Blogue coletivo, criado por Luís Graça. Objetivo: ajudar os antigos combatentes a reconstituir o "puzzle" da memória da guerra colonial/guerra do ultramar (e da Guiné, em particular). Iniciado em 2004, é a maior rede social na Net, em português, centrada na experiência pessoal de uma guerra. Como camaradas que são, tratam-se por tu, e gostam de dizer: "O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande". Coeditores: C. Vinhal, E. Magalhães Ribeiro, V. Briote, J. Araújo.
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quinta-feira, 26 de setembro de 2024
Guiné 61/74 - P25984: (In)citações (264): Naquela época era-nos proibido falar muito sobre a política da guerra em África (Tony Borié, ex-1.º Cabo Op Cripto)
1. Mensagem do nosso camarada Tony Borié (ex-1.º Cabo Operador Cripto do CMD AGR 16, Mansoa, 1964/66), com data de 25 de setembro de 2024:
…Companheiros, hoje somos um antigo veterano “anti-guerra”, porque a nossa experiência diz-nos que, (e não é apenas a continuação de uma história ruim que se arrasta por séculos), qualquer guerra, por mais pequena que seja, “nunca tem um bom final”.
…Naquela época, a maior parte de nós não sabia e…, era-nos proibido falar muito sobre a política da guerra lá na África. Uma coisa nós sabíamos, porque tínhamos sido treinados para isso…, era que estávamos ali para combater, guardar ou proteger, depende do que queiram chamar, um império desconhecido, num serviço militar que era obrigatório para todos e, morrer…, ou seja, dar a vida em defesa da bandeira de Portugal.
…E normalmente…, quem inicia as guerras entre países não é o povo, são os dirigentes desses países, o povo ama-se e compreende-se e quer a paz, um tecto para se abrigar, roupa, trabalho e comida, educação e o bem estar dos seus, mas alguns governantes que até têm escola superior, é que geram os conflitos, contando sempre com o apoio do povo que formam os seus exércitos, e claro,…, morrem num campo de batalha para os defenderem.
…Depois…, quem defende esse povo que defendeu esses dirigentes que tomaram decisões erradas? Enfim, podemos escrever um milhão de páginas, que o resultado é sempre o mesmo…, o povo é que luta e sofre.
…Nenhuma guerra, mesmo patriótica, defende os interesses da população justificando o sacrifício das vidas humanas que depois…, sempre tiveram alguma dificuldade em se afirmar nos círculos políticos ou culturais, porque entretanto o regime mudou com o fim dessa mesma guerra e logo vão esquecer o sofrimento dos soldados que combateram, porque sempre, não importa como, questionam os sentimentos patrióticos desses mártires soldados. Foi isto que aconteceu em Portugal, país onde nascemos e pelo qual combatemos.
…No entanto, em algumas nações ainda é prática comum algumas homenagens, aos seus heróis combatentes, embora na nossa opinião, as homenagens são ao mesmo tempo um reviver de memórias que enfatizam a honra e o patriotismo, obscurecendo o registo completo dos nossos sentimentos e experiências de combatentes e…, na verdade, colocam uma certa distância entre a semelhança da experiência humana, que essa sim, transcende toda e qualquer fronteira entre um discurso público de ocasião de um qualquer político, só para agradar e…, a realidade vivida num campo de batalha.
…E para terminar, como a minha especialidade era “cifra” e tinha conhecimento de algumas decisões que davam em destruição de bens e pessoas inocentes, e como para o final da comissão andava constantemente contrariado e dizia que assim que voltasse a Portugal ia emigrar, embora embarcasse de retorno a Portugal em Maio de 1966, guardaram a minha caderneta militar por mais de cinco anos, recebendo-a só em final de 1971.
Tony Borie.
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Nota do editor
Último post da série de 24 de setembro de 2024 > Guiné 61/74 - P25977: (In)citações (263): Eduardo Estrela, espero poder dar-te um abraço, ao vivo, com um atraso de 55 anos (!), na próxima quinta feira, em Algés, no 57º Convívio da Magnífica Tabanca da Linha (Luís Graça, editor)
quarta-feira, 27 de setembro de 2023
Guiné 61/74 - P24703: Facebook...ando (37): António Medina, um bravo nativo da ilha de Santo Antão, que foi fur mil na CART 527 (1963/65), trabalhou no BNU em Bissau (1967/74) e emigrou para os EUA, em 1980, fazendo hoje parte da grande diáspora lusófona - Parte II: um veterano do tempo da frada amarela, do capacete de aço e da pistola metralhadiora FB-
Guiné > Região de Cacheu > Caió > CART 527 (196365) O fur mil Medina | 1963 | 10 de Novembro de 2012 ·
Folha 3 da caderneta militar do António Cândido da Silva Medina, 1,65 m de altura, nº de matrícula 1960 / A / 0874 80087460, Classe 1961, Arma de Infantaria
Crachá da CART 527 (Guiné, 1963/65) | Medalha comemorativa das Expedições e Campanhas das Tropas Portuguesas | Chapa metalica de identificação | Miniaturas das armas de artilharia e infantaria
Guiné > s/l > CART 527 (1963/65) > O fur mil at inf António Medina, de capacete e pistola-metralhadora FBP: "Foto tirada na Guine. Nessa altura tinha eu um ferimento no meu pulso direito, cicatriz que ainda existe." | 6 de dezembro de 2013
Guiné > s/l > CART 527 (1963/65) > Foto tirada em cima de um bagabaga (formigas). Adoptei o nome Bagabaga como meu nome de guerra.| 16 de Dezembro de 2013 ·
Guiné > s/ l > CART 527 (1963/65> Na mata de Cabloiana (e não Coboiana...): "Tantas mortes, de um lado e do outo, que se podiam ter evitado", diz um primo. A que o António Medina responde: "Concordo plenamente contigo, infelizmente nós, os milicianos, fomos obrigados a dar o passo em frente controlados pela PIDE que proliferava tambem nas fileiras. Tivemos momentos dificeis com medo de perder a vida, cansaco, fome e calor infernal daquelas paragens. | 21 de Outubro de 2013 ·
Guiné > s/l > CART 527 (1963/65) > Uma pausa para descanso e fotografia. Foram 24 meses de comissao, cumprindo diversas missoes em terreno desconhecido. Este grupo de combate foi bastante organizado e obediente, nunca hesitando em cumprir as ordens que eram recebidas como salvaguarda do perigo constante que a todos espreitava.
Cada um foi para o seu lado pela forca das circunstancias, assim como eu preservo a imagem deles e acontecimentos, julgo que tambem devem se lembrar daqueles longos dias passados juntos.
Naturais da Guine, havia alguns militares e outros erasm civis nos serviam de guias naquele mato cerrado. O que está na foto, na prinmeira fila, do lado esquerrdo, de nome Aliu, foi afiliado no PAIGC, e preso pelas nossas forças, até que decidiu colaborar connosco, tendo se mostrado fiel até à nossa saida. Como contrapartida e a troco de informações, tinha comida e um sal+ario de 250 escudos da Guine | 16 de Dezembro de 2013 ·
Fotos (e legendas): © António Medina (2014). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]
(i) ex-fur mil at inf, CCAÇ 527 (Teixeira Pinto, Bachile, Calequisse, Cacheu, Pelundo, Jolmete e Caió, 1963/65), de resto o único representante desta subunidade, na Tabanca Grande;
(ii) de seu nome completo, António Cândido da Silva Medina, nasceu em 26 de setembro de 1939, na ilha de Santo Antão, Cabo Verde (completou há duas 84 anos);
(iii) estudou no liceu Gil Eanes (Mindelo, São Vicente) (o único liceu das ilhas);
(iv) vive desde 1980 nos EUA, em Medford, no estado de Massachusetts;
(v) depois da "peluda", em Bissau, e até à independência, foi funcionário do BNU (Banco Nacional Ultramarino), entre 1967 e 1974;
(vi) tem página no Facebook (último poste: 30 de outubro de 2022);
(vii) é primo do antigo comandante do PAIGC, Agnelo Dantas (com quem se encontrou, em Bissau, já depois do 25 de Abril de 1974, por iniciativa deste, que o convidou para almoçar).
Nota do editor:
Último poste da série > 26 de setembro de 2023 > Guiné 61/74 - P24700: Facebook...ando (36): António Medina, um bravo nativo da ilha de Santo Antão, que foi fur mil na CART 527 (1963/65), trabalhou no BNU em Bissau (1967/74) e emigrou para os EUA, em 1980, fazendo hoje parte da grande diáspora lusófona - Parte I: da Ribeira Grande a Mafra e Tavira, e de Lamego a Bissau
quarta-feira, 30 de dezembro de 2020
Guiné 61/74 - P21706: (Ex)citações (381): Confirmo, por consulta à minha caderneta militar, que embarquei no T/T Niassa em 24/11/1971 e desembarquei em Bissau em 29/11/1971 (Ramiro Jesus,ex-fur mil cmd, 35ª CCmds, Teixeira Pinto, Bula e Bissau, 1971/73))
Excerto do poste P21649 (*)
1. Mensagem de Ramiro Jesus, ex-fur mil 'comando', 35ª CCmds (Teixeira Pinto, Bula e Bissau, 1971/73)
Data - sexta, 18/12, 19:55
Assunto . Confirmação
Boa tarde, Luís e restantes companheiros, ex-camaradas d'armas.
Não quero que entendam isto como uma atitude arrogante do género "eu é que sei", mas, depois das minhas indicações acerca das anomalias verificadas na publicação original da minha mensagem do dia 15 do mês corrente, que fizeram o favor de publicar, reparei que - acredito eu - para contrariar dados de registo histórico, obtidos em arquivos oficiais. e que, por isso, deviam ser de absoluta confiança, sentiram necessidade de mencionar «segundo...», neste caso, o meu testemunho, por causa das datas de partida e chegada à Guiné, da minha companhia.
Não quero que entendam isto como uma atitude arrogante do género "eu é que sei", mas, depois das minhas indicações acerca das anomalias verificadas na publicação original da minha mensagem do dia 15 do mês corrente, que fizeram o favor de publicar, reparei que - acredito eu - para contrariar dados de registo histórico, obtidos em arquivos oficiais. e que, por isso, deviam ser de absoluta confiança, sentiram necessidade de mencionar «segundo...», neste caso, o meu testemunho, por causa das datas de partida e chegada à Guiné, da minha companhia.
Ora, eu, que considero que tenho tido boa memória e que me defino a mim mesmo como doentiamente organizado (a ponto de me repreender a mim próprio, por dar tantos passos desnecessários), senti necessidade de comprovar que podem estar tranquilos quanto a possíveis atropelos a verdades históricas, pois, como prova o anexo, que envio, de registos constantes da minha Caderneta Militar, as datas correctas são as que indiquei - partida a 24 e chegada [a Bissau] a 29/11/71.
Entretanto, envio também outro anexo, obtido noutro blogue (Ditadura de Consenso, do Aly Silva) onde me vou informando do que se passa naquela que foi temporariamente a nossa terra e que pode servir para desanuviar um pouco este ambiente pandémico em que vivemos.
E pronto. Renovo os votos de Boas-Festas para todos e envio um Abração para cada um dos mais de 800 convivas da Tabanca.
Obrigado! (**)
Ramiro
Ramiro
PS: Só "reagi" hoje, porque estive três dias no "mato", definição que ainda uso para indicar que fui/vou à minha aldeia.
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Notas do editor:
(*) Vd. poste de 15 de dezembro de 2020 > Guiné 61/74 - P21649: Boas Festas 2020/21: Em rede, ligados e solidários, uns com os outros, lutando contra a pandemia de Covid-19 (10): recordando o meu regresso no T/T Niassa, em 15/12/1973, e desejando o melhor Natal e Ano Novo possíveis para toda a nossa tribo (Ramiro Jesus, ex-fur mil cmd, 35ª CCmds, Teixeira Pinto, Bula e Bissau, 1971/73)
(*) Vd. poste de 15 de dezembro de 2020 > Guiné 61/74 - P21649: Boas Festas 2020/21: Em rede, ligados e solidários, uns com os outros, lutando contra a pandemia de Covid-19 (10): recordando o meu regresso no T/T Niassa, em 15/12/1973, e desejando o melhor Natal e Ano Novo possíveis para toda a nossa tribo (Ramiro Jesus, ex-fur mil cmd, 35ª CCmds, Teixeira Pinto, Bula e Bissau, 1971/73)
(**) Último poste da série > 19 de dezembro de 2020 > Guiné 61/74 – P21659: (Ex)citações (380): Mensagens Natalícias de antigos combatentes. Realidades de guerra. (José Saúde)
quinta-feira, 12 de março de 2015
Guiné 63/74 - P14353: Meu pai, meu velho, meu camarada (41): Jorge Manuel Augusto da Silva, o "binte oito", era um orgulhoso sapador de assalto, da arma de engenharia... Fez a tropa em Tancos, em 1947, ainda chegou a jogar futebol e era amigo do histórico guarda-redes do Porto, o Barrigana (Henrique Cerqueira)
Jorge Manuel Augusto da Silva, natural do Porto, fez a tropa em 1947...
Era soldado sapador de assalto... e conhecido pelo "Binte Oito"
Data: 8 de março de 2015 às 11:32
Assunto: Meu pai,meu velho , meu camarada
Caro Camarada Luís Graça:
Há muito tempo, mais precisamente a partir da altura em que publicaste um dos primeiros postes sobre o tema " Meu pai, meu velho, meu camarada " (*), que senti um grande carinho pelo tema. No entanto não ganhava coragem para escrever sobre o pai do qual passei quase toda a minha vida a ouvir as suas estórias de quando esteve na tropa (hoje são os nossos filhos e netos a ouvir as nossas).
Bom, e vai daí, tu relanças novamente o tema e então lá fui procurar no meu "baú" das recordações e encontrei a caderneta militar do meu pai . E assim sendo vou tentar escrever algo que homenageie a memória do meu e de todos os nossos pais que são: "O Meu Pai , Meu Velho, Meu Camarada ". Espero não ser muito aborrecido mas vou escrever principalmente com o coração e amor pelo meu pai já retirado desta vida terrena.
Apresento o Meu pai, Jorge Manuel, que foi Sapador de Assalto em Tancos [em 1947].
Sempre ouvi falar o meu pai e muitos dos seus amigos da altura que ele era um pouco irrascível na sua vida militar, mas sempre que era necessária aplicação da sua especialidade, ele então tinha que ser o melhor. Era com muito orgulho que me contava a vitória obtida numa competição (???) entre vários países da NATO, numas provas militares . E como ele era Sapador de Assalto, orgulhava-se de ser bom a lidar com explosivos.
Uma outra estória muito engraçada (para mim, claro) foi a sua narrativa de uma célebre "fuga" de que foi protagonista precisamente do interior do Castelo de Almourol. Segundo ele a tropa de Tancos na altura fazia serviço nesse famoso Castelo. Pelos vistos, o meu pai era um "bom Casanova" e nem as muralhas de um Castelo o detinham quando havia "rabo de saia" nas redondezas.
Já agora o meu pai também foi um excelente jogador de futebol mas, que também acabou por ser irradiado dessa atividade por ter "acertado o passo" a um árbitro e a um polícia. Não pensem que o meu pai era um violento, era sim um rebelde e talvez em demasia para a época.
Estou aqui a pensar que tinha tanto, mas tanto para contar sobre o meu pai, mas não sai... não sai mesmo e por isso vou ficar por aqui e até vou pensar ainda se mando ou não este escrito para a malta ler.
Ah!, é verdade, o meu pai era conhecido na tropa pelo "Binte Oito" (28), á moda do Porto, já se vê. Era eu miúdo e conheci um famoso jogador da altura que era o saudoso Barrigana [, Frederico Barrigana, 1922-2007], penso que jogava no Salgueiros ou Porto. Estava ele junto do meu pai e só falavam da tropa e era então "Binte oito prá qui....binte oito prá acolá"....
Meu Pai, Meu Amigo, Meu Camarada, que saudades tenho de ti. Dá um beijo à Mãe e aguarda por mim.
Um grande abraço a todos os Pais, Amigos e Camaradas da nossa Tabanca Grande.
Henrique Cerqueira
PS - Envio em anexo algumas imagens possíveis da Caderneta militar do meu pai, achei particular graça às páginas descritivas do material recebido para uso pessoal.
Folhas da caderneta militar de Jorge Manuel Augusto da Silva, pai do nosso camarada Henrique Cerqueira
Fotos : © Henrique Cerqueira (2015). Todos os direitos reservados.
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Nota do editor:
(*) Último poste da série > 3 de março de 2015 > Guiné 63/74 - P14316: Meu pai, meu velho, meu camarada (40): Torcato Prudêncio da Silva (1915-1977) faria 100 anos no passado dia 28 de fevereiro...Na tropa (entre 1936/37 e 1943), foi da arma de artilharia, como o filho que o recorda hoje com muita saudade (Torcato Mendonça, ex-alf mil art, CART 2339, Mansambo, 1968/69)
segunda-feira, 13 de janeiro de 2014
Guiné 63/74 - P12579: Recordações de um "Zorba" (Mário Gaspar, ex-Fur Mil At Art, MA, CART 1659, Gadamael e Ganturé, 1967/68) (7): Adenda á minha história de "morto-vivo"
Fotocópia da página 5 da caderneta militar do Mário Gaspar onde se pode ler no final: "Baixa de serviço em 12/10/1967 por Falecimento b)" [ que é a chamada para outra página e onde está escrito "Sem efeito"].
1. Mensagem do Mário Gaspar, com data de ontem
Data: 12 de Janeiro de 2014 às 21:11
Assunto: Dado como Morto
Data: 12 de Janeiro de 2014 às 21:11
Assunto: Dado como Morto
Camaradas da Tabanca Grande
As fotos que tirávamos - pelo menos acontecia comigo - sem armas, de calções, tronco nu e chinelos. Muitas vezes à civil. Para ser mais simples: - só trazia calções e chinelos, nem cuecas vestia, até que um dia o Major Médico que nos visitava às vezes, obrigou-me a usar cuecas sobre riscos de arranjar uma doença que podia parecer-se comigo.
Mário Vitorino Gaspar
Como me foi solicitado, envio um texto em Anexo, em que desenvolvo mais o sucedido com a minha morte anunciada – e tornada pública para a Família e Amigos – no dia do meu casamento. Tudo isto é anedótico, mas dói e magoa. Não se faz isto a ninguém.
O camarada, também da Tabanca Grande, ex Furriel Miliciano de Atirador de Artilharia, e Especialista de Explosivos de Minas e Armadilhas, Mário Vitorino Gaspar n.º 03163264, que fez a sua Comissão de Serviço no «Cu do Mundo», como costumava escrever nas cartas e aerogramas em lugar de Ganturé ou Gadamael Porto. Isto claro para os amigos, para os familiares tínhamos de ser uns autênticos aldrabões, utilizando frases como "isto é uma maravilha", "estou bem", "parece estar de férias" e outras. Além de termos de matar para sobreviver, éramos uns mentirosos e não cumpríamos quaisquer dos mandamentos.
As fotos que tirávamos - pelo menos acontecia comigo - sem armas, de calções, tronco nu e chinelos. Muitas vezes à civil. Para ser mais simples: - só trazia calções e chinelos, nem cuecas vestia, até que um dia o Major Médico que nos visitava às vezes, obrigou-me a usar cuecas sobre riscos de arranjar uma doença que podia parecer-se comigo.
Um forte abraço
Mário Vitorino Gaspar
2. Nota adicional em relação ao documento (página 5 da caderneta militar) acima reproduzido
Consta na minha "Caderneta Militar", e no meu "Processo Individual" – de que possuo uma cópia – que morri na Guiné a 12 de Outubro de 1967.
Só tive conhecimento das mortes do Furriel Miliciano nº 04412863, Vítor José Correia Pestana, natural da freguesia de Abitureiras, concelho e distrito de Santarém e do Soldado nº 00131466 António Lopes da Costa, natural de Cerva, concelho de Ribeira de Pena e distrito de Vila Real, em Bissau após o regresso de gozo de licença na Metrópole de 35 dias, entre Setembro e Outubro de 1967.
Ninguém me havia informado do acontecimento anteriormente. Encontrava-me junto do Hotel Portugal, após o desembarque em Bissau, quando ouvi alguém gritar pelo meu nome. Tratava-se de um camarada da CART 1659, que tinha sido evacuado para o Hospital Militar de Bissau.
Perguntou-me se sabia o que tinha sucedido. Interroguei-o, e disse-me terem morrido numa patrulha o Furriel Miliciano Pestana e o Soldado Costa, que estavam no destacamento de Ganturé.
Só tive conhecimento das mortes do Furriel Miliciano nº 04412863, Vítor José Correia Pestana, natural da freguesia de Abitureiras, concelho e distrito de Santarém e do Soldado nº 00131466 António Lopes da Costa, natural de Cerva, concelho de Ribeira de Pena e distrito de Vila Real, em Bissau após o regresso de gozo de licença na Metrópole de 35 dias, entre Setembro e Outubro de 1967.
Ninguém me havia informado do acontecimento anteriormente. Encontrava-me junto do Hotel Portugal, após o desembarque em Bissau, quando ouvi alguém gritar pelo meu nome. Tratava-se de um camarada da CART 1659, que tinha sido evacuado para o Hospital Militar de Bissau.
Perguntou-me se sabia o que tinha sucedido. Interroguei-o, e disse-me terem morrido numa patrulha o Furriel Miliciano Pestana e o Soldado Costa, que estavam no destacamento de Ganturé.
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Nota do editor:
Último poste da série > 9 de janeiro de 2014 > Guiné 63/74 - P12563: Recordações de um "Zorba" (Mário Gaspar, ex-Fur Mil At Art, MA, CART 1659, Gadamael e Ganturé, 1967/68) (6): Soube, em Lisboa, no dia do meu casamento (29/6/69), da minha morte, em combate, ocorrida a 12/10/67, conforme averbamento na caderneta militar...
quinta-feira, 9 de janeiro de 2014
Guiné 63/74 - P12563: Recordações de um "Zorba" (Mário Gaspar, ex-Fur Mil At Art, MA, CART 1659, Gadamael e Ganturé, 1967/68) (6): Soube, em Lisboa, no dia do meu casamento (29/6/69), da minha morte, em combate, ocorrida a 12/10/67, conforme averbamento na caderneta militar...
Fotocópia da folha da caderneta militar do Mário Gaspar... onde foi averbada a sua morte, supostamente ocorrida em 12 de outubro de 1967
(...) Foram surgindo cada vez mais encontros com o IN, a Operação Reparo (Ago 67) e Operação Remate (Set 67), ambas no “corredor de Guileje"; a 12 de outubro de 67 morreram numa Patrulha, através do rebentamento de um engenho explosivo, o Furriel Miliciano n.º 04412863 Vitor José Correia Pestana – Especialista de Explosivos de Minas e Armadilhas, natural freguesia de Abitureiras, concelho de Santarém e distrito de Santarém – e o Soldado N.º 00131466 António Lopes da Costa, natural de Cerva, Concelho de Ribeira de Pena e Distrito de Vila Real.
Fui entregar alguns dos haveres do Pestana que tinham ficado na Secretaria, à sua família na sua terra natal – Abitureiras, que tem uma rua com o seu nome.
No dia 12 de outubro de 67 não estava com ele, e tenho pena. Quando tive conhecimento que morrera encontrava-me de licença, e só me deram a informação quando à minha chegada a Bissau. Curioso é que no dia 29 de Junho de 69, no dia do meu casamento, na igreja de São João de Brito, em Lisboa, o padre diz:
– Estou a casar o morto vivo!.
Fiquei admirado por aquilo que ouvira. Dias depois volto à igreja para receber a minha Caderneta Militar, que me tinha sido solicitada pelo sacristão para os averbamentos. E como nunca a tinha folheado, tentei-me e abri. Nela está impresso Baixa de Serviço: Por Falecimento e mais à frente onde é narrado o meu percurso militar, diz: Morto a 12 de outubro. Nas linhas de cima consta 1967, portanto fui dado como morto no dia das mortes do Pestana e do Costa, e só não informaram a minha família da minha morte porque me encontrava de licença.
– Estou a casar o morto vivo!.
Fiquei admirado por aquilo que ouvira. Dias depois volto à igreja para receber a minha Caderneta Militar, que me tinha sido solicitada pelo sacristão para os averbamentos. E como nunca a tinha folheado, tentei-me e abri. Nela está impresso Baixa de Serviço: Por Falecimento e mais à frente onde é narrado o meu percurso militar, diz: Morto a 12 de outubro. Nas linhas de cima consta 1967, portanto fui dado como morto no dia das mortes do Pestana e do Costa, e só não informaram a minha família da minha morte porque me encontrava de licença.
Reclamei e não obtive uma resposta que me convencesse. (...)
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Notas do editor:
(*) Vd. poste de 8 de dezembro de 2013 > Guiné 63/74 - P12412: Tabanca Grande (413): Mário Vitorino Gaspar, ex-Fur Mil Art, MA da CART 1659 - Zorba (Gadamael e Ganturé, 1967/68)
(**) Último poste da série > 4 de janeiro de 2014 > Guiné 63/74 - P12540: Recordações de um "Zorba" (Mário Gaspar, ex-Fur Mil At Art, MA, CART 1659, Gadamael e Ganturé, 1967/68) (5): Sou do famigerado XX Curso de Explosivos de Minas e Armadilhas, iniciado a 8 e terminado 17 de Setembro de 1966, na Escola Prática de Engenharia (EPE), em Tancos
terça-feira, 20 de novembro de 2007
Guiné 63/74 - P2288: Também não possuo a minha Caderneta Militar (José Martins)
José Martins
ex-Fur Mil Trms
CCAÇ 5
Canjadude
1968/70
1. Oportuníssima mensagem, de hoje, do nosso camarada José Martins:
Caros Camaradas:
Também não possuo a minha Caderneta Militar.
Soube que ela chegou à minha Unidade, Guarnição Normal da Guiné, porque o Furriel Amanuense falou nisso, mas não cheguei a vê-la e, sinceramente, nunca me importou.
Porém, quando tive necessidade de tirar a carta de condução (1970) era documento obrigatório, pelo que contactei o Depósito de Adidos, em Lisboa (já extinto), que me remeteu para a Unidade à qual, naquela data e após passagem à disponibilidade, passei a pertencer: Regimento de Infantaria n.º 6, no Porto, já extinto.
No momento presente, todos os elementos pertencentes aos militares, nomeadamente Sargentos e Praças do Exército a partir dos meados do século XIX, estão no Arquivo Geral do Exército, sito na Estrada de Chelas - 1900-159 Lisboa.
Assim, creio que os interessados poderão solicitar ao Director do Arquivo que lhes mande passar uma Certidão Narrativa Completa, do que constar nos arquivos.
Neste momento não sei como funciona. Parece-me que está muito burocratizado. Em tempos consegui as fotocópias das Notas de Assento do meu avô materno e de um tio paterno, ambos militares de carreira e presentes em França durante a I Grande Guerra.
Espero que esta mensagem dê os resultados que se pretendem.
Um abraço
José Martins
2. Comentário de CV:
Aqui ficam umas dicas importantes para quem queira obter documentos ou dados dos seus tempos de campanha.
CV
ex-Fur Mil Trms
CCAÇ 5
Canjadude
1968/70
1. Oportuníssima mensagem, de hoje, do nosso camarada José Martins:
Caros Camaradas:
Também não possuo a minha Caderneta Militar.
Soube que ela chegou à minha Unidade, Guarnição Normal da Guiné, porque o Furriel Amanuense falou nisso, mas não cheguei a vê-la e, sinceramente, nunca me importou.
Porém, quando tive necessidade de tirar a carta de condução (1970) era documento obrigatório, pelo que contactei o Depósito de Adidos, em Lisboa (já extinto), que me remeteu para a Unidade à qual, naquela data e após passagem à disponibilidade, passei a pertencer: Regimento de Infantaria n.º 6, no Porto, já extinto.
No momento presente, todos os elementos pertencentes aos militares, nomeadamente Sargentos e Praças do Exército a partir dos meados do século XIX, estão no Arquivo Geral do Exército, sito na Estrada de Chelas - 1900-159 Lisboa.
Assim, creio que os interessados poderão solicitar ao Director do Arquivo que lhes mande passar uma Certidão Narrativa Completa, do que constar nos arquivos.
Neste momento não sei como funciona. Parece-me que está muito burocratizado. Em tempos consegui as fotocópias das Notas de Assento do meu avô materno e de um tio paterno, ambos militares de carreira e presentes em França durante a I Grande Guerra.
Espero que esta mensagem dê os resultados que se pretendem.
Um abraço
José Martins
2. Comentário de CV:
Aqui ficam umas dicas importantes para quem queira obter documentos ou dados dos seus tempos de campanha.
CV
Guiné 63/74 - P2285: Roubaram-me a Caderneta Militar (Júlio Benavente/Carlos Vinhal)
A nossa Caderneta Militar que tinha uma cor muito triste. Neste caso, a minha (CV)...
Foto: © Carlos Vinhal (2007). Direitos reservados.
1. Mensagem do nosso camarada Júlio Benavente, ex-Fur Mil da CCS/BCAV 1905, de 15 de Novembro:
Nunca se sabe o que a net nos pode dar.
Em 1990 fui de férias a Portugal (vivo nos States) e na Batalha fui roubado.
Entre várias coisas, lá foi a minha Caderneta Militar. Parece estranho, mas entre muitas coisas quiçá mais importantes, esta é a que tem mais valor para mim.
Claro que participei o roubo à GNR da Batalha.
Muitos anos já se passaram e, como a vida é cheia de surpresas, é possível que já tenha acontecido o mesmo a outros camaradas.
O que fazer? Ideias?
Julio da Silva Benavente
2. Comentário de CV:
O nosso camarada Júlio Benavente ficou sem o símbolo da sua vida militar. Lá estariam registados todos os passos que ele deu, desde a Incorporação até à Disponibilidade.
Na nossa Caderneta podem constar Unidades por onde passámos, postos, datas das promoções, louvores, punições, licenças, etc.
Para ele, que está nos Estados Unidos, longe da sua Pátria, há tantos anos, a Caderneta representava o tempo em que serviu Portugal para o bem e para o mal. Não tínhamos grande escolha, então. Nas suas entrelinhas podiam ler-se as horas de Sangue, Suor e Lágrimas. Saudades e privações de toda a ordem.
Perguntei-lhe porque razão não pedia uma segunda via, ao que ele respondeu que não seria a mesma coisa. Que interessa um segundo documento onde diz que esteve aqui, ali e acolá, se já não é o original?
Se calhar, muitos de nós nem sabemos onde está a nossa Caderneta Militar neste momento. As gavetas do tempo guardam muita coisa fora de ordem.
Se alguém achar este post despropositado, lembre-se do nosso camarada Baptista que tem sido espoliado, precisamente por lhe negarem o direito de ter uma Caderneta Militar (1).
E se alguém que acede à nossa página tivesse o Documento Militar do Júlio Benavente? Porque não devolvê-lo?
Afinal não serve a ninguém, a Caderneta, a não ser ao próprio.
CV
___________
Nota de CV:
(1) Vd. post de 30 de Julho de 2007 > Guiné 63/74 - P2011: Vamos ajudar o António Batista, ex-Soldado da CCAÇ 3490/BART 3872 (Júlio César / Paulo Santiago / Álvaro Basto / Carlos Vinhal)
quinta-feira, 9 de agosto de 2007
Guiné 63/74 - P2040: No almoço da tertúlia de Matosinhos com o António Batista, o nosso morto-vivo do Quirafo (Paulo Santiago)
Mensagem do Paulo Santiago, em viagem até Matosinhos, para um almoço-convívio com os Camaradas da minitertúlia, como eles se auto-designam e, já agora, à mesa com uns belos chocos grelhados. (Co-editor: vb):
Hoje foi dia de almoço especial, juntei-me à Minitertúlia de Matosinhos, faltando o Marques Lopes, em viagem para Lisboa.
Tivemos como convidado o António Batista. Ele merece.
A Casa da Teresa, local do encontro, fica bem situada, junto ao cais e os choquinhos grelhados que comi, estavam muito bons.
O convivio foi óptimo e o Xico Allen convenceu-me a ir até à Guiné de carro. Saída de Portugal a 21 ou 22 de Fevereiro de 2008, chegada a Bissau a 1 de Março, regressando dia 7 de avião a Portugal.
Deve ser uma bela viagem. Se já estivesse reformado,regressava de carro, como não estou terei que utilizar o meio aéreo para o regresso.
Seguem as fotos do encontro de hoje.
Vinhal, Álvaro Basto, Pimentel, Pires, Xico Allen, Zé Teixeira (sem a G3ertrudes), Batista, e o filho do Pires
O Zé Teixeira, o Batista e o filho do Pires.
Paulo Santiago, Vinhal, Álvaro Basto e Pimentel.
Hoje foi dia de almoço especial, juntei-me à Minitertúlia de Matosinhos, faltando o Marques Lopes, em viagem para Lisboa.
Tivemos como convidado o António Batista. Ele merece.
A Casa da Teresa, local do encontro, fica bem situada, junto ao cais e os choquinhos grelhados que comi, estavam muito bons.
O convivio foi óptimo e o Xico Allen convenceu-me a ir até à Guiné de carro. Saída de Portugal a 21 ou 22 de Fevereiro de 2008, chegada a Bissau a 1 de Março, regressando dia 7 de avião a Portugal.
Deve ser uma bela viagem. Se já estivesse reformado,regressava de carro, como não estou terei que utilizar o meio aéreo para o regresso.
Seguem as fotos do encontro de hoje.
Vinhal, Álvaro Basto, Pimentel, Pires, Xico Allen, Zé Teixeira (sem a G3ertrudes), Batista, e o filho do Pires
O Zé Teixeira, o Batista e o filho do Pires.
Paulo Santiago, Vinhal, Álvaro Basto e Pimentel.
quinta-feira, 26 de julho de 2007
Guiné 63/74 - P1999: Vamos arranjar uma caderneta militar nova para o António Batista (Rui Ferreira / Paulo Santiago)
Espanha > Região Autónoma da Galiza > Santiago de Compostela > 28 de Junho de 2007 > O nosso Paulo...Radical, mais a Médica Veterinária Rosário Azevedo, uma jovem de 28 anos, sua colega na Divisão de Intervenção Veterinária de Aveiro. Os dois partiram, com as suas Bikes, de Astorga a 23... Uma sugestão (e um exemplo) de férias alternativas e sobretudo de companheirismo. Parabéns, Paulo!
Foto: © Paulo Santiago (2006). Direitos reservados.
1. Mensagem do Paulo Santiago, com data de 25 do corrente:
Luís:
Telefonou-me, hoje à tarde, o Rui Alexandrino [Ferreira] (1) a convidar-me para o seu aniversário (64 anos) no próximo dia 4, onde, por motivos pessoais, e com grande pena minha, não poderei estar presente. Ele está de férias no Algarve, sem acesso ao blogue.
Falei-lhe na minha/nossa luta para preenchermos o "espaço de vazio" da Caderneta do António Batista (2). O Ruizinho, com aquela humanidade que tu conheces, disse-me:
-Paulo, tem calma, deixa passar este tempo de férias, depois iremos aos Arquivos do Exército e vamos arranjar uma Caderneta nova e correcta para esse ex-combatente e prisioneiro de guerra.
Antes tinha estado com a minha Chefe de Divisão, que também me questionou sobre o assunto. À Anabela (é a minha coordenadora) disse-me que andava nervoso, devido a um encontro,que ia ter na 6ªfeira.
- Como é que correu?
Após lhe fazer um relato, com alguma emoção, confesso, mostrou-se também chocada como puderam fazer tal coisa ao António Batista (2). Estava outra veterinária presente,também completamente espantada com tal drama humano. Não pensavam ser possível tal coisa. Há uma semana atrás,telefonou-me a DrªAnabela, tinha-lhe dado o endereço do blogue, vira o post com o Batista a colocar a coroa de flores e dizia-me:
- Oh Paulo, tem que me explicar isto, como é possível um homem dado como morto aparecer vivo ?
São estes dramas, estes traumas, estas tragédias que temos e devemos explicar e contar às pessoas mais novas, porque elas sabem que houve uma guerra mas não imaginam o que a nossa geração lá passou. Dizia-me também a Anabela:
- Depois de ler o blogue, compreendo melhor, era eu novita, o padrinho da minha irmã fez a guerra na Guiné e regressou muito estranho, nós não entendíamos as atitudes do senhor, a sua personalidade alterara-se radicalmente.
No Sábado, fui com a minha amiga e companheira de aventuras, a Rosário, que também lê o blogue, fazer uma caminhada na Serra de Sicó, seguida de um almoço em casa do Vitor Junqueira. Caminhava,ía-lhe contando o meu encontro da véspera, a revolta que me assolara no regresso da Maia, alguma paz de espírito que estava a sentir com aquela caminhada, mas o pior seria à noite quando me sentasse em frente do computador. Normalmente só escrevo depois de jantar, fecho-me no escritório, vou teclando, muitas vezes tenho de parar, porque as lágrimas enchem-me os olhos,volto a escrever, perdendo muitas vezes a noção do tempo, eu que tenho de me levantar às 6H00.
Hoje a minha chefe, na despedida, perguntava-me pelo ambiente, que continua tenso, no meu local de trabalho (3). Respondi-lhe:
- Doutora, neste momento estou forte e marimbando-me para qualquer ameaça, cumpro cada vez com mais afinco o meu serviço mas, na minha cabeça, está uma mente reforçada a tentar soluções para o drama do Batista.
Luís, o teu/nosso blogue é visitado, cada dia que passa, por mais pessoas, algumas bastante jovens, ficam-nos a conhecer e a compreender. Foi um dos motivos para que o criaste. Continua firme no comando com a companhia do Vinhal e Briote.
Abraço
Paulo
2. Comentário de L.G.:
Paulo, dizes bem, o nosso blogue... Estamos-te reconhecidos, a ti e ao Álvaro Basto e por outars camaradas como o Ayala Botto ou o Rui Ferreira, por esta tentativa (que será sucedida) de ajudar a recuperar a dignidade e a honra de um camarada nosso que conehceu o inferno (a emboscada do Quirafo, o massacre dos camaradas, a morte anunciada, a prisão, o pelotão de fuzilamento, a libertação, o regresso ao outro mundo, a visita à sua própria campa, o pesadelo kafkiano da peluda...).
_______
Notas de L.G.
(1) Vd. post de 17 de Novembro de 2006 > Guiné 63/74 - P1285: Bibliografia de uma guerra (14): Rumo a Fulacunda, um best seller, de Rui Alexandrino Ferreira (Luís Graça)
(2) Vd. posts de:
23 de Julho de 2007 > Guiné 63/74 - P1986: António da Silva Batista, o morto-vivo do Quirafo: um processo kafkiano que envergonha o Exército Português (Luís Graça)
22 de Julho de 2007:Guiné 63/74 - P1983: Prisioneiro do PAIGC: António da Silva Batista, ex-Sold At Inf, CCAÇ 3490 / BCAÇ 3872 (1) (Álvaro Basto / João e Paulo Santiago)
22 de Julho de 2007 > Guiné 63/74 - P1985: Prisioneiro do PAIGC: António da Silva Batista, ex-Sold At Inf, CCAÇ 3490 / BCAÇ 3872 (2) (Álvaro Basto / João e Paulo Santiago)
24 de Julho de 2007 > Guiné 63/74 - P1990: Carta aberta ao Cor Ayala Botto: O caso Batista: O que fazer para salvar a sua honra militar ? (Paulo Santiago)
24 de Julho de 2007 > Guiné 63/74 - P1991: O Simplex, o Kafka e o Batista ou a Estória do Vivo que a Burocracia Quer como Morto (João Tunes)
(3) O Paulo, que trabalha na Inspecção Sanitária, ligado à Divisão de Intervenção Veterinária de Aveiro, mais concretamente num dado matadouro da região, desafou há dias - no princípio do mês de Julho - com os seus amigos e camaradas, dando-nos conta das "graves ameaças" a que esteve ou tem estado sujeito... Escusado será dizer que teve a solidariedade, em peso, dos seus camaradas da Guiné... Por se tratar de um assunto delicado e particular, não vamos publicar aqui a troca de emails que o assunto já proporcionou entre nós... Mas estamos atentos, vigilantes e solidarários...
Foto: © Paulo Santiago (2006). Direitos reservados.
1. Mensagem do Paulo Santiago, com data de 25 do corrente:
Luís:
Telefonou-me, hoje à tarde, o Rui Alexandrino [Ferreira] (1) a convidar-me para o seu aniversário (64 anos) no próximo dia 4, onde, por motivos pessoais, e com grande pena minha, não poderei estar presente. Ele está de férias no Algarve, sem acesso ao blogue.
Falei-lhe na minha/nossa luta para preenchermos o "espaço de vazio" da Caderneta do António Batista (2). O Ruizinho, com aquela humanidade que tu conheces, disse-me:
-Paulo, tem calma, deixa passar este tempo de férias, depois iremos aos Arquivos do Exército e vamos arranjar uma Caderneta nova e correcta para esse ex-combatente e prisioneiro de guerra.
Antes tinha estado com a minha Chefe de Divisão, que também me questionou sobre o assunto. À Anabela (é a minha coordenadora) disse-me que andava nervoso, devido a um encontro,que ia ter na 6ªfeira.
- Como é que correu?
Após lhe fazer um relato, com alguma emoção, confesso, mostrou-se também chocada como puderam fazer tal coisa ao António Batista (2). Estava outra veterinária presente,também completamente espantada com tal drama humano. Não pensavam ser possível tal coisa. Há uma semana atrás,telefonou-me a DrªAnabela, tinha-lhe dado o endereço do blogue, vira o post com o Batista a colocar a coroa de flores e dizia-me:
- Oh Paulo, tem que me explicar isto, como é possível um homem dado como morto aparecer vivo ?
São estes dramas, estes traumas, estas tragédias que temos e devemos explicar e contar às pessoas mais novas, porque elas sabem que houve uma guerra mas não imaginam o que a nossa geração lá passou. Dizia-me também a Anabela:
- Depois de ler o blogue, compreendo melhor, era eu novita, o padrinho da minha irmã fez a guerra na Guiné e regressou muito estranho, nós não entendíamos as atitudes do senhor, a sua personalidade alterara-se radicalmente.
No Sábado, fui com a minha amiga e companheira de aventuras, a Rosário, que também lê o blogue, fazer uma caminhada na Serra de Sicó, seguida de um almoço em casa do Vitor Junqueira. Caminhava,ía-lhe contando o meu encontro da véspera, a revolta que me assolara no regresso da Maia, alguma paz de espírito que estava a sentir com aquela caminhada, mas o pior seria à noite quando me sentasse em frente do computador. Normalmente só escrevo depois de jantar, fecho-me no escritório, vou teclando, muitas vezes tenho de parar, porque as lágrimas enchem-me os olhos,volto a escrever, perdendo muitas vezes a noção do tempo, eu que tenho de me levantar às 6H00.
Hoje a minha chefe, na despedida, perguntava-me pelo ambiente, que continua tenso, no meu local de trabalho (3). Respondi-lhe:
- Doutora, neste momento estou forte e marimbando-me para qualquer ameaça, cumpro cada vez com mais afinco o meu serviço mas, na minha cabeça, está uma mente reforçada a tentar soluções para o drama do Batista.
Luís, o teu/nosso blogue é visitado, cada dia que passa, por mais pessoas, algumas bastante jovens, ficam-nos a conhecer e a compreender. Foi um dos motivos para que o criaste. Continua firme no comando com a companhia do Vinhal e Briote.
Abraço
Paulo
2. Comentário de L.G.:
Paulo, dizes bem, o nosso blogue... Estamos-te reconhecidos, a ti e ao Álvaro Basto e por outars camaradas como o Ayala Botto ou o Rui Ferreira, por esta tentativa (que será sucedida) de ajudar a recuperar a dignidade e a honra de um camarada nosso que conehceu o inferno (a emboscada do Quirafo, o massacre dos camaradas, a morte anunciada, a prisão, o pelotão de fuzilamento, a libertação, o regresso ao outro mundo, a visita à sua própria campa, o pesadelo kafkiano da peluda...).
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Notas de L.G.
(1) Vd. post de 17 de Novembro de 2006 > Guiné 63/74 - P1285: Bibliografia de uma guerra (14): Rumo a Fulacunda, um best seller, de Rui Alexandrino Ferreira (Luís Graça)
(2) Vd. posts de:
23 de Julho de 2007 > Guiné 63/74 - P1986: António da Silva Batista, o morto-vivo do Quirafo: um processo kafkiano que envergonha o Exército Português (Luís Graça)
22 de Julho de 2007:Guiné 63/74 - P1983: Prisioneiro do PAIGC: António da Silva Batista, ex-Sold At Inf, CCAÇ 3490 / BCAÇ 3872 (1) (Álvaro Basto / João e Paulo Santiago)
22 de Julho de 2007 > Guiné 63/74 - P1985: Prisioneiro do PAIGC: António da Silva Batista, ex-Sold At Inf, CCAÇ 3490 / BCAÇ 3872 (2) (Álvaro Basto / João e Paulo Santiago)
24 de Julho de 2007 > Guiné 63/74 - P1990: Carta aberta ao Cor Ayala Botto: O caso Batista: O que fazer para salvar a sua honra militar ? (Paulo Santiago)
24 de Julho de 2007 > Guiné 63/74 - P1991: O Simplex, o Kafka e o Batista ou a Estória do Vivo que a Burocracia Quer como Morto (João Tunes)
(3) O Paulo, que trabalha na Inspecção Sanitária, ligado à Divisão de Intervenção Veterinária de Aveiro, mais concretamente num dado matadouro da região, desafou há dias - no princípio do mês de Julho - com os seus amigos e camaradas, dando-nos conta das "graves ameaças" a que esteve ou tem estado sujeito... Escusado será dizer que teve a solidariedade, em peso, dos seus camaradas da Guiné... Por se tratar de um assunto delicado e particular, não vamos publicar aqui a troca de emails que o assunto já proporcionou entre nós... Mas estamos atentos, vigilantes e solidarários...
terça-feira, 24 de julho de 2007
Guiné 63/74 - P1990: Carta aberta ao Cor Ayala Botto: O caso Batista: O que fazer para salvar a sua honra militar ? (Paulo Santiago)
Guiné > Zona Leste > Sector L1 > Bambadinca > Campo de futebol > Cerimónia de Encerramento 1º Curso de Instrução de Companhgais de Milícias > 24 de Dezembro de 1971, > O Com-Chefe General Spínola passa revista às tropas (milícias) em parada. O Alf Santiago segue atrás com o Cap Tomás, ajudante de campo do general Spínola, antecessor do Cap Cav Ayala Botto (hoje, coronel ma reforma e membro da nossa tertúlia) (1).
Foto: © Paulo Santiago (2006). Direitos reservados.
1. Texto do Paulo Santiago:
Caro Coronel Ayalla Botto:
Eu, emotivo e, ainda,combatente de causas justas, sinto-me revoltado com a situação criada ao Batista, ex-combatente na Guiné e prisioneiro de Guerra.
Se ainda não leste, vai ao nosso blogue Luís Graça e Camaradas da Guiné ver os posts sobre a pessoa em causa (2).
Antes de continuar, faço um breve preâmbulo de apresentação. Sei que és amigo do Carlos Clemente, um dos meus maiores amigos desde o dia em que cheguei à Guiné, em Outubro de 1970 (3) .
Penso que também estavas convidado,para um jantar, perto de Oliveira do Hospital, em casa do Coronel Carvalhais, no passado dia 27 de Junho. Já em 2006 tinha ido a esse jantar, a que não estiveste presente. Este ano não fui, andava naquela data pedalando no Caminho de Santiago Francês.
Há meses, fiquei muito chocado quando soube, através de um comum amigo, da morte inesperada do cunhado do Clemente, Gen António Palma. Há dez anos, estive 6 meses em Lisboa num Curso de Formação da Direção-Geral de Veterinária. Todas as 3ªs feiras jantava em casa do Carlos, onde também ía o António, que me dava boleia para o local onde estava alojado.
Contigo na Guiné, só estive uma vez. Foi no Saltinho, após o Gen Spínola ter recebido uma carta de um militar, queixando-se da péssima qualidade do rancho, que era óptima na CCAÇ 2701, companhia do Carlos. Esse episódio já o contei no blogue.
Tive vários contactos com o Gen Spínola, principalmente em Bambadinca, quando comandava uma Companhia de Instrução de Milícias, isso ainda no tempo do teu antecessor, Cap Tomás. No dia 24 de Dezembro de 71, dia da cerimónia de encerramento do 1º curso que dei aos Milícias, fui à boleia no heli para o Saltinho, onde o General ía fazer uma visita de Natal e eu passar aquela data com os meus homens, [do Pel Caç Nat 53].
Mas, voltemos ao Batista. Como escrevi no blogue, é um homem humilde e sem rancores.
Senti que aquele ex-militar tem uma grande mágoa, em virtude de a sua Caderneta
Militar omitir a sua condição de Combatente e Prisioneiro de Guerra.
Sinto que era um documento que talvez gostasse de mostrar aos netos. Mais que qualquer possível pensão, o seu lamento é o apagamento feito do período de Julho 71 a Novembro de 74. Um qualquer burocrata cometeu esta injustiça, daí a minha revolta.
Será possível alguém refazer aquela parte, bem sofrida, da vida do ex-Soldado António
Batista? Agradeço-te se puderes fazer alguma coisa,ou dar-me algumas dicas para que justiça seja feita. Tudo isto mexeu comigo.
Um abraço de camaradagem do
Paulo Santiago
(ex-Alf Mil Cmdt do pel Caç Nat 53,
Saltinho,1970/72)
___________
Notas dos editores:
(1) Vd. post de 6 de Janeiro de 2007 > Guiné 63/74 - P1407: Tertúlia: apresenta-se o Coronel de Cavalaria Carlos Ayala Botto, ajudante de campo do General Spínola
(2) Vd. posts de:
23 de Julho de 2007 > Guiné 63/74 - P1986: António da Silva Batista, o morto-vivo do Quirafo: um processo kafkiano que envergonha o Exército Português (Luís Graça)
22 de Julho de 2007:Guiné 63/74 - P1983: Prisioneiro do PAIGC: António da Silva Batista, ex-Sold At Inf, CCAÇ 3490 / BCAÇ 3872 (1) (Álvaro Basto / João e Paulo Santiago)
22 de Julho de 2007 > Guiné 63/74 - P1985: Prisioneiro do PAIGC: António da Silva Batista, ex-Sold At Inf, CCAÇ 3490 / BCAÇ 3872 (2) (Álvaro Basto / João e Paulo Santiago)
(3) Vd. posts de:
12 de Outubro de 2006 > Guiné 63/74 - P1168: Memórias de um comandante de pelotão de caçadores nativos (Paulo Santiago) (1): Periquito gozado
13 de Outubro de 2006 > Guiné 63/74 - P1170: Memórias de um comandante de pelotão de caçadores nativos (Paulo Santiago) (2): nhac nhac nhac nhac ou um teste de liderança
19 de Outubro de 2006 > Guiné 63/74 - P1192: Memórias de um comandante de pelotão de caçadores nativos (Paulo Santiago) (3): De prevenção por causa da invasão de Conacri
13 de Novembro de 2006 > Guiné 63/74 - P1275: Memórias de um comandante de pelotão de caçadores nativos (Paulo Santiago) (4): tropa-macaca, com três cruzes de guerra
4 de Dezembro de 2006 > Guiné 63/74 - P1338: Memórias de um comandante de pelotão de caçadores nativos (Paulo Santiago) (5): estreia dos Órgãos de Estaline, os Katiusha
13 de Janeiro de 2007 > Guiné 63/74 - P1424: Memórias de um comandante de pelotão de caçadores nativos (Paulo Santiago) (6): amigos do peito da CCAÇ 2701 (Saltinho, 1970/72)
5 de Março de 2007 > Guiné 63/74 - P1564: Memórias de um Comandante de Pelotão de Caçadores Nativos (Paulo Santiago) (7): Fogo no capinzal
12 de Abril de 2007 > Guiné 63/74 - P1653: Memórias de um Comandante de Pelotão de Caçadores Nativos (Paulo Santiago) (8): A pontaria dos artilheiros de Aldeia Formosa
23 de Abril de 2007 > Guiné 63/74 - P1687: Memórias de um comandante de pelotão de caçadores nativos (Paulo Santiago) (9): Maluqueiras na picada Saltinho-Galomaro-Bafatá
3 de Junho de 2007 > Guiné 63/74 - P1812: Memórias de um comandante de pelotão de caçadores nativos (Paulo Santiago) (10): As mulheres dos meus homens eram minhas irmãs
Foto: © Paulo Santiago (2006). Direitos reservados.
1. Texto do Paulo Santiago:
Caro Coronel Ayalla Botto:
Eu, emotivo e, ainda,combatente de causas justas, sinto-me revoltado com a situação criada ao Batista, ex-combatente na Guiné e prisioneiro de Guerra.
Se ainda não leste, vai ao nosso blogue Luís Graça e Camaradas da Guiné ver os posts sobre a pessoa em causa (2).
Antes de continuar, faço um breve preâmbulo de apresentação. Sei que és amigo do Carlos Clemente, um dos meus maiores amigos desde o dia em que cheguei à Guiné, em Outubro de 1970 (3) .
Penso que também estavas convidado,para um jantar, perto de Oliveira do Hospital, em casa do Coronel Carvalhais, no passado dia 27 de Junho. Já em 2006 tinha ido a esse jantar, a que não estiveste presente. Este ano não fui, andava naquela data pedalando no Caminho de Santiago Francês.
Há meses, fiquei muito chocado quando soube, através de um comum amigo, da morte inesperada do cunhado do Clemente, Gen António Palma. Há dez anos, estive 6 meses em Lisboa num Curso de Formação da Direção-Geral de Veterinária. Todas as 3ªs feiras jantava em casa do Carlos, onde também ía o António, que me dava boleia para o local onde estava alojado.
Contigo na Guiné, só estive uma vez. Foi no Saltinho, após o Gen Spínola ter recebido uma carta de um militar, queixando-se da péssima qualidade do rancho, que era óptima na CCAÇ 2701, companhia do Carlos. Esse episódio já o contei no blogue.
Tive vários contactos com o Gen Spínola, principalmente em Bambadinca, quando comandava uma Companhia de Instrução de Milícias, isso ainda no tempo do teu antecessor, Cap Tomás. No dia 24 de Dezembro de 71, dia da cerimónia de encerramento do 1º curso que dei aos Milícias, fui à boleia no heli para o Saltinho, onde o General ía fazer uma visita de Natal e eu passar aquela data com os meus homens, [do Pel Caç Nat 53].
Mas, voltemos ao Batista. Como escrevi no blogue, é um homem humilde e sem rancores.
Senti que aquele ex-militar tem uma grande mágoa, em virtude de a sua Caderneta
Militar omitir a sua condição de Combatente e Prisioneiro de Guerra.
Sinto que era um documento que talvez gostasse de mostrar aos netos. Mais que qualquer possível pensão, o seu lamento é o apagamento feito do período de Julho 71 a Novembro de 74. Um qualquer burocrata cometeu esta injustiça, daí a minha revolta.
Será possível alguém refazer aquela parte, bem sofrida, da vida do ex-Soldado António
Batista? Agradeço-te se puderes fazer alguma coisa,ou dar-me algumas dicas para que justiça seja feita. Tudo isto mexeu comigo.
Um abraço de camaradagem do
Paulo Santiago
(ex-Alf Mil Cmdt do pel Caç Nat 53,
Saltinho,1970/72)
___________
Notas dos editores:
(1) Vd. post de 6 de Janeiro de 2007 > Guiné 63/74 - P1407: Tertúlia: apresenta-se o Coronel de Cavalaria Carlos Ayala Botto, ajudante de campo do General Spínola
(2) Vd. posts de:
23 de Julho de 2007 > Guiné 63/74 - P1986: António da Silva Batista, o morto-vivo do Quirafo: um processo kafkiano que envergonha o Exército Português (Luís Graça)
22 de Julho de 2007:Guiné 63/74 - P1983: Prisioneiro do PAIGC: António da Silva Batista, ex-Sold At Inf, CCAÇ 3490 / BCAÇ 3872 (1) (Álvaro Basto / João e Paulo Santiago)
22 de Julho de 2007 > Guiné 63/74 - P1985: Prisioneiro do PAIGC: António da Silva Batista, ex-Sold At Inf, CCAÇ 3490 / BCAÇ 3872 (2) (Álvaro Basto / João e Paulo Santiago)
(3) Vd. posts de:
12 de Outubro de 2006 > Guiné 63/74 - P1168: Memórias de um comandante de pelotão de caçadores nativos (Paulo Santiago) (1): Periquito gozado
13 de Outubro de 2006 > Guiné 63/74 - P1170: Memórias de um comandante de pelotão de caçadores nativos (Paulo Santiago) (2): nhac nhac nhac nhac ou um teste de liderança
19 de Outubro de 2006 > Guiné 63/74 - P1192: Memórias de um comandante de pelotão de caçadores nativos (Paulo Santiago) (3): De prevenção por causa da invasão de Conacri
13 de Novembro de 2006 > Guiné 63/74 - P1275: Memórias de um comandante de pelotão de caçadores nativos (Paulo Santiago) (4): tropa-macaca, com três cruzes de guerra
4 de Dezembro de 2006 > Guiné 63/74 - P1338: Memórias de um comandante de pelotão de caçadores nativos (Paulo Santiago) (5): estreia dos Órgãos de Estaline, os Katiusha
13 de Janeiro de 2007 > Guiné 63/74 - P1424: Memórias de um comandante de pelotão de caçadores nativos (Paulo Santiago) (6): amigos do peito da CCAÇ 2701 (Saltinho, 1970/72)
5 de Março de 2007 > Guiné 63/74 - P1564: Memórias de um Comandante de Pelotão de Caçadores Nativos (Paulo Santiago) (7): Fogo no capinzal
12 de Abril de 2007 > Guiné 63/74 - P1653: Memórias de um Comandante de Pelotão de Caçadores Nativos (Paulo Santiago) (8): A pontaria dos artilheiros de Aldeia Formosa
23 de Abril de 2007 > Guiné 63/74 - P1687: Memórias de um comandante de pelotão de caçadores nativos (Paulo Santiago) (9): Maluqueiras na picada Saltinho-Galomaro-Bafatá
3 de Junho de 2007 > Guiné 63/74 - P1812: Memórias de um comandante de pelotão de caçadores nativos (Paulo Santiago) (10): As mulheres dos meus homens eram minhas irmãs
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