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quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Guiné 63/74 - P5883: Biliografia de uma guerra (55): Lançamento, previsto para fins de Março, do livro do Amadu Djaló, Guineense, Comando, Português: 1º Volume: Comandos Africanos, 1964-1974 (Virgínio Briote)


Projecto de capa do livro do Amadu Djaló, membro da nossa Tabanca Grande (*), já entretanto alterado... Finalmente, e depois de um longo calvário, chegam ao fim os árduos trabalhos da escrita, reescrita e edição da história de vida do Amadu que teve, no Virgínio Briote, mais do que copy desk, um revisor de texto, um amigo, um camarada, um confidente, um cúmplice, um advogado de defesa e um verdadeiro defensor dos seus interesses, editoriais, morais  e materiais.

O nosso blogue vai associar-se ao lançamento do livro do Amadu, cuja data ainda não está marcada, mas estima-se que possa ser em finais de Março próximo. Em preparação, está um 2º volume, com as aventuras e desventuras do Amadu a seguir à independência da Guiné e até à sua fuga para Portugal. "Ainda mais interessante do que o 1º volume" - assegura-me o Virgínio que já tem cerca de 100 páginas escritas.

Dada a frágil condição do Amadu (em termos de saúde e autonomia, física e financeira), o Virgínio tem conseguido pô-lo a falar para o gravador. E de futuro vai ter que ir à casa da filha, na Amadora, onde o Amadu vive, numa subcave sombria.

Na edição do 1º volume, que ficará a cargo da Associação de Comandos, está-se na fase final de revisão de provas tipográficas. O Virgínio refere a excelente colaboração de dois camaradas nossos, o Carlos Silva e o Manuel Lema Santos. (LG)


1. Mensagem do nosso querido amigo, camarada e co-editor Virgínio Briote

Assunto: Amadu Djaló, Guineense, Comando, Português

Caros Camaradas,


Envio-vos em anexo o projecto do livro do Amadu Djaló [, na foto, à esquerda, com o Virgínio Briote, na Quinta do Paul, Ortigosa, 20 de Junho de 2009, por ocasião do nosso IV Encontro Nacional]. 

As peripécias têm sido muitas, as dificuldades são muito mais do que esperava. Todos querem ganhar com o livro e, para mim, é ponto assente que quem deve ganhar o grosso é o Amadu e o remanescente deve limitar-se a cobrir as despesas com a edição. As editoras, embora achem o livro interessante, querem ficar com a fatia de leão e nenhuma delas vai além dos 7% para o Amadu, o que dá uma miséria.

Por isso, teve que ser a Associação de Comandos a assumir a edição. Contamos ter o livro cá fora nos fins de Março.

Um abraço do
v-briote
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Nota de L.G.:

(*) Vd. poste de 16 de Maio de 2009 > Guiné 63/74 - P4359: Tabanca Grande (143): Amadu Bailo Djaló, Alferes Comando Graduado, incorporado no Exército Português em 1962 (Virgínio Briote)

Sobre o Amadu Djaló temos 17 referências no nosso blogue. Vd. também os postes de:


10 de Setembro de 2009 > Guiné 63/74 - P4934: João Bacar Djaló. O testemunho de Abdulai Djaló Cula. (V. Briote)

25 de Junho de 2009 > Guiné 63/74 - P4575: IV Encontro Nacional do Nosso Blogue (14): Gostei muito, nunca vou esquecer (Amadu Djaló / Virgínio Biote)

15 de Junho de 2009 > Guiné 63/74 - P4529: Em 6 Março de 66, o filme da primeira operação helitransportada no CTIG (Amadu Djaló / V. Briote)

11 de Junho de 2009 > Guiné 63/74 - P4505: A Tabanca Grande no 10 de Junho (8): O descanso do guerreiro - Amadu Bailu Djaló (João Carlos Silva)

quinta-feira, 20 de setembro de 2007

Guiné 63/74 - P2120: Álbum das Glórias (27): Reconstruímos Missirá com alegria (Beja Santos)

Guiné > Zona Leste > Sector L1 > Bambadinca > Cuor > Missirá > Pel Caç Nat 52 >Abril de 1969 > Reconstrução da tabanca e destacamento, depois do ataque e incêndio de 19 de Março de 1969 (1).


Foto: © Beja Santos (2007). Direitos reservados.


Foto com legenda do Beja Santos (ex-alf mil, comandante do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70). Enviada, com data de 13 de Julho último, para o nosso Álbum das Glórias.

Caro Luís:

Mais uma fotografia que enviei à minha Mãe.Em Abril de 1969, era este o estado de ânimo, o optimismo reinava em todos os corações. Foi um momento gigante da minha vida, irrepetível.

Estão aqui Mamadu Djau, o mais exímio bazuqueiro do mundo (2), o Mamadu Camará, bravo entre os bravos (3) , e o Benjamim Lopes da Costa, o mais culto dos meus cabos, preparado na missão católica de Bissau, mais tarde enfermeiro (4). Onde quer que estejam, guardo-lhes uma saudade positiva pelo bem que me fizeram, por terem contribuido para ser o que sou hoje.

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Notas de L.G.:

(1) Vd. post de 10 de Março de 2007> Guiné 63/74 - P1578: Operação Macaréu à Vista (Beja Santos) (37): O horror do Hospital Militar 241 e o grande incêndio de Missirá

(2) Vd. post de 30 de Novembro de 2006 > Guiné 63/74 - P1329: Operação Macaréu à Vista (Beja Santos) (22): A memória de elefante do 126, o Queta Baldé

(3) Vd. post de 13 de Setembro de 2007 > Guiné 63/74 - P2102: Operação Macaréu à Vista - Parte II (Beja Santos) (1): Mamadu Camará, a onça vigilante

(4) vd. post de 20 de Julho de 2007 >Guiné 63/74 - P1978: Operação Macaréu à Vista (Beja Santos) (56): Mataste uma mulher, branco assassino!

segunda-feira, 20 de agosto de 2007

Guiné 63/74 - P2063: Álbum das Glórias (24): O pretoguês Queta Baldé, uma memória de elefante e um grandecíssimo camarada (Beja Santos)


Lisboa > Julho de 2007 > O Queta Baldé e o Beja Santos.

Foto: © Beja Santos (2007). Direitos reservados.



Região de Bafatá > Xime > 1997 > Tabanca de Amedalai, de onde é natural o Queta Baldé. Foi, no nosso tempo, sede um destacamento de milícias, alvo de frequentes ataques do IN. Pertencia à Zona de Acção do Xime. Situa-se entre o Xime e a ponte do Rio Udunduma na estrada para Bambadinca.

Foto: © Humberto Reis (2005). Direitos reservados


1. Texto enviado em 26 de Julho último pelo Beja Santos (ex-alf mil, comandante do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70):


Viva Queta Baldé, uma memória indefectível, 
um grandecissímo camarada da Guiné!


Comentários: Como vêem, o Queta, a memória que me falta e me ilumina as minhas recordações sombrias, existe. É português, nasceu há 71 anos atrás em Amedalai, que é também o chão do meu querido Mamadu Djau. Foi milícia na Ponta do Inglês e Finete, depois da aprendizagem em Bolama foi com o pEL cAÇ nAT 52 para Porto Gole e depois Missirá, e depois Bambadinca, e depois Fá Mandinga.

Pertenceu à 2ª Companhia de Comandos Africana, andou fugido a seguir à independência, vive agora na Amadora, depois de ter sofrido muito até se ter feito reparação da sua lealdade. Não conheço ninguém que diga "bandeira portuguesa" como ele, é um pacto de sangue que excede a gratidão que tem a Deus por estar vivo. E, meu Deus, o que é que eu seria a desfiar as minha memórias sem os aerogramas à Cristina e a memória do Queta?

Como é que estas coisas se agradecem? Tirámos esta fotografia no Luís Soares, ele entregou-me embaraçado a fotografia dizendo que o Queta está muito escuro... Respondi-lhe que não é por acaso que falamos dos pretos da Guiné que são igualmente os soldados mais leais à face da terra.