparece também uma médica de família goesa, a delegada de saúde, uma trintona amadurecida, que se atira a Simão Galhardo, a relação não faiscou. A trama do romance traz para o tempo presente gente do passado, Rosinda casou com um dos PIDES, o agente Saraiva, Rosinda tenta reatar a relação com Simão, este nega-se a infidelidades, Rosinda promete vingança, Joaquim Pinoia tem o seu negócio, sente-se feliz com a mulher e filhos. O chefe dos PIDES alerta os seus agentes para a importância dos cabo-verdianos, é gente com maiores conhecimentos académicos, estão nos lugares do topo, cuidado com eles, é preciso muita vigilância.

Simão dá-se bem com o major Frutuoso, o seu chefe, natural de Alpalhão, é o seu ajudante, têm que preparar informações sobre o que se está a passar na Guiné. Os amigos encontram-se com muita regularidade, há inclusivamente um comissário daquele navio que trouxe Simão que quando vem até Bissau é uma gostosa companhia, as reuniões entre PIDES prosseguem, há festas para aqui e para ali, os agentes confessam ao chefe local da polícia política que aqueles militares é tudo gente inocente, falam unicamente de garotas, bailes e de fugazes encontros, o chefe exige persistência, há perigos que se avizinham. E abruptamente tudo se altera, lá no grupo há quem fale que houve baladas, está presente um agente da PIDE, Trigo Vargas será detido e bem maltratado, surpreendentemente irá fugir para o Senegal e acompanhado. No norte da Província alguém foi degolado, há deserções, desapareceram armas. Simão veio de férias, o seu amigo Tojó informa-o do que se está a passar com Trigo Vargas, Simão será interrogado pela PIDE, é uma dimensão interessantíssima deste livro os interrogatórios a que ele vai ser sujeito, fala-se em livros e revistas proibidos, música do Zeca Afonso, Simão completamente siderado com os aspetos disparatados das perguntas, iremos a saber que Rosinda também mete o seu veneno e iremos ser surpreendidos quando aparecer o nome do chefe.

A agitação no Norte, aquelas deserções e o cabo degolado levam a que se mande um pelotão para a fronteira com o Senegal, o major, Simão e Tojó viajam para ter conhecimento do que ali se passa, vão no jipe, haverá para ali uma perseguição, um militar impreparado pega numa pistola-metralhadora FBP e acidentalmente atinge Tojó, Simão esforça-se por o manter vivo e vêm à procura de ajuda no hospital de Bissau, nesse tempo o hospital militar ainda está em construção. Se a viagem para cima não fora fácil, o regresso foi pior, só havia alcatroado até Mansoa, a picada sofria as consequências da época das chuvas, foi o cabo dos trabalhos, Tojó morrerá no hospital, Simão revela-se inconsolável.

Caminhamos para o termo do romance, temos as exéquias de Tojó na Sé Catedral, um mar de gente acompanha-o até ao cemitério, negros simples prestam-lhe a sua homenagem, nas melhores vestimentas de cores aguerridas, compareceu o Governador, o Chefe de Estado-Maior, o Presidente da Câmara de Bissau, o Gerente do BNU. No regresso o major Frutuoso conversa com Simão: “De uma vez por todas, é necessário que se alerte de forma firme quem toma decisões. O aviso está feito, já houve mortes, os indicadores de todas as guerras. Esta última ainda não se apresentou muito a sério, mas não tarda a guerra, ela chegará. É preciso organização, preparação. Que todos se consensualizem que é preciso ação, é preciso atuar.” E deixa no ar que a única maneira de honrar Tojó seria a de evitar que muitas mais se deem. Que a morte do Tojó não tenha sido em vão. É este o surpreendente teor do romance de Barroca da Cunha, um tomarense de coração que assistiu ao limiar da guerra da Guiné.
Barroca da Cunha a assinar o seu livro No Limiar da Guerra, em 31 de março passado, na Secção Regional de Tomar do Sindicato dos Bancários
A Associação Cultural e Recreativa de Santa Cita atribuiu o nome de Barroca da Cunha ao Pavilhão Polivalente
Lançamento do livro No Limiar da Guerra, na Informação da Associação dos Pupilos do Exército
O arquiteto Schiappa Campos a mostrar a Felupes o catálogo de fotografias A Família do Homem. O registo data do seu trabalho na Guiné entre 1956 e 1960. Imagem doada pelo autor ao Instituto de Investigação Científica Tropical em 2014 e apresentada na exposição “Moranças - habitações tradicionais da Guiné Bissau”, que decorreu no Museu Nacional de História Natural e da Ciência
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Nota do editor

Último poste da série de 6 DE NOVEMBRO DE 2023 > Guiné 61/74 - P24826: Notas de leitura (1631): Uma nova leitura da incontornável entrevista de Carlos de Matos Gomes sobre a descolonização da Guiné (2) (Mário Beja Santos)

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2023

Guiné 61/74 - P24067: Blogues da nossa blogosfera (177): Pel Caç Nat 60 (São Domingos, Ingoré e Susana, 1968/74), blogue criado por Manuel Seleiro, ex-1º cabo caçador, DFA, natural de Serpa - Parte I: Histórias de minas que marcaram corpos e almas...



Guiné > Região do Cacheu > São Domingos > Pel Caç Nat 60 (1968/70) > > Estrada São Domingos - Susana - Varela >  Nhambalã > 13 de novembro de 1969 >  O 1º cabo caçador Manuel Saleiro, que era o "sapador" do pelotão, aqui levantando uma mina anticarro... Foi desativada sem problemas... Mas a 30 metros havia outra... 


Guiné > Região do Cacheu > São Domingos > Pel  Caç Nat 60 (1968/70) >  Estrada São Domingos - Susana - Varela > Nhambalã > 13 de novembro de 1969  > O alf mil Nelson Gonçalves, cmdt do Pelotão, e o 1º cabo Manuel Seleiro, junto da primeira mina A/C. 


Guiné > Região do Cacheu > São Domingos > Pel Caç Nat 60 (1968/70) > E
strada São Domingos - Susana - Varela >  Nhambalã >  13 de novembro de 1969 > O 1º cabo Manuel Seleiro, que fazia parte da equipa de minas e armadilhas


Guiné > Região do Cacheu > São Domingos > Pel Caç Nat 60 (1968/70) >Estrada São Domingos - Susana - Varela  >    Nhambalã > 13 de novembro de 1969 > Este é o buraco provocado pela segunda  mina anticarro, e o estado em que ficou a viatura onde seguia o alf mil Gonçalves.


Guiné > Região do Cacheu > São Domingos > Pel Caç Nat 60 (1968/70) > S/d > S/l > Legenda lacónica: equipa de minas e armadilhas... O Manuel Seleiro pode ser o primeiro do lado direito, em primeiro plano.

Fotos (e legendas): © Manuel Seleiro (2009). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné].

Os créditos fotográficos das fotos de 13/11/1969 devem ser atribuídos ao fur mil Moreira, que vive hoje em Riba D' Ave. Ele foi o fotógrafo que estava lá, nesse dia fatídico de 13/11/1969. Em Nhambalã (n0me de uma localidade no setor de São Domingos). No blogue do Pel Caç Nat 60 as estão em formato reduzido, sem edição.



Guiné > Região de Cacheu > Carta de Susana (1953) (Escala 1/50 mil) > Posição relativa de Susana e Nhambalã, na estrada de São Domingos-Susana-Varela

Infografia: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (2023)


1. Não é frequente encontrar-se, na Net, uma página ou um blogue dedicado a um Pelotão de Caçadores Nativos.  Uma agradável surpresa é o https://pelcac60guine.blogspot.com/ (Guiné. Pel Caç Nat 60). 

O criador e administrador do blogue é o 1º cabo Manuel Seleiro, DFA, natural de Serpa, a viver em Cascais,  e, como tal, fã  (com uma página de divulgação) do Cante Alentejano.  

Fundado em 2009, o blogue do Pel Caç Nat 60  tem cerca de 2 centenas de postes. Ainda está ativo, se bem que o maior número de postes se encontre no período de 2009-2015. Tem mais de 55 mil visualizações de páginas e 14 seguidores. 

Fica aqui o convite para o Manuel Seleiro, que segue o nosso blogue, para integrar de pleno direito a nossa Tabanca Grande. (**)

O 1º cabo caçador Manuel  Seleiro foi ferido, juntamente com o alf mil Hugo Guerra, na explosão de uma mina A/P, em 13 de Março de 1970. Os dois foram evacuados para o HMP, em Lisboa.  Ambos são DFA.

O Hugo Guerra é membro da nossa Tabanca Grande e já nos contou aqui a história atribulada da sua vida, incluindo o acidente, grave, com a mina que estava a ser desativada pelo Manuel Seleiro (***).

O Pel Caç Nat 60 tem cerca de duas dezenas de referências no nosso blogue. 


Blogue do Pel Caç Nat 60 (1968/74), da autoria de Manuel Seleiro

História da unidade: 

(i) o Pel Caç Nat 60 foi formado a 7 de Maio de 1968, em S. Domingos; 

(ii) esteve com a CCS/BCaç 1933, CCaç 1790, CCaç 1791, em São Domingos, de maio a fins de novembro de 1968; 

(iii) o pessoal seguiu depois  para Ingoré, ficando adido à CCaç 1801 de novembro de 1968 até agosto de 1969; 

(iv) de regresso  a S. Domingos, em agosto de 1969, fica  adido à CCav 2539;

(vi) ficaria aquartelado em S. Domingos e Susana, até ao ano de 1974; 

(vii) o primeiro comandante  foi  o ex-alf mil  Luís Almeida, rendido pelo ex-alf mil Nelson Gonçalves (ao tempo do BCAV 2876, São Domingos, 1969/71); 

(viii) a 13 de novembro, de 1969 a viatura em que seguia  o Nelson Gonçalves, acionou uma mina A/C,  sendo este sido ferido com gravidade, e helievacuado para o HM 241 e depois para o HMP; 

(ix) de novembro de 1969 a janeiro de 1970, o pelotão foi comandado pelo ex-fur mil  Rocha

(x) em janeiro de 1970 o ex-alf mil Hugo Guerra comandava o pelotão,  sendo ferido no dia 10 de março,  quando o 1º cabo Manuel Seleiro desativava uma mina anti-pessoal.(...)


2. Tomamos a liberdade de reproduzir aqui, com a devida vénia,  um dos postes deste blogue, respeitante ao dia em que o alf mil Nelson Gonçalves foi gravemente ferido na estrada São Domingos-Susana, em Nhambalã, em 13 de novembro de 1969, quando a viatura em que seguia acionou uma mina: evacuado para o HM241 (e depois o HMP), foi-lhe  amputada uma perna (*).


São Domingos, 13-11-69

O Pel Caç Nat 60 e um pelotão da CCAV  2539 saíram numa coluna auto para uma missão a Susana/Varela.

A coluna era comandada pelo alf mil Nelson Gonçalves,  do Pel Caç Nat 60, encontrava-se na terceira viatura que era um Unimog novinho em folha, tinha uma semana...

No dia 13 de novembro (não sei se era sexta feira!)   
[por acaso, era um quinta-feira... Editor LG ]... O soldado Guilherme que fazia anos nesse dia teve uma sorte incrível, Três minutos antes da mina anticarro ter sido accionada,  o Guilherme ia a falar com o alferes Gonçalves junto à roda que accionou a mina anticarro.

Por um daqueles mistérios que ninguém sabe explicar,  o Guilherme avançou uns cinco metros para a frente da viatura,  Assim escapou a morte certa...

A primeira mina anticarro foi descoberta e foi desactivada pelo 1º cabo Seleiro, que está na foto com o alferes Gonçalves. A segunda mina anticarro estava a uns trinta metros   mais á frente num local que escapou aos homens das picas. 
[ Ou estava a 300 metros ? .. Editor LG ] (*)
.
Era uma ligeira subida onde o terreno era bastante duro, suponho que o que levou o IN a montar a mina naquele local foi que há algum tempo atrás caíra ali uma árvore de grande porte. Como havia vestígios de alguns ramos e folhas secas, era portanto o local certo para colocar a mina...

Na altura da explosão houve uns momentos de supresa, a reacção foi atirarmo-nos para o chão... Passados os primeiros minutos que antecedem o choque da explosão, esperávamos que houvesse uma emboscada...

Não foi o caso, a minha secção vinha na última viatura. Montada a segurança,  socorreu-se o alf mil Gonçalves que estava gravemente ferido, creio que a secção que ia na GMC na frente da coluna éra comandada pelo fur mil Félix Dias, da CCAV 2539,  que seguia com o alf mil Gonçalves para São Domingos...

Nós ficámos no local da viatura acidentada, decorridos uns dez minutos ainda não sabíamos do Gama, o condutor da viatura, perante o nosso espanto vimos sair do mato um homem mais parecido com um sonâmblo e a sua cara estava mascarrada, o seu olhar ausente,  o seu andar mais parecia um autómato,  foi preciso muito tempo para que falasse, mas não sabia o que se tinha passado ali... Este homem levou muitos dias para recuperar totalmente.

O Guilherme,  o soldado de transmissões, quando se apercebeu no que lhe podia ter acontecido,  chorava.

Nós só saímos do local cerca das 17h33 com a viatura acidentada para o quartel de São Domingos.

Manuel Seleiro
Primeiro Cabo

[Revisão / Fixação de texto / título / Notas em parênteses retos: LG ]

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Notas do editor:

(*) Vd. poste de 26 de março de 2006 > Guiné 63/74 - P634: Uma mina na estrada de São Domingos para Susana (Manuela Gonçalves)



(...) Fiquei a comandar o Pel Caç Nat 60 e ainda tenho algumas lembranças de coisas que por lá aconteceram. Adiante.

No dia 13 de Março de 1970, ia comandar um patrulhamento até à fronteira e eis senão quando detectámos uma primeira mina reforçada, mas em tal estado de conservação que não houve qualquer problema para a levantar.

Tinha no Pelotão um Primeiro Cabo, de nome Seleiro, já com um longo historial de levantar minas e, depois de a vermos, concordei que ele a levantasse, o que foi feito sem qualquer problema. Passámos o detonador para a bolsa do enfermeiro e continuámos a progressão.

Como eu era sempre o terceiro ou quarto homem depois das picas, vi perfeitamente que os picadores tinham localizado qualquer coisa. Montada a segurança lá chamei de novo o Seleiro para conferenciarmos sobre aquela.

Depois de nos certificarmos que estava isolada, tinha que decidir se abortava a operação, rebentando a mesma e regressando a São Domingos, expostos a alguma emboscada do IN. Se fosse entendido desactivar a mesma, poderíamos ir ao objectivo e no regresso levantá-la sem qualquer perigo.

Um e outro rastejámos até à mina que parecia nova e eu comecei a dizer ao seleiro que a queria levantar. Ele acabaria a sua comissão dois meses mais tarde.

Comecei a suar por todos os poros e depois de olhar bem aquela malvada, disse ao Seleiro que não era capaz. Ele disse-me que não havia crise e tomou o meu lugar.

Deitado no chão a cerca de 5 metros, acompanhei todos os seus movimentos com angústia e só relaxei um pouco quando ele, de joelhos e com a mina na mão, prestes a desarmadilhá-la me chamou:

- Meu Alferes, olhe aqui.

Comecei a levantar-me e senti o estrondo infernal, o sopro que me projectou de costas, o sangue quente a escorrer na cara e os gritos dele a dizer que estava morto…

Mas não estava. Os nossos homens trataram-nos o melhor possível, pediram as evacuações e fizeram uma macas com bambus e camisas. Tinha medo de perder a consciência e passar para o outro lado.

Aguentei, em choque, até chegarmos ao HM 241 em Bissau e o que mais me agradava naquele desespero todo era continuar a ouvir o Seleiro a dizer que estava morto. Se ele se calasse, sabia que podia ter perdido um amigo.

Quarenta e oito horas depois chegámos ao aeroporto de Figo Maduro e, como já foi dito por um camarada nosso, fomos colocados dentro de ambulâncias militares e sem qualquer barulho para não acordar a cidade, levaram-me a mim para o HMP na Infante Santo e o Seleiro foi levado para o Anexo, em Campolide.(...)

quarta-feira, 23 de novembro de 2022

Guiné 61/74 - P23807: Bom dia desde Bissau (Patrício Ribeiro) (30): Ilhotas no rio Cacheu, entre a tabanca de Elia e Susana, vistas pelo drone da doutoranda em agronomia Sofia Conde, da Universidade de Lisboa

 



Guiné-Bissau > Região do Cacheu > Rio Cacheu > Fotos tiradas com um drone, pela doutoranda em agronomia Sofia Conde, engenheira agrónoma, Universidade de Lisboa, Forest Research Centre (CEF)

Fotos (e legendas): © Sofia Conde / Patrício Ribeiro (2022). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. M
ensagem do Patrício Ribeiro (nosso correspondente em Bissau, colaborador permanente da Tabanca Grande para as questões do ambiente, economia e geografia da Guiné-Bissau, onde vive desde 1984, e onde é empresário, fundador e diretor técnico da Impar Lda; tem cerca de 130 referências no blogue: autor da série, entre outras, "Bom dia desde Bssau"


Data - 20/11/2022, 16:33

Assunto - Fotos do Cacheu

Luís, bom dia desde Bissau.

Junto umas fotos, tiradas pela Sofia Conde no seu drone... nos seus trabalhos de doutoramento em  agronomia, e que lhe solicitei para partilhar.

São de lugares muito bonitos que existem no Norte da Guiné, entre a tabanca de Elia e Susana (vd. carta de Susana, 1955, escala 1/50 mil) (**)

Pequenas ilhas cercadas por água salgada do rio Cacheu, onde existem casas. Na tabanca de Elia, há poucos anos foram contruídas habitações para ecoturismo. Algumas ainda existem, como documentam as fotos.

Abraço

Patricio Ribeiro

IMPAR Lda
Av. Domingos Ramos 43D - C.P. 489 - Bissau, Guine Bissau
Tel,00245 966623168 / 955290250
URL; www.imparbissau.com
Email: impar_bissau@hotmail.com



Guiné > Região de Cacheu > Carta de Susana (1955) > Escala: 1/50 mil > Posição relativa de Susana, Arame, Elia e Jobel (**).

Infogravura: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (2020)

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Notas do editor:

(**) 15 de janeiro de  2020 > Guiné 61/74 - P20560: Antropologia (35): Djobel, uma tabanca vítima das alterações climáticas, por Lúcia Bayan (Mário Beja Santos)

Djobel, uma tabanca vítima das alterações climáticas

Por Lúcia Bayan

[Omitem-se as fotos,  numeradas de 1 a 6]


Djobel (...) é uma pequena tabanca baiote situada no noroeste da Guiné-Bissau, no sector de São Domingos, região de Cacheu. Os Baiote são, como os Felupe, um subgrupo Joola. Em tempos idos, os Baiote desceram do Senegal e conquistaram aos Felupe o seu chão actual, entre Suzana e São Domingos. A última batalha foi travada entre Arame, tabanca baiote, e Suzana, a principal tabanca felupe. Arame venceu e ficou com as bolanhas de Suzana, situadas entre as duas tabancas. Uma pequena ponte à entrada de Suzana marca a fronteira entre os dois grupos: Felupes a oeste e Baiotes a leste.

Djobel, a quem os Felupe chamam Nhabane, está situada a sul de Arame e de Elia, muito próxima desta, e é uma tabanca muito diferente das tabancas baiote e felupe. Instalada no meio dos mangais e da água (Foto 1), na maré alta, as casas parecem palafitas e só na maré baixa se percebe que estão situadas em pequenos montículos rodeados de lama.

O acesso a Djobel só é possível de barco e na maré alta. Para quem chega a tabanca é lindíssima, mas a sua beleza esconde um tipo de vida muito duro. Não há água potável, apenas a captada em depósitos na época da chuva (Foto 2) e a que as mulheres vão buscar de canoa a Elia (Foto 3). Sair ou entrar em casa, ir ao mercado, trabalhar, à escola, buscar água, visitar o vizinho ou obter ajuda, tudo depende das marés.

Em condições tão adversas a vida em Djobel só é possível devido à enorme mestria dos Joola na construção de diques. E é também em Djobel que melhor se pode observar esta técnica, pois os habitantes desta tabanca, além de construírem diques para os arrozais, as bolanhas, também utilizam diques para defender os pequenos montículos ou ilhas da subida da água (Foto 4), impedindo assim que chegue às casas, e para a comunicação entre as ilhas, como pode ser visto na imagem retirada do Google (Foto 1).

A construção destes diques envolve toda a população da tabanca. Todos os adultos contribuem para a compra dos materiais necessários, como kirintis, placas de entrelaçado de tiras de bambu ou palmeira utilizado para fazer vedações, e para o seu transporte. Os homens cortam os paus e tecem as cordas e, depois de reunidos todos os materiais necessários, é marcada a data da construção. Nesse dia, todos participam e a tabanca fica vazia (Fotos 5 e 6).

No entanto, a subida acentuada do nível do mar, provocada pelas alterações climáticas, traz consigo a morte de Djobel. A água já chega às casas e, apesar das suas técnicas e esforços, os habitantes de Djobel terão de abandonar a tabanca.

A Guiné-Bissau faz parte dos 10 países do mundo mais vulneráveis às mudanças climáticas, especialmente à subida do nível do mar. Em Varela o mar sobe cerca de 7 metros por ano. A mudança de populações será uma necessidade cada vez mais recorrente.

As negociações para a mudança da população de Djobel iniciou-se há algum tempo. Este é um processo muito complexo que, nos últimos meses, tem originado uma série de conflitos. A escolha do novo espaço foi feita recorrendo à história: Djobel foi fundada por um filho de Arame e, por isso, esta tabanca aceitou receber os habitantes da primeira. Mas não os seus santuários!

O local escolhido, e certificado pelas entidades oficiais, situado entre Arame e Elia, começou a ser desmatado para a construção das casas. Contudo, as queimadas para preparação do terreno abrangeram uma horta de caju de uma família de Elia que, além da perda da horta, alega o terreno ser da sua família. Claro está, que os direitos à terra desta horta de caju originaram um conflito entre Arame e Elia. Cada tabanca defende uma localização diferente da fronteira que as divide. O conflito agravou-se e despoletou alianças e rivalidades tradicionais entre tabancas, alastrando-se às tabancas vizinhas Kassu e Colage. Em 24/05/2019, houve tiros e morreram duas pessoas.

O ministro do interior Edmundo Mendes deslocou-se a Elia, foram estabelecidos percursos seguros para os habitantes de cada tabanca e a situação acalmou. No final do ano passado, em 10/12/2019, a Associação Onenoral dos Filhos e Amigos da Secção de Suzana (AOFASS), uma instituição de jovens, muito activa e muito influente, com sede em Bissau, e outras instituições realizaram, em Suzana, um encontro com os líderes tradicionais da secção de Suzana, «com o intuito de sensibilizá-los a serem patrocinadores da promoção do diálogo entre as tabancas de ELIA, ARAME, DJOBEL, KASSU E COLAGE» 

(https://www.facebook.com/aofass.suzana/).

 As fotos desta reunião, publicadas pela AOFASS, mostram que compareceram muitos líderes tradicionais: todos os que têm gorro vermelho, sendo os principais os também vestidos de vermelho. Um sinal de esperança para os habitantes de Djobel?

Lúcia Bayan, 11/01/2020

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sexta-feira, 14 de outubro de 2022

Guiné 61/74 - P23706: Facebok...ando (69): Fernando Nogueira de Carvalho, ex-fur mil, CCAÇ 1684 / BCAÇ 1912 (Susana, Varela e Mansoa, 1967/69), natural de Cabeceiras de Basto, a viver em Matosinhos: fica convidado para se sentar à sombra do nosso poilão, onde já temos o seu camarada Manuel Domingos Santos


O Fernando Nogueira de Carvalho. Página do Facebook. Foto de perfil (2020).  Foi fur mil, CCAÇ 1684 / BCAÇ 1912 (Susana, Varela e Mansoa, 1967/69).


Guiné > Região de Cacheu > CCAÇ 1684 (Susana, Varela e Mansoa, 1967/69) > s/l > s/ d > Convívio dos furriéis milicianos. O Fernando Nogueira de Carvalho está assinalado com cercadura a amarelo. À sua direita, o Manuel Domingos Santos, nosso grã-tabanqueiro.


Guiné > Região de Cacheu > CCAÇ 1684 (Susana, Varela e Mansoa, 1967/69) > s/l> s/d> Convívio dos furriéis milicianos. O Fernando Nogueira de Carvalho está assinalado com cercadura a amarelo. O Carlos Resende  identificou todos os elementos: "Em cima: Barreto, Sousa, Resende, Sá, 
[?] , Brito; ao meio: Santos, Gil, Carvalho, Félix, Leonel, Domingos, Arenga; em baixo: Nogueira e Ferreira".
 
Fotos (e legendas): © Fernando Nogueira de Carvalho  (2020). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


Guiné > Região de Cacheu > Susana > Maio de 1968 > Perdidos no rio... Memorial aos mortos da CCAÇ 1684... Força comandada pelo alf mil SAM Virgílio Teixeira, CCS / BCAÇ 1933 (Nova Lamego e São Domingos, 1967/69), aguardando instruções do seu comando, em São Domingos (*)...

Foto (e legenda): © Virgílio Teixeira (2017). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]
 

1. Através do Formulário de Contacto do Blogger recebemos a seguinte mensagem:

Data - quinta, 6/10/2022, 17:00 

Percurso na Guiné: Ingoré, Barro, S. Domingos, Suzana, Mansabá. Ferido 2 vezes em combate.  Sou DFA.  Pior experiência: mata do Cassum,  12 mortos. Aqui recusei a cruz de guerra que me valeu um dia detido no quarto.

Furriel mas mais de metade da comissão, depois de 2 alferes mortos, fiquei a comandar o pelotão. Na desmobilização como tantos outros senti-me descartável.

Paradoxo ou não, tenho vontade de regressar à Guiné.

Saúde e abraço para todos,
Cumprimentos,
Fernando Nogueira de Carvalho (...)

 
2. O que sabemos deste camarada, pela consulta à sua página do Facebook (**): 

Vive em Matosinhos, é de Cabeceiras de Basto. Reformado, é sócio da Árvore onde aprendeu técnicas de pintura. Pinta nas horas vagas.

Pertenceu à CCAÇ 1684 (Susana, Varela e Mansoa, 1967/69). Cmdt: Cap Inf António Feliciano Mota da Câmara Soares Tavares.

A CCac 1684 ficou inicialmente colocada em Bissau como subunidade de intervenção e reserva do Comando-Chefe. 

Nesta situação, foi atribuída, a partir de 23mai67, em reforço do BCac 1894, deslocando-se para Ingoré e, a partir de 23jun67, instalando-se em S. Domingos, com vista à realização de operações nas regiões de Bunhaque, Santana e Campada, tendo entretanto destacado, em 28jun67, um pelotão para Susana.

Após rendição, por fracções, da CCav 1483, iniciada em 4jul67, assumiu, em 13jul67, a responsabilidade do subsector de S. Domingos, então, temporariamente, com sede em Susana, com pelotões destacados em Varela e S. Domingos, ficando integrada no dispositivo e manobra do mesmo BCac 1894.

Em 23ag067, após subdivisão do subsector de S. Domingos e criação do subsector de Susana, foi substituída em S. Domingos pela CArt 1744 e assumiu a responsabilidade do novo subsector de Susana, mantendo um pelotão destacado em Varela.

Em 31Mar69, foi rendida pela CCac 1791 e foi colocada em Mansoa, em 2abr69, a fim de substituir a CCac 2315 no dispositivo e manobra do seu batalhão, realizando acções ofensivas nas regiões de Polibaque, Ponta Bará, Cutia e Namedão e escoltas a colunas de reabastecimento.

Em 14Mai69, foi substituída pela CCCac 2589 e recolheu a Bissau, a fim de efectuar o embarque de regresso.

A CCAÇ 1684 (tal como a CCAÇ 1685 e CCAÇ 1686) pertenceu ao BCAÇ 1912 (Mansoa, 1967/69)

 O Fernando Nogueira de Carvalho é amigo da Tabanca Grande Luís Graça, mas não se senta ainda, formalmente, à sombra do sagrado poilão  da Tabanca Grande. Temos para ele o lugar nº 866, se aeitar, na volta do correio, o nosso convite. Gostaríamos de ter uma foto dele, visto de frente, do tempo da tropa e/ou da guerra.  

Mais: gostávamos de ter pormenores da sua participação na operação, na mata de Cassum, de triste memória,  onde as NT terão tido 12 mortos, e onde o Fernando se terá distinguido, por corajosa ação em combate. 

Não encontrámos referência, nos livros da CECA (Comissão para o Estudo das Campanhas de África),  a essa operação. E não pode ser a Op Falcão II, realizada em 13 de fevereiro de 1966 pela CCAV 1485,  que teve 5 mortos:  nessa data a CCAÇ 1684 ainda não estava na Guiné (onde desembarcaria, só 14 meses depois, em 14abr1967).

Será que o Fernando seria de rendição individual ? E teria pertencido originalmente á CCAV 1485 ? Os dois alferes a que ele se refere,  terão sido o Manuel Francisco Afonso Sampaio, da CCAV 1485 (morto em combate em 10/1/1966) e o Delfim dos Anjos Borges, da CCAÇ 1684 (morto em combate em 17/7/1967) ?

O único camarada da CCAÇ 1684, representado no nosso blogue, é o Manuel Domingos Santos (***). Está a decorrer, entretanto,  a campanha dos 900: queremos chegar a esta meta (900 membros registados na Tabanca Grande) até ao final do próximo ano de 2023. (****)
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(****) Vd. poste de 8 de outubro de 2022 > Guiné 61/74 - P23684: Mi querido blog, por qué no te callas? (7): Campanha dos 900 membros da Tabanca Grande até ao fim de 2023... Toca a "tocar o burro"... Porque, como diz o provérbio guineense, Buru tudu karga ki karga si ka sutadu i ka ta janti (O burro, com pouca ou muita carga, se não é açoitado, não anda)...