Torcato Mendonça > Foi meu Comandante Chefe. Sabia
comandar tropas e era respeitado. (29/1/20013)
José A. Pardete Ferreira > Foi um bom líder! Não era por
acaso que, quase diariamente, ao
regressar do mato, passava pelo Hospital para se inteirar do estado dos feridos
e dar umas palavrinhas a alguns. No entanto, a primeira vez que o vi, foi empoleirado numa Daimler que lhe servia de
Taxi, da pista do hélio até ao aquartelamento em Cacheu. Do discurso aos
soldados nem vos falo... (29/1/2013)
José Basílio Costa > Foi também o meu Comandante-Chefe e Governador
-Geral da Guiné durante a minha comissão de serviço entre Janeiro de 1971 e
Janeiro de1973. Embora polémico, por ser
muito militarista e disciplinado, era todavia um líder nato, respeitado pelos
soldados pelos quais se preocupava em relação às suas condições de vida nos
aquartelamentos, que visitava de helicóptero, por vezes mais do que um quartel
por dia, e muito temido pelos oficiais responsáveis por esses aquartelamentos
no mato, aos quais exigia responsabilidades quando notava que eles
negligenciavam as suas funções no teatro de operações.
Com a sua Campanha de Acção Psicológia do Programa
"Guiné para Todos", o Gen Spínola conseguiu atrair a simpatia e o
apoio de muitas populações e vários chefes tribais, provocando muitos
dissabores ao PAIGC.
Quando viu que a guerra tinha chegado a um impasse, a partir
do momento em que a Força Aérea se recusou a sair em missões ao mato, depois de
terem sido abatidos alguns aviões de combate pelos famosos mísseis russos Strela,
e percebendo a gravidade da situação foi a Lisboa fazer o ponto da situação ao
Chefe do Governo Marcelo Caetano, dizendo-lhe que a única solução era negociar
com o PAIGC uma retirada honrosa para Portugal.
Como Marcelo não aceitou o abandono da ex-colónia e perante
a recusa do Gen Spínola em continuar a fazer uma guerra perdida, demitiu-o do
cargo de Governador da Guiné, nomeando em seu lugar o Gen Bettencourt
Rodrigues! Passados uns meses publicou o livro "Portugal e o Futuro" que
deu muita polémica e que dava como hipótese para o ex-Ultramar uma solução
federalista, que na altura já não resultaria, dadas as pretensões das
ex-colónias em serem independentes e com fortes apoios internacionais, em
especial dos países do Bloco de Leste, a URSS e a China. Finalmente a partir do
25 de Abril, tornaram-se irreversíveis as independências há tanto tempo
reclamadas das nossas antigas colónias. (29/1/2013)
Bernardino Cardoso > Pois. Em Bula foi da pista do Héli, mais que
uma vez e n vezes… Foi de Panhard. E havia umas seis. A pista era fora do quartel, no topo da pista
de aviação. Uma das primeiras coisas que se sentiram com a sua chegada foi o
preço do Whisky velho que passou de 120 pesos para 90. 25% duma assentada.
Acabou com o "tacho" dum jeitoso que se abotoava com este
dinheirinho. (29/1/2013)
Armando Ferreira Martins > Bati-lhe uma grande palada, à
porta da Capela da BA12. (29/1/2013)
Armandino Oliveira > Eu o conheci em Mansabá, creio
que em 1968, em visita de posse, fiquei impressionado, pela sua postura: monóculo,
bastão, luvas pretas, mangas da camisa camuflada arregaçadas acima do cotovelo.
Confesso, me ví perante um general do exército alemão, na época das SS. (29/1/2013)
Manuel Augusto Reis > Sofri um bom bocado pela teimosia dele,
mas não deixo de o apreciar como um grande militar. Vi-o visitar Gadamael
debaixo de fogo, onde só por milagre não foi atingido. Vi-o ser tolerante nas
visitas ao mato, onde não exigia um atavio militar rigoroso. Vi-o ser
idolatrado pelas populações onde se deslocava. Vi os profissionais amedrontados
sempre que ele lhes aparecia pela frente; aqui havia exagero, mas ficava o
alerta dos deveres dos militares profissionais. Como político a que aspirava
ser, foi um fracasso. (29/1/2013)
Armandino Oliveira > Como militar eu o considerava génio
e afoito, a ponto de, embora na posição hierárquica que tinha, não se escusar
de situações de risco. Todos os comandos tinham "pavor" dele. Soube
que ele teria tido treinamento militar, na época hitelariana, talvez por isso a
sua postura. O major Porto, do BCAV 1897, com quem estive em Mansoa e Mansabà (
1966-1968 ), também tinha uma postura semelhante, mas era um doce de ser
humano. (29/1/2013)
João Guerreiro > Com todo o respeito pelo Ser. General,,militar
com muita presença, só lamento ter um castigo na caderneta, na sua passagem por CContuboel,
70/72-Guiné. (29/1/2013).
José Tavares > Sou de 69-71. Vi-o várias vezes. Pessoalmente gostei
da frontalidade com que ele falava com os soldados em primeiro lugar EREC FOX 2640
(29/1/2013)
Bernardino Cardoso > 1968-69, Bula, Panhards Pel Rec 2024. Não
falei desse aspecto do Spínola porque está tudo dito a seu respeito. Era um
militar de grande craveira e que cativava o respeito e admiração de todos. Foi
a Bula várias vezes. Só referi aquela história do whisky para apontar a forma
determinada como entrou na Guiné e começou a arrumar a casa. Não foi só o
whisky. Foram muitíssimas outras coisas. (29/1/2013)
Francisco Gomes >
Buba 68/69. O gen Spínola fez uma visita ao aquartelamento. A primeira
atitude que teve foi dirigir-se aos soldados para saberem as condições em que
estávamos em ordem a alimentação, reabastecimentos, etc.. Só depois se dirigiu
aos oficiais e sargentos, o que
demonstrou que tinha apreço e humanidade pela tropa fandanga, tantas vezes
humilhada por oficiais superiores. Grande Homem, Grande Militar, com os cojones
no sítio. Participou numa coluna militar de Buba a Aldeia Formosa, com o seu
habitual camuflado, luvas, bengalim, monóculo e as respectivas divisas
vermelhas de oficial general... (30/1/2013)
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Nota do editor:
Último poste da série > 28 de janeiro de 2013 > Guiné 63/74 - P11020: Facebook...ando (21): Joaquim Ruivo, ex-1º cabo mec obus 8.8, BAC (Santa Luzia, Bissau, out 61/ fev 64): Tocando os "Olhos Negros", no seu bandolim...