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quarta-feira, 31 de julho de 2024

Guiné 61/74 - P25796: Lições de artilharia para os infantes (12): Recordo que nas primeiras regulações de tiro “acertávamos “ ao 2° e 3° tiro (Domingos Robalo, ex-fur mil art, BAC 1 / GAC 7 / GA 7, Bissau, 1969/71; ex-cmdt 22º Pel Art, Fulacunda, 1969/70)


Domingos Robalo, ex-fur mil art, BAC 1 / GAC 7 / GA 7, Bissau, 1969/71; foi comandante do 22º Pel Art, em Fulacunda (1969/70); nasceu em Castelo Branco, trabalhou na Lisnave, vive em Almada; tem cerca de 3 dezenas de referências no nosso blogue.



1. Comentário. de 27 de julho de 2024, 15;09,  de Dominmgos Robalo, publicado nossa página do Facebook, e relativo ao poste P25781 (*):

Caro camarada e amigo Tabanca Grande Luís Graça, caro Coronel, Sr. Morais Silva. Desculpem-me a informalidade.

É sempre interessante acompanhar matérias que fizeram parte do nosso quotidiano da “guerra do ultramar “. Pessoalmente, sou sempre um entusiasta na matéria. Com a idade as memórias mais remotas vão ficando mais presentes.

Li o escrito pelo Sr. Coronel e não podia deixar de concordar em absoluto. Provavelmente ter- nos-emos cruzado em algum momento numa destas ocasiões; Mansabá/1970, onde fui fazer uma “carta de tiro” com o então Capitão Fradique, por pertencermos, no CTIG, à BAC1/GAC7/GA7, comandada, na época, pelo Capitão José Augusto Moura Soares, na BAC1, ou na última sessão de tiro na Bataria da AC, no Forte da Raposa/Fonte da Telha. 

No CTIG , fiz cartas de tiro para muitos dos PEL ART distribuídos pelo TO. A maioria dessa cartas de tiro foram precedidas de “regulação de tiro” com observação aérea. A maioria delas, efetuadas com o então Capitão Viriato Osório e outras acompanhando os Capitães Fradique, Pereira Rodrigues e até pelo meu Comandante Moura Soares. 

Já depois da passagem de Bataria para Grupo, acompanhei uma vez o novo Comandante, Tenente Coronel, Ferreira da Silva, que tinha sido 2° Comandante do RALIS, no período em que estive nesta Unidade, 10 meses, antes de ser mobilizado para o CTIG.

Nas regulações de tiro efetuadas fomos confirmando que, regularmente, o tiro tinha um alcance superior em cerca de 10%, face às distâncias indicadas nas tabelas de tiro de cada um dos obuses; 8,8cm; 10,5cm; 14cm e peça 11,4cm.

Fazíamos fé na cartografia a 1:50000, muitas vezes por nós confirmadas. Recordo que nas primeiras regulações de tiro “acertávamos “ ao 2° e 3° tiro. Com acertos e correções que íamos fazendo; temperatura atmosférica, humidade, vento e condições das cargas de cordite os tiros acertavam à primeira. 

No tempo das chuvas, tínhamos o cuidado de preparar cargas mais secas. Aliás, recordo de um dia ter sido mandado a um PEL ART, porque uma granada do 10,5cm ficou “presa” no tubo. Uma carga sete e uma corda com 15 ou 20 metros , protegido por uma árvore resolveu o assunto. Não utilizãmos a peça de madeira que se ajustava geometricamente à espoleta, por receio do percutor ter sido armado durante a curta rotação que a granada fez no tubo durante o disparo falhado.

De realçar o cuidado na preparação do tiro, não só no registo do elementos retirados da carta, como também na introdução desses elementos para a pontaria com o goniómetro bússola. A propósito disto, o Coronel Ferreira da Silva teve um problema numa regularização de tiro, sem acompanhamento aéreo, tendo vindo a cair uma granada numa Tabanca próxima do alvo, causando mortos. Coisas causadas pelos efeitos colaterais

Por hoje é tudo,

Desculpem o tempo que vos “ roubei”.

Um abraço ao amigo Luís, com desejo de saúde,
O meu Cumprimento ao sr. Coronel Morais Silva
Domingos Robalo, combatente
__________________

segunda-feira, 29 de julho de 2024

Guiné 61/74 - P25788: Memórias de um artilheiro (José Álvaro Carvalho, ex-alf mil, Pel Art / BAC, 8.8 cm, Bissau, Olossato e Catió, 1963/65) - Parte IV: de indisciplinados a bravos do pelotão




Foto nº 1A > O sargento do pelotão ostentado festivamente, ao pescoço,  um colar feito de conchas



Foto nº 1 > O sargento do pelotão, posandeo em cima do obus 8.8


Foto nº 2 > Alguns elementos (a maioria guineense) do Pel Art que participou, com fogo de apoio, na Op Trident (jam-,ar 1964). Qiase todos eles ostentam colares de conchas, feitos na ocasião, no "intervalo da guerra".


Guiné > Região de Tombali > Ilha do Como > O Pel Art / BAC obus 8.8, comandando pelo alf mil art José Álvaro Carvalho.

Fotos (e legendas): © José Álvaro Carvalho (2024). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]




Angola > Luanda > 1963  >  Em primeiro plano, o fur mil 'comando' Mário Dias, em segundo plano, da esquerda para a direita, o fur mil Artur Pereira Pires, o sold Adulai Jaló e o alf mil Justino Coelho Godinho (estes três últimos já falecidos). No  aeroporto de Luanda à espera de transporte para o QG / CTIG. O primeiro grupo de Comandos do CTIG, sob o comando do alf mil Saraiva, participaria depois na Op Tridente (jan-mar de 1964) (***).   Foto cedida por Vassalo Miranda, ex-fur mil,  Gr Cmds ‘Panteras’

Foto (e legenda): © Virgínio Briote (2015). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné].



1. O José Álvaro Carvalho é um dos nossos mais recentes "periquitos": entrou para o nosso blogue, no passado dia 26 de junho, sentando-se à sombra do nosso poilão no lugar nº 890 (*). É, todavia, um veterano da Guerra da Guiné:

(i) tem 85 anos, sendo natural de Reguengo Grande, Lourinhã;

(ii) com 26 meses de tropa, o alf mil art Carvalho acabou por ser moblizado para o CTIG por volta da primavera de 1963 (não podemos precisar a data);

(iii)  foi render um alferes de uma companhia de intervenção, de infantaria, sediada em Bissau (QCCTIG);

(iv)  irá cumprir mais uns 26 ou 27, no CTIG, entre o primeiro trimestre de 1963 e o início do segundo semestre de 1965:

(v) passou por Bissau, Olossato, Catió e a ilha do Como, aqui já a comandar um Pel Art / BAC, obus 8.8 (a duas bocas de fogo), com que participou, entre outras,  na Op Tridente (jan-mar 1964);

(vi)  no CTIG era popularmente conhecido pelo seu nome artístico, "Carvalhinho" (cantava o fado d Lisboa e tocava guitarra); em Bissau, chegou a fazer espetáculos com o alf médico Luís Goes (que cantaca e tocava o "fado de Coimbra");

(vii) tornou.se  também amigo do então alferes milicianos  'comandos'  
Justino Coelho Godinho e Maurício Saraiva (já falecidos),  quando se estavam a organizar os Comandos do CTIG;

(viii) o José Álvaro Almeida de Carvalho (seu nome completo) publicou em 2019 o "Livro de C", Lisboa, na Chiado Books (710 pp.)

Mas voltemos às memórias do José Álvaro Carvalho, agora sim, em 1964, destacado  em Catíó,  no BCAÇ 619, 1964/66, com um Pel Art 8.8 a duas bocas de fogo, pertencente à Bateria de Artilharia de Campanha (BAC).  

Este Pel At participaria em grandes operações np setor de Catió ("Tridente", "Broca", "Macaco", "Tornado" e "Remate"). A  atuação do seu comandante, no campo operacional valeu-lhe,  em 1967, uma Cruz de Guerra de 3ª Classe (*).

Foto acima, à esquerda:  os alferes milicianos José Álvaro Carvalho ("Carvalhinho"), do QG / CTIG (em 1º plano, à esquerda),  e João Sacôto, da CCAÇ 617/ BCAÇ 619, em 2º plano, à direita


Memórias de um artilheiro (José Álvaro Carvalho, ex-alf mil, Pel Art / BAC, 8.8 cm, Bissau, Olossato e Catió, 1963/65) (**)


Parte IV: de indisciplinados a bravos do pelotão


− Abra a culatra!

O carregador baixou a alavanca respetiva e a tampa da culatra baixou.


− Alça 6000 jardas!

O apontador rodou a manivela da alça e a parte superior do tubo do obus elevou-se lentamente até a marca da manivela de elevação atingir as 6000 jardas [5 486,4; 1 jarda=0,9144 metros] .

Baixou-se junto à culatra aberta até ver a totalidade do interior do tubo e com uma bússola de espelho apontada no seu centro disse:

− Vá rodando para a direita até eu dizer.

O apontador assim fez enquanto ele com a bússola acompanhou o rodar do tubo e quando ficou centrado nos 95º e 30’ que a bússola marcava, mandou-o parar e fechar de novo a culatra.

Esta era a direção obtida na carta militar (1/25000) que, depois de ter em conta o Norte Magnético, em conjunto com a distância de 6000 jardas, apontavam o obus para a referência nº 1, a primeira assinalada na sua carta assim como na carta do comandante do destacamento de fuzileiros, que ia apoiar, com quem se reunira de madrugada e assinalara as várias referências do percurso que este iria fazer, indicado pelo comando das operações.

Repetiu o mesmo procedimento no segundo obus e ficou à espera de ouvido no rádio, com todo o pessoal a postos: os apontadores sentados no seu lugar junto dos aparelhos de pontaria, os municiadores e ajudantes, junto das munições, com as granadas já fora das respetivas caixas de transporte, sem a proteção da espoleta (uma peça espessa de aço, roscada na sua extremidade) que accionava o detonador após o impacto, só o conseguindo fazer depois do disparo, quando as estrias do tubo lhe imprimissem um movimento rotativo cuja força centrífuga destravava o sistema de segurança.




Guiné > Região de Tombali > Guileje > CART 1613 (1967/68) e 7º Pel Art / BAC > O obus 8.8. Foto do álbum do nosso saudoso cap SGE ref José Neto (1929-2007), na altura o 2º sargento da CART 1613, que chefiava a secretaria.


Foto: © José Neto (2005). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]




Os carregadores seguravam com uma mão a alavanca da culatra e com a outra o soquete. Esta peça servia para empurrar a granada para dentro do tubo com força, a fim de que a cinta de cobre macio que a circundava sobressaindo 0.5 centímetros em toda a volta, encaixasse nas estrias em espiral do tubo, para que fosse obrigada a rodar após o disparo. 

Depois de encaixada no seu lugar e ter sido introduzida na culatra pelo municiador, o cartucho de metal com a carga, neste caso nº 2 ( duas saquetas de pano cheias de explosivo com o aspeto de macarrão ) indicadas para os alcances de 4000 a 8000 jardas, era esta fechada por ação da citada alavanca, sendo gritado o aviso de “Pronto!!!”.


Estava no 2º ano do serviço militar em África. O primeiro não tinha sido passado como artilheiro, mas como alferes duma companhia de intervenção, para onde tinha vindo em rendição individual. 

Na altura essa companhia já tinha um ano de serviço em África e, quando após mais um ano acabou a comissão e se retirou para a metrópole, ficou a aguardar funções no Quartel General (QG) oferecendo-se para o grupo de comandos, em formação nessa altura, por já conhecer as condições duras e difíceis do mato e parecendo-lhe preferível entrar em operações arriscadas mas ter a sede na capital e o consequente conforto.

Entretanto o QG requisitou um alferes artilheiro para comandar um pelotão de soldados africanos com dois obuses de 88mm, e quando menos esperava, foi parar ao Sul a comandar esse pelotão, operando como independente, junto dum batalhão de cavalaria.

Os soldados, indisciplinados, deram-lhe algumas dores de cabeça logo na 1ª operação e as coisas só começaram a funcionar normalmente com a ameaça de prisão ou mesmo fuzilamento dos mais rebeldes.

Bebiam quase todos demais e na 1ª operação só levou cerca de metade porque os outros bêbados não se tinham de pé.

No dia seguinte a esta operação mandou formar o pessoal e ordenou ao sargento e aos cabos que identificassem e mandassem avançar os mais indisciplinados, após o que os informou de que ia propor o seu fuzilamento por considerar traição a forma como se tinham comportado no dia anterior.

A partir daqui tudo começou a correr melhor, embora o comandante do batalhão onde estava estacionado [BCAÇ 619], t
endo presenciado este discurso, lhe dissesse que a sua ameaça de fuzilamento de soldados, poderia levá-lo a si próprio a tribunal de guerra.

Custou-lhe a compreender porque é que ser duro em campanha era mal visto pelas hierarquias superiores. Parecia-lhe que aquela era uma das poucas situações em que se deveria atuar com firmeza.

Não sendo talhado nem por feitio nem por educação para oficial do exército, tinha ido ali parar pelos desígnios curiosos que o destino tem.

Sempre achou que a dureza dos exércitos só seria útil em situação de guerra e ridícula nas restantes, como a pompa e circunstância das botas a brilhar em tempo de paz, para depois em guerra − a única justificação da sua existência − tudo se tornar ”frouxo como o inglês sem chá”. As guerras são a mais trágica criação do espírito humano, mas quem anda nelas deve cumprir as regras.


Seja como for, no seu pelotão, a consciência de que os erros de um podiam ser pagos por todos e o consequente espírito de equipa e amizade que se foi criando, vieram a torná-lo num dos mais eficientes estacionados em África, tendo sido elogiado em todas as operações em que participou, na sua maior parte de apoio a tropas de infantaria, fuzileiros e comandos.

Para isto contribuíram também algumas mudanças na forma de actuar por ser independente, principalmente no que se refere às pontarias iniciais ( dadas à bússola à revelia dos chefes ) que se revelaram rápidas e muito eficientes a partir de certa altura, pela prática de centenas de tiros disparados.

No que a si se refere, a experiência de que,  à distancia média de 5 kms 
[4572 jardas; 1 jarda=0,9144 metros], um desvio de 200 m [182,88 jardas], representava uma alteração de pontaria de cerca de 1º no mesmo sentido, que extrapolava rapidamente para outros alcances, permitia-lhe dar rapidamente aos apontadores as alterações de pontaria a efectuar por cada tiro a disparar, de acordo com os pedidos dos comandantes das unidades em contacto com o inimigo, a qualquer distància normal, conseguindo assim uma rápida resposta às necessidades das tropas que apoiava.

Ás vezes, em situações mais delicadas dava as pontarias a partir dum pequeno avião que lhe era fornecido pelo QG com o respetivo piloto e que aterrava e levantava facilmente numa área plana, sem mata só com erva a que se chamava pomposamente aeroporto e se situava perto do quartel 
[Catió]. Op Nestes casos quando no ar o avião estava constantemente a ser metralhado pelo inimigo. não podiam voar muito alto e, como sabia pelas tabelas de tiro com os habituais descontos +- 10 %, o tempo que as granadas levavam para atingirem o objetivo, assistia em geral ao seu rebentamento.

(Continua)

(Revisão/fixação de texto, título, negritos, parênteses retos: LG)


2. Informação adicional sobre   a Op Tridente (Mário Dias)(***)


Na Operação Tridente foram envolvidos numerosos efectivos, divididos em 4 Agrupamentos.

  • Agrupamento A: (Cmdt Major Cav Romeiras) > CCAV 487 (Cap Cidrais) | 7º Dest de Fuzileiros Especiais (1º ten R. Pacheco)
  • Agrupamento B: (Cmdt Cap Cav Ferreira) > CCVA 488 (Cap Arrabaça) | 8º Dest de Fuzileiros Especiais (1º ten Alpoim Calvão)
  • Agrupamento C: (Cmdt Cap Cav Cabral) > CCAV 489 (Cap Pato Anselmo)
  • Agrupamento D: (Cmdt 1º ten fuz Faria de Carvalho) > 2º Dest de Fuzileiros Especiais (1º ten Faria de Carvalho)
  • Agrupamento E: (Cmdt Cap Aires) > CCAÇ 557 (Nota: salvo erro, este agrupamento fazia a segurança imediata da Base Logística)

Outras Forças:

  • 1 Grupo de Combate / BCAÇ 600
  • Grupo de Comandos (20 homens) (Cmdt Alf Saraiva)
  • 1 Pelotão de Paraquedistas
  • 1 Pelotão de Caçadores Fulas
  • Pelotão de morteiros / BCAÇ 600
  • 2 Bocas de fogo de obus 8,8 do BAC (Cmdt Alf Carvalhinho)
  • Equipas de Sapadores (distribuídas pelos vários agrupamentos)
  • Elementos do Serviço de Intendência
  • 73 carregadores indígenas.Tudo somado eram aproximadamente 1000/1200 pessoas.

Estima-se que o PAIGC tivesse 300 combatentes, incluindo alguns militares da Guiné-Conacri.

Comandante das Forças Terrestres: Ten Cor Cav Fernando Cavaleiro. (Cmdt do BCAV 490)

Da Marinha:

  • Fragata Nuno Tristão.
  • 4 lanchas de fiscalização
  • 4 LDP
  • 2 LDM
Havia ainda várias embarcações civis pertencentes aos Serviços de Marinha da província que transportavam víveres, água e demais material necessário.

Da Força Aérea:

  • Aviões T6 – Aviões F86 – PV2 e PV2-5 (Apoio de combate)
  • Helicópteros Alouette (transporte e evacuações)
  • Aviões Auster e Dornier (transporte e reconhecimento)
____________

Notas do editor:

(*) Vd. poste de 26 de junho de 2024 > Guiné 61/74 - P25684: Tabanca Grande (560): José Álvaro Almeida de Carvalho, ex-alf mil art, Pel Art / BAC, obus 8.8 m/943 (1963/65) , adido 14 meses ao BCAÇ 619 (Catió, 1964/66): senta-se no lugar nº 890, à sombra do nosso poilão

(**) Último poste da série > 18 de julho de 2024 > Guiné 61/74 - P25757: Memórias de um artilheiro (José Álvaro Carvalho, ex-alf mil, Pel Art / BAC, 8.8 cm, Bissau, Olossato e Catió, 1963/65) - Parte III: Desobstruir uma ponte ao km 28 da estrada do Olossato

sábado, 27 de julho de 2024

Guiné 61/74 - P25781: Lições de artilharia para os infantes (11): A artilharia portuguesa, até à década de 90, nunca teve condições para efectuar a Preparação Teórica do Tiro (Morais Silva, cor e prof art AM, ref; ex-cap art, instrutor 1ª CCmds Africanos, Fá Mandinga, adjunto COP 6, Mansabá, cmdt CCAÇ 2796, Gadamael, 1970/72)



Guiné > Região de Tombali > Bedanda > CCAÇ 6 > 1971 > A famosa e feliz foto do ex-alf mil médico Amaral Bernardo, membro da nossa Tabanca Grande desde Fevereiro de 2007: a saída do obus 14, de noite.

"Foi tirada com a máquina rente ao chão. Bedanda tinha três. Uma arma demolidora. Um supositório de 50 quilos lançado a 14 km de distância... Era um pavor quando disparavam os três ao mesmo tempo... Era costume pregar sustos aos periquitos... Eu também tive honras de obus, quando lá cheguei... Guileje não tinha nenhum obus, mas sim três peças de artilharia 11.4. A peça era esteticamente mais elegante do que o obus" - disse-me o Amaral Bernardo, no dia em que o conheci pessoalmente, no Porto, no seu gabinete no Hospital Geral de Santo António, que era então a sua segunda casa, e onde era o director do ensino pré-graduado da licenciatura de medicina do ICBAS - Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar/HGSA Ciclo Clínico (ou seja, responsável por mais de meio milhar de alunos, um batalhão; reformou-se, entretanto]...

Foto (e legenda): © Amaral Bernardo (2007). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



1. Mensagem de Morais Silva (cor art ref; foi professor de artilharia e investigação operacional durante duas décadas, na Academia Militar; ex-cap art, cmdt  CCAÇ 2796, Gadamael,  instrutor 1ª CCmds Africanos, Fá Mandinga, adjunto COP 6, Mansabá,1970/72; colabora com o nosso blogue desde 31/5/2010; integra formalmente a nossa Tabanca Grande desde 17/3/2019; tem 142 referências no blogue; página na Net:  https://www.moraissilva.pt/):


Data - 26/07/2024, 21:54
Assunto - 

Caro Luís

Afinal resolvi fazer o seguinte comentário “educativo” (*):

A afirmação de Domingos Robalo "No CTIG, devido à rarefação do ar (pressão atmosférica reduzida), este alcance tabular tem um incremento de 10%" sugere-me um muito breve apontamento teórico sobre o tiro de artilharia. (**)

A trajectória de um projéctil é afectada por:

1. Condições balísticas : "Gastamento do tubo" e "Temperatura da carga" que afectam a Velocidade Inicial da granada e, portanto, o alcance do tiro. Para um obus/peça o efeito conjunto deste dois parâmetros só pode ser conhecido, para cada carga, dispondo de um Velocímetro que na nossa Artilharia só apareceu na década de 90...

2. Condições aerológicas: "Rumo donde sopra o vento" para calcular os efeitos longitudinal e transversal respectivamente nas Distância e Direcção do tiro. "Temperatura e Densidade do ar" para obter correcções na distância de tiro. Para calcular o efeito destes parâmetros é necesssário dispor de uma estação meteo (Meteogramas) e só na década de 80 passamos a dispor desta facilidade.

Resumindo, a Artilharia portuguesa, até à década de 90, nunca teve condições para efectuar a Preparação Teórica do Tiro. E porque assim foi, o atrás referido “incremento de 10%” não tem suporte analítico que eu conheça.

Nos 3 TO a artilharia usava a prancheta topográfica que, na Guiné, dispunha do suporte da preciosa carta totográfica 1:50000.

A distância topográfica e diferença de cota determinavam Carga e Elevação do tubo. Os Rumos Posição-Objectivo e de Vigilância permitiam calcular a Direcção topográfica que era corrigida da Derivação tabular associada ao tempo de voo.

Procedimento simples cuja eficácia era afectada pela localização "estimada" das bocas de fogo do IN...

Ainda hoje não entendo porque não foi prioritária a aquisição de radares contra-morteiro que transformassem a nossa artilharia "barata-tonta" em "barata-inteligente e eficaz".

Última nota para alguns Oficiais artilheiros-infantes que recorreram à observação aéra/terrestre, para obter correcções empíricas para a distância topográfica e assim melhorar as condições balísticas para o "Apoio próximo". Era poucochinho (100, 200 metros) mas melhor do que nada.
Abraço

Morais Silva

(Revisão / fixação de texto, negritos: LG)
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Notas do editor:


Vd. também poste de 26 de julho de 2024 > Guiné 61/74 - P25777: Casos: a verdade sobre... (47) "Fogo amigo", Xime, 1/12/1973: o obus 14 cm m/43 usava a granada HE (45 kg) com alcance máximo de 14,8 km... (Morais Silva, cor e prof art AM, ref; ex-cap art, instrutor 1ª CCmds Africanos, Fá Mandinga, adjunto COP 6, Mansabá, cmdt CCAÇ 2796, Gadamael, 1970/72)

segunda-feira, 27 de novembro de 2023

Guiné 61/74 - P24891: Lições de artilharia para os infantes (10): Uma maneira simples de calcular a distância entre dois locais referenciados por coordenadas geográficas (Domingos Robalo, ex-fur mil art, BAC 1 / GAC 7 / GA 7, Bissau, 1969/71, cmdt do 22.º Pel Art, em Fulacunda , 1969/70)



Guiné > Carta antiga província portuguesa  (1961)  > Escala: 1/500 mil > Coordenadas geográficas  de Bissau e de Mansoa

Infografia: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (2023)



Domingos Robalo
1. Comentário do Domingos Robalo, ex-fur mil art, BAC 1 / GAC 7 / GA 7, Bissau, 1969/71; foi comandante do 22º Pel Art, em Fulacunda (1969/70); nasceu em Castelo Branco, trabalhou na Lisnave, vive em Almada; tem 27 eferências no nosso blogue (coomentário que escreveu  em 19/10/2023, às 11h29,  no nosso Facebook, e que a seguir reproduzios no blogue):

Tabanca Grande Luís Graça,  olá,  amigo Luís, espero que estejas bem. Agradeço a tua atenção. Costumo 
dizer que; só não se engana quem nada faz. Também tenho um mapa  igual ao que partilhaste. Sem pretender ser "professor" , nem "chico esperto", mas tão só com a intenção de partilhar conhecimento, que poderá ser interessente para os camaradas menos familiarizados com a matéria. Assim permite-me o seguinte acréscimo:

No mapa partilhado temos duas opções para medir distâncias.

(i) Na margem inferior da carta, temos uma escala ( 1/500000) que nos indica uma forma de medir distâncias. 

Mas nem sempre esta escala é apresentada.

(ii) Como alternativa ao descrito em (i), temos nas margens inferior e direita do mapa uma graduação que nos indica pelo sistema de coordenadas, (escalas em latitude e longitude) a localização de um qualquer ponto no mapa. 

Exemplo; Bissau, está localizada a 11° 52' de latitude e 15° 35' de longitude, aproximadamente. 

Na falta da escala indicada em (i), podemos sempre considerar, sem erro, este tipo de escala cartesiana, sendo que cada " minuto" corresponde a uma milha. Concluindo; um minuto corresponde a uma milha e esta a 1,8km. (...)


2. Comentário do editor:

Obrigado, camarada artilheiro. Encontrei a Net uma ferramenta muito simples para calcular a distância entre dois locais referenciados por coordenadas geográfica. Ver aqui 

Federação Portuguesa de Columbofilia  (FPC) > Cálculo de Distâncias


Só temos que saber qual a latitude e a longitude do ponto de partida, e a  latitude e a longitude do ponto de chegada... Um exemplo prático: a distância entre Bissau e Mansoa (sabendo que a latitude de Mansoa é 12º 04' e a longitude 15º 19', coordenadas obtidas através da nossa velha carta de 1961, escala 1/ 500 mil, em que desprezamos os segundos).

O resultado é 60 108 metros...Arredondando: 60,1 km...

Obs: A FPC adoptou o formato de coordenadas geográficas +GGG.MM.SS.D, em que:

  • + representa o sinal, que poderá ser + ou -  
  • em Portugal, as latitudes são sempre positivas (sinal +) e as longitudes são sempre negativas (sinal -); em Espanha, os valores a Oeste (O,W) do meridiano de Greenwich têm sinal negativo (-) e os valores a Este (E) têm sinal positivo (+).
  • GGG representa os graus da coordenada;
  • MM representa os minutos da coordenada;
  • SS representa os segundos da coordenada;
  • D representa as décimas de segundos da coordenada ;
  • Representação das coordenadas da FPC (que tem sede em Mira): 40°12'54.8" N, 8°26'9.8" W: Latitude: +040.12.54.8; Longitude: -008.26.09.8
  • Representação das coordenadas de Barcelona : 41°37'10.2" N, 1°23'57.6" E; Latitude: +041.37.10.2;    Longitude: +001.23.57.6
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quinta-feira, 2 de junho de 2022

Guiné 61/74 - P23319: Guidaje, Guileje, Gadamael, maio/junho de 1973: foi há meio século... Alguém ainda se lembra? (1): A pontaria dos artilheiros... (Morais da Silva / C. Martins)

Peça de artilharia 130 mm M-46, de fabrico soviético (ano de introdução: 1954). Este tipo de armamento foi usado pelo PAIGC contra Guileje em maio de 1973, a partir do território da Guiné-Conacri. O seu alcance (máximo, com cargas propulsoras suplementares) pode ir aos 27,5 km. Tem uma guarnição de 7 homens.

Fonte: Wikipedia (em finlandês) (2007) (com a devida vénia...)

1. Guidaje, Guileje e Gadamael, os famosos 3 G, ou a "batalha dos 3 G", já aqui tão acaloradamente discutida, analisada, comentada, ao ponto de alguns de nós termos perdido a serenidade e a contenção verbal que devem ser apanágio deste blogue de antigos combatentes...  

Para o ano, os três G vão fazer meio centenário... Bolas, como estamos velhos!

Estamos em crer que ainda há muito coisa para dizer, e aprender, sobretudo aqueles de nós que não viveram na pele as agruras daqueles longos, trágicos mas também heróicos dias de maio e junho de 1973... Dias que  não se podem resumir à contabilidade (seca) das munições gastas ou das baixas de um lado e do outro (e foram muitas). (*)

Hoje, que passam 49 anos sobre a Op Amílcar Cabral, em que o PAIGC jogou forte (em termos de meios humanos e materiais mobilizados) contra as posições fronteiriças de Guidaje (no Norte) e Guileje e Gadamael (no Sul), parece-nos oportuno repescar alguns postes e comentários que andam por aí perdidos... E publicar novas histórias. Daí esta série "Guidaje, Guileje, Gadamael, maio/junho de 1973: foi há meio século... Alguém ainda se lembra?"...

Felizmente que ainda temos muitos camaradas vivos, que podem falar de cátedra sobre os 3 G, Guidaje, Guileje e Gadamael... Outros, entretanto, já não estão cá... Já do lado do PAIGC, é cada vez mais raro poder-se contar com testemunhos, orais ou escritos, sobre os acontecimentos de então.

Referências não faltam no nosso blogue... Alguns dirão, "ad nauseam"... Citemos entre outras:

Dossiê Guileje / Gadamael (56)

Gadamael (384)

Guidaje (255)

Guileje (540)

Op Amílcar Cabral (6)

Curiosamente, não temos nenhum descritor "Batalha dos 3 G", consagrado pela historiografista pró-PAIGC...


2. C
omecemos pelo poste P20103, que é já um "clássico" (**). O cor art ref António Carlos Morais da Silva, membro da nossa Tabanca Grande [, foto atual à esquerda], instrutor da 1ª CCmds Africanos, em Fá Mandinga, adjunto do COP 6, em Mansabá, e comandante da CCAÇ 2796, em Gadamael, entre 1970 e 1972 (***), professor de tiro de artilharia na Escola Prática de Artilharia e da Academia Militar, é um homem frontal, nortenho, natural de Lamego, que gosta de chamar os bois pelos cornos

O cor art ref Morais da Silva tem autoridade para falar sobre as nossas (e as do PAIGC) "perícias artilheiras" porque é um especialista em tiro de artilharia e conheceu o terreno, passou por Gadamael, embora já não sendo contemporâneao da famigerada "batalha dos 3 G"...

(...)  A  narrativa artilheira deste senhor [o Osvaldo Lopes da Silva, ] é uma salgalhada sem ponta por onde pegar. (****)

"Calcula" coordenadas geográficas de que locais? Das posições? Para quê, se não as tem do objectivo pois procurou obter orientação azimutal via clarões das bocas de fogo de Guilege?! 

Ligou as posições com uma poligonal?! Como assim? Como define azimutes sem linha de vista? Como calcula distâncias? A passo, a corta-mato?! E como orienta a caminhada? 

Ou também calculou latitudes e longitudes? Apurou a posição relativa das bocas de fogo de Guilege! Para quê? Fazer de cada uma um objectivo?!

Enfim, basófia muita, ciência pouca e assistência benévola ou ignorante. 

O que certamente aconteceu foi ajustar fogos com observação avançada consentida pelo "recolhimento" das NT.  Assim aconteceu em Fevereiro de 71, em Gadamael, mas felizmente os intervenientes na observação e no cálculo eram analfabetos na direcção do tiro. Tomadas medidas de interdição,  nunca mais o conseguiram fazer,  passando a executar fogos escalonados em alcance (tiro rolante). 

Na Guiné, as artilharias das NT e do IN eram baratas tontas que actuavam por "intuição" a partir do som e do conhecimento do terreno (quem o conhecia a palmo). 

Muitas vezes pedi ao meu Cmdt-Chefe que me arranjasse um radar contra-morteiro e o problema da artilharia IN era assunto arrumado. Infelizmente nunca recebi o "presente".

Morais da Silva
Cor Art Ref
Professor de tiro de Artilharia 
na EPA [Escola Prática de Artilharia] e na Academia Militar  (...)


3.  E fiquemos por agora pelo comentário do C. Martins, beirão, hoje médico reformado, antigo comandante de um Pel Art que esteve em Gadamael (1973/74) (*) (. Nunca se increveu formalmente na Tabanca Grande, por razões pessoais e profissionais, mas é um leitor assíduo e ativo, com mais de 35 referências no blogue)

(...) Guerras, guerrinhas, obuses, peças, granadas, cargas e por aí vai....

Factos: por vezes flagelavam com morteiro 82, canhão s/r, grad [fogute 122 mm] e possivelmente com a peça, essa de longo alcance. [peça de artilharia 130 mm, M-46, do exxército da Guiné-Conacri].

Felizmente raramente acertavam.

Ninguém contava as granadas IN 
[muito menos de lápis e papel na mão]  .

Nós éramos bem treinados na EPA [Escola Prática de Artilharia, emVendas Novas] e nos cálculos de tiro. As cartas eram muito boas.

Alguns subvertiam o número de disparos para que a reposição fosse aumentando de forma a ter cada vez mais granadas.

As granadas do obus 14 eram de fabrico USA, apesar de o obus ser de fabrico inglês.

Após a desgraça de maio/junho de 1973, em Gadamael houve um reforço de material e humano, a saber; 3 companhias, 2 pelotões de milícias, 1 pelart de obus 14, 1 pelotão de canhão s/r, 1 pelotão de morteiro 81, o que dava em média cerca de 600 homens em permanência.

Raramente a contrabateria surtia efeito, a alternativa era fazer batimento de zona que tinha pelo menos bastante efeito psicológico no IN (soube à posteriori).

Tínhamos bons abrigos subterrâneos.

E assim se passavam os dias,  uns melhores outros piores mas sempre arruinando o orçamento de Estado.

Na atualidade as melhores peças de artilharia são as de fabrico sueco, como quase todo o material de guerra fabricado por eles. (...)
____________

Notas do editor:

(*) Vd. poste de 31 de maio de 2022 > Guiné 61/74 - P23317: A nossa guerra em números (17): chuva de granadas sobre Guileje (18-21 mai 1973) e Gadamael Porto (31 mai-11 jun 1973)

(**) Vd. poste de 28 de agosto de 2019 > Guiné 61/74 - P20103: Dossiê Guileje / Gadamael (33): "Basófia muita, ciência pouca e assistência benévola ou ignorante" (diz o cor art ref Morais da Silva, antigo professor de tiro de artilharia da EPA e da Academia Militar), a propósito da comunicação de Osvaldo Lopes da Silva, apresentada em Coimbra, em 23/5/2013`

(***) Vd. poste de 20 de junho de 2016 > Guiné 63/74 - P16218: Dossiê Guileje / Gadamael (28): A situação de Gadamel, ao tempo da CCÇ 2796 (1970/72), que teve dois grandes comandantes, Cap Op Esp Fernando Assunção Silva e Cap Art António Carlos Morais Silva (Vasco Pires, (ex-Alf Mil Art, cmdt do 23.º Pel Art, Gadamael, 1970/72)

(****) Vd. poste de 27 de agosto de 2019 > Guiné 61/74 - P20100: Dossiê Guileje / Gadamael (32): O texto, inédito, de Osvaldo Lopes da Silva, um dos principais cérebros da Op Amílcar Cabral; mesa-redonda em Coimbra, 23/5/2013: " O ataque a Gadamael, na sequência da queda de Guileje, não foi a melhor opção. Melhor seria um ataque a Quebo (Aldeia Formosa) com forte pressão sobre Tombali. Com a queda de Guileje, Gadamael tornara-se uma inutilidade que não incomodava a ninguém. A sua guarnição devia ser deixada entregue aos mosquitos e ao tédio."

Vd. também poste de 30 de agosto de 2019>  Guiné 61/74 - P20107: Lições de artilharia para os infantes (7): Tal como o Strela reduziu a liberdade do nosso movimento aéreo, o radar de localização de armas (vulgo contra-morteiro) teria congelado a artilharia do PAIGC... (Morais da Silva / António J. Pereira da Costa / Luís Graça / Manuel Luís Lomba)

quinta-feira, 14 de abril de 2022

Guiné 61/74 - P23167: Humor de caserna (47): O Gasparinho, que eu... não conheci no BAC 1 / GA 7 (Domingos Robalo, ex-fur mil art, BAC 1 / GAC 7 / GA 7, Bissau, 1969/71; ex-comandante do 22º Pel Art, Fulacunda, 1969/70)

1. Comentário publicado na nossa página do Facebook, Tabanca Grande Luía Graça, pelo nosso camarada Domingos Robalo, com data de 11 de abril de 2022, 21h18;

Domingos Robalo, ex-fur mil art, BAC 1 / GAC 7 / GA 7, Bissau, 1969/71; foi comandante do 22º Pel Art, em Fulacunda (1969/70); nasceu em Castelo Branco, trabalhou na Lisnave, vive em Almada; tem 26 eferências no nosso blogue. 

[ Foto atual, à esquerda, Tabanca da Linha, Algés, 2019; foto de Manuel Resende].



Olá amigos, camaradas. 

Li os relatos do blogue (*) e algo não bate certo em termos de datas em relação ao major Gaspar. Irei confirmar, pois sou desse tempo na BAC1/GA7. 

Em março de 1969, estava eu colocado no RALIS, tendo como 2° Comandante o Coronel Ferreira da Silva. Já na altura não era militar de quem se gostasse. 

Em maio de 69 embarco para a Guiné, sendo mobilizado em rendição individual,  colocado ns BAC1, então comandada pelo capitão Moura S. 

Em novembro de 69 venho de férias e em Almada conversei casualmente com um anterior camarada do RALIS, que me informou da mobilização do Coronel Ferreira da Silva para comandar a BAC1, em vias de passar a GAC7, o que viria acontecer pouco tempo depois.

 Quando regressei de férias e me apresentei na unidade eu e o "novo comandante" já eramos conhecidos por termos tido alguns arrufos no RALIS. 

"Ó filho" era um termo muito do agrado deste militar. Um dia, o Sargento Canário do QP e encarregado das obras da unidade, já falecido, teve um caso com o " Ó filho" e foi de imediato recambiado para o mato. Disse o Coronel:  "Então Canário, as obras andam ou não andam? Resposta do Seiras,  sargento; "Meu comandante, como quer que as obras andem se não têm pernas ?". 

O Comandante não gostou do à vontade do "pobre Canário", que já teria mais de 50 anos de idade, eu era um puto com 21 anos. 

Ao tempo do capitão Moura S. era eu que participava na regulação de tiro em todos os PELART do TO juntamente com o capitão Viriato O. alternando com o capitão Fradique. O coronel, comandante da unidade resolveu ir fazer uma regulação de tiro a um PELART. Deu os elementos ao chefe de secção, furriel Monj.... fez-se a pontaria, tudo pronto?! Fogo...!!!

Granada pelo ar..., vai cair numa palhota amiga, vários feridos... Aqui deu- se a bronca. De quem foi a culpa? Dos dados mal calculados, mal introduzidos na BF ou deficiente comunicação? 

Levantou-se um auto que andou enrolado muito tempo até que chegaram mesmo a propor ao furriel que assumisse culpa e poder embarcar e passar à peluda. Só que este não aceitou porque entendeu não ter de assumir uma culpa que não sentia ter. 

Entretanto, o Coronel tinha dado baixa e regressou à Metrópole. Em maio de 71 sou desmobilizado e regresso com mais um louvor, desta feita dado pelo 2° Comandante, recém chegado de Piche, o major Mexia, já falecido. 

O major Gaspar será figura posterior à minha desmobilização. Do coronel, nunca mais ouvi referência, a não ser agora no blogue.

Os oficiais do QP, à data de maio de 71 eram ; major Mexia, capitães Viriato, Fradique, Pereira S, Evaristo e Lourenço, estes últimos da A.A. [Artilharia Anti-Aérea].

Mais estórias haveria, mas a prosa já vai longa. 

Abraço. Saudações artilheiras. Domingos Robalo.

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Nota do editor:

(*) Último poste da série > 11 de abril de 2022 > Guiné 61/74 - P23158: Humor de caserna (46): Histórias pícaras: O Gasparinho - Parte III (António J. Pereira da Costa / Luís Faria / José Afonso / José Borrego): (vi) Picagem automática: as rajadas de G3 em vez da pica; (vii) Mensagem-relâmpago: Quem viu passar as minhas chapas de zinco, levadas pelo tornado? (viii) Informo Vexa que Sexa passou na mecha

sexta-feira, 8 de janeiro de 2021

Guiné 61/74 - P21746: Histórias... com abracelos do Carlos Arnaut (ex-alf mil, 16º Pel Art, Binar, Cabuca, Dara, 1970/72)(3): Lições de artilharia para infantes..., sob a forma de piadas do passado


Foto nº 2 
 

Foto nº 1


Foto (e legenda): © Carlos Arnaut (2020). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Mensagem de Carlos Arnaut,  membro nº 817 da nossa 
Tabanca Grande, ex-alf mil art, cmdt do 16º Pel Art (Binar, Cabuca,  
Dara, 1970/72):

Data - 7 jan 2021 12h03
Assunto - Paródias do passado (*)


Camarigo Luís, em primeiro lugar quero desejar a todos os Tabanqueiros votos sinceros de um 2021 que finalmente nos liberte desta opressão Covidiana.


Tendo vindo a seguir com atenção as estatísticas referentes à vida do blogue, deixa-me agradecer-te, e aos co-editores, o trabalho tão meritório que tens vindo a desenvolver de uma forma apaixonada, mas rigorosa, na defesa das nossas memórias.

No meu currículo não referi que sou filho de militar, Coronel de Artilharia falecido há alguns anos, com várias comissões em Angola, país onde ele prestou serviço pela primeira vez de 1949 a 1954 [António M. Arnaut]. 

Cheguei ao colo da minha mãe, os primeiros anos da minha vida foram assim passados entre Luanda e Sá da Bandeira, hoje Lubango. Regressei nos anos sessenta, o meu pai foi mobilizado em 63, tendo estudado em Luanda até 65 quando ele terminou aquela comissão como Ten Cor.

Foi pura coincidência o facto de eu ter vivido a minha guerra como artilheiro, tanto mais que logo que entrei para a recruta o intimei a não interferir, fosse de que maneira fosse,  no meu percurso militar, tendo essa coincidência dado origem após o meu regresso a divertidas e acesas discussões sobre a rapidez e eficácia da nova geração de artilheiros, ao conseguir, por exemplo, pôr à noite granadas no ar em menos de três minutos. 


Todo este arrazoado visa sobretudo contrariar a tendência de queda das participações no blogue, pelo que me lembrei de contribuir com dois menus que vigoraram em duas confraternizações distintas entre artilheiros, meu pai e camaradas seus contemporâneos.


A imaginação posta ao serviço da ementa terá especial significado para os meus camaradas da Arma de Artilharia, dada a especificidade da linguagem.


A primeira tertúlia, realizada na extinta Cooperativa Militar, infelizmente não foi datada (Foto nº 2), tendo a segunda ocorrido em Março de 81 (, foto nº 1).


Se entenderem que este modesto contributo vale a pena ser publicado, o meu velhote, lá onde estará, ainda se vai rir, (**)


Abracelo grande, conto voltar em breve.


Carlos Arnaut
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domingo, 8 de dezembro de 2019

Guiné 61/74 - P20425: Lições de artilharia para os infantes (9): Os Pel Art, de vez em quando, tinham que "tocar uma punheta" aos obuses, por razões de manutenção... (C. Martins, ex-alf mil art, cmdt do 23.º Pel Art, Gadamael, 1973/74)


Guiné > Região de Tombali > Bedanda > CCAÇ 6 > Agosto de 1972 > Espetacular foto noturna do obus 14 em ação...

Algumas características técnicas do Obus 14 cm m/943:  (i) Origem Reino Unido; (ii) Ano de fabrico: 1941 (entrada ao serviço: 1943); (iii) Calibre: 140 mm; (iv) Guarnição: 10 elementos; (v) Peso do obus 6190 Kg; (vi) Peso da granada HE; 40,5 Kg; (vii) Alcance: 15600 m; (viii) Campo de tiro horizontal:  -530 mil a +530 mil; (ix) Campo de tiro vertical;  -90 mil a 800 mil; (x) Cadência de tiro: 2 TOM; (xi) Locomoção Tração Automóvel... Observ: Foi descontinuado em 1987, é hoje peça de museu...

Foto (e legenda): © Vasco Santos (2011). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Comentário do nosso camarada C. Martins (, ex-alf mil art, cmdt do 23.º Pel Art, Gadamael, 1973/74; hoje médico, reformado), ao poste P20423 (*)

Foto: Cortesia de António Rios (2019)
O GA7 [Grupo de Artilharia nº 7, em Bissau]  tinha uma oficina de reparação de obuses chefiada por um 1.º sargento.

Quando avariava um ou mais obuses,consoante o tipo de avaria, podia-se eventualmente fazer a reparação no próprio local, os Pel Art  tinham material de substituição, ou então deslocava-se um mecânico de Bissau, e em último caso o obus era substituído.

Os tubos (que para os infantes são canos) tinham estrias e, após mil tiros, tinham que ser substituídos porque estas se desgastavam, mas, para evitar isso, aconselhavam avivá-las o que dava uma trabalheira do "caraças".

Os graduados dos Pel Art  tinham uns conhecimentos de mecânica dos obuses não só para a manutenção como para eventuais pequenas reparações.

Algures no sul da Guiné um alferes de um Pel Art  perdeu um "cogumelo", que era uma peça em aço da culatra cujo o formato era isso mesmo, um cogumelo, e como ia ser substituído tinha que fazer o espólio do Pel Art.

Pediu ao Pel Art  da vizinhança, que amavelmente cedeu um. Este por sua vez resolveu a falta do dito incluindo-o no relatório dos estragos feitos por um ataque, evidentemente com mais uma picareta, uma pá e tralhas várias em armazém.

Sabia-se que ninguém lia o dito relatório, e se lessem que fossem lá verificar a veracidade da coisa.

Também se tocava periodicamente uma "punheta" aos obuses que consistia na lavagem dos tubos,  e esta parecia que os tubos estavam a ejacular, daí o respectivo nome.

Mais lições de artilharia, têm que pagar, porque andei eu a queimar os neurónios para vocês passarem a saber tanto como eu, só faltava mais essa!

Ah, na foto [, à esquerda],  está-se a reparar o aparelho de pontaria que era uma avaria frequente.

Saudações artilheiras (**)
C.Martins
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Notas do editor:

(*) Vd. poste de 7 de dezembro de 2019 > Guiné 61/74 - P20423: Facebook...ando (54): António Rios, ex-fur mil mecânico de artilharia (GA 7, Bissau, 1972/74), algarvio de Vila Real de Santo António, a viver em Tavira

(**) Último poste da série > 23 de novembro de 2019 > Guiné 61/74 - P20375: Lições de artilharia para os infantes (8): Algumas características técnicas do obus 14 e da peça 11.4 (C. Martins, ex-cmdt do 23.º Pel Art, Gadamael, 1973/74; João Martins, ex-alf mil art, BAC1, Bissum, Piche, Bedanda, Gadamael e Guileje, 1967/69)

sábado, 23 de novembro de 2019

Guiné 61/74 - P20375: Lições de artilharia para os infantes (8): Algumas características técnicas do obus 14 e da peça 11.4 (C. Martins, ex-cmdt do 23.º Pel Art, Gadamael, 1973/74; João Martins, ex-alf mil art, BAC1, Bissum, Piche, Bedanda, Gadamael e Guileje, 1967/69)


Guiné > Região de Gabu > Coluna Bafatá - Nova Lamego - Piche > Setembro de 1968 > Picada a caminho de Nova Lamego, com três peças 11.4.  As peças foram desembarcadas em Bambadinca, vindas de Bissau, na LDG 101. Seguiram depois em estrada alcatroada, até Bafatá. Só mais tarde é que foi construída uma estrada alcatroada entre Bafatá e Nova Lamego, com seguimento até Piche. Estas peças participaram na Acção Mabecos, 22-24 de fevereiro de 1971.

Foto (e legenda): © João José Alves Martins (2012). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné] (*)


Guiné > Região de Tombali > Bedanda > 1969 > Álbum fotográfico do João Martins > Foto nº 135/199 > O temível obus 14... mais um elemento da guarnição africana do  Pel Art ali destacado.

Foto (e legenda): © João José Alves Martins (2012).   Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné].(**)



VI Encontro Nacional da Tabanca Grande,
4 de junho de 2011.
Uma das  raras fotos do C. Martins,
aqui de óculos escuros,
ao lado do J. Casimiro de Carvalho,
dois heróis de Gadamael.
Foto: Luís Graça (2011)
1. Comentário ao poste P20370 (***), por parte do nosso C. Caria , ex-alf mil art, cmdt do 23º Pel Art, Gadamael, 1973/74


O C. Martins - nosso leitor e camarada, mais conhecido por ter sido o "último artilheiro de Gadamael" , comandante do Pel Art 23, que acabará por (con)fundir-se com o 15, mas também médico, reformado,  a viver no Portugal profundo, - não faz parte formalmente da nossa Tabanca Grande (TG), por razões que ele invocou, de natureza  deontológica, éticas e profissional, razões que sempre  entendemos e respeitámos. . Isto quer dizer que: (i) nunca pediu para aderir à TG; (ii) nunca aceitou o nosso convite para ingressar na TG; (iii) nunca se apresentou ao "pessoal da caserna", como mandam as NEP do blogue; (iv) nem nunca enviou as duas fotos da praxe. Tem cerca de 3 dezenas de referências no blogue, foi em tempos presença assídua nos Encontros Nacionais 
da Tabanca Grande, em Monte Real

Alcance do obus 14...16 km. E da peça 11,4...18 km
Peso de ambos sensivelmente 7 toneladas

Para pôr a peça ou obus em posição de tiro,(abrir sapatas,colocar espoleta na granada e introduzi-la no tubo, colocar carga,fechar culatra principal,introduzir escorva na culatra auxiliar, puxar cordel para accionar disparo) levava no mínimo 1 minuto para artilheiros experientes.

Após o obus estar pronto para disparar,  o comandante introduzia os dados de tiro no aparelho de pontaria,  verificava níveis e fazia a respectiva rectificação com a cruzeta colocada normalmente atrás do obus.

Convém referir que em situação normal de estacionamento em quartel, o obus estava em posição de tiro e as granadas estavam já com a respectiva espoleta e as cargas à disposição.

A espoleta era armada pela rotação da granada após a saída do tubo.

A velocidade da granada à saída era de 600 m /s

A elevação do tubo ía de -5º a 45º-

Se se fizessem vários tiros directos com uma elevação baixa corria-se o risco de rebentar os hidráulicos.

O grande perigo que todos os artilheiros temiam era o rebentamento da granada à boca do tubo..Invocava-se Santa Bárbara e vai disto!...

Se bem que a dotação de cada obus 14 fosse de 10 serventes,  fazia-se tiro com menos, dependia da experiência de cada um.

Havia um Pel Art  algures na guiné que conseguia fazer tiro de 20 em 20 segundos e,  para gáudio dos infantes,  terminava-se sempre com 3 tiros em simultâneo,  era um "mini ronco".

Ah!, já me esquecia,  a granada do 14 pesava 45 kg e da peça 11,4 25 kg. (**)

Saudações artilheiras

C.Martins

2. Informação do João Martins (ex-alf mil art, BAC1, Bissum, Piche, Bedanda, Gadamael e Guileje, 1967/69; vive em Lisboa: tem 55 referências no nosso blogue]


Sobre o obus 14 (cm e não mm...), ele já nos deu, em tempos,  as seguintes explicações técnicas (**)::

(...) "14 cm é o diâmetro da alma do canhão. Recordo que um obus é constituído por "reparo", a parte que assenta no chão e que tem duas "flechas" à retaguarda para que não recue, o "canhão" que começa na "culatra" que é a parte onde se colocam as "granadas" e os "cartuchos" com diferentes dimensões e cargas, conforme a força impulsionadora que se pretende, e que está relacionada com a distância, e, finalmente, a "massa recuante" que é o sistema hidro-pneumática que, após o tiro, leva o "canhão" à posição inicial.

Quando estive em Bedanda, e antes de rumar a Gadamael-Porto, com destino a Guileje, os 3 obuses estavam dirigidos para 3 direções bem distintas porque os ataques eram provenientes de 3 lados bem diferenciados, pelo que, regra geral, não disparavam simultâneamente, além de que estavam em extremos do aquartelamento.

Recordo-me que um dia, alguém vestido de modo "estranho" me perguntou se os obuses disparavam só para longe, ou, também, para perto. Respondi que só para longe. É claro que, naquela noite, perceberam quando queriam entrar no aquartelamento, que também disparava para perto. Os africanos que se encontravam no interior da moranças é que não gostaram do "festival" porque as granadas, que pesam 45 kg, passaram-lhes a rasar, eu diria que entre 1 metro e 2 metros. Numa das fotografias das minhas memórias, vê-se um furriel a acimentar o chão, onde o obus rodava... 


Enfim, algumas das minhas muitas recordações...que não esquecerei facilmente.. (...) (**)

Portanto, , no  essencial, pode dizer-se o seguinte:

(i) a peça de 11.4 cm e o obus 14 cm eram parecidos (mesmo reparo );

(ii) a peça 11. 4 era de menor calibre mas tinha o tubo mais comprido que o obus 14.(****)
____________

Notas do editor:


(**) Vd. poste de 26 de maio de 2012 > Guiné 63/74 - P9947: Memórias da minha comissão (João Martins, ex-alf mil art, BAC 1, Bissum, Piche, Bedanda e Guileje, 1967/69): Parte VI: Bedanda, com o obus 14: um dos locais que me deixou mais saudades...

(***) Vd. poste de 22 de novembro de 2019 > Guiné 61/74 - P20370: Fotos à procura de uma... legenda (113): Camaradas artilheiros, quando media, em comprimento, o conjunto Berliet ou Mercedes ou Matador + reboque + obus 14 ou peça 11,4 ?.. 15 metros!... E quanto pesava ? 15 toneladas!... Façam lá o TPC: 9 bocas de fogo, mais 9 rebocadores, mais 9 Unimogs e Whites, mais 300 homens em armas... mais 500 granadas... Qual o comprimento (e o peso= de uma coluna destas, a progredir numa picada, no mato, de Piche, a caminho da fronteira, "Acção Mabecos", 22-24 de fevereiro do século passado, numa guerra do outro mundo ?!..

(****) Último poste da série > 30 de agosto de 2019 > Guiné 61/74 - P20107: Lições de artilharia para os infantes (7): Tal como o Strela reduziu a liberdade do nosso movimento aéreo, o radar de localização de armas (vulgo contra-morteiro) teria congelado a artilharia do PAIGC... (Morais da Silva / António J. Pereira da Costa / Luís Graça / Manuel Luís Lomba)

Postes anteriores:

10 de junho de 2012 > Guiné 63/74 - P10019: Lições de artilharia para os infantes (6): O obus 14 de Bedanda em tiro direto... (C. Martins / Rui Santos)

17 de maio de 2012 > Guiné 63/74 - P9915: Lições de artilharia para os infantes (5): Quando o oficial de dia fez um levantamento de rancho... (C. Martins, Cmdt do Pel Art, Gadamael, 1973/74)

4 de maio de 2012 > Guiné 63/74 - P9852: Lições de artilharia para os infantes (4): O que era uma bateria (ou bataria)... (C. Martins, Cmdt do Pel Art, Gadamael, 1973/74)

16 de fevereiro de 2012 > Guiné 63/74 - P9496: Lições de artilharia para os infantes (3): Fazer a rotação, de 180º, do obus 14, para apoiar Jemberém (C. Martins, CMDT do Pel Art, Gadamael, 1973/74)

15 de fevereiro de 2011 > Guiné 63/74 - P7791: Lições de artilharia para os infantes (2): O artilheiro Doutor, Mansambo, CART 2339, 1968/69 (Torcato Mendonça)

14 de Fevereiro de 2011 > Guiné 63/74 - P7782: Lições de artilharia para os infantes (1): Como era feito o tiro de obus 14 (C. Martins, ex-Alf Mil, Pel Art, Gamadael)