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segunda-feira, 7 de julho de 2025

Guiné 61/74 - P26991: Facebook...ando (86): João de Melo, ex-1º cabo op cripto, CCAV 8351 (1972/74): um "Tigre de Cumbijã", de corpo e alma - Parte IV: O mercado de Bambadinca, que se estende ao longo da antiga pista de aviação



Foto nº 1 e 1A  > Bambadinca, em dia de mercado




Foto nº 2, 2A e 2B > Bambadinca: mercado e ao fundo o antigo quartel, vendo.se a antena das telecomunicações




Foto nº 3, 3A  e 3B > Bambadinca; mais uma vista do mercado e do antigo quartel

Guiné-Bissau > Região de Bafatá > Bambadinca > Maio de 2025 > Fotos do álbum do João Melo (com a devida autorização do autor e vénia do editor LG...)

Fotos (e legendas): © João de Melo (2025). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


João Melo (ou João Reis de Melo), ex-1º cabo op cripto, CCAV 8351, "Os Tigres do Cumbijã" (Cumbijã, 1972/74):


(i) é profissional de seguros, vive em Alquerubim, Albergaria-a-Velha; (ii) viaja regularmente, desde 2017, para a Guiné-Bissau, em "turismo de saudade e de solidariedade" (em que distribui material pelas escolas de Cumbijã, e apoia também, mais recentemente, o clube de futebol local); (iii) regressou há pouco tempo da sua viagem deste ano de 2025; (iv) fez uma visita demorada à Amura e ao atual Museu Militar; (v) tem página no Facebook (João Reis Melo); (vi) tem 23 referências no nosso blogue para o qual entrou em 1 de março de 2009.


1.  Na sua viagem, em maio passado,  de Bissau a Cumbijã,  no sul, na região de Tombali, o nosso grão-tabanqueiro João Melo passou por Bambadinca e teve a gentileza de tirar 3 fotos, que agradecemos... 

Estivemos lá em 1969/71 e depois em 2008... Naturalmente, deixou saudades, não pela guerra, mas pelas gentes e paisagens. Recorde-se que era, com o Xime, a porta da zona leste, constituída por 5 setores, e abrangendo as regiões de Bafatá e Nova Lamego.



Guiné-Bissau > Região de Bafatá > Bambadinca > Cresceu imenso em 50 anos, e nomeadamente ao longo da estrada que segue para o sul (Xitole, Saltinho, Quebo...), numa extensão de 3 quilómetros. À esquerda, ao alto, uma curva do rio Geba. No mapa vem assinalada a igreja católica de Bambadinca, no coração do antigo quartel (que ficava num pequeno planalto) (ao lado da igreja, ficava a secretaria da CCAÇ 12, 1969/71)... À direita, a grande bolanha de Bambadinca. À esquerda e a norte ficava o rio Geba Estreito. É visível também a central solar híbrida que deu vida a Bambadinca.

Fonte: Cortesia do  ©2025 Google Maps


2. Nota sobre a evolução da população de Bambadinca:

Segundo o assistente de IA que consultámos (ChatPGT), a população de Bambadinca (como sector na região de Bafatá, Guiné‑Bissau), e com base em  "dados mais recentes do censo de 2009", é de aproximadamente 31 800 habitantes. (Omitimos as fontes, para não maçar o leitor).

Mas há que distinguir entre o sector e a vila urbana propriamente dita. A informação disponível sugere os seguintes valores: sector de Bambadinca: cerca de 31,8 mil  / 33,2 mil  pessoas (variações conforme a fonte) em 2009;
  • Vila ou povoado urbano (centro principal): aproximadamente 6 400 / 7 620 habitantes. Fontes incluem dados ligados ao projeto de eletrificação (6 400) e tabelas geográficas (7 620) .

População estimada hoje (2025):

  • Sector de Bambadinca: o crescimento médio anual na região de Bafatá tem rondado os 2 % ao ano desde 2009;
  • Aplicando um crescimento composto moderado (~2 % ao ano) aos ~31 800 de 2009 até 2025 (16 anos), o sector terá hoje  à volta de  40/45 mil  pessoas.
  • Vila de Bambadinca: provavelmente cresceu a um ritmo semelhante, passando dos ~6 400 em 2015 para aproximadamente 8 /10 mil  habitantes em 2025, assumindo expansão urbana e crescimento populacional.
 (Revisão / fixação de texto: LG)
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6 comentários:

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Como é que esta malta toda vive ?...O que faz ? O que come ?...Em 50 anos, muita coisa mudou...Hoje veem-se balantas de barrete vermelho, jovens de t-shirt, mulheres vestindo "à ocidental"... A motorização dos transportes, toca-toca, autocarros, motorizadas, bicicletas, jipes, carrões...E tudo se compra e vende no mercado de Bambadinca...Como em qualquer lado... O africano (tal como nós) adora feiras e mercados... Mas já perdemos na Europa a magia das feiras e mercados, as cores, os cheiros, os pregões, os encontrões, a agitação, a emoção do convívio e do regateio, etc.

Mas em março de 2008, fui lá, a Bambadinca, vindo do sul, à procura de um "restaurante"... Com o saudoso Nuno Rubim e as nossas respetivas caras-metade... E um balanta a conduzir o jipe... Lá encontrámos um "tasca", de um comerciante branco ou libanês, "cafrealizado", que a única coisa que tinha em stock era uma lata de atum..

.Ainda pássamos por Mansoa, e nada!... Fomos almoçar antes de Nhacra, no "hotel rural Uaque"...

Antº Rosinha disse...

A super concentração nas cidades e Vilas em Portugal, com a desertificação das pequenas aldeias, também na Guiné e em Angola se transformou tudo, de um ano para o outro.
Tudo a partir do 25 de Abril de 1974.
Com mais guerra ou menos guerra, mudou tudo, num instante, parecia tudo paradinho há mil anos, e de repente, isto que se vê, e não para.
Se um dia o rei de Portugal e dos algarves de aquem e alem mar em áfrica, viesse cá ...mas quem te viu e quem te vê!
Mas o mais inconcebível, que terá sido transformação para o pior, penso eu, foi a monstruosidade de enormes capitais, como grande Lisboa, grande Luanda, e grande Bissau.
Tudo desconforme!

Tabanca Grande Luís Graça disse...

No meu tempo Bambadinca teria 2 mil pessoas, parte delas já refugiadas da guerra
Hoje há 10 a 15 vezes mais! ... O que atraiu o povo ? A luz elétrica, que no mato não havia... Como é que eu vou carregar a bateria do telemóvel ? .... Em todo o lado e
é assim... Chama-se... "progresso"!

Tabanca Grande Luís Graça disse...

A electricidade ainda é um luxo na Pátria de Cabral!...Em 2020, apenas 1 em 3 guineenses tinha acesso à energia elétrica: pouco mais de metade nas zonas urbanas (56%) e apenas 15% nas zonas rurais... E o projeto pioneiro de Bambadinca corria, há tempos, o risco de colapso, por falta de manutenção...

paulo santiago disse...

Em 2005 e 2008 o mercado de Bambadinca estendia-se ao longo da estrada que seguia para Saltinho,Xitole,Quebo.
O quartel ainda existia,conversei com o comandante da força que lá se encontrava.Não tenho ideia da existência,à data, da pista de aviação,situada na lateral do quartel.

João de Melo - Op Cripto CCav8351 "Tigres de Cumbijã disse...

Caros tabanqueiros.
Ainda, e em complemento ao já que aqui foi dito relativamente à eletrificação das tabancas na Guiné-Bissau existe agora, com a inauguração da nova subestação de Kaleta uma barragem instalada em Guiné-Conakry e com o apoio energético da barragem de Sambangalu no Senegal, um incremento fortíssimo para que a Guiné-Bisasau saia do marasmo energético em que se encontra.
Até há pouco tempo a cidade de Bissau e arredores era fornecida por energia elétrica desde o seu último contrato de 2018, por uma usina marítima de uma empresa Turca e que estava (e está) fixada no porto de mar. O incrível desta história é que embora já não esteja a fornecer energia, a empresa Turca ir-se-á manter (e a receber) até ao fim do seu contrato que vai até 2031!...
Este novo projeto de eletrificação, denominado de OVRG – Organização e Valorização do Rio Gâmbia – é uma iniciativa conjunta da Guiné-Bissau, Guiné Conakry, Gâmbia e Senegal.
Até aqui, as eletrificações públicas de algumas tabancas eram efetuadas a partir da energia solar na sua grande maioria patrocinada por ONG’s, países europeus e outros, que patrocinavam essas instalações. Quem estará muito mais bem posicionado para nos elucidar destes projetos, é o nosso grande amigo e tabanqueiro Patrício Ribeiro, por neles estar envolvido.
Nesta minha última visita à Guiné-Bissau, pude verificar que em todo o sul (porque foram as zonas que mais percorri) a azáfama diária de abate de árvores ao longo das estradas em um corredor com, pelo menos 15 a 20 metros, com a instalação imediata de postes de alta e média tensão, é uma constante.
Nos corredores de Bambadinca, Garfanhapa, Xitole, Saltinho (onde encerrou a Pousada que tanta falta nos faz…), Quebo, Mampatá, Buba, etc., etc. são imensas as equipas em trabalho contínuo.
Inclusive, e para alegria minha, na “estrada” que liga Mampatá a Cumbijã passando por Colibuia, essa instalação já está concluída e, já existem tabancas – como a do meu amigo Dura Baldé – que tem a baixada elétrica feita para sua casa, ansiando pela chegada da energia que está prevista para agosto ou setembro deste ano! Aí, já não haverá necessidade de painéis solares portáteis para carregamento dos telemóveis, um gerador a gasolina para por a trabalhar e fornecer energia para uma arca durante 3 a 4 horas, e com isso manter por mais umas outras horas os géneros que necessitam de frio… Mas este tipo de alternativa não está acessível a todos…
Vamos aguardar por melhores dias para aquele povo!
Saudações a todos os Tabanqueiros!