Mostrar mensagens com a etiqueta Dando a mão à palmatória. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Dando a mão à palmatória. Mostrar todas as mensagens

domingo, 6 de novembro de 2022

Guiné 61/74 - P23765: Dando a mão a palmatória (34): nas nossas cartas militares, na escala de 1/50.000, cada centímetro corresponde a 500 metros... (e não a 1 km)


Guiné > Zona leste > Região de Bafatá >  Setor L1 (Bambadinca) > Carta de Bambadinca (1955) > Escala 1/50 mil > Posição relativa de Nhabijões, Mero e Santa Helena, três tabancas consideradas, desde o início da guerra, como estando "sob duplo controlo", ou seja, com população (maioritariamente balanta) que tinha parentes no "mato" (zona controlada pelo PAIGC)... Em Finete, Missirá e Fá Mandinga havia destacamentos nossos. Entre Bambadinca e Fá Mandinga ficava Ponta Brandão. Havia aqui uma destilaria, de cana de acúcar... Bambadinca era sede de posto administrativo e tinha correios, telégrafo e telefone, além de um posto sanitário ("missão do Sono")... Era, além disso, um importante porto fluvial. Era banhado pelo caprichoso Rio Geba (ou Xaianga). Até 1968 as LDG da Marinha chegavam até lá... Depois, já em 1969, ficavam-se pelo Xime... De Bambadinca a Bafatá (cerac de 30 km) a estrada era já alcatroada...no meu tempo (1969/71). (LG)

Infografia: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (2014).







Infografia: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (2022)

1.  Já aqui deixámos expresso por escrito, mais do que uma vez, a nossa admiração por (e prestámos a nossa homenagem a) os nossos cartógrafos militares a que devemos as extraordinárias cartas da Guiné Portuguesa dos anos 50. 

Não brincavam em serviço, esses nosso cartógrafos, e é bom que se diga que prestaram um alto serviço científico e cultural ao povo da Guiné-Bissau, cartografando ao milímetro todas aquelas terras, ilhas, ilhotas, rios, mar, braços de mar, lalas, bolanhas, tabancas, savanas arbustivas, florestas-galeria, palmeirais...,  do Cacheu ao Cacine, de Bolama a Buruntuma, de Varela ao Como... Ainda hoje estas cartas são uma preciosidade.  E, para nós, amigos e camaradas da Guiné, foram e continuam a ser um extraordinário auxiliar de memória... Já há muito que nos teríamos perdido nos labirintos de memória sem estas cartas geográficas, disponíveis "on line", com grande resolução, no nosso blogue...  

Agora  o que os nossos cartógrafos, se ainda fossem vivos, nunca nos perdoariam é aquela calinada de dizer que  na escala de 1 / 50.000 um centímetro na carta corresponde a um quilómetro (*)... 

Felizmente, o meu amigo e camarada António Duarte, da CCAÇ 12, da "3ª geração" (Bambadinca e Xime, 1973/74) estava atento e topou o erro, ou não fosse ele bancário e economista: se um quilómetro corresponde a 1000 metros e cada metro tem 100 cm, 100 mil centimetros (ou seja, um quilómetro) a dividir por 50 mil são 2... centímetros! 

Não é preciso um gajo ser licenciado, mestre ou doutor para saber (e poder) fazer estas contas de cabeça!

2. Fica aqui a emenda do erro que é de palmatória!... Dou, humildemente, a mão à menina dos cinco olhinhos... como no meu/nosso tempo da instrução primária (**). 

Dito isto, não é demais realçar que as cartas da antiga Província Portuguesa da Guiné são de uma enorme  riqueza documental, em termos geográficos, E cada centímetro de papel é um passeio de 500 metros por aquelas terras onde destilámos "sangue, suor e lágrimas"... de quem guardamos algumas boas recordações da sua sua boa gente.

Nunca é demais lembrar que, sessenta / setenta anos depois,  estas cartas permitem-nos, por exemplo,  saber hoje coisas espantosas como: 

  • quais as tabancas que existiam antes da guerra (e ver depois as que foram abandonadas ou destruídas); 
  • qual o número médio aproximado de moranças ou casas (cada ponto correspondendo em geral a uma morança); 
  • as tabancas temporárias e as abandonadas;
  • as povoações "de tipo europeu" e as "indígenas" (e dentro destas, as "cerradas" e as com "arruamentos" definidos);
  • conforme o tamanho maior ou menor da letra dos topónimos, distinguir as povoações "indígenas" com mais de 50 casas, as entre 50 e 10, e as menos de 10;
  • o regulado a que pertenciam;
  • as que eram sede de circunscrição (equivalente ao nosso concelho, caso de Bafatá) e as que eram sede de posto administrativo;
  • as que, de categoria inferior a sede de circunscrição, tinham serviços de correio, telégrafo e telefone (caso de Bambadinca) e, nas fornteiras, serviços alfandegários;
  • mas também localizar as bolanhas (arrozais de regadio), as lalas (capinzais)  (de água doce e água salgada, com ou sem tufos de palmeiras), os mangais,   as florestas-galeria, as savanas arbustivas, as terras incultas... 
  • os diferentes tipos de palmeiras e palmares: palmeira-de-tara (Phoenix reclinata); palmeira de dendém (ou azeite), conforme a sua densidade: massiços consideráveis ou não desbravados; palmares desbravados com culturas diversas; 
  • mas igualmente as "pontas" (ou hortas) (que em geral eram exploradas por cabo-verdianos e europeus, e que tinham o nome do dono ou fundador: Ponta do Inglês, Ponta João Dias)... 
  • e ainda calcular distâncias entre duas povoações, por estrada ou em linha recta; estimar a largura de um rio ou o comprimento de uma bolanha...
Tudo isto, afinal,  feito ainda "no bom tempo" (anos 50 do séc. XX), ou seja, antes do vendaval da guerra em que desaparecem regulados inteiros ou em parte (alguns eu conheci: Xime, Bissari, Badora, Cossé, Corubal, Enxalé, Cuor, Mansomine, Oio,  Joladu, Ganado, Padada...) e foram abandonadas ou destruídas muitas e muitas dezenas (senão não algumas centenas) de povoações (por exemplo, ao longo da bacia do rio Corubal)... para não falar de regiões inteiras, como a de Quínara e a de Tombali, no sul (que eu só vim a conhecer depois da guerra)...

Tiro o quico, bato a pala, aos nossos valorosos e competentes cartógrafos militares. E peço, mais uma vez, desculpa pelo meu... dislate. (LG)
____________

Notas do editor:

(*) Vd. poste de 

4 de novembro de 2022 > Guiné 61/74 - P23761: Voltamos a recuperar as antigas cartas da província portuguesa da Guiné, um dos recursos mais preciosos do nosso blogue - Parte IV: De Quinhamel a Xitole

sexta-feira, 10 de janeiro de 2020

Guiné 61/74 - P20546: Dando a mão a palmatória (33): Uma Daimler era uma Daimler e uma Fox era uma Fox... É preciso vir um artilheiro (António J. Pereira da Costa) corrigir os infantes...


Guiné > Zona leste > Região de Bafatá > Setor L1 (Bambadinca) > Estrada Bambadinca - Mansambo - Xitole > Pel Rec Daimler 2046 (1968/70 > Isto é uma Fox... que pertencia ao Pel Rec Daimler, comandado pelo Jaime Machado... Participou, enquanto foi viva,  em colunas de transporte de tropas e civis, incluindo a das Op Cabeça Rapada (março-maio de 1969).


Guiné > Zona leste > Região de Bafatá > Setor L1 (Bambadinca) > Estrada Bambadinca . Mansambo - Xitole > Pel Rec Daimler 2046 (1968/70 > Isto é uma Daimler (matrícula ME-90-90)... que pertencia ao Pel Rec Daimler, comandado pelo Jaime Machado (que vai empoleirado na parte de trás)... Participou, enquanto foi viva,  em muitas colunas logísticas , incluindo a Op Lança Afiada e a  Op Cabeça Rapada (março-maio de 1969).

Fotos (e legendas): © Jaime Machado (2006). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complemementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


Guiné > Zona Leste > Região de Bafatá > Setor L1 > Bambadinca > CCS/BCAÇ 2852 (1968/70) > Foto do álbum do 1º cabo bate chapas Otacílio Luz Henriques, do Pel Manut > Isto... era uma Fox, que morreu de velha, ou capotou... Pertencia ao Pel Rec Daimler 2046, que era comandando pelo Jaime Machado, nosso grã-tabanqueiro.


Guiné > Zona Leste > Região de Bafatá > Setor L1 > Bambadinca > CCS/BCAÇ 2852 (1968/70) > Foto do álbum do 1º cabo bate chapas Otacílio Luz Henriques, do Pel Manut > Isto... era uma Fox, a da fotografia de cima (, aqui vista de ângulo, com as entranhas à mostra)...  Na foto, o Otacílio.

Foto (e legenda): ©   Otacílio Luz Henriques,  (2013). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


Guiné > Região de Tombali > Guileje > CCAV 8350 (1972/73) > Isto é uma Fox, explica o Fur Mil Op Esp José Casimiro Carvalho, um dos heróis de Gadamael que a Pátria nunca reconheceu... A viatura blindada pertencia ao Pel Rec Fox 3115, Os Pipas (1972/74).

Foto (e legenda): © José Casimiro Carvalho  (2007. Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné] 


Guiné > CCS / BCAÇ 1933 (Nova Lamego e São Domingos, 1967/69) > Isto é uma Daimler, explica o Virgílio Teixeira.

Foto (e legenda): © Virgílio Teixeira (2018). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné] 


Guiné Região do Cacheu > Teixeira Pinto > Pel Rec Daimler 3089 > (Teixeira Pinto, 1971/73) Fevereiro de 1973 > A chegada de Caió > Isto também é uma Daimler (matrícula ME-90-90)... vísível a cabeça e parte do tronco do 1º cabo apontador Manuel Lucas.

Foto (e legenda): © Francisco Gamelas (2016). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. O meu coronel art ref António J. Pereira da Costa não me perdoa o mais pequeno deslize ... E ainda bem que assim é, e que ele, neste caso, estava atento... Escreveu, em comentário (*):

 "Não vejo as Daimler, mas devem lá andar. A AM [Auto-Metralhadora] que está em grande é uma Humber ou uma Fox"... 

Referia-se à primeira foto, acima reproduzida, de novo...

E tem razão... A gente às vezes "troca(va) o material"... Mas, aos "infantes", perdoa-se a muita ignorância com que foram, mal preparados, para a guerra...

Enfim, aqui ficam as nossas desculpas, aos leitores, depois de darmos a mão à palmatória (**)... 

PS1 - O Jaime Machado pode confirmar se aquela Fox era mesmo dele, ou era dos "cavaleiros" de Bafatá... Eu, que ainda sou do tempo do Jaime, não me lembro de ele andar de Fox...muito menos de Humber... Lembro-me, sim, das suas velhinhas Daimlers, que depois foram herdadas pelo  Zé Luís Vacas de Carvalho, cmdt do  Pel Rec Daimler 2206 (Bambadinca, 1969/71).

PS2 - Em louvor das suas velhas Daimlers, saltitonas, que ele punha sempre num brinquinho, escreveu, em verso, o Francisco Gamelas, cmdt do Ple Rec Daimler 3089 (Teixeira Pinto, 1971/73):

(...) Rolando sobre a estrada
a abrir e a fechar
colunas civis ou militares,
éramos a força esperada,
metralhadora pronta a cantar
ao desafio os seus cantares.

Impunham algum respeito
estas massas de ferro circulante,
armadas e brutas,
nem que fosse pelo efeito
grotesco de velho ruminante,
sobrevivente de esquecidas lutas. (...)


In: Francisco Gamelas - Outro olhar: Guiné 1971-1973.
Aveiro, 2016, ed. de autor, pp. 29-31
(Reproduzido com a devida vénia).
____________

Notas do editor:

(*) Vd. poste de 9 de janeiro de 2020 > Guiné 61/74 - P20541: Questões politicamente (in)correctas (48): Op Cabeça Rapada I, II, III e IV, no setor L1 (Bambadinca), março-maio de 1969: mobilizados milhares de civis, recrutados pela administração do concelho de Bafatá... Não sabemos se foram "voluntários" e "devidamente remunerados"... (Luís Graça / Torcato Mendonça / Albano Gomes / Carlos Marques Santos)

(**) Último poste da série > 2 de outubro de 2019 > Guiné 61/74 - P20196: Dando a mão à palmatória (32): O texto sobre os "Alentejanos de pele escura" é do nosso camarada Fernando de Sousa Ribeiro, é de 2008 e tem sido sistematicamente "pirateado" na Internet... O interesse pelo tema surgiu quando o autor conheceu, em Mafra, na EPI, no COM, um soldado-cadete que era um "mulato de Alcácer" e que, na recruta, foi vítima de "bullying" racista...

quarta-feira, 2 de outubro de 2019

Guiné 61/74 - P20196: Dando a mão à palmatória (32): O texto sobre os "Alentejanos de pele escura" é do nosso camarada Fernando de Sousa Ribeiro, é de 2008 e tem sido sistematicamente "pirateado" na Internet... O interesse pelo tema surgiu quando o autor conheceu, em Mafra, na EPI, no COM, um soldado-cadete que era um "mulato de Alcácer" e que, na recruta, foi vítima de "bullying" racista...


Alcácer do Sal > 28 de janeiro de 2018 > A frente ribeirinha, ao pôr do sol, vista da moderna ponte pedonal que faz a "cambança" do rio Sado...

Foto (e legenda): © Luís Graça (2018). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Comentário do Fernando de Sousa Ribeiro:

Luís, o texto intitulado "Alentejanos de pele escura" é meu! Fui eu que o escrevi! Juro que fui eu! O texto é meu, desde as quadras populares (exclusive, claro) até ao fim. [. Ou seja, excluimdo os três primeiros parágrafos.]

O que o blogue "Comporta - Opina" fez foi transcrever ipsis verbis o conteúdo de um post publicado em 2009 num fórum neonazi (!!!), chamado Stormfront, por um membro do dito fórum que usa o nick "Looking for a fight", que talvez seja um antirracista infiltrado no fórum. O poste está neste endereço: https://www.stormfront.org/forum/t592627/.

O membro do fórum "Looking for a fight" indicou os endereços de onde retirou os textos que transcreveu, mas o blog "Comporta - Opina" omitiu-os.

O texto "Alentejanos de pele escura" foi publicado pela primeira vez em 2008 no blogue "Da Kappo" (escrito propositadamente com K), da angolana Paula Santana, que é economista, vive em Londres e usa o nick Koluki. 

Um dia, Koluki convidou-me a escrever um poste destinado  a ser publicado no seu blogue, sobre um tema que eu muito bem entendesse. Como Koluki é negra, lembrei-me de falar sobre os negros que deram origem aos "mulatos de Alcácer".

"Como é que um gajo do Porto se atreveu a escrever sobre pessoas de Alcácer do Sal?", poderás perguntar. Por incrível que pareça, tudo começou na tropa!

Em Mafra, numa das casernas destinadas aos cadetes do 1.º ciclo do COM [, Curso de Oficiais Milicianos], eu partilhei um beliche com um "mulato de Alcácer". Ele dormia na cama de cima e eu na de baixo. 

Não consigo lembrar-me do nome dele, por mais que me esforce. Do que eu me lembro (bem demais) é do seu aspeto nitidamente mestiço, da sua inconfundível pronúncia alentejana, assim como do racismo de que ele era vítima por parte de alguns outros cadetes instalados na caserna. Este "mulato" era troçado e gozado por eles de todas as formas e feitios, naquilo que agora se chama "bullying". 

Como eu não o gozava, e além disso partilhava o beliche com ele, esse "mulato" deu-se bem comigo e contou-me as suas origens e a razão de ser do seu aspeto físico. Ele foi um excelente companheiro, que sofria muitíssimo com as manifestações de racismo de que era alvo, apesar de ser um português da Metrópole como os restantes cadetes.

Mais tarde, no meu pelotão em Angola, houve um soldado que era de Grândola, chamado Nunes. De vez em quando, este soldado fazia referências aos "mulatos de Alcácer", nas conversas que tinha comigo e com o resto do pelotão.

Depois de ter passado à disponibilidade e ao longo dos anos que se seguiram, continuei a ter uma certa curiosidade pelos "mulatos de Alcácer". Fui a Alcácer do Sal várias vezes, assim como a Grândola e ao Torrão, além de ter percorrido a Ribeira do Sado. Fui, nomeadamente, a S. Romão, que é, aliás, uma aldeia muito pequena.

Quando a angolana Koluki me convidou a escrever um artigo para o seu blog, fui à Biblioteca Pública Municipal do Porto consultar a bibliografia que lá existisse sobre os "mulatos de Alcácer" (escassíssima, para minha grande surpresa), no sentido de refrescar a memória e completar a informação que eu próprio tinha sobre o tema. 

Finalmente escrevi o pequeno texto que a blogger Koluki publicou em 2008 e eu próprio reproduzi no meu blog pessoal em 2012.

A concluir, lembro-me de uma canção que foi um grande êxito há uns quantos anos, chamada As Meninas da Ribeira do Sado. Em parte nenhuma da canção é referida a cor da pele das ditas meninas, e por isso toda a gente pensa que elas são tão brancas como as outras alentejanas. Mesmo assim, pergunto-me se não haverá algum racismo nesta canção, que troça das meninas da Ribeira do Sado, assim como foi troçado o cadete de Alcácer do Sal com quem partilhei o meu beliche em Mafra.

Fernando de Sousa Ribeiro, ex-alferes miliciano, CCAÇ 3535 do BCAÇ 3880, Angola 1972-74

2. Comentário do editor Luís Graça:

Fernando, o seu a seu dono... Eu tinha visto o teu texto, "Alentejanos de pele escura", no blogue A Matéria do Tempo", de Fernando Ribeiro [ 18 de abril de 2012 > Alentejanos de pele escura],  nome que só agora relaciono com a tua pessoa...

Fernando Ribeiro, engenheiro, do Porto, só podias ser tu... Pelo nome, e sobretudo  pelos conteúdos... Aliás, o blogue já era meu conhecido e seguido por mim, ocasionalmente... Reparo agora, com mais atenção, que já existe desde dezembro de 2005, e tem entre os seus "companheiros de jornada" o nosso blogue, Luís Graça & Camaradas da Guiné.). Obrigado, e sobretudo parabéns,  o teu é um blogue de grande qualidade, temática e literária...   Por que é que nunca me falaste dele antes ?

Mas vi que este teu  texto, com maiores ou menores acrescentos (e sobretudo imagens) estava "espalhado" pela Net, desde 2010 a 2019... Tendo tido dúvidas sobre a fonte original, e sobretudo o autor, acabei por "encalhar" no blogue "Comporta-Opina", para mais tinha umas belas gravuras que me convinha reproduzir. Enfim, devia ter apurado a minha pesquisa...

O poste da "Comporta-Opina" é de 2010, mas afinal de contas o texto original é teu, e é mais antigo, é de 2008: como dizes, foi publicado pela primeira vez em 2008, sob pseudónimo ("Denudado", o teu "nickname"), no blogue "Da Kappo", da angolana Paula Santana ("Koluki"). E eu confirmo, acabei por descobrir aqui o link, que reproduzo:https://koluki.blogspot.com/2008/07/be-my-guest-ii-denudado.html.

O lapso foi involuntário, mas aqui fica o meu/nosso  pedido de desculpa... Nestes casos, costumo/costumamos dar a mão à palmatória. (**)

Deixa-me acrescentar que lamento a "praga" do plágio e de outras práticas desonestas,  de violação da propriedade intelectual... O mínimo que temos que é é dar o seu a seu dono, citado as fontes...  Enquanto professor na Escola Nacional de Saúde Pública, apanhei para aí uma dúzia de casos de "pirataria" em trabalhos académicos (em cursos de pós-graduação, mestrado e até doutoramento)... Nunca humilhei ninguém por isso, tinha sempre uma "conversa particular" com o/a prevaricador/a, e dava-lhe uma segunda oportunidade para refazer o trabalho... 

A nota final, naturalmente, ressentia-se. Mas cheguei a dar zero a um grupo de médicos estrangeiros que copiaram um trabalho uns pelos outros... Uma coisa "tosca", "grosseira"... Nos outros casos, havia sempre uma história pelo meio: gente com dificuldades (, a começar pelos estrangeiros que são admitidos em Portugal como médicos e não dominam o português escrito e falado), mas também de alunos, mães e pais, profissionais de saúde, para mais, que tinham dificuldade em lidar com o stress conjugado da vida académica, familiar e profissional...

"Copiar" é sempre mais fácil do que  "criar", mas é um "crime" que acaba por dar nas vistas, mais tarde ou mais cedo, e por não compensar... Eu costumava avisar os meus alunos, logo de início: "A cometerem um crime, que seja um crime perfeito"...

Obviamente, há aqui problemas éticos e deontológicos graves, mas também disciplinares e legais... A Academia só há pouco anos começou a levar estes casos a sério... Mas fico-me por aqui... LG
________________

domingo, 14 de julho de 2019

Guiné 61/74 - P19977: Dando a mão à palmatória (31): o A. Marques Lopes, coronel DFA, reformado, um dos históricos da Tabanca Grande, não é atirador de artilharia mas... de infantaria. Pedido de desculpa ao próprio e aos demais "infantes"...


Lisboa > Jantar de Natal 2007 > Os quatro magníficos da CART 1690, todos eles alferes milicianos ... atiradores de infantaria !

Ao fundo, estão o Domingos Maçarico, à esquerda, e o Alfredo Reis, à direita. Em primeiro plano, está o António Moreira, à esquerda, e o António Marques Lopes, à direita. 

 Os quatro são membros da nossa Tabanca Grande, o que, salvo erro, é caso único: a CART 1690 é a única a "fazer o pleno" em matéria de alferes milicianos, inscritos formalmente na lista dos amigos e camaradas da Guiné, que se sentam à sombra do nosso poilão.


Foto (e legenda): © A. Marques Lopes (2007). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



1. Mensagem de A. Marques Lopes, um dos "históricos" da Tabanca Grande: coronel inf, DFA, na situção de reforma, foi alferes miliciano da CART 1690 (Geba, 1967/1968) e da CCAÇ 3 (Barro, 1968), era membro, em 2005, da direção da delegação do norte da Associação 25 de Abril (A25A), e é em termos históricos, o nosso quarto grã-tabanqueiro mais antigo, depois do fundador, Luís Graça,  do Sousa de Castro e do Humberto Reis; entrou para a nossa tertúlia em 14/5/2005; é autor de "Cabra-Cega: do seminário para a guerra colonial" (Lisboa, Chiado Editora, 2015), autobiografia escrita sob o pseudónimo João Gaspar Carrasqueira, que conta a história de António Aiveca; tem 242 referências no nosso blogue: 

Data: sábado, 13/07/2019 à(s) 11:33

Assunto: correcção

Caríssimo amigo Luís Graça

Tenho lido, sempre que se referem a mim, que sou de Artilharia. Calculo que será porque estive na CART1690. Mas não sou, sou, sim, de Infantaria.

Estive na EPI no chamado 1º Ciclo do COM, era, digamos, a recruta. Depois dele,  os chamados cadetes eram enviados para a Escola Prática de Artilharia (EPA), em Vendas Novas, para a Escola Prática de Cavalaria (EPC), em Santarém. Havia alguns que iam para Lamego para os Comandos, alguns para Santa Margarida para paraquedistas e outros, os felizardos com cunhas, para a Administração Militar. 

E aqueles (no meu curso, foi a maioria) que continuavam em Mafra, na EPI,  para tirar a especialidade de Atiradores de Infantaria, e outros, menos, que tiraram de Armas Pesadas ou de Reconhecimento de Infantaria. Era o chamado 2º Ciclo do COM. 

No meu caso estive sempre em Mafra, tive em ambos os Ciclos (foram cerca de 6 meses) o mesmo instrutor, o então tenente Chung Su-sing (actualmente Coronel Comando reformado, infelizmente agora sofrendo de alzheimer). E saí de lá com a especialidade de Atirador de Infantaria.

O que sucedia é que cada Arma, durante a guerra colonial, era encarregada de formar companhias para actuarem no terreno. Os comandantes dessas companhias tinham de ser, obviamente, da Arma, mas os alferes não. Foi o caso da CART1690: o capitão Guimarães era de Artilharia mas os quatro alferes eram de Infantaria.

Não há problema nenhum, é claro, mas penso que de futuro será melhor pôr como é: que eu sou de infantaria.

Abraço

ML

____________

Nota do editor:

quarta-feira, 6 de março de 2019

Guiné 61/74 - P19553: Dando a mão à palmatória (30): o cap inf Cirilo de Bismarck Freitas Soares, natural de Matosinhos, morreu em 26/5/1965, quando atingido por fogo inimigo numa emboscada na zona de Piri, norte de Angola (Morais Silva, cor art ref)

1. Mensagem do nosso camarada António Carlos Morais da Silva, cor art ref [, foto à esquerda, quando cadete-aluno nº 45/63, do corpo de alunos da Academia Militar; no TO da Guiné, foi instrutor da 1ª CCmds Africanos, em Fá, adjunto do COP 6, em Mansabá, e comandante da CCAÇ 2796, em Gadamael, entre 1970 e 1972; estamos a aguardar que ele aceite o nosso convite para se sentar à sombra do poilão da Tabanca Grande, no lugar nº 784]

Data: 2 de março de 2019 00:19
Assunto: Correcção


Caro Dr Luís Graça

No texto biográfico enviado, o Cap Inf Cirilo de Bismarck Freitas Soares é dado como tendo falecido pela deflagração de uma mina A/C. (*)

Dos contactos tidos com o filho do senhor capitão Bismarck e com o ex-capitão da CCaç 464/BCaç 467, Coronel Joaquim Leão Repolho, concluí que a morte ocorreu por ter sido atingido por fogos IN que emboscaram a viatura em que ele se deslocava.

Assim sendo, reenvio a ficha biográfica corrigida pedindo a sua republicação no site que dirige.

Lamento o erro cometido (**) mas a falta de informação no processo individual levou-me a adoptar o texto que encontrei em

http://ultramar.terraweb.biz/Memoriais_concelhos_Matosinhos_Matosinhos_CiriloBismarckFreitasSoares.htm.

Os meus cumprimentos e a minha disponibilidade

Morais Silva

www.moraissilva.pt
_____________

Notas do editor:


domingo, 22 de maio de 2016

Guiné 63/74 - P16121: Dando a mão à palmatória (29): Fundo do Baú revisado, ou a foto onde posso não estar (Vasco Pires, ex-Alf Mil do 23.º Pel Art)

1. Mensagem do nosso camarada Vasco Pires (ex-Alf Mil Art.ª, CMDT do 23.º Pel Art, Gadamael, 1970/72), com data de 13 de Março de 2015:


FUNDO DO BAÚ REVISADO

Bom dia Padrinho(1),
Cordiais saudações.

Houve anteriormente uma "cobrança" tua, para "raspar o fundo do baú", porém, venho agora revisá-lo.

O nosso Camarada Manuel Vaz, historiador de Gadamael, nas suas intensivas pesquisas, me alertou que na foto do P11148, onde eu pensava estar atrás do Capitão Videira, posso não ser eu. Como já referi algumas vezes anteriormente, saí de Portugal no mesmo ano (1972) em que voltei da Guiné.

Fiquei "afastado" das minhas memórias Africanas durante décadas, até que durante o repouso forçado após um acidente, tive contato com o Blog, ativaram-se algumas memórias e reconstruíram-se outras.


Quando resolvi falar do Capitão Videira, encontrei uma foto já desgastada pelo tempo e a má conservação, que estava entre as poucas que restaram das minhas "andanças por aí". Por estar comigo, e por ter rapado o cabelo por essa data, pensei ser eu.

Depois do alerta, ampliando a foto digitalizada, concluí que não devo ser eu. Peço, que faças no P11148 as alterações que julgares necessárias.

Agradeço ao Camarada Manuel Vaz, a sua ajuda na reconstrução do passado.

Forte abraço.
Vasco Pires
____________

Notas do editor

(1) - O editor, entre os tertulianos tem alguns afilhados e até um mano.

Último poste da série de 11 de julho de 2011 Guiné 63/74 - P8539: Dando a mão à palmatória (28): Na melhor nódoa cai o pano... ou: Não basta à mulher de César ser séria, é preciso parecê-lo (Luís Graça)

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Guiné 63/74 - P8539: Dando a mão à palmatória (28): Na melhor nódoa cai o pano... ou: Não basta à mulher de César ser séria, é preciso parecê-lo (Luís Graça)

1. Na véspera de  sair de Lisboa, a caminho do Norte, onde me esperava uma alegre, bonita e comovente festa de família, envolvendo mais de 120 pessoas, publiquei no passado dia 7 o poste P8524 (*), com excertos de um artigo sobre o nosso camarada António Camilo, um dos veteranos das viagens de solidariedade, Portugal/Guiné-Bissau, por terra.


A acompanhar esses excertos, reproduzidos com a devida vénia, da revista Visão, de 3/2/2011, inseri também uma selecção de fotos do Camilo, tiradas numa das suas últimas viagens ao sul da Guiné-Bissau, e mais exactamente a Guileje, em 2010. Entre essas fotos, e sem qualquer legenda específica (ou simples explicação), figurava uma placa [, imagem à esquerda,] com os seguintes dizeres, em quatro parágrafos:


“Após o assassinato de Amílcar Cabral a 20 de Janeiro de 1973, em Conakry, o PAIGC lança uma grande ofensiva militar e política – precisamente designada Operação Amílcar Cabral ou Abel Djassi – que visou demonstrar a sua capacidade de iniciativa em toda a extensão do território da Guiné-Bissau e, ao mesmo tempo, consolidar as condições para a proclamação unilateral da Independência, que viria a ocorrer a 23 de Setembro desse mesmo ano, em Madina de Boé.

“Essa operação obtém uma inequívoca vitória em Guiledje, com a ocupação do respectivo quartel, entretanto abandonado pela tropa portuguesa.

“Dez anos após o início da acção armada contra o colonialismo português e mesmo após ter sido assassinado o principal inspirador e organizador da Luta de Libertação, a queda de Guiledje foi determinante para o futuro da Guiné-Bissau e não deixou de ter consequências no que veio a ser, o movimento militar vitorioso contra o regime de Marcelo Caetano”.



E a placa, que figura no Núcleo Museológico Memória de Guiledje (**), sito no antigo quartel das NT, em Guileje, desde a sua inauguração em 20 de Janeiro de 2010, termina assim (4º parágrafo):


“Memória de Guiledje pretende promover na Região de Guiledje, no Cantanhez, o resgaste da memória colectiva e individual de quantos aqui combateram e viveram”.


2. O poste foi editado por mim, Luís Graça. No dia seguinte, o Carlos Vinhal, o nosso dedicado, incansável e sempre discreto co-editor que está 24 horas por dia de serviço ao blogue, teceu - com toda a legitimidade, e de acordo com as normas em vigor entre nós - , comentários sobre essa foto (e mais concretamente sobre o conteúdo dos três primeiros parágrafos da placa). Fê-lo a título pessoal, como simples leitor e membro do blogue. O comentário começava com a frase: “Confesso que não me lembro de alguma vez ter visto esta placa publicada no nosso Blogue” (…).  Depois de discorrer sobre questões factuais e de interpretação historiográfica, terminava, dando a sua opinião:


“Não será dar importância a mais a Guiledje? Agora sei por que nunca vi espanhóis nas comemorações da Restauração de 1640, os representantes da monarquia nas comemorações do 5 de Outubro de 1910 e dos ministros de Marcelo Caetano nas comemorações do 25 de Abril. Cada um com a sua verdade”.


Em suma, o meu querido camarigo Carlos Vinhal (CV) considerava a placa como uma peça de propaganda. E nesse sentido haveriam de se pronunciar nesse dia também os camaradas Joaquim Mexia Alves (JMA) e Torcato Mendonça  (TM), a título pessoal, insurgindo-se, nomeadamente o JMA,  contra o facto de haver referência explícita do Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné a esta "iniciativa" da ONG AD - Acção para o Desenvolvimento.


(...)  Já por aqui tinha passado e não tinha dado conta da placa e dos seus 'dizeres' Obrigado ao Carlos por nos ter chamado a atenção.

É por estas e por outras que deve haver um cuidado extremo nesta acções de solidariedade e apoio, pois de repente, quanto a mim, estamos a ser solidários com algo que é no mínimo 'inverdadeiro' e conduz a conclusões erradas. Esta placa é para mim um 'insulto', pois está carregada de mentiras, e de falsas conclusões.

Afirmo aqui, peremptoriamente, que não dou o meu apoio, enquanto membro da Tabanca Grande, Luís Graça & Camaradas da Guiné, e rejeito liminarmente esta acção no Guileje, muito especialmente esta placa lá colocada. (...)


A escassas horas de partir para o norte, e tendo-me apercebido do “desconforto”  que iria provocar a foto em causa, decidi como editor do poste retirá-la, pura e simplesmente. E com ela os comentários daqueles três meus amigos e camaradas (CV, JMA e TM), que eu muito prezo. Dei-lhes de imediato conhecimento nestes termos: “Queridos camarigos: Agradeço os vossos reparos... Havia uma foto, a mais, desnecessária... Tomei a liberdade de a retirar bem como os vossos comentários... A verdade é que eu não posso [nem quero...] 'alterar a realidade' com o Photoshop... Mas quero que o blogue continue a ser um lugar de encontro, e que esse lugar seja confortável, para todos... Vou até Candoz, tenho lá a minha outra tropa, 120 pessoas”…


Convém aqui lembrar que a génese e o desenvolvimento da nossa Tabanca Grande  se mantêm (e só são possíveis) na base numa relação de transparência, confiança e lealdade que tem já mais de 7 anos, entre os responsáveis do blogue e os demais membros. Como em qualquer organização, seja ela física ou virtual, da empresa ao clube de futebol, da unidade militar de elite a um simples blogue colectivo como este (que, caso raro, até tem um sistema de comentários, livre, sem moderação prévia)...

As reacções de outros leitores habituais e membros do blogue não se fizeram esperar: uns pensaram tratar-se de “anomalia técnica”, outros falaram logo abertamente em “censura”… O coitado do Carlos Vinhal, com quem tenho uma relação de trabalho transparente e leal, só dizia: "Estranho que o meu comentário, fundamentado, não insultuoso, devidamente assinado, tenha sido removido sem me ser dado conhecimento prévio"...


E, como em todas as boas ocasiões propícias ao "alvoroço do povo", não faltou até quem pedissse a cabeça do "responsável"... Pois, o responsável, está aqui, sou eu, e só não dei a cara, publicamente, mais cedo, por estar fora de Lisboa, por ter outros afazeres, impedimentos e limitações (incluindo de acesso à Net)...

Logo no dia 8, 6ª feira, ao partir para o Norte, ao fim da tarde, eu dei  conta, de imediato,  de que, face ao acontecido, tinha sido pior a emenda que o soneto… (Refiro-me a à retirada da foto da polémica placa e  dos 3 comentários a ela referentes)... Na realidade, tomei consciência de que tinha usado e abusado da minha prerrogativa como fundador, administrador e editor... E não adianta desfazer-me em mil e uma desculpas e conversas... Não basta à mulher de César ser séria, é preciso parecê-la...

 É verdade que a pressa (e o stress que a pressa origina) é muitas vezes inimiga da razão e do bom senso... Ou ainda: no melhor pano cai a nódoa... (Fazendo um trocadilho para explicar o título deste poste: na melhor nódoa, cai o pano... Isto quer dizer que a nódoa e o pano estão intrinsecamente ligados, formam um sistema, que não podemos dissociá-los, que em última análise não existe o pano sem a nódoa nem a nódoa é perceptível sem o pano...).


Confesso que saí de Lisboa, 6ª feira à tarde,  com um enorme desconforto psicológico, sabendo que  o meu comportamento iria ser objecto de justíssimas críticas e, mais, que rapidamente corria o risco de ser julgado em praça pública... Com limitações (técnicas) no acesso à Internet, ainda consegui mandar, na madrugada do dia 9, sábado, a seguinte mensagem ao Carlos:


Carlos:  Aqui tens a foto do Camilo [, a foto da placa de Guileje]... Se entenderes dever ser reposta, com os comentários do JMA e do Torcato, além do teu, estás à vontade...  Não sei que explicação dar.... Temos que encontrar uma solução airosa... A simples reposição, discreta, era o mais víável ... Não quero alimentar polémicas, em público... nem muito menos discutir questões que são nossas, internas...

Hoje é dia de festa, de anos, para alguns camaradas nossos, incluindo o meu especial camarigo Joaquim Peixoto [, que fazia anos, a par do Estorninho nesse dia, e a quem aproveito, dois dias depois,  para dar a ambos os meus sinceros parabéns,]  e eu também a tenho a casa cheia, 120 pessoas. 



No quero magoar ninguém nem ser magoado... O blogue serve para nos unir e não para nos desunir... Só cheguei [, a Candoz,] à uma e meia da noite, não deu para fazer nada... E hoje, como deves imaginar, não tenho condições para isso... Saberás encontrar uma solução inteligente, em que ninguém perca a face, a começar pelo autor da foto e os editores...Além disso, estou limitado pela Net. Um abraço de amizade e camaradagem. Luís " (...).


Telefonei ainda, nessa manhã de sábado,  para o telemóvel do Carlos, e tomei a decisão de, hoje, 2ª segunda, após o meu regresso a Lisboa, dar a explicação devida (mas quiçá tardia...) a todos os leitores e sobretudo aos amigos e camaradas da Guiné que fazem parte, formalmente, da Tabanca Grande, e que são a razão de ser, ao fim e ao cabo, deste blogue e do grande investimento, em inteligência e em afecto,  que todos temos feito nele ao longo de mais de sete anos de existência...


O que aconteceu aconteceu, e foi lamentável. Não tenho qualquer pejo em reconhecer o meu erro, e dar a mão à palmatória (***), como já aqui aconteceu várias vezes ao longo destes anos. A foto em causa foi resposta bem como os comentários com ela relacionados, da autoria dos nossos camarigos Carlos Vinhal, Joaquim Mexia Alves e Torcato Mendonça (*). A eles, antes de mais, devo uma palavra de reparação, pelas emoções negativas que este caso lhes poderá ter causado. A mim causou-me, e quase que me ia estragando o fim de semana (Felizmente, que aqueles outros que eu amo, não têm a culpa do que aqui se passa,  as nossas naturais divergências e às vezes até picardias, que se é certo dão pica à vida, ou como dizem os ingleses, são o "spice of life", também podem às vezes ser "distressantes"...). 


O mesmo em relação ao nosso "fotógrafo", o Camilo, cuja idoneidade, sinceridade,  boa fé e grandeza (de corpo e alma) não poderão ser postas em causa, pelo que eu gostaria que ele fosse poupado em qualquer futuros comentários sobre o eventual "pomo da discórdia" (a dita foto da dita placa, que eu também estou a ver pela primeira vez)...


Amigos e camaradas (que espero poder continuar a estimar e sobretudo a merecer): Os conflitos têm sempre um lado positivo, o de ajudar a prevenir conflitos mais graves. Naturalmente,  têm custos emocionais... A sua resolução implica dispêndio de tempo e de energia, dois preciosos recursos que são  roubados a outras tarefas. Mais importante ainda, nada fica como dantes, contrariamente ao ditado popular, "Tudo como dantes, quartel-general em Abrantes"... Sete anos depois da criação, acidental, deste blogue, temos que ter mais cuidado quando falamos em nome dele, isto é, em nome do blogue onde não se fala nem se quer falar a uma só voz... No entanto, o que se passou neste fim de semana foi uma lição de vitalidade e liberdade. O nosso blogue está vivo e recomenda-se... A notícia da sua morte só pode ter sido um exagero... LG
______________


Notas de L.G.:


(*) Vd. poste de 7 de Julho de 2011 >Guiné 63/74 - P8524: Os Nossos Seres, Saberes e Lazeres (30): António Camilo, na véspera da sua 15ª viagem de regresso àquela terra verde e vermelha, foi objecto de artigo do semanário Visão (3 de Fevereiro de 2011)

   
(**) Alguns postes desta série:

31 de Março de 2011 >
Guiné 63/74 - P8021: Núcleo Museológico Memória de Guiledje (19): Quem ajuda a reconstruir a Casa do Comandante (Pepito)


9 de Março de 2011 >Guiné 63/74 - P7914: Núcleo Museológico Memória de Guiledje (18): Mais achados 'arqueológicos' (Pepito)

25 de Janeiro de 2011 > Guiné 63/74 - P7670: Núcleo Museológico Memória de Guileje (17): recuperação e reconstrução da antiga messe de oficiais

 19 de Março de 2010 > Guiné 63/74 - P6020: Núcleo Museológico Memória de Guiledje (16): Um dia de ronco, um lugar de (re)encontros, uma janela de oportunidades (Parte I)

5 de Fevereiro de 2010 > Guiné 63/74 - P5770: Núcleo Museológico Memória de Guiledje (15): Um visita virtual (Parte II)

 5 de Fevereiro de 2010 > Guiné 63/74 - P5769: Núcleo Museológico Memória de Guiledje (14): Um visita virtual (Parte I)

4 de Fevereiro de 2010 > Guiné 63/74 - P5761: Núcleo Museológico Memória de Guiledje (13): intervenção da Presidente da AD, Isabel Miranda, no dia 20 de Janeiro de 2010


(...) "O Museu 'Memória de Guiledje' é, antes de tudo, uma homenagem à geração de Cabral, a todos os que com o seu exemplo escreveram uma das mais belas páginas da nossa História. Mas é também um lugar de confluência de rios anteriormente desencontrados que hoje procuram um caminho comum.

"Encontro com os militares portugueses, aqueles que, embora em campo oposto, aprendemos a respeitar pela sua coragem e capacidade militar numa luta de longa duração e que, afinal, partilham os mesmos sentimentos de amor pela Guiné-Bissau e pelo seu povo, pela sua humildade, dignidade, valentia e determinação, os quais sempre souberam distinguir o povo português do regime colonial que a ambos oprimia .

"Hoje, em liberdade, reencontramo-nos com emoção, com vontade de juntar memórias, recordações, encontros e desencontros, voltar a caminhar juntos num caminho de respeito e progresso.

"Saudamos a presença da Srª Julia Neto, esposa do capitão José Neto que tanto amou este canto e que tanto contribuiu para que o Museu 'Memória de Guiledje' fosse um êxito. Poucos dias antes de falecer, deixou-nos o seu desejo mais profundo: 'hei-de voltar a Guiledje', disse. A sua esposa, Srª Julia Neto, está hoje entre nós para realizar esta sua última vontade. Através dela saudamos todos os militares portugueses das 12 companhias que passaram por Guiledje e que quiseram deixar um pouco das suas recordações (aerogramas, fotografias, filmes, contos e narrativas). (...).


4 de Fevereiro de 2010 >  de Fevereiro de 2010 > Guiné 63/74 - P5760: Núcleo Museológico Memória de Guiledje (12): Cerimónia da inauguração, a 20 de Janeiro de 2010, e visita, a 29, de uma delegação cubana (Pepito)

30 de Janeiro de 2010 > Guiné 63/74 - P5731: Núcleo Museológico Memória de Guiledje (11): Inauguração da mesquita, almadjadja, com a presença do filho do Cherno Rachide e da Júlia Neto (Pepito)

(***) Último poste da série > 3 de Junho de 2011 >Guiné 63/74 - P8370: Dando a mão à palmatória (27): Silvino Manuel da Luz: troca de fotografias (Nelson Herbert / Beja Santos)

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Guiné 63/74 - P8370: Dando a mão à palmatória (27): Silvino Manuel da Luz: troca de fotografias (Nelson Herbert / Beja Santos)

1. Mensagem de nosso amigo Nelson Herbert [EUA]:

De: Nelson Herbert [herbertlopes@yahoo.com]
Enviada: sábado, 28 de Maio de 2011 20:25

Assunto: Guiné 63/74 - P8335: Notas de leitura (242): O Meu Testemunho, uma luta, um partido, dois países, por Aristides Pereira (6) (Mário Beja Santos)"


Um reparo ao Beja Santos... ou aos editores. A foto ilustrativa da referência feita a Silvino da Luz, nã
o corresponde à pessoa em causa... A foto é sim do até há bem pouco tempo presidente do parlamento caboverdiano, o jurista Aristides Lima, hoje candidato às eleições presidenciais de Setembro próximo!

Lima foi igualmente secretário geral (presidente ?) do PAICV...Cabo Verde ! 

Nelson Herbert

2. Comentário de Beja Santos:

 De: (DGC) Beja Santos <Beja.Santos@dg.consumidor.pt>

Data: 31 de Maio de 2011 11:11

Assunto: Resposta/Esclarecimento



Meu Caro Nelson Herbert,

Agradeço-te a gentileza do reparo. O seu a seu dono. Gostei tanto do depoimento do Silvino Manuel da Luz, achei ali tanta nobreza de carácter, veracidade nas convicções, coerência nas tomadas de posição políticas, que logo procurei uma sua imagem. 

Pois pus o nome dele no Google, caí numa publicação cabo-verdiana que referia no seu nome como possível candidato presidencial, pronto aqui está o erro. Muito grato te fico se me enviares uma autêntica fotografia do Silvino da Luz, assim se reparará a minha asneira. Um abraço do Mário.


3. Comentário do editor: 


Obrigado aos nossos dois amigos. Já foi reparado o erro. As nossas desculpas às personalidades em causa. E, claro, aos nossos leitores. Já agora, acrescente-se que Silvino da Luz foi também embaixador de Cabo Verde em Angola, durante 6 anos, até 2007.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Guiné 63/74 - P7255: Dando a mão à palmatória (25): O Jorge Canhão faz anos a 9 de Abril e não a 9 de Novembro (Carlos Vinhal)

A verdadeira data de aniversário do nosso camarada Jorge Canhão é 9 de Abril

1. Mensagem de Carlos Vinhal à tertúlia

Caros camaradas, amigos e leitores
Custa muito a quem nunca se engana e raramente tem dúvidas, vir publicamente confessar que teve um pequeno lapso.

Assim, confesso que de acordo com os melhores e bem mais organizados ficheiros do espaço informático, os meus, o nosso camarada Jorge Canhão faria ontem, dia 9 de Novembro, anos.

Publicado o respectivo poste, o mesmo escreveu-nos a comunicar, muito justamente, que nesta altura da vida só está interessado em fazer anos uma vez em cada 365 dias, o que aconteceu já em 9 de Abril de 2010. Mais acrescentou, que agradecia as manifestações de amizade de ontem, mas dos 60 só passará no próximo ano.

Porque não podemos nem devemos alterar o curso da vida de qualquer pessoa, mesmo com a melhor das intenções, aqui fica a minha retratação por mais este atropelo ao bom funcionamento do Blogue. Se o caso for motivo de despedimento por justa causa, fico à mercê do vosso veredicto.

A verdade é só uma, o camarada Jorge Canhão não fez anos ontem.
Com a vossa permissão vou alterar o poste, não para encobrir a minha vergonha, mas para evitar confusões no futuro.

As minhas desculpas ao camarada Jorge e ao nosso designer Miguel Pessoa pelo trabalho deitado fora.

Carlos Vinhal
__________

Vd. último poste da série de 8 de Maio de 2010 &amp;amp;gt; Guiné 63/74 - P6343: Dando a mão à palmatória (25): Alpoim Calvão (e não Galvão...)

sábado, 8 de maio de 2010

Guiné 63/74 - P6343: Dando a mão à palmatória (24): Alpoim Calvão (e não Galvão...)

1. Alpoim CALVÃO (e não Galvão) como aparece, erradamente, em vários postes do nosso blogue (na I e II Séries) bem como  noutros sítios, na Net, por vulgar erro de simpatia. Uma simples pesquisa no Google com o marcador "Alpoim Galvão" deu-nos mais de 7 mil referências...

As nossas desculpas ao próprio, capitão de mar e guerra , na reforma, e hoje empresário na Guiné-Bissau,  de seu nome completo Guilherme Almor de Alpoim Calvão. Como é do domínio público, foi o comandante da Op Mar Verde (Conacri, 22 de Novembro de 1970), operação em que participou o nosso camarada Amadú Djaló, autor do livro Guineense, Comando, Português (Lisboa, 2010). Curiosamente, Alpoim Calvão esteve recentemente em duas sessões de lançamento de livros relartivos à guerra colonial na Guiné: o livro do Amadu, e a biografia de Spínola, da autoria de Luís Nuno Rodrigues.

Julgamos já ter corrigido, tão rápido quanto possível,   esse lamentável erro, pelo menos na II Série do Blogue (*).

Vd. Wikipédia > Guilherme Almor de Alpoim Calvão

____________

Nota de L.G.:


(*) Vd. alguns dos postes onde é referido o marcador Alpoim Calvão, já corrigido::

21 de Outubro de 2009 >Guiné 63/74 - P5138: O segredo de... (9): Fur Mil J. S. Moreira, da CCAV 2483, que feriu com uma rajada de G3 o médico do BCAV 2867 (Ovídio Moreira)

5 de Outubro de 2008 > Guiné 63/74 - P3272: A novíssima literatura da Guerra Colonial (Leopoldo Amado)

20 de Junho de 2008 > Guiné 63/74 - P2970: Ilha do Como, Cachil, Cassacá, 1964: O pós-Operação Tridente (José Colaço)

1 de Janeiro de 2008 > Guiné 63/74 - P2398: Evocando os furriéis da 1ª CCA, João Uloma e Carlos França : Acreditas que ainda sonho com aquela cabeça ? (Jorge Cabral)

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Guiné 63/74 - P5284: Dando a mão à palmatória (24): Os editores do blogue têm que ter rigor e espírito crítico em relação às suas fontes (Luís Graça)

1. Luís Graça deixou este comentário no poste 5261*:

Os editores deste blogue não são jornalistas e, muito menos, profissionais. Têm, no entanto, que ter a mesma preocupação de rigor e espírito crítico em relação às suas fontes...


Alguém nos induziu em erro dizendo que só vinham duas ossadas em vez de três... Resultado: houve logo reacções em cadeia, de protesto, perfeitamente legítimas e expectáveis... De facto, seria intolerável que, hoje, em 2009, os restos mortais de um camarada nosso, devidamente identificados, exumados, levados de Guidaje para o Cemitério de Bissau, não pudesse finalmente chegar a casa por dificuldades financeiras da família...

Acabámos, involuntariamente, por publicar um boato no nosso blogue, e isso não é bom para a nossa seriedade e credibilidade...

Não somos um órgão de comunicação social, mas temos que ser sérios ou parecer sê-lo, como a mulher de César... Se começarmos a trilhar o caminho de outros blogues (a via do boato, insulto, demagogia, atoarda, sarcasmo, manipulação, etc.), corremos o risco de provocar fracturas entre nós, destruindo trabalho de mais de cinco anos...

Publicados os relatos (objectivos) e as fotos do José Martins e do Virgínio Briote sobre o dia de ontem, houve uma acalmia geral...

Nós próprios, editores, temos que ser comedidos e inteligentes na escolha dos títulos... Bom, tudo isto já foi matéria discutida internamente por nós, editores, enriquecendo o nosso Livro de Estilo...

Aprende-se com os erros. Estamos a aprender, sempre... Comunicar não é fácil, é tramado... Mas eu, pessoalmente, continuo muito orgulhoso da equipa que temos. Obrigado aos meus/nossos editores que fazem o melhor que podem e sabem. E fazem-no galharda e generosamente, sacrificando muitas vezes horas ao sono, ao convívio, à família e até ao seu trabalho profissional (os que ainda estão no activo).

Aos nossos leitores, aos nossos amigos e camaradas da Guiné, pedimos desculpa por, involuntariamente, termos dado cobertura a uma falsa notícia que provocou reacções emocionais negativas...

Uma última palavra, para os nossos críticos: para eles vão sempre os nossos aplausos, independentemente da sua razão ou falta dela. São eles que nos interpelam e estimulam a fazer sempre mais e melhor.

Um Alfa Bravo.
Luís
__________

Notas de CV:

(*) Vd. poste de 12 de Novembro de 2009 > Guiné 63/74 - P5261: Efemérides (29): Às custas dos seus familiares (Magalhães Ribeiro)

22 de Agosto de 2009 > Guiné 63/74 - P4853: Dando a mão à palmatória (23): Verdadeira causa da morte de três camaradas açorianos da CCAÇ 2444 (Carlos Cordeiro/Carlos Vinhal)

sábado, 22 de agosto de 2009

Guiné 63/74 - P4853: Dando a mão à palmatória (23): Verdadeira causa da morte de três camaradas açorianos da CCAÇ 2444 (Carlos Cordeiro/Carlos Vinhal)

1. Mensagem de Carlos Cordeiro (*) com data de 21 de Agosto de 2009, enviada ao nosso Blogue:

Exmo. Senhor
Carlos Vinhal
Editor do mês do blogue

Por poder ser do vosso interesse, envio o link do jornal "Correio dos Açores" num artigo de homenagem à memória de três militares açorianos mortos em combate em 6 de de Fevereiro de 1969 (que contradiz o post 2819 sobre as circunstâncias da morte daqueles militares): http://www.correiodosacores.net/view.php?id=18945&poll=11&resposta=2.

A companhia era a 2444, mobilizada pelo BII18.

Como assíduo leitor do vosso blogue, saúdo-vos pelo vosso excelente trabalho.

Com os meus cordiais cumprimentos,
Carlos Cordeiro


2. No mesmo dia foi enviada resposta a este nosso leitor

Caro senhor Carlos Cordeiro
Desculpe não retribuir o Exmo. Senhor que julgo ser dispensável.

Agradeço o link que teve a amabilidade de me enviar.

Consultando a pág. 423 referente ao camarada José Bento Veiro; pág. 427 referente ao camarada Manuel Carreiro e pag. 429 referente ao camarada Manuel Costa Almeida do Livro I - Guiné - Tomo II - 8.º Volume - Mortos em Campanha, confirma-se a morte deles em combate na estrada Cacheu-Bachile, em emboscada do dia 6 de Fevereiro de 1969.

Pedi já a devida autorização ao meu camarada Coronel Marques Lopes, responsável pelo post 2819, para se proceder à devida correcção.

Julgo ser açoriano, pelo que peço que aceite na sua pessoa a minha homenagem a todos os açorianos, valente povo ilhéu que eu admiro muito mais desde que vos visitei há relativamente pouco tempo.

Permita que lhe deixe um abraço,

Carlos Vinhal
Ex-Fur-Mil
CART 2732 (madeirense)
Guiné 1970/72


3. No poste > Guiné 63/74 - P2819: Lista dos militares portugueses metropolitanos mortos e enterrados em cemitérios locais (4): 1968-1973 (Fim) (A. Marques Lopes), pode ler-se:

Aqueles que nem no caixão regressaram - Parte IV (Final)

(Organização por ordem cronológica da data de morte: A. Marques Lopes, Cor DFA, Ref) (Continuação) (2)

[...]
José Bento Pacheco Aveiro, Soldado / CCaç 2444 / 06.02.69 / Rio Corubal / Afogamento na evacuação de Madina do Boé / Nordeste, São Miguel, Açores / Corpo não recuperado.
[...]
Manuel Amaral Carreiro, Furriel / CCaç 2444 / 06.02.69 / Rio Corubal / Afogamento na evacuação de Madina do Boé / São José, Ponta delgada, Açores / Corpo não recuperado.
[...]
Manuel dos Santos Costa Almeida, Soldado / CCaç 2444 / 06.02.69 / Rio Corubal / Afogamento na evacuação de Madina do Boé / Arrifes, Ponta Delgada, Açores /Corpo não recuperado.
[...]


4. Dando a mão à palmatória e depois de consultado o Livro 1 - Guiné - Tomo II do 8.º Volume - Mortos em Camapanha da Resenha Historico-Militar das Campanhas de África - Edição do Estado-Maior do Exército - Comissão para o Estudo das Campanhas de África (1961-1974), aqui fica a verdade acerca da morte destes três malogrados camaradas:

Nome: José Bento Pacheco Aveiro
Posto: Soldado Atirador
Unidade: CCAÇ 2444
Unid Mobilizadora: BII18 - Ponta Delgada
Estado civil: Casado
Freguesia: Achadinha
Concelho: Nordeste - S. Miguel - Açores
Local de Operações: Na estrada Cacheu-Bachile
Local da sepultura: Cemitério Municipal de Nossa Senhora da Estrela - Ribeira Grande

Nome: Manuel Amaral Carreiro
Posto: Furriel Miliciano
Unidade: CCAÇ 2444
Unid Mobilizadora: BII18 - Ponta Delgada
Estado civil: Solteiro
Freguesia: S. José
Concelho: Ponta Delgada - Açores
Local de Operações: Na estrada Cacheu-Bachile
Local da sepultura: Cemitério Municipal de S. Joaquim - Ponta Delgada

Nome: Manuel dos Santos Costa Almeida
Posto: Soldado Atirador
Unidade: CCAÇ 2444
Unid Mobilizadora: BII18 - Ponta Delgada
Estado civil: Solteiro
Freguesia: Arrifes
Concelho: Ponta Delgada - Açores
Local de Operações: Na estrada Cacheu-Bachile
Local da sepultura: Cemitério de Arrifes
__________

Notas de CV:

(*) Carlos Carneiro, ex-combatente em Angola, é professor de História Contemporânea em Ponta Delgada e é irmão do malogrado Cap Pára-quedista João Manuel da Costa Cordeiro da CCP 123 (**). É um leitor atento do nosso Blogue.

(**) Sobre o Cap Pára João Cordeiro, Vd. postes de:

19 de Abril de 2009 > Guiné 63/74 - P4216: Comentários que merecem ser postes (4): Homenagem à memória do Capitão Pára-quedista João Costa Cordeiro (João Seabra)

16 de Julho de 2009 > Guiné 63/74 - P4694: Meu pai, meu velho, meu camarada (6): Ex-Cap Pára João Costa Cordeiro, CCP 123/ BCP 12 (Pedro M. P. Cordeiro / Manuel Rebocho)

17 de Julho de 2009 > Guiné 63/74 - P4700: Meu pai, meu velho, meu camarada (7): Cap Pára João Costa Cordeiro: Um homem de carácter (António Santos / Carlos Matos Gomes)

17 de Julho de 2009 > Guiné 63/74 - P4703: Meu pai, meu velho, meu camarada (8): Sobre o Capitão-Pára João Costa Cordeiro (Manuel Peredo)

18 de Julho de 2009 > Guiné 63/74 - P4705: Meu pai, meu velho, meu camarada (9): Testemunho do Coronel Pára Sílvio Araújo sobre o Cap-Pára João Costa Cordeiro (João Seabra)

18 de Julho de 2009 > Guiné 63/74 - P4706: Meu pai, meu velho, meu camarada (10): Depoimento e fotos sobre o Cap-Pára João Costa Cordeiro (Miguel Pessoa)

24 de Julho de 2009 > Guiné 63/74 - P4731: Meu pai, meu velho, meu camarada (12): Mensagem do filho do Cap-Pára João Costa Cordeiro (Pedro Miguel Pereira Cordeiro)

Vd. último poste da série Dando a mão à palmatória de 23 de Julho de 2009 > Guiné 63/74 - P4728: Dando a mão à palmatória (22): Nota Prévia em defesa do bom nome de Luís Rainha (Rui A. Ferreira)

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Guiné 63/74 - P4728: Dando a mão à palmatória (22): Nota Prévia em defesa do bom nome de Luís Rainha (Rui A. Ferreira)

1. O nosso camarada Rui Alexandrino Ferreira, autor de "Rumo a Fulacunda", enviou-nos no dia 17 de Julho de 2009 este texto que será a Nota Prévia a inserir no seu próximo livro intitulado "Quebo, nos confins da Guiné". Os nossos tertulianos devem recordar-se do diferendo originado pelo uso indevido do nome de Luís Rainha no primeiro livro de autoria do Rui Alexandrino atrás referido. A pré-publicação desta Nota Prévia no nosso Blogue, mas não é que o cumprimento da palavra por parte do nosso tertuliano Rui Alexandrino para defesa do bom nome do nosso camarada Luís Rainha (*)



  2. Nota Prévia Rui A. Ferreira


Rectificando "Rumo a Fulacunda" numa acção que se por um lado me causa algum amargo de boca, não por me julgar o único detentor da verdade ou por ter de reconhecer o erro cometido, mas por que e ainda que contra mim próprio, tenho de a fazer respeitar, não só pela consideração por quem me leu, mas fundamentalmente pela reposição do bom nome de Luís Rainha que sem ter sido tido ou achado se viu protagonista de coisas que não fez. Assim se torna absolutamente imprescindível a explicação que se segue. Tal como o tempo não volta depois que foi passado e a ocasião depois que foi perdida, assim também a pedra depois de atirada e muito em especial palavra depois de proferida. Aceitando como boa a verdade que estes conceitos encerram e a imensa sabedoria dos sábios e filósofos da antiguidade que assim a eles se referiram, só posso em minha defesa acrescentar que a pesar de já publicada pode a palavra ser rectificada. Quando decidi, bem ao contrário do que tenho visto e lido, ao escrever "Rumo a Fulacunda" dar às coisas e chamar as pessoas pelos seus próprios nomes, sabia que me poderia meter em sérios trabalhos, provavelmente escusados. Bastava usar os habituais subterfúgios de "Qualquer semelhança com a realidade foi pura coincidência" ou trocar os nomes chamando ao Caria por exemplo Faria, ou ao Coronel Totobola, mudando-lhe a alcunha para Lotaria ou até numa actualização mais identificável com os tempos que correm de Euro Milhões... Mas não foi o que aconteceu e numa lamentável troca de nomes dos comandantes de dois Grupos de Combate da então Companhia de Comandos da Guiné, acabou no uso indevido no de Luís Rainha como intérprete de situações e acções com as quais nada teve. E se não está em causa a veracidade do que se passou e em "Rumo a Fulacunda" se encontra descrito e aceitando como absolutamente natural a sua intempestiva reacção que só não se sente quem não é filho de boa gente, pareceu-me imperioso, por ser justo e porque errar é próprio dos homens, este apresentar de públicas desculpas a que me comprometi e aqui estou a cumprir. Que o faço por absoluto imperativo moral e nunca para evitar o recurso à Justiça dos Tribunais que, pela morosidade de actuação, pela impunidade que se vive neste país e sobretudo porque tudo não passou de uma troca de nomes que publicamente já reconheci e que eu próprio lamento, duvido que qualquer resolução que daí pudesse vir chegasse a tempo de apanhar algum de nós ainda com vida. Se por absoluto respeito por quem já não pertence a este mundo, omito o nome do verdadeiro interveniente nas ocorrências embora também não seja segredo para quem esteve na Guiné, nessa altura, de quem se trata, mas também por que me parece que ninguém sai beneficiado com o arrastar da situação. Neste contexto aproveito ainda para agradecer, pelo muito que fizeram para sanar este incidente, ao Luís Graça e ao nosso Blogue (pois só a existência dos dois permitiu este estabelecer de amizades e de encontros e reencontros de antigos combatentes da Guiné) ao Virgínio Briote que tal como o Luís Rainha integrava então a Companhia de Comandos, que terei julgado com o rigor excessivo de quem ou esperava aquilo que não podiam dar ou não quis ver que eram homens como nós os da tropa macaca, anónimos filhos do povo com os mesmos temores e as mesmas carências, com iguais angústias e as mesmas dificuldades e frustrações e não máquinas de guerra... Ao que foi o Capitão Miliciano Vasco da Gama que, na primeira vez que o vi e com ele falei, me deu a sensação não de estar a conhecer uma nova pessoa, mas simplesmente que se tratava do reencontro de velhos amigos e que percorreu os mesmos caminhos por terras de Aldeia Formosa, onde provou o seu imenso valor, a minha consideração e gratidão pelas intervenções decisivas e apaziguadoras que teve. Rui Alexandrino Ferreira Quinta do Paul, Ortigosa, Monte Real, Leiria > IV Encontro Nacional do nosso blogue > 20 de Junho de 2009 >Da esquerda para a direita: Luís Raínha, Vasco da Gama, Rui Ferreia e António Carvalho > Fnalmente, o bacalhau da reconciliação e da paz, acarinhado pelo Vasco, testemunhado pelo Carvalho e fotografado pelo Luís Graça... __________