Guiné-Bissau > Região do Cacheu > Susana > CCAV 3366
1. O nosso camarada Luiz Fonseca, em 11 de Julho, dirigia-se assim ao nosso Blogue:
As minhas melhores saudações
Uma vez mais, como quase todos os dias, visitei o sítio e verifiquei que algo me tocava.
Pertenci à penúltima Companhia sediada em Susana (CCAV 3366, Maio de 1971/Março de 1973) e foi com um misto de tristeza e melancolia que olhei para aquelas fotografias do Pepito (1).
Embora as notícias do noroeste da Guiné Bissau sejam escassas tenho tentado acompanhar com interesse o que por ali se passa e verifico que, passados quase três dezenas e meia de anos, se mantêm algumas (muitas) reservas para com os Felupes. Eu aprendi com eles uma série de conceitos que o passar dos anos levou a recortar e a confirmar.
Uma coisa é verdade, pelas fotos se verifica que embora abandonadas as instalações não foram destruídas incluindo a espada felupe estilizada, onde se encontrava o mastro da bandeira.
Pode ser que seja desta que me reuna ao pessoal da Tabanca Grande.
Luiz Fonseca
ex-Fur Mil Tms
2. O Luiz Fonseca voltava a comunicar no dia 19 do mesmo mês:
As minhas melhores saudações.
Para contraste das fotos do Pepito, junto envio três documentos, de pouca qualidade, relativos ao aquartelamento.
Relativamente aos Felupes, agradeço a porta aberta e em breve farei chegar algumas notas para que se possam entender alguns mitos, por vezes negativos, e relativos aquela etnia.
Luiz Fonseca
ex-Fur Mil Tms
CCAV 3366
3. No mesmo dia o Editor Luís Graça dava resposta.
Luiz:
Muito obrigado. Ainda hoje falei, ao telefone, com o Pepito que está de férias, cá em Portugal, e ao mesmo tempo a angariar apoios para o Simpósio Internacional sobre o papel de Guileje na Luta pela Independência Nacional.
Ele tem uma enorme admiração pelos felupes. O pai dele é autor dum livro, etnográfico, sobre os felupes: Usos e costumes jurídicos dos felupes da Guiné / Artur Augusto da Silva. Ele acha que é a melhor etnia da Guiné, que os felupes são os mais puros, os mais autênticos, os mais leais, corroborando a tua opinião e partilhando o teu sentimento... E foram as grandes vítimas do esclavagismo. Eram caçados pelos mandingas... Em contrapartida, ele não sabia da espada estilizada dos felupes, no monumento junto ao pau da bandeira, no teu antigo aquartelamento... Os teus apontamentos serão bem vindos. Quando quiseres, manda. Temos tempo, mas não me esquecer.
Um grande abraço.
Boas férias.
Luís Graça.
4. No dia 23 de Julho, Luiz Fonseca voltava ao nosso contacto:
(...) Mas uma vez que fui eu quem abriu o jogo e não renegando as dificuldades, tentarei que algo de proveitoso possa merecer a vossa atenção. Parece-me, porém, que antes de começar, devo solicitar a entrada formal na Tabanca Grande e para tal faço uma breve apresentação:
José Luiz Soares da Fonseca, casado, 57 anos, vivo em Gulpilhares (Vila Nova de Gaia), fui quadro da extinta Companhia Portuguesa do Cobre, SA (24 anos), sou formador nas áreas de Electrotecnia e Higiene e Segurança no Trabalho (Técnico Superior, de nível V).
Estive na Guiné de 9 de Abril de 1971 a 6 de Março de 1973, integrado na CCAV 3366/BCAV 3846, Susana e Varela, como Fur Mil de Transmissões.
Não envio agora as fotos comprometendo-me a fazê-lo no mais curto espaço de tempo.
Luiz Fonseca
(ex-Fur Mil Trms CCAV 3366)
5. Comentário do co-editor CV:
A entrada do camarada Luiz Fonseca no nosso Blogue foi motivada pela sua paixão e conhecimento dos Felupes. A Tabanca Grande só tem a ganhar, pois é uma etnia da Guiné pouco conhecida, sobre a qual correm algumas ideias erradas que o Luiz Fonseca vai concerteza desmistificar.
Já cá temos algum trabalho dele para publicar com interesse histórico e está prometido mais para breve.
Iremos publicando para darmos a conhecer um chão que pisámos, mas que no fundo desconhecemos.
Ao nosso novo camarada damos as boas vindas.
___________As minhas melhores saudações
Uma vez mais, como quase todos os dias, visitei o sítio e verifiquei que algo me tocava.
Pertenci à penúltima Companhia sediada em Susana (CCAV 3366, Maio de 1971/Março de 1973) e foi com um misto de tristeza e melancolia que olhei para aquelas fotografias do Pepito (1).
Embora as notícias do noroeste da Guiné Bissau sejam escassas tenho tentado acompanhar com interesse o que por ali se passa e verifico que, passados quase três dezenas e meia de anos, se mantêm algumas (muitas) reservas para com os Felupes. Eu aprendi com eles uma série de conceitos que o passar dos anos levou a recortar e a confirmar.
Uma coisa é verdade, pelas fotos se verifica que embora abandonadas as instalações não foram destruídas incluindo a espada felupe estilizada, onde se encontrava o mastro da bandeira.
Pode ser que seja desta que me reuna ao pessoal da Tabanca Grande.
Luiz Fonseca
ex-Fur Mil Tms
Guiné-Bissau > Região do Cacheu > Susana > CCAV 3366
2. O Luiz Fonseca voltava a comunicar no dia 19 do mesmo mês:
As minhas melhores saudações.
Para contraste das fotos do Pepito, junto envio três documentos, de pouca qualidade, relativos ao aquartelamento.
Relativamente aos Felupes, agradeço a porta aberta e em breve farei chegar algumas notas para que se possam entender alguns mitos, por vezes negativos, e relativos aquela etnia.
Luiz Fonseca
ex-Fur Mil Tms
CCAV 3366
Guiné-Bissau > Região do Cacheu > Susana > CCAV 3366
Luiz:
Muito obrigado. Ainda hoje falei, ao telefone, com o Pepito que está de férias, cá em Portugal, e ao mesmo tempo a angariar apoios para o Simpósio Internacional sobre o papel de Guileje na Luta pela Independência Nacional.
Ele tem uma enorme admiração pelos felupes. O pai dele é autor dum livro, etnográfico, sobre os felupes: Usos e costumes jurídicos dos felupes da Guiné / Artur Augusto da Silva. Ele acha que é a melhor etnia da Guiné, que os felupes são os mais puros, os mais autênticos, os mais leais, corroborando a tua opinião e partilhando o teu sentimento... E foram as grandes vítimas do esclavagismo. Eram caçados pelos mandingas... Em contrapartida, ele não sabia da espada estilizada dos felupes, no monumento junto ao pau da bandeira, no teu antigo aquartelamento... Os teus apontamentos serão bem vindos. Quando quiseres, manda. Temos tempo, mas não me esquecer.
Um grande abraço.
Boas férias.
Luís Graça.
4. No dia 23 de Julho, Luiz Fonseca voltava ao nosso contacto:
(...) Mas uma vez que fui eu quem abriu o jogo e não renegando as dificuldades, tentarei que algo de proveitoso possa merecer a vossa atenção. Parece-me, porém, que antes de começar, devo solicitar a entrada formal na Tabanca Grande e para tal faço uma breve apresentação:
José Luiz Soares da Fonseca, casado, 57 anos, vivo em Gulpilhares (Vila Nova de Gaia), fui quadro da extinta Companhia Portuguesa do Cobre, SA (24 anos), sou formador nas áreas de Electrotecnia e Higiene e Segurança no Trabalho (Técnico Superior, de nível V).
Estive na Guiné de 9 de Abril de 1971 a 6 de Março de 1973, integrado na CCAV 3366/BCAV 3846, Susana e Varela, como Fur Mil de Transmissões.
Não envio agora as fotos comprometendo-me a fazê-lo no mais curto espaço de tempo.
Luiz Fonseca
(ex-Fur Mil Trms CCAV 3366)
5. Comentário do co-editor CV:
A entrada do camarada Luiz Fonseca no nosso Blogue foi motivada pela sua paixão e conhecimento dos Felupes. A Tabanca Grande só tem a ganhar, pois é uma etnia da Guiné pouco conhecida, sobre a qual correm algumas ideias erradas que o Luiz Fonseca vai concerteza desmistificar.
Já cá temos algum trabalho dele para publicar com interesse histórico e está prometido mais para breve.
Iremos publicando para darmos a conhecer um chão que pisámos, mas que no fundo desconhecemos.
Ao nosso novo camarada damos as boas vindas.
Nota de CV:
(1) Vd. post de 10 de Julho de 2007 > Guiné 63/74 - P1939: Susana, região de Cacheu: fantasmas do passado (Pepito)
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