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quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Guiné 63/74 - P7025: (De) Caras (1): PAIGC: Abdu Indjai e os "sete homens" (Luís Graça / João Graça / José Brás / José Teixeira / Mário Fitas)

1. Comentários sobre o combatente da liberdade da pátria, Abdu Indjai (, foto à esquerda), inseridos no poste P7022 (*):

1.1. Ainda são relativamente raras as fotos, publicadas no nosso blogue, de antigos guerrilheiros do PAIGC, homens (e algumas mulheres) que estavam do outro lado apontando uma arma contra nós...

Algumas (como a do homem que comandou o bigrupo que provocou o massacre do Quirafo, em Abril de 1972) são ainda bem duras de se verem e reverem... (Imagino os sentimentos, contraditórios, de camaradas nossos como o António Baptista, o nosso morto-vivo do Quirafo)...

Há dias descobri a foto do "fuzileiro", nalu, que andou na guerrilha desde o início de 1963, travou combates desde o Como (1964) a Gandembel (1968), até perder uma perna (possivelmente em 1969), numa das nossas minas... lá para os lados do Quebo, Contabane ou Saltinho... 

Não sei se se alguma vez nos "cruzámos", perto do Corubal, na região do Xime / Xitole, ele, os seus "sete homens" e a minha CCAÇ 12, no 2º semestre de 1969... É possível... A foto foi tirada pelo João Graça, em Farim do Cantanhez, em 9 de Dezembro de 2009... Gostava de o conhecer pessoalmente. Tem um ar afável e seguramente uma memória prodigiosa. É o pai da Cadi e o avô da Alicinha do Cantanhez...

Luis Graça


Foto: © João Graça (2009) / Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné. Todos os direitos reservados


1.2. Abdú Indjai: Missões em Medjo, antes de Gandembel, deve ter sido em 67 ou 68. Comandava o grupo "sete homens". Lembro de um ataque a Medjo às 3 da tarde, após bombardeamento aéreo de Salancaur, em que ficámos a ver os aviões a picar, desapareciam nas copas da mata, voltámos a vê-los a subir, ouviamos os estrondos, víamos as colunas de fumo. Às 3 horas (a hora do lobo), nutrido fogo apanhou-nos de surpresa e enfiou uma série de granadas de bazuca (?) que destruiram metade dos edifícios.

José Brás



1.3.  Pois é. Não me lembro de ter visto o Abdu Injai, mas devo ter-me cruzado com ele em 1968/69 lá para os lados de Balana e Quebo. Eu com a minha bolsa de enfermeiro e ele com a Kalash a espreitar-me na mata cerrada do Cantanhez. Guera é guera, mas já foi há manga di tempo, agora quero ser teu ermon,  como me disse o Braima Cassamá,  o sapador colega do Abdu que encontrei em Guiledje em 2008. Este analisou comigo alguns encontros em estivemos frente a frente, sem nos vermos, uma das quais em que chegou a entrar dentro do arame farpado em Mampatá em Novembro de 68, mas... teve de fugir porque o Tuga ficou zangado (!), manga dele. Ou... as 87 minas que montou em Tchangue Laia junto ao Balana, que nos levou 7 vidas. 

Guerra é guerra. É preciso curar as feridas.Esta é a melhor forma. Que a Alicinha seja a nossa da paz que a Guiné-Bissau merece.

Zé Teixeira


1.4. Que seja benvindo, e que conte as suas histórias, pois é interessante saber se nos cruzámos.

Abdú Indjai, conta lá rapaz.

Recebe um grande abraço do tamanho do Cumbijã, 

Mário Fitas


Guiné- Bissau > Instalações da AD - Acção para o Desenvolvimento > Julho de 2007 > O Paulo Malu, antigo comandante do PAIGC, hoje coronel, e quadro superior da Direcção-Geral de Alfândegas. Foi ele que comandou, em 17 de Abril de 1972, o bigrupo que montou e executou a terrível emboscada contra os militares da CART 3490 (Saltinho, 1972/74) que escoltavam um grupo de civis afectos à construção de uma estrada (Quirafo-Foz do Cantoro).

Foto: © Pepito/ AD - Acção para o Desenvolvimento (Bissau) (2007) / Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné. Todos os direitos reservados
______________

Nota de L.G.:

(*) Vd. poste de 22 de Setembro de 2010  > Guiné 63/74 - P7022: Ser solidário (88): A Alicinha do Cantanhez e a sua mãe, Cadi, estão bem de saúde e recomendam-se (Pepito / Luís Graça)

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Guiné 63/74 - P7022: Ser solidário (88): A Alicinha do Cantanhez e a sua mãe, Cadi, estão bem de saúde e recomendam-se (Pepito / Luís Graça)


Guiné-Bissau > Bissau > Bairro do Quelelé > Casa do Pepito e da Isabel > A Alicinha do Cantanhez, de oito meses (à direita),  que tem na Alice de Candoz (que vive em Alfragide, Portugal) uma madrinha, quase tão babada e ternurenta como a sua mãe, a Cadi (à esquerda)... O pai, da criança, vive e trabalha na Linha de Cascais como segurança de uma empresa. A Cadi é de Farim do Cantanhez. Não fala português, só um pouco de crioulo, para desespero da Alice de Candoz que de vez em quando lhe telefona... De tempos a tempos, esta manda à Cadi as roupinhas e outras coisas que fazem da Alicinha uma pequena princesa do Cantanhez... Pelo meio, vai-se rezando ao Nhinte Camatchol para que proteja a menina (e a mãe)... Da cólera, do paludismo, das desinterias, da fome e das mil e uma causas de morte infantil na Guiné-Bissau...

Foto: © Pepito (2010) / Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné. Todos os direitos reservados

Lembram-se da Cadi,  pois claro !? E  do poema Nasceu e morreu um pretinho da Guiné!? (*)...Uma história amarga e triste: O Nuninho nasceu e logo morreu, ao fim de quatro meses. De paludismo, de abandono. Depois veio a Alice que fez esquecer o Nuninho (**)... A vida vale pouco, em África... e mal há tempo para fazer o luto dos que morrem... Essa é a verdade nua e crua... Os nossos bisavós, em Portugal,  também conheceram a brutal realidade da mortalidade infantil que, no final do Séc. XIX, roubava uma em cada cinco crianças, antes dos cinco anos...

Já aqui contámos como é que a Cadi, filha do ex-guerrilheiro nalu Adbu Indjai (***), apareceu nas nossas vidas, na vida da Alice Carneiro e, por tabela, na minha... Conhecemo-la em Iemberém, em Março de 2008, por ocasião do Simpósio Internacional de Guiledje (Bissau, 1-7 de Março de 2008).

Cadi, de seu nome.
Amorosa.
Uma ternura.
Uma jóia de miúda.
Tinha a graça de uma gazela
apascentando na orla da bolanha.
Era nalu.
Vivia em Farim do Cantanhez.
Filha de um velho combatente da liberdade da pátria (...)

 

Estava grávida, em Março de 2008. Soubemos  depois que tivera um menino. Infelizmente a criança morreria, quatro meses depois, em Setembro de 2008. E a própria Cadi, perdida em Bissau, corria um sério risco de vida. Valeu-lhe na altura a solidariedade dos seus novos amigos, Júlia e Nuno Rubim (dois seres humanos de excepção), bem como do jovem Moisés Caetano Pinto, o Tino, que trabalha para a AD - Acção para o Desenvolvimento. A Júlia e o Nuno proporcionaram à Cadi os cuidados médicos de uma clínica privada, em Bissau, sem o que muito provavelmente ela também teria morrido a seguir ao seu filho.

Em 2010, a Alice e eu mantivemos alguns contactos telefónicos com a Cadi. Em Dezembro de 2009, o
João Graça, médico e músico, está de férias na Guiné (com uma semana de voluntariado em Iemberém, no Centro de Saúde Materno-Infantil, local). Por um feliz acaso encontra a Cadi, grávida, na consulta médica. Não sabia que era a mesma pessoa para quem levava umas roupinhas, um telemóvel e algum dinheiro, lembranças de Portugal.

Na conversa possível com alguém que mal falava o português, o João ficou a ser o nome do futuro cidadão guineense:
- Si for menino, será Luís... Si for minina, será Maria Alice - esclareceu a grávida, de sete meses...
- Estranho, são os nomes dos meus pais... - lá pensou ele, para os botões da sua bata branca...

Pois aqui está, na foto acima, a Maria Alice, nascida a 17 de Janeiro de 2009... Robusta e saudável! O fotógrafo foi o Pepito. A foto foi tirada na sua casa, em Bissau, por onde a Cadi passou, em trânsito... Foi à capital tratar de uns assuntos pessoais, aproveitando uma boleia. E, ao que sei, já voltou a casa, em Farim do Cantanhez,  que Bissau é um mau lugar para uma jovem mãe e a sua menina, uma cidade demasiado palúdica, colérica e buliçosa para dois seres que merecem o direito à vida, ao amor e à esperança.


Desculpem, meus amigos e camaradas, mesmo correndo o risco de ser mal interpretado, tinha de partilhar isto convosco... LG
_______________

Notas de L.G.:

(*) Vd.poste de 3 de Setembro de 2008 > Guiné 63/74 - P3167: Ser solidário (19): Morreu o Nuninho, da Cadi. De paludismo. De abandono (Luís Graça).

(**) 1 de Abril de 2010 > G
uiné 63/74 - P6086: Ser solidário (63): Gente feliz... com lágrimas: a Cadi e a sua filha, a Maria Alice do Cantanhez (Pepito / Luís Graça)

(***)  Vd. poste de 3 de Abril de 2010 > Guiné 63/74 - P6102: PAIGC - Quem foi quem (9): Abdú Indjai, pai da Cadi, guerrilheiro desde 1963, perdeu uma perna lá para os lados de Quebo, Saltinho e Contabane (Pepito / Luís Graça)


(...) Abdú Indjai [, foto à esquerda, tirada por João Graça, em Iemberém, em 9 de Dezembro de 2009]:

(i) Nasceu em Farim de Cubucaré,  [Cantanhez,] em 1947;

(ii) O pai foi militar português que prestou serviço em Macau [, durante a II Guerra Mundial];

(iii) Entrou na Luta Armada logo no seu início, no dia 23 de Janeiro de 1963, na Base Central de Cubucaré, na Barraca Miséria, centro de recrutamento;

(iv) Especializou-se como fuzileiro, em 64;

(v) Entrou no Exército Regular em 66, sob o comando de Kubói Nam'Bá, sendo Comissário Político Braima Camará;

(vi) Comandava então um grupo designado por "sete homens";

(vii) Fez missões militares em Como, Catchil [ou Cachil], Tombali, Cufar, Medjo [ou Mejo]  e Guiledje [ou Guileje];

(viii) Mais tarde, fez a guerrilha na zona 7 (Quínara), com o Comandante Gaio (cubano), sob a direcção do Comandante Nino Vieira;

(ix) Em 1968 intervém na Guerra da Ponte de Balana (tanto na pontezinha, como na ponte grande);

(x) Depois desloca-se para Quebo [, mapa de Xitole,] Saltinho e Contabane [, mapa de Contabana,] sob a chefia do Comandante Augusto Patchanga;

(xi) Nessa altura cai numa mina e fica sem uma perna [, possivelmente em 1969];

(xii) Evacuado para o Hospital de Boké,  na Guiné-Conacri, acaba por ir para a RDA [ ex-Alemanha de Leste,] em tratamento;

(xiii) Regressa a Conacri  na véspera da operação Mar Verde, assalto organizado por Spínola e Alpoím Calvão [, em 22 de Novembro de 1970];

(xiv) É nesta cidade que está quando a Independência da Guiné-Bissau é proclamada [, a 24 de Setembro de 1973];

(xv) Hoje é agricultor e Presidente da Associação dos Antigos Combatentes de Cantanhez. (...)

sábado, 3 de abril de 2010

Guiné 63/74 - P6102: PAIGC - Quem foi quem (10): Abdú Indjai, pai da Cadi, guerrilheiro desde 1963, perdeu uma perna lá para os lados de Quebo, Saltinho e Contabane (Pepito / Luís Graça)



Guiné-Bissau > Guerrilheiros do PAIGC em movimento em mata (Foto do PAIGC, s/d, reproduzido em Mikael Levin - Cristina's History. Cherbourg-Octeville: Le Point du Jour; Lisboa: Museu: Colecção Berardo, 2009, p. 91) (Com a devida vénia).

1. Texto do nosso amigo Pepito, com data de16 de Março último:


Assunto:  Pai da Cadi (*)

Luís

Seguem alguns dados referentes a Abdú Indjai [, foto de João Graça, à direita], pai da Cadi, tal como me havias pedido:

(i) Nasceu em Farim de Cubucaré,  em 1947;

(ii) O pai foi militar português que prestou serviço em Macau;

(iii) Entrou na Luta Armada logo no seu início, no dia 23 de Janeiro de 1963, na Base Central de Cubucaré, na Barraca Miséria, centro de recrutamento;

(iv) Especializou-se como fuzileiro em 64;

(v) Entrou no Exército Regular em 66, sob o comando de Kubói Nam'Bá, sendo Comissário Político Braima Camará;

(vi) Comandava então um grupo designado por "sete homens";

(vii) Fez missões militares em Como, Catchil [ou Cachil], Tombali, Cufar, Medjo [ou Mejo]  e Guiledje [ou Guileje];

(viii) Mais tarde, fez a guerrilha na zona 7 (Quínara), com o Comandante Gaio (cubano), sob a direcção do Comandante Nino Vieira;

(ix) Em 1968 intervém na Guerra da Ponte de Balana (tanto na pontezinha, como na ponte grande);

(x) Depois desloca-se para Quebo [, mapa de Xitole,] Saltinho e Contabane [, mapa de Contabana,] sob a chefia do Comandante Augusto Patchanga;

(xi) Nessa altura cai numa mina e fica sem uma perna [, possivelmente em 1969];

(xii) Evacuado para o Hospital de Boké,  na Guiné-Conacri, acaba por ir para a RDA em tratamento;

(xiii) Regressa a Conacri  na véspera da operação Mar Verde, assalto organizado por Spínola e Alpoím Calvão [, em 22 de Novembro de 1970];

(xiv) É nesta cidade que está quando a Independência da Guiné-Bissau é proclamada [, a 24 de Setembro de 1973];

(xv) Hoje é agricultor e Presidente da Associação dos Antigos Combatentes de Cantanhez.

abraço
pepito

2. Comentário de L.G.:

Obrigado, Pepito, pelos elementos curriculares que nos mandaste do antigo Combatente da Liberdade da Pátria, Adbu Indjai, pai da Cadi, homem afável que o João Graça conheceu e fotografou em Iemberém, quando por lá passou em Dezembro passado. Infelizmente não tenho essa foto comigo, no meu novo portátil. Estou em Montalegre, em pleno coração do Barroso, viajando pelo Portugal profundo e periférico, nas miniférias da Páscoa... Estou no hotel, chove lá fora, e eu estou preocupado com as notícias que vêm de Bissau, com mais uma intolerável tentativa dos militares guineenses de fazerem sobrepor a força das suas armas à voz do povo e à legalidade do poder político...
Há quem culpe todos males da Guiné-Bissau ao parto (violento) que foi o nascimento da Nação e aos pais-fundadores que foram os guerrilheiros do PAIGC. Diz-nos a história que é sempre um desastre quando os guerrilheiros tomam conta do aparelho de Estado ou se convertem em exército regular. Amílcar Cabral não viveu o tempo suficiente para equacionar este problema, muito menos para resolvê-lo...Ainda bem para ele, e para a sua memória histórica...

Mas eu não quero falar hoje dos que, sem qualquer legimitidade histórica e muito menos política, se arvorarm em donos do  destino da Guiné-Bissau,  tentando interromper, bloquear ou aniquilar a seu bem-prazer o lento, difícil, doloroso mas inevitável  e irreversível processo de democratização da Guiné-Bissau. Há hoje gente, corajosa  e patriota que quer (e luta por) uma Guiné-Bissau, justa e democrática, por um Estado digno e respeitado no seio da comunidade internacional.

Louvo a iniciativa do AD - Acção para o Desenvolvimento no sentido de dar voz aos anónimos guerrilheiros do PAIGC, nomeadamente aos que operaram na região sul,  e que souberam despir a farda e entregar a arma depois da independência. De facto, no âmbito do Projecto Guiledje, equipas de investigadores da AD - Acção para o Desenvolvimento têm entrevistado, gravado e filmado alguns desses homens.  Os seus depoimentos são importantes para se fazer a história da moderna Guiné-Bissau.

Olhando para os rostos de alguns desses homens que eu conheci pessoalmente, em 2008,  ou  que conheço apenas por fotografia (**),  não é difícil concluir como eles ficaram  precocemente envelhecidos por uma vida duríssima (anos e anos de guerrilha pura e dura, a que se somaram as não menos penalizantes condições de vida e de trabalho num novo país independente, em construção, que pouco ou nada lhes tinha para oferecer em paga pela sua participação na luta armada), eu só conseguia descortinar,  há dois anos atrás,  por ocasião do Simpósio Internacional de Guiledje, serenidade, sabedoria, coragem, experiência de vida... Aaqui e ali podia adivinhar-se orgulho pela missão (cumprida), orgulho por terem sido protagonistas da sua própria história e da história do seu paí... Talvez, aqui e ali (e é preciso adivinhar), também alguma desilusão, algum desencanto, algum desapontamento pelo rumo que os acontecimentos tomaram  nos úlltimos 35 anos a seguir à independência.  Mas em Bissau, em Março de 2008, eu não vi ódio, nem agressividade, nem ressentimento...

Como já escrevi, "foram homens, idealistas e generosos, que eram tão jovens como nós, e que amavam a sua terra como nós amamos a nossa, oriundos de diferentes comunidades e grupos, partilhando diferentes credos (animistas, muçulmanos, cristãos...), reunidos sob a mesma bandeira, e que, como combatentes, foram bons, determinados, abnegados, corajosos...

"Também tiveram sorte no campo de batalha, que a sorte protege os audazes (como dizem os nossos comandos): hoje estão vivos; mas muitos milhares dos seus camaradas pagaram, com o sacrifício da sua própria vida, a sua opção pela luta de libertação... Estão vivos, mas não tiraram benefícios pessoais por ter sido guerrilheiros do PAIGC, combatentes da liberdade ou heróis vivos, aos olhos dos seus filhos, parentes, amigos, vizinhos"...
A maior parte deles, como o Abdu Indjai, voltaram  a ser camponeses, como sempre foram, filhos,  netos e bisnetos de camponeses ou de pastores...

"Homens que ontem eram o IN, eram nossos inimigos (não individualmente, mas como exército, como máquina, como entidade mítica; porque estávamos, objectivamente, de um lado e de outro do campo de batalha, empunhando uns a Kalash e outros a G3...); homens que hoje queremos que sejam nossos amigos e até irmãos; homens que, no mínimo, merecem o nosso respeito, senão mesmo a nossa admiração... Há sempre em todas as guerras uma estranha cumplicidade entre combatentes de um lado e de outro...

"Oxalá possam, todos estes antigos guerrilheiros do PAIGC, viver o que resta das suas vidas em paz, em segurança, em dignidade" (...).

____________

Notas de L.G.:


Último poste desta série: 


30 de Setembro de 2007 > Guiné 63/74 - P2143: PAIGC - Quem foi quem (2): Abílio Duarte (1931-1996)

6 de Outubro de 2007 > Guiné 63/74 - P2159: PAIGC - Quem foi quem (3): Nino Vieira (n. 1939)

18 de Outubro de 2007 > Guiné 63/74 - P2190: PAIGC - Quem foi quem (4): Arafan Mané, Ndajamba (1945-2004), o homem que deu o 1º tiro da guerra (Virgínio Briote)

12 de Dezembro de 2007 > Guiné 63/74 - P2343: PAIGC - Quem foi quem (5): Domingos Ramos (Mário Dias / Luís Graça)





(**) Vd. postes de:

12 de Janeiro de 2009 > Guiné 63/74 - P3728: PAIGC: O acampamento (barraca) Osvaldo Vieira (Pepito)