Foto nº 1 > A ponte sobre o Rio Tâmega, em Amarante, com a igreja e o convento de São Gonçalo ao fundo, já na margem direita...
Foto nº 2 > Lápide comemorativa do 1º centenário da defesa da ponte de Amarante (1809-1909). Reza assim: "As diminutas tropas que sob o comando do general Silveira foram, dispostas em defesa d'esta ponte, resistiram heroicamente durante 14 dias aos sucessivos ataques de fortes colunas francesas, até que, destruído o entrincheiramento principal por um singular estratagema, houveram de retirar-se em 2 de maio de 1808, indo continuar a luta em Trás-os-Montes. Em honra do notável feito e mandada colocar esta lápide comemorativa".
Foto nº 3 > Outra vista da ponte e do centro histórico de Amarante
Foto nº 4 > Placa a meio da ponte
Foto nº 5 > Marcas dos combates de 18 de abril a 2 de maio de 1809 na parede exterior da igreja do convento de São Gonçalo
Foto nº 6 > Igreja do convento de São Gonçalo: detalhe exterior
Foto nº 7 > Ponte sobre o Tâmega, visto da margem direita
Foto nº 8 > Relógio da igreja do convento de São Gonçalo
Foto nº 9 > Ponte e igreja do convento de São Gonçalo, vistos da margem esquerda
Foto nº 10 > A ponte vista da margem direita
Foto nº 11 > Rio e ponte, vistos da margem direita (1)
Foto nº 12 Rio e ponte, vistos da margem direita (2)
Foto nº 13 > Rio e árvores seculares
Foto nº 14 > Hotel da Casa da Calçada
Foto nº 15 > Ruínas do solar dos Magalhães, a primeira casa nobre a ser incendiada pelos franceses como retaliação à resistência dos portugueses
Foto nº 16 > Historial do solar dos Magalhães
Amarante > Agosto de 2016 >
Fotos (e legenda): © Luís Graça (2016). Todos os direitos reservados [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]
1. Terceira (e última parte) dos apontamentos de uma visita, de um dia de verão, a Amarante... O Rio Tâmega e as suas pontes... Aqui uma pessoa (e não precisa de ser poeta) dá-se conta da importância e da beleza de uma ponte... Física (como a ponte de Amarante) ou simbólica (como o nosso humilde blogue)...
Aqui, em Amarante, nasceu o convento de São Gonçalo e à sua sombra dele, desenvolveu-se um importante local de religiosidade popular e de peregrinação... Aliás, primeiro apareceu o santo, que era minhoto (séc. XIII).
Mas esta bonita terra (que eu conheci em 1975) só é sede de concelho depois da reforma administrativa de 1855.
O concelho de Amarante tem mais de 300 km2 e a sua população ultrapassa os 56 mil, segundo o último censo (2011). É um território charneira, sendo o município limitado a norte pelo concelho de Celorico de Basto, a nordeste por Mondim de Basto, a leste por Vila Real e por Santa Marta de Penaguião... A sul, é ladeado por Baião, Marco de Canaveses e Penafiel, a oeste por Lousada e a noroeste por Felgueiras.
Pela reforma administrativa de 1855, Amarante agregou a maioria das freguesias dos extintos municípios de Gouveia, Gestaçô e Santa Cruz de Ribatâmega, e ainda algumas de Celorico de Basto.
A cidade reclama-se o título de "princesa do Tâmega"... (O nosso poeta e grã-tabanqueiro Luís Jales de Oliveira é capaz de "ranger os dentes" quando ler este poste; mas não... sei que é também um apaixonado por Amarante...).
A célebre ponte de São Gonçalo (que foi reconstruída em finais do séc. XVIII), é uma das mais célebres de Portugal e um verdadeiro ícone da cidade, por ter sido palco, durante 14 dias, de 18 de abril a 2 de maio de 1809, de encarniçada e heróica luta das populações e tropas portuguesas contra as tropas napoleónicas em retirada para Trás-os-Montes, na sequência da Segunda Invasão Francesa a Portugal (Guerra Peninsular, 1807-1814).
O gen Silveira (mais tarde nobilitado com o título de "conde de Amarante") e as suas tropas (incluindo milícias e civis mal armados) entrincheiravam-se na margem esquerda (fotos nº 3, 9 e 14), barrando a saída dos franceses em fuga, em direção à fronteira...
A resistência durou 14 dias... O comando luso-britânico esteve alojado na antiga Casa da Calçada (foto nº 14), entretanto bombardeada e incendiada pelos franceses que acabam por conseguiram romper as defesas portuguesas, em 2 de maio.
O gen Silveira reconquistou a ponte de Amarante a 12.
Ainda hoje há marcas da violência dos combates (foto nºs 5, 15, 16). Os portugueses terão perdidos mais de 200 homens e 10 peças de artilharia. Das baixas francesas não rezam as crónicas.
Recorde-se que a II Invasão Francesa, sob o comando do gen Sout, começa com a conquista de Chaves (6 de março de 1809), a que se seguiu Braga (20 de março) e depois Porto (29 de março),.. É nesta ocasião a tragédia da ponte das barcas...
A segunda tentativa de Napoleão conquistar e ocupar o nosso país durou apenas 4 meses... A resistência popular foi heróica...
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Nota do editor;
Vd. Últimos postes da série >
7 de setembro de 2016 > Guiné 63/74 - P16457: Os nossos passatempos de verão (11): "Amarante, princesa do Tâmega" - Parte I: A terra natal de um génio, Amadeo Souza-Cardoso