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terça-feira, 19 de outubro de 2021

Guiné 61/74 - P22645: (De)Caras (179): O que é que o José Manuel Matos Dinis (1948-2021) pensava do nosso blogue, em abril de 2013


José Manuel Matos Dinis (1948- 2021)


O nosso camarada José Manuel Matos Dinis (ex-Fur Mil da CCAÇ 2679, Bajocunda, 1970/71), que deixou a Terra da Alegria no passado dia 18 (*), há oito atrás, em 27 de abril de 2013, respondia assim a um inquérito por questionário, dirigido aos nossos leitores, por oasião do nosso 9º aniversário (**).

Os seus amigos e camaradas gostarão de rever a sua  opinião, nessa época, sobre o nosso blogue, a que ele pertencia desde 2008. Sempre foi um homem de olhar crítico e frontal (***)-


(1) Quando é que descobriste o blogue?

R - Ainda trabalhava quando um amigo me alertou para a existência do Blogue. Abri umas poucas de vezes, mas não tive logo o entusiasmo para me tornar assíduo. Ao contrário da maioria, eu achei que tinha demasiadas fotografias, e que era um bocado épico.

(2) Como ou através de quem?

R - Vide a resposta anterior.

(3) És membro da nossa Tabanca Grande (tertúlia)?

R - Desde 2008. [Vd. poste 3147, de 24 de agosto de 2008]

(4) Com que regularidade visitas o blogue?

R - Via-o diariamente, e só desde data recente vou alternando os dias de olhadelas. Acho que para isso, também tem contribuído as longas ausências de colaboradores de muita qualidade. Não faço ideia se estão desinteressados, se com outras ocupações, mas que fazem muita falta, acho que sim.

(5) Tens mandado (ou gostarias de mandar mais) material para o Blogue (fotos, textos, comentários, etc.?

R - Sim, já enviei algum material, e ainda não arrumei as botas. [O José Manuel Matos Dinis tinha, até então,  cerca de 130 referências no blogue; até à data do seu falecimento, era, cerca de 230]

(6) Conheces também a nossa página do Facebook (Tabanca Grande Luís Graça)?

R - Não frequento o FB.  [ Acaberia, mais tarde, por criar a sua página no Facebook, José Dinis, foto de perfil à eswuerda, com a devida vénia]

(7) Vais mais vezes ao Facebook do que ao Blogue?

R -Ao Blogue, n'é?

(8) O que gostas mais no Blogue? E no Facebook?

R - Do que gosto mais? Gosto de todas as informações que contribuam para o meu conhecimento; gosto do humor delicioso de alguns camaradas; gosto das manifestações de genuinidade; gosto do sentimento de camaradagem que o mais das vezes se respira no Blogue.

(9) O que gostas menos no Blogue? e no Facebook?

R - Esta, eu salto.

(10) Tens dificuldade, ultimamente, em aceder ao Blogue?

R - Não, acedo sempre, ou quase sempre, pois houve já uma ocasião de dificuldade geral.


Infografia: Miguel Pessoa (2013)


(11) O que é que o Blogue representou (ou representa ainda hoje) para ti? E a nossa página no Facebook?

R - O que é que o Blogue representa? Através dele (Blogue) estabeleci contactos de norte a sul, encontrei pessoas muito interessantes, ponderadas umas, com mais nervo outras, mas sempre generosas e legitimadas pela camaradagem. Também houve o contrário, até oportunismo e aberrações, mas contam-se pelos dedos. 

Portanto, o Blogue representa um convívio, onde se entra e sai a bel-prazer, e através dele tive o privilégio de conhecer, corresponder-me, e conviver com amigos, que até parecem ser de longa data. Acho isto uma felicidade, que prezo muito.

(12) Já alguma vez participaste num dos nossos anteriores encontros nacionais?

R - Sim, já participei em três encontros, e foi sempre muito surpreendente o contacto com malta distante. Afinal, a distância pode não se expressar em quilómetros.

(13) Este ano  [, 2013,] estás a pensar ir ao VIII Encontro Nacional, no dia 8 de Junho, em Monte Real?

R - Não, este ano não penso lá ir. Em primeiro lugar, o encontro da minha companhia foi marcado para o dia 1 de Junho, perto das pedras parideiras. Em segundo lugar, porque o dinheiro escasseia, há outras despesas pendentes, e a minha deslocação ficaria carote. Tendo em conta os tempos dificeis, com rendimentos reduzidos e cilindrados por impostos, proponho que o Joaquim  [Mexia Alves], para o ano, promova um pic-nick na mata do empreendimento, e cada um leva o farnel.

(14) E por fim, achas que o blogue ainda tem fôlego, força anímica, garra… para continuar?

R - Tem fôlego, claro! Haja vontade de cada um para contar uma estória (que todos temos estórias para contar), notícias reveladoras de situações relacionadas com a Guiné e a guerra, ou, até notícias, comentários, transcrição de contos, de receitas culinárias, de condições turísticas, e a malta que ficou com o bichinho africano, vem cá ler. Mas o blogue pode ainda promover outras iniciativas, como debates, entrevistas, etc.

(15) Outras críticas, sugestões, comentários que queiras fazer?

R - Não esperei, e respondi no ítem anterior.

Abraços fraternos
JD
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Notas do editor:

(*)  Vd. poste de 18 de outubro de 2021 > Guiné 61/74 - P22641: In Memoriam (414): José Manuel Matos Dinis (1948-2021), ex-Fur Mil Inf da CCAÇ 2679, (Bajocunda, 1970/71), falecido ontem, dia 17 de Outubro de 2021

terça-feira, 24 de março de 2020

Guiné 61/74 - P20769: O nosso blogue como fonte de informação e conhecimento (69): Camarada, a COVID-19 não passará!... Ajuda os investigadores!... Colabora, respondendo a um questionário, de 6 minutos, da Escola Nacional de Saúde Pública / Universidade NOVA de Lisboa


Escola Nacional de Saúde Pública / Universidade NOVA de Lisboa



Publicado a 20/03/2020

A Escola Nacional de Saúde Pública lançou hoje um projeto de investigação dedicada à COVID-19, intitulado Barómetro COVID-19, para contribuir em tempo útil aos desafios que nos impõe esta pandemia global.

Um grupo de investigadores, médicos de Saúde Pública, epidemiologistas, estatísticos, economistas, sociólogos, psicólogos, entre outros, irá acompanhar o desenvolvimento desta pandemia em Portugal e no Mundo, de diversas perspectivas, fazendo projeções de novos casos, analisando o impacto de intervenções que se vão tomando em diferentes países, estimando, numa primeira fase, a necessidades de serviços de saúde, e explorando as questões jurídicas, a perceção social e o estigma.

O Barómetro COVID-19 pretende gerar conhecimento científico robusto que seja ser útil agora, na tomada de decisão, e garantir que o conhecimento útil para o futuro. A agenda do Barómetro não é fechada, vai definir-se e adaptar-se, ao longo da pandemia, consoante as necessidades identificadas.

Neste momento estão a ser estudadas três questões:

Análise comparativa das respostas dos diferentes países à epidemia COVID—19

Modelos epidemiológicos de projeção de novos casos (primeiros resultados já lançados)

Ao longo de toda a pandemia e sob o ponto de vista do cidadão, analisar a evolução da perceção quanto ao risco, do cumprimento das medidas veiculadas pelo Governo, quanto à capacidade de resposta do Governo e dos serviços de saúde e quanto aos impactos no quotidiano individual. 

Pretende-se ainda analisar as fontes de informação preferenciais e a rede social de apoio em caso de necessidade.

 [ Participe e responda ao questionário
[Clicar aqui]


Com este projeto de investigação que é agora lançado, a ENSP-NOVA pretende disponibilizar à sociedade dados efetivos e análises científicas sobre a pandemia, com o objetivo de contribuir ativamente para a sua compreensão, assegurar uma ferramenta de apoio à tomada de decisão e gerar conhecimento robusto, que possa ser útil em futuras situações.

Os resultados da investigação serão disponibilizados de forma regular e com a maior brevidade, numa plataforma digital que se encontra neste momento em construção, prevendo-se a sua conclusão ainda durante o mês de março.

Em caso de sugestões, dúvidas ou comentários, agradecemos o contacto para: barometro.covid19@ensp.unl.pt

____________

Apelo do editor Luís Graça:

De acordo com a página do Facebook da ENSP / NOVA, o  Barómetro Covid-19 está a caminho dos 34.000 questionários respondidos, em apenas 48h! Mas acrescenta-se: "Estamos a precisar de mais respostas da população sénior. Promova o questionário junto dos seus pais, tios, avós e vizinhos e ajude no seu preenchimento."

Camarada: colabora neste estudo da minha Escola... Sem conhecimento, não ganhamos esta guerra... O questionário é anónimo e "rouba-te" apenas 6 minutos do teu tempo... Deves responder todas as semanas até ao fim do mês... Carrega no link acima. Obrigado, pela tua e nossa saúde, pela saúde dos nossos filhos e netos. 

A Covid-19 não passará!...Luís Graça.

PS - É também uma forma de gratidão a esta prestigiada  instituição académica, criada em 1967, e  cujo servidor aloja a página pessoal do nosso editor Luís Graça (Saúde & Trabalho, criada em 1999), onde se incluem os preciosos mapas da antiga província portuguesa da Guiné (Escala 1/50 mil) e outras páginas que complementam o blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné.
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Nota do editor:

Último poste da série > 18 de janeiro de 2020 > Guiné 61/74 - P20569: O nosso blogue como fonte de informação e conhecimento (68): Fotos da "colónia penal e agrícola" da Ilha das Galinhas (Carlos de Carvalho / José António Viegas)


terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Guiné 63/74 - P12650: Inquérito online: "Muito sinceramente, não gostaria de morrer, sem um dia ainda poder voltar à Guiné"... Resultados preliminares (n=262): mais de 68% dos respondentes (n=172) gostariam de poder visitar a Guiné-Bissau... 18% dos votantes (n=48) já lá voltaram, uma ou mais vezes... Falta pouco mais de um dia para fechar esta sondagem em relação à qual o António J. Pereira da Costa faz uma crítica metodológica


Guiné-Bissau > Bissau > 16 de abril de 2006 > "Voltar ou não voltar, eis a questão"...


Guiné-Bissau > Bissau > 21 de abril de 2006 > TAP-Air Portugal... "Partir ou não partir, eis a questão"...


Guiné-Bissau > Mansoa > 16 de abril de 2006 > O alfaiate de Mansoa... Ou imagens que perduram


Guiné-Bissau > Bissau > 13 de abril de 2006 > O pobre do Dari agrilhoado... Uma imagem com um grande carga emocional e simbólica...

Fotos: © Hugo Costa (2006). Todos os direitos reservados. [Edição e legendas: L.G.]

Imagens, sempre belíssimas e cheias de simbolismo, do álbum do nosso amigo Hugo Costa, filho do nosso camarada Albano Costa, documentando a viagem por terra, do Porto a Bissau, organizada pelo Xico Allen, em Abril de 2006, bem como a viagem emocionante pelo interior da Guiné-Bissau, a partir de Bissau e do Saltinho (que os levou a vários sítios, de norte a sul e de leste a oeste: Bissau, Quinhamel, Mansoa, Mansambá, Barro, Bigene, Farim, Jumbembem, Canjambari, Xime, Fá Mandinga, Mansambo, Saltinho, Buba, Empada, Judugul, Bissau). A caravana era constituída por um único... jipe, que levou seis pessoas (!): além do Xico e da Inês Allen, o Hugo Costa, o A. Marques Lopes, o Armindo e o Manuel Costa.

Recorde-se que essa viagem ficou registada numa série de crónicas assinadas pelo A. Marques Lopes, na I série do nosso bogue (pelo menos, uns 26 postes: Do Porto a Bissau), bem como em alguns apontamentos do Albano Costa (que, dessa vez, ficou na terra, em Guifões, Matosinhos, onde é fotógrafo profissional)... Vd. também aqui um excelente vídeo feito recentemente pelo Hugo Costa em 2012, "A outra Guiné" (Ficha técnica: produção: Universidade do Porto, 2012; realização: Hugo Costa e Tiago Costa: diretor de fotografia: Hugo Costa; som: Hugo Costa... Duração: 9' 27'').

O Hugo Costa  já tinha ido à Guiné, com o pai, em Novembro de 2000. Fica, mais uma vez,  a nossa homenagem a ambos, pai e filho. (LG)

 1. Resultados parcelares da resposta à sondagem em curso, no nosso blogue, a dois dias do encerramento... Até hoje, dia 28, às 13h45, tinham respondido 262 camaradas... A grande maioria (n=172) concorda com a proposição "Muito sinceramente, não gostaria de morrer, sem um dia ainda poder voltar à Guiné"... Estamos a falar de 68,3% do total de respondentes (n=262). Só uma pequena minoria (n=17), menos de 6,5%,  manifesta desacordo explícito.  Outros tantos (n=18)(7%) "não discordam nem concordam", ou seja, têm uma atitude "neutra"...

Os restantes respondentes (n=48) (18,3%) já voltaram à Guiné-Bissau, uma vez (n=28) (10,7%) ou mais vezes (n=20)(7,6%).

Conclusão: apesar do "sangue, suor e lágrimas", apesar da guerra, das mortes, dos feridos, das privações, do sofrimento, da distância, etc., a Guiné, ou uma certa Guiné, ficou no nosso imaginário, nas nossas memórias, enfim, não morreu no nosso coração.... É legítimo interpretar esses resultados desta maneira ?... (LG)

______________

SONDAGEM: "MUITO SINCERAMENTE, NÃO GOSTARIA DE MORRER, SEM UM DIA AINDA PODER VOLTAR À GUINÉ"...

Discordo totatmente > 9 (3%)
Discordo em parte > 4 (1%)
Discordo > 4 (1%)

Não discordo nem concordo > 18 (6%)

Concordo > 51 (19%)
Concordo em parte > 16 (6%)
Concordo totalmente > 112 (42%)

Não aplicável, já lá voltei uma vez > 28 (10%)
Não aplicável, já lá voltei mais do que uma vez > 20 (7%)


2. A propósito desta sondagem, o nosso camarada António J. Pereira da Costa [, cor art ref] fez, com toda a legitimidade, uma crítica metodológica ao "questionário", por meio de mensagem  que nos chegou por mail, com data de ontem, às 22h44, e que passamos a transcrever:

Olá, Camarada.

Não tenho conhecimentos para apreciar um inquérito ao sentir ou às opiniões de um dado grupo.  Contudo, este não me parece particularmente feliz e, por isso, permito-me uma crítica. E senão, vejamos:

O respondente é confrontado com uma afirmação: MUITO SINCERAMENTE, NÃO GOSTARIA DE MORRER, SEM UM DIA AINDA PODER VOLTAR À GUINÉ... e com qualquer afirmação ou se concorda ou não e nunca fará sentido perguntarmos se pouco sinceramente... ou até muito sinceramente. Ao inquérito presume-se que quem responde, responde sinceramente e só isso. Uma resposta dada pouco sinceramente não terá valor.

No que toca às respostas, creio que não se põe o problema de “discordar totalmente”, de “discordar em parte” ou de “discordar” (simplesmente). Qual a diferença entre as três hipóteses?

Com uma visita à Guiné,  se se discorda é porque lá não se quer ir e nada se fará para tal. As graduações do tipo total, em parte ou nada não fazem sentido.

Aceito o “não discordo nem concordo”, ou seja, “a Guiné ficou para trás e hoje diz-me pouco ou nada” é o que se pretende dizer. Por isso, não é uma prioridade. Há outros destinos mais atraentes no mundo…

E há também a experiência do resto da vida de cada um que pode determinar que surjam muitos outros destinos mais significativos e por diversas razões.

Segue-se o “concordo” que faz todo o sentido. Alguém que por lá andou,  gostava de voltar e até posso aceitar o "concordo totalmente",  aplicável aos que têm muito desejo de voltar. Mas, sinceramente graduar a concordância também não faz sentido. Poderemos, quanto muito, admitir que quem gostar de voltar à Guiné poderá estar seriamente empenhado nisso e, nesse caso, concorde, mas nunca em parte. E porquê falar em concordar totalmente?

Quanto aos “não aplicável”, entendo-os, pois assim ficamos a saber quem já voltou uma ou mais vezes e isso tem interesse estatístico.

Um Abraço do

António Costa

3. Resposta de L.G.:

Meu caro Tó Zé:

São bem vindas as tuas críticas à formulação da questão que é, esta semana, objeto da nossa sondagem, bem como à escala (chamada "escala de Likert") que serve para obter as respostas. Curiosamente, o desenho, a redação, a validação e a aplicação de questionários e outros instrumentos para  recolha de opiniões (por ex., escalas de atitudes) são  matéria que eu ensino há anos, na universidade. 

Trata-se de matéria complexa e difícil, e para a qual não há "receitas de cozinha" ou "dicas prontas a servir"... Claro que há uma longa experiência acumulada, há muitos manuais publicados, eu próprio tenho textos de apoio, para os meus alunos, sobre esta e outras matérias no âmbito do ensino da metodologia da investigação social e em saúde.

Vou começar por te dizer o que pretendi saber com mais esta sondagem. Sublinho, mais uma vez, que os resultados destas sondagens não podem ser extrapoladas para nenhuma população ou universo: por exemplo, o universo dos cerca de 150 mil combatentes que fizeram, do nosso lado, a guerra colonial na Guiné (. Trata-se de um estimativa, não sabemos ao certo se 150 mil, se são 200 mil). Se no final, no dia 30 do corrente, eu tiver atingido as 300 respostas, e se 20% responder que já voltou à Guiné, uma ou mais vezes, eu não poderei concluir que um em cada cinco dos nossos camaradas que passaram pela Guiné, entre 1961 e 1974, já la voltou... Seria abusivo, seria manipulação estatísticas... E porquê ? 

Primeiro, o nosso blogue não representa o universo ou a população dos antigos combatentes. Terão passado pelo TO da Guiné cerca de mil unidades e subunidades, segundo as contas do José Martins... Nós só temos 642 membros registados e nem todos foram combatentes: há combatentes e amigos da Guié (deste naturais da Guiné a familiares de camaradas nossos, já falecidos)... Na melhor das hipóteses, temos em média  0,6 representantes por unidade ou subunidade...  Em suma, o blogue só nos representa a nós, os 642 grã.tabanqueiros, dos quais 30 infelizmente já não são vivos... E os que estão representados no nosso blogue aderiram voluntariamente... Isto quer dizer, que os restantes 99,4  em cada 100 estão fora do baralho...

Por outro lado, o blogue tem um universo de visitantes (cerca de 2500 / dia, em média, neste momento) que nós não podemos, com rigor, caraterizar, em termos sociodemográficos....E não podemos impedir a votação de um não combatente (familiar de um camarada nosso, já falecido, por ex.). O que o software do Blogger nos garante é que só se pode votar uma única vez (a nível do mesmo computador), embora se possa mudar o voto durante o período de vigência da sondagem...

Vamos agora à questão: "MUITO SINCERAMENTE, NÃO GOSTARIA DE MORRER, SEM UM DIA AINDA PODER VOLTAR À GUINÉ"...

Trata-se de uma proposição, enfática, que funciona como "estimulo" para uma resposta de tipo: sim (concordo) ou não (discordo)...

(i) Quem responder "concordo", revela uma atitude "favorável" ao (ou o desejo de) regresso à Guiné-Bissau, antes de norrer;

(ii) Quem responder "discordo", revela uma atitude "desfavorável" à hipótese desse regresso (em termos de desejo ou vontade);

(iii) Atenção: não se pretende saber se essa hipótese tem muitas probabilidades de se concretizar; não confundir o "desejo" com a "realidade"; na maioria dos casos, esse desejo, essa vontade, essa atitude favorável a um regresso à Guiné, numa eventual "viagem de saudade", não se irá concretizar, por razões de oportunidade, de custo/benefício, etc., já que poderá naverá problemas financeiros, de saúde, de conjuntura, etc. ;

(iv) mas foi também por isso que, para além da opinião (positiva/negativa, favorável/desfavorável), quisemos saber a "intensidade da opinião"; daí o recurso à "escala de Likerk", que pode ter 5 ou 7 posições (ou graus ou níveis), indo do "discordo totalmente"  ao "concordo totalmente"...

Tó Zé, o teu reparo em relação â questão formualda tem razão de ser: ela poderia ser mais curta, assertiva, e vir na voz ativa... São opções, com risco calculado. Quis dar uma certa carga emocional, quis implicar os respondentes... Claro que tu podes decompô-la em três partes:

Muito sinceramente + não gostaria de morrer + sem um dia ainda poder voltar à Guiné...

Ora a oração ou proposição tem que ser lida como um todo, sem separação, já que "muito sinceramente, eu não gostaria de morrer"...Acho que nenhum de nós "muito sinceramen te, gostaria de morrer"... Mas, antes de cumprir esse desígnio, inerente à nossa condição de seres vivos, finitos, mortais, podemos admitir a hipótese de alguns de nós, uma parte de nós ou até a maioria de nós, ter ainda a vontade ou o desejo de voltar ao "local do crime"... antes de "bater as botas".

A diferença semântica entre concordar/discordar "totalmente" ou "em parte" ? No meu entender, quer significar apenas isto: concordar/discordar "sem reservas" ou "com reservas"...

Enfim, não me quero alongar, mas há críticos, em relação à escala de Likert, que não entendem a distinção entre "concordar em parte" e "discordar em parte"... Seriam graus ou níveis equivalentes: quem concorda em parte, discorda em parte...

São subtilezas da língua: de qualquer modo, a "atitude" [, sentimento, emoção, distinta de "comportamento",] só pode ser inferida de uma "opinião", tendo um polo positivo ["Gostava de ir à Guiné"] e um polo negativo ["Não gostava de ir à Guiné"], e um polo neutro ["Não sei / É-me indiferente, ir ou não ir à Guiné"].

Um alfabravo. Luis Graça

quarta-feira, 17 de julho de 2013

Guiné 63/74 - P11849: Os nossos médicos (66): Não fui evacuado para a Metrópole mas acompanhei três evacuações, duas via TAO, incluindo um Super Constellation de carga, transformado em enfermaria, oriundo de Moçambique, com militares quase todos portadores de queimaduras provocadas pelas granadas de 'fósforo' (J. Pardete Ferreira)


1. Com data de 15 de junho último, aqui vai uma mensagem do J. Pardete Ferreira, em complemento de uma outra já  aqui publicada,  na véspera (*):

Obrigado,  caro Luís Graça,

Provavelmente o erro foi meu mas a instrução no HMP era de 6 semanas e não de 6 meses [, como por lapso informei,], englobando ainda algumas idas ao HMDIC (Hospital Militar de Doenças Infecto-Contagiosas), perto da Ajuda.

Ao que eu informei,  devo acrescentar sobre os "reinspeccionados", médicos que estavam isentos de Serviço Militar ou que já tinham uma certa idade: a sua  recruta era mais "soft" e era feita na EPC [, Escola Prática de Cavalaria,] em Santarém;  iam preferencialmente para os Hospitais, havendo, igualmente, quem integrasse os Batalhões.
Respondo agora ao teu questionário:

1 - Já me pronunciei e hoje mandei um Post-Scriptum.

2 - a) No meu Batalhão, três médicos. No barco (2 Batalhões) 6 médicos + dois de rendição individual, para o HM 241.

b) Eu saí logo do meu Batalhão e segui para o CAOP1, outro foi para Aldeia Formosa e mais tarde para o HM 241 e foi substituído por outro colega.

c) No meu Batalhão, Madureira, Morais Sarmento e Pardete Ferreira. O substituto foi o Bigote e eu fui substituir o Bessa, juntando-me ao Fernando Maymone Martins. Quem me substitui no CAOP1 foi o Gouveia.

d) Eu precisei de Consultas de ORL, por causa do meu Clesteatoma, de Medicina Interna e de Fisioterapia, porque me "lembrei" de fazer uma neuropraxia do radial direito. Estando em Bissau e não podendo operar, andei a prestar assistência às Unidades do exército sediadas em Bissau.

e) Nunca estive internado, mas na sede do CAOP1  havia enfermaria.

f) Respondida em e).

g) Não fui evacuado para a Metrópole mas acompanhei três evacuações, duas via TAO, um Militar e uma civil atropelada por um Jeep Militar e um avião Super Constellation de carga, transformado em enfermaria, vindo de Moçambique, que já tinha tido duas ou três avarias. As camas e os lugares eram de lona, e eram quase todos portadores de queimaduras provocadas pelas granadas de "fósforo". Duas Enfermeiras Pára-quedistas vieram também: a Maria Arminda, que já vinha de Moçambique, e a Aura Teles que entrou em Bissau.

Acrescento que em Cacheu, detectei uma cardiopatia num Cabo Maqueiro que evacuei para Bissau e depois foi evacuado pela Metrópole e que a Junta considerou inapto para o Serviço Militar... e os colegas dele diziam que não podia estar doente porque era o mais "operacional" de todos...

f) Em Teixeira Pinto havia um Hospital Civil e uma Maternidade à nossa guarda. No Cacheu os civis eram vistos pelo  médico militar mas num Posto separado. Em Csió, no Bachile e em Jeta e em plena picada na desmatação, era tudo junto. Era o médico militar quem tratava de praticamente toda a População Civil.

Sempre pronto a recordar embora já com 42 a 44 anos passados sobre os acontecimentos.... envio-te um grande abraço, extensivo a todos os Combatentes e, particularmente aos Tabanqueiros (*).

Pardete Ferreira

PS - A 1 de Julho, tivemos, aqui em Setúbal o 16º emncontro da Malta do HM 241 (63 presentes, alguns acompanhados de familiares. A 30 de Julho estarei nas Comemorações do 26º Aniversário da Associação de Pára-quedistas de Setúbal, que vai ser Condecorada pela Câmara Municipal. E já que estamos a falar em Condecorações, a semana passada a minha mulher foi Condecorada pelo Governo Francês com o grau de "Chevalier de l'Ordre des Palmes Académiques".

2. Outra mensagem do J. OPardete Ferreira, com data de 18 de junho último:

É natural que no início da Guerra houvesse um Médico por Companhia mas os recursos em médicos foram-se esgotando. Assim, no meu tempo, iam três por Batalhão e já se recorria aos "reinspeccionados". 

Os médicos chegaram a ser mobilizados com 53 anos de idade, como o Falecido Dr. Rui de Brito, Cardiologista no Porto e o Dr. Botelho e Melo, Oftalmologista em Ponta Delgada. 

É verdade, igualmente, que, não existindo especialistas em número suficiente, fossem chamados para o desempenho destas, médicos com grau mais avançado na carreira médica ou até por conhecimento ou prémio no final da comissão. Naturalmente estes factos implicavam rotação e distribuição pois havia a pretensão de não existirem zonas muito desprotegidas. O Antero da Palma Nunes, Oftalmologista em Faro, por exemplo, foi Médico de Batalhão, foi Médico da equipa itinerante de Estomatologia e Oftalmologista do HM 241.

Alfa Bravo
José Pardete Ferreira
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Notas do editor:

(*) Vd. poste de 14 de junho de 2013 > Guiné 63/74 - P11704: Os nossos médicos (47): Qual era a dotação médica de um batalhão ? Três médicos por batalhão, diz-nos o ex-alf mil méd J. Pardete Ferreira (CAOP1, Teixeira Pinto; HM 241, Bissau, 1969/71)


(...) Questões:

(i) Quantos médicos seguiram com o vosso batalhão, no barco ?

(ii) Quantos médicos é que o vosso batalhão teve e por quanto tempo ?

(iii) Lembram-se dos nomes de alguns ? Idades ? Especiallidades ?

(iv) Precisaram de alguma consulta médica ?

(v) Estiveram alguma vez internados na enfermeria do aquartelamento (se é que existia) ?

(vi) Foram a alguma consulta de especialidade no HM 241 ?

(vii) Foram evacuados para a metrópole, para o HMP ?

(viii) Tiveram alguma problema de saúde que o vosso médico ou o enfermeiro conseguiu resolver sem evacuação?

(ix) O vosso posto sanitário também atendia a população local ?

(x) (E se sim, o que é mais que provável:) Há alguma estimativa da população que recorria aos serviços de saúde da tropa ?...

segunda-feira, 15 de julho de 2013

Guiné 63/74 - P11843: Os nossos médicos (65): Fui uma vez ao HM 241, em Bissau, por problemas com os dentes, mas a experiência foi negativa, o dentista era bom para arrancar dentes a elefantes... (Alcides Silva, CCS / BART 1913, Catió, 1967/69)

1. Resposta de Alcides Silva  (ex-1.º Cabo Estofador, CCS/BART 1913, Catió, 1967/69), ao questionário sobre os nossos médicos (*)

a) Quantos médicos seguiram com o teu batalhão, no barco ?

 R- No nosso  Batalhão, o BART 1913 (Catió, 1967/69) seguiram  2 médicos.

(b) Quantos médicos é que o teu batalhão teve e por quanto tempo ? 

 R- Um ficou na sede do Batalhão, em Catió,  o outro creio que andou pelas companhias operacionais que estavam em outras zonas

(c) Lembras-te  dos nomes de alguns ? E lembras-te se já eram especialistas na vida civil ? Lembras-te da idade ? 

R- Quanto à idade, creio que teriam já cerca de 40 anos se a memória não me atraiçoa. Um deles chamava-se Montenegro, creio que trabalhava no Hospital de Santo António no Porto, cheguei a cruzar-me  algumas vezes com ele na rua.

(d) Precisaste alguma vez de alguma consulta médica ? 

R- Sim precisei algumas vezes (poucas).

(e) Estiveste  alguma vez internados na enfermaria do aquartelamento (se é que existia) ? 

R- Não

(f) Foste  a alguma consuta de especialidade no HM 241 ? 

R- Fui ao Hospital em Bissau por problemas com os dentes, mas a experiência foi negativa,  o dentista era bom para arrancar dentes a elefantes, de forma que pedi para não mexer mais nos meus dentes, Receitou uns medicamentos e ficou por aí.

(g) Foste (ou tiveste algum conhecido teu) evacuado para a metrópole, para o HMP ? 

R- Houve um colega da minha companhia que foi evacuado, talvez com o medo dos ataques constantes que sofríamos ao quartel, ele passou-se dos carretos e tornou-se perigoso.

(h) Tiveste alguma problema de saúde que o vosso médico ou o enfermeiro conseguiu resolver sem evacuação ? 

R- Sim, pequenas coisas

(i) O vosso posto sanitário também atendia a população local (se sim, como é mais do que provável,  há alguma estimativa da população que recorria aos serviços de saúde da tropa ?)...

R- Atendiam bastantes residentes, tanto em consultas como no posto, que parecia mais um galinheiro. Não gosto muito de recordar certas situações desse tempo, prefiro recordar as mais favoráveis.

 Um abraço, Alcides Silva

_________________

Nota do editor:

(*) Último poste da série > 10 de julho de 2013 > Guiné 63/74 - P11824: Os nossos médicos (64): A propósito do nosso anedotário médico militar... (Rui Silva)

segunda-feira, 1 de julho de 2013

Guiné 63/74 - P11784: Os nossos médicos (56): respostas ao questionário: José Manuel Matos Dinis [,CCAÇ 2679, Bajocunda, 1970/71]; José Santos [CCAÇ 3326, Mampatá e Quinhamel, 1971/73]; Rui Santos [4.ª CCAÇ, Bedanda, 1963/65]; Mário Serra de Oliveira [, BA12, Bissalanca, 1967/68]; e João Martins [, BAC1, Bissum, Piche, Bedanda, Gadamael e Guileje, 1967/69]

1. Mais algumas respostas ao questionário sobre Os Nossos Médicos (*):

José Manuel Matos Dinis [, ex-fur mil, CCAÇ 2679, Bajocunda, 1970/71]:


Vou procurar responder sucintamente, embora aqui ou ali me espalhe um bocadinho.

1 - Eu tive necessidades várias  [, de recorrer ao médico e/ou enfermeiro].

2 - Mais que uma vez { fui visto por médico].

3 - A minha companhia não tinha médico. Em Piche, enquanto ali estivemos, também não havia médico, Mais tarde, a espaços, tivemos um médico de proximidade em Pirada. Só fui visto por médicos em Bissau, no HM 241.

4 - Usei dos serviços dos enfermeiros por várias vezes. Os enfermeiros da minha companhia, e os que estiveram ao nosso serviço oriundos de outras unidades, foram sempre extraordinários de competência e dedicação. E no que me diz respeito, quero expressar uma grande gratidão. Até um puto que fazia de enfermeiro em Bajocunda tinha a nossa confiança, como se de um profissional se tratasse.

5 - Vide resposta anterior.

6 - Não havia. Faleceu um camarada por indução errada de diagnóstico. Se tivesse sido seguido mais de perto, talvez estivesse entre nós.

7 - Como referi, em Piche, na ocasião, não havia médico. Mais tarde, a espaços, em Pirada havia consulta.

8 - Sim. Estive lá, [no HM 241, em Bissau,]  25 dias, e pedi alta para regressar ao mato. Era um cliente de luxo, e não me queixo do tratamento, nem dos sumos italianos, nem das frutas sul-africanas. No penúltimo dia, um médico (miliciano?) referiu-me que a minha baixa, apesar dos dias decorridos, não justificava a evacuação para Lisboa, mas que podia ali reter-me mais algum tempo. Agradeci, mas senti saudades da família.

9 - Vide resposta anterior e um post publicado.

10- Não, senhor, com muita pena [,de nºao ter sido evacuado para o HMP, em Lisboa].

11- Vide resposta anterior.

Faço votos de muita saúde aos camaradas.

Abraços fraternos


José Santos [ex-1.º cabo aux enf, CCAÇ 3326, Mampatá  e Quinhamel, 1971/73]


1) Eu fui enfermeiro em Mampatá
2) Fui visto no HM 241, em Bissau
3) Sim
6) Não
7) Não
8) Sim, fui queimado estive lá, [no HM 241,] 45 dias,  internado
10) Fui evacuado de avioneta
11) Não

Fui muita vez ao Hospital levar doentes de Mampatá e colegas nossos, andei bastante de avião pois o furriel nunca ia, o capitão tinha mais confiança em mim, porque eu já lidava com medicamentos,  estava empregado numa farmácia, e ele não tinha confiança no furriel,  daí ser sempre eu que andava com os doentes.
Um alfa bravo
José Santos


Rui Santos [ex-alf il da 4.ª CCAÇ, Bedanda, 1963/65]
Luís, Boa noite!!!

Tive três ataques de paludismo no território da Guiné, um em Bedanda (tratado pelo enfermeiro da unidade 4ª CC) e em Bolama tive dois, penso que porque bebi a autêntica água salobra das bolanhas, que tanta gente fala, mas eu bebi-a juntamente com os meus amigos/soldados pretos (tratadas pelo enfermeiro e por ordem do Dr. Guilherme Peixe, médico do CIM). Não desejo a ninguém que isso aconteça pois já cá no continente tive mais três vezes, é obra ...

Claro que minha mulher foi assistida ... pelo nascimento da minha filha no Hospital Principal de Bissau (Civil) pelo dr. Círio Andrade, mas como minha mulher teve um ataque de paludismo dias antes de acabar o tempo, eis que tomou,  por minha autorização e acordo do Dr. Círio, a velha camoquina (antipalúdico mas abortivo), e assim nasceu uma miúda em chão papel. que tem agora 48 anos e tr`^e filhos, bem haja dr.Círio.

Abraço
Rui G dos Santos

Mário Serra de Oliveira [, ex-1º cabo escriturário, BA 12,
Bissalanca, Bissau, 1967/68, a viver hoje nos EUA]
 Camarada Luis Graça!

Recordo com admiração um médico do exército - eu era da FAP -, o  Dr. Trigo. Forte de fisíco e forte de mentalidade. recordo que um dia dei sangue no Hospital militar e,  creio que foi ele, para recuperar mandou dar ums "biscoitos e um cálice de vinho do Porto tinto!"...  Fiquei como novo.

Mais tarde, creio que já na vida civil, se bem recordo, recebi-o como cliente no restaurante O Pelicano. Poderei até estar confundido mas creio que não. Boa pessoa e bom médico.

Abraço a todos.

PS - Seria verdade [, como eu já vi escrito no nosso blogue,] que alguns militares "bebiam cerveja, e comiam bananas em jejum!...para apanharem uma "hepatite" que dava direito a evacuação?


João Martins [, ex-alf mil art, BAC1, Bissum, Piche, Bedanda, Gadamael e Guileje, 1967/69 ]
Caros camarigos:

Recordo que fui assistido por um médico quando estive cerca de uma semana em Gadamael Porto, porque, na sequência do meu exercício matinal de natação nas águas do rio, começaram-me a doer os ouvidos. A assistência foi rápida e consistiu na introdução nos ouvidos de um aparelho para extração da "porcaria" e colocação de um desinfetante. As melhoras foram imediatas.

Quando estive em Ingoré, em fins de 69 e com quase 24 meses de comissão, tive um forte ataque de paludismo em que já não via quase nada à minha frente, tendo mesmo dificuldade em deslocar-me. Recordo que, na altura, fui chamado à presença do comandante do batalhão que pretendia levar novamente os obuses para um lugar afastado do aquartalamento para fazer fogo para mais dentro do Senegal, é claro que o informei que não estava em condições de efectuar tal operação e que, face à distância e às condições, o tiro não tinha grande hipótese de ser certeiro embora eu utilizasse para o efeito um goniómetro. Fiquei sempre com a convicção, simples premonição, que se lá voltasse perderia a vida, porque o IN, prevendo que tal facto poderia ocorrer, teria armadilhado o local. Dessa vez não recordo qualquer assistência médica. Limitei-me a cobrir-me completamente por cobertores e a curar-me com o calor da cama.
Grande abraço

João Martins
____________

Nota do editor:

Postes anteriores da série:

27 de junho de 2013 > Guiné 63/74 - P11770: Os nossos médicos (55): Sondagem (n=93): 35% dos respondentes dizem ter passado pelo HM 241 (Bissau), e 8% foi evacuado para o HMP (Lisboa)

(...) Mesmo assim, estes dados, respeitantes a 93 respondentes não deixam de ser curiosos, podendo revelar algumas tendências:

(i) Só uma minoria (17%) é que nunca esteve doente, ou pelo menos nunca terá recorrido ao médico ou ao enfermeiro;

(ii) Três em cada cinco foram vistos, uma ou mais vezes, pelo médico; e outros tantos pelo enfermeiro;

(iii) Havia um ou mais médicos em cada batalhão; já o mesmo não aconteciam a nível de companhia (segundo 37% dos respondentes);

(iv) 35% da rapaziada conheceu o HM 241 (Bissau); ou esteve lá internado, ou foi lá a uma consulta externa (de especialidade):

(v) Oito por cento do total dos respondentes foram evacuados para a metrópole, para o HMP (Hospital Militar Principal), em Lisboa...

Seria interessante que estas respostas, apesar do seu nº relativamente reduzido (n=93), pudessem ser objeto de comentários de respondentes e não-respondentes... Como sempre, as respostas são anónimas. E a sondagem realizou-se ao longo de 6 dias (de 22 a 27 de junho, tendo terminado às 13h).. Mais uma vez os nossos agradecimentos a que se dispôs a perder um minuto e fez questão de colaborar. Bem hajam, camaradas! (...)

27 de junho de 2013 > Guiné 63/74 - P11769: Os nossos médicos (54): Respostas ao questionário: José Colaço (CCAÇ 557, Cachil, Bissau e Bafatá, 1963/65) , Fernando Costa (BCAÇ 4513, Aldeia Formosa, mar73 / set74) , e Rogério Cardoso (CART 643 / BART 645, Bissorã, 1964/66)

26 de junho de 2013 > Guiné 63/74 - P11764: Os nossos médicos (53): Homenagem ao pessoal da saúde do meu BCAÇ 3872, Galomaro, 1971/74 (Juvenal Amado)

24 de junho de 2013 > Guiné 63/74 - P11756: Os nossos médicos (52): Com o pessoal do meu batalhão, partiram, em 24/4/70, no T/T Carvalho Araújo, très alf mil médicos: Vitor Veloso, José A. Martins Faria e Eduardo Teixeira de Sousa (António Tavares, ex-fur mil, CCS/ BCAÇ 2912, Galomaro, 1970/72)

19 de junho de 2013 > Guiné 63/74 - P11731: Os nossos médicos (51): O BART 2917 (Bambadinca, 1970/72) teve pelo menos 4 médicos e prestava assistência à população civil (Benjamim Durães)

18 de junho de 2013 > Guiné 63/74 - P11724: Os nossos médicos (50): Os batalhões que passaram pelo setor de Farim tinham um número variável de médicos, de 1 a 4... Quanto ao HM 241, era só... o melhor da África Ocidental (Carlos Silva, 1969/71)

14 de junho de 2013 > Guiné 63/74 - P11704: Os nossos médicos (47): Qual era a dotação médica de um batalhão ? Três médicos por batalhão, diz-nos o ex-alf mil méd J. Pardete Ferreira (CAOP1, Teixeira Pinto; HM 241, Bissau, 1969/71)

(...) Questões:

(i) Quantos médicos seguiram com o vosso batalhão, no barco ?

(ii) Quantos médicos é que o vosso batalhão teve e por quanto tempo ?

(iii) Lembram-se dos nomes de alguns ? Idades ? Especiallidades ?

(iv) Precisaram de alguma consulta médica ?

(v) Estiveram alguma vez internados na enfermeria do aquartelamento (se é que existia) ?

(vi) Foram a alguma consulta de especialidade no HM 241 ?

(vii) Foram evacuados para a metrópole, para o HMP ?

(viii) Tiveram alguma problema de saúde que o vosso médico ou o enfermeiro conseguiu resolver sem evacuação?

(ix) O vosso posto sanitário também atendia a população local ?

(x) (E se sim, o que é mais que provável:) Há alguma estimativa da população que recorria aos serviços de saúde da tropa

quinta-feira, 27 de junho de 2013

Guiné 63/74 - P11769: Os nossos médicos (54): Respostas ao questionário: José Colaço (CCAÇ 557, Cachil, Bissau e Bafatá, 1963/65) , Fernando Costa (BCAÇ 4513, Aldeia Formosa, mar73 / set74) , e Rogério Cardoso (CART 643 / BART 645, Bissorã, 1964/66)

1. Respostas ao questionário sobre os nossos médicos (*):

José Colaço [, ex-Soldado Trms, CCAÇ 557, CachilBissau e Bafatá, 1963/65]

  Luís, não tenho fontes credíveis que possam contrariar o camarada J. Pardete Ferreira mas,  do que se passou com a minha companhia,  parece-me que em princípio iam quatro médicos por batalhão, porque o que retenho na memória é que em cada companhia ia um médico: no caso da minha companhia fazia parte integrante o tenente médico miliciano Dr. Rogério da Silva Leitão e creio que a 555 também tinha um médico e a 556 também e com a CCS seguia também um médico,  creio que com a patente de capitão.

 Em referência à CCAÇ 556 podes colher informações através do ex-alferes Jorge Rosales e da CCAÇ 555 através do ex-furriel Norberto Gomes da Costa, ambos elementos da tertúlia. 

Quanto à CCS do  batalhão 558,  foi para Moçambique mas sei que se reúnem em almoços anuais de convívio.

Se isto puder ajudar,  faz uso dele.

Um abraço
Colaço

PS - No arquivo geral do exército é possível saber se as companhias iam integradas de médico ou não e o José Marcelino Martins com os conhecimentos que tem e a ajuda da Teresinha,  da Liga dos Combatentes, desenleia essa meada,  de certeza.


Fernando Costa [, ex-fur mil trms, CCS/BCAÇ 4513, Aldeia Formosa, mar73 / set74]

Amigo Luís Graça,

O Batalhão 4513 (Guiné 73/74) só tinha um médico, que estava em Aldeia Formosa. Não havia 3,  como vem  referido no texto.

Fernando Costa
Ex-Furr Mil CCS/BCAÇ 4513

Rogério Cardoso  [, ex-fur mil, CART 643 / BART 645, Bissorã, 1964/66]

Camaradas, vou responder pela ordem:

(i) 4 médicos no Batalhão;

(ii) Ficaram toda a comissão

(iii) Cart 642- Drº Raul Silva, Otorrino-Porto (falecido);

 Cart.643- Dr. Manuel Lourenço R. Campos, Albergaria na Velha:

Cart.644 - Dr. José Luis Barbosa, Espinho;


(iv) Fui consultado várias vezes.

(v) Não havia enfermaria.

(vi) Ao HM 241, fui uma única vez.

(vii)  Sim,  fui evacuado para o HMP, por ferimentos em combate.

(viii) Não.

(ix) Sim,  a população era atendida diariamente.

(x) Centenas,  por mês.
________________


24 de junho de 2013 > Guiné 63/74 - P11756: Os nossos médicos (52): Com o pessoal do meu batalhão, partiram, em 24/4/70, no T/T Carvalho Araújo, très alf mil médicos: Vitor Veloso, José A. Martins Faria e Eduardo Teixeira de Sousa (António Tavares, ex-fur mil, CCS/ BCAÇ 2912, Galomaro, 1970/72)

19 de junho de 2013 > Guiné 63/74 - P11731: Os nossos médicos (51): O BART 2917 (Bambadinca, 1970/72) teve pelo menos 4 médicos e prestava assistência à população civil (Benjamim Durães)

18 de junho de 2013 > Guiné 63/74 - P11724: Os nossos médicos (50): Os batalhões que passaram pelo setor de Farim tinham um número variável de médicos, de 1 a 4... Quanto ao HM 241, era só... o melhor da África Ocidental (Carlos Silva, 1969/71)

14 de junho de 2013 > Guiné 63/74 - P11704: Os nossos médicos (47): Qual era a dotação médica de um batalhão ? Três médicos por batalhão, diz-nos o ex-alf mil méd J. Pardete Ferreira (CAOP1, Teixeira Pinto; HM 241, Bissau, 1969/71)

(...) Questões:

(i) Quantos médicos seguiram com o vosso batalhão, no barco ?

(ii) Quantos médicos é que o vosso batalhão teve e por quanto tempo ?

(iii) Lembram-se dos nomes de alguns ? Idades ? Especiallidades ?

(iv) Precisaram de alguma consulta médica ?

(v) Estiveram alguma vez internados na enfermeria do aquartelamento (se é que existia) ?

(vi) Foram a alguma consulta de especialidade no HM 241 ?

(vii) Foram evacuados para a metrópole, para o HMP ?

(viii) Tiveram alguma problema de saúde que o vosso médico ou o enfermeiro conseguiu resolver sem evacuação?

(ix) O vosso posto sanitário também atendia a população local ?

(x) (E se sim, o que é mais que provável:) Há alguma estimativa da população que recorria aos serviços de saúde da tropa ?...

terça-feira, 18 de junho de 2013

Guiné 63/74 - P11722: Os nossos médicos (49): O BART 733 tinha 4 médicos (Artur Conceição, 1965/67)


Guiné > Região do Oio > CART 730 (1965/67) > Jumbembem > Missa celebrada no refeitório de Jumbembem. Nela podemos ver o (i) Senhor Capitão Amaro Rodrigues Garcia, cmdt da 730; (ii) o Senhor Enfermeiro Fernando Teixeira Picão, do seu lado esquerdo também em calção, e de mãos cruzadas; (iii) o médico [, ten mil  Jaime Heitor Afonso,] também está presente mas já não o identifico.

Foto (e legenda): © Artur Conceição (2013). Direitos reservados.

1. Mensagem do nosso camarada Artur Conceição, ex-sold trms,  CART 730, Bissorã, Farim e Jumbembem (1965/67):


Data: 17 de Junho de 2013 às 19:39

Assunto: Serviço de saúde em tempo de guerra (Era bastante bom)

Caríssimos... Este é o meu contributo.

O Batalhão de Artilharia 733.

Médico da CCS/733 - Tenente, Fernando Henrique de Lemos [, que se formou em Coimbra];

Médico da Cart 730 - Tenente, Jaime Heitor Afonso

Médico da Cart 731 - Alferes, António Augusto Galvão Coelho

Médico da Cart 732 - Alferes, Manuel Guimarães da Rocha [, hoje médico ortopedista, nascido em São Pedro do Sul, em 1936; era presidente do Centro Hospitalar de Lisboa, em 2004]


Como se pode verificar, havia um médico para cada uma das quatro Companhias do Batalhão.

Havia para o Batalhão um só Capelão. Alferes, Felisberto Moreira Maia, e que era mais conhecido por Senhor Padre Maia. Penso que era natural do Distrito de Braga ou Viana do Castelo.

A seguir uma foto de uma missa realizada no refeitório de Jumbembem. Nela podemos ver o Senhor Capitão Amaro Rodrigues Garcia, cmdt da 730, o Senhor Enfermeiro Fernando Teixeira Picão, do seu lado esquerdo também em calção, e de mãos cruzadas. O médico também está presente mas já não o identifico.


Respondendo agora às questões que são colocadas (**):


(i) Quantos médicos seguiam com o vosso Batalhão no Barco?

Não posso responder a esta questão uma vez que eu só cheguei ao Batalhão em Fevereiro de 1965 e o Batalhão tinha embarcado em Outubro de 1964. Sei apenas que o Dr Afonso,  da Cart 730,  também não seguiu com o Batalhão.

Para resposta às questões  (ii) e (iii) também não tenho elementos nem me recordo de nada.


(iv)  Precisaram alguma vez de alguma consulta médica?

Por ordem do cmdt da Cart 730, face ao meu estado emocional após o ataque a Bissorã, ocorrido em 2 de Março de 1965, fui a uma consulta do Médico da Unidade que me enviou para Bissau em
consulta externa no HM 241.

Nessa consulta externa fui atendido pelo médico de Neuropsiquiatria, Dr Pimenta. O Dr Pimenta era de Coimbra e era um excelente médico dentro da sua especialidade.

Após aproximadamente dois meses, com consulta semanal, e depois me ter encontrado a dar sangue numa transfusão directa terá pensado que eu já estaria bom e deu-me alta.

Vi recentemente um documento publicado no blogue onde estava a sua assinatura.

(v) Estiveram alguma vez internados na enfermeria do aquartelamento (se é que existia) ?

Nunca estive internado em nenhuma enfermaria do aquartelamento. Não existia mas pela minha parte também nunca foi necessária.

(vi) Foram a alguma consulta de especialidade no HM 241?

A cerca de 2 meses antes do regresso, e por alturas do Natal de 1966, estava nessa altura no QG. Um dia a meio da tarde,  depois de sair debaixo do chuveiro, tive um ataque de comichão na sola dos pés, que fui esfregando até onde aguentei. Quando já não aguentava mais comecei a esfregar na gravilha do chão até ficar a sangrar. Fui levado por colegas para a enfermaria e daí para o Hospital.

No hospital fizeram-me o tratamento adequado, ligaram-me os pés e mandaram-me regressar à meia noite e meia hora para fazer análises ao sangue, análises essas que só poderiam ser feitas depois da meia noite que era quando o bicharoco actuava.

O que aconteceu, quando cerca meia noite fui ter com o Senhor Oficial de Dia para lhe pedir que mandasse uma viatura levar-me ao Hospital para fazer uma análise ao sangue fica para outra ocasião. Só quando o Senhor Oficial de Dia recebeu um telefonema do Hospital dizendo que estavam à minha espera é que ficou convencido, porque até aí a minha doença era outra.

(vii) Foram evacuados para a metrópole, para o HMP ?

Evacuado nunca fui. Foram 24 meses sem intervalo.

(viii) Tiveram algum problema de saúde que o médico ou o enfermeiro conseguiu resolver sem evacuação ?

Eu não queria chamar a este episódio um problema de saúde, embora tenha havido intervenção do enfermeiro e depois do médico, mas não houve evacuação.

Eu tinha por hábito não encher o meu cantil para levar para perto da cama, no caso de haver sede durante a noite. Uma noite acordei cheio de sede, espreitei em volta e vi uma garrafa branca que tinha dentro um liquido transparente.

Pensando que era água, bebi até ficar satisfeito, só no fim me apercebi que tinha bebido petróleo. O petróleo enviado para a Guiné não tinha corante. Fiquei aflito e fui de imediato acordar o enfermeiro que sem saber o que fazer foi chamar o médico. Eu estava aflito mas nem sequer estava mal disposto, pelo que decidiram que ia tudo dormir, se ficasse mal disposto voltava a acordá-los e pela manhã logo se fazia o ponto da situação. Tudo passou em bem mas o cabelo continuou em
queda.

(ix) O vosso posto sanitário também atendia a população civil?

Fazia parte da [acção] psicossocial.

(x) (E se sim, o que é mais que provável:) Há alguma estimativa da população que recorria aos serviços de saúde da tropa ?...

A população em Jumbembem deveria rondar entre 100 a 150 pessoas, salvo melhor opinião, e a afluência ao posto clínico era bastante. Recordo-me de uma mocinha que ensinada pelos enfermeiros fazia umas quantas tarefas mais relacionadas com a higiene intima das mulheres.

Finalmente quero deixar uma palavra de louvor para os nossos camaradas da saúde, em especial para os da Cart 730. O Pessoal da saúde na 730 era um grupo liderado por um "oficial", que era o 1º Cabo Enfermeiro Picão. Cabeleireiro de profissão na vida civil e enfermeiro militar, não se limitava a distribuir comprimidos para o paludismo e outras mazelas, mas andava atento para não haver fugas. Sempre disponível para pedir à Metrópole produtos que não sendo de primeira necessidade nos davam algum conforto.

Mesmo não havendo enfermaria não quer dizer que não havia doentes, a que o pessoal da saúde estava sempre atento para dar um conforto, e em muitas situações alguma alimentação.

Um grande abraço

Artur António da Conceição
Damaia / Amadora

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Notas do editor:

Último poste da série > 15 de junho de 2013 > Guiné 63/74 - P11706: Os nossos médicos (48): O BCAÇ 1887 (1966/68) tinham três médicos, mas a minha CCAÇ 1546 não chegou a ter nenhum em permanência... Um deles era o dr.João Gomes Pedro, mais tarde ilustre pediatra no Hospital de Santa Maria e professor da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa (Domingos Gonçalves)

Poste anterior:

14 de junho de 2013 > Guiné 63/74 - P11704: Os nossos médicos (47): Qual era a dotação médica de um batalhão ? Três médicos por batalhão, diz-nos o ex-alf mil méd J. Pardete Ferreira (CAOP1, Teixeira Pinto; HM 241, Bissau, 1969/71)

(...) Questões:

(i) Quantos médicos seguiram com o vosso batalhão, no barco ?

(ii) Quantos médicos é que o vosso batalhão teve e por quanto tempo ?

(iii) Lembram-se dos nomes de alguns ? Idades ? Especiallidades ?

(iv) Precisaram de alguma consulta médica ?

(v) Estiveram alguma vez internados na enfermeria do aquartelamento (se é que existia) ?

(vi) Foram a alguma consulta de especialidade no HM 241 ?

(vii) Foram evacuados para a metrópole, para o HMP ?

(viii) Tiveram alguma problema de saúde que o vosso médico ou o enfermeiro conseguiu resolver sem evacuação?

(ix) O vosso posto sanitário também atendia a população local ?

(x) (E se sim, o que é mais que provável:) Há alguma estimativa da população que recorria aos serviços de saúde da tropa ?...

quarta-feira, 29 de maio de 2013

Guiné 63/74 - P11652: 9º aniversário do nosso blogue: Questionário aos leitores (60): Respostas (nºs 133/134/135): Carlos Rios (CCAÇ 1420, Mansoa e Bissorã, 1965/66); Ricardo Figueiredo (2ª CART / BART 6523, Cabuca, 1973/74); e Manuel Amaro (CCAÇ 2615, Nhacra, Aldeia Formosa e Nhala, 1969/71)

Mais três respostas ao nosso questionário (*), mais três "provas de vida"!... Obrigado, camaradas, a vocês três, que continuam a sentar-se, vivinhos da costa, no nosso bentém, à sombra do nosso mágico, fraterno, mítico, fantástico, maravilhoso, protetor, solidário,  frondoso... poilão da Tabanca Grande!


Resposta nº 133  >  

Carlos Rios [, ex-fur mil, CCAÇ 1420 / BCAÇ 1857, Mansoa e Bissorã, 1965/66]

 Caros camaradas e amigos! 
Lamentando a lentidão da resposta ao Questionário, com a apresentação das minhas desculpas aqui vos envio a minha modesta opinião!

1) Não tenho a certeza absoluta, mas creio que foi em 2010.

2) Através da troca de e-mail`s com o meu camarada de companhia, Henrique de Sacadura Cabral, tendo solicitado também pela mesma via ao co-responsável do blogue Ilmº. Ex-Alferes Cmdº. Virginio Briote, a quem envio um profundo agradecimento e um respeitoso cumprimento a minha adesão ao blogue.

3) Sim, sou membro da Tabanca Grande, puco tempo após o mencionado na alínea 1)

4) Faz parte do meu quotidiano.

5) Sim enviei e fizeram o favor de publicar o que escrevi (um diário em caderninhos), e estou a tentar coligir mais alguma coisa.

6) Não, detesto tudo o que se relaciona com a palavra FACEBOOK, para além de não me entender com aquela metodologia.

7) A resposta está inserta na alínea anterior.

8) O Blogue está estruturado superiormente e todo ele me é agradável e chamativo, agradando-me sobremaneira onde aparecem referências de caracter social.

9) As respostas anteriores são explícitas; creio eu!

10) Não, todavia não esqueço que quando me encontro em 

Ferreira do Zêzere, tenho problemas de lentidão na Internet, globalmente, o que pressupõe uma dificuldade tecnológica simplesmente.

11) Representa um aumento de força anímica, o reencontro e nascimento de grandes amizades, e camaradas, um motor de sociabilidade; o homem é um ser gregário, bem como um aumento e abertura de conhecimentos e cultura na arrumação e estruturação da minha carola. Já vou com 70 anos. O muito obrigado aos camaradas, luis Graça,Carlos Vinhal, e todos os responsáveis do Blogue.

12) Não, nunca participei.

13) As minhas decrépitas condições de saúde levam a que (com muita pena minha), não possa deslocar-me facilmente, pelo que não posso participar, mas envio a minha felicitação pelo 9º Aniversário.

14) Incomensuravelmente!! Sim!!

15) Não tenho capacidade para analisar uma magnificente ideia dos camaradas. Apenas peço que continuem, e notem…

“POR MAIS LONGA E ESCURA QUE SEJA A NOITE O SOL (BLOGUE) VOLTA A BRILHAR” (Autor desconhecido)...

Com o maior abraço de solidariedade


Resposta nº 134 >   

Ricardo Figueiredo [, ex-fur mil,  2ª CART / BART 6523, Cabuca, 1973/74]

(1) Quando é que descobriste o blogue?

Por acaso,quando a nostalgia se apoderou de mim e iniciei a busca da minha 2ªCART/BART 6523 e coloquei no motor de busca CABUCA que me levou ao Blogue e me mostrou o mapa.Estava no ano de 2007.

(2) Como ou através de quem? (por ex., pesquisa no Google, informação de um camarada)

Pesquisa no Google.

(3) És membro da nossa Tabanca Grande (ou tertúlia)? Se sim, desde quando?

Sou membro desde 19 de Janeiro de 2011 [, com o nº 472].

(4) Com que regularidade visitas o blogue? (Diariamente, semanalmente, de tempos a tempos...)

Diariamente. De manhã visito o Diário da República. À tarde o blogue. Tornou-se uma obrigação.

(5) Tens mandado (ou gostarias de mandar mais) material para o Blogue (fotos, textos, comentários, etc.)?

Tenho mandado esporadicamente. Espero em breve aumentar a minha colaboração.

(6) Conheces também a nossa página no Facebook [Tabanca Grande Luís Graça]?

Conheço, mas visito-a com menos regularidade.

(7) Vais mais vezes ao Facebook do que ao Blogue?

Vou mais vezes ao blogue.

(8) O que gostas mais do Blogue? E do Facebook?

A história que se vai escrevendo e as estórias que se vão acumulando numa mescla de realidade e de imaginação. No Facebook não tenho opinião formada.

(9) O que gostas menos do Blogue? E do Facebook?

A política que de forma camuflada de vez em quando se posta , reconhecendo porám o cuidado dos Editores em evitar ao máximo esse tipo de atitudes. Quanto do Facebook não tenho opinião formada pelas razões já expostas.

(10) Tens dificuldade, ultimamente, em aceder ao Blogue? (Tem havido queixas de lentidão no acesso...)

Não tenho tido qualquer problema, talvez pela hora tardia a que acedo.

(11) O que é que o Blogue representou (ou representa ainda hoje para ti? E a nossa página no Facebook?

O Blogue é um meio imprescindível para a compreensão da guerra do Ultramar, do conhecimento da juventude de então, dos seus pensamentos, dos seus actos e das suas omissões e sobretudo um arquivo importantíssimo para a compreensão da HISTÓRIA. Creio que o Blogue será a transposição futura da verdadeira HISTÓRIA,  contada pelos seus intervenientes directos e será qualificado como o único repositório dos verdadeiros factos devidamente documentados e narrados pelos próprios actores.

Sobre o facebook , será sempre uma forma imediata e actual da expressão da comunicação de uma rede social.

(12) Já alguma vez participaste num dos nossos anteriores encontros nacionais?

Não , com muita pena minha.

(13) Este ano, estás a pensar ir ao VIII Encontro Nacional, no dia 8 de junho, em Monte Real?

Gostaria, mas mais uma vez não poderei estar presente.Espero para o próximo ano quebrar estes impedimentos. Sobretudo este ano gostaria de estar para abraçar o JOSÉ SAÚDE , que muito considero e estimo, no lançamento do seu novo livro.

(14) E, por fim, achas que o blogue ainda tem fôlego, força anímica, garra... para continuar?

Naturalmente que sim. Acho que o Blogue nunca será um moribundo,pois graças ao envolvimento que construiu ao longo dos anos, a seriedade que impôs no seu editorial,os filhos e netos dos ex-Combatentes da Guiné, saberão mantê-lo vivo, sabendo homenagear os seus mortos e trazendo à colação muita da documentação que certamente ainda se encontra arquivada.

(15) Outras críticas, sugestões, comentários que queiras fazer.

Continuem com o mesmo espírito e se me é permitido, um abraço muito apertado aos seus Editores pela coragem,trabalho e dedicação com que mantêm o Blogue. BEM HAJAM !


Resposta nº 135 > 

 Manuel Amaro [, ex-fur mil enf, CCAÇ 2615 / BCAÇ 2892, Nhacra, Aldeia Formosa e Nhala, 1969/71]

Caros Editores

Com um pedido de desculpas pela demora, aqui vai a minha resposta ao referido questionário.

1 - Descobri o blogue em Abril de 2008.

2 - Estava a fazer uma pesquisa sobre o Capitão Salgueiro Maia, para uma comunicação que ia fazer numa aula, sobre o 25 de Abril de 1974.

3 – Sou membro desta família desde 27 de Maio de 2008.

4 – Consulto o blogue, em média duas vezes por dia, embora por vezes esteja dias sem consultar.

5 – Já enviei vários textos, que foram publicados e faço comentários com frequência.

6 – No Facebook não tenho participado.

7 – Só vou ao blogue.

8 – Gosto de ler boas estórias, sejam elas “guerreiras” ou sociais, bons poemas e ver boas fotos.

9 – Não gostei de ler alguns textos doutrinários, algumas polémicas exageradas... sobre quem ganhou, quem perdeu, onde reuniu o PAIGC em 1973, quem matou Amílcar Cabral e mesmo sobre um texto do livro do Rui Alexandrino Ferreira, escrito pelo Major General Pezarat Correia. Até porque é sempre possível discordar sem recorrer à ofensa. E isso nem sempre foi conseguido. Mas, que diabo, ex-combatentes, seniores, também têm que ser tolerantes.

10 – Nunca tive dificuldade em aceder ao blogue.

11 – O blogue representou e representa muito para mim. Sem ser “lamechas”, foi aqui que reencontrei um grande amigo que estava “desaparecido” desde 1967: O Zé Teixeira. Foi aqui que reencontrei o Mário Pinto, o Arménio Santos, o Mário Fitas e o Alberto Branquinho. Foi aqui que voltei a ouvir falar, ler estórias e ver fotos de Buba, Nhala e Quebo, que foram as minhas “terras” na Guiné. É aqui que encontro ex-combatentes, gente que sentiu e que sente a Guiné como fazendo parte das suas vidas. O blogue é hoje uma das minhas referências de vida.

12 – Já participei em três Encontros Nacionais, em 2009/10/11, em Ortigosa e Monte Real.

13 – Este ano não vou participar porque estarei ausente, noutra missão, de 2 a 21 de Junho.

14 – Sim. Acho que o blogue tem todas as condições para continuar e para se fortalecer. Basta ver o trabalho feito até hoje pelo Comandante Luís Graça e pela Equipa de Editores.

15 – Sugestões? Bem sugestões, sugestões, não sei muito bem. Talvez continuar a trabalhar com o mesmo entusiasmo. Talvez com entusiasmo redobrado. Se o caminho percorrido valeu a pena, é seguir no mesmo caminho, de cabeça erguida. Sim, é isso. Porque o dever foi cumprido e as consciências estão tranquilas. Tenho dito... e escrito. Com um abraço.
______________

Nota do editor:

Último poste da série > Guiné 63/74 - P11643: 9º aniversário do nosso blogue: Questionário aos leitores (59): Respostas (nºs 130/131/132): Albano Gomes (CART 2339, Fá Mandinga, Mansambo, 1968/69): João Nunes ( CCAÇ 4544, Cafal Balanta e Bolama, 1973/74); e Joaquim Sequeira (BENG 447, Bissau, 1965/67)

(...) Questionário ao leitor do blogue:

(1) Quando é que descobriste o blogue?
(2) Como ou através de quem? (por ex., pesquisa no Google, informação de um camarada)
(3) És membro da nossa Tabanca Grande (ou tertúlia)? Se sim, desde quando?
(4) Com que regularidade visitas o blogue? (Diariamente, semanalmente, de tempos a tempos...)
(5) Tens mandado (ou gostarias de mandar mais) material para o Blogue (fotos, textos, comentários, etc.)?
(6) Conheces também a nossa página no Facebook [Tabanca Grande Luís Graça]?
(7) Vais mais vezes ao Facebook do que ao Blogue?
(8) O que gostas mais do Blogue? E do Facebook?
(9) O que gostas menos do Blogue? E do Facebook?
(10) Tens dificuldade, ultimamente, em aceder ao Blogue? (Tem havido queixas de lentidão no acesso...)
(11) O que é que o Blogue representou (ou representa ainda hoje para ti? E a nossa página no Facebook?
(12) Já alguma vez participaste num dos nossos anteriores encontros nacionais?
(13) Este ano, estás a pensar ir ao VIII Encontro Nacional, no dia 8 de junho, em Monte Real?
(14) E, por fim, achas que o blogue ainda tem fôlego, força anímica, garra... para continuar?
(15) Outras críticas, sugestões, comentários que queiras fazer. (...)

Quem não respondeu (e, portanto, não fez a "prova de vida"...), ainda vai a tempo. O blogue agradece. Contunuamos a celebrar, com alegria comedida, o nosso 9º aniversário. Nove anos a blogar são cinco comissões na Guiné!... É obra, meus caros coeditores Carlos, Eduardo, Virgínio, e demais colaboradores, autores, tabanqueiros e leitores!... 

Responder por email para: luisgracaecamaradasdaguine@gmail.com