Mostrar mensagens com a etiqueta Estêvão Alexandre Henriques. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Estêvão Alexandre Henriques. Mostrar todas as mensagens

segunda-feira, 20 de agosto de 2018

Guiné 61/74 - P18939: Convívios (869): 10º Encontro dos Ex-Combatentes do Seixal, Lourinhã, Participantes da Guerra Colonial, 12 de agosto de 2018


Foto nº 1 > Lourinhã, 12 de agosto de 2018 > Vista do monumento aos combatentes do ultramar, no centro da vila da Lourinhã.


Foto nº 2 > Lourinhã, 12 de agosto de 2018 > 10º encontro dos ex-combatentes do Seixal, participates na guerra colonial > Concentração junto ao monumento aos  combatentes do ultramar, no centro da vila da Lourinhã.


Foto nº 3 > Lourinhã, 12 de agosto de 2018 > 10º encontro dos ex-combatentes do Seixal, participates na guerra colonial > O dr. Jaime Bonifácio Marques da Silva, ex-alferes miliciano paraquedista, BCP 21 (Angola, 1970/72), no uso da palavra, em nome da comissão organizadora. É membro da nossa Tabanca Grande.


Foto nº 4 > Lourinhã, 12 de agosto de 2018 > 10º encontro dos ex-combatentes do Seixal, participates na guerra colonial > Fernando Castro, lourinhanense, presidente da AVECO - Associaçao dos Veteranos Combatentes do Oeste (, que tem sede em Lourinhã).


Foto nº 5 > Lourinhã, 12 de agosto de 2018 > 10º encontro dos ex-combatentes do Seixal, participates na guerra colonial > Engº Jaime Serra, filho de ex-combatente,  e vereador do município local, ,  em representação presidente da Câmara Municipal da Lourinhã (engº João Duarte).


Foto nº  6 > Lourinhã, 12 de agosto de 2018 > 10º encontro dos ex-combatentes do Seixal, participates na guerra colonial > Aspeto parcial da cerimónia junto ao monumento local aos combatentes.


Foto nº 7 > Lourinhã, 12 de agosto de 2018 > 10º encontro dos ex-combatentes do Seixal, participates na guerra colonial > Ramo de flores que foi depositado na base do monumento: "Aos camaradas militares, falecidos na guerra do ultramar, do concedlho da Lourinhã".


Foto nº 8 > Lourinhã, 12 de agosto de 2018 > 10º encontro dos ex-combatentes do Seixal, participates na guerra colonial > Dois camaradas seguram o tamo de flores que foi depositado na base do monumento. à esquerda o João Delgado (Lourinhã), e à direita o Arménio Pereira (seixal).



Foto nº  9 > Lourinhã, 12 de agosto de 2018 > 10º encontro dos ex-combatentes do Seixal, participates na guerra colonial >  Participantes: à esquerda, o Estêvão Alexandre Henriques, membro da nossa Tabanca Grande. Vive no Seixal, sendo natural de Fonte de Lima (fregusia de Santa Bárbara), e emoresário em Peniche.


Foto nº  10 > Lourinhã, 12 de agosto de 2018 > 10º encontro dos ex-combatentes do Seixal, participates na guerra colonial > O João Patrício,d a Areia Branca, um DFA - Deficicente das Forças Armadas (com 36,6% de deficiência)... Pertenceu à CART 1526, e foi gravemente ferido na mata do Ingoré, com uma bala alojada perto do coração... Mostrou-me a "medalha" e também a sua tatuagem.



Foto nº  11 > Lourinhã, 12 de agosto de 2018 > 10º encontro dos ex-combatentes do Seixal, participates na guerra colonial > A tatuagem do João Patrício, da Areia Branca, DFA.


Foto nº  12 > Lourinhã, 12 de agosto de 2018 > 10º encontro dos ex-combatentes do Seixal, participantes na guerra colonial >  O Estêvão Alexandre Henriques, membro da nossa Tabanca Grande, é o primeiro a contar da direita.


Foto nº  13 > Lourinhã, 12 de agosto de 2018 > 10º encontro dos ex-combatentes do Seixal, participates na guerra colonial >  Almoço de confraternização no Clube do Seixal.

Fotos (e legendas): © Luís Graça (2018). Todos os direitos reservados [Edição:  Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]

1. Realizou-se mais uma edição, a 10º, do encontro dos ex-combatentes, participantes da guerra do ultramar / guerra colonial, naturais iu residentes no Seixal, uma belíssima terra que fica entre a Lourinhã e a Praia da Areia Branca, fazendo parte da união de freguesias da Lourinhã e Atalaia (que tem hoje cerca de metade da população do concelho, sendo o toal de mais de 25 mil, segundo o último censo).

A comissão organizadora foi constituída por Arménio Pereira, Emídio Baltazar, Jaime Bonifácio e José Maria.

Por volta das dez horas, de domingo, dia 12 do ocorrente, houve concentração dos participantes junto à igreja do Seixal. Foi cleebrada missa em homenagem ao Arsénio Bonifácio, morto em Angola, e a todos os que entretanto já faleceram, depois do regresso a casa. Estrima-se que o número de combatentes do Seixal ou residentes no Seixal, Lourinhã, tenha sido perto de meia centena.

Às 11.15, os partiicipantes homenagearam, no talhão municipal dos combatentes, no cemitério da Lourinhã, todos os mortos do Seixalm na I Grande Guerra e na Guerra do Ultramar. Foi depositada uma corooa de flores e guardado um minuto de silêncio. Jaime Bonifácio leu um poema de Manuel Alegre (

Às 12h, juntaram-se no monumento local aos combatentes da guerra colonial, em homenagem a todos os combatentes do conelho, vivos e mortos, Usaram da palava: (i)  Jaime Bonifácio, em nome da comissão organizadora; (ii)  Fernando Castro, o presidente da AVECO - Associaçao dos Veteranos Combatentes do Oeste (, que tem sede em Lourinhã); e iii) o vereador do município local, eng João Serra,  em representação presidente da Câmara Municipal da Lourinhã (Eng. João Duarte Anastácio de Carvalho). Foi depositada uma coroa de flores. E or fim cantou-se o hino nacional.

Compareceu tambèm à cerimónia o presidente da União das Freguesias da Lourinhã e Atalaia, Pedro Margarido.

Às 13h30 realizou-se um almoço de confraternização do Clube do Seixal, a que compareceram largas dezenas de combentes, familiares e convidados.

____________

Nota do editor:

Último poste da série > 22 de julho de 2018 > Guiné 61/74 - P18864: Convívios (868): Dois 'piras' no 38º almoço-convívio da Tabanca da Linha, em 19 do corrente, em Algés... Em pleno verão, houve muitos 'desertores', compareceram 37 'magníficos' (Manuel Resende)

sábado, 2 de setembro de 2017

Guiné 61/74 - P17723: Tabanca Grande (443): Estêvão Alexandre Henriques, natural da Lourinhã, ex-fur mil mec radiomontador, CCS / BCAÇ 1858 (Catió, 1965/67)... Senta-se à sombra do nosso poilão, no lugar nº 751, em dia de aniversário natalício... Está de duplos parabéns!

1. Estêvão Alexandre Henriques é o nosso novo grã-tabanqueiro. Vai sentar-se no lugar nº 751, à volta do nosso mágico e protetor poilão, prometendo partilhar connosco a sua rica experiência das coisas e das gentes do mar, a par das suas memórias de Catió (1965/67), onde foi furriel mil  mecânico rádio montador na CCS/CCS/ BCAÇ 1858.

O essencial da sua apresentação já foi feita em poste anterior (*), onde se anunciava a inauguração, hoje, às 17h00, em Ribamar, Lourinhã, de um exposição sua, "Navegar no Passado", uma amostra da sua vasta, fabulosa e única coleção de instrumentos e equipamentos náuticos, bem documentação, essencialmente ligados à pesca e às suas artes, barcos e gentes.

Nasceu em 2 de setembro de 1942,  há precisamente 75 anos, em Fonte Lima, freguesia de Santa Bárbara, concelho de Lourinhã, rodeado de mar e de gente ligada à terra e ao mar.

O nosso querido amigo e camarada Estêvão A. Henriques, membro da Tabanca de Porto Dinheiro, está hoje duplamente de parabéns: (i) pelo seu aniversário natalício; e (iii) pela sua entrada na nossa Tabanca Grande (**), há muito prometida.

Publicamos abaixo uma sua foto do tempo de Catió, que a Maria Rosário Henriques, sua "secretária", nos acaba de mandar...  Aqui vai o nosso agradecimento, a ela e a ele,  tanto mais que sabemos que têm andado atarefadíssimos com os últimos pormenores da exposição que vai abrir hoje em Ribamar, Lourinhã.

O Estêvão A. Henriques, para além de um grande amigo e camarada, é uma pessoa amável, prestável conversadora, com quem se pode passar um dia inteiro a falar do mar, da pesca e das gentes. E é um grande lourinhanense, não obstante a sua segunda terra ser Peniche: foi aí que teve oportunidade de se tornar empresário e de ajudar a modernizar a frota pesqueira onde trabalham também muitos e bravos lourinhanenses, nomeadamente das freguesias de Santa Bárbara e de Ribamar.

Parabéns, Estêvão, por chegares ao quilómetro 75 da picada da vida!... Daqui até aos 100 é sempre em frente!... Boa continuação da caminhada pela estrada fora, e sempre na boa companhia da família (esposa, filhas, netos), amigos e camaradas, tabanqueiros ou não... Só é preciso estar atento às minas e armadilhas!... Quanto ao resto, muita saúde e longa vida, porque tu mereces tudo! ... Um beijinho para a tua Maria Rosário (LG)



S7/l > s/d > c. 1965 > O Estêvão  A. Henriques nas suas "sete quintas"


Página do Facebook
____________

Notas do editor:

(*) Vd. poste de 1 de setembro de 2017 > Guiné 61/74 - P17721: Agenda cultural (580): Lourinhã, Ribamar, sábado, dia 2, às 17h00, inauguração da exposição do nosso amigo e camarada Estêvão Alexandre Henriques, "Navegar no passado"... O nosso próximo grã-tabanqueiro foi fur mil radiomontador, CCS/BCAÇ 1858 (Catió, 1965/67)

sexta-feira, 1 de setembro de 2017

Guiné 61/74 - P17721: Agenda cultural (580): Lourinhã, Ribamar, sábado, dia 2, às 17h00, inauguração da exposição do nosso amigo e camarada Estêvão Alexandre Henriques, "Navegar no passado"... O nosso próximo grã-tabanqueiro foi fur mil radiomontador, CCS/BCAÇ 1858 (Catió, 1965/67)

Cartaz do eventábadoo



Convite

Exposição “Navegar no Passado”


Sábado, dia 2 de setembro, pelas 17 horas, no Espaço Museológico “Olhar o Mar e a Terra” (Antiga Escola Primária), em Ribamar, Lourinhã, é inaugurada da Exposição “Navegar no Passado”.

O autor é o ex-fur mil mecânico radiomontador Estevão Alexandre Henriques, da CCS/ BCAÇ 1858, Catió, 1965/67.  É membro da Tabanca de Porto Dinheiro e, dentro em breve, da Tabanca Grande, para a qual está há muito convidado.

Conheceu, entre outros, em Catió, o João Bacar Jaló, ainda conviveu com os seus conterrâneos ex-alf mil capelão Horácio Fernandes (CCS/BART 1813, Catió, 1967/69), natural de Ribamar, Lourinhã;  ex-sold Pel Mort 942 , José António Canoa Nogueira (1942.1966), morto em combate no subsetor de Catió, natural da Lourinhã; ex-sold at cav, José Henriques Mateus (1944-1966), que pertenceu á CCAV 1484 (Nhacra e Catió, 1965/67), e que desapareceu em combate na cambança do rio Tompar, 

O Estêvão A. Henriques é um dos maiores colecionadores de bússolas e outros equipamentos náuticos (rádios, sonares. etc.).




Almada > Seminário de Almada > 19 de junho de 2012 > O Estêvão A. Henriques, de costas para o estuário do Tejo e a cidade de Lisboa. Foto de cronologia da sua página no Facebook.



Alguns dados biográficos:


(i) nasce em 1942 em Fonte Lima,  freguesia de Santa Bárbara, Lourinhã;

(ii) estuda nos Seminários de Santarém e Almada, donde sai para cursar eletricidade e eletrónica;

(iii)  é chamado para o serviço militar em 1964, e faz em Tavira  o CSM - Curso de Sargentos Milicianos;

(iv) no mesmo ano vai frequentar para a Escola de Sargentos, localizada em Paço d'Arcos, aí fazendo o curso de Radiomontador;

(v) em 1965 é mobilizado para a Guiné como furriel miliciano radiomontador da CCS - Companhia de Comando e Serviços do Batalhão de Caçadores 1858 (Catió, região de Tombali, 1965/67);

(vi) no regressso a casa em 1967,  é convidado a ingressar como Radiotécnico na firma Electrónica Naval - com sede em Peniche;

(vii)  estabelece-se como empresário em 1970, constituindo firma na Rua 13 de Infantaria, em Peniche;

(viii)  em 1973, transfere a empresa para a Rua José Estêvão, n.º 102, aí permanecendo até aos dias de hoje, com oficina de reparação e stand de vendas de equipamentos eletrónicos e eletricidade para barcos;

(ix) durante mais de 40 anos impulsionou, a nível nacional, diversas marcas no setor das pescas: (a) Sistemas: Loran Morrow / Omega Sergel / Omege Diferencial; (b) Sondas: MJC /Kelvin & Hughes; (c) Sonares: Wesmar; (d) Radares: Anritsu; (e) Rádio goniómetro: Ben-Tem. 

(x) ao longo de mais de quarenta anos de atividade, para além das vendas de equipamentos eletrónicos, fez centenas de instalações elétricas em traineiras e barcos de pesca do alto, bem como em embarcações de pequeno porte e recreio;

(xi)  nos anos 70 equipa o primeiro barco de pesca do alto, o "Trio de Ribamar" , com toda a eletrónica e instalação elétrica a 24V DC e geradores a 380VAC, para alimentação do inovador sistema de frio, sendo este um dos primeiros barcos a pescar fora das águas do território nacional;

(xii) ainda no âmbito da sua atividade profissional, visita feiras internacionais de inovação marítima, quer na área da pesca, quer na dos equipamentos eletrónicos e negocia em diversos países: Espanha, Marrocos, Senegal, Mauritânia, Guiné- Bissau,Angola e Moçambique;

(xiiii) a paixão pelas bússolas vem do tempo em que presta serviço militar na Guiné, onde adquire uma bússola de bolso, aquela que viria a ser a primeira da sua, atual, vasta coleção!... 

(xiv) divide o seu tempo entre a paixão pelas bússolas e a construção de pequenas réplicas de embarcações de pesca e caravelas. 

(xv)  já realizou, em Peniche, 3 exposições temáticas com espécimes das suas coleções: 2007, 2009 e 2013;

(xvi) vive no Seixal, Lourinhã, e é casado com a Maria Rosário Henriques.

segunda-feira, 17 de agosto de 2015

Guiné 63/74 - P15012: Convívios (703): 1º encontro da tabanca de Ferrel, 12 de agosto de 2015 - Parte III (e última): seleção de fotos de Luís Graça


Tabanca de Ferrel > 12 de agosto de 2015 > 1º Convívio > Duas dezenas e meia de convivas, oriundos dos concelhos de Peniche e Lourinhã, mas também do Cadaval,  juntaram-se para celebrar, no "querido mês de agosto", a amizade e a camaradagem.



Tabanca de Ferrel > 12 de agosto de 2015 > 1º Convívio > O régulo da Tabanca de Porto Dinheiro (Lourinhã), que fez a convocatória do pessoal e trouxe as sardinhas, aqui com o seu neto "espanhol"... Um dos seus filhos vive e trabalha em Madrid... que este país, "à beira-mar plantado", é pequeno demais para tanta gente jovem que, se hoje não tem o fantasma da guerra a hipotecar o seu futuro próximo, tem que enfrentar  realidade, não menos brutal,  da precariedade do emprego e da falta de trabalho... (Recorde-se que o Eduardo Jorge Ferreira foi alf mil da Polícia Aérea, BA12, Bissalanca, 1973/74).


Tabanca de Ferrel > 12 de agosto de 2015 > 1º Convívio > Avó e neto... Uma "bajuda", a São,  que passou a adolescência em Bissau, onde o pai trabalhava nos CTT, na parte das telecomunicações...


Tabanca de Ferrel > 12 de agosto de 2015 > 1º Convívio > > O Pinto Carvalho e a sua "bajuda",  Maria do Céu... Vieram do Cadaval, onde os negócios hoteleiros continuam prósperos...


Tabanca de Ferrel > 12 de agosto de 2015 > 1º Convívio > > Pinto Carvalho e, na mesa, o João Sacôto e esposa, em conversa com a Maria do Céu...


Tabanca de Ferrel > 12 de agosto de 2015 > 1º Convívio > "Eu parece-me que vos conheço de algum lado!... Ah!, já sei, estivemos juntos na Escócia a semana passada, em viagem turística!", diz o António Miguel Franco para o João Sacôto e esposa... "Não pode ser!", ironiza o Joaquim Jorge que acabava de abraçar o  seu camarada de há 50 anos atrás, o João, pertencente ao mesmo batalhão, o BCAÇ 619 (Catió, 1964/66)...  O João pertenceu à CCAÇ 617, o Joaquim à CCAÇ 616...  Há 50 anos que não se viam...


Tabanca de Ferrel > 12 de agosto de 2015 > 1º Convívio > O António Miguel Franco saudando os camaradas da Tabanca Grande... Casado, já pai de uma filha, foi mobilizado como capitão, em rendição individual... Foi substituir um capitão que tinha morrido em Pirada... Acabou por ir parar a Nhacra... E terminou a sua comissão, em Bissau, à frente da companhia de transportes: a missão, macabra,  que lhe foi destinada foi o transporte, para embarque,  de centenas de urnas com os restos mortais de militares metropolitanos, acumuladas nos últimos tempos da guerra... Foi um dos nossos camaradas que "fechou a guerra"...  (O camarada ao lado do Miguel Franco, o Luís Silva, foi combatente em Angola).




Tabanca de Ferrel > 12 de agosto de 2015 > 1º Convívio > O Jaime, a Dina, e a Rosário Henriques, esposa do Estêvão Henriques (que está em vias de integrar a Tabanca Grande, mal nos mande uma foto antigq, do seu tempo de Catió:  foi furriel radiomontador, CCS/BCAÇ 1858, Catió, 1965/67; os dois casais são vizinhos, do Seixal, Lourinhã).



Tabanca de Ferrel > 12 de agosto de 2015 > 1º Convívio >  Junto ao monumento aos combatentes: o professor Jaime Bonifácio Marques da Silva, elucidando a Maria Alice Carneiro  sobre alguns aspetos técnicos do monumento...


Tabanca de Ferrel > 12 de agosto de 2015 > 1º Convívio > O "capitão  pira"(António Miguel Franco)  e o "alferes velhinho" (Joaquim Jorge)... Na vida real, dois e velhos amigos, e vizinhos, embora de freguesias diferentes e "rivais" (Atouguia da Baleia e Ferrel).


Tabanca de Ferrel > 12 de agosto de 2015 > 1º Convívio >  Na hora da despedida: António, Joaquim e Eduardo, sob o olhar, já saudosista, do João...


Tabanca de Ferrel > 12 de agosto de 2015 > 1º Convívio >  Dois régulos de tabancas do oeste estremenho... Régulos de peso!... Falamos do Joaquim Jorge (Ferrel, Peniche) e Eduardo Jorge Ferreira (Porto Dinheiro, Lourinhã).. Obrigado, camaradas pela hospitalidade e logística!... Para o ano,  haverá mais!... Até lá, que Deus, Alá e os bons irãs acocorados no alto do poilão da Tabanca Grande nos protejam a todos/as!

Fotos (e legendas): © Luís Graça (2015). Todos os direitos reservados
______________

Nota do editor:

Último poste da série > 16 de agosto de 2015 >  Guiné 63/74 - P15009: Convívios (702): 1º encontro da tabanca de Ferrel, 12 de agosto de 2015 - Parte II: seleção de fotos de António Manuel Fonseca Pinto

domingo, 16 de agosto de 2015

Guiné 63/74 - P15009: Convívios (702): 1º encontro da tabanca de Ferrel, 12 de agosto de 2015 - Parte II: seleção de fotos de António Manuel Fonseca Pinto


Tabanca de Ferrel > 12 de agosto de 2015 > 1º Convívio > Foto de grupo junto ao monumento aos comabtentes da guerra do ultramar... O Fonseca Pinto [que foi PM, Polícia Militar, não tendo sido nobilizado para o ultramar por ter sido o melhor classificado do seu curso] é o quarto a contar da direita para a esquerda: na primeira fila, Pinto Carvalho, Luís Graça, António Miguel Franco, Fosneca Pinto, Joaquim Jorge e Estêvão... O Fonseca Pinto, que foi bancário tal como o Jaoquim Jorge, é do luigar da Estrada,  freguesia da Atouguia da Baleia, concelho de Peniche...


Tabanca de Ferrel > 12 de agosto de 2015 > 1º Convívio > O Estêvão Alexandre Henriques, do lado esquerdo...  Está há muito convidado para integrar a nossa Tabanca Grande...  É natural de Fonte Lima, Stª Bárbara, concelho da Lourinhã, vive no Seixal e ainda é parente do Joaquim Jorge.

Com a especialidade de Radio Montador, embarcou para a Guiné a 18 de Agosto de 1965 a bordo do navio Niassa, chegando a Bissau a 24. Era furriel miliciano. Fazia parte da CCS/BCAÇ 1858. [Tem página no Facebook, clicar aqui].


Tabanca de Ferrel > 12 de agosto de 2015 > 1º Convívio > Joaquim Jorge, régulo da tabanca de Ferrel,  e Luís Graça, na hora do café, no Riclé Bar.


Tabanca de Ferrel > 12 de agosto de 2015 > 1º Convívio > Joaquim Pinto de Carvalho e Jaime Bonifácio Marques da Silva


Tabanca de Ferrel > 12 de agosto de 2015 > 1º Convívio > Da direita para a esquerda,  Joaquim Pinto de Carvalho, Dina (mulher do Jaime), Jaime Bonifácio Marques da Silva e Santíssima Trindade (um dos nososs amigos comuns, que não foi combatente, e vive na Atouguia da Baleia)



Tabanca de Ferrel > 12 de agosto de 2015 > 1º Convívio > António Miguel Franco (ex-cap mil, no TO da Guie, 1973/74), Joaquim Jorge e Eduardo Jorge Ferreira... O Miguel Franco, um dos que "fechou a guerra" na Guiné, está também há muito convidado para integrar a Tabanca Grande...


Tabanca de Ferrel > 12 de agosto de 2015 > 1º Convívio > João Sacôto e Luís Graça


Fotos: © António Manuel Fonseca Pinto  (2015). Todos os direitos reservados  [Edição e legendagem: LG]

(Continua)
____________

Nota do editor:

sábado, 10 de maio de 2014

Guiné 63/74 - P13123: Homenagem póstuma, na sua terra natal, Areia Branca, Lourinhã, 11 de maio próximo, ao sold at cav José Henriques Mateus, da CCAV 1484 (Nhacra e Catió, 1965/67), desaparecido em 10/9/1966, no Rio Tompar, no decurso da op Pirilampo. Parte VII: Dois importantes depoimentos de camaradas e amigos do Mateus, o sold at cav, José Francisco Couto (Bombarral e Canadá e o ex-fur mil radiomontador Estêvão Alexandre Henriques (Lourinhã) (Jaime Bonifácio Marques da Silva)


Detalhe do cabeçalho do cartaz nº 5, de uma série de cinco, elaborados por Jaime Bonifácio Marques da Silva, e que vão ser exibidos, no próximo dia 11 de maio, no clube local da Areia Branca Lourinhã, na sessão de homenagem á memória do José Henriques Mateus (1944-1966). Aproveitámos alguns elementos de desses cartazes, na impossibilidade técnica de os reproduzir na íntegra, de forma legível, e procurando não repetir informação já aqui divulgada.  Neste poste, reproduzimos dois importantes depoimentos, de camaradas e amigos do malogrado José Henriques Mateus, que estavam com ele em Catió, em 1965/66: o José Francisco Couto e o Estêvão Alexandre Henriques... Vd. também, em poste anterior, os testemunhos dos seus camaradas da CCAV 1484, ouvidos no âmbito do processo sumário organizado na companhia  pelo Alf Mil José Rosa de Oliveira Calvário,  em 22/9/1966. (LG)

(i) Depoimento de José Francisco Couto 
[, natural do Bombarral, vive no Canadá, ex-sold at cav, CCAV 1484, Nhacra e Catió, 1965/67]:

O soldado n.º 699/65 – S.P.M. 3008, José Francisco Couto, natural da freguesia da Roliça (Baracais), concelho do Bombarral,  foi camarada de pelotão do Mateus e seu amigo. Participou na “Operação Pirilampo”, assistindo ao desaparecimento do Mateus quando ambos atravessavam o Rio Tompar e escreveu dois Aerogramas à mãe do Mateus.

Durante a consulta do espólio do Mateus encontrei entre a sua correspondência dois aerogramas enviados à mãe do Mateus pelo José Francisco Couto. Neles, lamentava as circunstâncias da morte do filho e afirmava que a iria visitar logo que regressasse da Guiné, uma vez que eram naturais de concelhos vizinhos.

Transcrevo o segundo aerograma que enviou à mãe do Mateus em novembro de 1966:

José Henriques Mateus (1944-1966)
Catió – 8-Nov-966

Prezada Senhora

É com os olhos rasos de lágrimas que novamente me encontro a escrever-lhe sendo ao mesmo tempo a desejar-lhe uma feliz saúde a si e aos seus filhos que eu cá vou indo na graça de Deus.

Sei senhora Rosa que ao receber esta minhas notícias mais se recorda da tragédia que lhe roubou o seu querido filho, pois é com mágoas no coração que lhe respondo a tudo quanto me pergunta e peço a Deus que não a vá magoar mais com tudo o que lhe possa dizer. Pois compreendo que além da minha dor ser enorme a sua não tem palavras, pois o destino foi traiçoeiro. Sim, a Senhora pede-me que lhe explique como tudo se passou. Pois sou a dizer-lhe tudo o que sei.

Foi uma das saídas que nós tivemos, durante o dia tudo se passou da melhor maneira na graça de Deus e nós nos sentíamos satisfeitos, mas no regresso tivemos que atravessar um Rio e a corrente era enorme, como enorme era o peso que trazíamos, o que ele ao passar a corda se partiu e foi quando ele foi parar ao fundo sem mais ninguém o ver. Pois quatro camaradas nossos, mal pressentiram o que se estava a passar, atiram-se à água e mergulharam ao fundo para ver se o encontravam correndo o Rio de cima para baixo e vice versa mas o resultado foi o que Senhora já sabe. Não o conseguiram encontrar pois a corrente o arrastaria logo, foi como um balde de água fria que caiu sobre nós e todos os esforços que juntos fizemos foram negativos. Esta é apenas a verdade que podem contar à Senhora aos seus filhos. Sim, também me diz que apareceu alguma coisa dele e é certo, mas não o que a Senhora me diz. Apareceu sim o que lhe vou contar. 


Passados alguns dias nós voltámos a passar por lá, e foi nessa altura um dos Alferes encontrou uma parte da camisa e a carteira no bolso, pois a parte da camisa era só da frente e tinha o bolso onde estava a carteira, que o alferes tem para lhe enviar tudo junto que resta do seu querido filho. E a Senhora não precisa de tratar nada pois a companhia já tratou de tudo, pois também tratou dos papéis para a Senhora ficar a receber algum dinheiro que bastante falta lhe fará e assim, minha Senhora, não quero alongar mais as minhas notícias pois elas só lhe levam mágoas. No entanto, mais uma vez lhe digo, a companhia está a tratar de todos os assuntos e lhe enviará todas as suas coisas. Sem mais me despeço com muitas saudades para os seus filhos um aperto de mão para todos para a Senhora também deste que chora também a sua dor.

José Couto



(ii) Depoimemto do ex-fur mil mecânico radiomontador Estevão Alexandre Henriques ( recolhido em 23. 4.2014)

[Imagem à esquerda, guião do BCAÇ 1858, Catió, 1965/67, cortesia de Carlos Coutinho]


O Estevão foi amigo do Mateus. É natural de Fonte Lima, Stª Bárbara, cocnelho da Lourinhã,  e vive no Seixal.

Com a especialidade de Radio Montador, embarcou para a Guiné a 18 de Agosto de 1965 a bordo do navio Niassa, chegando a Bissau a 24. Fazia parte da CCS/BCAÇ 1858. [Tem página no Facebook, clicar aqui].

A sua proximidade ao Mateus advém do facto de ambos serem naturais de terras vizinhas,  o que levou o Furriel Estevão a conseguir o destacamento do Mateus para a Messa de Sargentos, uma vez que este pertencia a uma companhia, a CCAV 1484, adida ao BCAÇ 1858 e era muito amigo do cozinheiro Santos.

Na altura do acidente, o Estêvão não estava em Catió e só soube do acidente três dias depois, quando regressou de Empada onde tinha ido fazer reparações nos rádios. Pensa que,  se estivesse em Catió na altura da operação, seguramente o Mateus não teria sido nomeado para a mesma, uma vez que, no seu entender, ele já não era operacional.

O que soube em pormenor do acidente foi-lhe contado pelo cozinheiro António José dos Santos, natural das Matas (Lourinhã), amigo do Mateus e que faleceu há cerca de dois anos.


O Santos e o Mateus estão os dois na foto acima,  a preparar uma vitela para a festa de anos do Furriel Estevão a 2.9.66. Esta vitela tinha sido oferecida ao Furriel pelos responsáveis da Casa Gouveia (CUF) pelo facto de este ter feito a instalação do armazém de arroz desta empresa. Quem está de catana na mão é o Santos e ao lado o Mateus.

O Estêvão disse que as Nossas Tropas só voltaram ao local do acidente uma semana despois, altura em que encontraram, então, a camisa ou um pedaço (farrapo) da camisa pendurada (presa) numa árvore. Não sabe quem a encontrou e nunca viu a camisa. O que é certo é que na camisa, farrapo ou pedaço,  se encontrava intacto o bolso da mesma e dentro dela uma carteira em forma de ferradura contendo uma medalha da Nossa Senhora, uma moeda portuguesa furada e um amuleto de cabedal.

Foi o Estevão que entregou a carteira à mãe do Mateus. No final da Comissão o Comandante do Batalhão 1858, cujo nome não se lembra, chamou-o e pediu-lhe expressamente que entregasse a carteira à mãe e lhe apresentasse as suas condolências e do pessoal do Batalhão pela morte do filho. O Comandante nunca lhe falou das circunstâncias do desaparecimento do Mateus. Diz que foi sempre tudo um segredo bem guardado e nunca conseguiu que algum dos camaradas que participaram na operação lhe dissesse o quer que fosse sobre o acidente. Afirma, ainda, que o Mateus nunca lhe falou em fugir [, como sugere um depoimento do Couto].

O Furriel Estevão regressou da Guiné em 9 de Maio de 1967 e só em junho teve a coragem de entregar a carteira à mãe do Mateus. Lembra-se que nesse momento estava presente a irmã do Mateus

Texto: Jaime Bonifácio Marques da Silva


Guiné > Região de Tombali > Catió > CCS do BART 1913 (Catió 1967/69) > Foi aqui que viveu, durante 3 meses, entre 8/6/1966 (data da chegada da CCAV 1484 ao setor de Catió) a 10/9/1966 (data do seu desaparecimento) o José Henriques Mateus... 

Álbum fotográfico do nosso saudoso camarada Victor Condeço (1943-2010) > Catió - Quartel > Foto 03 > "Foto tirada de cima do depósito da água do quartel [Julho de 1967]. Vista parcial da zona antiga do quartel, o primeiro edifício eram quartos, o do meio era o dos quartos do 7,5 e ao fundo a Central Eléctrica Geradora Civil do lado de lá da rua das Palmeiras que ligava à estrada de Priame. Era também a zona da capela/escola, posto de socorros/enfermaria, arrecadação de material de guerra, arrecadação de material de sapadores, oficina de rádio, etc". 


Guiné> Região de Tombali > Catió > CCS / BART 1913 (Catió 1967/69) > Álbum fotográfico de Vitor Condeço > Catió - Quartel >

"Foto nº 4 - Foto tirada de cima do depósito da água do quartel [JUL 1967]. Vista parcial da parte nova do quartel. A parada com o cepo (raiz) do Poilão, à esquerda as casernas nº 1 e nº 2, ao centro o edifício do comando, por detrás deste as camaratas de sargentos e depois destas as novas messes ainda em construção, tal como a camarata de oficiais à direita. O telhado vermelho era a messe e bar de sargentos".  



Guiné> Região de Tombali > Catió > CCS / BART 1913 (Catió 1967/69) > Álbum fotográfico de Vitor Condeço > Catió - Porto Interior. O José Henriques Mateus deve-se ter banhado nestas águas, matando saudades da sua Praia da Areia Branca... Mas é bom que se recorde que o seu acidente (desaparecimento nas águas do Rio Tompar, afluente do Rio Cumbijã) não foi acidente de lazer, mas em combate, com as NT de regresso a Cufar, e com o IN à perna...

"Foto nº 9 > Porto interior de Catió no rio Cadime, depois do trabalho a merecida banhoca".

Fotos (e legendas): © Victor Condeço (2007) / Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné. Todos os direitos reservados.

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Guiné 63/74 - P4836: Agenda cultural (23): Exposição evocativa da participação dos jovens do Seixal, Lourinhã, na guerra colonial (Luís Graça)



Lourinhã > Seixal > Clube local > 12 de Agosto de 2009 > Aspectos da exposição a decorrer de 8 de Agosto a 5 de Setembro de 2009.



Agenda cultural > Exposição evocativa da participação dos jovens do Seixal, Lourinhã, na guerra colonial

por Luís Graça


De 8 de Agosto a 5 de Setembro de 2009, está aberta ao público, no Seixal, freguesia e concelho de Lourinhã, no clube local, uma exposição documental evocativa da participação dos jovens da terra na guerra colonial – Angola, Guiné e Moçambique (1961-1974).

A ideia original da exposição foi do meu amigo, da adolescência e juventude, Jaime Bonifácio Marques da Silva, natural do Seixal, licenciado em ciências do desporto, professor de educação física reformado, antigo vereador da cultura da Câmara Municipal de Fafe, ex-Alf Mil Pára-quedista, BCP 21 (Angola, 1970/72), grande dinamizador de iniciativas ligadas à preservação da memória dos antigos combatentes da guerra colonial (nomeadamente, em Fafe e na Lourinhã).

O Jaime, que vive em Fafe onde é casado com a minha amiga Dina, professora do ensino básico reformada, diz-me que a ideia surgiu aquando de um das suas periódicas visitas à sua terra natal, Seixal. Há alguns meses atrás, encontrou casualmente, no clube local, alguns ex-combatentes da guerra colonial, seus conterrâneos. Não se viam há muitos anos, nomeadamente os que saíram para fora da terra, incluindo para o estrangeiro (França, Alemanha, Canadá, etc.).

"Na verdade, cada de um de nós, após o final da comissão de serviço militar em África, ‘fez-se à vida´ " - palavras do Jaime, no folheto explicativo da exposição.

E explicita melhor o seu ponto de vista:

"Uns emigraram para o estrangeiro, outros organizaram as suas vidas aqui na terra ou noutras zonas do país. Agora, por força do efeito inexorável do tempo que nos está a empurrar para o final da vida, aqui estamos de novo a regressar à terra que nos viu nascer e crescer e a relembrar os tempos de escola, do campo, do Largo da Festa onde jogávamos ao pião, ao botão, onde jogávamos à bola com uma bexiga de porco ou ainda onde saltávamos à fogueira na noite de São João, etc., etc.

A comissão organizadora do evento é constituída pelo Jaime e pelo Arménio Pereira (que recolheram os depoimentos orais e seleccionaram o material fotográfico), bem como pelo José Maria Malaquias (responsável pelo apoio logístico).

A exposição é constituída por 33 posters, sendo o primeiro de apresentação e de enquadramento, incluindo o contexto histórico da guerra colonial, e a lista do pessoal.

Cada um dos restantes 32 posters é dedicado a cada um dos 32 seixalenses que combateram na guerra colonial, alguns integrados na Marinha ou na Força Aérea, mas a maioria no Exército. Para pagamento da execução gráfica dos posters cada um dos ‘biografados’ contribuiu com 20 euros. No final da exposição, cada participante ficará com o respectivo poster. A Junta de Freguesia da Lourinhã fez uma pequena doação de 250 euros….

Ao todo foram 39 os ex-combatentes seixalenses, mas há 7 que não foi possível contactar em tempo útil, por viverem no fora da terra ou no estrangeiro. A exposição teve um triplo objectivo, segundo os seus organizadores:

(i) “Lutar contra a cultura do esquecimento que se instalou em Portugal após o final da guerra colonial”… Directa ou indirectamente todas as famílias foram afectadas pela guerra colonial. Ora, segundo a comissão organizadora, se há algo mais condenável do que a guerra, é o silêncio sobre ela, é o fazer de conta que a guerra nunca existiu…

(ii) Relembrar e homenagear aqueles que fizeram a guerra, obrigados ou não, que derem o melhor de si à sua Pátria, independentemente da legitimidade daquela guerra, e do regime político que a promoveu, manteve e conduziu, levando-a a um beco sem saída.

“Para nós, seixalenses, foi assim: Fomos 39 para a África. Um dós, o Arsénio [Marques Bonifácio da Silva, primo do Jaime], deixou lá a vida [, em Angola]. Outro, o Carlos [Alberto Seixas], regressou ferido e ficou incapacitado para realizar uma vida normal. Alguns trouxeram gravada na memória as imagens dos momentos trágicos vividos em combate, nas emboscadas ou em acidentes”…

(iii) Por último, “juntar num salutar convívio e em torno de um programa social e religioso os jovens o Seixal que lutaram em África, desde 4 de Junho de 1961” [data em que partiu o primeiro para Angola, o João Matias] até ao dia 6 de Novembro de 1975, data do regresso do último, o Mário João, também de Angola. (No dia 9 deste mês, houve missa por alma do Arsénio Bonifácio, e deposição de um coroa de flores, na Lourinhã, no monumento aos mortos da guerra do ultramar, seguida de almoço-convívio, no Clube do Seixal).


O Jaime, ao centro; à esquerda, o Estêbvão Alexandre Henriques, que mora no Seixal, mas é de Fonte de Lima.


A comissão organizadora faz questão de sublinhar que “não nos move nenhuma tentativa de recuperação de saudosismos do passado ou pretensos heroísmos serôdios, descabidos e sem sentido”. Mas não também pode ignorar ou esquecer “os momentos de camaradagem, de convívio, de amizade e de solidariedade vividos com os nossos camaradas de armas”.

No concelho da Lourinhã, a guerra colonial fez 20 baixas mortais, 9 em Angola, 6 na Guiné e 5 em Moçambique.

Tive o privilégio de visitar esta exposição na companhia dos meus amigos Jaime Bonifácio Marques da Silva (ex-Alf Mil Pára-quedista, BCP 21, Angola, 1970/72) e Estêvão Alexandre Henriques (ex-Fur Mil Mecânico Rádio-Montador, CCS/BCAÇ 1858, Bissau, Teixeira Pinto, Catió, 1965/67) (Vd. foto acima) 

Dos camaradas que estiveram na Guiné, tomei nota dos seguintes (mas havia mais nomes):



(i) Joaquim Pereira Marques:

fez parte da CCS/BCAÇ 1888 (Fá Mandinga e Bambadinca, 1966/68). Da sua ficha, consta que durante a sua comissão esteve destacado nos aquartelamentos de Fá e Bambadinca (vd. foto à esquerda, o Joaquim num abrigo em Bambadinca), onde actuou como operacional em inúmeras operações de combate, de reconhecimento e de apoio às operações dos fuzileiros”. Felizmente, a sua companhia não sofreu baixas. Esteve 14 anos emigrado em França. Vive hoje no Seixal.

(ii) José Maria Malaquias

soldado condutor auto, Pel Mort 2174 (Dugal / Nhacra e Bissau, 1969/71). Esteve a maior parte do tempo no Quartel Geral de Adidos, dando apoio a Movimento Nacional Feminino. Emigrou para o Canadá.

(iii) Adão Cipriano Andrade: foi ajudante de cozinha no Quartel Geral Adidos, em Bissau (1965/67). Diz que foi uma “rica vida”, tendo lá passado “o melhor tempo de tropa”. Após a “peluda”, trabalhou na agricultura e na reparação automóvel. Está hoje reformado.

(iv) Alexandre M. Santos: Sol Atirador Inf, fez parte da CCAÇ 3461 / BCAÇ 3863 (Carenque e Texeira Pinto, 1971/73). Vive no Seixal, segundo creio.

(v) Deixam-me acrescentar que o ex-Fur Mil Estêvão Alexandre Henriques era amigo do Sold José Henriques Mateus, da CCAÇ 1423/BCAÇ 1859 (Bolama, Empada, Cachil, 1965/67), um camarada de que já aqui falámos e que desapareceu misteriosamente, em Outubro de 1966, na travessia de um rio; era natural da Areia Branca, povoação vizinha do Seixal.

Devido à sua especialidade, o Estêvão nunca participou em operações de combate. É hoje empresário rádio técnico em Peniche. E é também um famosíssimo coleccionador de instrumentos de bordo de navios de pesca (bússolas, sonares, rádios, além de miniaturas de barcos).



Lourinhã > Seixal > Clube local > 12 de Agosto de 2009 > O Jaime Bonifácio e o Estêvão Henriques




Lourinhã > Seixal > Clube local > 12 de Agosto de 2009 > Cartaz anunciando a exposição do Estêvão Alexandre Henriques, a decorrer em Peniche até 29 de Novembro de 2009: "Pesca em Peniche,50 anos de rádios, sondas e sonares"...

Fotos: © Luís Graça (2009). Direitos reservados


Aqui ficam os nomes de todos os 39 seixalenses que fizeram a guerra colonial, entre 1961 e 1974 (os últimos sete da lista não têm posters na exposição):

  • Emídio Francisco Baltazar
  • Carlos Alberto Seixas
  • Jaime Bonifácio Marques da Silva
  • José Marques Bonifácio da Silva
  • Luís Malaquias Marques
  • Adão Cipriano Marques
  • Quereano Ministro Baptista
  • José Maria Malaquias
  • Estêvão Alexandre Henriques
  • Arménio Pereira
  • Arménio Marques Bonifácio da Silva
  • Mário João
  • António José Pereira Calçada
  • Duarte Inácio Cláudio
  • Joaquim Damião da Costa
  • Elíseo Ferreira Henriques
  • Luís Manuel dos Santos Rufino
  • Arménio Rasteiro
  • Joaquim Pereira Marques
  • Inocêncio José Baptista
  • José João Camilo da Costa
  • José António Costa
  • Manuel Mateus Baltazar
  • António Luís da Costa Santos
  • Fernando dos Santos Baltazar
  • Alexandre M. Santos
  • José António Bernardo de Oliveira
  • Luís Abílio dos Santos Baltazar
  • José Luís Marques
  • Joaquim Custódio dos Santos
  • João Matias Antunes
  • António da Silva Inácio
  • Arsénio Bonifácio (filho de Joaquim Bonifácio)
  • José Mateus
  • Carlos Henriques
  • Carlos Alberto
  • Sebastião Marques
  • Luís António
  • Domingos Elias

O Seixal na altura (1961/74) era uma terra que vivia sobretudo da agricultura, da exloração das riquíssimas terras, roubadas ao mar, conhecidas justamente como a Várzea do Seixal. Muitos dos jovens que foram para a guerra colonial eram agricultores ou trabalhadores agrícolas. E nem todos tinham, no mínimo, os quatro anos de escolaridade que eram obrigatórios por lei…

Segundo a análise dos dados biográficos dos 32, cerca de um terço terá frequentado, no Ultramar, as escolas militares…. A malta que esteve na Força Aérea e na Marinha, tem as melhores recordações desse tempo da sua vida (por exemplo, o meu amigo Luís Malaquias Marques, que esteve na Marinha). Há bastantes condutores auto entre a malta do Exército. Há apenas um oficial miliciano e dois furriéis milicianos. Uma boa parte do pessoal emigrou para o estrangeiro, depois da sua passagem à disponibilidade.

Em boa verdade, o Seixal poderia ser tomado como uma amostra do país que de 1961 para cá mudou imenso. Mesmo durante os 13 anos que durou a guerra colonial, houve profundas mudanças (demográficas, económicas, sociais, políticas, culturais…). Os organizadores da exposição fazem questão de mostrar os números do conflito:

(i) Foram mobilizados, para os três teatros de operações, mais de 800 mil jovens;

(ii) Cerca de 120 mil foram feridos ou ficaram doentes;

(iii) Cerca de 4 mil ficaram estropiados;

(iv) E estima-se que cerca de 100 mil ficaram a sofrer de stresse pós-traumático de guerra…

Luís Graça