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terça-feira, 4 de julho de 2023

Guiné 61/74 - P24450: História da CCAÇ 2792 (Catió e Cabedú, 1970/72) - Parte I: Mobilização, composição e deslocamento para o CTIG em 19 de setembro de 1970

Guiné > Bissau > Julho de 1973  > Monumento do V Centenário da Morte do Infante D. Henrique, avenida marginal e área portuária.

Guiné > Bolama > Junho / julho de 1973  > Restos dos bons velhos tempos quando Bolama era a capital da Guiné, desde 1879 até 1941. Com a guerra, Bolama passou a ter um CIM (Centro de Instrução Militar) por onde passaram muitas unidades e subunidades em que aqui fizeram a IAO.

Fotos (e legendas): © Luís Mourato Oliveira (2016). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné].

T/T Carvalho Araújo a caminho da Guiné. A 26 de abril de 1970, avistámos à ré o T/T Vera Cruz (a caminho de Angola ou Moçambique, presumivelmente).

Foto (e legenda): © António Tavares (2018). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


Guião da CCAÇ 2792 Cortesia do nosso tabanqueiro Amaral Bernardo, ex-alf mil médico, CCS/BCAÇ 2930 (Catió, 1970/72), esteve na CCAÇ 2726, uma companhia independente, açoriana, que guarneceu Cacine (1970/72); passou também cerca de um ano (1971) em Bedanda (CCAÇ 6); tem cerca de meia centena de referências no blogue.


1. A CCAÇ 2792 é mais uma das subunidades, que estiveram no CTIG, e que não têm até à data nenhum representante (formal) na Tabanca Grande. Aliás, tem uma escassa meia dúzia de referências no nosso blogue. Tal não impede, antes pelo contrário, que se fale dela e da  sua missão no sul da Guiné. 

Com base nos elementos de que dispomos (cópia parcial da história da unidade) (*), vamos aqui destacar alguns dos pontos do seu historial, que nos parecem mais interessantes, para os nossos leitores. Em princípio são resumos feitos por um dos nossos editores. No caso de excertos, virão publicados com aspas ou itálicos.

Cap I - Mobilização, composição e deslocamento 

para a província da Guiné

A CCAÇ 2792 destinou-se a render a CCAV 2485. A sua unidade mobilizadora foi o RI 16. Todavia a organização da Companhia processou-se no RI 1, no período de 17 a 29 de agosto de 1970.

Como já aqui foi dito, a Companhia era "constituída  por militares naturais de diversas províncias metropolitanas, sendo contudo as maiores percentagens constituídas por militares naturais das regiões a Norte do Rio Douro e a Sul do Rio Tejo" (pág. 3/I).

Ficou pronta para embarque a partir de 16 de setembro de 1970. A cerimónia de despedida e da benção e entrega do guião foi na parada do RI 1, na tarde do dia 10. No dia 19, à meia-noite, iniciou-se a concentração do pessoal para embarque no cais da Rocha Conde de Õbidos, tendo terminado às 9h30. 

Embarcou no T/T Carvalho Araújo, juntamente com a CCAÇ 2791. A viagem iniciou-se às 12h00 do dia 19.

Não compareceram, ao embarque, 3 oficiais subalternos da CCAÇ 2792. A história da unidade omite os seus nomes. O comandante da Companhia era o cap inf op esp  Augusto José Monteiro Valente.

A viagem decorreu sem incidentes. O navio tocou o porto de Angra de Heroísmo para proceder ao desembarque das CCAÇ 2421 e CCAÇ 2422, ambas mobilizadas pelo  BII 17, e que regressavam de Moçambique. 

De seguida foi escalado o porto de Ponta Delgada onde embarcaram as CCAÇ 2789 e CCAÇ 2790, ambas do BII 19. 

Foi ainda feita uma escala técnica, na ilha de São Vicente, Cabo Verde.

O T/T Carvalho Araújo chegou à Guiné em 2 de outubro de 1970, 13 dias depois da partida em Lisboa (normalmente a viagem marítima Lisboa-Bissau demorava cinco dias).

A CCAÇ 2792 foi encaminhada para o CIM de Bolama, onde realizou a IAO, integrada no BART 2924.

No dia 22 de outubro de 1970, ainda em plena IAO, é transferido, por motivos disciplinares, o seu único alferes, de operações especiais (de apelido Quinta). 

Entretanto, são aumentados aos efetivos da Companhia, no último trimesttre de 1970, très alferes milicianos, atitradores de infantaria, um em 10 de novembro, outro em 24 de novembro e um terceiro a 22 de dezembro  (respetivamente, António Carlos Monteiro Martins, Francisco Chaves Moura e Jorge Manuel Gomes Paiva, este último c0mo recomplemento; veio subtituir o alferes mil op esp Quinta),

Em 22 de maio de 1971, há o aumento (complemento) de um quarto alferes, também at inf (José Francisco Alonos).

A Companhia era composta por 5 oficiais, 17 sargentos e 144 praças, num total de 166 militares.

Houve naturalmente outros aumentos (complementos e recomplementos) e abates de pessoal, tanto de praças como de sargentos,  ao longo da comissão, que não detalhamos aqui, porque seria fastidioso, embora essa informação pudesse ter algum interesse estatístico... 

Há pelo menos 24 anexos  (alterações à composição ao capítulo I), indiciando uma elevada taxa de rotação de pessoalInfelizmente, falta-nos cópias de alguns anexos  relativos aos meses de janeiro, março de julho de 1971, bem como ao ano de 1972 (só temos os meses de março, abril, junho e setembro), impossibilitando-nos de calcular o índice de "turnover" do pessoal, a partir do número de efetivos inicias e finais, bem como do número das entradas (aumentos) e saídas (abates) ao longo da comissão. 

As razões dos abates são diversas: transferência por motivos disciplinares, morte,  evacuação para o Hospital Militar Principal por ferimento em combate ou doença, etc. Há um caso, que nos parece pouco vulgar: o de um soldado at inf, que em 20 de novembro de 1970 é abatido ao efetivo por ter sido "desnomeado do Ultramar por despacho de S. Excia. o Secretário de Estado do Exército" (sic) (pág. 39/I).

Em todo o caso, em 16 anexos contámos 23 abates (de 1 alferes miliciano, de 6 furriéis milicianos e os restantes 16, de praças). Mas os aumentos (complementos e recomplementos) são mais: 26, sendo de 4 alferes milicianos, 1 primeiro sargento, 6 furriéis milicianos e os restantes, praças (15).

De qualquer modo, esse problema (a rotação de pessoal) era comum a muitas unidades e subunidades (se não a todas) que foram mobilizadas para a Guiné. No final do capítulo I, da história da CCAÇ 2792, o problema é posto em evidência:

(...) No aspeto de pessoal, a Companhia começou a sua vida na Guiné bastante mal, dada a falta de três oficiais com que embarcou na Metrópole, situação agravada posteriormente por o único subalterno presente ter sido transferido por motivo disciplinar

Em consequéncia a Instrução de Aperfeiçoamento Operacional (IAO) decorreu sem subalternos. Estes só começaram a chegar quando a subunidadaes entrou em Sector.

Felizmente o espírito de corpo e de disciplina das praças era bastante forte e os sargentos chamados ao comando dos Grupos de Combate revelaram-se competentes para o cargo. A Compamhia, apesar das dificuldades por que passou no início, manteve-se coesa e disciplinada.

(...) Ao longo da comissão a Companhia foi sendo privada de furriéis quer, pelas suas suas qualidades, foram colocados em diligência em subunidades africanas. Para ocupar as suas vagas foram chegando furriéis recém-vindos da Metrópole, sem contacto com tropas e que colocados de repente no comando de militares já com meses de comissão, afetariam necessariamente o ritmo da atividade da Companhia. (...) (pág. 61/I).


(Seleção / revisão e fixação de texto / negritos e itálicos: LG)
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Nota do editor:

(*) Vd. poste de 3 de julho de 2023 > Guiné 61/74 - P24447: Casos: a verdade sobre... (34): A CCAÇ 2792 (Catió e Cabedú, 1970/72), comandada pelo cap inf Augusto José Monteiro Valente (1944-2012), e depois maj gen ref, que embarcou para o CTIG sem três alferes (que terão desertado) e durante a IAO ficou sem o último, por motivos disciplinares...

sexta-feira, 16 de junho de 2023

Guiné 61/74 - P24402: O nosso livro de visitas (219): Jaime Saraiva, CCAÇ 2789 / BCAÇ 2928 (Bula, 1970/72), procura camaradas

Guião do BCAÇ 2928. Cortesia:
Coleçáo Carlos Coutinho  / Ultramar
TerraWeb (2009)

1. Pelo Formulário de Contacto do Bloger, recebemos no passafo dia 13, a seguinte mensagem:

 Gostaria de contactar com camaradas da CCaç 2789 / BCAÇ 2928 que estiveram na zona de Bula, 1970/72 ..Um grande Abraço para todos

Cumprimentos,

Jaime Saraiva | jaimepsaraiva1@gmail.com


2. Resposta do editor LG, na volta do correio:

Jaime, obrigado pelo contacto. 

 Infelizmente o único camarada que tínhamos na nossa tertúlia (somos 875, mas contigo podemos ser 876...) era o Luís F. Moreira, ex-fur mil trms,  CCAÇ 2789 / BCAÇ 2928 (Bula, 1970/72), já falecido em 2013 (foto à direita).
Era de Viana do Castelo. 

Se tu estiveste na Guiné e foste desta companhia, podes muito bem substituí-lo na nossa Tabanca Grande. Mandas duas fotos, uma antiga e outra atual, e duas ou três linhas com a tua apresentação: 
sou o fulano, tal, posto tal, pertenci à CCAÇ 2789 e procuro antigos camaradas, etc. 

Saúde e longa vida. Luís Graça

PS - A CCS / BCAÇ 2929 tem uma página, aqui no Facebook.


3. Pronta esposta do Jaime Saraiva:

Obrigado pela atenção dispensada... Fiquei triste com a noticia

Espero em breve mandar as duas fotos

Cumprimentos,
Jaime Saraiva
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Nota do editor:

Último poste da série > 21 de março de 2023 > Guiné 61/74 - P24157: O nosso livro de visitas (218): Luís Reis Torgal, conhecido historiador e professor catedrático jubilado da Universidade de Coimbra: "por vezes passo os olhos pelo blogue, fui alf mil trms, Cmd Agr 2952 e COMBIS, Mansoa e Bissau, 1968/69"

sexta-feira, 6 de dezembro de 2019

Guiné 61/74 - P20419: Efemérides (316): Foi há 50 anos que desembarquei em Bissau: fomos para a guerra, privilegiámos a paz! (António Ramalho, ex-fur mil at cav, CCAV 2639, Binar, Bula e Capunga, 1969/71)


Guiné > Bissau > c.1970/71 > Chaimites evoluindo no estuário Geba em Bissau. À esquerda, o edifício das Alfãndegas
. As primeiras Chaimites chegam a Bissau, as V-200, para teste, em finais de 1970,  e depois a partir de 1971 vão substitundo algumas das nossas obsoletas viaturas blindadas, mas revelam alguns problemas, a nível da blindagem e do armamento.



Guiné > Região do Cacheu > Bula > CCAV 2639 (1969/71)  > A AM [autometralhadora] Panhard, companheira insubstituível nas nossas colunas.

Fotos (e legendas): © António Ramalho (2018) . Todos os direitos reservados (Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné)





1. Mensagemn de António Ramalho, de 26 de novembro de 2019, 13h19

[ex-fur mil at cav, CCAV 2639 (Binar, Bula e Capunga, 1969/71), natural da Vila de Fernando, Elvas,  a viver em Vila Franca de Xira, membro da Tabanca Grande, com o nº 757: tem cerca de duas dezenas de referências no nosso blogue;  A ccav 2639, mobilizada pelo RC 7, partiu para o TO da Guiné em 22/10/1969m e regressou a 25/9/1971; esteve em Binar, Pete e Bula; comandante: cap cav Alfredo Jorge Gonçalves Farinha Ferreira;era uma companhia independente, adida ao BCAV 2868; a companhia chegou a Bissau em 28/10/1969, o Ramalho só um depois depois; ficou 3 semanas por Bissau, e o mandarem para o mato em 20/12/1969]


Caro camarada Luís Graça, boa tarde.

Querendo comemorar os 50 anos da nossa chegada à Guiné, homenageando todos aqueles que já partiram, elaborei o texto que anexo para analisares e publicares no nosso Blogue, se assim o entenderes.

Gostaria de ver maior participação de elementos da minha Companhia, tenho feito algumas acções de informação, não vejo resultados, contudo não desistirei!

Quando nos encontraremos num almoço em Algés?
Um forte abraço para todos.

António Fernando Rouqueiro Ramalho (757)





2. Fomos para a guerra e privilegiámos a paz! 

por António Ramalho

Desembarcado em Bissau em Novembro de 1969, fui acompanhado por um T6 na subida do Rio Geba, um ruído ensurdecedor. Antes disso atravessei o Golfo da Guiné apinhado de barcos de pesca, uma imagem lindíssima, qual baía de Cascais, logo ali tive o primeiro sobressalto na manhã seguinte!Na noite anterior o Uíge ficou ancorado ao largo com a proa para Norte. Do meu camarote via a Bissau nocturna. Na manhã seguinte, quando acordei, vi floresta. Pensei que já nos tinham levado para outro local. Ignorância minha. Como os rios na Guiné sofrem de influência marítima, o navio tinha rodado, tudo bem! 





T/T Uíge > Lisboa-Bissau > Outubro de 1969 > "O primeiro (e único) cruzeiro da minha vida.



Guiné > Região Cacheu > Bula > Ponta Consolação > CCAV 2639 (1969/71) > Capunga > Reordenamento

Fotos (e legendas): © António Ramalho (2018) . Todos os direitos reservados (Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné)



Desembarcado sem arma mas com bagagem, tinha à minha espera o meu conterrâneo João Unas, distinto marinheiro. Percorri Bissau num autocarro das Viagens Costa a distribuir camaradas pelos diferentes quartéis até que me apresentei no QG (Biafra), tal era a desordem! Feito o chek in fui almoçar ao Pelicano! 

Instalado nos Adidos à espera de transporte, ia diariamente ao QG (Biafra) saber da minha sorte. Não havia vaga, graças a Deus. Assim conheci melhor Bissau que, comparada com os dias de hoje está irreconhecível, um desconsolo! 

Mais tarde, nas poucas vindas a Bissau, era hóspede do meu amigo José Germano,  no quartel de Engenharia [, BENG 447], sempre principescamente recebido. Também em Bissalanca [, BA 12] saboreava as excelentes refeições e usufruía do ar condicionado dos Paraquedistas onde o meu conterrâneo João Belchiorinho me recebia. Já cá não estão os dois entre nós! 

Aproveitei os meus tempos livres para conhecer a cidade, os seus bairros. Fui ao Pilão, como era óbvio, aos seus mercados, às suas escolas e liceu, passei bons momentos na 5ª Rep., na Solmar, também fui ao Chez Toi, Messe da FA e passei pelo HM [ 241} conhecer e saber do estado de saúde de alguns camaradas que tinham sofrido umas pequenas escoriações numa emboscada em Binare. 

Fiquei com uma imagem que guardarei para toda a vida: sentados nos lancis dos passeios dos bairros de Bissau,  estudavam crianças à luz dos candeeiros da iluminação pública, que vontade de aprender, que encanto me proporcionaram aqueles jovens! 

Noutra ida ao HM apercebi-me da chegada de helicópteros. A minha curiosidade levou-me até às urgências, estarão a imaginar o dantesco cenário que presenciei naquela tarde! Que grande estímulo para um periquito! Resisti às imagens e ao ambiente tentando confortar aqueles que me ouviam... Não conheci ninguém! Na minha permanência nos Adidos em Bissau fiz rondas desde as antenas da EN, ao Presídio Militar onde numa das idas levei um oficial despromovido por “incompatibilidade” com outro oficial superior que foi calorosamente recebido pelos presentes, antes de o entregar tomámos uma cerveja e dei-lhe um abraço! 

Esperei um mês pela coluna de reabastecimento e lá fui até Binar (Missão do Sono) de onde voltei no mesmo dia para Bula, ficando alojado num Celeiro fora do quartel. Fui na GMC da frente, carregada de sacos com batatas, para resistir melhor ao eventual rebentamento de alguma mina, fazendo companhia a um condutor nativo que fazia a sua estreia nestas andanças. Era ele e eu. Lá nos safámos! 

O BCAV 2868 estava aquartelado em Bula nuns pavilhões desactivados (isotérmicos com ventilação estática) da petrolífera ESSO com piscina (entulhada), que em tempos fez prospecção de petróleo na província! 

Lembro-me perfeitamente da minha Consoada de 1969 no mato: um pacote de bolachas da MM [, Manutenção Militar,] e um cantil com chá. Soube-me tão bem! 

De Bula partimos para Capunga, Pete e Ponta Consolação para fazer o reordenamento das Tabancas, localizado no triângulo Bula, Choquemone (Base do IN) e Binare, aquartelados em magníficas e apropriadas instalações (tendas de lona) até ao fim da comissão! 


Guiné > Guiné > Região do Cacheu > Carta de Bula (1953) > Escala 1/50 mil > Posição relativa de Ponta Consolação, ma margem esquerda do rio de Caleco ou de Bula, afluente do rio Mansoa. À direita da foz, ficava João Landim... Choquemone era uma das matas onde o PAIGC sempre teve as suas "barracas" (ou bases...).


Infografia: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (2018)


Aqui reordenámos as Tabancas, construíram-se escolas com mão-de-obra nativa mas supervisionada por nós. No princípio sentiu-se alguma relutância das populações já que a nossa presença prejudicava o reabastecimento do IN, uma vez que era ali o seu celeiro. 

No campo da educação foram submetidos a exame e aprovados 18 candidatos, tiraram a carta de condução 41 elementos. Construíram-se 538 moradias, fabricaram-se 582.799 Adobos, construíram-se 3 Escolas: população reordenada 2.509 pessoas. 

Dado estar a pouca distância do Choquemone (Base IN) éramos apoiados pela rectaguarda por enormes peças de artilharia de grande alcance (Obuses) instaladas em Bula. Os dados de tiro para o aparelho de pontaria eram fornecidos por nós tendo como base a inscrição no topo dos bidões das sentinelas! 

Apesar desta missão, eramos escalados para integrar operações. Naquelas em que fiz parte,  o IN não quis contactos comigo, nunca trocámos tiros, nunca nos flagelámos. Já no acampamento fomos contemplados com algumas flagelações à distância. 

Na terça-feira de Carnaval de 1970 uma bala perfurou-nos um pipo de vinho, uma pena! Efectuámos 148 Operações, muitos patrulhamentos e escoltas, picámos quilómetros de picadas! Uma noite fomos sobrevoados no acampamento a baixa altitude por um avião, o Pictures Enterprise, ficando sem saber o que andaria a fazer por ali àquela hora da noite! 

Logo no princípio da nossa comissão, foi efectuada noutra zona da província [, no corredor de Guileje, no sul, na região de Tombali], uma operação para capturar 'Nino' Vieira. Não o conseguiram, tendo contudo capturado o Capitão Peralta, um cubano integrado nas fileiras do PAIGC, ficando gravemente ferido num braço. Assistimos à construção e asfaltamento da estrada de São Vicente que ligava BULA à margem direita do Rio Cacheu que mais tarde faria parte do nosso roteiro para Bissum. 

Apesar do permanente patrulhamento naquela estrada, era o cilindro que com a sua carga máxima abria a picagem da estrada diariamente. É nesta altura que se despenha um helicóptero, devido ao mau tempo, com deputados, sendo um deles meu conterrâneo, José Vicente Abreu, e Pinto Bull, natural da Guiné, avô da actriz Patrícia Bull. 

Fomos visitados em Capunga por Juan Carlos de Bourbon, mais tarde Rei de Espanha, acompanhado pelo Major Marcelino. Apareceram-nos de jipe, nunca soubemos qual a razão da visita. 

De repente somos confrontados com a “Paz Podre”. Não podíamos usar armas, é verdade. Íamos nas colunas com as mãos nos bolsos até que se dá a cilada aos nossos ilustres Majores na zona de Teixeira Pinto, sendo que estava preparada para o General Spínola, como disseram os SI [, Serviços de Informação]. Neste período ofereceram-se enormes quantidades de tabaco e vinho do Porto ao IN. 

Em Novembro de 1970, o Comandante Alpoim Galvão vai a Conacri tentar libertar elementos das NT e capturar elementos do PAIGC. Julgo ter tido mais êxito na libertação dos elementos das NT! 

Lema da CCAV 2639 (1969/71): "Pro bono pacis"
 (, para o bem da paz)
O Major Casquilho [, Luís Maria Coelho Casquilho,] caiu ao Rio Mansoa [, em 29/10/1070,] levando consigo o jipe e a máquina de projecção de filmes que, solícito, queria fazer chegar a horas a Bissau. Ultrapassou as Panhards que o iriam escoltar... e foi em frente, uma tragédia! 

Também capturámos uma Kalachnikov ao IN enquanto namorava na Tabanca. Não era bem a nossa missão, já que íamos era comprar galinhas! 

Celebrou-se o Dia da Cavalaria com pompa e circunstância em teatro de guerra! Construíram-se dois heliportos, um em Pete e outro em Ponta Consolação.

É substituído em Bula o BCAV 2868 pelo BCAÇ 2928 de onde sairia a seu tempo a CCAÇ 2789 que iria substituir-nos no reordenamento das Tabancas de Capunga, Pete e Ponta Consolação. Entretanto fiz parte de um Gr Comb composto por elementos de todos os Pelotões (presumo os mais bem comportados) com destino a Bissum/Bissorã onde fomos ajudar uma Companhia Açoriana a adaptar-se ao cenário de guerra, efectuando algumas rondas e patrulhamentos. Nunca participámos em qualquer outro tipo de operação! 

Éramos reabastecidos de víveres uma vez por mês por via fluvial. Para receber o correio fretávamos uma avioneta à Marinha. Dali ouviu-se o ataque a Bissau com mísseis às 22:00 horas de um qualquer dia de 1971, previamente conhecido e divulgado. Não foi surpresa para ninguém! Como forma de proteger a população da capital, faziam-se exercícios nocturnos de ofuscação de luzes. Mesmo assim estiveram muito perto de acertar nos alvos. Éramos sobrevoados por B26 da NATO a bastante altitude que mais tarde ouviríamos as suas barulhentas descargas “ecológicas”! 

No regresso de Bissum/Bissorã deslocaram-me para Ponta Consolação onde tive o privilégio de poder acompanhar o cabo enfermeiro Afonso Henrique da Silva Lucas ao nascimento de uma menina que baptizámos com Helga dos Reis já que nasceu ao meio dia do dia 6 de Janeiro de 1971. Também aqui fomos flagelados numa noite, felizmente sem consequências graves. Já em Pete, o ataque foi mais feroz, tendo o IN utilizado misseis que destruíram grande parte do aquartelamento, havendo alguns feridos, merecendo a visita das autoridades militares do CTIG. 

Entretanto, chega a CCAV 3420 comandada pelo então Capitão Salgueiro Maia, meu instrutor em Santarém. Aquartelou-se em Bula, para se adaptar ao terreno, mais tarde foi destacada para outros pontos da Guiné mais complicados. Não tiveram vida fácil! Mais uma vez para o mato para a sua adaptação a eventuais cenários reais com que se poderiam deparar. Uma manhã, ao romper do dia ouço um grande alvoroço nas hostes, os periquitos estavam irrequietos e assustados: nada mais, nada menos pelo barulho provocado pelos macacos a acordarem esfregando os olhos e que saltavam duns ramos para os outros cumprimentando-se em voz alta, de forma semelhante ao acordar humano. Passado o susto, lá se acalmaram! 

Só nos podemos orgulhar e sentir felizes: a Companhia regressou em 1971 com os mesmos homens com que chegou à Guiné em 1969, graças a Deus. Ainda que uns mais apanhados que outros! Hoje, que já muitos nos deixaram, é em sua memória que resumo a nossa permanência por aquelas terras há 50 anos! Que repousem em Paz!

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quarta-feira, 3 de abril de 2013

Guiné 63/74 - P11337: In Memoriam (147): Luís Fernandes Gonçalves Moreira (1948-2013), natural de Viana do Castelo, ex-fur mil trms, CCAÇ 2789 / BCAÇ 2928 (Bula, 1970/72)



Luis F. Moreira (29/12/1948- 3/4/2012)


 Retrato, em tela, do Luis F. Moreira, da autoria do artista plástico,  ex-paraquedista em Angola e também colega de trabalho nos Estaleiros Navais de Viana do Castelo, José Marques.Imagem enviada pelo Sousa de Castro.


1. Mensagem acabada de chegar, do nosso tertuliano nº 2, o mais antigo, o Sousa de Castro:



De: Sousa de Castro  
Data: 3 de Abril de 2013, 16:44

Assunto: Morreu o tertuliano Luís Fernandes Gonçalves Moreira

Caro amigos editores do blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné:


É com grande tristeza que participo a todos os amigos e camaradas da Guiné que o nosso tertuliano Luís Fernandes Gonçalves Moreira, desencarnou hoje,  dia 3 de abril de 2013, vítima de doença prolongada. 

O funeral realiza-se em Perre, Viana do Castelo, pelas 16,00 de amanhã, dia 4.

2. Deixo aqui o poste em que ele se apresentou à Tabanca Grande:


(...) Mensagem de Luís F. Moreira, ex-Fur Mil  Trms da CCAÇ 2789/BCAÇ 2928, Bula, 1970/72, com data de 1 de Fevereiro de 2009:

Antes de mais um grande agradecimento pelo trabalho feito ao serviço de todos aqueles que perderam um pedaço da sua juventude na guerra. Muito obrigado.

Depois de algum tempo já consegui entrar em contacto com o genro do João Antão,  da minha Companhia,  e já enviei 3 fotos. Vou procurar manter o contacto e troca de informações.

Aproveito para enviar também para a nossa caserna três fotos, que me parece ter algum interesse a quem passou por Bula. A capela do Batalhão, o Monumento que deixamos em memória dos nossos mortos e a equipa de futebol do grupo de Pete (um destacamento da CCaç 2789).

Enviarei depois as duas minhas para pertencer à grande Caserna.

Um Abraço a todos
Luís Moreira
Ex-Fur Mil Trms
CCaç 2789/BCaç 2928
BULA
1970/72 (...)

3. Comentário de L.G.:

Não conhecia pessoalmente o Luís F. Moreira, mas era já uma presença familiar na nossa Tabanca Grande que, hoje, fica  mais pobre, triste e desolada. Obrigado, Sousa de Castro, pelo rápido envio da funesta notícia. Peço-te, no caso de poderes ir ao funeral, que transmitas à família o nosso grande pesar pela morte do Luís.

Envio também, em meu nome, dos demais editores, colaboradores e restante pessoal da Tabanca Grande,  aos camaradas da CCAÇ 2798, que estiveram em Bula, entre 1970 e 1972, palavras de apreço e de solidariedade. É mais um bravo que nos deixa, e que da lei da morte se libertou. O seu nome continuará a figurar na nossa lista de grã-tabanqueiros.  Saibamos honrar a sua memória.
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Nota do editor:

Último poste da série > 24 de março de 2013 > Guiné 63/74 - P11307: In Memoriam (146): D. Maria Hermínia Jesus Machado (Guifões, 1924-2013), mãe do nosso camarada Albano Costa, que faleceu hoje, dia 24 de Março (Editores)

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Guiné 63/74 - P7519: Parabéns a você (194): Luís Fernando Moreira, ex-Fur Mil Trms da CCAÇ 2789/BCAÇ 2928, Bula, 1970/72 (Editores)


1. Completa hoje 62 anos de idade o nosso Camarada Luís F. Moreira, que foi Fur Mil TRMS da CCAÇ 2789/BCAÇ 2928, Bula, 1970/72, e assim dedicamos-lhe esta singela e fraterna mensagem:

A bordo do Carvalho Araújo > Saida da Barra de Lisboa > Da Esq para a Dta. > ???, Luís Moreira, ??? e ex-Fur Vaguemestre Cameiro da CCAÇ 2789 que esteve em Bula de 5 de Dezembro de 1970 a 29 de Setembro de 1972, natural de Rio Maior, penso que, infelizmente, já falecido.

Frente e verso da Ementa do primeiro jantar (!) servido a bordo do T/T Carvalho Araújo, a caminho da Guiné com os autógrafos de diversos camaradas, entre eles o nosso aniversariante de hoje

2. Em nome do nosso Camarada Luís Graça, colaboradores deste blogue e demais elementos desta tertúlia “tabancal” desejo que, no festejo de mais este aniversário, sejas muito feliz junto da tua querida família e que esta data se repita por muitos, bons e férteis anos, plenos de saúde, felicidade e alegria.

Que por muitos mais e boas décadas, este "aquartelamento" de Camaradas & Amigos te possa enviar mensagens idênticas a esta e às que hoje lerás no “cantinho” reservado aos comentários. Estes são os sinceros e melhores desejos destes teus Amigos e Camaradas, com um grande abraço fraterno.
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Nota de M.R.:

Vd. último poste desta série em:

domingo, 15 de fevereiro de 2009

Guiné 63/74 - P3894: O cruzeiro das nossas vidas (13): S.O.S., fogo a bordo do Carvalho Araújo (Luís F. Moreira)

1. Mensagem de Luís F. Moreira (*), ex-Fur Mil TRMS da CCAÇ 2789/BCAÇ 2928, Bula, 1970/72, com data de 13 de Fevereiro de 2009: Complemento do escrito do António Matos e a sua viagem para a Guiné, com todo o respeito e consideração por tudo quanto tem escrito. Obriga-nos a retirar das gavetas das nossas memórias recordações envelhecidas. A nossa atribulada viagem para a Guiné Dia 25 de Novembro de 1970, cerca das 10.00 horas, tudo a postos para embarcar mais uma carga para a Guiné. Todas as cerimónias habituais, ninguém ligou nada. Portaló colocado ao navio e começaram a entrar os militares que pertenciam às Companhias, em seguida aqueles que iam em rendição individual, (era o meu caso), e quando toda a gente pensava que íamos seguir viagem, começaram a chegar carrinhas militares, mas celulares. Imediatamente surgiu um boato, constava que tinha havido distúrbios a bordo e que os tropas envolvidos já não iam seguir connosco, mas iriam presos. Passado algum tempo tudo se clarificava, as carrinhas começaram a encostar ao navio e a descarregar os presos que transportavam, eram militares que iam de facto para a Guiné de castigo e com a indicação de serem colocados em locais de maior porrada. Recordo apenas um ou outro pormenor. Vinham de diversos quartéis; um deles tinha a alcunha do gaiolas e o seu crime tinha sido pegar num jeep do Quartel do Batalhão Caçadores 9, em Viana do Castelo e num fim-de-semana que não tinha passaporte foi para casa e só veio quando o foram buscar. Posto isto, o Carvalho Araújo zarpou barra fora. Nos primeiros dias os enjoos do costume e quase toda a gente a não conseguir comer, por isso a não preservar os instrumentos que lhe iriam fazer falta nos dias que a fome apertasse e o enjoo passasse. Era ver pelo convés garfos, facas copos e pratos abandonados, houve até quem os atirasse ao mar. No terceiro dia, houve simulacro de incêndio, para cada um saber o que fazer em caso de emergência e qual a baleeira que lhe era atribuída em caso de evacuação. Todos ficámos espantados com as camadas de tinta que tinham os cabos das roldanas que deveriam estar soltos para levarem as mesmas para a água. No quarto dia, cerca das 4.00 horas, foi dado o alarme de incêndio a bordo e que cada um deveria ocupar os lugares previamente distribuídos, todos pensamos que seria mais um simulacro e portanto não tínhamos nenhuma pressa, ainda por cima de madrugada. Tomámos consciência da realidade quando vimos a tripulação já de coletes vestidos, atrapalhados e a não saber o que fazer. Verificou-se que existia uma fuga de fuel na cozinha e que ia escorrendo a arder para dentro dos porões, local onde eram acomodados os soldados, em beliches feitos em madeira. Estava o pânico instalado, os que estavam dentro dos porões queriam sair, e quem queria apagar o fogo tinha que entrar. O acesso era apenas uma mísera escada de madeira com um corrimão. Eis que surgem os nossos salvadores, autênticos bombeiros de primeira qualidade, eram os militares que tinham chegado nas carrinhas celulares, que pondo em perigo as suas próprias vidas se lançaram heroicamente contra tudo e contra todos a apagar o incêndio que já estava a tomar proporções incontroláveis. Ao fim de pouco tempo tudo estava resolvido, mas sem nenhuma dúvida graças a esses corajosos companheiros, que com a sua generosidade e alguma loucura resolveram a situação. Reunidos os comandantes das tropas e do navio, decidiram de imediato propor um louvor a todos esses presidiários. De novo eles tornaram a surpreender. Todo o equipamento que havia na parte exterior do navio foi por eles atirado ao mar, e não mais houve cadeiras ou bancos para alguém se sentar a apanhar um pouco de sol. Escusado será dizer que o louvor ficou apenas pela proposta. O Carvalho Araújo estava mesmo muito mal e ao sétimo dia voltou a incendiar, desta vez com menos violência e a tripulação resolveu o problema. Toda a gente queria era chegar depressa à Guiné, pois morrer por morrer que fosse em terra. Finalmente chegámos em 04 de Dezembro de 1970. Regressou a Lisboa e penso que aí sim foi dado por incapaz e não mais voltou a navegar. Muito ele durou, pois falava-se que o mesmo já estava arrumado para abate, mas foi recuperado para transporte de tropas. Carvalho Araújo, N/M da Empresa Insulana de Navegação. Tinha lotação para 354 passageiros. Foi abatido em 1973. Imagem extraída de navios porugueses. Com a vénia devida. Frente e verso da Ementa do primeiro jantar servido a bordo do Carvalho Araújo A bordo do Carvalho Araújo > Saida da Barra de Lisboa > Da Esq para a Dta. > ???, Luís Moreira, ??? e ex-Fur Vaguemestre Cameiro da CCAÇ 2789 que esteve em Bula de 5 de Dezembro de 1970 a 29 de Setembro de 1972, natural de Rio Maior, penso que, infelizmente, já falecido. Um abraço a toda a caserna. Luís Moreira __________ Notas de CV: (*) Vd. poste de 12 de Fevereiro de 2009 > Guiné 63/74 - P3876: Tabanca Grande (116): José F. Moreira, ex-Fur Mil Trms da CCAÇ 2789/BCAÇ 2928 (Bula, 1970/72) Vd. último poste da série de 23 de Outubro de 2008 > Guiné 63/74 - P3345: O cruzeiro das nossas vidas (12): Uíge, 5 de Fevereiro de 1969, destino Guiné (António Varela)

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Guiné 63/74 - P3876: Tabanca Grande (116): Luís F. Moreira, ex-Fur Mil Trms da CCAÇ 2789/BCAÇ 2928 (Bula, 1970/72)


1. Mensagem de Luís F. Moreira, ex-Fur Mil TRMS da CCAÇ 2789/BCAÇ 2928, Bula, 1970/72, com data de 1 de Fevereiro de 2009:

Antes de mais um grande agradecimento pelo trabalho feito ao serviço de todos aqueles que perderam um pedaço da sua juventude na guerra. Muito obrigado.

Depois de algum tempo já consegui entrar em contacto com o genro do João Antão da minha Companhia e já enviei 3 fotos. Vou procurar manter o contacto e troca de informações.

Aproveito para enviar também para a nossa caserna três fotos, que me parece ter algum interesse a quem passou por BULA. A capela do Batalhão, o Monumento que deixamos em memoria dos nossos mortos e a equipa de futebol do grupo de Pete (um destacamento da CCaç 2789).

Enviarei depois as duas minhas para pertencer à grande Caserna.

Um Abraço a todos
Luís Moreira
Ex-Fur Mil Trms
CCaç 2789/BCaç 2928
BULA
1970/72





2. Mensagem de CV para Luís Moreira em 2 de Fevereiro

Caro Luís
Já há muito que te consideramos como um dos nossos tertulianos. Cá esperamos as tuas fotos da praxe para as publicarmos com estas que agora mandas. Manda também um pequeno texto a falar de ti, enquanto Fur Mil da CCÇ 2789, contemporânea da minha CART 2732.

Reparei que o teu endereço é diferente do que tínhamos cá registado. Queres actualizar?

Um abraço dos editores e da tertúlia.
Carlos Vinhal


3. Mensagem de Luís Moreira dirigida ao Blogue em 9 de Fevereiro

Caro Carlos Vinhal.
Desculpa só agora te responder, mas o tempo foge. Mudei de facto o mail.

Precisava de ajuda em duas coisas.

1ª – Não sei procurar o quadro onde constam as fotos da praxe do pessoal da caserna.

2ª - Fiz um comentário a um escrito do António Matos, sobre o levantamento de minas em vésperas de sermos rendidos em Bula, em Julho de 1972, mas não consegui que ele aparecesse, depois de o ter visionado. Agradeço ajuda nesse sentido se possível. Anexo as duas fotos da praxe.


4. Mensagem enviada em 11 de Fevereiro

Caro Luís Moreira
Cá recebi as tuas fotos que vou publicar na nossa série Tabanca Grande.
Não sei se já estás livre das tuas obrigações profissionais, para poderes contar-nos algumas histórias da tua passagem pela Guiné. Se tiveres algum tempo manda-nos os teus escritos e fotos a acompanhar.

Com respeito à fotogaleria da tertúlia, tem que ser o Luís Graça a resolver. Como o tempo dele é limitado, está complicado dar saída ao problema.

Vamos lá ver se consigo à distância fazer com que insiras comentários.

Eis os passos:

1 - Abrir a janela dos comentários e escrever a mensagem, não esquecendo de no fim mencionar o nome

2 - Na janela de Verificação de palavras, escrever as letras que aparecem por cima

3 - Escolher a Identidade "Anónimo", que é a última opção. Não é preciso ter conta no Gmail

4 - Carregar em publicar a mensagem.

Há-de aparecer a confirmação de que o comentário foi aceite e vai ser publicado, o que normalmente acontece em poucos segundos.

Se de todo não conseguires, envia-me os textos que eu insiro por ti.

Aguardando notícias tuas, deixo-te um abraço.
Carlos Vinhal


5. Informação complementar para o camarada Luís Moreira.

As fotos da tertúlia podem ser vistas em http://www.ensp.unl.pt/luis.graca/guine_guerracolonial_tertulia.html
__________

Nota de CV:

Vd. último poste da série de 11 de Fevereiro de 2009 > Guiné 63/74 - P3868: Tabanca Grande (115): Carlos Jorge Pereira, ex- Fur Mil Inf Op Inf (CPO 6 e COP 3, 1972/74)

domingo, 25 de janeiro de 2009

Guiné 63/74 - P3792: O Nosso Livro de Visitas (56): Paulo Botelho procura fotos da CCAÇ 2789, Guiné, 1970/72

1. Mensagem de Paulo Botelho, com data de 26 de Outubro de 2008

Assunto: Fotos da CCAÇ 2789

Caro Sr. Luís Graça,
Antes de mais ficam os meus sinceros parabéns pelo seu trabalho no Blogger.

Estou a enviar-lhe este mail, porque gostaria se possível de perguntar ao sr. Luis
se tem em sua posse fotografias do CCAÇ 2789, ano 1970/72, que pudesse enviar-me via mail.

Agradecia-lhe imenso, visto que tenho um familiar que esteve lá, a quem gostaria de mostrar as fotos.

Obrigado. Sem outro assunto de momento
Com os Meus Melhores Cumprimentos.

Aguardo resposta.

pxemrei@gmail.com

2. No dia 18 de Dezembro de 2008 foi enviada uma mensagem ao nosso camarada Luís Moreira, pedindo ajuda.

Caro Luís Moreira:

Votos de boa saúde na linda cidade de Viana do Castelo. Podes dar uma dica a este amigo que nos contactou?

Votos de Santo Natal e bom Ano 2009.
Um abraço
Carlos Vinhal


3. No dia 19 foi enviada resposta a Paulo Botelho

Caro amigo:

As nossas desculpas por só agora estarmos a dar resposta à sua mensagem.

Contactei hoje mesmo um camarada do nosso Blogue que se chama Luís Moreira, de Viana do Castelo, e que foi Furriel de Transmissõesé na CCAÇ 2789, para ver se ele o poderá ajudar.

Vamos esperar pelas suas notícias.

Um abraço de
Carlos Vinhal
Co-editor do Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné


4. No mesmo dia recebíamos esta mensagem de Paulo Botelho:

Caro sr. Carlos Vinhal:

Antes de mais, fica desde já os meus Parabéns pelo Blog.

Agradeço a sua atenção e paciência dispensada. No entanto o nome do familiar que referi é João Antão e a Net mais computador são coisas que nunca lhe passaram pelos planos. Eu é que lhe tenho mostrado algumas coisas do vosso Blog.

Deixo o contacto telefónico dele caso lhe seja útil.
O numero é o 296 442 759.

Pertenceu ao CCAÇ 2789 / Vigilantes, ano 1970/72.

Abraços amigo.
Obrigado.
Ficarei a aguardar feedback

PS - Segue em anexo duas fotos mostrando o monumento em honra aos ex-combatentes de cá da ilha de São Miguel.





5. Comentário de CV

Apesar do pedido de ajuda feito ao camarada Luís Moreira, se alguém tiver em seu poder as fotos solicitadas pelo nosso amigo Paulo Botelho, faça o favor de as fazer chegar até ele para dar alegria ao nosso camarada João Antão.
__________

Nota de CV:

Vd. último poste da série de 23 de Janeiro de 2009 > Guiné 63/74 - P3781: O Nosso Livro de Visitas (55): Carlos Figueira, ex-Fur Mil da CCAÇ 4946, Jemberem, Cacine e Bolama (1974)

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Guiné 63/74 - P3419: Zona de intervenção, zona de perdição da CCaç 2790. António Matos.


Um cronista profissional que se preze deverá ter um método de trabalho que prime pela catalogação dos assuntos, pela calendarização dos mesmos, pela hierarquização de interesses e pela documentação que os suporta.

Depois virá a apresentação.

Pois bem, mas eu não sou um cronista profissional e, como tal, deixo-me levar mais pelo entusiasmo da recordação que no momento aflorou à memória RAM do meu cérebro e não tanto pelos critérios tão eloquentemente expressos atraz.

Aliás os temas são muitas vezes sugeridos por analogia de situações relatadas aqui no blogue por outros camaradas e depois é deixar divagar ao sabor da corrente da consciência ...
Posto este ponto prévio como justificativo do porquê de ora agora falar de minas e amanhã referir um acontecimento relacionado com a chegada à Guiné, passarei, sempre que possível, a documentar as minhas intervenções com uma ou outra foto na tentativa de melhor enquadrar as histórias.




Zona de intervenção, ou zona de perdição do António Matos e Camaradas da CCaç 2790. Google Image.

emblema do BCaç 2928 ( a que pertenceu o António Matos).




uma parede do quartel de Bula com:

a) - à direita vê-se o emblema do Batalhão 2868 ( Os Chicotes ) que íamos render ( de cavalaria como se nota pelos cavalos )
b) - Ao lado o emblema do BCaç 2928 que tinha as companhias 2789 / 2790 / 2791 e que mais tarde é reforçado por 2 outras companhias independentes ( 3420 do Salgueiro Maia e a 3328 ).

"Excelentes e Valorosos" (lema do batalhão) só podia ser um autêntico ASTERIX!


CCaç 2789, os Vigilantes.



CCaç 2790, a Cª do António Matos.




CCaç 2791.

Sendo assim, hoje tenho apenas como missão, dar a conhecer a todos a zona de perdição dos meus 24 meses de ultramar fazendo votos que os ilustres camaradas editores consigam colocar a fotografia do Google onde marquei os sítios-limite das nossas actuações.

Abraços,

António Matos

ex-Alf MilCCAÇ 2790
Bula, 1970/72

PS - naquela altura já havia o célebre conceito de mobilidade ( hoje tão em voga mas agora de autoria de Sócrates ) que fez com que a CCaç. 2791 fosse deslocada temporariamente para Teixeira Pinto cuja actividade não é aqui mencionada.

___________

Notas:

1. Imagens e texto de António Matos.

2. artigos da série em

6 de Novembro de 2008 > Guiné 63/74 - P3415: Histórias engraçadas (António Matos) (2): Bifes, ratos, Irish Coffee e até o IN em dia de anos (António Matos)

1 de Novembro de 2008 > Guiné 63/74 - P3390 Tabanca Grande (95): António Garcia de Matos, ex-Alf Mil da CCAÇ 2790, Bula (1970/72)