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sábado, 8 de junho de 2024

Guiné 61/74 - P25619: Elementos para a história do Pel Caç Nat 52 (Missirá e Bambadinca, 1966/74) - Parte I: os comandantes, cinco dos quais são nossos grão-tabanqueiros: por ordem de antiguidade militar, Henrique Matos, Mário Beja Santos, Joaquim Mexia Alves, António Sá Fernandes e Luís Mourato Oliveira


Emblema do Pel Caç Nat 52 (Enxalé, Missirá, Bambadinca, Mato Cão, 1966/74)



Lisboa > Sociedade de Geografia de Lisboa > 6 de março de 2008 > O periquito Joaquim Mexia Alves, à esquerda, e o velhinho Henrique Matos mostram o seu regozijo pelo lançamento do livro "Na Terra dos Soncõ", do Beja Santos (ao centro). 

Os três têm em comum o facto de, em diferentes épocas, terem comandado os valentes soldad0s do Pel Caç Nat 52, entre 1966 e 1973 (/Enxalé, Missirá, Bambadinca, Mato Cão, 1966/74). O último comandante do Pel Caç Nat 52 foi o Luís Mourato Oliveira, nosso grão-tabanqueiro nº 730, que foi alf mil inf, de rendição individual, na açoriana CCAÇ 4740 (Cufar, 1972  até agosto  de 1973) e, no resto da comissão, no Pel Caç Nat 52 (Setor L1 , Bambadinca, Mato Cão e Missirá, 1973/74).


Lisboa > Casa do Alentejo > 6 de março de 2008 > Em primeiro plano, à direita, o nosso celebrado autor, Berja Santos, rodeado por três outros comandantes de pelotões de caçadores nativos da Guiné: o Henrique Matos (Pel Caç Nat 52), o Jorge Cabral (Pel Caç Nat 63) e o Joaquim Mexia Alves (Pel Caç Nat 52)... Todos os quatro passaram por Missirá (Sector L1, Bambadinca), em diferentes épocas.


Fotos (e legendas): © Henrique Matos (2008). Todos os direitos reservados. Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



1. Às voltas com os "brasões, guiões e crachás" dos Pelotões de Caçadores Nativos (*), tínhamos inevitavelmente que revisitar  a "história"   do Pel Caç Nat 52, de que temos cerca de 200 referências e vários representantes na Tabanca Grande: nada menos do que cinco comandantes, o que é caso único:  Henrique Matos, Mário Beja Santos, Joaquim Mexia Alves, António Sã Fernandes e Luís Mourato Oliveira. 

Esta subunidade, formada tal como as outras por graduados  e especialistas metropolitanos e praças do recrutamento local (fulas e mandingas), atuou sempre no Leste, região de Bafatá, sector L1 (Bambadinca).

Quisemos saber mais sobre alguns dos seus comandantes e do historial do seu algo estranho brasão, que ostenta a figura de um gavião (ave de repina qeur não existe na Guiné) e de uma caveira, e que tem por lema ou divisa "Matar ou Morrer"...

Perguntei a alguns dos nossos tabanqueiros se o emblema era do tempo do açoriano Henrique Matos, "pai-fundador" (1966/68)...Infelizmente, deste e doutros Pel Caç Nat,  "não reza a  história", há registos  dispersos, e os próprios  livros da CECA (Comissão para o Estudo das Campanhas de África) são omissos sobre os seus feitos... 

2. Eis algumas respostas que obtive, por mail ou comentários (*)

(i) Joaquim Mexias Alves: 

(...) Julgo que faltam 2 Comandantes no Pel Caç Nat 52.

O Alf Wahnon Reis, julgo que antes do Beja Santos, e  foi apenas por pouco tempo.

E o Alf António Sá Fernandes, que foi a seguir a mim.

5 de junho de 2024 às 15:27


(ii) Luís Graça:

Sim, Joaquim, a seguir ao Beja, veio o Nelson Wahnon Reis, natural de Cabo-Verde... Mas, infelizmente, nunca deu a cara aqui no blogue. Não temos notícias dele ...

Os Wahnon era gente conhecida em Cabo Verde... Convivi há uns largos anos com um Wahnon, economista, do Banco de Portugal, que não fez a guerra, viveu sempre em Lisboa, mas terá sido militante ou simpatizante do PAIGC na juventude... Possivelmente era parente do Nelson.

O Nelson Wahnon Reis, o periquito do Mário Beja Santos, não terá sido bem recebido pelos guineenses (fuklas e mandingas) do Pel Caç Nat 52... Por ser justamente cabo-verdiano...

Vê aqui o texto do Mário (Poste P 3266, de 3 de outubro de 2008) (**)

Quanto ao António Sá Fernandes, sim, é membro da nossa Tabanca Grande e sucedeu-te a ti, Joaquim, no comando do glorioso Pel Caç Nat 52. Vivia em Valença em 2008 (***)

Tem 7 referências no nosso blogue:

https://blogueforanadaevaotres.blogspot.com/search/label/Ant%C3%B3nio%20S%C3%A1%20Fernandes


(iii)  Mário António Beja Santos (6 de junho de 2024, 10;11):
 
 Meu caro Luís, a autoria do crachá do Pel Caç Nat 52 foi do então furriel Zacarias Saiegh, deu discussão com azedume, foi-me apresentada como um facto consumado, não gostei daqueles traços apiratados, encolhi os ombros, o meu crachá foi devorado pelo fogo da flagelação de 19 de março de 1969 que só me deixou os ferros da cama. 

Concordo contigo, uma das provas de completa discriminação era não exigir aos pelotões de caçadores nativos, comissão após comissão, relatórios que contribuíssem para a sua história, atividade operacional, localização, composição dos efetivos. 

Já não vale a pena chorar sobre o leite derramado (...) 


(iv) Joaquim Mexia Alves (6 de junho de 2024, 10:26):
 
Caro Luís: Pois eu soube que o Nelson Wahnon Reis esteve pouco tempo no 52 precisamente por ser cabo-verdiano e os militares do 52 não o quererem como comandante.

Quanto ao emblema, no meu tempo limitei-me a mandar fazer em Lisboa novos emblemas que os militares ficaram muito satisfeitos de receberem.

O desenho ou motivo, de que nunca gostei, são muito anteriores a mim, mas obviamente não lhe mexi e assim o aceitei. (...)

(v) António Sá Fernandes (7 de junho de 2024, 22:32) (foi alf mil. CART 3521 e Pel Caç Nat 52, 1971/73)
 (foto à esquerda)

Vivia e vivo em Valença!

Um abraço para todos,

 Sá Fernandes


(vi) Henrique Matos  (8 de junho de 2024, 00:12)

Caro Luís

Estive a gozar uns dias nas ilhas de bruma (como sabes foi lá que nasci e cresci) e não houve tempo para ligar o PC. 

Deparei-me agora com a estória dos crachás e vou meter o bedelho na conversa. Uma nota: tenho um problema com datas, varreram-se da memória. Já pedi uma cópia da folha de matrícula ao Arquivo Geral do Exército. 

No meu tempo o pelotão não tinha brasão/crachá e nunca se falou nisso. O autor (de mau gosto,  na minha opinião) terá sido o malogrado Zacarias Saiegh quando comandou o pelotão em Missirá, antes da chegada do Beja Santos. 

Também sei, pelo testemunho dos meus furriéis, que durante algum tempo (pouco) comandou o pelotão, também em Missirá, um alf mil Azevedo, natural de Castelo Branco, mas do qual não têm mais qualquer referência.

Para a história do 51 posso adiantar que o seu 1.º comandante foi o alf mil José Manuel Dias Perneco, vive em Lisboa, estive com ele no encontro dos pelotões. Interessante foi saber que o Perneco foi substituir o 1.º nomeado que deu à sola antes de embarcar para a Guiné. (...)

(vii) Luís Mourato Oliveira (23 de julho de 2013 às 16:30) (foto à direita):
 
(...) Caros camaradas, estive ao serviço entre 1972 e 1974 na Guiné. Primeiro na CCAÇ  4740 e depois no Pel Caç Nat 52 que desmobilizei e onde terminei a comissão já após o 25 de Abril.

Sou habitual visitante do blogue. Conheci pessoalmente o camarada Luís Graça no almoço de 2012 em Monte Real [VII Encontro Nacional da Tabanca Grande], embora sejamos originários da região Oeste, ele da Lourinhã, eu da Marteleira.

(...)  Guardo com enorme carinho e saudade aquela terra e aquele povo com quem tive o privilégio de servir e que,  quanto mais tempo passa e mais a tecnologia nos inunda e consome, mais apreço tenho pela sua cultura e tradições, sobretudo no que concerne ao respeito pelos homens grandes, pelas crianças e pelos seus mortos e história. (...)

 ________________

Notas do editor:
 
(*) Vd. poste de 4 de junho de 2024 >  Guiné 61/74 - P25600: O armorial militar do CTIG - Parte I: Emblemas dos Pelotões de Caçadores Nativos: dos gaviões aos leões negros, das panteras negras às águias negras...sem esquecer os crocodilos

(**) 3 de outubro de  2008 > Guiné 63/74 - P3266: Operação Macaréu à Vista - II Parte (Beja Santos) (46): Chegou o meu periquito

 (***) Vd. poste de 22 de Abril de 2008 >  Guiné 63/74 - P2788: Tabanca Grande (64): Apresenta-se Sá Fernandes, ex-Alf Mil da CART 3521 e Pel Caç Nat 52 (Guiné 1971/73)

terça-feira, 4 de julho de 2017

Guiné 61/74 - P17544: Cartas de amor e paz em tempo de guerra (José Teixeira, ex-1.º Cabo Aux Enf da CCAÇ 2381) (1): Navio Niassa, 5 de Maio e Bissau/navio Niassa, 7 de Maio de 1968


Empada - José Teixeira escrevendo

1. Em mensagem do dia 29 de Junho de 2017, o nosso camarada José Teixeira (ex-1.º Cabo Aux. Enf.º da CCAÇ 2381, Buba, Quebo, Mampatá e Empada, 1968/70), enviou-nos as duas primeiras "Cartas de amor e paz em tempo de guerra", série que esperamos seja continuada.

Meus caros amigos editores:

Junto mais um texto com um tema novo e pouco trabalhado – Cartas de amor.
Espero que gostem.

Abraço do
Zé Teixeira


Guiné > Bissau > 29 de dezembro de 1971 > Chegada do
T/T Niassa. Foto do ex-al mil, António Sá Fernandes,
CART 3521 (Piche) e Pel Caç Nat 52 (Mato Cão)
(1971/73).
Cartas de amor e paz em tempo de guerra (1)


 1 - Barco Niassa, 5 de maio de 1968

Minha querida

Pára! Senta-te no sofá e procura concentrar-te em mim, pois neste momento, eu, o teu amor,  estou junto a ti, de alma e coração, na amurada do Niassa.

A minha maior preocupação é saber como estás. Calculo que tiveste de fazer um enorme esforço para voltares a ti, já que a minha partida para a Guiné te desorientou. Conheço-te o suficiente para avaliar o teu sofrimento. Creio que tu sofreste mais, com a minha partida, que propriamente eu.

Agora confia na tua força de vontade para voltares a ser, tal como és:  alegre, comunicativa, sempre bem-disposta, com Fé em Deus, que te diz que o teu amor voltará, disposto a amar-te ainda mais. Voltarei para construirmos o nosso futuro em felicidade.

Parto para esta guerra confiado no amor que me dedicas e essa confiança será o meu alento para as lutas na Guiné. Neste momento sinto mais medo da luta que terei de travar comigo mesmo que propriamente da guerra que terei de fazer, ou seja,  a luta contra os bandoleiros que infestam a Província. Conto com a tua ajuda moral e sobretudo espiritual para vencer todas as batalhas que terei de travar para bem do nosso futuro. Deste modo, com a tua ajuda, daqui a vinte meses, estarei junto a ti, com Missão Cumprida,  para não mais me afastar.

Sabes! Estou contente comigo mesmo. Não contava com tanta resistência de minha parte, na despedida. Parti confiante. Os únicos momentos em que vacilei, foi quando me despedi da minha mãe. As lágrimas teimavam em descer pela face, mas consegui segurar-me. Também me custou separar-me de ti. Ainda estou a ver-te sentada no cais de Campanhã a dizer-me adeus, com o teu sorriso de dor e coração apertado.

Não sei como classificar esta viagem em que vamos metidos num porão enorme, como animais para o matadouro. São centenas e centenas de jovens de olhar perdido e estômago revoltado. O cheiro a vómito é abafador, tal como calor que nos persegue dia e noite.

Quinta feira ao fim da tarde sentia uma grande dor de cabeça. Havia algo dentro de mim que não estava bem. Faltava-me a tua presença, sempre querida. Isolei-me na proa do barco, no meio de centenas de camaradas. Então tu apareceste através do telegrama que recebi com a tua mensagem de amor. Não calculas quanto me soube a tua presença ali a meu lado. Como adivinhaste que eu precisava de ti? Sabes, o telegrama veio na hora certa.

As viagens marítimas são formidáveis, mesmo num barco carregado com cerca de mil e oitocentos homens. O ambiente por vezes até parece um arraial minhoto. Muitos encostam-se à amurada e espraiam o olhar no vazio dos céus e mar que nos rodeia. De algum modo estou gostando e espero repeti-lo dentro de vinte meses no sentido inverso. Aí, sim, cantaremos de alegria.

Dizem que estamos a chegar, mas sei que não vou desembarcar hoje, Domingo, em Bissau. Dizem que vamos partir noutro barco e desembarcar algures nas margens do Rio Cacheu. Conto desembarcar com o pé direito, sem foguetes ou balas a assobiar por cima da cabeça.

Confiado no grande amor que me dedicas, fico-me por aqui, com desejos que te encontres bem, na companhia da tua família.

Recebe um grande abraço e muitas saudades do que te quer de alma e coração.
Teu Jorge.

************

2 - Bissau, Niassa, 7 de maio 1968

É meia noite. Como ainda não desembarquei, vou escrever mais um pouco, enquanto o Vítor não desembarca. Pedi-lhe para levar esta carta com ele para pôr no correio.

Está um calor sufocante e uma barafunda enorme. Malas, sacos, embrulhos, homens aos magotes desnorteados. Ordens e contra ordens. Tudo anda aos trambolhões na proa do barco. A minha Companhia deve desembarcar amanhã de manhã para uma lancha e subir o Cacheu.

Minha querida:

Só agora, longe de ti, em terras que não conheço, sinto bem quanto te amo. Não calculas quanto tenho sofrido nestes dois últimos dias. Como vou eu aguentar cerca de dois anos sem te ver, sem a tua presença?

Éramos tão felizes, mas a felicidade não pode durar sempre.

Desculpa este desabafo. Apetece-me chorar. Mas não. Um homem nunca chora.

Um grande abraço e um grande beijo deste que te ama com todo o coração.
Teu Jorge.
____________

sábado, 29 de outubro de 2016

Guiné 63/74 - P16655: Inquérito 'on line' (78): Até agora, num total de 26 respostas (provisórias), só temos 2 casos de desertores durante a comissão no CTIG. Vamos chegar às 100 respostas até 5ª feira, 3/11/2016, às 15h34 ?!


Guiné > Bissau > 29 de dezembro de 1971 > Chegada a Bissau do N/M Niassa. Foto do álbum de António Sá Fernandes, ex-alf mil, CART 3521 (Piche) e Pel Caç Nat 52 (Mato Cão) (1971/73). A  companhia independente CART 3521 viajou com o BART 3873, composto pelas CART 3492, Cart 3493 e CART 3494: a partida de Lisboa foi em 22/12/1971.



Guiné > 26 de dezembro de 1971 > CART 3521  (1971/73) > Viagem do pessoal em LDG,  a caminho de Bolama, para a IAO. Mais tarde, a CART 3521 é3 colocada em Piche.

Foto do álbum de António Sá Fernandes,  que vive em Valença, e foi alf mil, CART 3521 e Pel Caç Nat 52, tendo substituído, como comandante do Pel Caç Nat 52, o alf mil Joaquim Mexia Alves, régulo da Tabanca do Centro e nosso camarigo.


Comentário de Henrique Martins de Castro, em 17/7/2008: 

"Camasradas da Cart 3521,  em especial o autor desta foto, em que está o alferes Sá Fernandes, o alf Martins, o alf Coelho e salvo erro alf Novais e mais camaradas da Cart 3521 ,eu, o Castro condutor,  não serei aquele que está sentado no banco com o relógio no pulso direito? Agradeço resposta em comentário,ou para o mail henrique_50_@hotmail.com Um abraço para todos, Henrique Martins de Castro".

Fotos (e legendas):  ©: António Sá Fernandes (2012) [Edição  e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. INQUÉRITO 'ON LINE': 

"NA MINHA UNIDADE (COMPANHIA OU EQUIVALENTE) NÃO HÁ CASOS DE DESERÇÃO"


1. Nenhum, na metrópole  > 16 (61%)

2. Nenhum, no TO da Guiné  > 21 (80%)

3. Um, na metrópole  > 4 (15%)

4. Dois, na metrópole  > 1 (3%)

5. Três ou mais, na metrópole  > 1 (3%)

6. Um, no TO da Guiné > 2 (7%)

7. Dois, no TO da Guiné  > 0 (0%)

8. Três ou mais, no TO da Guiné  > 0 (0%)


Total de respostas (provisórias), 
até às 18h00 de hoje, 29/10/2016, sábado > 26


Inquérito em curso até  3/11/2016, 5ª feira, às 15h34 (*)


2. O inquérito foi sugerido pelo nosso grã-tabanqueiro António José Pereira da Costa
 [, cor art ref (ex-alf art , CART 1692/BART 1914, Cacine, 1968/69; ex-cap art e cmdt , CART 3494/BART 3873, Xime e Mansambo, e CART 3567, Mansabá, 1972/74,] nestes termos:

(...) "Podemos lançar um inquérito 'à Luís Graça',  com a pergunta: quantos camaradas desertaram na minha unidade no TO daquela PU?  As cinco hipóteses:  nenhum, um, dois, três ou mais de três

Não se aceitam respostas do tipo 'não sei/não me lembro', uma vez que um caso de deserção numa companhia era um caso muito falado." (...) (**)


Esperemos que o número de respostas dos nossos camaradas, até 5ª feira,  chegue pelo menos à centena. 

Uma chamada de atenção: o nosso inquérito desta semana contempla as duas situações:


(i) a hipótese de deserção ter ocorrido na metrópole, 
no decurso da formação da companhia (ou equivalente) 
ou na véspera do embarque 
(caso, por ex., da CCAÇ 2402): 

(ii) ou ter ocorrido já no TO da Guiné, 
durante a comissão (incluindo o período de férias) 
(caso, por exemplo, da CCAÇ 3489)

Podem e devem ser dadas duas respostas: por exemplo, 

1. Nenhum [caso de deserção], na metrópole; e 2. Nenhum [caso de deserção], no TO da Guiné. 

Ou então: 3. Um [caso de deserção], na metrópole; e 2. Nenhum [caso de deserção ], no TO da Guiné.

______________

Nota do editor:



(**) 27 de outubro de 2016 > Guiné 63/74 - P16647: Debates da nossa tertúlia (I): Nós e os desertores (15): Desertor era o militar que (i) foi incorporado, (ii) estava nas fileiras e (iii) as abandonava ao fim de algum tempo... Desconfio um bocado do número de desertores que foi avançado pelos historiadores Miguel Cardina e Susana Martins, se for aplicada a definição exacta dos regulamentos da época (António J. Pereira da Costa, cor art ref)

terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Guiné 63/74 - P10864: Efemérides (114): 22 de dezembro de 1971, partida para o CTIG do BART 3873, no N/M Niassa (António Bonito)


Niassa > Navio misto (carga e passageiros), de 1 hélice, construído em 1955, na Bélgica, registado no Porto de Lisboa, e abatido em 1979; com  mais de 151 metros de comprimento, tinha arqueação bruta de c. 10.700 toneladas, uma potência de 6.800 cavalos e uma velocidade normal de 16,2 nós. Dispunha dos seguintes alojamentos: 22 em primeira classe, e 300 em classe turística, num total de 322 passageiros. (Quando transportavam tropas, a sua lotação quadruplicava...). O número de tripulantes era de 132. Armador: Companhia Nacional de Navegação, Lisboa. Quantas viagens e quantas centenas de milhares de homens terá este navio, tão familiar para tantos de nós ? (LG)

Crédito fotográfico: Navios Mercantes Portugueses  (2004) (Foto aqui reproduzida com a devida vénia...)


1. Efeméride:  22 de Dezembro de 2012 fez 41 anos que o BART 3873, composto pelas CART 3492, Cart 3493, CART 3494 e a companhia independente CART 3521 zarpou de Lisboa rumo à Guiné, no N/M Niassa.

Mensagem recebida no dia 22 de Dezembro de 2012 do nosso amigo e camarada d’armas,  ex-Fur Mil António Bonito, da CART 3494, evocando precisamente o aniversário (41 anos) em que o BART 3873 zarpou de Lisboa com destino à Guiné.

 Boa tarde Companheiros

Acabei de chegar a casa vindo de Aveiro onde tenho familiares. Durante todo o dia o meu pensamento lembrava que a 22 de Dezembro de 1971 embarcámos no Niassa para a Guiné. Neste momento recordo, com saudade, todos os nossos Companheiros que partilharam aqueles tempos. 
Para todos um grande abraço, não esquecendo os amigos que já partiram, e que continuam nos nossos corações para sempre.

Um Santo Natal
António Bonito


[Comentário do editor:  O ex-Fur Mil António Sousa Bonito também passou pelo  Pel Caç N 52, que esteve no Mato Cão, com o Joaquim Mexia Alves...  Mas originalmente pertenceu à CART 3494/BART 3873, Xime e Mansambo (1971/74), companhia de que fez parte  ao nosso grã-tabanqueiro nº 2, o Sousa de Castro... O Bonito vive em Montemor-O-Velho.]


Guiné > Bissau > 29 de dezembro de 1971 > Chegada a Bissau do N/M  Niassa. Foto do álbum de António Sá Fernandes ex-Alf Mil CART 3521 e Pel Caç Nat 52, Guiné 1971/73.

Foto ©: António Sá Fernandes (2012).


2. A história da Unidade reza o seguinte [elementos recolhidos pelo Sousa de Castro]:

1. MOBILIZAÇÃO (…) 

- Despedida

A cerimónia de despedida constou da Missa celebrada pelo Capelão da Unidade no Mosteiro da Serra do Pilar; alocução de um Oficial Superior, representante do Exmo. Governador da Região Militar do Porto ao que se seguiu desfile das tropas em parada e almoço de confraternização na Messe dos Oficiais do RAP-2 (…)

3. DESLOCAMENTO PARA O CTIG 

(...) Vila Nova de Gaia – Lisboa

Com as cerimónias de despedida a 21 de dezembro (...),  o Batalhão de Artilharia 3873 deslocou-se a 22, por caminho-de-ferro, de Vila Nova de Gaia  para Lisboa (Santa Apolónia). Daqui viaturas militares transportaram-no para o cais de Alcântara, onde por volta do meio-dia, a bordo do N/M Niassa largou rumo à GUINÉ.

(...) Lisboa-Bissau-Bolama

Corridos 6 dias, atracou-se às vistas de Bissau e logo de seguida tomou-se uma LDG para BOLAMA. Desembarcaram no próprio dia a CCS, CART 3492 e CART 3493, enquanto ao outro dia desembarcaram as CART 3494 e 3521.

(...) Recepção

Em 2 de janeiro de 1972, pelas 11H00, Sua Exa. O Governador e Comandante-Chefe, General António de Spínola, passou revista às tropas em parada no CIM, acompanhado pelo Exmo Comandante do BART 3873, pronunciando então alocução.

Escutaram-se palavras de boas-vindas e exortação perante aos obstáculos a vencer. Sucedeu-se uma reunião de trabalhos com Oficiais e Sargentos em conjunto primeiro, separadamente depois.

(...)  Rumo aos destinos

Ultimado o período final da instrução, foi o Contingente conduzido, novamente em LDG até ao XIME, localidade onde aportou a 28 de janeiro de 1972. Ali repartiram-se as Companhias, em coluna-auto, pelos respectivos Aquartelamentos:

CCS – Bambadinca
CART 3492 – Xitole;
CART 3493 – Mansambo;
CART 3494 - Xime (...)
_____________

Nota do editor:

Último poste da série > 23 de dezembro de 2012 > Guiné 63/74 - P10852: Efemérides (113): Lembrando o ataque a Missirá em 22 de Dezembro de 1966 (José António Viegas)

domingo, 16 de janeiro de 2011

Guiné 63/74 - P7620: Álbum fotográfico de António Sá Fernandes, ex-Alf Mil da CART 3521 e Pel Caç Nat 52 (Guiné 1971/73) (1): De Mafra à Guiné

1. Mensagem de  António Sá Fernandes, com data de 10 de Janeiro de 2011:

Meu caro:
Tendo em vista a publicação no blogue da Guiné, envio estas fotos.

Um abraço
Sá Fernandes
Valença




Mafra - COM

COM - Vendas Novas, 1970


3.º Pelotão V. N. Gaia 1970


Chegada a Bissau-1970


3.º Pelotão da Cart 3521


LCD - Bolama


Construção de pontão


Com o amigo Novais


Bafatá - 1972


Cart 3521
__________

Nota de CV:

(*) Vd. poste de 22 de Abril de 2008 > Guiné 63/74 - P2788: Tabanca Grande (64): Apresenta-se Sá Fernandes, ex-Alf Mil da CART 3521 e Pel Caç Nat 52 (Guiné 1971/73)

terça-feira, 22 de abril de 2008

Guiné 63/74 - P2788: Tabanca Grande (64): Apresenta-se Sá Fernandes, ex-Alf Mil da CART 3521 e Pel Caç Nat 52 (Guiné 1971/73)



António Sá Fernandes
ex-Alf Mil
CART 3521 e Pel Caç Nat 52
Guiné 1971/73 (3)




1. Recebemos do nosso novo tertuliano, Sá Fernandes (1), uma mensagem com as fotos da praxe, mais algumas de seu tempo de tropa, sem legendas.

Veio ainda uma foto mais recente com uma belíssima paisagem que presumo ser do Minho ou Trás-os-Montes.

Caro Carlos Vinhal:

Creio não conhecer-te; porém e com o intuito de entrar no blogue junto envio umas fotos.

Já sabem que o que diz o Mexia Alves é verdade, ou seja: fui ocupar o lugar dele do Pel Caç Nat 52, vindo da CART 3521 que embarcou no Niassa em Dezembro de 1971, com o BART 3853, salvo erro.

Um abração

Sá Fernandes

Foto 1> Sem legenda, mas dá ideia de um Pelotão de Cadetes do COM


Foto 2> Foto tirada em Bolama


Foto 3> Foto tirada a bordo de uma LDG a caminho de Piche ou Bolama


Foto 4> Foto tirada em Verdoejo, Valença, com a Galiza ao longe

Fotos: © Sá Fernandes (2008). Direitos reservados. (2)


2. Caro Sá Fernandes estás oficialmente apresentado à tertúlia.

A partir de agora poderás enviar os teus textos e as fotografias, sempre acompanhadas das respectivas legendas, não te esqueças.

Recebe um abraço em nome malta.
C.V.
______________

Notas dos editores:

(1) Vd. postes de 18 de Abril de 2008> Guiné 63/74 - P2774: O Nosso Livro de Visitas (13): António de Sá Fernandes, ex-Alf Mil da CART 3521 (Guiné 1969/73)

de 20 de Abril> Guiné 63/74 - P2780: Tabanca Grande (63): Que seja bem vindo o Sá Fernandes, que me substituiu no comando do Pel Caç Nat 52 (Joaquim Mexia Alves)

(2) Fotografias legendas em 23 de Abril de 2008

(3) O nosso camarada por lapso, informou ter estado na Guiné entre 1969/73, quando queria dizer 1971/73

domingo, 20 de abril de 2008

Guiné 63/74 - P2780: Tabanca Grande (62): António Sá Fernandes, ex-Alf Mil que me substituiu no comando do Pel Caç Nat 52 (Joaquim Mexia Alves)

1. Foi com grande alegria que o Joaquim Mexia Alves descobriu o 4º Comandante do Pel Caç Nat 52, depois do Henrique Matos, do Beja Santos e dele próprio, Mexia Alves: trata-se do novo membro da nossa tertúlia (ou em vias de o ser, depois de cumpridas as formalidades, a pedido do co-editor Carlos Vinhal), o António Sá Fernandes, ex-Alf Mil da CART 3521(1971/1973)

Carissimos [editores]:

Acabei de receber este mail do Sá Fernandes que confirma o que eu dizia.

Abraço camarigo
Joaquim Mexia Alves

Mensagem do António Sá Fernandes para o Joaquim Mexia Alves

Meu caro: É EXACTO, estás a raciocionar muito bem... Um dia destes escrevo-te algo sobre o assunto.

Um abração! Felicidades


Sá Fernandes - Valença

Telemóvel: 918 278 939

2. Mensagem anterior do JMA:


Vi a tua entrada no blogue da Guiné e logo fiquei a pensar se não embarcámos juntos no Niassa, em Dezembro de 71 e se não foste tu que me substituiste no Pel Caç Nat 52, no Mato Cão.

Deixei aliás no blogue um comentário neste sentido.

Sejas ou não, aqui vai um abraço amigo do

Joaquim Mexia Alves
_______________

Nota dos editores:

(1) Vd. poste de 18 de Abril de 2008 > Guiné 63/74 - P2774: O Nosso Livro de Visitas (13): António de Sá Fernandes, ex-Alf Mil da CART 3521 (Guiné 1969/73)

sexta-feira, 18 de abril de 2008

Guiné 63/74 - P2774: O Nosso Livro de Visitas (13): António de Sá Fernandes, ex-Alf Mil da CART 3521 (Guiné 1971/73)

1. Em 17 de Abril recebemos uma mensagem de António de Sá Fernandes

Meu caro:
Acabei de tomar conhecimento de uma série de coisas na NET, sobre a Guiné; inclusive a existência de um blogue.
Queria fazer o primeiro contacto para fazer a minha entrada nesta rede de ex-combatentes na Guiné.

Um abraço
António de Sá Fernandes
Ex-Alf Mil
CART 3521
1971 - 1973

2. Em 18 de Abril foi enviada a seguinte resposta a este nosso novo camarada

Caro Camarada António Sá Fernandes

Em nome do Luís Graça, Editor do Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné, venho dar-te as boas vindas.
Ficamos radiantes sempre que um camarada da Guiné nos encontra e deseja integrar o nosso Blogue.

Somos uma tertúlia de ex-combatentes e, de amigos da Guiné que não tendo sido militares naquele território, tem com ele alguma afinidade.

Na nossa página encontrarás as 10 normas de conduta, muito fáceis de seguir, aliás.
Tratamo-nos todos por tu, independentemente dos antigos postos militares, da idade e do nosso lugar na Sociedade. Entre camaradas não pode haver qualquer tipo de descriminação ou distinção.
Respeitamos as ideias de cada um, discutindo-as dentro do mais elevado civismo.
Não nos intrometemos, de maneira nenhuma, na política interna da Guiné-Bissau, país livre e independente que respeitamos como tal. Consideramos os guineenses nossos irmãos e o nosso inimigo de ontem, é hoje um aliado que pode contribuir para o conhecimento do outro lado da guerra. Fomos todos vítimas indefesas do mesmo regime.

Aceitamos este Blogue como um local onde podemos contar as estórias vividas na Guiné e encaramos isto como meio de fazer catarse. Ao mesmo tempo, contribuímos para dar a conhecer um momento da História contemporânea de Portugal que esteve na prateleira durante muitos anos, até se tornar praticamente desconhecida da maioria das pessoas.

Como vês camarada, tens hipótese de aumentar o nosso conhecimento, enviando as tuas estórias acompanhadas (ou não) de fotografias para as ilustrar.

Para começar, peço-te uma foto do tempo de tropa e outra actual, tipo passe de preferência, que farão parte da nossa fotogaleria e que acompanharão as tuas narrativas, quando publicadas. Poderás começar por contar um pouco da história da tua Unidade.

Em nome de toda a Tertúlia deixo-te um abraço fraterno e aguardamos a tua entrada formal na nossa Caserna Virtual ou Tabanca Grande como também é conhecido o nosso Blogue.

Carlos Vinhal