FERREIRA, Rui Alexandrino - Rumo a Fulacunda. 2ª ed. Viseu: Palimage Editores. 2003. [1ª ed., 2000]. (Colecção Imagens de Hoje). 415 pp. Preço: c. 20€.
Recebi há duas ou três semanas, pelo correio, um exemplar autografado do livro acima referenciado. Rumo a Fulacunda era o grito de guerra, muito pouco guerreiro, da Companhia de Caçadores 1420, em cujas fileiras ingressou o Alf Mil Ferreira, substituindo um camarada "desaparecido em combate", o Vasco Cardoso, nado e criado em Angola, como o Rui. Rumo a Fulacunda é o título, irónico, da "história, igual a tantas [outras], da comissão dum Alferes por terras da Guiné", escreve o autor... O livro é também uma crítica mordaz da instituição militar da época onde a falta de formação, na arte e na ciência de comando, era por mais evidente numa boa parte dos oficiais do quadro permanente, incluindo os comandantes de companhia (como era o caso da CCAÇ 2402).
Já em tempos tínhamos aqui feito uma breve recensão desta obra, pelo mão do nosso camarada Jorge Santos (1). Por outro lado, no encontro da nossa tertúlia, na Ameira, em 14 de Outubro de 2006 (2), o Carlos Santos - ex-Furriel Míl da CCAÇ 2701, sedeada em Saltinho (1970/72) - falou deste livro do antigo alferes miliciano, depois capitão e agora coronel, na reforma, Rui Alexandrino Ferreira, em luta hoje contra um inimigo mais traiçoeiro e poderoso que é a doença... Um exemplar do livro circulou entre os presentes, com muita curiosidade e apreço.
Montemor-o-Novo > Ameira > Hotel da Ameira > 14 de Outubro de 2006 > O Virgínio Briote folheando um exemplar do livro Rumo a Fulacunda, da autoria do nosso camarada Rui Alexandrino Ferreira (2).
Fotos: © Luís Graça (2006) . Direitos reservados.
A obra pode ser adquirida através do editor ou no mercado livreiro: a Palimage (3) é uma jovem editora, criada em 1997, em Viseu, e é um caso de sucesso, pela quantidade e qualidade das obras que tem lançado, originais de autores portugueses, nos mais diversos domínios, desde a crónica da guerra colonial (como é aqui o caso), até à ficção, à poesia, à história, à sociologia, etc.
Já depois do encontro da Ameira, o Rui teve a amabilidade de me mandar, pelo correio, um exemplar da o seu livro, com um dedicatória que muito me sensibilizou. Não posso deixar de a reproduzir aqui, tanto mais que ela não é estritamente pessoal:
"Ao ilustre camarada e antigo combatente, Luís Graça, na esperança e na expectativa de o poder ajudar no muito que tem feito para não deixar cair no esquecimento o marco que influenciaria a vida colectiva dos Portugueses na segunda metade do Séc XX, que já lá vai - a guerra colonial.
"Com a alegria de quem sente renascer uma sã e leal amizade, no desejo de reviver os nossos vinte anos, e sentir o orgulho de termos sido o que fomos e o orgulho de o termos feito. Com um grande abraço do Rui A. Ferreira, Viseu, 23 /Out /2006".
Peço desculpa ao Rui se me enganei numa palavra ou outra. Habituado que estou à letra de médico, não tive grande dificuldade em decifrar a tua mensagem, escrita em letra muito miudinha e estilizada. Creio que captei bem a tua mensagem, que é um estímulo poderoso para todos nós, para toda a nossa tertúlia, e para todos os demais camaradas que combateram na Guiné, e que lutam pelo direito à memória...
O livro do Rui é já um best-seller, vai na segunda edição, e é neste momento o meu livro de cabeceira. O Rui, com duas comissões na Guiné, primeiro como Alferes Miliciano (CCAÇ 1420, 1965/67) e depois como Capitão Miliciano (CCAÇ 18, 1970/72), é um profundo conhecedor da Guiné e das suas gentes. Esta obra - apresentada pela editora como crónica de guerra (colonial) - tem, como particularidade, o facto de ser sido prefaciada por dois dos furriéis milicianos do Grupo de Combate do Alf Mil Ferreira, na CCAÇ 1420 - O José da Silva Monteiro e o Carlos Luís Martins Rios. O Monteiro explica-nos por que é que Rumo a Fulacunda é sobretudo um hino à amizade...
Prometo em breve voltar a esta publicação, fazendo uma análise mais detalhada e crítica da obra. Este post pretende ser uma homenagem ao nosso camarada e, mais do que isso, um acto singelo de solidariedade. Ficam aqui duas sugestões: (i) ponham o livro do Rui no saco do Pai Natal; (ii) vamos propor ao Rui que aceite o nosso convite para, desde já, integrar a nossa tertúlia e autorizar-nos a publicação, no blogue, de um ou dois pequenos excertos do seu livro. Até lá, força, Rui!... Será um privilégio também podermos vir a ser considerados, por ti, como parte integrante da tua frota de amigos!...
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A obra pode ser adquirida através do editor ou no mercado livreiro: a Palimage (3) é uma jovem editora, criada em 1997, em Viseu, e é um caso de sucesso, pela quantidade e qualidade das obras que tem lançado, originais de autores portugueses, nos mais diversos domínios, desde a crónica da guerra colonial (como é aqui o caso), até à ficção, à poesia, à história, à sociologia, etc.
Já depois do encontro da Ameira, o Rui teve a amabilidade de me mandar, pelo correio, um exemplar da o seu livro, com um dedicatória que muito me sensibilizou. Não posso deixar de a reproduzir aqui, tanto mais que ela não é estritamente pessoal:
"Ao ilustre camarada e antigo combatente, Luís Graça, na esperança e na expectativa de o poder ajudar no muito que tem feito para não deixar cair no esquecimento o marco que influenciaria a vida colectiva dos Portugueses na segunda metade do Séc XX, que já lá vai - a guerra colonial.
"Com a alegria de quem sente renascer uma sã e leal amizade, no desejo de reviver os nossos vinte anos, e sentir o orgulho de termos sido o que fomos e o orgulho de o termos feito. Com um grande abraço do Rui A. Ferreira, Viseu, 23 /Out /2006".
Peço desculpa ao Rui se me enganei numa palavra ou outra. Habituado que estou à letra de médico, não tive grande dificuldade em decifrar a tua mensagem, escrita em letra muito miudinha e estilizada. Creio que captei bem a tua mensagem, que é um estímulo poderoso para todos nós, para toda a nossa tertúlia, e para todos os demais camaradas que combateram na Guiné, e que lutam pelo direito à memória...
O livro do Rui é já um best-seller, vai na segunda edição, e é neste momento o meu livro de cabeceira. O Rui, com duas comissões na Guiné, primeiro como Alferes Miliciano (CCAÇ 1420, 1965/67) e depois como Capitão Miliciano (CCAÇ 18, 1970/72), é um profundo conhecedor da Guiné e das suas gentes. Esta obra - apresentada pela editora como crónica de guerra (colonial) - tem, como particularidade, o facto de ser sido prefaciada por dois dos furriéis milicianos do Grupo de Combate do Alf Mil Ferreira, na CCAÇ 1420 - O José da Silva Monteiro e o Carlos Luís Martins Rios. O Monteiro explica-nos por que é que Rumo a Fulacunda é sobretudo um hino à amizade...
Prometo em breve voltar a esta publicação, fazendo uma análise mais detalhada e crítica da obra. Este post pretende ser uma homenagem ao nosso camarada e, mais do que isso, um acto singelo de solidariedade. Ficam aqui duas sugestões: (i) ponham o livro do Rui no saco do Pai Natal; (ii) vamos propor ao Rui que aceite o nosso convite para, desde já, integrar a nossa tertúlia e autorizar-nos a publicação, no blogue, de um ou dois pequenos excertos do seu livro. Até lá, força, Rui!... Será um privilégio também podermos vir a ser considerados, por ti, como parte integrante da tua frota de amigos!...
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Notas de L.G.:
(1) Vd. post de 12 de Julho de 2005 > Guiné 69/71 - CVII: Bibliografia de uma guerra (3) (Jorge Santos)
(2) Vd. post de 15 de Outubro de 2006 > Guiné 63/74 - P1177: Encontro da Ameira: foi bonita a festa, pá... A próxima será no Pombal (Luís Graça)
(3) Vd. auto-apresentação da Palimage:
"Quem somos
"Um livro: Um amigo... dedicado. A Palimage Editores foi fundada na cidade de Viseu em 1997. Resulta da concretização de um sonho antigo daqueles que pensam a edição e a divulgação do livro como um verdadeiro projecto de desenvolvimento cultural. A poesia e o romance, os trabalhos científicos, ensaios nas diversas áreas do saber e imagem são os géneros e temas que elege como principais objectos de publicação. Lentamente, livro a livro, a Palimage Editores vai conquistando o seu espaço na implantação sucessiva das obras editadas e na sua distribuição por todo o País e estrangeiro. Livros que marcam o panorama editorial pela qualidade e beleza dos seus conteúdos, pelo cuidado e atenção na forma, pelo rigor e talento das obras de investigação.
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