Pesquisar neste blogue

Mostrar mensagens com a etiqueta João Melo. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta João Melo. Mostrar todas as mensagens

sexta-feira, 25 de julho de 2025

Guiné 61/74 - P27052: Facebook...ando (91): João de Melo, ex-1º cabo op cripto, CCAV 8351 (1972/74): um "Tigre de Cumbijã", de corpo e alma - Parte IX: Ainda Buba, na região de Quínara. a capela católica... e as ruínas do quartel das NT emm Bula (região do Cacheu)



Foto nº 1


Foto nº 2


Foto nº 3


Foto nº 4

Guiné- Bissau > Região de Quínara > Buba > Maio de 2025 >  Capela católica e ruínas do quartel das NT


Fotos (e legendas): © João de Melo (2025). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]






João Melo (ou João Reis de Melo), ex-1º cabo op cripto, CCAV 8351, "Os Tigres do Cumbijã" (Cumbijã, 1972/74):


(i) é profissional de seguros, vive em  Alquerubim,  Albergaria-a-Velha;

(ii) viaja regularmente, desde 2017, para a Guiné-Bissau, em "turismo de saudade e de solidariedade" (em que distribui material pelas escolas de Cumbijã, e apoia também, mais recentemente, o clube de futebol local);

(iii) regressou há pouco tempo da sua viagem deste ano de 2025;

(iv) fez uma visita demorada à Amura e ao atual Museu Militar. em plena zona histórica (Bissau Velho);

(v) tem página no Facebook (João Reis Melo);

(vi) tem mais de duas dezenas e meia de referências no nosso blogue para o qual entrou em 1 de março de 2009.


1. Na sua viagem, em maio passado, de Bissau a Cumbijã, no sul, na região de Tombali, o nosso grão-tabanqueiro João Melo, passou por várias das nossas geografias emocionais n(*)... E fotografou esses lugares.  Um deles foi Buba. o rio Grande de Buba, na região de Quínara  (vd. poste P26988) (**)... Mas também foi ao Norte, região do Caheu, passando por Bula, onde fotografou o antigo quartel das NT, hoje em completa ruína (fotos nºs 2, 3 e 4).   Às vezes fazemos confusão entre Buba e Bula...

Recorde-se que a regiuão de Quínara engloba os sectores de Buba, Empada, Fulacunda e Tite,

E a região do Cacheu intregra os sectores  de Bigene, Bula, Cacheu, Caió , Canchungo  e São Domingos,

Em Buba também fotografou a capela católica da paróquia de Buba (foto nº 1). Escreveu ele na sua página do Facebook no passado dia 15 de julho:

Foto nº 1>

“Retalhos de uma passagem pela Guiné-Bissau:

"Embora a Guiné-Bissau seja um país com grande diversidade religiosa, todas as crenças e religiões são praticadas livremente pelos seus seguidores. O país possui uma Constituição que garante a liberdade religiosa e, geralmente, a coabitação é pacífica.

"O Islão é predominante e é praticada por cerca de 70% da população muçulmana do ramo Sunita, com mais incidência no sul. 

"O Cristianismo, principalmente a Igreja Católica,  tem cerca de 19% e a restante população é distribuída por crenças tradicionais praticados pelos diferentes grupos étnicos, onde se inclui o Animismo.
 
"Na região de Quinara, onde Buba está situada, existe a católica Paróquia de Santa Cruz que tem esta igreja como seu local de culto"...

Ekm Bula, na região do Cacheu, publicou em 21 de julhio,  esats fotos do antigo quart5el de Bula, na página do Facebook do grupo Antrigos Combatentes da Guiné.


2. Permitimo-nos discordar dos números que o João Melo apresenta sobre as religiões da Guiné-Bissau.  O islamismo (70%) deve estar sobrerrepresentado. Segundo o assistente de IA (ChatPGT), a situação atual seria a seguinte, no que diz respeito à distribuição das várias religiões:

Aqui está uma visão clara e atualizada da distribuição das principais religiões na Guiné‑Bissau, baseada nas estimativas mais recentes (por volta de 2020–2022):


(i) Islamismo: aproximadamente 46 % da população identifica‑se como muçulmana.

A maioria segue o islamismo sunita (escola maliquita), com comunidades sufis (praticanets do sufismo); minorias xiitas ou ahmadis representam apenas alguns por cento,

Os muçulmanos concentram-se principalmente nas regiões norte e nordeste, sendo comuns entre os grupos étnicos Fula, Mandinga, Biafada, Sosso e Soninqué.

(ii) Cristianismo: cerca de 19 % da população é cristã (estimativas entre 18,9 % e 22 %)  

Predominam os católicos romanos (o catolisciomso foi institucionalmente estabelecido em 1533, com a criação da diocese de Cabo Verde e Guiné). Há também comunidades protestantes (como evangélicos, metodistas, Assembleia de Deus, etc.):

Os cristãos estão maioritariamente nas regiões costeiras e sul, especialmente na capital Bissau e zonas urbanas do litoral.

(iii) Religiões tradicionais africanas (“animismo”): cerca de 30–31 % seguem crenças tradicionais, com números que variam entre 30,6 % (CIA), 31 % (Pew) e até 40 % (outras estimativas).

Essas práticas incluem veneração de antepassados,  espíritos da natureza, uso de amuletos e sacrifícios rituais.

O animismo é praticado por muitos em combinação com o islamismo ou cristianismo, resultando num sincretismo religioso muito presente na Guiné‑Bissau.

(iv) Resumo da distribuição religiosa (est. 2020)

  • Islamismo ~46 %
  • Religiões tradicionais (animismo) ~31 %
  • Cristianismo ~19 %
  • Sem religião / outras crenças ~4–5 %

Esses números refletem estimativas do CIA World Factbook, Pew Research Center, e Religious Freedom Report dos EUA. 

A população da Guiné-Bissau ultrapassa já os 2 milhões, quatrro vezes mais do que há meio século: total estimado (2024): 2,132,325, segundo a CIA World Factbook.


(v) Coexistência e sincretismo

A Guiné‑Bissau é marcada por uma grande tolerância religiosa e relação em geral harmoniosa entre diferentes credos. 

Muitas pessoas mesclam práticas islâmicas e cristãs com as crenças tradicionais, dando origem a formas sincréticas únicas. 

(Fonte: ChatGPT / Pesquisa, revisão / fixação de texto, negritos: LG)

(**) Vd.  poste de 6 de julho de 2025 > Guiné 61/74 - P26988: Facebook...ando (85): João de Melo, ex-1º cabo op cripto, CCAV 8351 (1972/74): um "Tigre de Cumbijã", de corpo e alma - Parte IV: Buba e o rio Grande de Buba no seu esplendor

domingo, 13 de julho de 2025

Guiné 61/74 - P27012: Facebook...ando (89): João de Melo, ex-1º cabo op cripto, CCAV 8351 (1972/74): um "Tigre de Cumbijã", de corpo e alma - Parte VII: Os mercados de Bissau: de rua, central, Bandim...



Foto nº 1 e 1A  > Guiné-Bissau > Bissau > Mercado de rua  > Hora do almoço (e de dormir a sesta).. A vida é dura...


Foto nº 2   > Guiné-Bissau > Bissau > Mercado de rua  >  Sob os chapéus de sol da marca de cerveja  (portuguesa) Sagres


Foto nº 3 > Guiné- Bissau > Bissau > Bandim> Mercado de Bandim (1)


Foto nº 4 > Guiné- Bissau > Bissau > Bandim> Mercado de Bandim (2)


Foto nº 5 > Guiné- Bissau > Bissau > Bandim> Mercado de Bandim (3)


Foto nº  6 > Guiné- Bissau > Bissau > Bandim> Mercado de Bandim (4)


Foto nº 7 > Guiné- Bissau > Bissau > Bandim> Mercado de Bandim (5)

Guiné- Bissau > Bissau > Bandim> Mercado de Bandi > Um dos maiores mercados de África, uma variantee do "souk" (em árabe), dentro das "medinas"...  Um estrangeiro facilmente se perde naquele emaranhado de ruelas...

Fotos (e legendas): © João de Melo (2025). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


João Melo (ou João Reis de Melo), ex-1º cabo op cripto, 
CCAV 8351, "Os Tigres do Cumbijã" (Cumbijã, 1972/74):


(i) é profissional de seguros, vive em Alquerubim, Albergaria-a-Velha;

 (ii) viaja regularmente, desde 2017, para a Guiné-Bissau, em "turismo de saudade e de solidariedade" (em que distribui material pelas escolas de Cumbijã, e apoia também, mais recentemente, o clube de futebol local); 

(iii) regressou há pouco tempo da sua viagem deste ano de 2025; 

(iv) fez uma visita demorada à Amura e ao atual Museu Militar. em plena zona histórica (Bissau Velho); 

(v) tem página no Facebook (João Reis Melo)

(vi) tem mais de duas dezenas e meia de referências no nosso blogue para o qual entrou em 1 de março de 2009.


1. Na sua viagem, em maio passado, de Bissau a Cumbijã, no sul, na região de Tombali, o nosso grão-tabanqueiro João Melo, passou por várias das nossas geografias emocionais... E fotografou esses lugares. Um deles é o "mercado de Bandim"... Outro o "mercado central de Bissau", reconstruído e inaugurado em 2022. Além dos pequenos mercados de rua, em Bissau. 

Dotado de grande sensibilidade sociocultural, o nosso "tigre do Cumbijã" dá-nos um fascinante retrato da Guiné-Bissau de hoje, na sua série de reportagens a que chamou "Retalhos de uma passagem pela Guiné-Bissau". Ele  está atento aos lugares e às pessoas, ao passado e ao presente, á história e ao futuro, ao património, a cultura, as paisagens...

Escreveu ele na sua página do Facebook:

"Quem se deslocar a Bissau e não fizer uma visita ao famoso Mercado de Bandim, não sentiu o que é África e muito menos o que é a Guiné!

"Neste mercado, dos maiores de África, - onde tudo o que se necessita, se encontra - dá uma sensação estranha de estarmos próximos de tudo num emaranhado de pequenas ruelas que, quem não conhecer corre o risco de se pode perder!

"Eis umas fotos da nossa última visita em maio passado."

Veja-se também os seus pequenos vídeos:

Mercado central de  Bissau

O histórico Mercado Central de Bissau, construído pelos portugueses durante o conflito armado e que albergava centenas de vendedores ambulantes com o simples objetivo de os retirar das ruas, oferecendo-lhes melhores condições, foi destruído em 1998 quando da guerra civil que assolou o país. 

Foi reabilitado em 1999 e, um incêndio em 2005 destruiu-o de novo e quase na totalidade.
Finalmente e absolutamente renovado foi inaugurado em 2022 e está, além de muito bonito, em perfeitas e higiénicas condições!

Apresento-vos um pequeno vídeo que mostra umas bancas de frutas e legumes.

Espero que gostem! Assistam ao vídeo!

(Revisão / fixação de texto: LG)
_______________

Nota do editor

Último poste da série > 11 de julho de 2025 > Guiné 61/74 - P27002: Facebook...ando (88): João de Melo, ex-1º cabo op cripto, CCAV 8351 (1972/74): um "Tigre de Cumbijã", de corpo e alma - Parte VI: Passando por Bambadinca, Bambadincazinho...

sexta-feira, 11 de julho de 2025

Guiné 61/74 - P27002: Facebook...ando (88): João de Melo, ex-1º cabo op cripto, CCAV 8351 (1972/74): um "Tigre de Cumbijã", de corpo e alma - Parte VI: Passando por Bambadinca, Bambadincazinho...






Foto nº 1, 1A  e 1B > Mercado de Bambadinca que se estende ao longo da antiga estrada que atravessava a localidade e o aquartelamento (seguindo para sul: Mansambo, Xitole, Saltinho)... Era uma estrada coberta de poilões, onde se situava, de um lado e do outro o reordenamento de Bambadincazinho e a antiga missão do sono onde as NT todas as noites faziam segurança próxima ao aquartelamento (que distava menos de 1 km deste local). 

São visíveis na foto, do lado direito, pelo menos três  moranças com telhado de zinco que pertenciam ao antigo reordenamento do tempo do BCAÇ 2852 (1968/70) e da CCAÇ 12 (1969/71).




Foto nº 2 e 2A  > Bambadinca: mercado e do lado direito vêr-se a antena retransmissora que ficava no centro do antigo quartel das NT (e que continua a ser quartel, agora das Forças Armadas da Guiné-Bissau)... 

Por outro lado, são bem visíveis, no lado esquerdo, os postes de eletricidade e as antenas parabólicas... Bambadinca foi pioneira, na eletrificação, com a construção de uma central solar híbrida...

Guiné-Bissau > Região de Bafatá > Bambadinca > Maio de 2025 > Fotos do álbum do João Melo (com a devida autorização do autor e vénia do editor LG...)

Fotos (e legendas): © João de Melo (2025). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


João Melo (ou João Reis de Melo), ex-1º cabo op cripto, 
CCAV 8351, "Os Tigres do Cumbijã" (Cumbijã, 1972/74):


(i) é profissional de seguros, vive em Alquerubim, Albergaria-a-Velha;

 (ii) viaja regularmente, desde 2017, para a Guiné-Bissau, em "turismo de saudade e de solidariedade" (em que distribui material pelas escolas de Cumbijã, e apoia também, mais recentemente, o clube de futebol local); 

(iii) regressou há pouco tempo da sua viagem deste ano de 2025; 

(iv) fez uma visita demorada à Amura e ao atual Museu Militar. em plena zona histórica (Bissau Velho); 

(v) tem página no Facebook (João Reis Melo)

(vi) tem cerca de duass dezenas e meia de referências no nosso blogue para o qual entrou em 1 de março de 2009.


1.  Na sua viagem, em maio passado,  de Bissau a Cumbijã,  no sul, na região de Tombali, o nosso grão-tabanqueiro João Melo passou por Bambadinca e teve a gentileza de tirar fotos, que agradecemos... Bambadinca era a porta do Leste.

Já publicámos três fotos anteriormente (*), temos agora mais duas, que ajudam a perceber como a atual vila se expandiu sobretudo para sul / sudeste, a partir da antiga pista de aviação e do reordenamento de Bambadincazinho. (**)



Guiné-Bissau > Região de Bafatá > Bambadinca > Cresceu imenso em 50 anos, e nomeadamente ao longo da estrada que segue para o sul (Xitole, Saltinho, Quebo...), numa extensão de 3 quilómetros. À esquerda, ao alto, uma curva do rio Geba. No mapa vem assinalada a igreja católica de Bambadinca, no coração do antigo quartel (que ficava num pequeno planalto) (ao lado da igreja, ficava a secretaria da CCAÇ 12, 1969/71, e por detrás a antena de telecomunicações)... À direita, a grande bolanha de Bambadinca. À esquerda e a norte ficava o rio Geba Estreito. É visível também a central solar híbrida que deu vida a Bambadinca.

Fonte: Cortesia do  ©2025 Google Maps



Guiné > Zona leste > Região de Bafatá : Setor L1 (Bambadinca ) > Carta de Bambadina (1955) > Escala dr 1/50 mil > Pormenor >    Já em 1955, Bambadinca era uma importante povoação do leste, posto administrativo da circunscrição (concelho) de Bafatá, com campo de aviação, posto sanitário, correio, telégrafo e telefone, escola pública, casas comerciais (incluindoo a Gouveia) e porto fluvial... Ficava no regulado de Badora, e tinha importantes núcleos populacionais de fulas, balantas e mandingas.

A 12 km do Xime (que ficava a sudoeste), Bambadinca era o principal porto do Rio Geba Estreito. Era também um importante nó rodoviário, placa giratória para o coração do leste (Bafatá, Nova Lamego e fronteira com o Senegal e com a Guiné-Conacri, na altura - em 1955 - ainda não indepedentes, sendo "chão de francês"...). 

Para o sul, partia a estrada que ia até ao limite sul da região de Bafatá, o Saltinho, na margem direita do Rio Corubal). Do outro lado, já era a região de Quínara e depois a região de Tombali... Antes da guerra, tinha havia a estrada que vinha de Bissau a Bambadinca, através de Porto Gole. Já no final da guerra, havia uma estrada alcatroada, quase pronta, ligando, Bissau a Bambadinca, via Jugudul, e que seguia para o sul (em 2008, fiz este percurso até Quebo, a caminho de Guileje... o alcatrão acabava em Mampatá / Quebo)..

Em 1969, tinha duas companhias (CCS/BCAÇ 2852, CCAÇ 12), 1 Pel Mort (-), 1 Pel Rec Daimler, 1 Pel Caç Nat, 1 Pel Int... ou seja, mais de 400 homens em armas. Para uma população de 2 mil habitantes (núcleo urbano). 

quarta-feira, 9 de julho de 2025

Guiné 61/74 - P26997: Facebook...ando (87): João de Melo, ex-1º cabo op cripto, CCAV 8351 (1972/74): um "Tigre de Cumbijã", de corpo e alma - Parte V: Os poilões da Amura e a cabaceira de Quinhamel


Foto nº 1


Foto nº 2


Foto nº 3


Foto nº 4

Guiné-Bissau > Bissau > Amura  > Maio de 2025 >  Fotos nºs 1, 2 e 3 > Poilões

Guiné-Bissau > Quinhamel > Maio de 2025 > Foto nº 4 > Cabaceirta

Fotos do álbum do Facebook (João Reis Melo); (com a devida autorização do autor e vénia do editor LG...)

Fotos (e legendas): © João de Melo (2025). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]





1. Par além do seu grande amor à Guiné e à sua gente, o João Melo é um excelente fotógrafo, a sua técnica tem vindo a ser apurada e melhorada com as viagens que tem feito desde 2017... (Referimo-nos a fotos e vídeos.) 

Nem sempre  trazem legendas as imagens que ele nos disponibiliza na sua página do Facebook, mas o leitor reconhece que são um regalo para a vista e um bálsamo para as nossas saudades.

As quatro que publicamos hoje, são uma homenagem às grandes, centenárias árvores que resistem, de pé, naquela terra que continua a ser verde-rubra (sem qualquer conotação político-ideológica). 

Os poilões da Amura (fotos nºs 1, 2 e 3) , por exemplo, se falassem, podiam contar os últimos 300 anos da história da Guiné-Bissau... São árvores de porte altivo, majestoso, protetor e hospitaleiro: não é por acaso que se erguem no centro de qualquer tabanca do interior da Guiné (tratando-se de tabancas antigas, que resistiram às guerras),  dão sombra, acolhendo as gentes e convidando ao convívio.  

Mais: ficou tristemente célebre o poilão de Brá, perto da estrada do aeroporto, por ocasião da guerra civil 1998–99, quando foram avistadas viaturas militares junto à sua base (mas, mesmo assim,  sobreviveu à guerra e manteve‑se firme como árvore sagrada). Outros como o de Maqué, no Óio, são locais centrais de cerimónias tradicionais e julgamentos comunitários. Em Bambadinca, depois da guerra, também desgraçadamente serviram como  local de fuzilamento dos "cáes dos colonialistas"...

Além de árvores sagradas, são verdadeiros monumentos vivos.

 Temos cerca de 3 dezenas de referências ao descritor "poilão" (. O nome científico da árvore é Ceiba pentandra.)

O mesmo se passa com a cabaceira (Adansonia digitata), mais pobre em ramagem   mas que dá fruto, muito apreciado, rico em vitamina C e com uso medicinal. O termo designa tanto a árvore como o fruto (em português, diz-se embondeiro; também é conhecido como baobá).

 A foto nº 4 parece-nos ser uma cabaceira. É  também centenária, podendo em certos casos  chegar aos mil anos! Mais longeva, portanto,  que o "poilão".

Tanto o "poilão" como a "cabaceira", além de árvores de grande porte,  são entidades sagradas, pontos de encontro social, marcos espirituais, testemunhas da História da Guiné‑Bissau. Não é, por acaso, que a nossa "Tabanca Grande" tem também o seu "poilão", com os seus bons irãs, a quem pedimos proteção...


2. Comparação entre o "poilão" e a "cabaceira (ou "baobá", no Senegal, embondeiro, em Angola) (Fonte: Chatpgt / Gemini IA / LG)


CaracterísticaPoilão (Ceiba pentandra)Cabaceira (Adansonia digitata)
Família botânicaMalvaceaeMalvaceae
AlturaMuito alto (pode atingir 60-70 metros)Mais baixo (até 25 metros)
TroncoCilíndrico e ereto com raízes tabularesGrosso e irregular, com forma de garrafa
FolhagemCaduca, folhas compostas palmadasCaduca, folhas também palmadas
FrutoVagens cheias de paina (fibra leve)Cápsulas com polpa comestível e sementes
Usos tradicionaisMadeira leve, usada em construção e artesanato; paina usada em almofadasPolpa rica em vitamina C, sementes com óleo, usos medicinais
LongevidadeCentenária (até 500 anos)Milenária (até 2 mil anos)
DistribuiçãoÁfrica tropical e América do SulÁfrica Subsariana, especialmente regiões áridas
Simbolismo culturalEspiritual e sagrado (ex: Poilão de Buba, Maqué, Brá, Mansoa)Símbolo da resiliência e da vida nos países de clima semiárido


Resumindo. estas duas árvores pertencem à mesma família botànica, as Malvaceae (têm, portanto,uma ancestralidade comum e algumas características morfológicas compartilhadas: as folhas palmadas e as flores com estames fundidos num tubo). São decíduas (perdem suas folhas durante a estação seca, uma adaptação importante para sobreviver em ambientes com períodos de seca). 

Mais (e coisa que eu não sabia de todo!):  as flores de ambas as espécies geralmente abrem à noite e são polinizadas por morcegos (tipo de polinização chamado quiropterofilia). As flores são grandes e muitas vezes perfumadas para atrair os seus polinizadores.

Têm, além disso, uma grande importância ecológica, económica, social e cultural (para além da produção de fibras e madeiras, tem diversas aplicações medicinais e alimentares, são veneradas pelos humanos, etc.). 

Cada uma com a sua estratégia evolutiva, adaptarm-se muito bem a climas tropicais e subtropicais: o poilão preferindo ambientes húmidos, a cabaceira a savana seca (o seu tronco bulboso pode armezanar grandes quantidades de água!)

segunda-feira, 7 de julho de 2025

Guiné 61/74 - P26991: Facebook...ando (86): João de Melo, ex-1º cabo op cripto, CCAV 8351 (1972/74): um "Tigre de Cumbijã", de corpo e alma - Parte IV: O mercado de Bambadinca, que se estende ao longo da antiga pista de aviação



Foto nº 1 e 1A  > Bambadinca, em dia de mercado




Foto nº 2, 2A e 2B > Bambadinca: mercado e ao fundo o antigo quartel, vendo.se a antena das telecomunicações




Foto nº 3, 3A  e 3B > Bambadinca; mais uma vista do mercado e do antigo quartel

Guiné-Bissau > Região de Bafatá > Bambadinca > Maio de 2025 > Fotos do álbum do João Melo (com a devida autorização do autor e vénia do editor LG...)

Fotos (e legendas): © João de Melo (2025). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


João Melo (ou João Reis de Melo), ex-1º cabo op cripto, CCAV 8351, "Os Tigres do Cumbijã" (Cumbijã, 1972/74):


(i) é profissional de seguros, vive em Alquerubim, Albergaria-a-Velha; (ii) viaja regularmente, desde 2017, para a Guiné-Bissau, em "turismo de saudade e de solidariedade" (em que distribui material pelas escolas de Cumbijã, e apoia também, mais recentemente, o clube de futebol local); (iii) regressou há pouco tempo da sua viagem deste ano de 2025; (iv) fez uma visita demorada à Amura e ao atual Museu Militar; (v) tem página no Facebook (João Reis Melo); (vi) tem 23 referências no nosso blogue para o qual entrou em 1 de março de 2009.


1.  Na sua viagem, em maio passado,  de Bissau a Cumbijã,  no sul, na região de Tombali, o nosso grão-tabanqueiro João Melo passou por Bambadinca e teve a gentileza de tirar 3 fotos, que agradecemos... 

Estivemos lá em 1969/71 e depois em 2008... Naturalmente, deixou saudades, não pela guerra, mas pelas gentes e paisagens. Recorde-se que era, com o Xime, a porta da zona leste, constituída por 5 setores, e abrangendo as regiões de Bafatá e Nova Lamego.



Guiné-Bissau > Região de Bafatá > Bambadinca > Cresceu imenso em 50 anos, e nomeadamente ao longo da estrada que segue para o sul (Xitole, Saltinho, Quebo...), numa extensão de 3 quilómetros. À esquerda, ao alto, uma curva do rio Geba. No mapa vem assinalada a igreja católica de Bambadinca, no coração do antigo quartel (que ficava num pequeno planalto) (ao lado da igreja, ficava a secretaria da CCAÇ 12, 1969/71)... À direita, a grande bolanha de Bambadinca. À esquerda e a norte ficava o rio Geba Estreito. É visível também a central solar híbrida que deu vida a Bambadinca.

Fonte: Cortesia do  ©2025 Google Maps


2. Nota sobre a evolução da população de Bambadinca:

Segundo o assistente de IA que consultámos (ChatPGT), a população de Bambadinca (como sector na região de Bafatá, Guiné‑Bissau), e com base em  "dados mais recentes do censo de 2009", é de aproximadamente 31 800 habitantes. (Omitimos as fontes, para não maçar o leitor).

Mas há que distinguir entre o sector e a vila urbana propriamente dita. A informação disponível sugere os seguintes valores: sector de Bambadinca: cerca de 31,8 mil  / 33,2 mil  pessoas (variações conforme a fonte) em 2009;
  • Vila ou povoado urbano (centro principal): aproximadamente 6 400 / 7 620 habitantes. Fontes incluem dados ligados ao projeto de eletrificação (6 400) e tabelas geográficas (7 620) .

População estimada hoje (2025):

  • Sector de Bambadinca: o crescimento médio anual na região de Bafatá tem rondado os 2 % ao ano desde 2009;
  • Aplicando um crescimento composto moderado (~2 % ao ano) aos ~31 800 de 2009 até 2025 (16 anos), o sector terá hoje  à volta de  40/45 mil  pessoas.
  • Vila de Bambadinca: provavelmente cresceu a um ritmo semelhante, passando dos ~6 400 em 2015 para aproximadamente 8 /10 mil  habitantes em 2025, assumindo expansão urbana e crescimento populacional.
 (Revisão / fixação de texto: LG)
______________

domingo, 6 de julho de 2025

Guiné 61/74 - P26988: Facebook...ando (85): João de Melo, ex-1º cabo op cripto, CCAV 8351 (1972/74): um "Tigre de Cumbijã", de corpo e alma - Parte IV: Buba e o rio Grande de Buba no seu esplendor




Foto nº 1, 1A, 1B





Foto nº 2, 2A, 2B, 2C




Foto nº 3, 3A, 3B



Foto nº 4, 4A


Foto nº 5

Guiné-Bissau > Re3gião de Quínara > Buba e rio Grande de Biuba > Maio de 2025 > Fotos do álbum do João Melo (com a devida autorização do autor e vénia do editor LG...)

Fotos (e legendas): © João de Melo (2025). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


João Melo (ou João Reis de Melo), ex-1º cabo op cripto, CCAV 8351, "Os Tigres do Cumbijã" (Cumbijã, 1972/74): 

(i)  é profissional de seguros, vive em Alquerubim, Albergaria-a-Velha; 

(ii) viaja regularmente, desde 2017,  para a Guiné-Bissau, em "turismo de saudade e de solidariedade" (em que distribui material pelas escolas de Cumbijã, e apoia também, mais recentemente,  o clube de futebol local); 

(iii) regressou há pouco tempo da sua viagem deste ano de 2025; 

(iv) fez uma visita demorada à Amura e ao atual Museu Militar;

 (v) tem página no Facebook (João Reis Melo);

 (vi) tem 22 referências no nosso blogue para o qual entrou em 1 de março de 2009.

_________________

Nota do editor LG:

Último poste da série > 10 de junho de 2025 > Guiné 61/74 - P26905: Facebook...ando (84): os acontecimentos de Bissássema, em 3 de fevereiro de 1968, visto pelo oficial de dia em Tite, alf mil Augusto Antunes, cmdt do Pel Rec Daimler 1131 (Tite, 1966/68) (Joaquim Caldeira, grão-tabanqueiro nº 905) 

Vd. postes recentes do João Melo:

7 de junho de 2025 > Guiné 61/74 - P26895: Facebook...ando (83): João de Melo, ex-1º cabo op cripto, CCAV 8351 (1972/74): um "Tigre de Cumbijã", de corpo e alma - Parte III: A Bissau Velho a renascer das ruinas dos últimos 50 anos...

5 de junho de 2025 > Guiné 61/74 - P26886: Facebook...ando (82): João de Melo, ex-1º cabo op cripto, CCAV 8351 (1972/74): um "Tigre de Cumbijã", de corpo e alma - Parte II: Bissau Velho, a ponte-cais

4 de junho de 2025 > Guiné 61/74 - P26879: Facebook...ando (81): João de Melo, ex-1º cabo op cripto, CCAV 8351 (1972/74): um "Tigre de Cumbijã", de corpo e alma - Parte I: De volta a Bissau Velho, agora de cara lavada