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sábado, 18 de janeiro de 2025

Guiné 61/74 - P26401: Os nossos seres, saberes e lazeres (664): Itinerâncias avulsas… Mas saudades sem conto (188): From Southeast to the North of England; and back to London (7) (Mário Beja Santos)

1. Mensagem do nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil Inf, CMDT do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70), com data de 11 de Setembro de 2024:

Queridos amigos,
Venho eufórico de Bath para Londres, dividido entre lautos passeios pedestres, por exemplo deambular entre Blackfriars, Catedral de S. Paulo, trago uma lista de parques, museus e galerias, mas prefiro andar ao sabor da corrente. É a primeira vez que me vou aboletar em Barnes - Richmond, mesmo a beijar o Tamisa, receção calorosa, revisão de histórias de outros encontros, a anfitriã já viveu em Brighton, lá a visitei, felizmente que ela também gosta de Lisboa, tudo conveniente para os dois. O dia seguinte está por minha conta, é exatamente na estação de Hammersmith que foi tomada a decisão de ir até à National Portrait Gallery para iniciação desta imersão londrina. O que aqui se conta, entre passear em museus e vagabundear por estes espaços urbanos opulentos, muita coisa vai acontecer, deu-me para rever os lugares por onde andei quando estagiei na BBC Rádio e TV antes de conceber e apresentar programas televisivos de defesa do consumidor; não vi tudo quanto queria e do que vi matei saudades e colhi algumas deceções.

Um abraço do
Mário



Itinerâncias avulsas… Mas saudades sem conto (188):
From Southeast to the North of England; and back to London – 7


Mário Beja Santos

Viagem de Bath para Londres, apanha-se o tube para a estação de Hammersmith, atravessa-se a ponte que está em obras, avança-se para o requintado bairro de Barnes, em Richmond, receção afetuosa, já se fala no regresso de uma querida amiga a Lisboa, é uma verdadeira andarilha, arrumada a tralha, nada como desempenar as pernas e passear numa margem do Tamisa, aproveita-se um antiquíssimo caminho, é inumerável o número de barcos de regata desde um par a múltiplos, mas o que mais me surpreende é a quantidade de barcos estacionados, daqueles que se veem nos braços do Tamisa, assim como há caravanistas, há gente disposta a passear e até a viver nestes barcos à beira-rio, irei ser confrontado com muitas destas imagens. Regresso a casa, já com as pernas moídas, dou conta que tenho o dia seguinte todo para vagabundear, tinha quatro opções possíveis em museus, apanharei metro para sair perto de Trafalgar Square e, portanto, passar umas horas na National Portrait Gallery, já fiz uma escolha do que pretendo ver. Recordo quando estagiei na BBC Rádio e TV, quando saía do edifício aí pelas 16h30 ou 17h, metia-me a caminho até Charing Cross Road, sempre a paixão dos livros, das galerias, havia para ali muitas lojas de alfarrabistas e obras em saldo. Como contarei mais tarde, grande foi a deceção. Se a arquitetura se mantém intocável, mesmo com a introdução destes gigantescos edifícios com vidros, a parte comercial alterou-se radicalmente, o declínio do livro é chocante. Aqui alinhavam imagens da belíssima ponte de Hamemrsmith, do passeio pedestre a uma margem do Tamisa e pela escolha que fiz na National Portrait Gallery, foquei-me nos Tudor e um conjunto de retratos soltos, nem todos ficam neste documento, virão no próximo.

Pormenor da Hammersmith Bridge, vista do lado de Barnes – Richmond, a seguir vou dar o passeio por este velho caminho por onde outrora os cavalos puxavam os barcos
Pormenor do Tamisa, com a elevada quantidade de barcos de residência
Um outro detalhe dos barcos que se espalham pelo Tamisa
A minha anfitriã deu-me a saber que aquele barco que se avista ao fundo é o mais antigo de Londres
Este velho caminho oferece as suas curiosidades arbustivas, não resisti a fixar esta
Fachada da National Portrait Gallery, junto a Trafalgar Square, tinha saudades de caminhar alguns quilómetros a ver retratada gente que recebeu a bênção da perenidade
Monumento à enfermeira Edith Cavell, heroína nacional, fuzilada pelos alemães em Bruxelas, em 12 de outubro de 1915
Retrato de Isabel I, 1533-1603, por Nicholas Hillard, cerca de 1575
Rainha Maria I, 1516-1558, por Hans Eworth, 1554. Este quadro terá feito parte das negociações para o seu casamento com o primo Filipe II de Espanha. Tal como a sua irmã Isabel, Maria I nunca casou
Retrato de Sir Walter Raleigh, 1553-1618, este senhor fez-nos a vida negra com razias em povoações do litoral português
Retrato de Henrique VII, por artista anónimo
Retrato de Henrique VIII com Catarina de Aragão, sua primeira mulher e mãe de Maria I
Biombo feito com a técnica de découpage, ou papier machê, mostrando cenas de boxe, pertenceu a Lord Byron, obra de Henry Charles William Angelo, 1814
Benjamin Franklin, 1706-90, por artista desconhecido segundo retrato de Joseph Siffred Duplessis
Capitão James Cooke, 1728-79, por John Webber

(continua)
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Notas do editor:

Vd. post de 11 de janeiro de 2025 > Guiné 61/74 - P26378: Os nossos seres, saberes e lazeres (662): Itinerâncias avulsas… Mas saudades sem conto (187): From Southeast to the North of England; and back to London (5) (Mário Beja Santos)

Último post da série de 16 de janeiro de 2025 > Guiné 61/74 - P26397: Os nossos seres, saberes e lazeres (663): Convite para a apresentação pública do livro "Orando em Verso III", da autoria do nosso camarigo Joaquim Mexia Alves, dia 24 de Janeiro de 2025, pelas 21h30, no Salão 1 da Igreja Matriz da Marinha Grande

sábado, 11 de janeiro de 2025

Guiné 61/74 - P26378: Os nossos seres, saberes e lazeres (662): Itinerâncias avulsas… Mas saudades sem conto (187): From Southeast to the North of England; and back to London (6) (Mário Beja Santos)

1. Mensagem do nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil Inf, CMDT do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70), com data de 5 de Setembro de 2024:

Queridos amigos,
Se a memória não me atraiçoa, a primeira vez que por aqui passarinhei chovia a cântaros, bátegas ininterruptas, felizmente que se trouxera farnel onde não faltava o obrigatório termo com chá bem quentinho, scones e fruta. Reduziu-se a visita às termas romanas, jurei a mim mesmo que quando houvesse uma oportunidade, uma promessa de céu aberto, aqui regressaria para uma visita mais espraiada. Tem-se sorte quando se viaja em grupo com gente cordata com quem é possível previamente delinear a itinerância, correu tudo muitíssimo bem para o tempo disponível, não desmerecendo nas chamadas visitas de médico viu-se por fora o que justificadamente se devia ver por dentro, e razão tinha a menina do turismo em propôr uma visita de 3 dias. Fica para a próxima, como diz o outro a viagem nunca acaba, quem pode acabar é o viajante no limite da idade ou por falta de curiosidade.

Um abraço do
Mário



Itinerâncias avulsas… Mas saudades sem conto (187):
From Southeast to the North of England; and back to London – 6


Mário Beja Santos

Pouco mais de 80 km separa Faringdon, no condado de Oxford, de Bath, no Somerset, uma viagem com muitos prados, florestas e pequenas povoações. Aonde quer que chegue, a primeira preocupação é pedir a papelada turística, não que desconfie do Michelin, mas há eventos que possam suscitar interesse. Fiquei de beiço caído em frente do teatro Ustinov (presumo que o nome é uma homenagem ao grande ator Peter Ustinov), anunciava num cartaz uma das mais belas peças para barítono ou tenor com acompanhamento de piano, de Schubert, Viagem de Inverno, para meu desconsolo não era espetáculo para aquele dia. A menina do turismo, sem mais nem menos, depois de me dar as boas-vindas, sugeriu uma estadia de 3 dias, não se esqueça dos belos edifícios georgianos, não se esqueça que há um belo museu maçónico, impõe-se uma visita ao teatro real, não é só a cidade e os seus monumentos, experimente fazer a viagem no velho comboio no vale do rio Avon, experimente ir a Chippenhaim, também tem muito para ver… Não me descosi, agradeci a lembrança, de papelada na mão avancei para o centro, não é a primeira vez que venho a Bath, é cidade opulenta, a igreja abacial é mais bela por fora do que por dentro, a estrutura do Circus e do Royal Crescent é de cortar o fôlego, Património da Humanidade, as termas, provenientes da presença romana na Britânia, deixam qualquer um de nós impressionado, tal como os jardins dentro e circundando Bath, não esquecendo que se pode à volta da maravilhosa Pulteney Bridge. Como o tempo é escasso, nem pensar em visitar o interior dos espaços onde viveram Mary Shelley, a autora do livro Frankenstein, e Jane Austen. E procuro não perder mais tempo em divagações inúteis, amanhã tudo mudará, serão 2 dias completos em Londres, mas agora quero viver o presente, Bath é mais do que aprazível.

Teatro Ustinov, fiquei de monco caído, Wintereisse, de Schubert, não é para hoje
Bath Abbey, uma referência do gótico inglês, uma torre impressionante, há que subir 212 degraus, ali se pode ver a cidade por toda a volta
Na mesma rua, o acesso às termas romanas, multidões para entrar
Bem procurei o nome desta belíssima peça que ornamenta a praça, contígua à catedral, não encontrei, fico-me pela boa impressão do labor desta pedra
Um pormenor da Bath Abbey, deixei-me levar pela imaginação de que aquela torre gigantesca chegava às nuvens
Bath é local de vilegiatura para gente endinheirada, disposta a pagar conforto em hotéis de indiscutível imponência. Este é um exemplo entre muitos
Aqui me deixei ficar especado em Pulteney Bridge, há todas as razões e mais uma para que quem aqui arriba queira demorar o olhar na ponte e no rio, ocorreu-me pensar em algo que tem as suas parecenças, a Ponte Vecchio, a mais famosa de Florença, enfim, não passou de uma reminiscência, talvez descabelada
Aqui vos deixo a prova provada sobre a beleza destes jardins, bem sugeriu a menina do turismo que não seria fastidioso um programa de 3 dias para desfrutar de tanta beleza
A grandiosidade arquitetónica de Bath, reside em primeiro lugar nesta pedra amarelada, utilizada em dois espaços icónicos, primeiro o Circus, de que se mostra um pormenor, é uma praça circular com quatro quarteirões simétricos, as casas alinhadas, tudo estilo georgiano, em curvas e contracurvas, é um prazer aqui circundar antes de subir para um outro espaço icónico, o Royal Crescent.
Estas árvores gigantescas davam uma sombra agradável naquele princípio de tarde tão ensolarado
É a marca mais opulenta de Bath, por isso tentei reter a enormidade do espaço em quatro imagens, a UNESCO foi sensível a este conjunto de arquitetónico que abrange o Circus, o Royal Crescent e a Pulteney Bridge, está tudo no reconhecimento de Património da Humanidade e, separadamente, as termas romanas
Já estou a contar os minutos sobrantes, é a fachada da casa de Mary Shelley, a criadora de Frankenstein, dizem-me que vale a pena visitar a casa para conhecer melhor o génio desta mulher
Não sei se se justifica fazer um comentário ao talentoso aproveitamento de uma cabine telefónica que alguém com engenho e arte transformou em radioso mobiliário urbano
E despeço-me de Bath frente à casa onde viveu Jane Austen entre 1801 a 1808, creio que escreveu aqui duas das suas obras, visitar o seu centro permite uma imersão no génio desta escritora do período da Regência. Bath recorda-a graças ao festival Jane Austen, que se realiza em setembro. Agora é regressar à base e pela manhazinha cedo encaminhar-me para Londres, aceitando todos os imprevistos que a antiga capital do império britânico oferece.

(continua)

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Nota do editor

Vd. post de 28 de dezembro de 2024 > Guiné 61/74 - P26321: Os nossos seres, saberes e lazeres (660): Itinerâncias avulsas… Mas saudades sem conto (185): From Southeast to the North of England; and back to London (5) (Mário Beja Santos)

Último post da série de 4 de janeiro de 2025 > Guiné 61/74 - P26346: Os nossos seres, saberes e lazeres (661): Itinerâncias avulsas… Mas saudades sem conto (186): O que é próprio do traço vivo é ser justo e trair. Trai o que desconhece (Júlio Pomar dixit) (Mário Beja Santos)

sábado, 28 de dezembro de 2024

Guiné 61/74 - P26321: Os nossos seres, saberes e lazeres (660): Itinerâncias avulsas… Mas saudades sem conto (185): From Southeast to the North of England; and back to London (5) (Mário Beja Santos)

1. Mensagem do nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil Inf, CMDT do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70), com data de 4 de Setembro de 2024:

Queridos amigos,
Questiono muitas vezes se se justifica esta partilha, se haverá interesse ou curiosidade em acompanhar-me nestas deambulações. É facto que tenho nelas imenso entusiasmo, no caso vertente desenhara um programa para rever a gente de xicoração, locais já conhecidos, e tudo a finalizar desaguando em Londres sem nenhum projeto específico, mergulhar na vertigem da Megalópolis, e tomar em cima da hora decisões. Só havia um fito pré-determinado, percorrer Charing Cross Road, por ali andara em 1978 quando a RTP me permitiu um estágio na BBC TV e Rádio. A partir das 17h estava entregue a mim próprio e descobri que Charing Cross Road tinha imensas lojas com livros e tralha e uma livraria tipo catedral, a Foyles, infelizmente o mercado de Portobello é exuberante ao sábado, tal como a nossa Feira da Ladra, nessa altura estaria já em Lisboa. Foi um desapontamento, Charing Cross Road já não é o que era, como espero contar. E adorei voltar a Ashbourne, foi visita de médico mas teve o seu encanto, como aqui procuro ilustrar.

Um abraço do
Mário



Itinerâncias avulsas… Mas saudades sem conto (185):
From Southeast to the North of England; and back to London – 5


Mário Beja Santos

Lamento que a visita a Ashbourne tenha sido tão minguada, quem conduz quer regressar ainda hoje a Faringdon, são umas boas horas de viagem, das Midlands para o condado de Oxford. Esta cidade é encantadora, não só guarda belíssimos edifícios georgianos e vitorianos, é muito arborizada, cheia de becos e comércio, a sua rua principal, Church Street, distingue-se por conservar marcas da sua importância no século XVIII, fiquei a saber que Catherine Booth, a fundadora do Exército da Salvação é daqui; mas limitado pelo tempo lá fui para a igreja paroquial de Santo Osvaldo com a sua impressionante agulha de mais de 64 metros. Foi consagrada em 1241, 8 sinos no campanário, o maior pesa 700 kg, o coro é vitoriano, vêem-se no teto borboletas, pássaros e animais míticos. Fica-se esmagado frente ao túmulo de Penélope, a filha única de Sir Brooke e Lady Boothby de Ashbourne Hall que faleceu com 6 anos, túmulo em mármore branco, a menina, em posição graciosa, parece estar a dormir; é indispensável ver as janelas do transepto norte, janelas medievais do século XIII, restauradas em 1991, ali se podem ver cinco histórias da infância de Cristo. Não menos impressionante é o túmulo de Thomas Cokayne e sua mulher, Dorothy, este Thomas era o guardião de Maria, rainha da Escócia, vêem-se três galos no seu brasão; a pia batismal é considerada por muitos como o mais belo exemplo em estilo inglês do século XIII (no Derbyshire). É também recomendado ver a janela pré-rafaelita que convoca duas irmãs, Mónica e Dorothy, que morreram num incêndio em casa. De regresso a Church Street também importa contemplar a escola do tempo de Isabel I, não deixa de provocar assombro o bom estado do edifício.

Vista parcial da igreja paroquial de Santo Osvaldo
Santo Osvaldo chegou a ser candidata a catedral para a diocese de Derby, a igreja foi mencionada numa obra fundamental do século XII, o Domesday Book, um inventário indispensável para conhecer a Inglaterra medieval, nesse tempo era seguramente em madeira, nesta construção gótica há mesmo uma cripta normanda. Tem uma longa nave, um amplo transepto, em ambos os braços do transepto há uma capela. É indispensável a contemplação de um conjunto de janelas, tinham uma função de alfabetização para os temas bíblicos.
Veja-se a beleza dos tetos, com motivos florais, num belo apainelamento
Túmulo de Penelope Boothby, data de 1791, está na capela Boothby
Outra perspetiva do túmulo de Penelope Boothby
O guia da igreja de Santo Osvaldo recomenda especial atenção para a janela da natividade onde há vitrais medievais que datam da consagração da igreja; há uma formosa janela com seis linhas de vitrais dedicado às armas heráldicas, que data do século XIV. Como é evidente todos estes vitrais mereceram operações de recuperação, como aconteceu no séc. XIX.
O famoso túmulo de Thomas Cokayne e sua mulher Dorothy
Um pormenor da igreja, andavam por ali duas senhoras a ornamentar os bancos, no dia seguinte teríamos ali a cerimónia de um casamento
Este é o conjunto de vitrais das armas heráldicas. De acordo com o texto do guia de visita, há algo aqui que tem a ver com a história de Portugal. No topo dos vitrais temos as armas de Henrique, Duque de Lancastre, a quem pertencia Ashbourne desde o século XIII, e seu genro João de Gaunt, como sabemos pai da rainha Filipa de Lencastre. É aqui mencionado que o pai da nossa rainha morreu em 1399
Pia batismal que data de 1241, portanto no tempo de consagração da igreja, é tida como um dos mais belos exemplos de vias batismais em todo o condado de Derbyshire. Podemos ver gravados na pia batismal arcos em trifólio como a flor de lis. De acordo com a simbologia, as três pétalas da flor representariam a Santíssima Trindade.
É um dos ícones de Ashbourne, a escola datada do século XVI, o ensino saía dos mosteiros e conventos, era o princípio de uma certa laicização, mas o que impressiona mais é a preservação deste património, diz o guia de Ashbourne que é completamente original.
Uma imponente casa do período georgiano (1700-1820)
Estou de regresso a Faringdon, amanhã partimos para Bath, famosa cidade termal, por ali andaram os romanos. Quando aqui cheguei, surpreendeu-me ver em muitas casas apelos à votação nos liberais democratas, havia pouquíssimas referências aos conservadores, tal como aos trabalhistas, nem uma só menção à extrema-direita. Pedi esclarecimentos, a que se devia este entusiasmo liberal democrata em território que há séculos vota conservador. E foi-me candidamente explicado que houvera entendimento entre todas as forças democráticas não conservadoras que se devia votar nos liberais democratas, era tradicionalmente a segunda força mais plebiscitada, não esquecer que apanhei por inteiro o período eleitoral, Sunak desdobrava-se em comícios e visitas, Lord Starmer fazia a mesma coisa. Pois bem, em Faringdon, creio eu, depois de 286 anos, votou liberal-democrata, a extrema-esquerda até este partido ninguém faltou, tal era o entusiasmo em pôr os conservadores na rua.
É a principal rua de Faringdon, London Street, estou a despedir-me dela com imenso prazer e a ver renovada, tudo limpinho e num brinco, eles têm o mesmo problema que nós, falta habitação, os de Oxford preferem vir para aqui, para esta atmosfera campestre, os preços da habitação são mais suaves. E agora vou arrumar a trouxa, amanhã tomo dois autocarros e vou rever Bath, com todo o gosto.

(continua)

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Nota do editor

Último post da série de 21 de dezembro de 2024 > Guiné 61/74 - P26298: Os nossos seres, saberes e lazeres (659): Itinerâncias avulsas… Mas saudades sem conto (184): From Southeast to the North of England; and back to London (4) (Mário Beja Santos)