Blogue coletivo, criado por Luís Graça. Objetivo: ajudar os antigos combatentes a reconstituir o "puzzle" da memória da guerra colonial/guerra do ultramar (e da Guiné, em particular). Iniciado em 2004, é a maior rede social na Net, em português, centrada na experiência pessoal de uma guerra. Como camaradas que são, tratam-se por tu, e gostam de dizer: "O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande". Coeditores: C. Vinhal, E. Magalhães Ribeiro, V. Briote, J. Araújo.
sábado, 18 de novembro de 2006
Guiné 63/74 - P1288: Estórias de Bissau (5): saudosimos (Sousa de Castro)
Guiné > Zona Leste > Bafatá > Serviços dos Correios, Telégrafos e Telefones da Guiné > 12 de Junho de 1972 > Dois recibos comprovativos do envio de valores declarados.
Mensagem do Sousa de Castro (que me acaba de telefonar, depois de regressar a casa do trabalho, nos Estaleiros Navais de Viana do Castelo, e ver as notícias do dia no blogue)... Gosto sempre de lembrar que ele é o tertuliano nº 2, se calhar o principal responsável pela animação toda que vai nesta caserna, já desde há ano e meio... Bom, aproveito para lhe dar os parabéns por esse casamento que é sinónimo de amor eterno... Sempre admirei os camaradas que tinham a coragem de se casar na véspera do embarque para Guiné ou durante as férias, a meio da comissão... (LG)
Texto e fotos: © Sousa de Castro (2006)
Estava lendo as notícias do dia, no blogue, e achei curioso o Carlos Vinhal (1) apresentar várias facturas da vida em Bissau, nomeadamente gastos que fez em 1972. Fez-me lembrar que, estando eu a cumprir o meu dever de cidadão ao serviço da Pátria (como se dizia naquele tempo), consegui enviar para a minha esposa, em valor declarado, algum dinheiro que consegui juntar... Conforme documentos que anexo, fui a Bafatá, aos correios.
Guiné > Zona Leste > Sector L1 > Xime > CART 3494, BART 3873 (Jan 1972/ Abr 74) > Natal de 1972 > 1º Cabo TRMS Radiotelegrafista Sousa de Castro: tinha-se casado no verão de 1971.
Sim, eu casei na tropa, antes de ir para a Guiné, e este casamento ainda dura e durará. Abdiquei do meu direito às férias na Metrópole, gozei quinze dias em Bissau, em casa de um amigo sargento de TRMS, cá da minha terra, Vila Fria. Naquela altura achava eu (e ainda acho) que não fazia sentido vir à Metrópole gozar férias. Para mim tropa era tropa até ao fim.
Se me permitem digo-vos que, apesar de tudo, gostei de andar na tropa, conforme diz a canção: Anda prá frente, mostra que és gente e sabes andar na tropa....
Sousa de Castro
PS - Reparem na assinatura, a vermelho, da funcionária africana que me atendeu, nos correios de Bafatá.
______
Nota de L.G.:
(1) Vd. post de 17 de Novembro de 2006 > Guiné 63/74 - P1286: Estórias de Bissau (4): A economia de guerra (Carlos Vinhal)
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