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segunda-feira, 13 de maio de 2024

Guiné 61/74 - P25518: Notas de leitura (1691): BART 3873 - História da Unidade - CART 3492 / CART 3493 / CART 3494 - O Sector L1 de 1972 a 1974, e as minhas lembranças de 1968 a 1970 (Mário Beja Santos)


1. Mensagem do nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil Inf, CMDT do Pel Caç Nat 52, Missirá, Finete e Bambadinca, 1968/70), com data de 11 de Novembro de 2022:

Queridos amigos,
O ter finalmente lido por inteiro a história do BART 3873 sacolejou-me algumas memórias, daí este meu atrevimento em comparar, sem fazer juízos de valor, o que era o setor de Bambadinca entre 1968 e 1970, onde combati e este período correspondente aos últimos anos da guerra. Que houve mais dinheiro houve para intensificar a africanização da guerra, a formação de milícias em Bambadinca, surpreendeu-me o descontentamento da população civil em Madina e a sua aproximação ao Enxalé, dei mesmo comigo a pensar os ralhetes que recebi quando insistia na aproximação entre Enxalé e o regulado do Cuor, a minha área de missão, tínhamos a mesma força hostil, ainda por cima o Enxalé não tinha condições para fazer qualquer dissuasão à travessia do Geba pelas forças do PAIGC, entre São Belchior e o Enxalé. 

PMais escolas, mais mesquitas, mais assistência, os grupos de milícias a crescer como cogumelos e recordo o que me era dado e arregaçado, a pedincha permanente para ter materiais de construção civil, pagar a dois professores; e quartel em Mato de Cão, evitando as deslocações diárias de Missirá, com o ponto curioso de que o Pel Caç Nat 52, de que fui comandante, ter ido para Mato de Cão para ser flagelado e ouvir, não muito longe, as embarcações civis a ser flageladas em Ponta Varela.

 Outros tempos, gostei muito de ler esta história de unidade e reviver o que passei através do que outros passaram, uns anos mais tarde. Como o Luís Graça participou nesta história, entre 1969 e 1971, seria bom que também nos desse umas dicas sobre o tempo que viveu e este tempo do BART 3873.

Um abraço do
Mário



O Setor L1 de 1972 a 1974, e as minhas lembranças de 1968 a 1970

Mário Beja Santos

Tive finalmente acesso à história do BART 3873, ativo no chamado Setor L1, onde também vivi 2 anos em cheio, leitura que me foi facultada pela Biblioteca da Liga dos Combatentes. Muito se tem escrito no blogue à volta desta história de unidade, pretendo exclusivamente, e de memória, comparar o setor ao tempo em que ali vivi.

 O Geba já era crucial como via de transporte, não se circulava por estrada de Jugudul até Bambadinca, circulação interrompida, em anos anteriores a atividade do PAIGC limitara a circulação para Porto Gole e Enxalé, passei 17 meses no regulado do Cuor, só em expedição militar é que podia ir até ao Enxalé, municiava-me e abastecia-me de Bambadinca para a bolanha de Finete, cerca de 4 quilómetros de montanha-russa até à povoação, mais 15 ou 16 até Missirá; quando tudo estava alagado, entre Sansão e Canturé, socorríamo-nos de um Sintex entre Bambadinca e Gã Gémeos, havia um arremedo de porto aqui; não havia destacamento em Mato de Cão, para evitar minas e sobretudo emboscadas foram delineados 6 itinerários tudo a pé, com sol ou chuva, minas não houve nem emboscadas, fez-se constar no mercado de Bambadinca que só por bambúrrio da sorte é que seriamos encontrados; Mero era então local de abastecimento do PAIGC, vinham de Madina/Belel habitualmente colunas civis, com armamento rudimentar (espingarda Simonov), atravessavam o Geba mais ou menos entre Canturé e a norte de Finete, usavam o bombolom para se anunciar, deixavam indícios, desde as bostas de vaca, granadas, carregadores, pegadas, aí sim, tivemos vários recontros; patrulhava-se o regulado até perto de Queba Jilã, nas primícias do corredor do Oio, cedo aprendi que qualquer confronto podia trazer feridos, vivi uma experiência muito amarga dentro de Chicri, num caminho que dava a Madina, um apontador de dilagrama acidentou-se, houve muito sofrimento, muita angústia; mas a população de Madina também atravessava para os Nhabijões, apanhámos várias embarcações escondidas no tarrafo, e quando fomos transferidos para Bambadinca, nos patrulhamentos na região de Samba Silate também encontrámos canoas, destruíamos e eles faziam outras; nunca houve qualquer ataque a barcos em Mato de Cão, alguns em Ponta Varela, já em Bambadinca perguntei ao comandante e ao major de operações por que é que não se queria repensar a quadricula, sugeri dois pelotões no Xime, um destacamento em Ponta Varela e outro na Ponta do Inglês, o PAIGC estava estrategicamente implantado num ponto pouco acessível entre Baio e Burontoni, no Poidom, na Ponta Luís Dias, em Mina, Galo Corubal e Tabacutá, eram bolanhas muito férteis, indispensáveis para o abastecimento civil e militar do PAIGC, íamos, fazíamos uma destruição, o PAIGC reconstruía, nunca largou mão deste extenso território que foi ocupado no segundo semestre de 1963 por Domingos Ramos, que irá morrer em Madina do Boé; iniciou-se no meu tempo a construção do ordenamento dos Nhabijões, construção modelar, exigia patrulhamento, só mais tarde apareceram minas e incursões do PAIGC; Amedalai já tinha milícia, que dava segurança até na linha de tabancas Taibatá-Demba Taco-Moricanhe, é do meu tempo o abandono de Moricanhe, que veio a ter reflexos na região do Xitole.

Havia uma imensidade de tabancas com predomínio de população Fula, lembro Bricama e Santa Helena, já na margem esquerda do Geba, íamos regularmente a Galomaro, Madina Xaquili, ao regulado de Badora, onde pontificava o régulo Mamadú Bonco Sanhá, deslocava-se de Madina Bonco até Bambadinca numa motocicleta, fardado a rigor, os seus galões de tenente a luzir, sempre de óculos escuros e muito cortês.

Lendo cuidadosamente a história do BART 3873, no essencial eram as mesmas povoações de 4 anos antes, creio que Galomaro mudou de setor. Os efetivos de Bambadinca são os mesmos, havia rotatividade nos Nhabijões bem como na ponte do rio Undunduma, um pelotão em Fá Mandinga, no meu tempo ainda não havia instrução de milícias em Bambadinca, fiquei satisfeito quando vi Enxalé no Setor L1, tinha toda a lógica, bem perto do Xime, o mesmo dispositivo do PAIGC que afetava o Cuor, argumentei, sem êxito, a aproximação entre o Cuor e Enxalé, respondiam-me sempre que eu me metesse na minha vida. 

Observo da leitura da história da unidade que as coisas tinham mudado em Madina, a população sob alçada do PAIGC mostrava descontentamento e apresentava-se no Enxalé; a descrição de minas antipessoal e anticarro é impressionante, o PAIGC usava-as em todos os pontos do setor; Mero terá igualmente mudado de posição, vejo neste documento que já havia um pelotão de milícias, a população estava contente com a presença das nossas tropas; apareceu um elevado número de forças de milícia, posso constatar que se intensificou no setor a africanização das nossas Forças Armadas; deve ter havido mais dinheiro para todo este processo da africanização que levou também a reocupação de posições como Samba Silate, que era considerada a bolanha mais fértil de todo o leste da Guiné; vejo com estranheza muitos recontros perto do Xime, na região de Gundaguê Beafada – Madina Colhido, o que significa que a força instalada em Baio/Burontoni tinha elevada capacidade ofensiva, das vezes que me coube sair do Xime para a Ponta do Inglês, flanqueava pelas matas próximas do Corubal, cheguei mesmo a aproveitar os caminhos de terra batida frequentados assiduamente pela população do Poidom.

Dou igualmente comigo a pensar como é lamentável não podermos trocar informação com os dispositivos efetivos do PAIGC na região. Os arrozais eram fundamentais para o sustento de civis e de tropa, no fundo do Corubal o PAIGC movimentava-se com imensa facilidade, dava os seus sinais de vida flagelando Mansambo e o Xitole e mesmo a ponte do rio Pulon, mas só para provar que estava ativo. 

Quando se desencadeou a operação Grande Empresa, ou seja, a ocupação do Cantanhez, houve deslocação de efetivos do PAIGC, nessa altura já estavam a posicionar-se na região do Boé (completamente desocupada pelas nossas tropas desde fevereiro de 1969), terão vindo efetivos de outros lugares, questiono, de acordo com a leitura que faço desta história de unidade que as operações abaixo do Poidom, a Mina e Galo Corubal foram quase passeios, recordo o estendal de tropas para a operação Lança Afiada, Hélio Felgas congeminara a limpeza de toda aquela margem do Corubal, 12 dias de inferno e a tropa de rastos, apanharam os velhotes e uns canhangulos.

Não surpreende não ter havido ataques a Bambadinca, só seria possível passando o rio de Undunduma, era essa a missão destinada ao pelotão de vigilância. Mas surpreende-me a intensidade de ataques em Ponta Varela, parece-me um contrassenso quando se escreve que havia patrulhamentos regulares nesta região.

Não estou habilitado a tirar conclusões se a situação melhorou ou piorou no setor, deu-se a africanização, construíram-se infraestruturas, aumentou o apoio às populações civis, vejo que Finete sofreu uma grande flagelação. 

Pode dizer-se que o BART 3873 regressa pouco tempo antes do 25 de Abril, foi substituído pelo BCAÇ 4616, que terá tido uma guerra de sonho. E que havia mais dinheiro havia, vejo que no Natal de 1973 se pagou o 13º mês. E acompanhei com muito carinho o itinerário do Pel Caç Nat 52, combativo até ao fim, em dezembro de 1973 travou contacto com um grupo de 15 elementos.

Volto a questionar-me se virá a ser possível um dia juntarmos a nossa documentação com a do PAIGC para que a guerra ganhe mais clareza para as futuras gerações destes dois países.

A dimensão aproximada do Setor L1, onde atuou o BART 3873
Confraternização no Xime na messe de sargentos, CART 3494, ao fundo à esquerda o nosso confrade António José Pereira da Costa, então capitão, outubro de 1972
Os CTT de Bambadinca, quando visitei a povoação, em 2010, já estava em grande degradação
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Nota do editor

Último post da série de 10 DE MAIO DE 2024 > Guiné 61/74 - P25504: Notas de leitura (1690): Factos passados na Costa da Guiné em meados do século XIX (e referidos no Boletim Oficial do Governo Geral de Cabo Verde, anos 1850 e 1851) (2) (Mário Beja Santos)

sábado, 5 de julho de 2014

Guiné 63/74 - P13367: História do BART 3873 (Bambadinca, 1972/74) (António Duarte): Parte I: Distribuição da população e dispositivo das NT e do IN no setor L1


Guiné > Zona leste > Setor L1 > Bambadinca > 1970 > Uma excelente foto aérea do quartel e posto adminidtrativo de Bambadinca, tirada de heli AL III, do lado da pista (e do campo de futebol)... Ao fundo, vê-se uma parte da extensa bolonha de Bambadinca.

Foto: © Humberto Reis (2006). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem: L.G.]











1. O António Duarte, ex-fur mil da CART 3493 / BART 3873, Mansambo, Fá Mandinga, Cobumba e Bissau, 1972/74), esteve também na CCAÇ 12 (em 1973/74) [foto atual à esquerda,].

O António Duarte é um membro sénior da nossa Tabanca Grande, acompanha-nos, pelo menos, desde 11/5/2006,  mas sempre com grande discrição.  Economista, é quadro superior bancário, refoirmado, e tem participado ativamenmte, nos últimos tempos,  na formação de quadros bancários em Angola. Encontrámo-nos  em novembro passado no aeroporto de Lisboa a caminho de Luanda, onde fomos no mesmo avião da TAP.

Teve a gentileza de me mandar uma cópia, em pdf, da história do BART 3873 (Bambadinca, 1972/74), que veio render o BART 2917 (Bambadinca, 1970/72), o qual por sua vez substituiu o primeiro batalhão ao qual o pessoal da CCAÇ 12  esteve adido como subunidade de intervenção (BCAÇ 2852, Bambadinca, 1968/70).

Temos trocado  impressões um com o outro  não só  sobre a "nossa" CCAÇ 12 (, ele pertenceu à 3ª geração de quadros da CCAÇ 12, de 1973/74, de rendição individual, e eu à primeira, 1969/71) como sobre o BART 3873.  O António Duarte participou em operações como a Op Trampolim Mágico. Comprometeu-se, há dias,  a escrever alguns apontamentos sobre esta dramática operação, logo que venha de Luanda para onde parte este sábado.

Da história desta unidade, o BART 3873,  vamos selecionar e publicar alguns excertos com informação relevante não só para os camaradas (e são muitos!) que estiveram no importante setor L1 (a porta de entrada da zona leste) como para os muitos mais que por lá passaram, vindos de LDG (de Bissau até ao Xime ou até Bambadinca) a caminho dos restantes setores do leste: L2 (Bafatá), L3 (Nova Lamego), L4 (Piche), L5 (Galomaro) e  L6 (Pirada).(LG)


2. BART 3873 (Bambadinca, 1972/74) > História da Unidade > Cap II > pp. 1-7 + mapas 1, 2, 3 e 4










terça-feira, 15 de outubro de 2013

Guiné 63/74 - P12154: A guerra vista do outro lado... Explorando o Arquivo Amílcar Cabral / Casa Comum (2): Mensagem assinada pelo comandante do setor 2 da Frente Leste, Mamadu Indjai, sobre a emboscada em Ponta Coli, na estrada Bambadinca-Xime, em 18/4/1969, aos pelotões de mílicias de Taibatá, Demba Taco e Amedalai, e que foi conduzida pelo comandante de bigrupo Mário Mendes


Guiné > Zona leste > Setor L1 (Bambadinca > Subsetor do Xime > Carta do Xime (1955) > Escala 1/50 mil > O traçado a vermelho indica a antiga estrada Xime-Bambadinca, passando por Taliuara, Ponta Coli, Amedalai, ponte do Rio Udunduma... Em abril de 1969 ainda não estava em construção a nova estrada, a cargo da Tecnil, que só será inaugurada em 1972... Na sempre temível Ponta Coli, houve várias emboscadas, como aquela que é referida neste poste, contra dois pelotões de  mílícas (destacadsos em Taibatá e em Demba Taco)...

Em abril de 1969, era o BCAÇ 2852 que tinha a seu cargo a defesa do Setor L1 (Bambadinca), incluindo o subsetor do Xime. Grosso modo, o Setor L1, com exceção do regulado do Enxalé e da parte oeste do regulado do Cuor, correspondia,  na divisão territorial do IN,  ao Sctor 02, da Frente Leste, também conhecido por região do Xitole (em 1970, Frente Xitole/Bafatá), com sede na região de Mina/Fiofioli.

Infografia: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (2013).

1. Transcrição de uma mensagem do PAIGC, assinada por Mamadu Indjai (comandante de setor, futuro conspirador contra Amílcar Cabral, sendo, depois do assassinato do líder histórico, em Conacri,  preso,  julgado e fuzilado em 1973) sobre uma emboscada realizada na estrada de Bamabadinca-Xime, em 20/4/1969, e que foi comandada por Mário Mendes e Sampui.

O comunicado é manuscrito em papel de bloco, liso. O conteúdo é o habitual nestas mensagens: lacónico e sem preocupações de rigor factual. Apesar da baixa literacia dos seus comandantes, Amílcar Cabral exigia que eles escrevessem em português. E esse é um facto que deve ser aqui sublinhado.

O dia desta emboscada, na Ponta Coli,  parece estra errada: será a 18 e não a 20/4/1969. Segundo a versão das NT (neste caso o BCAÇ 2852), não terá havido baixas entre os dois pelotões de milícias emboscados.  Mas ficamos a saber que Mário Mendes já combatia, em 1969,  no Setor  2 (Xitole), da Frente Leste, ao tempo do Mamadu Indjai.  e que sobrevive a este, gravemente ferido em agosto de 1969.  Mário Mendes será abatido pelas NT em maio de 1972.


Comando Sul

MSG [Mensagem] – No dia 20/4/69 os combatentes do Partido realizaram emboscada na estrada entre  Bambadinca / Xime onde os inimigos sofreram muitas baixas humanas de [entre] feridos e mortos. Por nosso lado não houve nada mal. Foi dirigido[a] por Mário Mendes e Sanpui  [Sampui] na SA  [?] Sector Dois – Mamadu Indjai.
 29/4/69

[Revisão/fixação de texto: editor L.G.]

Fonte:

(1969), "Mensagem - Comando Sul", CasaComum.org, Disponível HTTP: http://hdl.handle.net/11002/fms_dc_40645 (2013-10-15)

Casa Comum
Instituição: Fundação Mário Soares
Pasta: 07200.170.050
Título: Mensagem - Comando Sul
Assunto: Comunicado de Mamadu Indjai sobre a emboscada do PAIGC na estrada entre Bambadinca e Xime, dirigida por Mário Mendes e Sampui na Sa (Sector 2).
Data: Terça, 29 de Abril de 1969
Observações: Doc. incluído no dossier intitulado Diversos. Guias de Marcha. Relatórios. Cartas dactilografadas e manuscritas. 1960-1971.
Fundo: DAC - Documentos Amílcar Cabral
Tipo Documental: Documentos

2. Reprodução de excertos das pp. 64 e 75 da História do BCAÇ 2852 (Bambadinca, 1968/70) sobre a actividade IN no mês de abril de 1969. (REcorde-se que a grande Op Lança Afiada, tinha sido realizada um mês antes, em março de 1969).

A emboscada referida na mensagem acima reproduzida deve ter sido.  não a 20, mas 18 de abril de 1969, às 7h00, na zona de Ponta Coli, no troço estrada Bambadinca -Xime, entre Amedalai e o Xime. As forças emboscadas foram dois pelotões de milícias, o Pel Mil  nºs 104 (sediado em Taibatá, com 1 secção em Amedalai) e o Pel Mil 105 (destacado em Demba Taco, com uma secção em Amedalai).






terça-feira, 23 de novembro de 2010

Guiné 63/74 - P7322: A minha CCAÇ 12 (8): O armamento do PAIGC no meu sector L1 (Bambadinca, 1969/71)





Um curioso manuscrito de Amílcar Cabral, com o croquis da Frente Leste, Sector 2, Área de Xime.  S/d. Arquivo Amílcar Cabral. Fundação Mário Soares... Clicar aqui para aceder à explicar deste documento.

Imagem digitalizada e reproduzida com a devida vénia...

Fonte: Fundação Mário Soares: Arquivo Amílcar Cabral. Bissau, Cidade da Praia, Lisboa. Lisboa: Fundação Mário Soares. 2005. p. 13.







Guiné > Zona Leste > Sector L1 > Bambadinca > CCAÇ 12 (1969/71) >  Cambança de uma bolanha, na região do Xime... Foto possivelmente tirada ainda em 1969, no final da época das chuva, que foi também de intensa actividade operacional... Infelizmente não tenho as legendas das magníficas imagens (originalmente diapositivos convertidos para formato digital) que o Arlindo Roda teve a gentileza de me mandar, através do Benjamim Durães (CCS / BART 2917, 1970/72). Em primeiro plano, o Fur Mil At Inf Roda, o Alf Mil Op Esp Francisco Moreia (comandante do 1º Gr Comb) e, senão me engano, o Sold nº 82105369 Mamadu Silá, Ap LGFog 3.7, que pertencia à 2ª secção do 1º Gr Comb, comandada pelo Fur Mil At Inf, Joaquim João dos Santos Pina, ilusionista, acordeonista, algarvio de Silves (mais tarde, dois ou três depois, ferido em combate).


Foto: © Arlindo T. Roda  (2010) / Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné. Todos os direitos reservados




1. No Sector L1, na Zona Leste da Guiné, ao tempo da 1ª comissão da CCAÇ 12 (Maio de 1969/Março de 1971) (*), o armamento utilizado pela guerrilha do PAIGC (o IN, para abreviar e em linguagem dos nossos relatóriso) era equivalente (ou até ligeiramente superior) ao nosso.


Esse armamento era praticamente todo de origem soviética, produzido na ex-URSS ou noutros países do então bloco soviético. Mas também de origem chinesa. De facto, recordo-me de termos também apreendido material de fabrico chinês (por exemplo, granadas de RPG).


Na época, e pelo menos na Zona Leste, o IN não dispunha, naturalmente, de meios aéreos ou navais (para além de botes de borracha, no Rio Corubal) nem de artilharia pesada. Não me consta, por exemplo, que tivesse antiaéreas, apenas referenciadas no meu tempo nas zonas fronteiriças, no norte e no sul (Parece que a metralhadora mais usada pelo PAIGC era a ZPU-4, uma arma de quatro canos, de calibre 14.5, de fabrico soviético, instalada em reboque).


De uma maneira geral, um bigrupo (40 a 50 guerrilheiros) estava equipado com o seguinte armamento ligeiro:


(i) pistolas-metralhadoras PPSH, de calibre 7.62, de origem russa (as famosas e enervantes costureirinhas): não tinha equivalente nas NT, já que no mato não usávamos a pistola-metralhadora fabricada na FBP; a PPSH (ou Shpagin) tinha uma cadência de tiro 700/900 por minuto, e usava dois tipos de carregadores: um circular (tambor) e outro curvo [, imagem à esquerda, crédito fotográfico: Nordik Institute of Africa, Suécia];


(ii) espingardas automáticas Kalashnikov , dotadas de carregadores curvos de 30 munições de 7.62 (com uma cadência de tiro, portanto, superior à nossa G-3, que dispunha de carregadores de 20 munições, de 7.62); era considerada uma arma de elite, pelo que nem todos os combatentes do PAIG a podiam usar;


(iii) espingarda semiautomática Simonov, também de origem russa e do mesmo calibre, dotada de uma baioneta extensível (era vulgar encontrar-se nos acampamentos do IN, sendo mais utilizada por elementos da população em autodefesa, nas áeras controladas pela guerrilha);


(iv) metralhadoras ligeiras Degtyarev, também de calibre 7.62, com tambor (não sei se eram melhores ou piores que a nossa HK-21, de fita, que encravava com alguma facilidade, nas difíceis condições do mato, debaixo de fogo, com o calor, com a chuva, com o pó...);


(v) 2 morteiros 60;


(v) vários RPG-2 ou RPG-7 (O RPG é um lança-granadas-foguete equivalente à bazuca, mas mais flexível e mais leve).






A Kalash, a famosa AK-47, desenhada pelo russo Mikhail Timofeevich Kalashnikov (nascido em 1919) equipava na altura todos os exércitos de guerrilha do mundo, além dos exércitos do Pacto de Varsóvia. Até meados dos anos 90 calcula-se que se tenham fabricado mais de 70 milhões de AK-47, de acordo com o modelo oficial ou em versões pirateadas.


Esta arma, a AK-47,  continua no imaginário de todos os ex-combatentes da Guiné. Recordo-me de em Bambadinca, no regresso da operação de invasão a Conakry (Op Mar Verde, 22 de Novembro de 1970), alguns graduados da 1ª Companhia de Comandos Africanos, sediada em Fá Mandinga (de que era régulo o tuga Jorge Cabral, entretanto já en Missirá, se não me engano) andarem a oferecer-nos kalash, que faziam parte parte dos seus roncos, pelo preço de três ou quatro garrafas de uísque velho ou dez de uísque novo (500 pesos). No entanto, no confronto com a kalash, um experimentado combatente, comando, como o nosso camarada Mário Dias não tinha dúvidas em escolher a nossa G-3 [, imagem acima].




2. Segundo informações de um prisioneiro feito pelas NT, na região do Xime, já aqui referido várias vezes, de seu nome Malan Mané,  em Julho de 1969 o grupo especial de roqueteiros da zona do Poidon que se deslocavam todas as manhãs para Ponta Varela a fim de atacar as embarcações em circulação no Rio Geba e/ou defender a entrada do Rio Corubal, dispunham de seis lança-granadas RPG-2 (, o que quer dizer que o RGP-7 ainda não tinha chegado à Frente Leste, ou pelo menos ao chamado sector 2).


O RPG (em inglês, rocket-propelled grenade launcher), e sobretudo o RPG-7, era a arma mais temida pelos nossos soldados não só nas emboscadas, nas estradas e picadas, como sobretudo no mato, nas emboscadas em L.


O RPG-2 (, imagem à direita,] era uma arma anticarro, de fabrico soviético. O carregamento da granada, de formato cónico, era feito pela boca. O calibre do tubo, era de 40 mm. E o da granada, 82 mm. O seu alcance, contra pessoal, não ia além dos 150 metros. O RPG-7 era já mais sofisticado do ponto de vista tecnológico: o seu sistema de autodestruição da granada permitia que fosse disparada para o ar, tal como o nosso dilagrama, provocando uma chuva de terríveis estilhaços.


As mortíferas lâminas de aço dos rockets foram responsáveis pela maior parte das 15 baixas (6 mortos e 9 nove feridos) sofridas pelas NT no decurso da Operação Abencerragem Candente, que sofremos a caminho da Ponta do Inglês, em 26 de Novembro de 1970, vai agora fazer 40 anos (!),


Tanto o RPG-2 como o RPG-7 também eram muito eficazes contra as nossas viaturas, embora  não tivessemos viaturas blindas de jeito (No Sector L1, havia apenas um Pel Rec Daimler, praticamente inoperacional: desculpa, Jaime Machado, desculpa, Zé Luís Vacas de Carvalho, vocês fizeram das tripas da coração ...). 


Contra alvos fixos o RPG era eficaz até 50/100 metros (O RPG-7 tinha mais alcance: 500 metros). Muito certeiro e de fácil manejo, o RPG era muito mais adequado àquele tipo de terreno (floresta tropical e savana arbustiva, de capim alto e denso) e de guerra (de guerrilha) do que o nosso lança-granadas, a pesada bazuca americana de 8.9, uma clássica arma anti-tanque... O mais caricato é que as NT só dispunham de munições anti-carro (!). Devido ao seu peso, o transporte das granadas de bazuca, sobretudo em operações no mato, eram um problema, pelo que era frequente recorrer-se a carregadores nativos. A CCAÇ 12, logo em 1969 (no 2º semestre), passou a usar o lança-granadas dos pára-quedistas, de calibre 3.7, conforme documenta a imagem, do Arlindo Tê Roda.


Em cada um dos grupos de combate da CCAÇ 12 havia pelo menos um ou dois apontadores de dilagrama (dispositivo de lançamento de granadas de mão). Mas esta arma não gozava das nossas simpatias, por ser perigosa e embora muito eficaz: a primeira morte a que assisti, a meu lado, a do Ieró Jaló, do 1º Grupo de Combate foi causada por um dilagrama (Região do Xime, Op Pato Rufia, 7 de Setembro de 1969, como já aqui descrevi). [Imagem à esquerda, o nosso querido amigo e camarada Torcato Mendonça, em Mansambo, 1968, com a G3 pronta a disparar um dilagrama, e à cintura, com uma granada de mão defensiva].


A granada do dilagrama era uma granada de mão defensiva, m/963, sendo montada em suporte com um encaixe oco que se adaptava no cano da espingarda automática G-3. No seu lançamento usava-se um cartucho de salva (sem bala). Para o disparo tirava-se o carregador e introduzia-se manualmente o cartucho de salva. Este compasso de espera, aliado à impossibilidade temporária do uso da G-3 e ao risco do seu manuseamento, tornaram o dilagrama uma arma muito impopular entre as NT.


Nos ataques e flagelações às nossas posições fixas (aquartelamentos do exército, destacamentos de milícia, tabancas em autodefesa), os guerrilheiros utilizavam frequentemente o não menos temível canhão sem recuo (75, de origem chinesa, e 82, de origem soviética). Por razões logísticas e de transporte, era armas sobretudo utilizadas em ataques planeados (por exemplo, contra Bambadinca, em 28 de Maio de 1969). Tal como o morteiro 82, com um alcance de 3 km. Estas armas pesadas equipavam os grupos de artilharia, referenciados em Mangai, junto ao Rio Corubal, e Madina/Belel, no regulado do Cuor, a norte do Geba. (Vd. mapa do Sector L1, Bambadinca).


Os grupos especiais do IN, quer de artilharia (canhão sem recuo e morteiro 82) quer de RPG, eram extremamente móveis. Em contrapartida, as NT praticamente não usavam (ou usavam pouco) o canhão sem recuo (pelo menos no meu sector: havia um referenciado no Saltinho, que causaria a morte do Sargento Parente).


Por vezes o IN utilizava também a metralhadora pesada Goryunov, de calibre 7.62, que também podia ser usada como antiaérea. E sobretudo a Degtyarev, de origem russa, mas de calibre 12.7, equivalente à nossa Breda ou à nossa Browning (que estava instalada nalguns aquartelamentos: em Bambadinca, por exemplo, varria a pista de aviação). Pelo menos num dos ataques uma tabanca em autodefesa,  em Candamã, em 30 de Julho de 1969,  foram encontrados invólucros de 12.7 (portanto, da Degtyarev).


Ainda no nosso tempo apareceram, na Guiné, os primeiros foguetões Katiusha, de 122 mm, inicialmente pouco certeiros, é certo, mas com grande poder de destruição e não menos impacto psicológico junto das NT e populações. De fácil manejo e de relativamente fácil transporte (às costas, no interior do território), seriam utilizados preferencialmente contra os grandes alvos militares (aeroporto de Bissalanca…) e concentrações urbanas (Bolama, Bissau...). As granadas, com um peso de 18 kg. (dos quais 6.5 de explosivo), tinha um raio de morte de 160 m2, e ao explodir produzir cerca de 15 mil estilhaços.


Segundo informação recolhida pelo meu querido camarada, amigo e co-editor Virgínio Briote, a antiga URSS foi o primeiro país a utilizar os lançadores múltiplos de foguetes durante a Segunda Guerra Mundial. Foram utilizados pela primeira vez em Smolensk, em 1941, durante a invasão alemã. A este sistema foi dado o nome de Katiusha. Os soldados soviéticos chamavam-lhe os "órgãos de Estaline". O Paulo Santiago terá dos primeiros a vê-los nos céus da Guiné, na segunda-feira de Carnaval de 1971, lá para os lados do Saltinho. Eu confesso que os nunca vi (nem senti) lá para os meus lados (nessa altura ainda estava em Bambadinca, Sector L1)...


Só mais tarde, já em Março de 1973, apareceriam os mísseis terra-ar que os egípcios também utilizaram contra os tanques israelitas na guerra do Kippour.  Recorde-se que a utilização dos mísseis terra-ar Strela (SA-7 Grail-Strela) pelo IN, pela primeira vez em 25 de Março de 1973, sob os céus de Guileje, foi responsável pela queda de um Fiat G-91 (pilotado pelo tenente pilav Miguel Pessoa que, felizmente, está vivo da costa e faz parte orgulhosamente da nossa Tabanca Grande: foto à esquerda, em Bissalanca, em 1974, de novo no activo, depois de alguns meses no "estaleiro", em Lisboa).


Não se pode-se dizer que esta arma antiaérea fosse terrivelmente  eficaz contra as nossas aeronaves (helicópteros, avionetas, bombadeiros T-6, caças Fiat G-91, estes últimos aviões a jacto subsónicos): em 60 lançamentos (estimativa) o Strela derrubou 5 aeronaves (taxa de eficácia de 8,3%). Possivelmente foi mais psicológico o seu efeito, ao aumentar o moral da guerrilha e deixar as NT inicialmente confusas e até em estado choque com a morte de vários pilotos, incluindo


Este míssil era dotado de uma cabeça com detector de infravermelhos, sendo por isso atraído pela fonte de calor emitida pelos motores das aerobnaves. A sua velocidade era impressionante (mach 1,5 ou 1600 km/hora). O seu alcance era contudo muito limitado: pouco mais de 3 km. Os nossos helicópteros e restantes aeronaves, para não serem atingidos, tinham que passar a rasar a copa das árvores ou voar acima dos 1500 metros de altitude.


O Centro de Documentação 25 de Abril, da Universidade de Coimbra, tem uma boa página em que se compara os armamentos das duas partes em conflito. Sobre a artilharia onde, aparentemente, as NT levavam vantagem, o documento diz que "na Guiné, a situação em 1966 era a utilização dos obuses 8,8 cm por pequenas unidades (nove pelotões a duas bocas de fogo cada), mas a partir de 1968 passaram a existir meios mais modernos e mais potentes", a saber: (i) 19 obuses de 10.5 cm, correspondendo a três baterias; (ii) seis obuses de 14 cm, correspondendo a uma bateria; (iii) seis peças de 11.4 cm, correspondendo a uma bateria. "Estes últimos materiais, dado o seu alcance, já permitiam o apoio a vários aquartelamentos a partir de uma posição central, mas a falta de meios de aquisição de objectivos impedia uma contrabateria eficaz. As dificuldades apontadas para os morteiros eram semelhantes às da artilharia, se bem que na Guiné, dada a sua menor extensão e a quadrícula mais apertada das unidades, os problemas fossem menores", pode-se ler-se ainda no documento em referência.


Convém não esquecer as minas, as terríveis minas A/P e A/C... Há camaradas que sabem disto a potes, já que têm/tinham a especialidade de minas e armadilhas, a começar pelo meu querido co-editor, Carlos Vinhal [, aqui na foto, à esquerda].


Sobre este tópico pode ler-se na página Centro de Documentação, acimna citado: (...) "As MINAS foram as mais temidas de todas as armas que os nossos militares enfrentaram nos três teatros de operações. Utilizadas de forma isolada, ou conjugadas com emboscadas, limitaram fortemente a mobilidade das forças portuguesas em acções tácticas e logísticas, apeadas ou em viatura, sendo também responsáveis por atrasos nos reabastecimentos, por destruições em veículos e, acima de tudo, por elevada percentagem de baixas. 


"Embora a estatística não esteja feita, amostragens dos três teatros de operações permitem considerar que, no mínimo, 50 por cento das baixas portuguesas (mortos e feridos) foram provocadas por engenhos explosivos. Um tipo de guerra altamente compensador para os movimentos de libertação, cujos objectivos eram apresentados do seguinte modo, nos apontamentos de um curso frequentado na Argélia por quadros do PAIGC: 'Realiza-se a guerra de destruição e de minas para fazer obstáculo atrás dos inimigos, para aniquilar as suas armas modernas, ameaçá-los e paralisá-los'. (...)


" Na Guiné, a primeira mina referenciada era anticarro, colocada na estrada Fulacunda-São João, em Julho de 1963, tendo sido aqui também utilizadas minas aquáticas nos rios, que chegaram a inutilizar lanchas". (...)


O nosso camarada Luís Dias, ex-Alf Mil At Inf da CCAÇ 3491/BCAÇ 3872, Dulombi e Galomaro, 1971/74, tem igualmente uma série de postes sobre armamento jutilizado no TO da Guiné quer pelo PAIGC quer pelas NT. Refira-se, a título de mera curiosidade, que o seu poste P5690 [:Armamento (2): Pistolas, Pistolas-Metralhadoras, Espingardas, Espingardas Automáticas e Metralhadoras Ligeiras] é o mais visto de  todos os postes do nosso blogue, com mais de 600 visualizações, no período que vai de Julho de 2010 até hoje (só temos estatísticas desde então).


De qualquer modo, da comparação do IN e das NT, poder-se-ia tirar a conclusão da "equivalência" do armamento entre as partes em conflito: "se exceptuarmos a artilharia (com as limitações já apontadas) e as viaturas blindadas (de emprego também limitado), pode dizer-se que o combate terrestre se travou, salvaguardando os efectivos, entre iguais " (Centro de Documentação 25 de Abril). 


Ainda sobre as limitações do nosso armamento, vd o portal Guerra Colonial, da A25A.


Não se pode, todavia, menosprezar o potencial de fogo de uma unidade de intervenção como a CCAÇ 12, cuja orgânica (e armamento) já aqui foi apresentada (vd. poste P6647)(*):  


(i) 4 Grupos de Combate, cada um com 28 homens, 3 secções; 
(ii) em cada Gr Comb, havia 3 ou 4   apontadores de dilagrama; 
(iii) mais 2 apontadores de LGFog 8,9 ou 3,7; 
(iv) mais 1 apontador de Met Lig HK 21; 
(v) e mais 1 apontador de Morteiro 60 (mais os respectivos municiadores)... 


No total cerca de 90 espingardas automáticas G3, cada uma com 5 a 6 carregadores (100/120 munições)... e muitas granadas defensivas.
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Nota de L.G.:


Último poste desta série > 

28 de Setembro de 2010 > Guiné 63/74 - P7048: A minha CCAÇ 12 (7): Op Pato Rufia, 7 de Setembro de 1969: golpe de mão a um acampamento IN, perto da antiga estrada Xime-Ponta do Inglês, morte do Sold Iero Jaló, e ferimentos graves no prisioneiro-guia Malan Mané e no 1º Cabo António Braga Rodrigues Mateus (Luís Graça)

(*) Vd. poste > 21 de Maio de 2010 > Guiné 63/74 - P6447: A minha CCAÇ 12 (Contuboel e Bambadinca, Maio de 1969/Março de 1971) (1): Composição orgânica (Luís Graça)

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Guiné 63/74 - P6601: Elementos para a caracterização sociodemográfica e político-militar do Sector L1 (6): Povoações sob controlo IN; Recursos; Clima e meteorologia; Dispositivo e actuação da guerrilha (Benjamim Durães / J. Armando F. Almeida / Luís Graça)



Guíné > Zona Leste > Sector L1 > Bambadinca > BART 2917 (1970/72) >  O RPG 2 , uma das temíveis armas usadas pela guerrilha no Sector... Parte do armamento apreendido, era usado depois pelos Pelotões de Milícia... Segundo o autor das fotos, o Benjamim Durães, Fur Mil Op Esp, Pel Rec Inf, "o guineense,  de óculos escuros,  é um soldado milícia,  de nome Demba Baldé,  que era filho do Régulo do Xitole, pertencia à Companhia de Milícias e foi adstrito ao Pel Rec da CCS; os militares brancos são todos do Pelotão de Sapadores da CCS; os africanos ao fundo são da população de Amedelai; o Capitão é o Passos Marques, da CCS [e membro da nossa Tabanca Grande].... As fotos foram tiradas em Amedelai, numa vistoria ao armamento"...

Fotos: © Benjamim Durães (2010). Direitos reservados


[Continuação da publicação de excertos do Cap II da História do BART 2917, Bambadinca, 1970/72 - Documento classificado como "reservado" - , segundo versão policopiada gentilmente cedida ao nosso blogue pelo ex-Fur Mil Trms Inf, José Armando Ferreira de Almeida, CCS/ BART 2917, Bambadinca, 1970/72, membro da nossa Tabanca Grande; cotejada igualmente com a versão, em suporte digital, corrigida e melhorada pelo Benjamim Durães; é um excerto desta última versão que se publica aqui hoje. Fixação / revisão de texto / bold a cores / título: L.G.] (*)



Fonte:  BART 2917. HU- Cap II, pp. 5 a 10A.
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Situação Geral

a) Terreno (...)
b) Aglomerados populacionais (...)


3) – POVOAÇÕES SOB O CONTROLO IN


- Os aglomerados populacionais que a seguir se indicam são os que,  existindo antes do início de subversão, se localizam na área sob controlo IN e são os de maior população, o número de habitantes que para cada um se indicam foi estimado com base em relatórios de notícias, relatórios de interrogatórios e RVIS.

- MADINA

-Localizada em (MAMBONCÓ 8G-1), estima-se possuir 1.500 habitantes

- CANCODEA BEAFADA

-Localizada em (XIME 1G-2) com uma população estimada em 500 habitantes

- CANCODEA BALANTA

-Localizada em (XIME 1F-3) com uma população estimada em 500 habitantes.

- MINA

-Localizada em (XIME 1I-6) com uma população estimada em 100 habitantes.

Há referências de ali se localizar o Comando do Sector 2.

- PONTA JOÃO DA SILVA

-Localizada em (FULACUNDA 8I-5) com uma população estimada em 1.000 habitantes.

- PONTA LUÍS DIAS

-Localizada em (FULACUNDA 8G-3) com uma população estimada em 1.000 habitantes.

- SATECUTA

-Localizada em (XIME 4E-1) com uma população estimada em 300 habitantes.

- MANGAI

-Localizada em (FULACUNDA 7G-8) com uma população estimada em 700 habitantes.

- BANIR

-Localizada em (MAMBONCÓ 8H-9) com uma população estimada em 400 habitantes.


c) - RECURSOS

- Os principais recursos económicos do SECTOR são:

- FLORESTAS

- Com o fornecimento de madeira (na área do XITOLE há grande quantidade de bissilon) e coconote.

- Antes do início do terrorismo a madeira era muito explorada, existindo várias serrações que, hoje em dia, com excepção da serração de BAMBADINCA, se encontram abandonadas. Presentemente apenas são exploradas as rachas de cibe.

- AGRICULTURA

- Esta é, de um modo geral, de subsistência (arroz, milho e funcho), com excepção de cana-de-açúcar e da mancara.

- DESTILARIAS

- Presentemente só existem duas destilarias de cana-de-açúcar no SECTOR DO BART, uma em BAMBADINCA e uma outra em PONTA BRANDÃO.

- SOLO

- Na área do SECTOR DO BART existem muitas bolanhas ricas, verificando-se no entanto que estas, com excepção das do ENXALÉ, NHABIJÕES e FINENTE, ou estão abandonadas (SAMBA SILATE, SÃO BELCHIOR, SALIQUINHÉ, etc.) ou são exploradas por populações sob controlo IN (todas as bolanhas da margem direita do RIO CORUBAL e margens do RIO MALAFO).


- CRIAÇÃO DE GADO

- Embora haja em certa quantidade gado bovino este no entanto, no SECTOR não pode ser considerado um recurso económico na medida em que não é explorado. É considerado sinónimo de riqueza, avaliando-se a riqueza da família pelo número de cabeças que possui. Somente em certas ocasiões especiais como por exemplo, “choros”, é que uma ou mais reses são abatidas para consumo.

- Existe no entanto outro tipo de gado, porcos, cabritos e galinhas que é explorado economicamente, sendo por conseguinte considerado como fonte de receita.





Guiné > Zona leste > Sector L1 (Bambadinca) > CCAÇ 12 (1969/71) > Destacamento da Ponte do Rio Udunduma > Uma manada de vacas, cambando o Rio Udunduma... Possivelmente pertencentes a uma notável fula da região (Amedalai, por exemplo, que era a tabanca mais perto)... Só com muita relutância os fulas vendiam cabeças de gado à tropa...´O gado era, tradicionalmente, um "sinal exterior de riqueza", um símbolo de "status" social...

Foto: © Humberto Reis (2006). Direitos reservados



d) – CONDIÇÕES CLIMÁTICAS E METEOROLÓGICAS

- A zona de acção do BART 2917, como todo a Província da GUINÉ, tem um clima quente e húmido característico das regiões tropicais em que apenas se assinalam duas estações, a “quente” ou das “chuvas”, que começa em meados de MAIO e se estende até meados de NOVEMBRO, e a estação a “seca” e “fresca”, durante o restante período do ano.

- Na época das chuvas a humidade atmosférica é bastante elevada e a temperatura média, à sombra, oscila entre 26 e 28 graus centígrados.

- A pluviosidade é superior em média a 2.000 m/m, sendo os meses de JULHO e AGOSTO, os que registam maior número de dias de chuva. A pluviosidade na ZONA DE ACÇÃO é menor do que no litoral e sul da Província.

- As temperaturas médias da época seca não vão além de 24 graus centígrados sendo meses mais frescos os de DEZEMBRO e JANEIRO.

- No que respeita a temperaturas, podemos dividir o ano nos seguintes quatros períodos:

- PERÍODO FRESCO

- No qual se verificam amplitudes térmicas elevadas e que abrange os meses de Dezembro, Janeiro e Fevereiro.

- PRIMEIRO PERÍODO QUENTE

- Durante os meses de Março, Abril e Maio, em que as variações térmicas são ainda de certo vulto especialmente nos meses de Março e Abril.

- PERÍODO DAS CHUVAS

- Que se estende pelos meses de Junho, Julho, Agosto e Setembro.

- SEGUNDO PERÍODO QUENTE

- Abrange os meses de Outubro, Abril e Novembro.

- A época das chuvas faz-se anunciar pelos chamados “TORNADOS”, característicos pela grande velocidade do vento enorme turbulência, que quase sempre provocam estragos avultados descobrido edifícios, inutilizando instalações eléctricas, derrubando antenas de rádio, etc..

- Nos meses “frios” do ano – Dezembro e Janeiro – as cerradas neblinas matinais prolongam-se normalmente até à 10,00 horas.

2 - INIMIGO

a) – FORMAS DE ACTUAÇÃO

- O IN tem actuado ofensivamente sobre as NT minando os itinerários e flagelando os aquartelamentos, tabancas em A/D (Auto Defesa) e meios navais que se deslocam no RIO GEBA nas áreas de PONTA VARELA e MATO DE CÃO. De um modo geral todas as flagelações têm demorado cerca de 5 minutos, são feitas a horas que não permitem, ou dificultam a intervenção das F. A., e nelas o IN tem demonstrado fraca agressividade.

Pelo contrário, tem-se mostrado fortemente aguerrido quando as NT penetram nos seus redutos, quer emboscando-as nos seus acessos, quer armadilhando-os, quer flagelando intensamente as NT.

- Admite-se que tenha uma rede de informadores no seio da população por nós controlada.

- Não há indícios que o IN tenha feito colectas entre a população que controlamos embora seja de admitir a sua “colaboração” nos “choros” de familiares realizados nas zonas sob controlo IN.

b) - ORGANIZAÇÃO

- Parte do Sector L-1, com excepção do Regulado do ENXALÉ e da parte Oeste do Regulado do CUOR, corresponde na divisão territorial do IN ao Sector 02, também conhecido por região do XITOLE (hoje incluída na Frente XITOLE/BAFATÁ) e cujo comando está localizado na área de MINA.

Nesta região o IN mantém uma estrutura político-administrativa organizada, numa vasta área correspondente aos Regulados do XIME e BISSARI, a partir donde irradia a sua actividade de guerrilha que se caracteriza por ataques e flagelações aos aquartelamentos e destacamentos das NT, às tabancas em A/D, e aos meios navais no RIO GEBA “estreito”, emboscadas e colocação de engenhos explosivos nos itinerários.

- A Zona do Sector L-1 que engloba o Regulado do ENXALÉ e a parte Oeste do Regulado do CUOR, está incluída na Frente MORÉS-NHACRA.

Nesta zona a actividade IN está principalmente orientada para as áreas fora dos limites do Batalhão, embora ultimamente se tivesse manifestado sobre o CUOR, nomeadamente em MATO DE CÃO.

c) – EIXOS OU LIMITES DE INFILTRAÇÃO

- Podem-se considerar os seguintes:

1) – Do exterior para o interior do SECTOR;

- Corredor de GUILEGE / CANTURÉ / FIOFIOLI

- Corredor de GUILEGE / FARENÁ BALANTA / FIOFIOLI

- Corredor de GUILEGÉ / UANÁ PORTO / PONTA LUÍS DIAS

- Corredor de MANTÉM / QUEBÁ JILÃ / MANSONA / MANSOMINE

- Corredor de CHÃO NALU / GANTURÉ / RIO MALAFO / CHEREL / BUMAL / LAMEL ou SITATÓ

- Corredor de QUIRAFO/DUÁ/CULOBO/GALO e CORUBAL/MINA

2) – No interior do SECTOR

- Corredor de MINA / GÃ JÚLIO / GALO CORUBAL / ZONA DO XITOLE

- Corredor de MINA / GÃ JÚLIO / BIRO / MANSAMBO

- Corredor de MINA / GONEGE / MANSAMBO

- Corredor de BURUNTONI / GONEGE / BOLÓ / MORICANHE

- Corredor de BURUNTONI / CHICAMIEL / DEMBA TACÓ / BADORA

- Corredor de BURUNTONI / CHICAMIEL / TAIBATÁ / BADORA

- Corredor de BURUNTONI / CHACALI / AMEDALAI / BAMBADINCA

- Corredor de BURUNTONI / MADINA COLHIDO / XIME

- Corredor de BURUNTONI / CHACALI / AMEDALAI / BAMBADINCA

- Corredor de BURUNTONI / CHACALI / PONTA COLI

- Corredor de BURUNTONI / GUNDAGUÊ BEAFADA / PONTA VARELA

- Corredor de PONTA JOÃO DA SILVA / PONTA DO INGLÊS / POINDON

- Corredor de MADINA / CABUCA / PONTA LUÍS / ENXALÉ

- Corredor de MADINA / SINCHÃ CORUBAL / MATO CÃO / FINETE

- Corredor de BANIR / QUEBÁ JILÃ / SANCORLÃ / MISSIRÁ / FINETE

- Corredor de MADINA / IARICUNDA / SÃO BELCHIOR.

d) – DISPOSITIVO DO IN

- Nas zonas que o IN efectivamente controla no SECTOR, implantou uma organização e hierarquias paralelas Administrativa-Militar cuja estrutura em pormenor é ainda mal conhecida.

Na primeira, definida pelo RIO CORUBAL, entre a foz do RIO BURUNTONI e RIO PULON, por uma linha imaginária que une a foz deste último à nascente do RIO BURUNTONI e por este rio até à sua foz, está referenciada a existência do Comissário Político PEDRO LANDIM que com as FARL  controla toda a população civil, sendo JORGE JOÃO BICO aparentemente o Comandante Militar da mesma Zona, esta está, dentro da organização IN, incluída na FRENTE BAFATÁ-XITOLE, SECTOR 02, e dispõe dos seguintes efectivos:

- Um Grupo, Comandado por MAMADU TURÉ na área de TUBACUTA.

- Um Grupo, Comandado por INCUDE na área de GÃ JÚLIO.

- Um Grupo, Comandado por MÁRIO MENDES  (**) na área de SATECUTA.

- Estes quatros Grupos permutam entre sí com frequência as áreas em que actuam.

- Dispõe o IN ainda na zona, em permanência, de um Grupo Especial de Bazookas comandado por VITORINO COLUNA COSTA, normalmente estacionado na área de GÃ JOÃO e de um Grupo de Sapadores comandado por MÁRIO NANCASSA.

Frequentemente o IN balanceia os meios da Frente BAFATÁ-XITOLE com os da Frente do QUINARA pelo que na situação de esforço sobre a Frente BAFATÁ-XITOLE (incluí toda a zona do Sector L-1 a sul do RIO GEBA) os efectivos indicados podem ser substancialmente reforçados.


- Na segunda área que compreende a área do REGULADO DO CUOR a norte dos RIO QUEBÁ JILÃ e RIO PASSA, e a área do REGULADO DO ENXALÉ para Oeste da linha ENXALÉ-MADINA, está referenciado o Comissário Politico LOURENÇO, e o Comandante Militar OSVALDO MÁXIMO VIEIRA que aparentemente, como membro do BUREAU do Partido, exerce o controlo de cúpula, em ambas as hierarquias Militar e Civil.Esta área está dentro da Frente MORÉS-NHACRA em que se situa toda a Zona do SECTOR L-1 a Norte do RIO GEBA e além dos diversos elementos da FAL dispõe em permanência dos seguintes núcleos das FARP:

- Um Bi-Grupo na área de MADINA-ENXALÉ comandada por IMBADE.

- Um Grupo destinado a atacar barcos e possivelmente localizado no CUOR.

- Dois Morteiros da Bateria de BESSUNHA.

- Um Grupo de Sapadores comandados pelo ARMANDO.

- Ainda nesta Frente, mas fora da Zona de Acção do Batalhão e com possibilidade de nele intervir, dentro do normal balanceamento de efectivos que o IN utiliza, estão referenciados os seguintes Grupos:

- Um Bi-Grupo comandado por FAI TURÉ.

- Um Bi-Grupo comandado por CAMARÁ.

- Um Bi-Grupo comandado por INFANDA NAMENA.

- Uma Bateria não identificada.

- Um Grupo de Foguetões comandado por AGNELO DANTAS.

- Todos estes efectivos pertencem ao C.E. 199 C/70 das FARP.

e) – POSSIBILIDADES

- O IN tem as seguintes possibilidades no SECTOR L-1:

1 – Reforçar os efectivos existentes na região XIME / BISSARI com unidades vindas da frente Sul especialmente da região do QUINARA.

2 – Reforçar os efectivos existentes na área MADINA / BELEL por unidades da região de SARA/SARAUOL região a que se encontra intimamente ligada operacional e logisticamente.

3 – Prover às necessidades de alimentação com os produtos cultivados pela população, nas bolanhas situadas na área que domina.

4 – Obter reabastecimentos

5 – Obter informações.

6 – Recrutamento de pessoal destinados aos Grupos Armados.

7 – Executar acções de terrorismo (sabotagem e destruições).

8 – Manter as acções de fogo sobre os aquartelamento das NT sobre os quais vem actuando do antecedente e orientar a sua acção a novas povoações.

9 – Utilizar novas linhas de infiltração que:

- Do BOÉ conduzam aos Regulados do XIME e BADORA através da faixa Norte do Regulado do CORUBAL.

- Da área do XIME/BISSARI conduzam à Estrada BAMBADINCA/BAFATÁ.

10 – Efectuar acções de barragem à navegação dos RIO CORUBAL e RIO GEBA em especial a W do XIME, na área de PONTA VARELA.

11 – Resistir nos seus redutos quando atacados pelas NT.

12 – Armadilhar e emboscar os acessos aos seus acampamentos.

13 – Colocar engenhos explosivos nos itinerários mais frequentemente utilizados pelas NT.

f) – AGRESSIVIDADE
- É aguerrido quando atacado nos seus redutos e é apoiado por grande potência de fogo. No entanto as suas acções ofensivas não se caracterizam por uma grande agressividade, sendo em geral pouco duradoiras.


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Notas de L.G:

(*) Vd. postes anteriores da série:

17 de Maio de 2010 > Guiné 63/74 - P6413: Elementos para a caracterização sociodemográfica e político-militar do Sector L1 (1): Populações controladas pelas NT e pelo PAIGC, ao tempo do BART 2917 (1970/72) (José Armando F. de Almeida / Luís Graça)


20 de Maio de 2010 > Guiné 63/74 - P6437: Elementos para a caracterização sociodemográfica e político-militar do Sector L1 (2): O Fula, a sua lealdade,o seu preço (José Armando F. de Almeida / Luís Graça)

30 de Maio de 2010 > Guiné 63/74 - P6499: Elementos para a caracterização sociodemográfica e político-militar do Sector L1 (3): Quando Mandinga já não quer dizer turra, mas quando ainda não se esquecem os desmandos feitos pelas NT no início da guerra (J Armando F. Almeida / Luís Graça)

2 de Junho de 2010 > Guiné 63/74 - P6519: Elementos para a caracterização sociodemográfica e político-militar do Sector L1 (4): Os balantas; as diversas individualidades (J. Armando F. Almeida / Luís Graça)

8 de Junho de 2010 > Guiné 63/74 - P6557: Elementos para a caracterização sociodemográfica e político-militar do Sector L1 (5): A zona de acção do BART 2917 (Bambadinca, 1970/72) e os seus principais aglomerados populacionais (Benjamim Durães / J. Armando F. Almeida / Luíos Graça)

(**)  Segundo informação do António Duarte (da 3ª terceira geração de quadros metropolitanos da CCAÇ 12, e membro da nossa Tabanca Grande), o "Mário Mendes, comandante de bi-grupo na zona do Xime, foi morto numa acção da CCaç 12 no final de 1972: numa deslocação feita para lá de Madina Colhido, foi abatido pelo apontador de HK21 do 4º pelotão".

Comentário do poste de 24 de Fevereiro de 2010 > Guiné 63/74 - P5878: PAIGC: um curioso croquis do Sector 2, área do Xime, desenhado e legendado por Amílcar Cabral (c. 1968) (Luís Graça)