Guiné > Arquipélago dos Bijagós > Ilha das Galinhas > Colónia Penal e Agrícola > c.julho/setembro de 1968 > O José António Viegas. sentado, à entrada do "edifício principal" das instalações da "colónia"... Era o comandante de um pequeníssima guarnição militar, encarregue da segurança (menos de uma secção: 1 furriel, 1 cabo, 3 praças...) (*). Não tinha contacto com os "presos", que viviam em dois barracões que serviam de camaratas, que eram paralelos, e que ficavam numa "parada grande", Alguns viviam em palhotas. O carcereiro era o "chefe Joaquim"... [Temos 16 referências, no nosso blogue, à Ilha das Galinhas]
Foto (e legenda): © José António Viegas (2019). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]
Guiné > Arquipélago dos Bijagós > Ilha das Galinhas > Colónia Penal e Agrícola > c.julho/setembro de 1968 > Da esquerda para a direita, o chefe Joaquim e o fur mil Viegas, posando com um tubarão capturado
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Fotos do álbum do um único camarada, da Tabanca Grande, que fez serviço na Ilha das Galinhas, o José António Viegas: fur mil do Pel Caç Nat 54 (Enxalé e Ilha das Galinhas, 1966/68).
Fotos do álbum do um único camarada, da Tabanca Grande, que fez serviço na Ilha das Galinhas, o José António Viegas: fur mil do Pel Caç Nat 54 (Enxalé e Ilha das Galinhas, 1966/68).
Foto (e kegenda): © José António Viegas (2013). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]
1. Mensagem de Carlos Carvalho, nosso leitor (e indigitado membro da Tabanca Grande), Carlos de Carvalho, historiador e arqueólogo , Praia, Cabo Verde:
Data: segunda, 30/12/2019 à(s) 08:49
Assunto: Memorias-autorização
Caro Luís,
Bom dia.
Antes de mais meus desejos de Boas Festas e um Novo Ano cheio de novidades boas e sucessos pessoais, mas sobretudo com muita saúde.
Venho mais uma vez para um outro pedido.
Estou a cata de imagens das casernas dos prisioneiros na Ilha das galinhas. Claro que fui ao seu / "nosso" blog a procura de imagens / fotos mas não encontrei. Mas vi que o vosso colega José António Viegas passou por lá uns tempos.
Gostaria que me pusesse em contacto com ele a ver se por acaso não tem fotos das casernas e, ou não tendo, se sabe me orientar de como as encontrar.
Como é urgente, são as poucas imagens que me faltam para enriquecer o livro (*).
Aceite meus melhores cumprimentos.
Carlos
2. Pronta resposta do José António Viegas, ao meu pedido, em 30/12/2019, 15h55:
Caro Luís:
Gostaria de ser prestável mas do tempo que lá estive, ee Junho de 68 a Setembro de 68, não tenho fotos dos dois barracões que serviam de camaratas aos prisioneiros, e eu não tinha contacto com eles.
Tínhamos o edifico principal que é o que estou na foto e os barracões paralelos numa parada grande. Havia alguns prisioneiros que viviam nas palhotas.
A única pessoa que poderia dar alguma informação era o chefe Joaquim ,comandante do campo, não sei se ainda será vivo.
Um abraço
Bom Ano
3. Resposta de Carlos de Carvalho, 31/12/2019, 08:16
Caro Luís Graça,
Bom dia e bem recebida a resposta do colega Viegas. Pena não poder ajudar mais. Pior é que parece que não ficou nada para a historia. Tudo abandonado e degradado/destruído.
(...) Mais uma vez meus desejos de Bom Ano a si e a todos os amigos e camadas da Guiné.
Abrasu ben forte
(..) Na parte central na ilha, chamado o campo, havia uma casa colonial e uma parada grande com dois barracões que era onde viviam os presos. Na altura estavam lá perto de cento e tal prisioneiros entre os de delito comum e os presos político. Pessoalmente, não não sabia quais deles eram, não sabia distuingui-los, pois o chefe [Joaquim] não falava comigo nesse aspecto.
O chefe Joaquim que está comigo na foto com o tubarão, esteve na GNR com o Spínola e depois foi chefiar o campo. Penso que estivesse ligado à Pide.
Os presos circulavam à vontade. Alguns mais antigos viviam em palhotas junto ao campo, faziam trabalho agrícola, não havia problema com a população e poucas hipóteses tinham de fugir.
A vida da guarnição era fazer umas rondas pela ilha no Unimog pequeno (Pincha) [, o 411] e pesca. Nada mais.
A comida dos prisioneiros era na base do arroz, algum peixe e carne.
Naquele tempo eu não estava bem dentro dos assuntos, não fazia muitas perguntas ao chefe que ele, sempre de má cara com a sua úrsula [,úlcera], pouco respondia.
Só falei com um preso político, que eu saiba, quando fui mordido por uma cobra verde, não sei se era médico ou enfermeiro , sei que tinha estado na República Checa [, na altura Checoslováquia,] e que veio tratar de mim. (...)
__________
(*) Vd. poste de 3 de dezembro de 2013 > Guiné 63/74 - P12383: Memória dos lugares (257): Ilha das Galinhas em 1968 (José António Viegas)
1. Mensagem de Carlos Carvalho, nosso leitor (e indigitado membro da Tabanca Grande), Carlos de Carvalho, historiador e arqueólogo , Praia, Cabo Verde:
Data: segunda, 30/12/2019 à(s) 08:49
Assunto: Memorias-autorização
Caro Luís,
Bom dia.
Antes de mais meus desejos de Boas Festas e um Novo Ano cheio de novidades boas e sucessos pessoais, mas sobretudo com muita saúde.
Venho mais uma vez para um outro pedido.
Estou a cata de imagens das casernas dos prisioneiros na Ilha das galinhas. Claro que fui ao seu / "nosso" blog a procura de imagens / fotos mas não encontrei. Mas vi que o vosso colega José António Viegas passou por lá uns tempos.
Gostaria que me pusesse em contacto com ele a ver se por acaso não tem fotos das casernas e, ou não tendo, se sabe me orientar de como as encontrar.
Como é urgente, são as poucas imagens que me faltam para enriquecer o livro (*).
Aceite meus melhores cumprimentos.
Carlos
2. Pronta resposta do José António Viegas, ao meu pedido, em 30/12/2019, 15h55:
Caro Luís:
Gostaria de ser prestável mas do tempo que lá estive, ee Junho de 68 a Setembro de 68, não tenho fotos dos dois barracões que serviam de camaratas aos prisioneiros, e eu não tinha contacto com eles.
Tínhamos o edifico principal que é o que estou na foto e os barracões paralelos numa parada grande. Havia alguns prisioneiros que viviam nas palhotas.
A única pessoa que poderia dar alguma informação era o chefe Joaquim ,comandante do campo, não sei se ainda será vivo.
Um abraço
Bom Ano
3. Resposta de Carlos de Carvalho, 31/12/2019, 08:16
Caro Luís Graça,
Bom dia e bem recebida a resposta do colega Viegas. Pena não poder ajudar mais. Pior é que parece que não ficou nada para a historia. Tudo abandonado e degradado/destruído.
(...) Mais uma vez meus desejos de Bom Ano a si e a todos os amigos e camadas da Guiné.
Abrasu ben forte
4. Excerto de mensagem do José António Viegas, publicada no poste P13452 (****):
O chefe Joaquim que está comigo na foto com o tubarão, esteve na GNR com o Spínola e depois foi chefiar o campo. Penso que estivesse ligado à Pide.
Os presos circulavam à vontade. Alguns mais antigos viviam em palhotas junto ao campo, faziam trabalho agrícola, não havia problema com a população e poucas hipóteses tinham de fugir.
A vida da guarnição era fazer umas rondas pela ilha no Unimog pequeno (Pincha) [, o 411] e pesca. Nada mais.
A comida dos prisioneiros era na base do arroz, algum peixe e carne.
Naquele tempo eu não estava bem dentro dos assuntos, não fazia muitas perguntas ao chefe que ele, sempre de má cara com a sua úrsula [,úlcera], pouco respondia.
Só falei com um preso político, que eu saiba, quando fui mordido por uma cobra verde, não sei se era médico ou enfermeiro , sei que tinha estado na República Checa [, na altura Checoslováquia,] e que veio tratar de mim. (...)
__________
Notas do editor:
(*) Vd. poste de 3 de dezembro de 2013 > Guiné 63/74 - P12383: Memória dos lugares (257): Ilha das Galinhas em 1968 (José António Viegas)
(**) Vd. poste de 16 de janeiro de 2020 > Guiné 61/74 - P20563: O mundo é pequeno e a nossa Tabanca...é Grande (112): Vamos publicar, com a devida autorização da família, um excerto das memórias, ainda inéditas, de Inácio Soares de Carvalho, um nacionalista da primeira hora, militante do PAIGC, pai do nosso leitor (e futuro grã-tabanqueiro), o historiador e arqueólogo Carlos de Carvalho, cabo-verdiano, de origem guineense
(****) Vd. poste de 31 de julho de 2014 > Guiné 63/74 - P13452: Efemérides (168): No dia 30 de Julho de 2014 fez 48 anos que embarquei para a Guiné, em rendição individual (José António Viegas)
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