sábado, 18 de janeiro de 2020

Guiné 61/74 - P20569: O nosso blogue como fonte de informação e conhecimento (68): Fotos da "colónia penal e agrícola" da Ilha das Galinhas (Carlos de Carvalho / José António Viegas)


Guiné > Arquipélago dos Bijagós > Ilha das Galinhas > Colónia Penal e Agrícola > c.julho/setembro de 1968 > O José António Viegas. sentado,  à entrada do "edifício principal" das instalações da "colónia"...  Era o comandante de um pequeníssima guarnição militar, encarregue da segurança (menos de uma secção: 1  furriel, 1 cabo, 3 praças...) (*).  Não tinha contacto com os "presos", que viviam  em dois barracões que serviam de camaratas, que eram paralelos, e que ficavam numa "parada grande", Alguns viviam em palhotas. O carcereiro era o "chefe Joaquim"... [Temos 16 referências, no nosso blogue, à Ilha das Galinhas]

Foto (e legenda): © José António Viegas (2019). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



Guiné > Arquipélago dos Bijagós > Ilha das Galinhas > Colónia Penal e Agrícola > c.julho/setembro de 1968 > Da esquerda para a direita, o chefe Joaquim e o fur mil Viegas, posando com um tubarão capturado
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Fotos do álbum do um único camarada, da Tabanca Grande,  que fez serviço na Ilha das Galinhas, o José António Viegas: fur mil do Pel Caç Nat 54 (Enxalé e Ilha das Galinhas, 1966/68).

Foto (e kegenda): © José António Viegas (2013). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Mensagem de Carlos Carvalho, nosso leitor (e indigitado membro da Tabanca Grande), Carlos de Carvalho, historiador e arqueólogo , Praia, Cabo Verde:

Data: segunda, 30/12/2019 à(s) 08:49

Assunto: Memorias-autorização

Caro Luís,

Bom dia.

Antes de mais meus desejos de Boas Festas e um Novo Ano cheio de novidades boas e sucessos pessoais, mas sobretudo com muita saúde.

Venho mais uma vez para um outro pedido.

Estou a cata de imagens das casernas dos prisioneiros na Ilha das galinhas. Claro que fui ao seu / "nosso" blog a procura de imagens / fotos mas não encontrei. Mas vi que o vosso colega José António Viegas passou por lá uns tempos.

Gostaria que me pusesse em contacto com ele a ver se por acaso não tem fotos das casernas e, ou não tendo,  se sabe me orientar de como as encontrar.

Como é urgente,  são as poucas imagens que me faltam para enriquecer o livro (*).

Aceite meus melhores cumprimentos.

Carlos


2. Pronta resposta do José António Viegas, ao meu pedido, em 30/12/2019, 15h55:

Caro Luís:

Gostaria de ser prestável mas do tempo que lá estive, ee Junho de 68 a Setembro de 68, não tenho fotos dos dois barracões que serviam de camaratas aos prisioneiros, e eu não tinha contacto com eles.

Tínhamos o edifico principal que é o que estou na foto e os barracões paralelos numa parada grande. Havia alguns prisioneiros que viviam nas palhotas.

A única pessoa que poderia dar alguma informação era o chefe Joaquim ,comandante do campo, não sei se ainda será vivo.

Um abraço
Bom Ano


3. Resposta de Carlos de  Carvalho, 31/12/2019, 08:16

Caro Luís Graça,

Bom dia e bem recebida a resposta do colega Viegas. Pena não poder ajudar mais. Pior é que parece que não ficou nada para a historia. Tudo abandonado e degradado/destruído.

(...) Mais uma vez meus desejos de Bom Ano a si e a todos os amigos e camadas da Guiné.

Abrasu ben forte


4. Excerto de mensagem do José António Viegas, publicada no poste P13452 (****):

(..) Na parte central na ilha, chamado o campo, havia uma casa colonial e uma parada grande com dois barracões que era onde viviam os presos. Na altura estavam lá perto de cento e tal prisioneiros entre os de delito comum e os presos político. Pessoalmente, não não sabia quais deles eram, não sabia distuingui-los, pois o chefe [Joaquim] não falava comigo nesse aspecto.

O chefe Joaquim que está comigo na foto com o tubarão, esteve na GNR com o Spínola e depois foi chefiar o campo. Penso que estivesse ligado à Pide.

Os presos circulavam à vontade. Alguns mais antigos viviam em palhotas junto ao campo, faziam trabalho agrícola, não havia problema com a população e poucas hipóteses tinham de fugir.

A vida da guarnição era fazer umas rondas pela ilha no Unimog pequeno (Pincha) [, o 411] e pesca. Nada mais.

A comida dos prisioneiros era na base do arroz, algum peixe e carne.

Naquele tempo eu não estava bem dentro dos assuntos, não fazia muitas perguntas ao chefe que ele, sempre de má cara com a sua úrsula [,úlcera], pouco respondia.

Só falei com um preso político, que eu saiba, quando fui mordido por uma cobra verde, não sei se era médico ou enfermeiro , sei que tinha estado na República Checa [, na altura Checoslováquia,] e que veio tratar de mim. (...)

__________

Notas do editor:

(*) Vd. poste de 3 de dezembro de 2013 > Guiné 63/74 - P12383: Memória dos lugares (257): Ilha das Galinhas em 1968 (José António Viegas)


(***) Último poste da série > 15 de janeiro de 2020 > Guiné 61/74 - P20559: O nosso blogue como fonte de informação e conhecimento (67): pedido de autorização para uso de fotos de Guerra Ribeiro, em livro de memórias do "tarrafalista" Inácio Soares de Carvalho (Carlos de Carvalho, Praia, Santiago, Cabo Verde)

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