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segunda-feira, 7 de setembro de 2015

Guiné 63/74 - P15080: Tabanca Grande (472): José Matos, investigador independente em história militar, filho do nosso falecido camarada José Matos, fur mil da CCAV 677 (Fulacunda, São João e TIte, 1964/66)... Novo grã-tabanqueiro nº 701

1. Mensagem enviada ontem ao José Matos, na sequência do poste  P15077 (*) 

José:  Convite aceite? Posso por o seu nome na coluna do lado esquerdo do blogue, na lista alfabética, de A a Z,  dos "amigos e camaradas" da Guiné?

Vamos naturalmente publicar, mais à frente, o outro artigo, que escreveu em coautoria com o nosso conhecido Matt [Matthew] Hurley, A arma que mudou a guerra", e que também saiu na Revista NMilitar, nº 2553,outubro de 2014, pp. 893-907 (2014).

Sou contemporâneo da Op Mar Verde, em 22/11/1970... Vi os comandos africanos chegarem ao Xime e a Bambadinca, depois do regresso de Conacri... Começámos a dar conta do risco sério de escalada da guerra (Strela, MiG, blindados...). Regressei em março de 1971... Mas 4 dias depois da invasão de Conacri apanhei uma brutal emboscada, com cubanos a enquadrarem a guerrilha... Tivemos 6 mortos e 9 feridos graves, na Op Abencerragem Candente... Isto, em pleno coração da Guiné...

Boa noite para si.. (ou para ti, que na Tabanca Grande, tratamo-nos todos por tu, os camaradas... e os filhos dos camaradas)...

Abração.
Luís


2. Resposta pronta do José Matos, que passa a ser o grã-tabanqueiro nº 701:

Ok,  Luís.

Sim, podes meter o meu nome na coluna da esquerda... não há problema... Tenho feito muita investigação à volta da Guiné e mais novidades vão surgir na RM  [Revista Militar]. no futuro...
Já tenho um outro artigo alinhado sobre o início da guerra na Guiné, que vai sair no futuro e estou agora a trabalhar numa coisa sobre o fim da guerra muito interessante, com o seguinte título: "O fim da guerra na Guiné: dúvidas e factos."

Portanto, à medida que for publicando tenho todo o gosto que o blogue divulge...

Não estou a pensar escrever nada sobre a [Operação]  Mar Verde, porque o [Luís] Marinho já escreveu muita coisa naquele livro de 2005 sobre o tema, portanto é um assunto já explorado... e o meu objectivo é trazer coisas novas à luz dia e não falar de coisas que outros já falaram...

Mas vamos falando... Olha, só uma pequena correcção o meu pai morreu em 1987 e não em 98, morreu novo tinha 45 anos, deu-lhe um AVC que foi fatal... Ele tem dois álbuns de fotos engraçadas da Guiné, e eu arranjei material sobre o Batalhão dele, mas é um tema muito específico, não está nos meus planos publicar nada... agora poderei partilhar algumas fotos, quando calhar...

Abração
José Matos



3.  Sobre o José [Augusto] Matos:

(i)é filho de um camarada nosso, José Matos,  ex-fur mil,  CCAV 677, Fulacunda, S. João e Tite, 1964/66), já falecido em 1987, aos 45 anos;

(ii) vive na região de Aveiro;:

(iii) e investigador independente em história militar, tem feito investigação sobre as operações da Força Aérea na Guerra Colonial, principalmente na Guiné;

(iv) é colaborador da revista Mais Alto, da Força Aérea Portuguesa, e tem publicado também o seu trabalho em revistas europeias, em França, Inglaterra e Itália.

Da CCAV 677, camarada do pai do José Matos, temos, na Tabanca Grande, o António Correia Rodrigues, também fur mil

A CCAV 677, mobilizada pelo RC 7 (Lisboa),  embarcou  em 8/5/1964, chegou a Bissau em 13/5/1964 e regressou à metrópole em 26/4/1966. Foi colocada em Tite com a função de intervenção e reserva do BCAÇ 599 em 14/5/1964, com um pelotão destacado em Fulacunda.

Realizou operações nas regiões de Jufá, Bária, Budugo, Gamol, Jabadá e Brandão, e destacou pelotões para reforço das guarnições de Jabadá e Enxudé. Assumiu, em 24/4/1965, a responsabilidade do subsetor de S. João. Voltou a Tite em 6/4/1966, seguindo para Bissau para efetuar o regresso. Há um livro escrito, com histórias da companhia, da autoria do então capitão António Luís Monteiro da Graça.

O Cap Cav Pato Anselmo foi outro dos comandantes da companhia, segundo informação do nosso camarada Santos Oliveira, contemporâneo do José Matos (pai).
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Notas do editor:

(*) Vd. poste de 6 de setembro de 2015 > Guiné 63/74 - P15077: FAP (84): a ameaça dos MiG na guerra da Guiné (José Matos, Revista Militar, nº 2559, abril de 2015) - Parte I

domingo, 8 de junho de 2014

Guiné 63/74 - P13257: Tabanca Grande (438): António Correia Rodrigues, ex-Fur Mil Cav da CCAV 766 (Fulacunda, S. João e Tite, 1964/66)

1. Mensagem do nosso camarada e novo amigo, António Correia Rodrigues, (ex-Fur Mil Cav da CCAV 677, Fulacunda, S. João e Tite, 1964/66), com data de 5 de Junho de 2014:

Caro Luís Graça e camaradas da Guiné.
Desde há bastante tempo que tenciono fazer a inscrição na Tabanca Grande. Demorei tanto tempo que ocorreu no passado mês de Abril, dia 13, o 50º aniversário da nossa arriagem… a Bissau.
Digo arriagem porque o Uíge ficou ao largo! Já tive a oportunidade de interagir convosco para completar informação da companhia de cavalaria 677, da qual fiz parte.

Das muitas “estórias” e peripécias passadas ao longo de 2 anos menos 10 dias, permito-me contar a primeira.

Como atrás disse, o desembarque foi efectuado ao largo de Bissau e directamente para bordo de LDMs, que nos transportaram com destino ao Enxudé, para seguir em coluna auto para Tite.
Ainda traumatizados com a vista de Bissau, a cor das águas do Geba, a chaga da pedincha do preto que pedia “branco parte um peso…”, fomos praxados pelos veteranos com uma nota de boas vindas e recomendação contra os perigos eminentes em cada canto…

Foi-nos dito que teríamos de levar uma arma (G 3) e que para a levantar teríamos que entrar num espaço, algo mal iluminado, e mesmo à altura das nossas cabeças havia uma trave (propositadamente…) colocada à altura das nossas cabeças.
O resto da história, não tem piada porque é fácil de adivinhar!...

Assim começou a epopeia da Companhia de Cavalaria 677, que foi adstrita ao Batalhão 599.

Durante mais de um ano, fomos “premiados” com sucessivas operações em toda a zona. Tite, Fulacunda, Jabadá, S. João e outras que não são tão conhecidas.
Se me for proporcionado, terei gosto em relatar outras histórias e transcrever algumas passagens escritas em livro escrito, pelo então, capitão António Luís Monteiro da Graça, que me concedeu autorização para tal.

Abraço amigo para ti caro Luís Graça e todos aqueles que abrigam no mesmo poilão e um até breve.
António C. Rodrigues


2. Comentário do editor:

Caro camarada, e a partir de hoje, amigo tertuliano, António Rodrigues. Sê bem aparecido cá na Tabanca, onde te vais sentir entre iguais.
Pois é, só nós mesmos nos vamos entendendo nesta sociedade em que os mais velhos são pouco considerados, principalmente por quem nos tem governado, por quem nos governa e por quem nos há-de governar, porque somos causa de muita despesa e rendimento nulo. O nosso passado não conta, dando a ideia de que nunca fizemos nada na vida. Mas já fomos novos, responsáveis e até participamos numa guerra que não queríamos, numa terra que não conhecíamos.

Chegados aqui, resta-nos este espaço de convívio e repositório de memórias. Os vindouros hão-de saber que existimos e fizemos parte da História de Portugal. A nossa geração assistiu ao fim do Império, não sem antes dar o seu sangue e a sua vida.

Dizes tu: "Se me for proporcionado, terei gosto em relatar outras histórias e transcrever algumas passagens escritas em livro escrito, pelo então, capitão António Luís Monteiro da Graça, que me concedeu autorização para tal"
Desculpa, caro Rodrigues, mas não só te é proporcionado, como te é pedido. Quanto mais activos formos, mais histórias deixaremos para memória futura. Contamos contigo.

Como é hábito, ficamos por aqui para qualquer dúvida que tenhas.
Sempre que nos escreveres. manda as tuas mensagens e anexos para dois endereços, ou três, para teres a certeza de que alguém te vai ler. Se nos enviares fotos, não esqueças as respectivas legendas que devem identificar pelo menos os locais e os retratados. Se possível a data e a situação.
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Fica aqui um pouco da tua 677, um trabalho do nosso camarada José Martins:

CCAV 677 - Guiné 1964/66

Unidade Mobilizadora: Regimento de Cavalaria 7 – Lisboa

Embarque: 08MAI64
Desembarque: 13MAI64
Regresso: 26ABR66

É colocada em Tite com a função de intervenção e reserva do Batalhão de Caçadores 599 em 14Mai64, com um pelotão destacado em Fulacunda.

Realizou operações nas regiões de Jufá, Bária, Budugo, Gamol, Jabadá e Brandão, e destacou pelotões para reforço das guarnições de Jabadá e Enxudé.

Assumiu, em 24Abr65, a responsabilidade do subsector de S. João.
Voltou a Tite em 06Abr, seguindo para Bissau para efectuar o regresso.
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Posto isto, resta-me enviar-te, caro Rodrigues, um abraço de boas-vindas em nome dos editores e da tertúlia em geral.

Ao teu dispor o camarada e amigo
Carlos Vinhal
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Nota do editor

Último poste da série de 4 DE JUNHO DE 2014 > Guiné 63/74 - P13236: Tabanca Grande (437): Mais dados pessoais e o meu rodopío até chegar à CART 1659 - "ZORBA" (Joaquim Fernandes Alves)