sábado, 5 de julho de 2014

Guiné 63/74 - P13367: História do BART 3873 (Bambadinca, 1972/74) (António Duarte): Parte I: Distribuição da população e dispositivo das NT e do IN no setor L1


Guiné > Zona leste > Setor L1 > Bambadinca > 1970 > Uma excelente foto aérea do quartel e posto adminidtrativo de Bambadinca, tirada de heli AL III, do lado da pista (e do campo de futebol)... Ao fundo, vê-se uma parte da extensa bolonha de Bambadinca.

Foto: © Humberto Reis (2006). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem: L.G.]











1. O António Duarte, ex-fur mil da CART 3493 / BART 3873, Mansambo, Fá Mandinga, Cobumba e Bissau, 1972/74), esteve também na CCAÇ 12 (em 1973/74) [foto atual à esquerda,].

O António Duarte é um membro sénior da nossa Tabanca Grande, acompanha-nos, pelo menos, desde 11/5/2006,  mas sempre com grande discrição.  Economista, é quadro superior bancário, refoirmado, e tem participado ativamenmte, nos últimos tempos,  na formação de quadros bancários em Angola. Encontrámo-nos  em novembro passado no aeroporto de Lisboa a caminho de Luanda, onde fomos no mesmo avião da TAP.

Teve a gentileza de me mandar uma cópia, em pdf, da história do BART 3873 (Bambadinca, 1972/74), que veio render o BART 2917 (Bambadinca, 1970/72), o qual por sua vez substituiu o primeiro batalhão ao qual o pessoal da CCAÇ 12  esteve adido como subunidade de intervenção (BCAÇ 2852, Bambadinca, 1968/70).

Temos trocado  impressões um com o outro  não só  sobre a "nossa" CCAÇ 12 (, ele pertenceu à 3ª geração de quadros da CCAÇ 12, de 1973/74, de rendição individual, e eu à primeira, 1969/71) como sobre o BART 3873.  O António Duarte participou em operações como a Op Trampolim Mágico. Comprometeu-se, há dias,  a escrever alguns apontamentos sobre esta dramática operação, logo que venha de Luanda para onde parte este sábado.

Da história desta unidade, o BART 3873,  vamos selecionar e publicar alguns excertos com informação relevante não só para os camaradas (e são muitos!) que estiveram no importante setor L1 (a porta de entrada da zona leste) como para os muitos mais que por lá passaram, vindos de LDG (de Bissau até ao Xime ou até Bambadinca) a caminho dos restantes setores do leste: L2 (Bafatá), L3 (Nova Lamego), L4 (Piche), L5 (Galomaro) e  L6 (Pirada).(LG)


2. BART 3873 (Bambadinca, 1972/74) > História da Unidade > Cap II > pp. 1-7 + mapas 1, 2, 3 e 4










9 comentários:

Luís Graça disse...

Durante a minha comissão (CCAÇ 12, Bambadinca, julho de 1969/março 1971), só me lemnbro de termos recuperado 15 elementos da população sob cotrolo do PAIGC (*)... Foi em janeiro de 1970, numa incursão até à Ponta do Inglês...

Dez neses antes, na Op Lança Afiada, a nível de agrupamento (700 homens em armas), na grande "operação de limpeza" os resultados, magros, ficaram-se pelos 17 elementos da população (mulheres, crianças e velhos)...

Três anos depois, numa operação de grande envergadura, com os 3 ramos das forças armadas (Op Trampolim Mágico, 24-26 fev 1972), recuperaram-se mais três dezenas...

Em toda a guerra. com tantos efetivos que passaram pelo setor L1 não teremos cosneguido recuperar seuqer 5% da população sob controlo do PAIGC... se aceitarmos que o total deveria andar em 5 mil, de que eu duvido, sinceramente...

Em três histórias da unidade que eu consultei e que cobrem o período de 1968 a 1974, só o BART 2917 avança com nºs sobre os efetivos populacionais nas áreas sobre controlo IN... 5% de 5 mil são 250 elementos... Não creio que em toda a guerra (1963/74) tenhamos conseguido recuperar 250 elementos da população que vivia no mato, no setor L1...

Era bom ouvir, sobre isto, os camaradas que conheceram bem o setor L1, em diferentes épocas da guerra, antes, com e depois de Spínola...

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(*) Vd. poste de 30 de Março de 2011 > Guiné 63/74 - P8014: A minha CCAÇ 12 (15): Op Safira Única, 21 de Janeiro de 1970: Ir à Ponta do Inglês e, sem dar um tiro, recuperar 15 elementos da população, destruir dois acampamentos e aprisionar um guerrilheiro "em férias" (Luís Graça)

http://blogueforanadaevaotres.blogspot.pt/2011/03/guine-6374-p8014-minha-ccac-12-15-op.html

Luís Graça disse...

De acordo com o dispositivo das NT no início de 1972 (que coincide com o iníciod a comissão do BART 3873), teríamos cerca de 1250 homens em armas (BART 3873, mais subunidades adidas e milicias, incluindo a CCAÇ 12).

O setor L1 (Bambadinca) teria. no máximo, 20 mil habitantes,
assim divididos, de acordo com a estima do comando do BART 2917 , o batalhão anterior (1970/72):

(i) 15 mil sob controlo das NT;

(ii) 5 mil sob controlo do PAIGC (a norte do Rio Geba, e ao longo da margem direita do Rio Corubal)...

Havia, portanto, do nosso lado, no setor L1, 1 homem em armas para 12 habitantes...

O PAIGC teria, no máximo, 250 homens em armas. o que daria 1 homem em armas para 20 habitantes.

Admito, contudo, que o comando do BART 2917. tenha sobre-estimado os efetivos populacionais sobre controlo do PAIGC, na região equivalente ao nosso setor L1...

Cerca de 5 mil habitantes ao longo destes anos de guerra(desde pelo menos 1963...) a viver, a trabalhar e a sofrer ataques por terra, ar e água... é muita gente!

Luís Graça disse...

(...) "Os aglomerados populacionais que a seguir se indicam são os que, existindo antes do início de subversão, se localizam na área sob controlo IN e são os de maior população, o número de habitantes que para cada um se indicam foi estimado com base em relatórios de notícias, relatórios de interrogatórios e RVIS.

- MADINA

-Localizada em (MAMBONCÓ 8G-1), estima-se possuir 1.500 habitantes

- CANCODEA BEAFADA

-Localizada em (XIME 1G-2) com uma população estimada em 500 habitantes

- CANCODEA BALANTA

-Localizada em (XIME 1F-3) com uma população estimada em 500 habitantes.

- MINA

-Localizada em (XIME 1I-6) com uma população estimada em 100 habitantes.

Há referências de ali se localizar o Comando do Sector 2.

- PONTA JOÃO DA SILVA

-Localizada em (FULACUNDA 8I-5) com uma população estimada em 1.000 habitantes.

- PONTA LUÍS DIAS

-Localizada em (FULACUNDA 8G-3) com uma população estimada em 1.000 habitantes.

- SATECUTA

-Localizada em (XIME 4E-1) com uma população estimada em 300 habitantes.

- MANGAI

-Localizada em (FULACUNDA 7G-8) com uma população estimada em 700 habitantes.

- BANIR

-Localizada em (MAMBONCÓ 8H-9) com uma população estimada em 400 habitantes." (...)

16 DE JUNHO DE 2010

Guiné 63/74 - P6601: Elementos para a caracterização sociodemográfica e político-militar do Sector L1 (6): Povoações sob controlo IN; Recursos; Clima e meteorologia; Dispositivo e actuação da guerrilha (Benjamim Durães / J. Armando F. Almeida / Luís Graça)

http://blogueforanadaevaotres.blogspot.pt/2010/06/guine-6374-p6601-elementos-para.html

Luís Graça disse...

A população controlada pelo PAIGC, no interior da Guiné, seria de 70 mil, segundo fontes militares portuguesas em 1971... 5mil só no setor L1 representaria, pois, 7%... O que me parece excessivo...

jpscandeias disse...

Duarte!

Se vieres aqui, o que é provável pois o tema é a "nossa CCaç 12", deixa-me o teu nº de fone que eu perdi-o.
O meu caso te tenha acontecido o mesmo é: 965 213 780.

Um abraço, João Silva

jpscandeias disse...

Em 1973, janeiro quando cheguei à 12 vindo de Cabuca e da Ccav 3404 a preocupação de recuperar população não fazia parte do dia a dia. A preocupação era manter e controlar as populações que viviam nas povoações onde estavam instalados os dipositivos militares e, por outro lado, fazer pressão no sentido que a companhia não fosse deslocada de Bambadinca para o Xime o que veio a acontecer por volta de março de 1973 de forma pouco ortodoxa pois foi necessária a presença do Spínola. Nesta altura a companhia era comandada pelo Cap. Simão, entre os quadros brancos estava o António Duarte.

João Silva ex-furriel mil at. inf.

Anónimo disse...


António José Pereira da Costa
5 jul 2014 17:09

Camaradas

Mais uma vez, cuidado com as estatísticas!

Para já ponho à consideração a situação de indefinição táctica e estratégica que se vivia e que bem conhecemos.

O Arquivo Amílcar Cabral (Fundação Mário Soares(?)) terá outros números, sendo que só conhecemos os nossos e são os únicos fiáveis por serem confirmados por outras fontes.

Os do In são estimados, pois nem eles próprios os sabem...
Cuidado, portanto, com as conclusões "precipitadas".

Um Ab.
António J. P. Costa

Luís Graça disse...

João Silva, obrigado pelo teu contacto, vou-te ligar...

Infelizmente há pouca malta da CCAÇ 12 posterior à minha época (que é da fundação, 1969/71) a aparecer e a escrever aqui... Ao fim de 10 anos, poderá ser dececionante...

Mas o problema é geral, há um em cada 100 combatentes da Guiné que tem pachorra para escrever, dar o seu contributo para a que as memórias de cada um e de todos não se percam...

Alguém, mais tarde, vai fazê-lo por nós, vai oegar nos retalhos das memórias...

É um tristeza, só ouço malta a dizer: "estou velho, esse capítulo da minha vida já o fechei"... O capíulo da guerra da Guiné, entenda-se...

Também tenho amigos e familiares que me dizem o mesmo: "O que é que te adianat estar a remexer na merda do passado ?!"... Às vezes também tenho dúvidas sobre se vale(u) a pena...

https://cart3494guine.blogspot.com/ disse...

Luís, se a memória não me atraiçoa já te enviei a publicação da História do BART 38 3 7, talvez em 2006/7 com capas verdes, ora informa!... Vê lá isso na tua biblioteca.
Abraço,

A. Castro