Guiné > Zona Leste > Setor L1 > Bambadinca > CCS/BCAÇ 2852 (1968/70) e CCAÇ 12 (1969/71) > Natal de 1969: da esquerda para a direita; de pé, Luís Manuel da Graça Henriques (fur mil ap armas pes inf); se não engamo, o 2º sgtr Rui Quintino Guerreiro Daniel (2º srgt mecânico auto, CCS/BCAÇ 2852), ; 1º srgt cv Fernando Aires Fragata, fur mil enf João Carreiro Martins; na 1ª fila, os fur mil Jaime Soares Santo (SAM), António Eugénio da Silva Levezinho (Tony) (at inf, 2º pelotão), Amtónio M M Branquinho (at inf, 1º pelotão) e Humberto Reis (at inf op esp, 2º pelotão)
Foto: © Humberto Reis (2006). Todos os direitos reservados. (Edição e legendagem: L.G.)
Xime> Guiné > Zona Leste > Sector L1 (Bambadinca) > Cais do Xime > Reconheço apenas ao centro o Fur mil At Inf António Branquinho, da CCAÇ 12 (Bambadinca, 1969/71)... Com o seu inseparável lenço preto ao pescoço e, se não erro, uma boina preta à fuzileiro...
Foto: © Arlindo Roda (2010). Todos os direitos reservados. (Edição e legendagem: L.G.)
Guiné > Zona Leste > Setor L1 > Bambadinca > CCAÇ 12 (1969/71) > A (uma das) equipa(s) de futebol da CCAÇ 2590 / CCAÇ 12, de camisola branca e crachá da companhia. Na primeira fila, reconheço, da esquerda para a direita, o 1º cabo cripto Gabriel Gonçalves (que também cantava e tocava viola), o alf mil op esp Francisco Moreira (1º pelotão), o fur mil Arlindo Roda (3º pelotão , o Arménio (1º pelotão) e o João Rito Marques, o nosso cabo quarteleiro.
Em cima, e da esquerda para a direita, reconheço o fur mil at inf António Manuel Martins Branquinho, o 1º cabo Branco, o sold condutor auto Alcino Carvalho Braga, o sold básico João Fernando R. Silva, um elemento de que não me ocorre o nome (mecânico? transmissões?) e , por fim, o 1º cabo aux enf Sousa.
Foto: © Arlindo Roda (2010). Todos os direitos reservados. (Edição e legendagem: L.G.)
A bordo do T/T Niassa, a caminho da Guiné > 24 a 30 de maio de 1969 > Da esquerda para a direita, o 1º srgt cav Fragata, os fur mil António M M Branquinho (1947-2013), José Fernando Almeida, Humberto Reis, António Fernando Marques e o alf mil José António Marques Rodrigues (falecido em 2011, morava então em Torres Novas).
Foto: © José Fernando Almeida (2014). Todos os direitos reservados. (Edição e legendagem: L.G.)
A bordo do T/T Niassa, a caminho da Guiné> 24 a 30 de maio de 1969 > Zé Fernando Almeida, Humberto Reis, António Branquinho e José António Rodrigues
Guiné > Zona Leste > Região de Bafatá > Contuboel > CCAÇ 2590 / 12 (1969/71) > O Branquinho (à esquerda) e o Fernando Almeida (à direita), à saída da "psicina" de Contuboel.
Foto: © José Fernando Almeida (2014). Todos os direitos reservados. (Edição e legendagem: L.G.)
Guiné > Zona Leste > Setor L1 > Bambadinca > CCAÇ 12 (1969/71) > Xitole, agosto de 1970... De pé, o Levezinho e o Coelho (fur mil enf, CCS/BART 2917, Bambadinca, 1970/72); na primeira fila, o Roda e o Branquinho.
Guiné > Zona Leste > Setor L1 > Bambadinca > CCAÇ 12 (1969/71) > Cais do Xime, julho de 1970 ... O Levezinho (?) abraça o nosso "pastilhas", o João Carreiuro Martins, sob o olhar do Branquinho...
Guiné > Zona Leste > Setor L1 > Bambadinca > CCAÇ 12 (1969/71) > O Branquinho no Xime...
Fotos (e legendas): © António Levezinho (2014). Todos os direitos reservados. (Edição: L.G.)
1. Só há dias soube, com tristeza, da morte do meu amigo e camarada Branquinho, António Manuel Martins Branquinho, que vivia em Évora, na Rua Heróis do Ultramar e era, julgo eu, natural de Évora, onde há pelo menos duas famílias Branquinho, nas pesquisa que fiz na Internet.
Soube na notícia através do Jorge Cabral, em Monte Real, no dia 14 do corrente. Perante a minha estupefacção, o Jorge confirmou a notícia junto do António Fernando Marques, também ele presente, com a Gina, no nosso IX Encontro Nacional. Pedi uma terceira confirmação, ao José Fernando Almeida, organizador do último encontro do pessoal de Bambadinca 1968/71.
Eis a resposta, de 23 do corrente, do Zé Fernando, o nosso fur mil de transmissões (CCAÇ 2590 / CCAÇ 12, Contuboel e Bambadinca, 1969/71)
(...) Boa tarde, Henriques: (...) Sim, o Branquinho faleceu há ano e meio, falei por telefone com a viúva que se encontra ainda muito fragilizada, não quer falar sobre isso. Passou o telefone a uma vizinha, que me informou da situação e pediu para não ligar mais. (...)
No mesmo dia mandei um mail ao Zé, e a outros camaradas da CCAÇ 12 (que integram, a nossa Tabanca Grande) bem como ao César Dias e ao Fernando Hipólito que fizeram a recruta e/ou a especialidade no CISMI; Tavira, com o Branquinho, em 1969:
(...) Obrigado, Zé Fernando! (...) Quanto ao que me contas sobre o Branquinho... É triste saber a notícia um ano e tal depois. Mas é assim a puta da vida, cada meco para o seu canto, a falar sozinho e a morrer sozinho... Ele também nunca nos procurou, que eu saiba, apesar dos nossos SOS... Espero que ele tenha conseguido, em vida, fazer o luto do passado... Muitos camaradas nossos puseram uma "pedra no vulcão" e mostram-se incapazes de olhar para o passado e integrarem a guerra, a Guiné, no seu "portfólio vivencial"... A ideia do blogue (e da Tabanca Grande) é ajudarmo-nos uns aos outros nessa espécíe de catarse que temos de fazer...
Tens fotos dele, de encontros passados?... Julgo que ele nunca foi a nenhum encontro, nem a Fão, Esposende, em 1994.
Vou dar a notícia, no blogue, se não te importas, usando-te como fonte de informação. Ele era de 1947, e terá morrido em 2013, o ano passado. É isso? Gostava de fazer um "In Memoriam"... Passámos juntos mais de 2 anos intensos, desde a nossa mobillização em março de 1969... Ele tem cá amigos e camaradas, do tenpo do CISMI (César Dias, Fernando Hipólito...), bem como da nossa da CCAÇ 2590/CCAÇ 12, e ainda das unidades que passaram por Bambadinca (BCAÇ 2852, BART 2917, e subunidades adidas) (...)
Tavira > CISMI > 1968 > Foto nº 7 > O César Dias, natural de Torres Novas (á esquerda) e o António Branquinho, filho de Évora (à direita)... Ambos foram parar à Guiné... O Branquinho à CCAÇ 2590 (mais tarde, em 18/1/1970, CCAÇ 12) (Contuboel e Bambadinca, 1969/71).
Foto: © César Dias (2014). Todos os direitos reservados. (Edição e legendagem: L.G.)
Tavira > Cismi > 1968 > 3ª companhia (instrução de especialiade: Atirador de infantaria) > O Branquinho é o 3º da primeira fila a contar da direita... O Levezinho é o 3º da 2ª segunda, de é, a contar também da direita. Não consigo identificar o Fernando Hipólito.
Tavira > Cismi > 1968 > 3ª companhia (instrução de especialidade: Atirador de infantaria) > Lado esquerdo do grupo
Tavira > Cismi > 1968 > 3ª companhia (instrução de especialidade: Atirador de infantaria) > Lado direito do grupo > O Branquinho é o 3º da primeira fila a contar da direita... O Levezinho é o 3º da 2ª segunda, de é, a contar também da direita.
Tavira > Cismi > 1968 > 3ª companhia (instrução de especialidade: Atirador de infantaria > O Branquinho é o 1º da primeira fila a contar da esquerda..
Fotos: © Fernando Hipólito (2014). Todos os direitos reservados. (Edição e legendagem: L.G.)
2. O Tony Levezinho mandou-nos o seguinte mail, em 23 do corrente:
Olá, Luis:
Agradeço-te o empenho no esclarecimento/confirmação da notícia sobre a morte do António Manuel Martins Branquinho.
Tens razão, andamos cada um para seu canto e, tal como foi este o caso, é preciso mais de um ano para se saber que mais um de nós parte. Recordo do Branquinho um rapaz puro, com uma certa tendência para a confrontação verbal, não obstante, ou talvez, também por isso, um camarada leal.
Um abraço e cuida dessa tua recuperação.
Tony
Tavira, Cismi > 1968 > Semana de campo > Do lado direito, o Fernando Hipólito e o António Branquinho. Do lado de esquerdo, dois aspirantes milicianos, instrutores.
Tavira, Cismi > 1968 > Semana de campo > O Fernando Hipólito (de pé) e o António Branquinho (de cócoras).
Fotos (e legendas): © Fernando Hipóliti (2006). Todos os direitos reservados. (Edição: L.G.)
3. Por sua vez, o Césat Dias escreveu seguinte, também na mesma data:
Olá Luis, tenho sabido que estás a recuperar bem, espero que continues.
Quanto ao Branquinho, também não sabia e fiquei também surpreendido, embora nunca tenha contactado com ele depois de Tavira, fica-me a lembrança dum Alentejano, moço muito alegre que contagiava quem estivesse com ele. Tenho uma foto com ele onde podes testemunhar a sua maneira de estar na tropa, vou-te enviar essa e mais alguma onde ele esteja.
Em boa hora tiveste a ideia deste Blogue, pois cada vez somos menos, e assim ficará o testemunho da nossa participação em terras da Guiné.
O Branquinho fez a recruta e especialidade na 3ª companhia do CISMI, acompanhou durante esses 6 meses com o Levezinho, o Hipólito e outros que estiveram convosco em Bambadinca, eu só estive com ele na recruta, na especialidade era nosso vizinho, como sabes.
Essas fotos a cor, são do Hipólito, eram na especialidade, penso que o reconheces, se não conseguires diz que indico-te.
Um abraço, e agardeço-te a atenção,
César Dias
4. O Fernando Hipólito também nos mandou, a 24, duas fotos a preto e branco, com a seguinte mensagem:
(...) Luís Graça e César
Junto ennvio duas fotos do António Branquinho no CISMI, em 1968:
(i) A primeira foto, com aspirantes, nossos instrutores, mais eu e ele;
(ii) A segunda foto, também na semana de campo, ele e eu.
Abraço,
Hipólito (...)
5. Também o José Fernando Almeida nos mandou fotos a 24:
Boa Noite, Henriques
Envio-te algumas fotos do Branquinho. Em Contuboel após termos saído da Piscina do Geba , e no Niassa. (acho que consegues identificar todos). Tenho algumas no Brandão mas tenho que as procurar e digitalizar.
Como o Levezinho diz e com justiça, o Branquinho era muito frontal. A quando da Op Abencerragem Candenete onde morreram seis homens, entre eles o picador Seco Camará, o capitão à chegada das viaturas a Bambadinca perguntou ao Branquinho que tinha acabado de saltar da viatura, como é que tinha sido. A resposta pronta do Branquinho:
- Se quer saber como foi, tivesse ido.
Ficou tudo por aí.
Envio-te também a Lista dos falecidos da CCAÇ 12 de que tenho conhecimento, o Sousa diz que está incompeleta .
Cumprimentos,
Fernando Almeida
6. Por sua vez, o Jorge Cabral informou-nos, ontem, que "o O António Branquinho esteve presente num encontro em Montemor há muitos anos". Eu, por mim, acho que nunca mais o vi, desde o nosso desembarque do T/T Uíge, em Lisboa... Mas sempre ia perguntando por ele. Se fui algum encontro mais do pessoal de Bambadinca, não sei. Mas tenho pena de ele ter partido e eu nunca lhe ter podido dar um abraço de amigo e camarada... Em março de 1971, ele morava na travessa do Barão, nº 5, em Évora. Deve-se ter casado e mudado para a Rua dos Heróis do Ultramar. Não tive lata de telefonar à viúva. É possível que ele tenha filhos e que estes gostassem de ver estas fotos do pai... Tenho o nº de telefone, talvez um dia destes telefone...
Foto © António Levezinho (2006). Todos os direitos reservados
N/M Uíge > 17 Março de 1971 > Dia da partida de Bissau para Lisboa. Regressávamos da guerra, com a morte na alma e mazelas no corpo, num navio da marinha mercante da Companhia Colonial de Navegação (uma empresa, fundada em Angola em 1922, para assegurar os transportes marítimos das colónias portuguesas com a Metrópole, sendo o paqueteVera Cruz o seu navio mais emblemático, e que não teve tempo de fazer o branqueamento do seu nome, já que o termo colonial não era politicamente correcto no início dos anos 70...).
Como se tudo continuasse como dantes e a vida corresse normalmente, "contra os ventos da história" (como então se dizia), nessa viagem de regresso à pátria servia-se a bordo, na classe turística (reservada aos sargentos): (I) uma sopa de creme de marisco; (II) seguido de um prato de peixe (Pescada à baiana); e (III) um de carne (Lombo Estufado à Boulanger)... sem esquecer (IV) a sobremesa: a bela fruta da época, o bom café colonial, o inevitável cigarro a acompanhar um uísque velho, antes de mais uma noitada de lerpa ou de king...
Obrigado ao Humberto Reis e à sua já famosa "memória de elefante" por me lembrar que o 17 de Março de 1971 foi o primeiro dia do resto das nossas vidas...
Nas costas da ementa de um desses jantares a bordo, talvez o do último dia, deixámos escritos os nossos nomes e moradas.. Alguns de nós nunca mais se voltaram a encontrar: foi o caso do Luciano Almeida (que morava no Montijo,, desaparecido em condições, em data que ninguém sabe ao certo), bem como António Branquinho que voltou para a Évora... Dizia-me que estava reformado da Segurança Social. Numa pesquisa na Net, fui encontrar o seu nome,
em 21 de janeiro de 2000, como chefe de repartição da subregião de saúde de Évora, ARS do Alentejo.
O Piça, a esse, encontrei-o para aí duas ou três vezes... O Levezinho e o Humbertos Reis acabaram por ser meus "vizinhos"... Mesmo assim, ficámos todos amigos... para sempre ! E é por isso que não sei despedir-me do Branquinho sem lhe reservar um lugar à sombra do poilão da nossa Tabanca Grande, o nº 661... Para ele vir ter connosco, com o seu ar gingão, meio fadista meio pegador de touros, meter conversa e sentar-se à nossa beira... Ao Luciano Almeida, a esse, já em tempos lhe fiz um poema ("Requiem para um paisano") que hei-de publicar aqui um dia destes... Para que a memória de um e de outro não fique para aí, na "vala comum do esquecimento", o Branquinho passa a integrar a nossa Tabanca Grande a título póstumo...
PS - Eis a lista (possivelmente incompleta, e que só inclui um camarada da Guiné) dos militares da CCAÇ 2590/CCAÇ 12 (Bambadinca, 1969/71), já falecido (entre parêntese, o local de residência e o ano do falecimento):
António M.M. Branquinho (Évora) (2013)
José António Marques Rodrigues (Torres Novas) (2011)
José Marques Alves (Fãnzeres, Gondomar) (2014)
Luciano Severo de Almeida (Montijo) (s/d)
Manuel Costa Soares (Nhabijões,Bambadinca) (13/1/1971)
Tibério Gomes Rocha (Viseu) (12/6/2007)
Umaru Baldé (Amadora) (s/d)
Fonte: José Fernando Almeida (2014)
[Observ. - 80 dos 100 militares do recrutamento local já devem ter morrido, tendo alguns sido fuzilados pelo PAIGC] [LG]
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