lustração: IA generativa (ChatGPT / OpenAI), composição orientada pelo editor LG
Um conto de Natal
por Artur Augusto Silva (Ilha Brava,
Cabo Verde, 1912 - Bissau, 1983)
Noite luarenta de Dezembro …
Na povoação de Quebo, perdida no sertão da terra dos Fulas, o tubabo conversa com seu velho amigo, Tcherno Rachid (*), enquanto as pessoas graves da morança, sentadas em volta, ouvem as sábias palavras do Homem de Deus.
Esse Homem de Deus é um Fula, nascido na região, mas cujos antepassados remotos vieram, há talvez três mil anos, das margens do Nilo.
Mestre da Lei Corânica e filósofo, Tcherno Rachid ligou-se de amizade profunda com o tubabo, o branco, vai para quinze anos, quando este chegou à sua povoação e se lhe dirigiu em fula.
O tubabo é também um filósofo que veio procurar em África aquela paz de consciência que o mundo europeu lhe não podia dar.
Fora, noutros tempos, um crítico de arte e um poeta, um paladino das ideias novas, e porque proclamara em concorrida assembleia de jovens que um automóvel lançado a cem quilómetros à hora era mais belo do que a Victória de Samotrácia, firmara seus créditos de «pensador profundo».
Se alguém perguntasse ao branco porque razão se encontrava ali, no coração de África, naquela noite de Natal, talvez obtivesse como resposta um simples encolher de ombros ou, talvez, ouvisse que o seu espírito necessitava daquelas palavras simples que consolam a alma dos justos e acendem uma luz no peito dos homens .
Tcherno Rachid acabara, nesse momento, de repetir as palavras do Profeta: «Nenhum homem é superior a outro senão pela sua piedade».
— Irmão — retorquiu o tubabo — então o crente não é superior ao infiel?
Aquele que só ama os que pensam como ele, não ama os outros, antes se ama a si próprio. Só quem ama os que pensam diversamente, venera Deus, que é pai comum de todos.
Assim como tu podes adorar Deus em diversas línguas, assim podes entrar numa igreja, numa mesquita, ou numa sinagoga.
Quando vais pelo mato e admiras o grande porte de uma árvore, as penas vistosas de um pássaro, a força do elefante ou a destreza da gazela, tu murmuras uma oração que agrada a Deus, Criador de tudo o que existe, mais do que agradam as orações que só os lábios pronunciam e o coração não sente.
— Irmão tcherno, e aquele que não acredita em Deus, esse merece a tua estima?
b) Culminação simbólica: a reflexão sobre o descrente e a metáfora da lua.
Este gesto literário funciona como uma crítica subtil ao colonialismo, sem ser panfletária nem entrar no confronto direto.
(v) Linguagem e estilo: prosa lírica, pausada, de grande serenidade; uso simbólico da lua: luz progressiva, paciência, revelação; léxico simples, mas carregado de densidade moral; diálogo com tom quase parabólico, aproximando o texto de uma narrativa sapiencial.
A oralidade africana e o pensamento filosófico europeu fundem-se num discurso híbrido, reflexo da própria identidade do autor.
(**) Vd. poste de 16 de dezembro de 2005 > Guiné 63/74 - P359: Um conto de Natal (Artur Augusto Silva, 1962) (Pepito)
Na povoação de Quebo, perdida no sertão da terra dos Fulas, o tubabo conversa com seu velho amigo, Tcherno Rachid (*), enquanto as pessoas graves da morança, sentadas em volta, ouvem as sábias palavras do Homem de Deus.
Esse Homem de Deus é um Fula, nascido na região, mas cujos antepassados remotos vieram, há talvez três mil anos, das margens do Nilo.
Mestre da Lei Corânica e filósofo, Tcherno Rachid ligou-se de amizade profunda com o tubabo, o branco, vai para quinze anos, quando este chegou à sua povoação e se lhe dirigiu em fula.
O tubabo é também um filósofo que veio procurar em África aquela paz de consciência que o mundo europeu lhe não podia dar.
Fora, noutros tempos, um crítico de arte e um poeta, um paladino das ideias novas, e porque proclamara em concorrida assembleia de jovens que um automóvel lançado a cem quilómetros à hora era mais belo do que a Victória de Samotrácia, firmara seus créditos de «pensador profundo».
Se alguém perguntasse ao branco porque razão se encontrava ali, no coração de África, naquela noite de Natal, talvez obtivesse como resposta um simples encolher de ombros ou, talvez, ouvisse que o seu espírito necessitava daquelas palavras simples que consolam a alma dos justos e acendem uma luz no peito dos homens .
Tcherno Rachid acabara, nesse momento, de repetir as palavras do Profeta: «Nenhum homem é superior a outro senão pela sua piedade».
— Irmão — retorquiu o tubabo — então o crente não é superior ao infiel?
— São ambos filhos de Deus — respondeu o tcherno — e aos homens não compete julgar a obra do seu Criador.
Aquele que só ama os que pensam como ele, não ama os outros, antes se ama a si próprio. Só quem ama os que pensam diversamente, venera Deus, que é pai comum de todos.
Assim como tu podes adorar Deus em diversas línguas, assim podes entrar numa igreja, numa mesquita, ou numa sinagoga.
Quando vais pelo mato e admiras o grande porte de uma árvore, as penas vistosas de um pássaro, a força do elefante ou a destreza da gazela, tu murmuras uma oração que agrada a Deus, Criador de tudo o que existe, mais do que agradam as orações que só os lábios pronunciam e o coração não sente.
— Irmão tcherno, e aquele que não acredita em Deus, esse merece a tua estima?
Rachid semi-cerrou os olhos, alongou a mão descarnada para a lua cheia, então nascente, e disse:
— Ouvirás a muitos que esse não merece o olhar dos homens: mas eu penso que o descrente merece mais o nosso amor do que o crente. É um companheiro de caminho que se perdeu. Devemos procurá-lo, ajudá-lo, e até levá-lo para nossa casa, a fim de repousar. É um filho de Deus como tu, como eu … como todos nós.
A lua, antes de ter em si tanta luz como a que tem hoje, esteve sete dias obscura, sem ser vista de ninguém, se não de Deus.
Ouve, irmão: quem julga que não crê em Deus, é porque acredita em si próprio e, crendo em si, já crê em Deus, porque o homem foi iluminado com o sopro Divino e é, assim, uma sua imagem.
A lua ia subindo nos céus, lenta, majestosa, iluminando a povoação e a floresta, os rios e os mares…
Os homens graves, de autoridade e conselho, aprovavam as palavras do tcherno, e o branco, oprimido pela ideia de que lá longe, a muitos milhares de quilómetros, reunidos em volta de uma mesa de consoada, seus avós, pais e irmãos, celebravam uma festa antiquíssima e lembravam, por certo, o «filho pródigo», deixou nascer uma lágrima que se avolumou e correu pela face tisnada pelo ardente sol dos trópicos.
Artur Augusto Silva, 1962
— Ouvirás a muitos que esse não merece o olhar dos homens: mas eu penso que o descrente merece mais o nosso amor do que o crente. É um companheiro de caminho que se perdeu. Devemos procurá-lo, ajudá-lo, e até levá-lo para nossa casa, a fim de repousar. É um filho de Deus como tu, como eu … como todos nós.
A lua, antes de ter em si tanta luz como a que tem hoje, esteve sete dias obscura, sem ser vista de ninguém, se não de Deus.
Ouve, irmão: quem julga que não crê em Deus, é porque acredita em si próprio e, crendo em si, já crê em Deus, porque o homem foi iluminado com o sopro Divino e é, assim, uma sua imagem.
A lua ia subindo nos céus, lenta, majestosa, iluminando a povoação e a floresta, os rios e os mares…
Os homens graves, de autoridade e conselho, aprovavam as palavras do tcherno, e o branco, oprimido pela ideia de que lá longe, a muitos milhares de quilómetros, reunidos em volta de uma mesa de consoada, seus avós, pais e irmãos, celebravam uma festa antiquíssima e lembravam, por certo, o «filho pródigo», deixou nascer uma lágrima que se avolumou e correu pela face tisnada pelo ardente sol dos trópicos.
Artur Augusto Silva, 1962
(Revisão / fixação de texto: LG)
Nota do editor: Foi uma "prenda de Natal", que o meu/nosso amigo Pepito (Bissau, 1949-Lisbnoa, 2012) me/nos mandou há 19 anos (*). Um"conto de Natal", inédito, do seu pai, que amava a Guiné como poucos. O texto nunca foi publicado em vida. Não sei se a censura o deixaria passar, em 1962. Sinto que é meu dever voltar a publicá-lo, em 2025. Há textos de antologia do nosso blogue. Este é um deles, E o Pepito é, de resto, um dos históricos da Tabanca Grande, ajudou-nos a construir pontes com o seu país (ele, aliás, tinha a dupla nacionalidade). O Pepito "cá mori". (***)
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1. Análise literário do conto
(i) Contexto e enquadramento
“Um conto de Natal” foi escrito em plena época colonial portuguesa e publicado em 1962, num momento em que a Guiné Portuguesa já vivia tensões políticas profundas. Artur Augusto Silva, advogado, intelectual e opositor do regime, escreve a partir de uma posição humanista e crítica, cruzando experiência pessoal, reflexão filosófica e observação etnográfica.
O Natal surge não como episódio cristão ritualizado, mas como pretexto simbólico para, em pleno Forreá, o “sertão da terra dos Fulas”, fazer uma meditação universal sobre fé, fraternidade, tolerância, convivência entre oso povos. Em 1962, ele já estava na Guiné há 14 anos (desde 1948).
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1. Análise literário do conto
(i) Contexto e enquadramento
“Um conto de Natal” foi escrito em plena época colonial portuguesa e publicado em 1962, num momento em que a Guiné Portuguesa já vivia tensões políticas profundas. Artur Augusto Silva, advogado, intelectual e opositor do regime, escreve a partir de uma posição humanista e crítica, cruzando experiência pessoal, reflexão filosófica e observação etnográfica.
O Natal surge não como episódio cristão ritualizado, mas como pretexto simbólico para, em pleno Forreá, o “sertão da terra dos Fulas”, fazer uma meditação universal sobre fé, fraternidade, tolerância, convivência entre oso povos. Em 1962, ele já estava na Guiné há 14 anos (desde 1948).
(ii) Estrutura narrativa
O conto apresenta uma estrutura simples e contemplativa, quase estática:
a) Abertura descritiva: a noite luarenta, o espaço africano, a assembleia na morança.
Diálogo filosófico: entre o tubabo (o branco) e o Tcherno Rachid (conhecido no nosso tempo como Cherno Rachide ou Rachid):
O conto apresenta uma estrutura simples e contemplativa, quase estática:
a) Abertura descritiva: a noite luarenta, o espaço africano, a assembleia na morança.
Diálogo filosófico: entre o tubabo (o branco) e o Tcherno Rachid (conhecido no nosso tempo como Cherno Rachide ou Rachid):
b) Culminação simbólica: a reflexão sobre o descrente e a metáfora da lua.
c) Fecho emocional; a lágrima do branco, ligada à memória familiar, `^a noietd e consiada e ao “filho pródigo”.
d) Não há ação dramática: o centro do conto é o discurso, o diálogo entre dois hiomens (que pertencem a mundos diferentes), o pensamento e a emoção interior.
(iii) Personagens e simbolismo
Tcherno Rachid:
figura de sábio muçulmano, “Homem de Deus”, mestre da Lei Corânica; representa a sabedoria ancestral africana, mas também um universalismo espiritual; as suas palavras traduzem uma ética da compaixão, humildade e inclusão; apesar de muçulmano, o tcherno transcende qualquer dogma religioso estrito, aproximando-se de um humanismo místico e ecuménico.
Tubabo (o branco);
Intelectual europeu desencantado: antigo crítico de arte, poeta, “pensador profundo”, amigo de Fernando Pessoa, que se autoexilou na África profunda, smbolo da crise espiritual do Ocidente moderno, que procura em África uma paz perdida e um espaço de liberdade (que não encontrava no Portugal continental ao tempo do Estado Novo); vive entre dois mundos: culturalmente europeu, de origfem cabo-verdiana, existencialmente desenraizado; a lágrima final revela a sua condição de exilado moral e afetivo.
Intelectual europeu desencantado: antigo crítico de arte, poeta, “pensador profundo”, amigo de Fernando Pessoa, que se autoexilou na África profunda, smbolo da crise espiritual do Ocidente moderno, que procura em África uma paz perdida e um espaço de liberdade (que não encontrava no Portugal continental ao tempo do Estado Novo); vive entre dois mundos: culturalmente europeu, de origfem cabo-verdiana, existencialmente desenraizado; a lágrima final revela a sua condição de exilado moral e afetivo.
(iv) Temas centrais
a) Universalismo religioso: o conto defende a ideia de que nenhum homem é superior por crença; Deus é uno, mas os caminhos são múltiplos; a verdadeira oração nasce do sentimento, não do ritual vazio: “Assim como tu podes adorar Deus em diversas línguas, assim podes entrar numa igreja, numa mesquita, ou numa sinagoga.”
Este discurso é notavelmente antidogmático e ecuménico (o Concílio Vaticano II cpmeçaria nesse ano de 1962) e algo até particularmente ousado no contexto colonial e confessional do Estado Novo, já em plena guerra colonial (Angola, Índia, mas também guerra "surda" na Guiné, com repressão do nacionalismo emergente; o autor é defensor de presos políticos, acusados de serem militanets ou sinmpatisantes do PAIGC).
Este discurso é notavelmente antidogmático e ecuménico (o Concílio Vaticano II cpmeçaria nesse ano de 1962) e algo até particularmente ousado no contexto colonial e confessional do Estado Novo, já em plena guerra colonial (Angola, Índia, mas também guerra "surda" na Guiné, com repressão do nacionalismo emergente; o autor é defensor de presos políticos, acusados de serem militanets ou sinmpatisantes do PAIGC).
b) A valorização do “outro”: Artur Augusto Silva inverte hierarquias coloniais: o africano é o sábio; o europeu é o aprendiz; a África não é espaço de atraso, mas de revelação espiritual, e berço de civilizações.
Este gesto literário funciona como uma crítica subtil ao colonialismo, sem ser panfletária nem entrar no confronto direto.
c) O descrente como figura ética; uma das ideias mais fortes do conto é a defesa do descrente (ou não-crente): “O descrente merece mais o nosso amor do que o crente.”
Aqui, o autor propõe uma ética da solidariedade radical, onde a fé não é critério de exclusão, mas ponto de encontro.
Aqui, o autor propõe uma ética da solidariedade radical, onde a fé não é critério de exclusão, mas ponto de encontro.
d) O Natal como símbolo: o Natal não é celebrado com presépio ou missa do galo, mas com diálogo, luz, reconciliação interior; o “filho pródigo” evocado no final sugere que o verdadeiro Natal acontece no retorno interior, não no espaço geográfico.
(v) Linguagem e estilo: prosa lírica, pausada, de grande serenidade; uso simbólico da lua: luz progressiva, paciência, revelação; léxico simples, mas carregado de densidade moral; diálogo com tom quase parabólico, aproximando o texto de uma narrativa sapiencial.
A oralidade africana e o pensamento filosófico europeu fundem-se num discurso híbrido, reflexo da própria identidade do autor.
(vi) Sentido ideológico e legado: “Um conto de Natal” é um manifesto humanista disfarçado de narrativa; uma defesa da dignidade humana universal; um exemplo claro da literatura luso-africana que questiona o olhar colonial sem romper com a língua e a forma portuguesas.
O conto antecipa valores que hoje associamos ao diálogo intercultural, à convivência religiosa, à crítica do eurocentrismo, à denúncia do racismo.
O conto antecipa valores que hoje associamos ao diálogo intercultural, à convivência religiosa, à crítica do eurocentrismo, à denúncia do racismo.
(vii) Conclusão
Este conto confirma Artur Augusto Silva como um escritor de consciência ética profunda, que utiliza a literatura não para impor verdades, mas para escutar, ouvir e conhecer o outrro, meditar e reconciliar.
O Natal, aqui, acontece sob a lua africana, e a sua mensagem é clara: a fé verdadeira manifesta-se no respeito pelo outro e na humildade perante a diversidade (humana, cultural, espiritual) o mundo.
(Pesquisa: LG + IA/ ChatGPT)
Este conto confirma Artur Augusto Silva como um escritor de consciência ética profunda, que utiliza a literatura não para impor verdades, mas para escutar, ouvir e conhecer o outrro, meditar e reconciliar.
O Natal, aqui, acontece sob a lua africana, e a sua mensagem é clara: a fé verdadeira manifesta-se no respeito pelo outro e na humildade perante a diversidade (humana, cultural, espiritual) o mundo.
(Pesquisa: LG + IA/ ChatGPT)
(Condensação, revisão / fixação de texto: LG)
(*) Vd. poste de 15 de junho de 2005 > Guiné 63/74 - P57: O Cherno Rachide, de Aldeia Formosa (aliás, Quebo) (Luís Graça)
(ii) é "o chefe ideológico (e não apenas religioso e espiritual) da casta feudal que se aliou ao colonialismo português contra o movimento nacionalista de libertação. (...)
(...) E, ao contrario do que muitos militares portugueses da época pensavam, ele nunca foi um agente duplo, era sim um prestigiado sábio muçulmano, versado em letras corânicas, entre outros conhecimentos esotéricos. Assim como não era o chefe hierárquico de nenhuma comunidade de religiosos, como acontece em outras confissões religiosas, pois nesta religião existe uma reconhecida descentralização que faz de cada comunidade e de cada mesquita uma entidade quase autónoma, sendo que é a força da sua dinâmica em movimento em permanência, assim como é a sua grande fraqueza enquanto entidade que deveria ser unida e coesa no seu todo, o que não acontece no seu caso, dai a diversidade e pluralidade nas tomadas de decisões que muitas vezes a afetam e dividem, contrariamente a muitas outras confissões monoteístas.
Dizem que o Cherno Rachide morreu em 1973 para não assistir ao advento da independência com o PAIGC como poder dominante no país. Sorte foi a sua que teve essa visão reservada só aos sábios e visionários, também eu, se tivesse dom e essa capacidade, preferiria morrer a assistir a essa "heresia" que, na Guiné-Bissau, chamaram de libertação nacional.
Liberdade teve o grande Cherno Rachide que preferiu partir desta para melhor para não ter que aturar com a brutalidade do partido "libertador". E foi um bom amigo do General Spinola, embora a sua familia fosse originária do Futa-Djalon. (...)
6 de junho de 2025 > Guiné 61/74 - P26891: S(C)em Comentários (71): Liberdade teve o grande Cherno Rachide que preferiu partir desta para melhor para não ter que aturar com a brutalidade do partido "libertador" (Cherno Baldé, Bissau)
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Notas de L.G.
Notas de L.G.
É um apontamento do meu diário sobre esta figura "controversa", o Cherno Rachid(e), que visitou Bambadinca, já estava lá eu há menos de 6 meses...Há algumas imprecisóes minhas,., fruto da minha igniorància na época:
(i) é "a autoridade máxima do Islão na Guiné";
O Cherno Baldé desmente-me: afinal o islamismo na Guiné era multricéfalo.
Dizem que o Cherno Rachide morreu em 1973 para não assistir ao advento da independência com o PAIGC como poder dominante no país. Sorte foi a sua que teve essa visão reservada só aos sábios e visionários, também eu, se tivesse dom e essa capacidade, preferiria morrer a assistir a essa "heresia" que, na Guiné-Bissau, chamaram de libertação nacional.
Liberdade teve o grande Cherno Rachide que preferiu partir desta para melhor para não ter que aturar com a brutalidade do partido "libertador". E foi um bom amigo do General Spinola, embora a sua familia fosse originária do Futa-Djalon. (...)
(**) Vd. poste de 16 de dezembro de 2005 > Guiné 63/74 - P359: Um conto de Natal (Artur Augusto Silva, 1962) (Pepito)
(***) Último poste da série > 24 de dezembro de 2022 > Guiné 61/74 - P23911: Conto de Natal (25): Quando o pobre do Garrinchas teve o privilégio de fazer de São José e consoou com a Nossa Senhora e o Menino Jesus (Uma pequena obra-prima de Miguel Torga, do livro "Novos Contos da Montanha, 1ª ed., 1944)

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