Continuação do Supintrep, nº 32, de Junho de 1971, documento classificado, de que nos foi enviada uma cópia, em 18 de Setembro de 2007 pelo nosso camarada A. Marques Lopes, Cor DFA, na situação de reforma (1.
PAIGC - Instrução, táctica e logística (10): Supintrep nº 32, Junho de 1971 (Parte X) >
(I) ELEMENTOS SOBRE ORGANIZAÇÃO DEFENSIVA
(1) Tipos de abrigos utilizados pelo IN
Nas zonas em que a nossa aviação efectua bombardeamentos, o IN e a população sob o seu controle constroem abrigos a fim de se protegerem dos efeitos das bombas.
Os abrigos são do tipo variável havendo que destacar os construídos com terra e cibes bem como os que, segundo notícias, são construídos em cimento. Seguidamente são apresentados alguns tipos de abrigos utilizados:
(a) Tipo de casa encontrada na op CLEOPATRA, no acampamento de CANTUNCO
Legenda: Nível do terreno, Mosquiteiro, Cama...
(b) Abrigo encontrado no acampamento de CAFINE (1510.11.10 I2.53)
Legenda: Terra Batida, Túnel Inclinado, Paus, Corpos de (?)
(c) Barraca-abrigo detectada em CABOIANA
- Foi detectada na CABOIANA a construção de barracas-abrigos com as seguintes características: sobre uma cova de cerca de 2 metros de diâmetro e 70 cm de profundidade erguia-se um tecto cónico de folhagem e apoiado em 4 estacas implantadas na periferia da cova, deixando apenas uma fresta circular ao nível do terreno.
Admite-se a possibilidade destes abrigos poderem ser utilizados com a seguinte finalidade:
- habitação;
- abrigo contra bombardeamento e artilharia;
- abrigo defensivo para atirador em caso de ataque ao acampamento por força de assalto.
Nota: poderá também transformar-se em espaldão para morteiro
(d) Abrigo utilizado na Ilha de COMO (declaração de um capturado)
Legenda: Terra, Cibes, 170 cm...
Declarações do capturado SOINA MANCHALÉ referem que na Ilha de COMO, dentro do mato, o IN tem abrigos, o mesmo sucedendo nas tabancas da população bem como naquelas que ficam na orla da mata e perto das bolanhas. Os abrigos são cavados até uma profundidade de mais ou menos 1,70 m e cobertos com cibes de palmeira, levando por cima uma camada grande de terra.
O aspecto dos abrigos, junto à orla da mata, é a indicada no esquema seguinte:
(2) Posição defensiva de um grupo de infantaria
COMENTÁRIO: O esquema aoresentado representa um grupo de infantaria ocupando uma posição numa extensão de 500 metros.
Vêem-se três trincheiras de combate na periferia da posição, com itinerários para a rectaguarda, os quais convergem no ponto em que se encontra o comando. Este local é defendido por trincheiras de combate. Entre as trincheiras que guarnecem a frente da posição para o CAN/SR e para a metralhadora pesada. Para a rectaguarda da posição vêem-se duas trincheiras provavelmente para instalação de uma segurança à rectaguarda e ainda dois pontos de observação. A frente da posição está minada, como o referem as indicações do croquis.
(3) Organização defensiva duma base IN
COMENTÁRIO: O esquema representa uma organização defensiva periférica de uma base IN.
Verifica-se a existência de postos de observação e posições fora da periferia da base, assinalando-se também a existência de duas patrulhas de reconhecimento.
No centro da base está instalado o comando junto do posto de rádio, estando também assinaladas posições para as armas pesadas.
(3) Outras características defensivas, segundo declarações de BIEM SAMBÉ:
Croquis da base de INJASSANE (1500 1140 B3-93)
Legenda: Escola, Enfermaria, Casa de Mário Sousa Delgado, Casa, (...), Canhão s/r,
Croquis da Base de GÃ FORMOSO (1515 1150 A4-23)
Legenda: Abrigo colectivo à prova, Abrigo colectivo a céu aberto, Caminho, Casa do Comandante da Base, Sentinela, Palhota, Canhão s/r, Enfermaria, (...)
_________
Nota de L.G.:
(1) Vd. postde 13 de Fevereiro de 2008 Guiné 63/74 - P2535: PAIGC - Instrução, táctica e logística (9): Supintrep nº 32, Junho de 1971 (IX Parte): Defesa anti-aérea (A. Marques Lopes)
Blogue coletivo, criado por Luís Graça. Objetivo: ajudar os antigos combatentes a reconstituir o "puzzle" da memória da guerra colonial/guerra do ultramar (e da Guiné, em particular). Iniciado em 2004, é a maior rede social na Net, em português, centrada na experiência pessoal de uma guerra. Como camaradas que são, tratam-se por tu, e gostam de dizer: "O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande". Coeditores: C. Vinhal, E. Magalhães Ribeiro, V. Briote, J. Araújo.
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