Mostrar mensagens com a etiqueta BII 19. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta BII 19. Mostrar todas as mensagens

terça-feira, 4 de julho de 2023

Guiné 61/74 - P24450: História da CCAÇ 2792 (Catió e Cabedú, 1970/72) - Parte I: Mobilização, composição e deslocamento para o CTIG em 19 de setembro de 1970

Guiné > Bissau > Julho de 1973  > Monumento do V Centenário da Morte do Infante D. Henrique, avenida marginal e área portuária.

Guiné > Bolama > Junho / julho de 1973  > Restos dos bons velhos tempos quando Bolama era a capital da Guiné, desde 1879 até 1941. Com a guerra, Bolama passou a ter um CIM (Centro de Instrução Militar) por onde passaram muitas unidades e subunidades em que aqui fizeram a IAO.

Fotos (e legendas): © Luís Mourato Oliveira (2016). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné].

T/T Carvalho Araújo a caminho da Guiné. A 26 de abril de 1970, avistámos à ré o T/T Vera Cruz (a caminho de Angola ou Moçambique, presumivelmente).

Foto (e legenda): © António Tavares (2018). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


Guião da CCAÇ 2792 Cortesia do nosso tabanqueiro Amaral Bernardo, ex-alf mil médico, CCS/BCAÇ 2930 (Catió, 1970/72), esteve na CCAÇ 2726, uma companhia independente, açoriana, que guarneceu Cacine (1970/72); passou também cerca de um ano (1971) em Bedanda (CCAÇ 6); tem cerca de meia centena de referências no blogue.


1. A CCAÇ 2792 é mais uma das subunidades, que estiveram no CTIG, e que não têm até à data nenhum representante (formal) na Tabanca Grande. Aliás, tem uma escassa meia dúzia de referências no nosso blogue. Tal não impede, antes pelo contrário, que se fale dela e da  sua missão no sul da Guiné. 

Com base nos elementos de que dispomos (cópia parcial da história da unidade) (*), vamos aqui destacar alguns dos pontos do seu historial, que nos parecem mais interessantes, para os nossos leitores. Em princípio são resumos feitos por um dos nossos editores. No caso de excertos, virão publicados com aspas ou itálicos.

Cap I - Mobilização, composição e deslocamento 

para a província da Guiné

A CCAÇ 2792 destinou-se a render a CCAV 2485. A sua unidade mobilizadora foi o RI 16. Todavia a organização da Companhia processou-se no RI 1, no período de 17 a 29 de agosto de 1970.

Como já aqui foi dito, a Companhia era "constituída  por militares naturais de diversas províncias metropolitanas, sendo contudo as maiores percentagens constituídas por militares naturais das regiões a Norte do Rio Douro e a Sul do Rio Tejo" (pág. 3/I).

Ficou pronta para embarque a partir de 16 de setembro de 1970. A cerimónia de despedida e da benção e entrega do guião foi na parada do RI 1, na tarde do dia 10. No dia 19, à meia-noite, iniciou-se a concentração do pessoal para embarque no cais da Rocha Conde de Õbidos, tendo terminado às 9h30. 

Embarcou no T/T Carvalho Araújo, juntamente com a CCAÇ 2791. A viagem iniciou-se às 12h00 do dia 19.

Não compareceram, ao embarque, 3 oficiais subalternos da CCAÇ 2792. A história da unidade omite os seus nomes. O comandante da Companhia era o cap inf op esp  Augusto José Monteiro Valente.

A viagem decorreu sem incidentes. O navio tocou o porto de Angra de Heroísmo para proceder ao desembarque das CCAÇ 2421 e CCAÇ 2422, ambas mobilizadas pelo  BII 17, e que regressavam de Moçambique. 

De seguida foi escalado o porto de Ponta Delgada onde embarcaram as CCAÇ 2789 e CCAÇ 2790, ambas do BII 19. 

Foi ainda feita uma escala técnica, na ilha de São Vicente, Cabo Verde.

O T/T Carvalho Araújo chegou à Guiné em 2 de outubro de 1970, 13 dias depois da partida em Lisboa (normalmente a viagem marítima Lisboa-Bissau demorava cinco dias).

A CCAÇ 2792 foi encaminhada para o CIM de Bolama, onde realizou a IAO, integrada no BART 2924.

No dia 22 de outubro de 1970, ainda em plena IAO, é transferido, por motivos disciplinares, o seu único alferes, de operações especiais (de apelido Quinta). 

Entretanto, são aumentados aos efetivos da Companhia, no último trimesttre de 1970, très alferes milicianos, atitradores de infantaria, um em 10 de novembro, outro em 24 de novembro e um terceiro a 22 de dezembro  (respetivamente, António Carlos Monteiro Martins, Francisco Chaves Moura e Jorge Manuel Gomes Paiva, este último c0mo recomplemento; veio subtituir o alferes mil op esp Quinta),

Em 22 de maio de 1971, há o aumento (complemento) de um quarto alferes, também at inf (José Francisco Alonos).

A Companhia era composta por 5 oficiais, 17 sargentos e 144 praças, num total de 166 militares.

Houve naturalmente outros aumentos (complementos e recomplementos) e abates de pessoal, tanto de praças como de sargentos,  ao longo da comissão, que não detalhamos aqui, porque seria fastidioso, embora essa informação pudesse ter algum interesse estatístico... 

Há pelo menos 24 anexos  (alterações à composição ao capítulo I), indiciando uma elevada taxa de rotação de pessoalInfelizmente, falta-nos cópias de alguns anexos  relativos aos meses de janeiro, março de julho de 1971, bem como ao ano de 1972 (só temos os meses de março, abril, junho e setembro), impossibilitando-nos de calcular o índice de "turnover" do pessoal, a partir do número de efetivos inicias e finais, bem como do número das entradas (aumentos) e saídas (abates) ao longo da comissão. 

As razões dos abates são diversas: transferência por motivos disciplinares, morte,  evacuação para o Hospital Militar Principal por ferimento em combate ou doença, etc. Há um caso, que nos parece pouco vulgar: o de um soldado at inf, que em 20 de novembro de 1970 é abatido ao efetivo por ter sido "desnomeado do Ultramar por despacho de S. Excia. o Secretário de Estado do Exército" (sic) (pág. 39/I).

Em todo o caso, em 16 anexos contámos 23 abates (de 1 alferes miliciano, de 6 furriéis milicianos e os restantes 16, de praças). Mas os aumentos (complementos e recomplementos) são mais: 26, sendo de 4 alferes milicianos, 1 primeiro sargento, 6 furriéis milicianos e os restantes, praças (15).

De qualquer modo, esse problema (a rotação de pessoal) era comum a muitas unidades e subunidades (se não a todas) que foram mobilizadas para a Guiné. No final do capítulo I, da história da CCAÇ 2792, o problema é posto em evidência:

(...) No aspeto de pessoal, a Companhia começou a sua vida na Guiné bastante mal, dada a falta de três oficiais com que embarcou na Metrópole, situação agravada posteriormente por o único subalterno presente ter sido transferido por motivo disciplinar

Em consequéncia a Instrução de Aperfeiçoamento Operacional (IAO) decorreu sem subalternos. Estes só começaram a chegar quando a subunidadaes entrou em Sector.

Felizmente o espírito de corpo e de disciplina das praças era bastante forte e os sargentos chamados ao comando dos Grupos de Combate revelaram-se competentes para o cargo. A Compamhia, apesar das dificuldades por que passou no início, manteve-se coesa e disciplinada.

(...) Ao longo da comissão a Companhia foi sendo privada de furriéis quer, pelas suas suas qualidades, foram colocados em diligência em subunidades africanas. Para ocupar as suas vagas foram chegando furriéis recém-vindos da Metrópole, sem contacto com tropas e que colocados de repente no comando de militares já com meses de comissão, afetariam necessariamente o ritmo da atividade da Companhia. (...) (pág. 61/I).


(Seleção / revisão e fixação de texto / negritos e itálicos: LG)
___________

Nota do editor:

(*) Vd. poste de 3 de julho de 2023 > Guiné 61/74 - P24447: Casos: a verdade sobre... (34): A CCAÇ 2792 (Catió e Cabedú, 1970/72), comandada pelo cap inf Augusto José Monteiro Valente (1944-2012), e depois maj gen ref, que embarcou para o CTIG sem três alferes (que terão desertado) e durante a IAO ficou sem o último, por motivos disciplinares...

quarta-feira, 28 de setembro de 2022

Guiné 61/74 - P23651: In Memoriam (452): Mário Rui Anastácio (1954-2022), ex-fur mil, BII 19, Funchal, 1974/75, meu cunhado (Luís Graça)


Lourinhã > Igreja de Santa Maria do Castelo (séc. XIV) > Rosácea: uma obra-prima de desenho geométrico ...

Alcobaça >  2 de julho de 1977 > No  casamento do Mário  e da  Zairinha.  Do lado da noiva, o pai, Luís Henriques (1920-2012) e  a mana mais nova, a Béu. Na outra ponta, ao lado do noivo, a Maria da Graça (1922-2014).  


Fotos (e legendas): © Luís Graça (2022). Todos os direitos reservados. [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]

1. Faleceu inesperadamente no passado domingo,  aos 68 anos, em Guimarães,  e realizou-se hoje a cerimónia fúnebre, na sua terra natal, Lourinhã, seguindo agora mesmo  os seus restos mortais para o crematório de Barcarena, Oeiras: Mário Rui Anastácio (13/1/954-25/9/2022). Era casado com a minha irmã do meio (tenho três), Maria do Rosário, "Zairinha". O casal tem dois filhos, André, treinador de futebol,  e Rita, educadora de infância.

Trabalhou na empresa Louricoop, tinha acabado de se reformar há uns meses;  andou na escola Escola Industrial e Comercial de Torres Vedras; foi jogador de futebol, júnior, no Sport Clube União Torreense (SCUT), fundado em Torres Vedras, em 1917, bem como no Sporting Clube Lourinhanense, filial do  Sporting Club de Portugal (SCP). Tinha o curso de treinador de futebol, e orientou diversas equipas, de vários escalões, na Região do Oeste. 

Sei que em 1974/75, cumpriu o serviço militar, como furriel miliciano,  no Funchal, no BII 19, o Batalhão Independente de Infantaria nº 19 (cujo quartel fora inaugurado em 1970), tendo escapado por um triz de "ir parar ao ultramar", como último soldado do Império... Tinha excelentes recordações da Madeira e dos madeirenses. Infelizmente não tenho fotos dele desse tempo. 

Na hora da despedida, na igreja de Santa Maria do Castelo (séc. XIV), na Lourinhã, tive o privilégio de dizer em público, perante a sua família, vizinhos, colegas  e amigos, algumas palavras em sua homenagem,  e também a ocasião de manifestar a minha solidariedade na dor à viúva, filhos, netos e demais família.

Mário:

Partilhaste comigo, há umas escassas semanas atrás, na Praia da Areia Branca, uma pequena inconfidência: contaste-me, com velado orgulho, que o teu filho costumava dizer, à malta das suas equipas  de futebol, que havia dois homens que o inspiravam, na vida e no desporto: o avô e o pai.

Do amor do André pelo meu pai, eu já o sabia há muito. Pude testemunhá-lo em diversas  ocasiões. Desde o André ainda miúdo. Da admiração do teu filho por ti, como pai e como desportista, eu só poderia achar normal e natural. O que foi bonito foi ver-te com um brilhozinho nos olhos quando me constaste esta história.

Sei que o mesmo amor sentias pela tua Ritinha, e pelos teus netos. E, claro, pela tua mulher e mãe dos teus filhos. Sempre te ouvi tratá-la por Zairinha, "a minha Zairinha". E sei que foi a mulher da tua vida, aquela que também é a minha Zairinha, a minha querida mana do meio.

Hoje eles e elas, a tua Zairinha, os teus filhos, nora e genro, os teus netos, os teus irmãos, os teus cunhados, os teus sobrinhos, e demais família, e os amigos que sempre te trataram, com fraterno carinho,  por Márinho… (ou por “Mister”, os teus miúdos da bola, que ensinaste a lidar com as alegrias e as tristezas no campo e fora do campo, no campo pelado da vida)… todos eles e elas estão aqui, fisicamente ou em pensamento, nesta hora e neste lugar sagrado, na igreja do Castelo, o mais belo e nobre monumento da Lourinhã, para te dizer adeus na tua última viagem.

Morreste longe da tua terra, numa morte traiçoeira e fulminante que nos deixa a todos chocados e desolados. Tinhas apenas 68 anos, uma vida ainda por completar. E nós temos agora umas escassas horas para te dizer, em silêncio ou em voz alta,  quanto te estimávamos e quanto te amávamos.  

Quando morre um de nós, todos morremos um pouco, e há uma torrente de memórias, vivências e emoções que se soltam. Como o rio Grande da nossa infância, o  rio que só era grande quando galgava as margens, arrasava as vinhas e pomares, inundava o campo da bola e o largo do Convento. e se confundia com o mar, o grande oceano. Lembras-te ? Até Deus ficava isolado na igreja matriz…E nós fazíamos gazeta à escola, à missa, e à catequese…

Hoje somos nós que ficamos tristes e sós, mesmo sabendo que todos somos mortais, e que um dia, nunca sabendo qual, cada um de nós partirá também  para essa viagem sem retorno.

Crentes ou não crentes, todos temos todavia a secreta esperança ou a vã ilusão de voltarmos a sentar-nos à mesma mesa, frente ao mar, como companheiros de viagem, e partilhar o melhor das nossas memórias da Terra da Alegria. E eu quero voltar,  noutra incarnação,  a ver esse teu brilhozinho nos olhos e o teu sorriso bondoso… E, se possível,  a  beber um copo contigo.

Até sempre, até um dia, meu querido cunhado Márinho (é a primeira vez que te trato por Mrinho).

Lourinhã, 28 de setembro de 2022.  ´

Luís (a que se junta a Alice, a Joana e o João, nesta pequena homenagem a ti que também é uma manifestação de solidariedade na dor pela tua perda).

 __________

Nota do editor:

Último poste da série > 30 de agosto de 2022 > Guiné 61/74 - P23569: In Memoriam (451): Gratas recordações do confrade António Júlio Emerenciano Estácio (1947-2022) (4): “Bolama, a saudosa…”, lembranças afetuosas da sua juventude (Mário Beja Santos)

terça-feira, 30 de março de 2021

Guiné 61/74 - P22051: CCAÇ 1439 (Xime, Bambadinca, Enxalé, Porto Gole e Missirá, 1965/67): A “história” como eu a lembro e vivi (João Crisóstomo, ex-alf mil, Nova Iorque) - Parte III: Na ilha da Madeira, a partida para o CTIG no T/T Niassa, em 2/8/1965


Foto nº 1 > Madeira > Funcal > T/T Niassa > CCAÇ 1439 > 2 de agosto de 1965 > Por ser o alferes miliciano mais antigo e de operações especiais, o João Crisóstomo foi quem  assumiu o comando da companhia durante a viagem até Bissau, onde já estava o cap mil  inf Armando. Na imagem, o Governador Militar da Madeira, brigadeiro Fernando Pires Monteiro na presença do comandante do navio foi desejar à Companhia, na do alf mil Crisóstomo, pessoa, boa viagem.


Foto nº 2 > Madeira > Funchal > T/T Niassa > CCAÇ 1439 > 2 de agosto de 1965 >  O brigadeiro Fernando Pires Momteiro  e demais oficias, a bordo do navio onde apresentar cumprimentos de despedida.

Fotos (e legendas): © João Crisóstomo (2021). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné].
 

1. Continuação da publicação da série CCAÇ 1439 (Xime, Bambadinca, Enxalé, Porto Gole e Missirá, 1965/67) : a “história” como eu a lembro e vivi (João Crisóstomo, ex-alf mil, Nova Iorque) (*)

O João Crisóstomo é um luso-americano, natural de Paradas, A-dos-Cunhados, Torres Vedras, conhecido ativista de causas sociais, com repercussão a nível nacional e internacional: a autodeterminação de Timor Leste, as gravuras de Foz Coa ou a reabilitação da memória de Aristides de Sousa Mendes, o cônsul de Bordéus em 1940  são três das mais conhecidas e bem sucedidas...

Régulo da Tabanca da Diáspora Lusófona, foi alf mil, CCAÇ 1439 (Enxalé, Porto Gole e Missirá, 1965/67): vive desde 1975 em Nova Iorque; é casado, em segundas núpcias, desde 2013, com a nossa amiga eslovena, Vilma Kracun]. Tem cerca de 135 referências no nosso blogue.


CCAÇ 1439 (Xime, Bambadinca, Enxalé, Porto Gole e Missirá, 1965/67) : a “história” como eu a lembro e vivi (João Crisóstomo, ex-alf mil, Nova Iorque)


Parte III - BII 19,  Funchal, Ilha da Madeira, e partida para o CTIG em 2/8/1965

A minha falta de visão e previdência leva a que pouco possa dizer agora sobre a preparação da CCaç 1439 na Madeira. Apesar de inúmeras vezes "ter intencionado" escrever as coisas em agendas para memória no futuro, a verdade é que poucas vezes o fiz. E agora pago as consequências, com poucas memórias minhas escritas, contando assim muito com a memória de outros, mais ajuizados do que eu.

Os “quadros” da CCaç 1439 eram quase todos da metrópole, (a única excepção era o alferes mil Freitas, que era natural da ilha da Madeira); os soldados eram todos madeirenses, com uma única excepção: o soldado Manuel Pacheco Pereira Júnior, de apelido o "Açoreano”, por ter nascido nos Açores.

Na Madeira vivemos a maior parte do tempo no quartel do Batalhão II 19, mesmo na cidade do Funchal, mas fomos passar algum tempo no interior da ilha, supostamente para uma melhor preparação  de sobrevivência  em ambiente e circunstancias de maior isolamento.

Depois de seis meses fomos dados por “preparados” e a 2 de Agosto  embarcamos no “Niassa” para a Guiné. O mesmo navio nos traria de volta quase dois anos depois. Os recortes de jornais e algumas fotos que conservei ajudam a lembrar com saudade este tempo na ilha da Madeira. Algumas das fotos já aqui foram publicadas, pelo que não vamos repeti-las (**)  

Estas fotos (nºs 1 e 2)   foram tiradas no dia em que acabou o nosso isolamento/preparação nas montanhas da madeira e fomos dados como “prontos para seguir". Alguém, (penso que foi o Zagalo) apareceu com cigarros e uma garrafa de uísque para celebrar


Foto nº 3 > Madeira > Funchal >BII 19 > CCAÇ 1439 >  1965 > Da 
esquerda para a direita: alferes Freitas (que era natural da ilha), e eu, quando ainda tinha cabelo...); ao centro o capitão Pires que anunciou no momento que ia partir no dia seguinte para a Guiné para preparar a nossa chegada; e à sua esquerda, os alferes Zagalo e Sousa.


Foto nº 4 > 
Madeira > Funchal > BII 19 > CCAÇ 1439 > 1965 > "Os quatro alferes  (ainda aspirantes...): Sousa  e Zagalo  (sempre independente,  apareceu de roupão);  à direita,  o  Freitas;   a minha cabeça aparece por  detrás do Zagalo."

Depois de seis meses fomos dados por “preparados” e a 2 de Agosto de 1965  embarcamos no “Niassa” para a Guiné. O mesmo navio nos traria de volta quase dois anos depois. 

Os recortes de jornais e algumas fotos que conservei ajudam a lembrar com saudade este tempo na ilha da Madeira.


Foto nº 5 > Madeira > Funchal > BII 19 > CCAÇ 1439 > Os “quadros" 2º pelotão: da esquerda para a direita: furriel Lopes, sargento Cabrita, eu e o furriel Bonifácio (à minha esquerda).


Foto nº 6 > Madeira > Funchal > BII 19 > CCAÇ 1439 >  O 2º pelotão, completo,


Foto nº 7 > Madeira > Funchal > BII 19 > CCAÇ 1439 >  Celebração da missa, pelo cónego Manuel Francisco Camacho, auxiliado pelo aspirante a oficial miliciano Francisco João Crisóstomo >  Momento em que era benzida a imagem de N. Sra. de Fátima, que acompanhou a companhia por terras da Guiné, por iniciativa dos soldados madeirenses.

 
Foto nº 8 > Madeira > Funchal > T/T Niassa > CCAÇ 1439 > 2 de agosto de 1965 > O Governador Militar da Madeira passa revista às forças expedicionárias; à esquerda, "o 2º Sargento Bicho, já falecido, eu e o furriel mil António Lopes".

 





Recorte do jornal “ Diário de Notícias “ da Madeira, de 3 de Agosto de 1965, com a reportagem e imagens da partida da CCaç 1439 para a Guiné (pp. 1 e 6). A notícia da partida da madeirense CCAÇ 1349 teve naturalmente honras de caixa alta na edição do dia 3.

(Continua)
__________

Notas do editor:

(*) Vd. postes anteriores da série:



quarta-feira, 10 de abril de 2019

Guiné 61/74 - P19663: Tabanca Grande (475): Fernando José Estrela Soares, cor inf ref, membro da Tabanca da Linha, senta-se à sombra do nosso poilão, sob o lugar nº 786: foi comandante da açoriana CCAÇ 2445 (Cacine, Cameconde e Có, 1968/70)


Foto nº 2 > Guiné > Região de Tombali > Cacine > CCAÇ 2445 (1968/70) >  Cap inf Estrela Soares no tarrafo do rio Cacine


Foto nº 3  |  Foto nº 1

Guiné > Região de Tombali > Cacine > CCAÇ 2445 (1968/70) > O então cap inf Estrela Soares, na viagem para a Guiné (foto nº 3) e hoje cor ref (desde 2007) (foto nº 1)

Foto (e legenda): © Estrela Soares  (2006). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



1. Mensagem do Manuel Resende, régulo da Magnífica Tabanca da Linha, com data de 3 do corrente:

Caro Luís:

Há cerca de um ano já falámos deste assunto, mas só agora o próprio decidiu inscrever-se.
Trata-se do Coronel Fernando José Estrela Soares, de Algés, membro da Tabanca da Linha, desde 7 de outubro de 2016.

Um abraço,
Manuel Resende


2. Pequena nota curricular no novo membro da Tabanca Grande, nº 786:

Nome:  Fernando José Estrela Soares;
Local e data de nascimeto: Lisboa, 6 de agosto de 1940;
Tem página no Facebook;
Posto: Coronel inf  reformado desde 4-12-2007.

Foi Comandante da Companhia Independente,  CCAÇ 2445, esteve em Cacine, Cameconde e Có  (1968/70)

 Síntese da Actividade Operacional da CCAÇ 2445, mobilizada pelo BII 18 (Ponta Delgada):

(i) partiu para o TO da Guiné em 9/11/1968 e regressou a 19/8/1970;

(ii) em 1 Dezembro 1968 seguiu para Cacine e Cameconde a fim de efectuar o treino operacional e a sobreposição com a CART 1692 (, que foi substituir);

(iii) em 28 Dezembro 1968 assumiu a responsabilidade do subsector, sob o comando operacional directo do Comando Chefe e ficando administrativamente dependente do BCAÇ 2834 e depois do BART 2865;

(iv) em 2 e 4 Maio 1970, com o assassinato dos Majores no Chão Manjaco em 20 de Abril anterior em Jolmete, foi rendida por fracções pela CCAÇ 2726, deslocando-se a CCAÇ 2445 para o subsector de Có em 7 e 22 de Maio 1970 para reforço da guarnição local, a CCAÇ 2584, ficando a subunidade integrada no dispositivo e manobra do BCAÇ 2884, com vista à realização de operações nas áreas de Peconha, Quete, patrulhamentos, emboscadas e protecção de itinerários;

(v) em 9 de Julho 1970 recolheu a Bissau, a fim de aguardar o embarque de regresso, colaborando na segurança e protecção das instalações e das populações da área, sob controlo operacional do COMBIS, até à chegada da CCAÇ 2753.

Foto nº 1 - Recente | Foto nº 2 - No tarrafo do rio Cacine | Foto nº 3 - Na viagem para a Guiné


3. Mensagem do Fernando José Estrela Soares, cor inf ref:

Data: quinta, 4/04/2019 à(s) 17:25
Assunto: Inscrição de novo membro para a Tabanca Grande

Agradeço ao camarada Luís Graça o ter-me inscrito na Tabanca Grande,  que bastante me honra. Já há bastante tempo que tencionava solicitar a inscrição mas, por uma razão ou por outra , fui sempre protelando.

Como curiosidade,  devo dizer que o Bento Soares,  oriundo da Arma de Transmissões e hoje  Major General, é do meu Curso de entrada na Academia Militar e somos muito amigos.

O Mundo é Pequeno... e a nossa Tabanca é Grande.

Abraço,
F. J. Estrela Soares


4. Comentário do editor Luís Graça:

Obrigado, Manel. E obrigado ao camarada Estrela Soares, que conheço de há dois ou três anos atrás, dos almoços-convívio da Magnífica Tabanca da Linha. Fico feliz por termos mais um "magnífico" na nossa Tabanca Grande, a mãe de todas as tabancas.

O Fernando José sentar-se-á no lugar  nº 786, ao lado do João Afonso Bento Soares, maj gen, que já foi apresentado  na passada sexta-feira (*), e que por sua vez se sentou ao lado de outro seu camarada da Academia Militar, o cor art ref António C. Morais da Silva, membro nº 784.

O Fernando José  passa a ser o primeiro representante da CCAÇ 2445 na nossa Tabanca Grande... Infelizmente, as companhias madeirenses e açorianas estão mal representadas na nossa Tabanca Grande ou não estão representadas de todo.

A CCAÇ  2445, até à data, tem  muito poucas referências no nosso blogue... Vamos ver se atrás do seu capitão surjam dois ou mais antigos militares da CCAÇ 2445 que queiram connosco partilhar memórias (e afetos) do nosso tempo de Guiné.

Este ano entraram três novos membros da Tabanca Grande, desde o início do ano, E curiosamente todos eles oficiais oriundos da Academia Militar... Vamos ver também se até ao fim do ano chegamos ao grã-tabanqueiro nº 800... Já só faltam 14... Conto com a preciosa ajuda do Manuel Resende  e do F. J. Estrela Soares  para o trabalho de coaptação de mais alguns  "magníficos" para a Tabanca Grande.  Aliás,  há tabanqueiros de outras tabancas (Matosinhos, Centro, Linha, etc.) que não estão "inscritos" na mãe de todas as tabancas...

O ideal era termos pelo menos 1 representante por cada unidade ou subunidade mobilizada para o CTIG... E foram mais de mil, entre batalhões, companhias indepentes, pelotões (mort, REC, canhão s/r, caçadores, etc.).

Um grande abraço de boas vindas ao cor inf ref Estrela Soares!


5.  Uma história passada com as CCAÇ 2445 , em Cacine, em dezembro de 1968:

Texto do António José Pereira da Costa (Cor Art Ref):

(i)  esteve duas vezes no TO da Guiné, primeiro como alf art,  CART 1692, a partir de 16 de janeiro de 1968; era  adjunto do capitão art José João de Sousa Veiga da Fonseca, comandante da CART 1692 / BART 1914, Abril de 1967 e Março de 1969, Sangonhá, Cameconde, Bissau;

(ii) voltou ao CTIG em 25 de maio de 1971, colocado  na defesa antiaérea da BA 12, como Cmdt da BTR [Bateria]AA 3434;

(iii) em 22 de junho de 1972 assumi o comando da CART 3494 que, então guarnecia o Xime; e a 11 de novembro de 1972 passou à CART 3567, estacionada em Mansabá;

(iv) regressou à metrópole em 9 de agosto de 1973;

(v) é membro da nossa Tabanca Grande, tem mais de 140 referências no nosso blogue  a assina a série "A Minha Guerra a Petróleo".


Guiné > Região de Tombali > Cacine > CART 1692 > Dezembro de 1968 > A ten enf paraquedista Maria Ivone Reis e o alf art QP António José Pereira da Costa, posando para a "posteridade" (**)

[A CART 1692 foi rendida, em Cacine e Cameconde, pela CCAÇ 2445 que, curiosamente, vai estar debaixo de fogo, em Madina Xaquili, com a CCAÇ 2590 / CCAÇ 12, em 24 de julho de 1969... Foi o batismo de fogo da nossa rapaziada, ainda em farda nº 3, o pessoal africano... (LG] (***)

Foto (e legenda): © António Costa (2010). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


Assunto - Cacine 68

Camarada: Aqui vai uma foto da Ten Enf Pára, (como ela escrevia, ) Ivone Reis. Foi já em Dezembro de 1968 quando estávamos ser rendidos pela CCaç 2445.

Nesse dia, vi a guerra do ar! Um Gr Comb da nossa unidade e a CCaç [2445] completa andavam ali para os lados de Cacoca a procurar o IN.

Eu e o cap
 andávamos a ver como iam as coisas. Subitamente, detectámos um grupo de 25 turras. Pedimos o héli-canhão para cima deles. E então foi alucinante: o avião às voltas sobre o héli e o héli às voltas sobre os turras e aquele rotor a rodar tão depressa...

Subitamente, os turras começaram a acenar com os bonés... Era o nosso grupo que, com os camuflados desbotados, foram confundidos e ia havendo um azar.

Aterrámos e eu estava completamente almareado. Confesso que "sujei" o avião. A Ivone  deu-me uma ordem seca:
- Patinho! Lavar o avião, já!

E lá fui eu, às ordens da nossa tenente, lavar o material de guerra.

Depois pousámos para "memória futura"... Será que também há memória passada? (...)

_______________

segunda-feira, 13 de julho de 2015

Guiné 63/74 - P14872: Nas férias do verão de 2015, mandem-nos um bate-estradas (2): Convívio da Tabanca de Porto Dinheiro, 12 de julho de 2015 (Parte I): organização 'impex' do Eduardo Jorge Ferreira (ex-1º cabo inf, do exército luso-britânico que se cobriu de glória na batalha no Vimeiro, em 21/8/1808; ex-alf mil, PA, Bissau, Bissalanca, BA 12, 1973/74)


Lourinhã > Ribamar > Tabanca de Porto Dinheiro > 12 de julho de 2015 > Da esquerda para a direita, (i) primeira fila, António Nunes Lopes (ex-fur mil, CCAÇ 1439); João Crisóstomo (ex-alf mil, CCAÇ 1439); Vilma Crisóstomo; Luís Graça; Helena Carvalho (, filha do Pereira do Enxalé, que morreu em Bissau, em agosto de 1974); (ii) segunda fila, Maria Alice Carneiro, Dina (esposa do Jaime), e Álvaro Carvalho; (terceira fila, Eduardo Jorge Ferreira (ex-alf mil, PA, Bissalanca, 1973/74); Alexandre Rato, presidente da junta de freguesia de Ribamar (que, apanhado à boa fila,  teve a gentileza de se juntar a foto de grupo "para mais tarde recordar"; Jaime Bonifácio Marques da Silva (ex-alf mil PQ, BCP 21, Angola, 1970/72); Horácio Fernandes (ex-alf mil capelão, de rendição individual, Catió e Bambadinca, 1967/69) e esposa, Milita.


Lourinhã > Ribamar > Tabanca de Porto Dinheiro > 12 de julho de 2015 > Restaurante O Viveiro > João Crisóstomo e o "furriel" que ele não via quase há meio século, o António Nunes Lopes (que mora em Almada,se não erro, e que veio de propósito a este convívio)... Foi um encontro emocionante e emocionado... Além do João, havia mais 3 alferes na CCAÇ 1439, o Freitas (madeirense), o Sousa e o Luís Zagallo (1940-2010). Falou-se aqui destes e doutros camaradas... A madeirense CCAÇ 1439 teve como unidade mobilizadora o BII 19, partiu para o CTIG em 2/8/1965 e regressou a 18/4/1967, tendo passado por Xime, Bambadinca, Enxalé, Porto Gole, Missirá, Fá Mandinga. O comandante era o cap mil inf Amândio Manuel Pires.


Lourinhã > Ribamar > Tabanca de Porto Dinheiro > 12 de julho de 2015 > Restaurante O Viveiro >  O António Nunes Lopes.


Lourinhã > Ribamar > Tabanca de Porto Dinheiro > 12 de julho de 2015 > Restaurante O Viveiro >  A "bajuda do Enxalé", Maria Helena Carvalho (que adotou - e foi adotada por - o pessoal da CCAÇ 1439), e o Eduardo Jorge Ferreira, o organizador do convívio. O Eduardo anda tão entusiasmado com a reconstituição histórica da batalha do Vimeiro, de 17 a 19 deste mês, na sua terra, que até conseguiu convencer o Álvaro Carvalho a fazer a cobertura fotográfico do evento!...


Lourinhã > Ribamar > Tabanca de Porto Dinheiro > 12 de julho de 2015 > Restaurante O Viveiro >  O Álvaro Carvalho, marido da Maria Helena, e um apaixonado da fotografia... Fez a cobertura do nosso convívio. Gostei muito de conhecer este simpático casal, e vou "apadrinhar" a sua entrada, formal, na nossa Tabanca Grande. Ambos são apaixonados pela Guiné... Estavam os dois em Bissau aquando das festas da independência... O casal vive nas Caldas da Raínha... A Maria Helena fez questão de fazer uma surpresa ao casal Crisóstomo e ao António Nunes Lopes (ex-fur mil da CCAÇ 1439, Xime  e Enxalé, 1965/79) (que ainda ela ainda conhecia pessoalmente, uma vez que ele não tem vindo aos encontros da companhia).



Lourinhã > Ribamar > Tabanca de Porto Dinheiro > 12 de julho de 2015 > Restaurante O Viveiro >  Aspeto geral da mesa, em primeiro e segundo plano: a Dina e o Jaime, a Milita e o Horácio.



Lourinhã > Ribamar > Tabanca de Porto Dinheiro > 12 de julho de 2015 > Restaurante O Viveiro >  O Horácio Fernandes e, em segundo plano, o Jaime Bonifácio e a Alice.


Lourinhã > Ribamar > Tabanca de Porto Dinheiro > 12 de julho de 2015 > Restaurante O Viveiro > O Jaime e a Dina que, agora reformados, dividem o seu tempo entre a Lourinhã e Fafe.


Lourinhã > Ribamar > Tabanca de Porto Dinheiro > 12 de julho de 2015 > Restaurante O Viveiro >  A praia do Porto Dinheiro, velho e pistoresco porto de pescadores, com passado antiquíssimo que remonta aos romanos... Nas falésias fósseis, foi encontrado o Dinheirosaurus lourinhanensis do Jurásssico Superior (150 milhões de anos), descrito em 1999 por Bonaparte e Mateus. É provavelmente o dinossauro mais comprido até agora encontrado em Portugal.


Lourinhã > Ribamar > Tabanca de Porto Dinheiro > 12 de julho de 2015 >O  Dinheirosaurus lourinhanensis tem direito a rua... Parte do esqueleto axial deste grande  gigante  pode ser visto no Museu da Lourinhã.


Lourinhã > Ribamar > Tabanca de Porto Dinheiro > 12 de julho de 2015 > Restaurante O Viveiro >  Eramos doze à mesa (não veio o João, não veio a São...). Seis tachos de caldeirada dão para alimentar o estômago e a conversa... Com tudo incluido, deu pouco mais de 20 áereos per capita...


Lourinhã > Ribamar > Tabanca de Porto Dinheiro > 12 de julho de 2015 > Restaurante O Viveiro > A Maria Helena servindo a sua "ginginha de Óbidos", de fabrico próprio, no final da refeição... Com limão e gelo, é uma delícia...


Vídeo (0' 27'') > Alojado em You Tube > Luís Graça 


Fotos (e legendas): © Luís Graça  (2015). Todos os direitos reservados.
_____________

terça-feira, 20 de maio de 2014

Guiné 63/74 - P13168: Convívios (597): Rescaldo do Convívio da CART 2679 e Pel Caç Nat 65, realizado nos passados dias 10 e 11 de Maio de 2014 em Tomar (José Manuel Matos Dinis)

Saída em desfile, do 4.º Pelotão da CCAÇ 2679, do acanhado BII-19 para o porto do Funchal, onda apanharam o Uíge com rumo à Guiné, onde, não tenho a certeza, parece que acabaram com a guerra. Ainda hoje se ouvem choros de bajudas, depende da orientação do vento.


1. Mensagem do nosso camarada José Manuel Matos Dinis (ex-Fur Mil da CCAÇ 2679, Bajocunda, 1970/71), com data de 12 de Maio de 2014:

Viva Carlos!
Não sei se vou ser muito chato (porque sem aquela medida de quantidade, já sei que sou), por enviar uma troca de meiles depois do encontro de confraternização da CCaç 2679 e Pel Caç Nat 65 realizado durante o último fim-de-semana (10 e 11) em Tomar.

Sob a batuta da Donzília e do Leal tudo se revelou com grande afinação.
Reunidos em permanência na Estalagem Sta Iria, no jardim que margina o Nabão, no centro da cidade, ninguém foi nabo, mesmo os madeirenses Valentim e Agostinho, que eram escoltados por uma tropa de familiares, só chegaram atrasados, por causa dos atrasos de vida do rent-a-car, mas ainda tiveram ocasião para matar a malvada e participar activamente nas actividades lúdico-culturais que decorreram durante a tarde, sempre aconchegadas com bolinhos regionais e líquidos de boa cepa, produtos da dedicação do alfero.

De comboio fomos até ao Convento de Cristo - que foi visto a retorcer-se de inveja para integrar o animado grupo; visitaram-se as dependências do imóvel, e a janela do Capítulo foi centro de atraqueções; adquiriram-se recuerdos; voltámos ao comboio que, lampeiro, nos transportou ao Museu do Fósforo; recebemos indicações sobre os magnos estabelecimentos onde se aconchegam os estômagos de delícias tradicionais, mas o pessoal queria era ordem unida, pelo que até ao jantar e depois dele, a varanda foi ponto de encontro, de emboscadas, de armadilhas, tudo sabiamente neutralizado, e depois convenientemente regado e celebrado.

Lá para a uma da matina, quando acabaram os very-lights, o pessoal cansado, mas muito bem disposto, recolheu ao tabancal, onde as respectivas bajudas já aguardavam os heróis.
Como dizia o outro, depois da tempestade vem a bonança.

Se tiveres pachorra, e não encontrares inconveniências, peço-te que dês notícia da feliz ocorrência.

Com um abraço
JD

************

2. Diz também a propósito do Convívio o nosso camarada Cândido Morais (ex-Fur Mil da CCAÇ 2679, Bajocunda, 1970/71):

Caros amigos
De regresso do nosso encontro deste ano em Tomar, deixo aqui expressa a minha satisfação pela forma cordial como decorreu, e pela comunicação que proporcionou.
Gostaria que a todos tivesse corrido bem a viagem de regresso, tal como nos aconteceu a nós.
Foi bom rever alguns rostos que já não víamos há algum tempo e expresso a minha pena por não poder enviar esta mensagem a todos, pois a exemplo do Guerra ou do Calvo ou do Vítor, não tenho os respectivos endereços.

Ao Leal e à esposa, os melhores agradecimentos. Acho que acabaram por ter prejuízo pessoal com a nossa presença em Tomar, mas sei que o fizeram com prazer e sem reservas de qualquer espécie.
Sendo certo que tudo correu da melhor maneira, tal só aconteceu devido aos cuidados que tiveram para nos receber.

Quanto aos licores... bem, acho que que deveriam comercializá-los, para vergonha de algumas coisas que circulam por aí nos mercados.

Um grande abraço para presentes e ausentes, pois a amizade está cimentada entre todos.
Cândido Morais

De cima para baixo: Tito e Aquino; Abreu e Salvador; Gonçalves e Dinis; Marino e Azevedo; Morais; Ramalho e Vieira de Sousa; Viçoso e Pedro. 
Particularidade: nota-se, bastante evidentemente, que estes cavalheiros estão prontos a ingressar noutra guerra, com pose e determinação.
____________

Nota do editor

Último poste da série de 15 DE MAIO DE 2014 > Guiné 63/74 - P13146: Convívios (596): V Encontro do pessoal da CCAÇ 617/BCAÇ 619 e do Pel Mort 942 (Catió, Cachil, Ilha do Como, 1964/66), dia 31 de Maio de 2014, na Tocha

domingo, 2 de fevereiro de 2014

Guiné 63/74 - P12667: Em busca de... (236): Pessoal da madeirense CCAÇ 4945/73, mobilizada no BII 19 do Funchal (Bernardino Laureano)

1. Mensagem do nosso camarada Bernardino Laureano, TCor Ref, que integrou a CCS/BCAV 3846, Ingoré, 1971/73, actualmente Presidente da Direcção do Núcleo do Funchal da Liga dos Combatentes, com data de 1 de Fevereiro de 2014:

Meu Caro Amigo e Sr. Luís Graça e claro Amigos Carlos Vinhal e Magalhães Ribeiro
Bom Dia e votos de saúde e de Bom Ano para Todos e Suas Exmas. Famílias.

Sou o Ten Cor Bernardino Laureano que em tempo já trocámos mensagens sobre a n/estadia na Guiné, aquela Guiné que ainda hoje temos bem gravada nos nossos pensamentos, por tudo o que lá passámos e pelas recordações que guardamos, algumas que nos deixam saudades, principalmente das gentes que estiveram sempre a nosso lado.

Integrei o BCav 3846 que esteve na Guiné desde Abril de 1971 e saiamos em Março de 1973. Pertenci à CCS e cumpri a minha Comissão no Ingoré, já que o Sector do Batalhão começava em Varela e se estendia a norte do Rio Cacheu até Barro.

Sou actualmente o Presidente da Direcção do Núcleo do Funchal da Liga dos Combatentes, funções que me ligam a um número muito grande de Camaradas que serviram as FA nos ex-Territórios Ultramarinos. Por outro lado, dadas as minhas funções tento apoiar todos os nossos Amigos que me solicitam ajuda, como é o caso que me leva até junto de vós e que passo a expor desde já:
Preciso de saber se a CCaç 4945/73 e o Comando de Agrupamento 6009, a primeira que esteve na Guiné desde Setembro de 1973 e regressou ao Continente em 9 de Setembro de l974, enquanto que o Cmd Agr 6009 chegou a Moçambique em Dezembro de 1973 e regressou no final de 1974, se costumam reunir em convívios e quais os contactos possíveis.

Em relação à Guiné creio que o meu pedido pode ser mais fácil na medida em que no vosso Blog de 22 de Janeiro de 2012, faz referência a Fernando Gomes Pinto da CCAÇ 4945/73 (Guiné, 1973/74), Alferes Mil Cmdt do 2.º Pelotão.

Esta minha solicitação insere-se no pedido de um ex-combatente de nome Sebastião da Silva de Freitas, pertencente ao 1.º Pelotão que tinha como seu Cmdt o Alferes Mil Valente.

Este Camarada quer reunir-com os seus antigos Companheiros ou no saber notícias deles.

Agradeço antecipadamente qualquer notícia possível e envio para Todos Vós um grande abraço de amizade, estima e consideração
Laureano


2. Comentário do Editor:

Caro TCor Bernardino Laureano, muito obrigado pelo seu contacto.

Em relação ao pedido que nos faz, a não ser publicá-lo aqui, esperando que alguém nos possa dar uma ajuda, nada mais podemos fazer uma vez que não há ninguém na tertúlia que tivesse integrado a CCAÇ 4945/73. Tentei encontrar nos nossos arquivos o endereço do camarada Fernando Gomes Pinto, que em tempo nos contactou, mas também não tive êxito.

Lamentando não podermos ajudar, ficamos contudo à sua disposição.

Receba os nossos cumprimentos
Carlos Vinhal

Sobre a CCAÇ 4945/73

Reprodução da página 429 do 7.º Volume - Fichas das Unidades - Tomo II - Guiné da Resenha Histórico-Militar das Campanhas de África (1961-1974)
____________

Nota do editor

Último poste da série de 26 DE JANEIRO DE 2014 > Guiné 63/74 - P12636: Em busca de... (235): Nelson Silva, natural de Oliveira do Hospital, o qual terá pertencido a uma Companhia de Comandos, e que terá desertado (Rui Poeira)... Resposta do nosso colaborador José Martins

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Guiné 63/74 - P12293: Breve historial da madeirense CCAÇ 2446 (José Martins)

1. Mensagem do nosso camarada José Marcelino Martins (ex-Fur Mil Trms da CCAÇ 5, Gatos Pretos, Canjadude, 1968/70), com data de 11 de Outubro de 2013:

Bom dia
Conforme explicação dada no próprio texto, segue a história da Companhia de Caçadores 2446, mais uma Companhia Madeirense, como tributo à memória de mais um dos nossos valentes enfermeiros, desta feita o Ângelo Jorge Conde Vitorino.

Bom fim de semana.
José Martins






segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Guiné 63/74 - P9073: In memoriam (97): Daniel Matos, ex-Fur Mil da CCAÇ 3518 (Gadamael, 1972/74), falecido no dia 13 de Novembro de 2011

1. A propósito do comentário aposto por um anónimo no Poste 6351 que dizia:  

Agora que o Daniel Matos nos deixou, traído pela doença que o minou, curvemo-nos perante a memória de UM GRANDE HOMEM E UM GRANDE CARÁCTER.

O nosso camarada José Martins acaba de nos mandar este mail com a confirmação da triste notícia:

Boa tarde
Também li o comentário a que te referes.
Procurei obter um contacto, e apenas tinha o mail que referia SITAVA.
É um sindicato ligado à aviação e, assim, telefonei de imediato para o sindicato que, infelizmente, confirmou que o Daniel Matos partiu em 13 de Novembro último, após doença prolongada.

Mais um no Batalhão Celestial, menos um no Batalhão Terreno.

Certamente foi mais cedo para preparar a nossa chegada.

José Martins


2. Comentário de CV:

Foi com enorme pesar que recebemos a confirmação do falecimento do nosso camarada Daniel Matos*. Quando se perde um amigo, um pouco de nós que vai com ele.

Infelizmente, cada vez mais, estas notícias fazem parte do nosso dia a dia e, como afirma o nosso diligente camarada José Martins, estamos todos, aos poucos, a mudar de Unidade, deixando o Batalhão Terrestre a caminho do outro, onde iremos seguramente ter uma comissão de serviço bem mais prolongada.

À família do nosso camarada Daniel Matos apresentamos as nossas mais sentidas condolências pelo infausto acontecimento.
Para nós continuará sempre presente, e a sua colaboração neste blogue é a prova de que podemos morrer, mas a nossa obra fica.

Caro Daniel, até um dia destes.

Pela tertúlia
Carlos Vinhal
____________

Notas de CV:

- Daniel Matos foi Fur Mil na CCaç 3518 - "Os Marados de Gadamael" - que esteve em Gadamael nos anos de 1971 a 1974. A madeirense CCAÇ 3518, independente, foi mobilizada pelo BII 19, partiu para a Guiné em 20/12/1971 e regressou  a 28/3/974.... Dois anos e três meses de comissão!... Esteve em Gadamael, Brá e Bafatá. Comandante: Cap Mil Inf Manuel  Nunes de Sousa.

- Para consultar o espólio deixado pelo nosso camarada Daniel Matos no nosso Blogue, utilizar os marcadores Daniel Matos e/ou CCAÇ 3518.

(*) Vd. poste 12 de Março de 2010 > Guiné 63/74 - P5981: Tabanca Grande (208): Daniel Matos, ex-Fur Mil da CCAÇ 3518 (Gadamael, 1972/74)

Vd. último poste da série de 17 de Novembro de 2011 > Guiné 63/74 - P9054: In memoriam (96): Dia 17 de Novembro de 1967, data tão distante, ainda hoje lembrada (Felismina Costa)