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quarta-feira, 17 de julho de 2024

Guiné 61/74 - P25752: S(C)em Comentários (42): "O Boavista pagou 250 contos para eu não ir para o ultramar", disse um antigo futebolista num programa radiofónico (TSF, 16/5/2018)



Reprodução (frente e verso) de um nota de mil escudos. Recorde-se que o escudo português foi substituído pelo euro a 1 de janeiro de 2002. Segundo a taxa de conversão entre escudos e euros (estabelecida a 31 de dezembro de 1998), 1 euro valia 200,482 escudos. Eis alguns valores de referência na época em que os rapazes da nossa geração "iam para o ultramar"... "defender a Pátria":

(i) um relógio da prestigiada marca suiça Longines, na loja libanesa Taufik Saad, Lda, em Bissau, custou ao Valdenar Queiroz, em 16/12/1970, 2950 pesos [=836,45 €].

(ii) um 1º cabo radiotelegrafista ganhava, em 1973, no CTIG, 1500 escudos (pré do 1º cabo: 1200$00; prémio da especialidade: 300$00) (Infomação do Sousa de Castro);

(iii) por  lavar a roupa, no Xime, em 1973, um cabo pagava 60 pesos [=12,20 €] (Sousa de Castro);

(iv) um Fiat 127 custava, em 1972, em Braga,  62 contos [= 14.256,05  €] (Alice Carneiro);

(v) o António Tavares pagou, em meados de 1971,  à Agência Correia, em Bissau, um total de 6 430$80 [ = 1643,21 €]  pela viagem "Bissau- Lisboa- Porto -Lisboa -Bissau  (em 3 prestações);

(vi) uma vaca raquítica, em Sonaco, comprava-se (quando o Luís Graça foi gerente de messe, em Bambadinca,  em 1970) por 950 pesos  [= 269,36 €];

(vii) uma arrafa de whisky novo (J. Walker Juanito Camiñante de 5 anos, rótulo vermelho, JB): 48,50 pesos = 14,35 € (em 1969).

(Estes valores são referentes à Guiné, de finais dos anos 60, princípios de 1970; o escudo ultramarino, emitido pelo BNU, valia menos 10%, "na candonga",  do que o escudo do Banco de Portugal...) (*)


Infografia: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné


1. Em 1970, 250 contos era quanto valia um "combatente do ultramar". A preços de hoje, equivaleriam a 83 840 euros.


Excertos, com a devida vénia,  de uma peça radiofónica de Guilherme de Sousa com João Ricardo Pateiro > TSF > Programa Entrelinhas > 16 maio 2018,  21h56 > O Boavista pagou 250 contos para eu não ir para o Ultramar


(...) O nome de Taí está inscrito na história do futebol português. O antigo jogador do Amarante, Académica, Boavista e FC Porto foi o único que disputou cinco finais consecutivas da Taça de Portugal.

Dessa mão cheia de jogos, Taí levantou a taça por quarto vezes: três pelo Boavista e uma pelos dragões. Foi pelos azuis e brancos que conquistou um campeonato, interrompendo um jejum de 19 anos.

(...) No ínicio dos anos 1970, Taí era um elemento fundamental na equipa do Boavista. E nessa época, a guerra colonial era uma ameça para os jovens da sua geração. Apesar de ter feito o serviço militar, nas Caldas da Rainha, o antigo atleta não seguiu para África.

"O Bavista pagou 250 contos para eu não ir para o Ultramar. E essa pessoa era casada, conseguiu regressar e acabou por adquirir uma casa, com esse dinheiro. Fez a sua aposta", afirma Taí. (...)

À TSF, o antigo jogador conta que conseguiu licenciar-se em Ciências do Desporto mas, após ter terminado a carreira como jogador, não ficou ligado ao futebol. Foi durante muitos anos professor de Educação Física em Amarante, a terra onde nasceu e onde pendurou as chuteiras. (...)

Comentários, para quê  ?! (**)

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Notas do editor:

(*) Vd. poste de 29 de outubro de  2015 > Guiné 63/74 - P15302: (Ex)citações (297): Quem disse que "100 pesos era manga de patacão" no nosso tempo? Em 1960, mil escudos (da metrópole) valiam hoje 428 euros; e em 1974, 161 euros, ou seja, uma desvalorização de c. 266 %... Recorde-se por outro lado que 100 pesos só valiam 90 escudos...

sexta-feira, 7 de junho de 2024

Guiné 61/74 - P25615: S(C)em Comentários (39): E as "cunhas" (o factor C) eram como as bruxas: "yo no creo en las brujas, pero que las hay, las hay"

Cortesia de Freepik (2024)
1. Excerto do poste P19108 (*):


O nosso camarada C. Martins (ex-alf mil art, cmdt, 23º Pel Art, Gadamael Gadamael, 1973/74), e que é médico de família, hoje reformado, na sua terra (razão por que nunca quis dar a cara)..., citava há tempos o seu avô que, na inauguração da escola local, em pleno Estado Novo, ouviu da boca de um manda-chuva esta rotunda "verdade sociológica":

 "O escritório, para o rico; a enxada, para o pobre"... 

No fundo, é uma variante do ditado alentejano: 

"A rica teve um menino, a pobre pariu um moço"...

Não nascemos nem sequer morremos iguais, embora sejamos todos feitos - com a sua licença, caro leitor -, da mesma "merda"... E, ao longo da vida, há outros fatores que nos continuam a diferenciar, e que explicam por que é que o "ascensor social" não pára, para toda a gente,  em todos os "andares" ...

No caso da tropa, da arma e da especialidade, e da mobilização para o Ultramar (eufemismo para "guerra", "guerra colonial"...), o berço, o estatuto socieconómico dos pais, as habilitações literárias, os testes psicoténicos, o mérito, a instrução militar e o famoso factor C [a "cunha") e, já agora, a "sorte" e os "santinhos" ou os "bons irãs" ... ajudam a explicar muita coisa...

Didático, com graça, com ironia, mas naturalmente de forma redutora, o C. Martins queria dizer que o "pobre" ia para atirador de infantaria ("tropa-macaca"), o "remediado" ia para cavalaria, o "remediado com estudos" para a artilharia... e os "ricos" e os gajos com cunhas, esses, desenrascavam-se muito melhor: tinham especialidades que os livravam de ir para o Ultramar ("ir para fora"...) ou ficavam no "ar condicionado" de Bissau, Luanda ou Lourenço Marques... (Bom, falamos do Exército, e do serviço militar obrigatório, não queremos "guerras" com a Academia Militar, a Reserva Naval, a FAP, as tropas especiais, etc.)

O retrato pode ser grosseiro, mas, na época da guerra do ultramar / guerra colonial, não andaria muito longe da "verdade sociológica" do avô beirão do dr. C. Martins... Na sociedade portuguesa, tradicionalmenmte clientelar,  ser "filho de algo" sempre foi, historicamente, importante, se não mesmo decisivo. 

O mérito é uma noção recente, capitalista, burguesa, coisa de há menos de 100 anos... E a "cunha" (o factor C) era como as bruxas: que as havia, havia, e toda a gente "mexia (ou procurava mexer) os seus pauzinhos"... (**)
________________

Notas do editor:

(*) Vd. poste de 17 de outubro de 2018 > Guiné 61/74 - P19108: 'Então, e depois? Os filhos dos ricos também vão pra fora!'... Todos éramos iguais, mas uns mais do que outros... Crónicas de uma mobilização anunciada (1): Valdemar Queiroz (ex-fur mil at art, CART 2479 /CART 11, Contuboel, Nova Lamego, Canquelifá, Paunca, Guiro Iero Bocari, 1969/70)


(**) Último poste da série > 29 de maio de 2024 > Guiné 61/74 - P25579: S(C)em Comentários (38): Gandembel, em que é que foi diferente dos 3 G (Guileje, Guidaje, Gadamael ?) (Alberto Branquinho, ex-alf mil, CART 1689 / BART 1913, Fá, Catió, Cabedu, Gandembel e Canquelifá, 1967/69))

segunda-feira, 13 de maio de 2024

Guiné 61/74 - P25515: O Cancioneiro da Nossa Guerra (17): "Isto é tão bera"! (Letra do sportinguista e "caça-talentos futebolísticos", Aurélio Pereira, música da canção cubana "Guantanamera") (Gabriel Gonçalves, ex-1º cabo cripto, CCAÇ 12, Contuboel e Bambadinca, 1969/71)


Gabriel Gonçalves: um grande voz, 
o "Joselito" de Bambadinca

1. Está por estudar o Cancioneiro da Guiné (*): só por si, é um tema que dá uma boa dissertação de mestrado ou tese de doutoramento... N
ão havia quartel no mato, onde não se cantasse o fado (em geral,  parodiado), um balada, um cantiga da moda (como as do Festival da Eurovisão), muitas vezes com letra adaptada às circunstâncias da vida do pobre Zé Soldado...   Havia sempre uma viola, um voz, um coro. E nalguns casos um acordeão. As letras poderiam ser mais eruditas ou mais "popularuchas", com ou  sem erros ortográficos. O que importava era cantar,  exteriorizar os nossos sentimentos recalcados,  "exorcizar os nossos fantasmas", e por vezes protestar, à boa maneira da época: iludindo a "censura"... Era também uma forma de "matar o tempo", mitigar a saudade, gerir "a usura física e mental" da guerra, enganar as insónias, disfarçar a angústia ou a ansiedade da próxima saída para o mato...

A letra que a seguir republicamos (agora nesta série "O Cancioneiro da Nossa Guerra")  foi-me 
enviada pelo Gabriel Gonçalves (ex-1º cabo op cripto,  CCAÇ 2590 / CCAÇ 12, Contuboel e Bambadinca, 1969/71),  um excelente camarada (para além de uma grande voz) que veio comigo no T/T Niassa, em 24 de maio de 1969... e não regressou no Uíge, em 17 de março de 1971, porque teve que esperar pelo seu "periquito" (**). (Os graduados e especialistas da CCAÇ 12 e das outras companhias com praças guineenses, de recrutamento local,  eram de rendição individual.)

(...) Henriques: Lembrei-me que havia uma música que a malta entoava em tom de protesto, quando das nossas tainadas lá em Bambadinca e também no nosso encontro (da malta de Bambadinca, 1968/71) efectuado na herdade do Vacas de Carvalho (em Montemor-o-Novo) já há um anos. Segue os versos. (...) (***)

Agradeci-lhe: 

(...) Gabriel, que saudades, que maravilha!... Ainda me lembro bem  da letra e sobretudo da música (...)

E acrescento agora mais uns  comentários:  era cantada em noite de copos, de insónias e de raiva, pela noite dentro, suficientemente alto para os gajos do "Comando" [do Batalhão, primeiro, o BCAÇ 2852, e depois o BART 2917] nos ouvirem... 

A canção 'Isto é tão bera' (parodiando a letra da 'Guantanamera' e adaptando a sua música muito em voga nos anos 60 ) era  uma das nossas  preferidas, no bar da messe de sargentos de Bambadinca, em 1969/71, a par da 'Pedra Filosofal', do António Gedeão (letra) e Manuel Freire (música)... 

O poema do António Gedeão foi publicado no livro 'Movimento Perpétuo', em 1956, portanto muito antes da guerra colonial.  Dada a sua excelente ritmo, riqueza imagética, força poética e musicalidade e, apesar a sua extensão, o Manuel Freire pegou nele e fez da 'Pedra Filosofal' um verdadeiro de hino de resistência contra a situação política da época (a ditadura, a guerra colonial, as esperanças frustradas da abertura política com a 'primavera marcelista', etc.)
 

(...) Eles não sabem, nem sonham, 
que o sonho comanda a vida. 
Que sempre que um homem sonha
 o mundo pula e avança 
como bola colorida 
entre as mãos de uma criança.(...)


Foi o GG, o Gabriel Gonçalves  (a quem também chamávamos o "Arcanjo Gabriel", e que tocava viola e cantava divinamente) quem me deu informação sobre o autor da letra, o Aurélio Pereira. Aqui fica  feito o esclarecimento por ele, em 2007 (***):

 (...) Henriques: Ainda bem que te lembras da música. O Aurélio Pereira (n. 1947) é um camarada de Leiria do curso de escriturário no RAL 4. Para que conste trata-se do conhecido e conceituado técnico de futebol do SCP, para as camadas jovens, pois passaram por ele nomes como: Figo, Simão, Quaresma, Ronaldo, estes os mais conceituados. Que pena o Aurélio não ser do SLB. Um abraço, GG. (...)

Confesso que não sabia que o autor da letra da canção "Isto é Tão Bera" era um nome glorioso do nosso futebol (dizem até que foi o maior caçador de talentos futebolísticos do mundo, recentemente homenageado pelo seu clube de sempre.) (...)

Recorde-se, por outro lado, que a "Guantanamera" é uma canção patriótica cubana com letra do poeta José Martí (1858-1895) (herói da independência de Cuba), com música de Joselíto Fernández (1929). 


ISTO É TÃO BERA
(Letra de Aurélio Pereira / música Guantanamera)

I
Eu sou um pobre soldado
E esta farda é o fim,
Andando assim mascarado
Todos se riem de mim.

As minhas moças-meninas
São as malvadas faxinas.

(Refrão)

Isto é tão bera,
Ai é tão bera, tão bera,
Isto é tão bera,
Ai é tão bera, tão bera.

II
Logo de manhã cedo
Toca para levantar,
Se não acordas é certo
Logo vais estar a lerpar.

Mais um minuto na cama
Lá vai o fim-de-semana.

(Refrão)

Isto é tão bera,
Ai é tão bera, tão bera,
Isto é tão bera,
Ai é tão bera, tão bera.

III
Era um rapaz engraçado
E de carinha mimada,
Sempre tão bem penteado
Mas levou a carecada.

Agora está como o fel
Nem quer sair do quartel.

(Refrão)

Isto é tão bera,
Ai é tão bera, tão bera,
Isto é tão bera,
Ai é tão bera, tão bera.

_____________


(...) Coimbra > Claustros do antigo Colégio da Graça, hoje sede no núcleo local da Liga dos Combatentes, Rua Sofia, 136 > 27 de maio de 2023 > 50.º convívio de confraternização da CCAÇ 12 (Bambadinca e Xime, 1971/74) > O Carlos Alberto M. Simões, ex-1º cabo cripto (1971/72), que foi substituir o "nosso" GG - Gabriel Gonçalves, "grande baladeiro", também conhecido pelo "Joselito de Portugal"... Chegou tarde a Bambadinca, em maio de 1971, para desespero do "Arcanjo Gabriel" que já estava completamente passado dos carretos... Vive em Telheiras, Lisboa, e trabalhou nos seguros, tal como o GG... Disse-me que nunca saiu do seu buraco, em Bambadinca... Mas tem um louvor do comando do BART 2917 (...).

(***) Vd. poste de 24 de abril de  2007 > Guiné 63/74 - P1695: Cancioneiro de Bambadinca: Isto é tão bera (Gabriel Gonçalves) 

segunda-feira, 11 de julho de 2022

Guiné 61/74 - P23422: Frase do dia (1): Faz hoje 55 anos que entrei para a tropa, em Santarém. Tinha 22 anos feitos, regressei com quase 26... (Valdemar Queiroz, ex-fur mil at art, CART 2479 / CART 11, Contuboel, Nova Lamego, Canquelifá, Paunca, Guiro Iero Bocari, 1969/70)




Espinho > Silvade > Fevereiro de 1969 > Jantar de despedida antes da partida, a 18, para o TO da Guiné... Um grupo de sargentos e furriéis milicianos da CART 2479, futura CART 11, "Os Lacraus" (1969/70).

À esquerda, sentados: Canatário (armas pesadas), e Cândido Cunha; em pé Silva (transm.), Abílio Duarte e Pinto, atrás Macias e Pechincha (operações especiais); ao alto,  Sousa, ao centro 1º. Sarg Ferreira Jr. (já falecido), Renato Monteiro (1946-2021), Ferreira (vagomestre), Edmond (enfermeiro), Pais de Sousa (mecânico) e eu, sentado, à direita, Valdemar Queiroz (armado em finório) (nasceu em 30/3/1945; está assinalado com cercadura a amarelo). (*)

Para completar a classe de sargentos da CART 2479 (futura CART 11),  falta o 2º. sarg Almeida (o velho Lacrau) (já falecido), o fur mil Vera Cruz e o fur mil Aurélio Duarte  (também já falecido).

Foto (e legenda): © Valdemar Queiroz 2021). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


Fez ontem 55 anos que entrei para a tropa. Eu e o Cândido Cunha entrámos da parte da tarde no Destacamento da EPC em Santarém.

Tinha 22 anos feitos e regressei da tropa com quase 26 anos. Por acaso já tinha emprego certo, as empresas eram obrigadas a manter no Quadro de Pessoal os trabalhadores a prestar serviço militar.

Mas, quantos milhares de jovens ficaram a "patinar" no início da sua vida profissional por terem de ir para a tropa e depois para a guerra?

País do caraças, que obrigava os jovens a ir para a tropa e para a guerra em vez de os utilizar no desenvolvimento do País.




Valdemar Queiroz [ex-fur mil at art, CART 2479 /CART 11, Contuboel, Nova Lamego, Canquelifá, Paunca, Guiro Iero Bocari, 1969/70)


___________

Notas do editor:

(*) Vd. poste de 19 de dezembro de  2021 > Guiné 61/74 - P22821: Fotos à procura de... uma legenda (158): Tão meninos que nós éramos!... (Valdemar Queiroz, ex-fur mil, CART 2479 / CART 11, Contuboel, Nova Lamego, Canquelifá, Paunca, Guiro Iero Bocari, 1969/70)

domingo, 31 de outubro de 2021

Guiné 61/74 - P22675: Reavivando memórias do BENG 447 (João Rodrigues Lobo, ex-Alf Mil, cmdt do Pelotão de Transportes Especiais, Brá, 1968/71) - Parte VIII: O meu percurso militar (II): Depois da RMA, o CTIG: ao todo, 3 anos e 4 meses ao serviço da tropa


Doc 7 > Região Militar de Angola > Batalhão de Intendência de Angola >Quartel em Grafanil > Batalhão de Intendência > Companhia de Intendência > 11 de fevereiro de 1971 > #O documento mais valioso": a declaração da passagem à disponibilidade (ou à "peluda")



Doc 6 > Região Militar de Angola > Quartel General > Companhia de Comando e Serviços > Quartel em Luanda > 12 de agosto de 1968 > Recibo da Arrecadação do Material de Guerra, comprovativo da entrega pelo alf mil João Rodrigues Lobos de uma  G3, cimco carregadores, duas cartucheiras, um cinturão e... 100 cartuchos  7,62 mm m/962... 


Doc 8> Ministério do Exército > Direcção do Serviçpo de Pessoal > Repartição dos Oficiais > 2ª Secção > Lisboa, 28 de janeiro de 1978 > Declaração para efeitos de contagem do tempo de serviço.


Fotos (e legendas): © João Rodrigues Lobo (2021). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Segunda (e última) parte da mensagem de João Rodrigues Lobo [ex-alf mil, cmdt Pelotão de Transportes Especiais / BENG 447 (Bissau, Brá, dez1967/fev1971): fez o 1º COM, em Angola, na EAMA, Nova Lisboa; vive em Torres Vedras onde trabalhou durante mais de 3 décadas como chefe dos serviços de aprovisionamento do respetivo hospital distrital; membro nº 841 da Tabanca Grande.]


Data - sexta, 29/10, 10:11 (há 1 dia)



Assunto - O meu percurso militar


(Continuação)

Quando me mobilizaram para a Guiné fui para o Depósito  de Adidos, em Luanda, onde esperei por um transporte para a Guiné, que nunca mais me arranjavam, ( dizendo até que provavelments tinha de ir primeiro para a Metrópole e dali para a Guiné) sendo que o tempo passava e a Comissão não começava. 

Consegui pessoalmente junto da Força Aérea que me arranjassem transporte num avião militar que vinha para Lisboa com escala em Cabo Verde. Chegado a Cabo Verde esperei por outro avião militar, de carga, que me levou até Bissalanca. Ali chegado, sem nunca antes ter sabido qual a Unidade em que estaria colocado, apanhei boleia num jipe que por acaso tinha ido levar alguém a Bissalanca e que por camaradagem, (não estando autorizado e não constar do boletim da viatura) me levou ao Quartel General em Bissau. Ali chegado, e com as malas á porta, lá entrei e só aí soube que estava colocado no BENG 447. Por gentileza lá me mandaram levar a Brá.

Conhecendo eu bem Angola, e, só havendo 5 Aspirantes Milicianos da Especialidade formados no 1º COM em Angola, sendo este número manifestamente insuficiente para as colunas de MVL, e estando eu no Quartel General a prestar o que julgo bom serviço, porque cargas de água fui mobilizado para a Guiné? 

A explicação dada na época foi “intercâmbio entre Provincias” sem direito a mais perguntas!  Seria só isso ? Por vezes especulo sobre várias hipóteses, mas sem conclusões. Talvez fale delas noutra altura pois são só especulações.

E, quando acabei a comissão na Guiné, para voltar para Luanda, onde fui mobilizado, queriam que viesse de navio fretado para Lisboa (quando houvesse) e de Lisboa para Luanda (quando houvesse). 

Lá se foi o resto do que tinha poupado e paguei as 2 viagens aéreas de Bissalanca para Lisboa e de Lisboa para Luanda, na TAP totalmente do meu bolso! Em 1968 e 1969 também tinha pago as 8 viagens aérias na TAP nos dois meses de férias que tive, para as passar em Luanda onde residia a minha namorada.

Quando em 1977 fiz concurso público para Chefe dos Serviços de Aprovisionamento do Hospital Distrital de Torres Vedras, precisava de documento onde constasse o Serviço Militar cumprido. 

Não sabendo onde o podia obter, fui ao Ministério do Exército, no Terreiro do Paço, em Lisboa, onde estava “estacionado” o meu processo, por não ter a data da passagem á disponibilidade!!! 

Por sorte, (mais uma vez) tinha guardado o papelinho da “peluda”, que apresentei, e lá me passaram uma declaração simples (, com um erro na data do inicio da Comissão no qual só mais tarde reparámos, ) mas que serviu o objectivo. 

Em 1978 recebi um oficio onde, na disponibilidade, tinha sido colocado no Regimento de Engenharia nº 1 em Lisboa. E em 1983 recebi outro oficio,  dizendo que o meu processo estava no DRM  de Santarém. 

Em 2007 aquando da passagem á reforma, para obter a contagem do tempo, fui a Santarém e já não estava lá nada. Fui então ao Arquivo Geral do Exército, em Lisboa onde estava o meu processo, obtive a contagem do tempo e lá me deram 5 anos e 337 dias para a reforma ( tiraram alguns mesitos, talvez a recruta ou as férias). 

Esta “história” terá interesse?  Para mim tem,  dadas as bolandas em que andei, e, o tempo que perdi (ou ganhei) no Exécito Português.

Por onde passei tive e assisti a vários “episódios” alguns idênticos aos que outros camaradas descrevem , outros talvez um pouco diferentes. Tenho algumas situações,vividas pelos locais por onde estive, na memória, e tento recordar-me de outras para talvez as passar ao papel e vos enviar para o blog.

Resumindo, acabei por ter tanta sorte que passei quase ao lado da Guerra, estando bem perto da dureza e sofrimento que tantos camaradas, nas mesmas datas, passaram.

Até tive a sorte de , quase imberbe, deixar crescer o bigode, desde que aterrei na Guiné, bigode esse que foi crescendo sem nunca mo mandarem rapar, apesar de algumas bocas “superiores” e de alguns PM . O bigode, que aí começou, só o raparei quando a sorte que me acompanhou em Angola e na Guiné,  me fizer ganhar o Euromilhões!

Anexo vários “papéis” que guardei como recordação, em complemento do que já foi publicado no poste anterior (*)

Doc 6 – Documento de MVL – 1968

Doc 7 – O Documento mais valioso: a passagem à disponibilidade, em  1971

Doc 8 – A descoberta do meu processo – 1977 (1978)

Até breve.

João Rodrigues Lobo
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Nota do editor:

(*) Último poste da série > 30 de outubro de 2021 > Guiné 61/74 - P22671: Reavivando memórias do BENG 447 (João Rodrigues Lobo, ex-Alf Mil, cmdt do Pelotão de Transportes Especiais, Brá, 1968/71) - Parte VII: O meu percurso militar (I): Região Militar de Angola: EAMA, CICA, Companhia de Transportes nº 2560, QG-4ª Rep, Depósito de Adidos (1967/68)

segunda-feira, 17 de julho de 2017

Guiné 61/74 - P17592: Efemérides (260): O dia em que entrei para a tropa... Foi há 50 anos, em 10/7/1967, na EPC, Santarém (Valdemar Queiroz, CART 2479 / CART 11, Contuboel, Nova Lamego, Canquelifá, Paunca, Guiro Iero Bocari, 1969/70]



Samtarérm > Escola Prática de Cavalaria > Abril 1971. Junto à entrada da EPC,  o Augusto Silva Santos, ladeado pelos camaradas Lúcio e Miguel Ângelo.

Foto (e legenda): © Augusto Silva Santos (2014). Todos os direitos reservados [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]




O DIA EM QUE ENTREI PRÁ TROPA


[, ex-fur mil, CART 2479 / CART 11, Contuboel, Nova Lamego, Canquelifá, Paunca, Guiro Iero Bocari, 1969/70]



Quem, de nós, não se lembra do dia em que entrou prá tropa?

Eu lembro-me. Faz agora 50 anos.

Foi no dia 10 de Julho de 1967, na Escola Prática de Cavalaria, em Santarém, para o CSM [, Curso de Sargentos Milicanos]. Já tinha 22 anos e, até hoje, não sei a razão por ter sido chamado tão tarde.

Tinha estado, uns dias antes, na Portugália, em Lisboa, a jantar ou, melhor, a comer o bife ‘à Portugália’ com um amigo que ia para Santarém horas depois ou, talvez fosse a um sábado, não me lembro bem. Contou-me que estava na EPC. no Curso de Sargentos Milicianos.
− Eu, também, vou pra lá no dia 10 −  digo-lhe eu. 
− Estás lixado, tens que ser engraxador, polidor de metais e soldadinho de chumbo como o ‘Mouzinho’ e explicou-me o que devia levar e o que lá devia fazer, senão, depois, não ‘vens a fim de semana’, disse ele.

Cheguei a Santarém.  Fui o primeiro a entrar ao Quartel ‘Destacamento’ da EPC., cá em baixo na cidade, na parte da tarde. Levava escovas e latas de graxa prás botas e solarine prós amarelos, na bagagem. 

O Cândido Cunha, que eu não conhecia e que havia de me acompanhar na recruta, na especialidade e até ao fim da tropa, incluindo na mesma CArt. na Guiné [, a CART 2479 / CART 11], também fazia parte deste grupo de recrutas. Fomos encaminhados prós testes psicotécnicos dos dominós e outros pra saberem as nossas capacidades. 

Depois fomos receber o fardamento. Deram-nos o fardamento adequado com a particularidade de nos ser fornecido umas fitas vermelhas/verdes largas e compridas para serem cosidas na boina, assim como um cartão para ser colocado na parte interior/superior da boina para suporte das Espadas de Cavalaria e, também, uns elásticos para segurar/enrolar o final das calças entre as fivelas das botas pra ficarem a ‘golf à Mouzinho’. 

Depois, no final da tarde, já com tudo organizado e equipado viemos prá parada e eis que surge a primeira tropa a sério: 
− Quem dos presentes percebe de laranjas? − foi perguntado. 
− Nós!− , responderam alguns,  e lá foram estes descascar batatas no refeitório pró jantar. 

Espectacular!!!... Até dá gosto ter estado na tropa. Com as botas bem engraxadas e com os ilhós dos atacadores e das duplas fivelas dos plainitos brilhantes/reluzentes como as Espadas da Cavalaria da boina começamos a sair prá cidade e a visitar a família aos fim de semana.

Quem me dera ter agora vinte e dois anos.

Valdemar Queiroz

 ________________

Nota do editor:

Último poste da série > 21 de junho de 2017 > Guiné 61/74 - P17498: Efemérides (259): Dia do Combatente Limiano - 6.ª Homenagem do Concelho de Ponte de Lima aos seus 79 Heróis Militares caídos em combate pela Pátria, 27 na I Grande Guerra e 52 durante a Guerra do Ultramar (António Mário Leitão, ex-Fur Mil na Farmácia Militar de Luanda)

quinta-feira, 6 de outubro de 2016

Guiné 63/74 - P16565: Inquérito 'on line' (72): Todos iguais mas uns mais iguais do que outros?... Resultado final (n=94 respostas): os ricos, os poderosos e... os famosos andaram comigo na escola (38%), na tropa (26%) e na guerra (17%)



Guiné > Zona Leste > Sector L1 (Bambadinca) > CCAÇ 12 (1969/71) > "Tugas" e "nharros", filhos de um deus menor... A CCAÇ 2590/CCAÇ 12 era constituida por cerca de 60 graduados e especialistas metropolitanos e 100 praças do recrutamento local.... Foi uma das companhia da "nova força africana" criada por Spínola. Nenhum de nós era filho de gente rica, poderosa ou famosa...

A foto fixou a progressão de forças da CCAÇ 12,  em   bolanha abandonada ou lala, no decurso de uma operação, na época das chuvas, no subsector do Xime, de Mansambo ou do Xitole (já não posso precisar)... O sector L1 equivalia em grande parte ao setor 2 do PAIGC, comandado na época por Mamadu Indjai (gravemente ferido em 18/8/1969 e depois substituído por Bobo Keita). Não demos tréguas uns aos outros nesta época... Todo o chão fula estava militarizado...

Foto: em primeiro plano, à esquerda, vê-se o fur mil at nf Arlindo T. Roda, o alf mil at inf op esp Francisco Magalhães Moreira (comandante do 1º Gr Comb e segundo comandante da companhia) e a seu lado, provavelmente sold 82105369 Mamadu Silá (Ap LGFog 3,7), fula, da 2ª secção (habitualmente comandada pelo fur mil at inf Joaquim João dos Santos Pina, natural de Silves)...Em quinto lugar, parece-me ser o comandante do 3º Gr Comb ( alf mil Abel Maria Rodrigues, transmontano, de Miranda do Douro) ou se o saudoso ex- 1º cabo José Marques Alves, de alcunha "Alfredo" (1947-2013), e que pertencia ao 2º Gr Comb. (Natural de Campanhã, Porto, vivia em Fânzeres, Gondomar,  à data da sua morte.)
Foto: © Arlindo Teixeira Roda (2010). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem: L.G.]


1. INQUÉRITO DE OPINIÃO:

"OS FILHOS DOS RICOS E PODEROSOS DE ENTÃO ANDARAM COMIGO"...

Resultados definitivos, com base em  94 respostas (resposta múltipla):


1. Não, não andaram comigo na escola >  36 (38%)

2. Não, não andaram comigo na tropa >  44 (46%)

3. Não, não andaram comigo na guerra >  50 (53%)

4. Sim, andaram comigo na escola >  36 (38%)

5. Sim, andaram comigo na tropa >  25 (26%)

6. Sim, andaram comigo na guerra >  16 (17%)

7. Não sei / não me lembro > 9 (9%)

2. O inquérito 'on line' decorreu entre 28 de setembro e 5 de outubro e não chegou às 100 respostas.  Aqui vão alguns dos primeiros comentários que esta questão suscitou, entre os nossos leitores, camaradas, tanto no blogue como na nossa página do Facebook:


Domingos Robalo: 

(...) O sobrinho do ministro Sá Viana Rebelo e o filho do deputado à Assembleia Nacional falecido no acidente de helicóptero em Mansoa foram meus camaradas na Artilharia (BAC1 / GAC7). O primeiro comandava um pelotão de artilharia, creio que em Canquelifá e o segundo estava em Catió.  Outros "ricaços" e filhos de industriais por lá andavam em pelotões no TO. Obviamente que a maioria eram de origem mais modesta mas nem por isso menos considerados ou desrespeitados. Era assim na Artilharia. 


Rui Castanha: 

(...) Não faço a minima ideia de quem eram, no inicio, os meus camaradas de guerra ou melhor de tropa. Fomos todos iguais e cada um ocupou o seu lugar com as suas responsabilidades. A questão que se deveria ter colocado é se cumpriram ou não o seu papel. (..:)


Mário Vasconcelos:

(...) Durante o serviço militar nunca me preocupou saber a origem daqueles que correspondiam ao esforço praticado. Os laços que nos irmanavam eram de tal modo fortes, que esse aspecto, para mim, era irrelevante. Suponho ser mais admissível dizer que, durante o ensino superior, alguns fossem dessa proveniência. E, portanto, muitos deles devem ter representado a nação em esforço de guerra. Verdadeiramente, não sei quantificar. (...)


António Rosinha:

(...) Nas grandes aldeias portuguesas, de onde saiam a maioria dos tropas para a guerra, os mais ricos eram o merceeiro, o alfaiate, o cabo da GNR, o mestre escola, e o presidente da junta, porque tinha mais alqueires de terra do que os pobres. Se por acaso algum dos filhos destes ricos quisesse fugir à tropa, estudava, estudava até se formar, e se chumbasse, ia para a Suiça continuar os estudos, e até podia levar uma viola e vir a ser cantautor. No caso dos pobres, quem quisesse fugir à tropa, ia de pedreiro para a França, sem viola... Mas não se diz que o país era de "meia dúzia deles"?  (...) Os filhos de donos de pontas da Guiné, e roças em Angola e machambas de Moçambique, alguns também (não muitos, penso eu) foram estudar ou para a Suíça, ou Inglaterra ou França. No fim apareceram com uma cara "afivelada" de anti-colonialistas, anti-portugueses, mas disfarçavam mal. (...)


Carlos Vinhal:

(...) Na minha Companhia, apareceu em determinada altura um alferes miliciano para substituir o Alferes Couto, vítima mortal de uma mina. Mal chegado, afirmou para quem o quis ouvir, que o seu tempo em Mansabá seria muito curto pois estava à espera que alguém, muito próximo, chegasse a Bissau para manobrar os cordelinhos e o tirar dali. Assim se cumpriu, e assim chegou a Mansabá o Francisco Baptista em sua substituição. (...)


Francisco Baptista:

(...) Pois meu amigo Carlos Vinhal o Francisco Baptista foi das maiores vítimas do compadrio na Guiné. Quando fui substituir esse tal mariola, de boas famílias, sei que tinha um apelido Meneres eu já tinha 17 meses de mato, em Buba. Não protestei pelo destino que me reservaram porque achei que o meu estado psíquico não me iria permitir uma boa adaptação à guerra dos papeis e dos soldadinhos de chumbo dos nossos coroneis e dos seus protegidos. (...)


José Martins:

(...) Sim, andaram por perto, mas em determinada altura afastaram-se. No Jardim Escola, andaram bastantes, que depois foram-se dividindo pelas duas escolas da cidade e das localidades vizinhas.
Na altura do secundário houve nova cisão: os ditos ricos, abastados e agricultoras para o liceu; os remediados para a escola técnica. Na tropa estiveram dois comigo, quer na recruta quer na especialidade de teleimpressor. Eu segui para o CSM. Deles em foi para o QG do Porto, enquanto o outro ficou no regimento, impedido às pocilgas. Quanto pagou ao sargento da pecuária? Não sei, mas deve ter sido bastante. (...)


Hélder Sousa:

(...) Tenho ideia de se falar nisso lá na terra, em que alguns integrantes dos terratenentes se chegaram à frente para defender a integridade da Pátria mas alguns outros houve que foram escapando à mobilização e muito sinceramente já não sei 'fulanizar' esses casos (...)


C. Martins:

Filho de ministro na recruta... não era nada pretensioso... bom camarada e com grande espírito de humor... Num sábado foi o único da sua companhia que não foi de fim de semana, julgo que devido a castigo. Ao apresentar a companhia que era só constituída por ele...meu capitão (oficial dia) companhia pronta...o capitão olha-o de soslaio e diz.. .mande dispersar essa merda... este obedece prontamente...faz meia volta volver.. e dirigindo-se para a parada vazia...berra a plenos pulmões...AAATEEENÇÃO MEERRRDA DISPERSAR...o capitão fez um sorriso amarelo por baixo do seu bigode.

Meu capitão,  tenho uma lagarta na sopa.. resposta do capitão...coma que isso é tudo proteína...pode ser mas.. é "uma merda de proteína"..e afastou delicadamente o prato de zinco. (...)


Luís Graça:

(..) Um grande admirador de Salazar e influente deputado, Cazal Ribeiro, considerado um ultranacionalista, teve um filho, que foi piloto de heli AL III, e que morreu em Angola... Não sei se em combate, se por acidente,,, O caso na época foi muito falado... e provocou comoção nas fileiras do regime, O nosso Dom Duarte Nuno também a fez a tropa e fez uma comissão em Angola... São dois casos, públicos, que me ocorrem à memória. (..)


Valdemar Queiroz:

(...) E, então, os que pagavam para não ir pra guerra ? Sim, houve situações que eu conheci, de Cabos Milicianos com boa classificação na especialidade, ou em pequena rotação, o exemplo das variantes de Artilharia, não mobilizados, que se ofereciam em substituição por troca de dinheiro a outros com classificações mais baixas e mobilizáveis? Os chamados 'mata serviços'. Havia-os cá a 'matar serviços' nos fins de semana, que depois se estendeu à guerra na Guiné, que dava bom dinheiro. Lembro-me do caso no RAP3, Figueira da Foz, de dois de especialidade Munições de Artilharia,  meus conhecidos, um que foi um jogador conhecido de futebol, outro meu ex-colega na Veiga Beirão. O meu ex-colega na Veiga, grande crânio, com excelente classificação, trocou por dinheiro com o futebolista, dum clube conhecido, com baixa nota, para ir pra Guiné. (...)
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Nota do editor:

Último poste da série > 5 de outubro de  2016 > Guiné 63/74 - P16564: Inquérito 'on line' (71): Os Filhos dos Ricos e Poderosos, incluindo os jogadores de futebol... (Mário Gaspar, ex-Fur Mil At Art, Minas e Armadilhas, CART 1659, Gadamael e Ganturé, 1967/68)

Vd- também postes anteriores:

29 de setembro de 2016 > Guiné 63/74 - P16538: Inquérito 'on line' (68): Quando os filhos dos ricos e dos poderosos de então andavam connosco na escola, na tropa e na guerra... Resposta até ao dia 5/10/2016, às 19h44...

30 de setembro de 2016 > Guiné 63/74 - P16543: Inquérito 'on line' (69): Perguntar não ofende, mas às vezes pode incomodar... Os filhos dos ricos e dos poderosos de então andaram comigo na escola (25%), mas não na tropa (52%) e menos ainda na guerra (56%)... Resultados preliminares (n=44)... Prazo de resposta até 5 de outubro, 4ª feira, às 19h44

4 de outubro de 2016 > Guiné 63/74 - P16559: Inquérito 'on line' (70): Ricos e pobres, a tropa e a guerra... O caso de um camarada meu do 4º turno de 1971, no CISMI, Tavira , que era alegadamente filho de um grande acionista da Tabaqueira (Henrique Cerqueira , ex-fur mil, 3.ª CCAÇ / BCAÇ 4610/72, e CCAÇ 13, Biambe e Bissorã,

segunda-feira, 3 de outubro de 2016

Guiné 63/74 - P16551: Inquérito 'on line' (69): ... Os filhos dos ricos e dos poderosos de então andaram comigo na escola (39%), mas não na tropa (45%) e menos ainda na guerra (52%)... Resultados preliminares (n=73)... Prazo de resposta até 5 de outubro, 4ª feira, às 19h44

1. INQUÉRITO DE OPINIÃO:~




 "OS FILHOS DOS RICOS E PODEROSOS DE ENTÃO ANDARAM COMIGO"...


Resultados provisórios, com base em 73 respostas:


4. Sim, andaram comigo 
na escola  > 29 (39%)

2. Não, não andaram comigo 
na tropa  > 33 (45%)


3. Não, não andaram comigo 

na guerra  > 38 (52%)


1. Não, não andaram comigo na escola  > 26 (35%)

5. Sim, andaram comigo na tropa  > 21 (28%)

6. Sim, andaram comigo na guerra  > 12 (16%)

7. Não sei / não me lembro  > 8 (10%)

Resposta múltipla. Votos apurados: 73

Dias que restam para votar: 2 (Termina em 5/10/2016, 4ª feira, às 19h44)

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sexta-feira, 30 de setembro de 2016

Guiné 63/74 - P16543: Inquérito 'on line' (69): Perguntar não ofende, mas às vezes pode incomodar... Os filhos dos ricos e dos poderosos de então andaram comigo na escola (25%), mas não na tropa (52%) e menos ainda na guerra (56%)... Resultados preliminares (n=44)... Prazo de resposta até 5 de outubro, 4ª feira, às 19h44

Bissau: Monumento ao Esforço da Raça
(c. 1950)
1. INQUÉRITO DE OPINIÃO: "OS FILHOS DOS RICOS E PODEROSOS DE ENTÃO ANDARAM COMIGO"...


1. Não, não andaram comigo na escola  > 17 (38%)


2. Não, não andaram comigo na tropa  > 23 (52%)

3. Não, não andaram comigo na guerra  > 25 (56%)

4. Sim, andaram comigo na escola  > 18 (40%)


5. Sim, andaram comigo na tropa  > 11 (25%)


6. Sim, andaram comigo na guerra  > 7 (15%)

7. Não sei / não me lembro > 4 (9%) 


2. Mais um inquérito (ou "sondagem"...) para responder no nosso blogue, até ao dia 5 de outubro, até às 7:44 PM (19h44)... Não se trata de nenhum trabalho de pesquisa científica, é apenas um passatempo, inocente... Não sabemos quem responde nem quem não responde... Se chegarmos aos 100, ótimo, é uma boa amostra de conveniência.

Até hoje de manhã, tínhamos 44 respostas, cujos resultados preliminares apresentamos acima.

Por favor, camarada,  coloca a(s) cruzinha(s) aqui. diretamente, ao canto superior esquerdo do blogue... A pergunta tem resposta múltipla... E, já sabes, perguntar não ofende... E também não queremos naturalmente incomodar ninguém... Só queremos conhecer a tua experiência ou a tua perceção... 

Na época,  em 1961/74, havia o serviço militar obrigatório e o país estava a braços com uma guerra em 3 frentes, bem longe de casa... Dizem que mobilizou perto de 1 milhão de homens...200 mil terão sido os refratários; desertores foram poucos... Alguns de nós acham que, na época, éramos todos portugueses e todos iguais... Mas outros acrescentam que havia alguns de nós que eram mais iguais do que outros... Em que é que ficamos ?


3. Alguns comentários na página do Facebook da Tabanca Grande, com de ontem e hoje:

(i) Domingos Robalo:

Já fiz a minha votação e gostaria de comunicar o seguinte: Fiz 24 meses de Guiné de maio 69 a 71.

O sobrinho do ministro Sá Viana Rebelo e o filho do deputado à Assembleia Nacional falecido no acidente de helicóptero em Mansoa foram meus camaradas na Artilharia (BAC1 / GAC7). O primeiro comandava um pelotão de artilharia, creio que em Canquelifá e o segundo estava em Catió.

Outros "ricaços" e filhos de industriais por lá andavam em pelotões no TO. Obviamente que a maioria eram de origem mais modesta mas nem por isso menos considerados ou desrespeitados. Era assim na Artilharia.

Não esquecer que a maioria dos nossos soldados eram de origem Guineense, [tendo sido] vitimas dos assassinatos a seguir à independência daquele País de gentes amigas e ainda saudosas de Portugal.

PS - Correcção: o primeiro [, o sobrinho do ministro Sá Viana Rebelo] estava em Saré Bacar, e estivemos juntos na "Operação Mabecos", em Piche, na semana de carnaval de 1971, operação de triste memória.

(ii) Augusto Carolino Carvalho:

Alguns andaram na Escola Primária, depois ninguém mais os viu, só de vez em quando é que vinham à Terra.

 (iii) Mario Vasconcelos:

Durante o serviço militar nunca me preocupou saber a origem daqueles que correspondiam ao esforço praticado. Os laços que nos irmanavam eram de tal modo fortes, que esse aspecto, para mim, era irrelevante. Suponho ser mais admissível dizer que, durante o ensino superior, alguns fossem dessa proveniência. E, portanto, muitos deles devem ter representado a nação em esforço de guerra. Verdadeiramente, não sei quantificar.

 (iv) Raul Castanha:

Não faço a minima ideia de quem eram, no inicio, os meus camaradas de guerra ou melhor de tropa. Fomos todos iguais e cada um ocupou o seu lugar com as suas responsabilidades. A questão que se deveria ter colocado é se cumpriram ou não o seu papel.~

(v) Manuel Amaro:

 Havia de tudo... uns inventavam doenças como o filho do Director do Hospital Militar... outros, como o filho de um General, meu vizinho, faleceu em Angola.

(vi) Manuel Belinha:

Na escola aonde eu andei, andavam todos, ricos e pobres, brincávamos juntos . Nos anos 50 não havia colégios privados. Isso são coisas das mentes deturpadas modernas e de quem perde tempo a fazer estes inquéritos. Esta página [Facebook da Tabanca Grande] é de grande utilidade para todos nós que estivemos na Guiné . Ficarei muito triste se ela for usada para fins políticos.  Na Guiné éramos todos camaradas unidos, porque ninguém sabia e não se discutia política.

A vida é assim mesmo. Uns imigraram, para o estrangeiro ou grandes cidades. A vida de criança, mal era se não mudasse na idade adulta. Conheço gente que era rica,  hoje está pobre, também conheço gente que era pobre,  hoje está rica.  É a sorte e o destino de cada um.

(vii) José Augusto de Araújo:

Eu também estive na Guiné de 69 a 71, e já há muito que sou adepto da Tabanca Grande!...  Ricos ou pobres, todos os que lá fomos sofremos na pele o inferno da guerra!...
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quinta-feira, 29 de setembro de 2016

Guiné 63/74 - P16538: Inquérito 'on line' (68): Quando os filhos dos ricos e dos poderosos de então andavam connosco na escola, na tropa e na guerra... Resposta até ao dia 5/10/2016, às 19h44...


Guiné > Bissau > s/d > "Monumento ao Esforço da Raça (Bissau)". Bilhete Postal, Colecção "Guiné Portuguesa, 131". (Edição Foto Serra, C.P. 239 Bissau. Impresso em Portugal. Imprimarte, SARL).

Coleção de postais  ilustrados do Agostinho Gaspar / Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (2010) (*)


1. INQUÉRITO DE OPINIÃO: "OS FILHOS DOS RICOS E PODEROSOS DE ENTÃO ANDARAM COMIGO"...

1. Não, não andaram comigo na escola

2. Não, não andaram comigo na tropa

3. Não, não andaram comigo na guerra

4. Sim, andaram comigo na escola

5. Sim, andaram comigo na tropa

6. Sim, andaram comigo na guerra

7. Não sei / não me lembro


2. É um inquérito (ou "sondagem") para responder no nosso blogue, até ao dia 5 de outubro, até às 7:44 PM (19h44)... Colocar a cruzinha aqui. diretamente, ao canto superior esquerdo do blogue... Passadas as férias de verão, contamos com uma boa adesão dos nossos leitores, o mesmo é dizer, 100 ou mais respostas (**)...

Os ricos e poderosos do nosso tempo, do tempo da guerra colonial (1961/74), eram uma elite restrita: grandes agrários, grandes empresários industriais, grandes comerciantes, alto clero, banqueiros, generais, almirantes, magistrados,  deputados à Assembleia Nacional e procuradores à Câmara Corporativa, dirigentes do partido único (União Nacional / Ação Nacional Popular), ministros, governantes do Estado Novo, governadores civis, autarcas,,,.

Nas terras de província contavam-se pelos dedos. Tinham nomes de família sonantes. Eram respeitados. temidos, amados, odiados... Tinham criados, rendeiros, afilhados,,,, Eram influentes, eram poderosos, mesmo que nem todos fossem ricos, ou muito ricos... Portugal era (e ainda o é) uma "sociedade clientelar"...

Será que os filhos desses senhores (e senhoras) andaram connosco ?... Na escola, na tropa e na guerra ?... Não pomos outras hipóteses, como creche/jardim de infância, que era coisa que no nosso tempo não existia... Quando muito, catequese, mocidade portuguesa... A escola inclui o liceu (para os poucos que tinham a sorte de chegar  ao liceu e depois, com mais sorte ainda,  à universidade)...

Confesso que o mote me foi dado pelo nosso camarada Adão Cruz, ex-alf mil médico (***).

A resposta é múltipla: os filhos dos ricos e poderosos da  nossa terra, nos anos 50, 60, 60, 70, do século passado,  podem ter andado connosco na escola ou no liceu (?) ou até na tropa (!) mas provavelmente não na guerra... E, se eram mobilizados para a "guerra do ultramar", arranjavam, com facilidade, maneira de ficar no "ar condicionado" de Bissau, Luanda ou Lourenço Marques... É verdade ?...

Histórias, precisam-se!... E,  se houver fotos, melhor!.. Mas,  antes,  não se esqueçam de "votar", ou seja, escolher as categorias de resposta que vos parecerem mais adequadas... (LG)
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Notas do editor:

(*) Vd. poste de 27 de junho de 2010 >  Guiné 63/74 - P6645: Memória dos lugares (87): Bissau, cidadezinha colonial (Parte V) (Agostinho Gaspar)

(...) Não sei de quem é o autor deste monumento nem o ano exacto da sua concepção e construção. A estética é claramente estado-novista típica dos anos 40/princípios de 50... O monumento, destruído depois da independência (segundo sei), tem várias leituras: para uns pode ser uma obra-prima, para outros um mamarracho... Eu, que sou contra o camartelo dos iconoclastas (de todos os iconoclastas), tenho pena que o monumento não tenha sido poupado, como de resto parte da estatuária do 'colonialismo'...

Para os camaradas que fizeram a guerra colonial, como eu, e que conheceram este monumento, devo dizer o seguinte: toda a arte traz a marca do seu tempo e fala do seu tempo... Seria fácil, há trinta e cinco atrás, do alto da nossa arrogância juvenil, apodar o monumento de 'colonial-fascista'... Mas já nos tempos que por lá passei, em Bissau, em 1969/71, o termo raça me fazia urticária... Qualquer que fosse a raça em causa... Hoje é sabido, de resto, que não existem raças humanas... Pertencemos todos à mesma espécie, Homo sapiens sapiens... É uma constatação científica, não é uma asserção do politicamente correcto... Dito isto, tenha pena que os guineenses tenham destruído o 'Monumento ao Esforço da Raça' [, Portuguesa, claro]... fazia parte do seu património histórico, da mesma maneira que os marcos milíários que pontuavam as vias romans ligando a Lusitânia ao resto do Império Romano, fazem parte do nosso património histórico (...) (LG)


(**) Último poste da série > 25 de agosto de 2016 > Guiné 63/74 - P16419: Inquérito 'on line' (67): Valha-nos, ao menos, isso: as NT nunca usaram soldados-meninos....

(***) Vd. poste de 27 de setembro de 2016 > Guiné 63/74 - P16528: Memórias de um médico em campanha (Adão Cruz, ex-Alf Mil Médico da CCAÇ 1547) (8): O Tanque

(...) O Alferes Almeida foi meu companheiro de quarto em Bigene, no norte da Guiné, se é que podemos chamar quarto ao alpendre onde dormíamos. Cerca de oito anos mais novo do que eu, o Almeidinha fez-se meu amigo de verdade. Amigo desde o acampamento da Fonte da Telha, do quartel de Porto Brandão e da Amadora.

Embarcámos para a Guiné no velho Uíge, empurrados pelo magnífico patriotismo de Salazar, entalados entre o belo gesto das senhoras do Movimento Nacional Feminino e o malabarístico safanço dos filhos dos ricos e patriotas da situação. Embalados pelas ondas do mar da Mauritânia, e sossegados pelas ricas ementas flamejantes do cozinheiro de bordo, demos à costa da Guiné no dia 13 de Maio de 1966. (...)

domingo, 24 de janeiro de 2016

Guiné 63/74 - P15660: Inquérito 'on line' (33): Só pouco mais de um terço (35,7%) de um total de 123 respondentes, é que diz que "sim, a tropa fez de mim um homem"...



Foto nº 1


Foto nº 2


Foto nº 3



Foto nº 4


Guiné > Região de Cacheu > Jolmete > c. finais de 1968/ maio de 1969 > 

Fotos nº 1 e 2 > Senhora Supico Pinto também a falar ao pessoal no refeitório; 

foto nº 3 > Na messe; à  esquerda julgo que é o falecido sr maj Passos Ramos, depois, sentada, uma senhora do MNF que não sei identificar;  a seguir, de pé, o nosso cap Barbeitos a falar com a esposa [, elegantíssima,] do general Spínola e depois, sentada, está a Cilinha Supico Pinto, como era conhecida e tratada naqueles tempos. 

Foto nº 4 >  Spínola em Jolmete com as senhoras do MNF: destaque para Cecília Supinco Pinto, de amarelo.

Fotos do álbum de Manuel Carvalho (ex-fur mil armas pesadas inf, CCAÇ 2366/BCAÇ 2845, Jolmete, 1968/70). (*)


Fotos (e legendas): © Manuel Carvalho (2013). Todos os direitos reservados [Edição: LG]


A. INQUÉRITO DE OPINIÃO: "SIM, A TROPA FEZ DE MIM UM HOMEM"


1. Totalmente verdadeiro > 10 
(8,1%)
2. Verdadeiro > 34 
(27,6%)
3. Nem verdadeiro nem falso > 53 
(43,1%)
4. Falso > 15 
(12,2%)
5. Totalmente falso > 8 
(6,5%)
6. Não sei responder > 3 
(2,4%)
Votos apurados > 123  
(100,0%)


Sondagem fechada: 21 jan 2016  10h06.

B. Comentário dos editores:

Não sei se poderia perguntar às mulheres, hoje,  se a tropa fez (ou faz) delas "mais mulheres"... SEm o querer, estamos a jogar com os estereótipos homem/mulher...

No nosso tempo não há a quem perguntar, com exceção das nossas camaradas enfermeiras paraquedistas (que tiveram o mérito, histórico, de abrir às mulheres as fileiras das Forças Armadas Portuguesas)... As poucas mulheres que "foram à guerra", no TO da Guiné, era "esposas", civis, que acompanharam os maridos, militares,  nas suas comissões de serviço, nalguns (poucos) sítios, relativamente seguros e confortáveis... E, claro, Cecília Supico Pinto, sempre "festiva",  e as suas colegas do Movimento Nacional Feminino (MNF).

Para os homens, a tropa está longe de ter sido uma experiência "realizadora"... É, pelo menos, o que se depreende das respostas (n=123) ao nosso inquérito de opinião, "fechado" no passado dia 21. (**)
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Notas do editor:

(*) Vd.. poste de 24 de janeiro  de 2013 >  Guiné 63/74 - P10999: Ainda as visitas da Cilinha pelas Unidades Militares estacionadas no mato (Manuel Carvalho)

(...) Ao ver o poste sobre a visita ao Olossato das Senhoras do MNF (...),  lembrei-me que devia ter fotos, e tenho 5, não sei se são todas da mesma visita, porque duas tem indicação de meados de Maio de 1969 e as outras não tem data.

Da comitiva fazem parte o Sr. General Spínola e o então cap. Almeida Bruno que na altura o acompanhava sempre e numa foto na messe julgo que está de camuflado o Maj. Passos Ramos, que cerca de um ano mais tarde viria a ser cruelmente assassinado pelo PAIGC naquela zona.
Está também a esposa do Sr. General Spínola e uma Senhora do MNF que não sei identificar.

Para além desta visita a Jolmete penso que houve uma outra em fins de 68 ou princípio de 69 mas não tenho a certeza. Como sempre foram distribuídos uns maços de cigarros uns isqueiros e umas palavrinhas para atenuar a crise. (...)

(**) Último poste da série > 20 de janeiro de 2016 > Guiné 63/74 - P15643: Inquérito 'on line' (32): "A tropa fez de mim um homem"?... A tropa acrescentou a decisão e a determinação na acção, atitudes muitas vezes necessárias para o vencimento de inércias, e o alcance de objectivos (José Manuel Matos Dinis, "homem grande" da Magnífica Tabanca da Linha)