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domingo, 11 de outubro de 2015

Guiné 63/74 - P15236: O Spínola que eu conheci (32): A primeira vez que comi caviar, foi com ele, em Bambadinca (Jaime Machado); um militar que eu admirava (João Alberto Coelho); em Antotinha, formámos o pelotão e batemos-lhe a pala no campo de futebol, em tronco nu: estávamos a jogar à bola, quando chegou de heli (Carlos Sousa)



Guiné > Zona leste > Setor L1 > Bambadinca > 29 de maio de 1969 > Comando e CCS/BCAÇ 2852 (1968/70) > Visita do gen Spínola, acompanhado do cor Hélio Felgas, cmdt do Agrupamento de Bafatá. À esquerda, de pé, o ten cor Pimentel Bastos.


Foto (e legenda) : © Jaime Machado  (2015). Todos os direitos reservados. [Edição: LG]



Guiné > Região de Cacheu > CCAÇ 1801 (Ingoré, Bissum-Naga, S. Domingos, Cacheu e Antotinha, 1968/69) > Carlos Sousa e o gen Spínola no destacamento de Antotinha (que pertencia a Ingoré)

Foto (e legenda) : © Carlos Sousa  (2015). Todos os direitos reservados. [Edição: LG]



Três comentários ao poste P15227 (*)


1. Jaime Machado [ex-alf mil cav, cmdt do Pel Rec Daimler 2046 (Bambadinca, maio de 1968 / fevereiro de 1970, ao tempo dos BART 1904 e BCAÇ 2852)] (*):

9 out 2015 17:34

Caro Luis

A propósito do inquérito sobre os últimos três comandantes.-chefes no TO da Guiné (*)... Só conheci o gen Spinola que,  tal como eu, prestou serviço militar na Guiné entre 1968/1970.

Vi-o em Bambadinca,  uma ou duas vezes.

Recordo perfeitamente que o vi na manhã seguinte ao ataque a Bambadinca [, 28 de maio de 1969,] e que causou mossa no Comandante, segundo comandante e comandante da CCS do BCAÇ 2852.

Julgo que visitou Bambadinca num outro momento em que lhe foi servido um lanche no qual comi caviar (!) pela primeira vez na vida, (embora fosse de conserva).

Segue foto de uma das visitas. Na foto Spinola, Hélio Felgas [. comandante do CAgrup , Pimentel Bastos [, cmdt do BCAÇ 2852]. O piloto era o Honório [não vísível na foto].



2. João Alberto Coelho (ex-alf mil opp esp/ranger da 1.ª CART do BART 6522, S. Domingos , 1972/74)

9 out 2015 19:39

Olá, camarada Luis

Fiz toda a minha comissão de serviço (21 meses) em S. Domingos.

Tivemos a visita dos dois últimos [, António de Spínola e Bettencourt Rodrigues], que estiveram connosco quase uma manhã inteira,  estando eu a comandar a companhia aquando da visita do gen Spínola.

Tive a oportunidade de constatar do enorme interesse do general Spínola em relação à "segurança" e ao bem estar dos combatentes, especialmente dos não graduados. Gostaria de ter trabalhado diretamente com ele, pois era um militar que eu admirava.

Em relação ao blogue, só peço que não desistas, pois faz-me muito bem relembrar o que se passou, para mim há mais de 40 anos... já é muito tempo!

Um alfabravo para todos
João Alberto Coelho


3. Carlos Sousa [, ex-alf mil op esp /ranger, CCAÇ 1801, Ingoré, Bissum-Naga, S. Domingos, Cacheu e Antotinha (destacamento de Ingoré) 1968/69]


9 out 2015 18:00 

Caro Luís,

Não localizei onde se podem enviar fotos (neste caso do então General António Spínola).

Envio-te uma foto do general em visita de fim de ano.

Como todas das fotografias, esta também tem uma história.

Eu era alferes miliciano, comandante do destacamento de Antotinha (CCaç 1801, de Ingoré). No último dia de 1968 apareceu um helicóptero que aterrou no meio do quartel de mato. Nessa altura disputava-se um desafio de futebol entre os que vestiam camisola e os que estavam em tronco nu. É claro que o jogo parou: o campo estava agora ocupado pelo helicóptero de onde saiu, austero como sempre, o nosso general. 

Tal como estava, eu fui receber o nosso ilustre visitante, que saudou as tropas e desejou um bom ano novo.

A foto foi tirada quando, após formar a tropa (sem que alguém tivesse uma peça de farda vestida) eu acompanhava Spínola onde ele falou aos muitos habitantes do aldeamento,  que entretanto tinham aparecido no quartel.

Termino com uma referência à minha grande admiração pelo comandante militar António Spínola! (**)

O meu abraço,

Carlos Fernando da Conceição Sousa

domingo, 25 de março de 2012

Guiné 63/74 – P9656: Convívios (406): Encontro da CCAÇ 1801, no próximo dia 14 de Abril de 2012, Fátima (Carlos Sousa)



1. O nosso Camarada Carlos Sousa, ex-Alf Mil de Operações Especiais/RANGER da CCAÇ 1801 - Ingoré, Bissum-Naga, S. Domingos, Cacheu e Antotinha (destacamento de Ingoré) 1968/69.

ALMOÇO/CONVÍVIO DOS VETERANOS DA CCAÇ 1801 

Camaradas,

Vau decorrer o Encontro (almoço/convívio) dos Veteranos da CCAÇ 1801 - Ingoré -, 1967-1969 no próximo dia 14 de Abril de 2012, com o seguinte programa:

10h00 – Concentração junto à casa do Manuel M. Oliveira (organizador), Travessa Santo António, 8, Fátima (a 50 m do Santuário).

11h00 – Missa pelas nossas intenções e em memória de colegas falecidos, na Igreja da Santíssima Trindade.

13h00 – Almoço no restaurante D. Nuno.

A confirmação deve ser feita até 10 de Abril para 249531588 ou 919519567 (Manuel M. Oliveira).

O preço é de 27 € e crianças 15 €.

De notar que este encontro é já prática de muitos anos (mais de 30), sempre no mesmo local! Alguns filhos de camaradas conheceram-se nestes encontros e casaram! Quer isto dizer que há camaradas que são avós do mesmo neto, o que faz com que sejam aquilo a que eu chamo "parentes inversos"!

Um abraço do camarada,
Carlos Sousa
Alf Mil OpEsp/RANGER da CCAÇ 1801
____________
Nota de M.R.:

Vd. último poste desta série em: 


quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Guiné 63/74 - P4973: Tabanca Grande (175): Carlos Sousa, ex-Alf Mil Op Esp, CCAÇ 1801, Ingoré/Bissum-Naga/S. Domingos/Cacheu/Antotinha, 1967/69



1. Carlos Fernando da Conceição Sousa, ex-Alf Mil de Operações Especiais/RANGER (quando veio da Guiné foi promovido a tenente), da CCAÇ 1801 - Ingoré, Bissum-Naga, S. Domingos, Cacheu e Antotinha (destacamento de Ingoré) 1968/69.

Camaradas,

Apresento-me como novo Camarada nesta “nossa” Tabanca Grande, chamo-me Carlos Fernando da Conceição Sousa, fui Alferes Miliciano de Operações Especiais/RANGER (quando vim da Guiné fui promovido a tenente), na CCAÇ 1801, e estive em: Ingoré, Barro (em operação), Ponta do Inglês (em operação), Bissum-Naga, S. Domingos, Elia (em operação), Cacheu e Antotinha (destacamento de Ingoré).



Envio a minha foto actual e outra onde estou com o General Spínola. Foi no dia 31 de Dezembro de 1968, quando eu e os meus soldados estávamos a jogar futebol, um helicóptero pousou ali no meio do campo.



Os jogos, para que as equipas se distinguissem, faziam-se com uns de camisola contra outros em tronco nu.
Como se pode ver na foto eu jogava na equipa dos tronco nu.

O Gen. Spínola caminhava para próximo de onde estavam os nativos, onde foi dar-lhes umas palavras.
Hoje queria que publicassem esta minha primeira mensagem:

16 de Setembro de 2009, acabei de ver na RTP1 um programa onde se mostrou a dramática situação de jovens que nasceram em Portugal e que não são considerados portugueses. Fiquei abismado com o que vi!

Mais abismado fico quando sabemos que aconteceu um 25 de Abril que nós saudamos (eu já tinha 30 anos quando aconteceu), que é o dia da Liberdade!

Combati na Guiné por uma Pátria que então estava definida como multirracial, e as terras de além-mar eram conhecidas e tratadas como províncias ultramarinas. No norte da Guiné, entre S. Domingos e Ingoré, a população desde felupes, a balantas, passando por fulas e mandingas, era maioritária nossa amiga. No destacamento de Antotinha, a 6 km do porto de S. Vicente, no rio Geba, havia cerca de cem balantas armados em auto-defesa que defendiam mais de 3000 pessoas, pois que, como os próprios nativos diziam, tinham que se defender dos bandidos.

Na altura todos lhes dissemos que eles eram portugueses ultramarinos. Alguns deles ficaram extremamente felizes quando obtiveram bilhete de identidade de cidadão português. Não há revolução que possa colocar por terra todas as expectativas que tínhamos alimentado nas populações.

Não venho aqui levantar a validade histórica dos movimentos de libertação, que terão libertado populações do jugo português para os entregar a oligarquias corruptas e prepotentes. É claro que temos a vantagem de conhecer a evolução (ou involução?) que se deu. Hoje sinto que a minha missão era nobre – proteger um povo de falsos libertadores.

Mas o que quero hoje reflectir é sobre os jovens apátridas nascidos em Portugal.

Os pais deles foram de algum modo induzidos na ideia de que eram portugueses. Muitos deles tiveram que procurar refúgio fora da terra onde nasceram e vieram para Portugal, como terra mítica idealizada como justa e civilizada. Nós deveríamos tê-los mantido como portugueses, tal como sempre lhe dissemos que eram. Mas não; deixámo-los esquecidos, assobiando para o ar, sem que houvesse um governante que lhes fizesse justiça e aos filhos daqueles que enganámos.

Reforço a ideia de que a vinda para Portugal era, para muitos, a única saída. Lembremo-nos dos fuzilamentos que os libertadores fizeram com aqueles que tinham colaborado com os portugueses – e os que connosco colaboraram eram muitos milhares.

Façamos barulho para que imediatamente se legalizem os filhos de africanos portugueses até ao 25 de Abril. Acabemos com mais esta vergonha nacional.

Um abraço para todos os Camaradas da Tabanca Grande,

Carlos Sousa
Alf Mil Op Esp/RANGER da CCAÇ 1801

Foto: © Carlos Sousa (2009). Direitos reservados.
Emblema: © Carlos Coutinho (2009). Direitos reservados.

2. Comentários de MR

Amigo e Camarada Carlos Sousa, bem-vindo ao Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné. Muito obrigado por aceitares o convite para integrares esta grande Tertúlia Bloguista, cuja "formatura" é composta por cerca de 350 ex-Combatentes da Guiné, que pouco a pouco, mas decidida e inabalavelmente, aqui vão prestando os seus fabulosos depoimentos, contribuindo para a tão necessária e desejada catarse da guerra que a nossa geração viveu Além-mar, no Ultramar africano.

São histórias/memórias de morte, sangue, dor e sofrimento, umas… e outras… de pequenas e grandes coisas do dia-a-dia, que íamos cortando no velho calendário, contadas, quase todas elas, no presente do indicativo.

Fazêmo-lo consciente e patrioticamente, não por impulsos masoquistas, ou maquiavelistas, mas como testemunhos escritos e fotográficos, para as gerações presentes e vindoiras.

Ficamos à espera que nos contes histórias sobre a comissão e actividade operacional da tua CCAÇ 1801 e de ti na Guiné. Tudo será bem-vindo (textos, documentos e fotos), para ampliar este nosso espólio virtual.

No lado esquerdo da página inicial do blogue, tens tudo o que é importante saber sobre o blogue: O que nós (não) somos e as normas de conduta a seguir pelos tertulianos. São simples e normais regras de boa cidadania, que se resumem ao respeito mútuo inter-bloguista e a aceitação das diferenças de conceitos e opiniões.

Quanto à tua CCAÇ 1801, apenas existe no blogue um pequena referência, com data de 14 de Outubro de 2008, no poste: Guiné 63/74 - P3312: Unidades que passaram por Sedengal (José Martins), da autoria do nosso camarada José Martins, que foi Fur Mil Trms da CCAÇ 5, que muito colabora com o pessoal no blogue através de valiosos trabalhos de pesquisa sobre as diversas unidades que passaram pela Guiné, que só a sua carolice lhe permite concretizar, e que é a seguinte:

«CCaç 1801 [mobilizada no BC 10 – Chaves - embarque em 26 de Outubro de 1967 e regresso em 20 de Agosto de 1969], regressa a Ingoré para reforçar o BCaç 1894, para actuação nas operações realizadas, e depois integrado no dispositiva de manobra do BCaç 1913 [mobilizada no RI 15 – Tomar - embarque em 27 de Setembro de 1967 e regresso em 16 de Maio de 1969], quando em 23 de Abril de 1968 assume a responsabilidade do subsector de Ingoré, destacando um pelotão para Sedengal.»

Todos ficamos à espera da tua melhor colaboração e, entretanto, recebe de toda a tertúlia “atabancada” um abraço de boas-vindas.

Nota: O nosso Camarada Carlos Sousa, é licenciado em Engenharia Mecânica. É professor no I.S.E.P. (instituto Superior de Engenharia do Porto). Reformou-se muito recentemente, como Chefe do Departamento de Formação do C.A.T.I.M. (Centro de Apoio Tecnológico à Indústria Metalomecânica) da cidade do Porto.

Magalhães Ribeiro
____________
Nota de M.R.:

Vd. último poste da série em: