Mostrar mensagens com a etiqueta Cap Abílio Delgado. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Cap Abílio Delgado. Mostrar todas as mensagens

terça-feira, 16 de maio de 2017

Guiné 61/74 - P17363: Inquérito 'on line' (115): Fátima... Com 70 respostas no início da tarde, e a menos de 24 horas para o fim do prazo, conclui-se que todos lá fomos, pelo menos uma vez na vida, antes, durante ou depois da tropa... mais como turistas (58%) do que como peregrinos (18%)


Guiné-Bissau > Região de Tombali > Iemberém > Simpósio Internacional de Guileje > Visita ao sul > 2 de Março de 2008 > O ex-cap mil Abílio Delgado, que comandou a CCAÇ 3477 (sediada em Guileje de novembro de 1971 a dezembro de 1972; também conhecida por "Os Gringos de Guileje);

O Abílio Delgado foi, aos 21 anos (!), o capitão miliciano mais novo do CTIG. Membro da nossa Tabanca Grande, residente na Ericeira, foi fotografado pelo nosso editor Luís Graça, em Iemberém, com a estatueta, em metal, da Nossa Senhora dos Milagres de Guileje, a santa protectora dos Gringos de Guileje, "miraculosamente" encontrada nas escavações arqueológicas do antigo aquartelamento de Guileje em 2008, por Domingos Fonseca. Julgamos que esta estatueta estava na capela, construída pela CART 1613 (1967/68).

Foto (e legenda): © Luís Graça (2008). Todos os direitos reservados.



Guiné > Região de Tombali > Guileje > CCAÇ 3477 (1971/72) > Oráculo, com duas  imagens: (i) a  de Nossa Senhora de Fátima (à direita);  e (ii) a do Santo Cristo dos Milagres  (numa redoma de vidro ou relicário).

Na foto, vê-se ainda o Amaro Munhoz Samúdio, ex-1º cabo enfermeiro,   à civil, de óculos escuros. A foto foi-nos disponibilizada, sem legenda,  pelo Pepito, o histórico dirigente da ONG AD - Acção para o Desenvolvimento.

No oráculo ao Santo Cristo dos Milagres, pode ler-se a oração em verso, inscrita na base do monumento: "Santo Cristo dos Milagres / Nesta capelinha oramos / Para sempre sorte dares / Aos Gringos Açoreanos".

 A companhia era maioritariamente constituída por pessoal dos Açores.  Guileje, por seu turno, sempre foi um dos locais de culto mariano, no TO da Guiné. Recorde-se a capelinha de Guileje, construída sob a invocação de N. Sra. Fátima pela CART 1613 (1967/68).  O culto do Santo Cristo dos Milagres bem como o de Nossa Senhora dos Milagres é muito mais antigo do que o de N. Sra. de Fátima, e ambos são de grande devoção nos Açores.

Esta lápide assim como a estatueta e diversos outros objectos de uso corrente, foram encontrados por ocasião das escavações arqueológicas do antigo aquartelamento das NT... Associado aos trabalhos de capela e ao núcleo museológico de Guileje, esteve incontornavelmente o nome do dedicado e incansável Domingos Fonseca, engenheiro técnico agrícola, quadro da AD, e o grande arqueólogo de Guileje. Peças como esta estatueta da Nossa Senhora foram encontradas por ele,  Por essa razão passou na altura a integrar a nossa Tabanca Grande.

Segundo informação do Samúdio,  o monumento, o oráculo da foto acima,  foi contruído pelos Gringos e inaugurado pelo então Ministro da Defesa Nacional, general Sá Rebelo e também pelo então governador, general Spínola, em 12 de junho de 1972. O oráculo e a capela foram reconstruídos pela ONG AD, com sede em Bissau, com o apoio da nossa Tabanca Grande, e nomeadamente o Grupo dos Amigos da Capela de Guileje.

Foto: © Amaro Samúdio (2006) / AD - Acção para o Desenvolvimento. Todos os direitos reservados. [Edição e legenda: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


I. INQUÉRITO 'ON LINE':

"FUI COMBATENTE, NUNCA FUI A FÁTIMA"...


As 70 primeiras respostas (até ao início da tarde de hoje):




1. Fui lá ainda em miúdo ou ainda antes de ir para a tropa  > 28 (40%)



2. Fui lá, como militar, antes de ir para o ultramar  > 4 (5%)



3. Fui lá logo depois de vir do ultramar  > 11 (15%)



4. Só fui lá muitos anos depois (de vir do ultramar)  > 13 (18%)



5. Fui lá como verdadeiro peregrino ou crente  > 13 (18%)


6. Fui lá como simples turista ou em passeio  > 41 (58%)

7. Nunca fui a Fátima mas ainda gostaria de lá poder ir  > 0 (0%)

8. Nunca fui a Fátima nem tenho especial interesse em lá ir  > 0 (0%)



II. Prazo de resposta: 



até amanhã, dia 17 de maio, 4ª feira, às 16h53.

_____________



Nota do editor:

Último poste da série > 14 de maio de  2017 > Guiné 61/74 - P17352: Inquérito 'on line' (114): Fátima... As 50 primeiras respostas: todos lá fomos, mas a maioria de nós (60%) como "simples turistas ou em passeio"... Prazo para responder termina 4ª feira, dia 17, às 16h53

sexta-feira, 22 de julho de 2016

Guiné 63/74 - P16325: Notas de leitura (861): “Capitães do Fim… do Quarto Império”, por António Inácio Nogueira, Âncora Editora, 2016 - Para entender a pátria exausta: os Capitães do Fim do Império (2) (Mário Beja Santos)

1. Mensagem do nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil, CMDT do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70), com data de 15 de Julho de 2016:

Queridos amigos,
Este camarada da Guiné apresentou uma tese de doutoramento na Universidade Fernando Pessoa, em 2015, sobre os capitães do fim do Império, os jovens comandantes de companhia com que se procurava suprir a carência básica de oficiais formados na Academia Militar, foram formados às centenas e lançados nos três teatros de guerra.
Há um meritoso trabalho de síntese a descrever um enquadramento histórico-político da guerra, um levantamento sério do que era a seleção e a formação destes jovens capitães, e chegamos a dois capítulos essenciais que decorrem do levantamento de autobiografias de cinco capitães seguindo-se um bem coligido elenco de 30 histórias de vida. Obviamente que nos cingimos àquelas que têm a ver com a sua presença na Guiné.
Direi sem qualquer hesitação que é uma obra que justificadamente devemos conhecer e sobre ela refletir, não ilude a carga polémica que a acompanha do princípio ao fim: a Pátria estava exausta, estava-se no limite dos recursos humanos, aqueles jovens saíam da universidade claramente politizados, sabiam melhor que os seus camaradas dos primeiros anos da guerra que havia ventos da História e que sem debate político se caminhava para o precipício.

Um abraço do
Mário


Para entender a pátria exausta: os Capitães do Fim do Império (2)

Beja Santos

Dando seguimento aos aspetos essenciais da obra “Capitães do Fim… do Quarto Império”, por António Inácio Nogueira, Âncora Editora, 2016, depois de se sintetizar o enquadramento histórico e político da guerra e como se selecionavam e formavam estes comandantes de companhia, abre-se espaço a cinco autobiografias militares a que se seguem testemunhos na primeira pessoa. Por razões compreensíveis, acolhem-se aqueles que se relacionam expressamente com a Guiné, mas é imperioso chamar à atenção do leitor para o considerável interesse que têm os testemunhos dos comandantes de companhia que combateram em Angola e Moçambique.

As cinco autobiografias de comandantes de companhia combateram em Angola e Moçambique. Escreve o autor: “Estas cinco narrativas são o rosto da guerra traiçoeira e permanente em Mueda e Candulo e da fuga dos aquartelamentos das nossas tropas, das emboscadas e dos ataques a aquartelamentos em Sanga Planície e Miconge, do isolamento em N’Riquinha que magoa por dentro, nas terras do fim do mundo, da paz que se negoceia em segredo os matagais de Cangumbe com a UNITA, dos últimos tiros e dos últimos combates em N’Dalatando, Cabinda, Malange, Massabi e Pangamongo. Dos saques perpetrados e das debandadas, quando se aproxima o fim, na reta final do império” e segue-se a série de depoimentos: de Afonso Maria de Eça de Queiroz Cabral, relatando do saque de Vila Salazar (N’Dalatando), ao golpe de Cabinda; de António Inácio Correia Nogueira, cavaleiro do Maiombe, de António Pereira de Almeida, que andou em Mueda e em Candulo; de Benjamim Fernando Almeida, o negociador nos matagais de Cagumbe; e Lionel Pedro Cabrita, a quem se deve o texto de N’Riquinha a Rivungo, nas terras do fim do mundo.

Temos os testemunhos na primeira pessoa e os da Guiné tocam-nos pelo vigor, pela sinceridade e em tantos casos pelo desassombro.

Logo Abílio Delgado, o capitão puto de Guileje, incorporado em Abril de 1970, tinha 20 anos, fez a guerra e seguiu-se uma carreira profissional na banca. Ofereceu-se como voluntário para o curso de comandantes de companhia. O estágio, no posto de alferes, foi realizado no Leste de Angola, na região do Luso. Quem ministrou o curso em Mafra para comandante de companhia nunca tinha estado no Ultramar. Foi mobilizado para a Guiné, no comando de uma companhia independente. Foi colocado em Guileje, cujo aquartelamento descreve: “Eram cerca de 700 pessoas dentro do aquartelamento, contando com a população. A atividade operacional resumia-se a patrulhas diurnas, dia sim, dia não, com um efetivo de dois grupos de combate, e a coluna de reabastecimento, de Gadamael até Guileje. Durante a época das chuvas estávamos isolados por via terrestre, não havia reabastecimento. As condições de defesa satisfaziam, tínhamos boa artilharia e bom apoio aéreo, quando necessário”. Considera ter havido bom relacionamento com os subordinados, embora fosse o mais novo dos oficiais. Era o capitão puto, tinha 22 anos, chegou à Guiné em 1971.

Albertino Santos Pereira foi aterrar em Geba, fora mobilizado em 1972. Tinha sido nomeado para ir substituir o capitão de Guileje, acabou por ir parar a Geba, foi substituir um capitão que morreu de cancro. O seu grande orgulho foi trazer de regresso todos os seus homens, herdou uma companhia sem primeiro-sargento, teve uma comissão liquidatária trabalhosa, confrontou-se com problemas administrativo-logísticos de monta.

Carlos Alberto Gaspar Martinho embarcou para a Guiné em Março de 1972. Na universidade participou no movimento associativo “contra a Guerra Colonial” e esteve para fugir com dois colegas. O pai pediu-lhe para não ir. Fez o estágio em Angola, experiência inolvidável, saiu-lhe um capitão apanhado pelo clima, que fizera uma operação em que se perdeu metade dos efetivos, tiveram um trabalhão para regressar. Foi para o Olossato e Spínola assegurou-lhe: “É tão má esta zona que as companhias que vão para lá só ficam um ano, se tiverem bons resultados. Se o nosso capitão tiver resultados ótimos, dou-lhe a minha palavra de honra como vem aqui para Bissau, ao fim de um ano… Mantenha-me os itinerários todos limpos". Foi ferido na primeira flagelação, coseram-lhe os dedos. No Olossato, imprimiu uma disciplina rígida, foram levantadas muitas minas e houve poucos mortos em combate. Rodaram para Quinhamel, estava lá há um mês quando recebeu uma mensagem do Comando-Chefe para se apresentar no quartel-general. Apresentou-se e Spínola explicou-lhe que lhe tinha dado a palavra de honra que agora ia quebrar, dava-lhe a missão de se apresentar em Binta e a fazer a picagem e a desminagem da picada de Binta para Guidage. “Em Guidage ficam dois grupos de combate seus, e os outros dois grupos vão para Bigene. O senhor fica em Guidage, com os dois grupos, e comanda a outra companhia, de africanos, que lá está. O capitão Salgueiro Maia vai-se embora. Tem três dias. Tudo o que precisar peça. Estamos entendidos?”
Encontrou Salgueiro Maia e este barafustava: “Isto não se resolve com a guerra, chego à Metrópole e rebento com esta merda toda”. Deplora que todo o seu trabalho e dos seus soldados não mereceu uma réstia de conhecimento.

João Londral Ivens Ferraz de Freitas Leito Martins. Passou treze meses na Guiné. “Fui colocado em Canjadude, onde aquartelava a CCAÇ 5, com soldados africanos enquadrados por oficiais e sargentos europeus. Canjadude tinha um quartel com uma casa para os serviços administrativos, um pequeno barracão para as refeições da tropa branca, valas em ziguezague, bunkers semi subterrâneos para alojamentos, e a aldeia indígena ao lado, cheia de enormes mangueiras que abrigavam o povoado”. Foi aqui que fez o estágio. Voltou a Mafra e formou batalhão sobre o comando do Tenente-Coronel Luís Atayde Banazol. Mobilizados para a Guiné, feito o IAO, marcharam para Farim, a atividade militar englobava Jumbembém, Nema, Lamel, Canjambari, Farim. O pior momento terá sido o ataque ao quartel, em Jumbembém, Fevereiro de 1974. E adiante: “Devo mencionar que os nossos soldados estavam emocionados com o fim da guerra e abraçavam os soldados do PAIGC. A capacidade de confraternização dos portugueses estava ali bem patente! Também fui de Berliet a Guidage. Percorri em silêncio a célebre zona de emboscadas, entre Binta e Guidage. Parecia-me ainda cheirar o fumo do rescaldo, buracos, troncos queimados, uma paisagem tenebrosa. Dias depois, fui com o Major Morna de helicóptero a Binta para entrega da unidade ao PAIGC. Depois, foi a retirada de Cuntima, de Jumbembém e de Farim”.

(Continua)
____________

Nota do editor

Poste anterior de 18 de julho de 2016 > Guiné 63/74 - P16314: Notas de leitura (859): “Capitães do Fim… do Quarto Império”, por António Inácio Nogueira, Âncora Editora, 2016 - Para entender a pátria exausta: os Capitães do Fim do Império (1) (Mário Beja Santos)

segunda-feira, 5 de março de 2012

Guiné 63/74 - P9559: O PIFAS, de saudosa memória (3): Depoimentos de José Santos, Luís de Sousa, Abílio Delgado e Rogério Ferreira

 1. Mais informações que nos chegaram à caixa do correio da Tabanca Grande, sobre o PIFAS ou PFA - Programa radiofónico das Forças Armadas no CTIG, no início dos anos 70. [ Imagem à esquerda: A mascote do PIFAS, de autor desconhecido - Imagem enviada pelo nosso camarada Carlos Carvalho]


(i) José Santos [, ex-1º Cabo Enf, CCAÇ 3326 (Mampatá e Quinhamel, Jan 71/Jan 73]

Caro amigo: No programa do PIFAS, uma voz que conheço é a do João Paulo Diniz, locutor da Antena 1, ao sábado, entre as 5 e as 7 horas da manhã. Estou à espera que me telefone para me encontrar com ele. Depois darei notícias. OK ?! Um abraço, Santos


(ii) Luís de Sousa [, CCAÇ 2797, Cufar, 1970/72]
 
Olá, não posso dizer grande coisa para além de que passou pelos microfones do programa o João Paulo Diniz, que deve ter muito para contar, e com o qual fiz a recruta em janeiro de 70,  na Carregueira.



 (iii)  Abílio Delgado [, ex-Cap Mil da CCAÇ 3477, Gringos de Guileje, Guileje, 1971/73]

Recordo-me do PIFAS, bem como o programa de discos pedidos. Aliás, os Gringos [de Guileje] chegaram a gravar cassetes que depois eram transmitidas nessa radio, única na Guiné. Os Gringos estiveram em Nhacra em 1972/73 e uma das missões desse aqurtelamento era precisamente a defesa da antena emissora da rádio militar da Guiné conhecida pelo PIFAS.


O Furriel Mendes, já falecido, dos Gringos, chegou a trabalhar na estação. Recordo-me que um dos responsáveis era um tipo alto, de barbas, tipo Luís Graça, cujo nome já não recordo. (...).


 (iv) Rogério Ferreira [, ex-Fur Mil Inf Minas e Armadilhas, CCAÇ 2658/BCAÇ 2905, Nhamate e Galomaro, 1970/71]


PIFAS, um amigo na tristeza, passava pelo menos à tarde. Um dos locutores era o João Paulo Diniz, mais tarde locutor da Emissora Nacional ou RDP 1. Lembro-me que nos meses de Outubro ou Novembro de 1971, ele e outro locutor, e uma senhora (da qual não recordo o nome), faziam o programa e introduziram um passatempo.

Certo dia estava de folga e,  com dois camaradas furriéis, fomos ao Solmar e ouvimos no PIFAS que quem apresentasse nos estúdios uma alface teria um prémio. Claro,  nós, alface, não tínhamos mas lembrei me que tinha uma nota de 20$00 que cá no Continente lhe chamavam as folhas de alface. Foi-nos dito que,  se não aparecesse ninguém com uma alface,  ganharíamos. Apareceu entretanto um soldado ou um cabo com uma alface mas, ó meu Deus!, ninguém podia estar perto dele.

Não sei se recordam, na avenida para o Quartel General havia umas hortas,  não sei a quem pertenceriam. O camarada, ao passar em viatura, terá visto as hortas e as alfaces, só que não viu que junto à estrada havia umas regueiras onde corriam os esgotos que vinham do QG e era dessa água (?) que regavam a horta. Como era de noit,  ele nem viu a regueira.


Imaginam o resultado!... O mau cheiro,  parecia que ele tinha passado pelos esgotos de Santarém (para quem esteve na extinta EPC- Escola Prática de Cavalaria) ou  pelas velhas salinas de Tavira, com águas podres há vários anos.

Não me lembro o que foi o prémio mas entendo que o mereceu. Terei uma fotocópia dum postal do PIFAS mas vou tentar que mo emprestem de novo,  se ainda existir,  para tirar fotocópia a cores. É giro. Se conseguir,  faço chegar à vossa posse. (...)

______________

Nota do editor:

Postes anteriores da série:

4 de março de 2012 > Guiné 63/74 - P9557: O PIFAS, de saudosa memória (1): Depoimentos de José da Câmara, Carlos Carvalho e Carlos Cordeiro




4 de março de 2012 > Guiné 63/74 - P9558: O PIFAS, de saudosa memória (2): Depoimentos de David Guimarães, Joaquim Romero e António J. Pereira da Costa

domingo, 1 de maio de 2011

Guiné 63/74 - P8193: Convívios (321): O encontro da CCAÇ 3477 - Gringos de Guileje -, vai decorrer em 28 de Maio 2011, na Ericeira (Abílio Delgado)




1. O nosso Camarada Abílio Delgado, ex-Cap Mil da CCAÇ 3477 “Gringos de Guileje”, Guileje, 1971/73, enviou ao Luís Graça, com pedido de publicação, o programa da festa anual da sua companhia.

ENCONTRO DA CCAÇ 3477 “GRINGOS DE GUILEJE”
DIA 28 de MAIO NA ERICEIRA


O encontro da CCAÇ 3477 - Gringos de Guileje -, vai decorrer no dia 28 de Maio 2011, no Restaurante "Estrela do Mar"- em Ribamar -, na Ericeira, com o seguinte programa:
10H30 - Concentração frente o Convento de Mafra;
11H00 - Passeio em comboio turístico pela Tapada Real de Mafra;
13H00 – Almoço.

Se nos quiseres honrar com a tua presença, será um enorme prazer.

Abraço
Abílio Delgado Cap Mil da CCAÇ 3477
___________
Nota de M.R.:
Vd. último poste da série em:
1 de Maio de 2011 > Guiné 63/74 - P8192: Convívios (315): Lampreiada e visita ao aproveitamento hidroeléctrico de Crestuma-Lever, 30 de Abril (Magalhães Ribeiro)

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Guiné 63/74 - P5770: Núcleo Museológico Memória de Guiledje (15): Um visita virtual (Parte II)








Guiné-Bissau > Região de Tombali > Guileje > Núcleo Museológico Memória de Guiledje (*) > Fotos (sem legendas) enviadas pelo nosso amigo Pepito >  Reconhecem-se, nas primeiras quatro imagens, documentos relativos à presença portuguesa:  (i) a célebre foto aérea tirada pelo José Neto, em finais de 1967, quando a unidade de quadrícula de Guileje era a CART 1613 (1967/68);  (ii) espólio doado pelo Cap Mil Abílio Delgado, comandante da CCAÇ 3477, Os Gringos de Guileje; (iii) objectos diversnas encontrados nas ruínas do aquartelamento (incluindo 1 pistola, 1 lata de conservas, pratos de alumínio) ...

Fotos: © Pepito / AD - Acção para o Desenvolvimento (2010). Direito reservados

___________

Nota de L.G.:

(*) Vd. último poste desta série > 5 de Fevereiro de 2010 > Guiné 63/74 - P5769: Núcleo Museológico Memória de Guiledje (14): Um visita virtual (Parte I)

terça-feira, 6 de maio de 2008

Guiné 63/74 - P2815: Tabanca Grande (67): Abílio Delgado, Zé Carioca e Sérgio Sousa (Os Gringos de Guileje) (CCAÇ 3477, Nov 1971/ Dez 1972)

Guiné-Bissau > Bissau > Hotel Palace > Simpósio Internacional de Guiledje (1 a 7 de Março de 2008) > 2 de Março > Intervenção, emocionado, do português Abílio Delgado, que foi comandante da penúltima unidade de quadrícula de Guileje, a CCAÇ 3477 (Nov 1971/Dez 1972), que foi substituída pela CCAV 8350, os Piratas de Guileje (Dez 1972/Mai 1973). Foi, aos 21 anos, o mais jovem capitão, miliciano, do Exército Português. Vive na Ericeira. Passa a integrar a nossa Tabanca Grande.

Vídeo (1' 49''): ©
Luís Graça (2008). Direitos reservados. Vídeo alojado em: You Tube >Nhabijoes


Guiné-Bissau > Região de Tombali > Iemberém > Simpósio Internacional de Guileje > Visita ao sul > 2 de Março de 2008 > Três homens com um ar de felicidade... Ei-los aqui fotografados com um tesouro, a estatueta, em metal, da santa protectora dos Gringos de Guileje, encontrada nas escavações arqueológicas do antigo aquartelamento de Guileje... Da esquerda para a direita os valorosos representantes da penúltima unidade quadrícula de Guileje, a CCAÇ 3477 (Nov 1971 / Dez 1972): José Carioca, Abílio Delgado e Sérgio Sousa... O Zé Carioca é actor de teatro (amador ?) e sei que vive em Cascais.


Guiné-Bissau > Bissalanca > Aeroporto Osvaldo Vieira > 29 de Fevereiro de 2008 > O Pepito ficou visivelmente feliz, ao receber de braços abertos, os três Gringos de Guileje, que vieram propositadamente para participar no Simpósio Internacional de Guileje. Em primeiro plano, de costas, o Sérgio Sousa.

Guiné-Bissau >Bissau > Hotel Palace > Simpósio Internacional de Guiledje (1 a 7 de Março de 2008) > Sessão inaugural, 3 de Março de 2008 > Em primeiro plano, o José Rocha e os três Gringos.

Fotos e legendas: ©
Luís Graça (2008). Direitos reservados.


Guiné-Bissau > Região de Tombali > Acampamento Osvaldo Vieira > 2 de Março de 2008 > O editor Luís Graça, de joelhos, fotografando um antigo guerrilheiro do PAIGC, dando explicações sobre a organização militar do PAIGC. Foto enviada pelo Zé Carioca.

Guiné-Bissau > Região de Tombali > Acampamento Osvaldo Vieira > 2 de Março de 2008 > No primeiro plano, ao centro, o Zé Carioca, ladeado à sua direita pela esposa do Pepito, Cristina, e à sua esquerda pela Sra. Ministra dos Combatentes da Liberdade da Pátria... Na foto, vê-se ainda a Maria Alice Carneira, esposa do editor Luís Graçpa, bem como o Prof Luís Moita, de óculos escuros.

Fotos: ©
José António Carioca (2008). Direitos reservados.


1. Mensagem de José António Carioca, com data de 2 de Maio:

Caro Camarada Luís

Nós, os Gringos de Guileje, vamos fazer o nosso almoço no dia 31 de Maio. Eu gostaria que o meu amigo estivesse presente (com a sua esposa, se assim o desejar obviamente). Entretanto, como também tirou imensas fotos, gostaria de saber se tem algumas onde possam estar os representantes dos Gringos e me possas enviar. Eu gostaria de fazer uma apresentação aos meus camaradas no dia do almoço.

Pela foto que lhe envio, já é mais fácil de me identificar porque na foto onde aparece a sua esposa, eu estou ao lado da Sra. Ministra e da esposa do Pepito.

Eu gostaria de poder colaborar também no seu blogue, Luís Graça e Camaradas da Guiné, mas não sei como o fazer por não dominar muito bem a informática.

Tenho algumas notícias que talvez possam interessar, que é mais propriamente um projecto de intercâmbio cultural com a Guiné Bissau. Numa reunião que já houve aqui em Cascais, com o Pepito e o meu grupo [de teatro], estamos neste momento numa fase avançada desse projecto, penssamos que vai ser possível irmos a Bissau em Setembro deste ano.

Fico então à espera duma resposta sua, tanto para a sua comparência no almoço como a possível troca de fotos.

Um abraço,

José Carioca,
ex-Fur Mil Trms e Cripto,
CCAÇ 3477,
Gringos de Guileje
Guileje (1971/72)

2. Comentário de L.G.:

Meu caro Zé Carioca, amigo e camarada:

(i) Fico feliz por me teres contactado e enviado 2 fotos destes dias maravilhosos que passámos juntos no sul da Guiné-Bissau e em Bissau, entre 29 de Fevereiro e 7 de Março de 008;

(ii) Fico encantado por pedires guarida na nossa Tabanca Grande: como te disse na altura, era minha intenção propor e apadrinhar a tua candidatura a membro (activo) do nosso blogue... A ti, ao Abílio Delgado e ao Sérgio Sousa... Podes confirmar que te fiz ou vos fiz a proposta e a promessa. E que tive a anuência dos três.

(iii) Sobre o teu amável convite para participar na festa de convívio dos Gringos, tenho a dizer o seguinte: fico-te grato pela ideia e pela intenção; mas acontece que tenho convite parecido, anterior ao teu, de uma outra unidade; por razões de calendário e compromissos familiares, não posso dizer, desde já, o que vou fazer no dia 31 de Maio; infelizmente, não tenho o dom da ubiquidade; se não for este ano, poderá ser numa próxima; de resto, temos, nós próprios, a malta do nosso blogue, o nosso III Encontro Nacional, em Monte Real, já no dia 17 de Março para o qual tu, o Abílio e o Sérgio, ficam automaticamente convidados.

(iv) Por uma razão ou outra, só hoje, ao ler o teu mail, é que dei conta de que estou em falta contigo e com os teus camaradas Gringos, o Abílio e o Sérgio... O que é prometido é devido... A partir de hoje, podes, com todo o mérito, considerar-te membro da nossa tertúlia. Tu e os teus dois camaradas. Ir a Guileje é como ir a Meca. E ter vivido em Guileje um ano, já é obra. Se fosses general, dava-te logo mais uam estrela...

(v) Infelizmente, não tive tanto tempo quanto desejaria para falarmos, com profundidade, calma e cumplicidade, do teu tempo passado, presente e futuro. Sei que estás ligado ao teatro. É uma expressão de arte de que gosto muito. Fico contente por saber que já tens ideias e projectos concretos no domínio do intercâmbio cultural entre o teu grupo de Cascais e a malta de Bissau (presumo que se trate do Grupo de Teatro Os Fidalgos, que eu também gostaria de poder ajudar).

(vi) Para já, vamos manter-nos em contacto, pelo mail do blogue. Algumas fotos tuas e dos teus camaradas têm vindo a ser publicadas no nosso blogue. Preciso agora de fotas vossas, de Guileje, de 1972. Sejam bem-vindos à nossa Tabanca Grande, tu, o Abílio e o Sérgio. Vamos pôr-vos na lista do nosso correio electrónico.

Um Alfa Bravo. Luís Graça

___________

Nota de L.G.:

(1) Sobre os Gringos de Guileje:

14 de Dezembro de 2005 >
Guiné 63/74 - CCCLXVII: Guileje, terra de fé e de coragem (Luís Graça)

11 de Junho de 2006 >
Guiné 63/74 - P864: Unidades aquarteladas em Guileje até 1973 (Nuno Rubim / Pepito)

28 de Junho de 2007 >
Guiné 63/74 - P1894: Louvores e punições (2): CCAÇ 3477, Os Gringos de Guileje (Amaro Samúdio)

10 de Outubro de 2006 >
Guiné 63/74 - P1162: Guileje: CCAÇ 3477, os Gringos Açorianos (Amaro Munhoz Samúdio)

18 de Novembro de 2006 >
Guiné 63/74 - P1293: Guileje: do chimpanzé-bébé aos abrigos à prova do 122 mm (Amaro Munhoz Samúdio, CCAÇ 3477)

22 de Junho de 2007 >
Guiné 63/74 - P1869: Convívios (19): Os Gringos de Guileje, a açoriana CCAÇ 3477, encontram-se ao fim de 33 anos! (Amaro Samúdio).

23 de Março de 2008 >
Guiné 63/74 - P2674: Recortes de imprensa (3): José Carlos Marques, do Correio da Manhã, em Gandembel e Guileje, embeded nas NT


(...) " O regresso a Guiledje é um momento sentido por outros três ex-combatentes. Abílio Delgado, Sérgio Sousa e José Carioca cumpriram ali serviço militar entre Setembro de 1971 e Julho de 1973. Com 21 anos, Abílio Delgado, o mais jovem capitão do Exército português, comandava a companhia dos Gringos de Guiledje. 150 homens habituaram-se a viver sob ameaça permanente:

"-O período mais longo que estivemos sem ser bombardeados não passou de 15 dias. Havia sempre morteiros a cair e passávamos a vida escondidos nos abrigos - lembra.

"A companhia teve duas baixas em combate, mas conseguiu aguentar o quartel até ao fim da comissão. Foram a última companhia a consegui-lo. Os militares que os substituíram, os Piratas de Guiledje, comandados por Coutinho e Lima, abandonaram" (...).