Blogue coletivo, criado por Luís Graça. Objetivo: ajudar os antigos combatentes a reconstituir o "puzzle" da memória da guerra colonial/guerra do ultramar (e da Guiné, em particular). Iniciado em 2004, é a maior rede social na Net, em português, centrada na experiência pessoal de uma guerra. Como camaradas que são, tratam-se por tu, e gostam de dizer: "O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande". Coeditores: C. Vinhal, E. Magalhães Ribeiro, V. Briote, J. Araújo.
terça-feira, 3 de setembro de 2024
Guiné 61/74 - P25906: Parabéns a você (2307): Luís Gonçalves Vaz, Amigo Grã-Tabanqueiro, ex-Fur Mil PE (EPC, 1983/84)
Nota do editor
Último post da série de 1 de Setembro de 2024 > Guiné 61/74 - P25900: Parabéns a você (2306): Manuel Joaquim, ex-Fur Mil Inf da CCAÇ 1419 / BCAÇ 1857 (Bissorã e Mansabá, 1965/67)
quarta-feira, 24 de abril de 2024
Guiné 61/74 - P25434: Meu pai meu velho meu camarada (70): Henrique Gonçalves Vaz (1922-2001), último Chefe do Estado Maior do CTIG/CCFAG, foi também um cavaleiro com classe (Luís Gonçalves Vaz) - II (e última) Parte
Guiné > Bissau > Sala de operações do QG/CTIG > 11 de Julho de 1973 - Da esquerda para a direita; (i) Brigadeiro Banazol, comandante do CTIG; (ii) Coronel Galvão de Figueiredo, 2º comandante do CTIG; e (iii) o Chefe do Estado-Maior/CTIG, Coronel do CEM Henrique Gonçalves Vaz: este último responde, na sala de operações do QG, ., ás palavras do CMDT do CTIG, numa cerimónia de transmissão de funções do CEM/CTIG.
Guiné > Região do Cacheu > Pelundo > 1973 > Instrução das milícias > Da esquerda para a direita; (i) Delegado do Governo no Chão Manjaco, Tenente-coronel de Art Sousa Teles; (ii) Comandante Geral das Milícias, Major Mário Arada Pinheiro (membro da nossa Tabanca Grande); (iii) CEM/CTIG, Coronel do CEM Henrique Gonçalves Vaz, em inspeção á instrução das milícias, representando o 2º CMTE do CTIG.
Guiné > Zona Leste > Região de Gabu > Nova Lamego > Setembro de 1973 > Coronel Henrique Vaz, com o Brigadeiro Banazol (comandante do CTIG), perante um desfile de um pelotão de milícia, no âmbito do encerramento da instrução.
superiormente, nomeadamente pelo General Comandante da Região Militar de Angola e pelo próprio Ministro do Exército, reconhecimentos estes que se traduzem em Louvores e em Condecorações atribuídas.
na cidade do Porto, as funções, primeiro de subchefe e, nos últimos dois anos, a de Chefe do Estado-Maior da RMN.
terça-feira, 23 de abril de 2024
Guiné 61/74 - P25430: Meu pai meu velho meu camarada (69): Henrique Gonçalves Vaz (1922-2001), último Chefe do Estado Maior do CTIG/CCFAG, foi também um cavaleiro com classe (Luís Gonçalves Vaz) - Parte I
Lisboa > 17 de Março de 1947 > Concurso Hípico de Lisboa, Alferes Henrique Vaz
Conforme combinado, segue em anexo o Artigo para publicação. Podes rever o Artigo e corrigires o que entenderes. Acabei por enquadrar a fase de cavaleiro do meu falecido pai, com a fase de oficial superior do Estado Maior.
Abraço, Luís Gonçalves Vaz
Anexo - Artigo "Henrique Gonçalves Vaz, último Chefe do Estado Maior do CTIG/CCFAG, foi também um cavaleiro com classe"
Desde alferes até capitão, de 1945 a 1957, dedica-se ao Hipismo com participação em concursos hípicos, na cidade do Porto, em Pedras Salgadas, em Espinho, em Mafra, em Elvas, em Évora e mesmo participando no concurso Hípico de Lisboa.
Neste período foi contemporâneo de grandes cavaleiros portugueses como Pimenta da Gama, Henrique Callado, Jorge Mathias, Fernando Cavaleiro, Ribeiro de Carvalho, Ivens Ferraz e mesmo o cavaleiro António de Spínola, entre muitos outros. Henrique Vaz manteve por muitos anos a prática de equitação, mesmo depois de deixar de competir em provas de hipismo com obstáculos.
Como exemplo de bons resultados em Provas Nacionais de obstáculos, poderemos apontar as seguintes (vd. imagens em baixo):
- Um segundo prémio numa prova hípica em Mafra, no mês de setembro do ano de 1951;
- Um terceiro e nono lugar com cavalos distintos (o "Fantoche" e o "Fiado") na prova “Omnium - 1ª série”, no Concurso Hípico de Espinho em 1949; nesta Prova o capitão Gonçalves Vaz consegue mesmo dar luta ao cavaleiro Henrique Callado;
- Em agosto de 1952, Henrique Gonçalves Vaz disputou em Pedras Salgadas a Prova “Hotéis Pedras Salgadas”, onde concorreram 46 cavaleiros, e obteve com o “Fiado”, um prestigiado 6º lugar, à frente de um grande cavaleiro como Ivens Ferraz, cavaleiro que representou Portugal nos jogos Olímpicos.
Como jovem oficial de cavalaria nunca deixará de praticar desportos, tendo-se dedicado também à prática de esgrima na Região Militar do Norte. Posteriormente, após concluir o Curso Geral do Estado-Maior em 1955 e o Curso Complementar do Estado-Maior em 1959 ingressa, em 1960, no Quadro do Corpo do Estado-Maior, começando a segunda fase da vida profissional onde virá a demonstrar ser um excelente e distinto oficial do Estado-Maior, como comprovam todas as suas nomeações profissionais e todos os louvores e condecorações quelhe foram concedidas.
(Continua)
quinta-feira, 18 de abril de 2024
Guiné 61/74 - P25403: A 23ª hora: Memórias do consulado do Gen Bettencourt Rodrigues, Governador e Com-Chefe do CTIG (21 de setembro de 1973-26 de abril de 1974) - Parte XVIII: a versão do cor inf António Vaz Antunes (1923-1998), na altura comdt interino do COMBIS ( Memorando digitalizado e transcrito pelo seu filho, engº Fernando Vaz Antunes)
Guiné > Bissau > 1974 > O cor inf António Vaz Antunes (à esquerda, na imagem) com o gen Bettencourt Rodrigues, e outros oficiais numa visita do Comandante-Chefe a uma unidade em Bissau. Fotografia do arquivo pessoal do Coronel António Vaz Antunes.
Guiné > Região do Oio > Farim > 1974 > O cor inf António Vaz Antunes com militares e população local. Fotografia do arquivo pessoal do coronel António Vaz Antunes.
Fotos (e legendas): © Fernando Vaz Antunes (2014). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]
24Abr1974
Considerando que 26 era feriado em Bissau, e para aproveitamento de tempo, solicitei à Chefia Srvc Transportes passagem para Bolama, a partir das 09:30.
25Abr
Conhecimento por camaradas, do Movimento das Forças Armadas em Lisboa: através da BBC ao fim da tarde, depois de actividades várias no CTIG e COMBIS, tive conhecimento do triunfo do Movimento.
22:00 horas – como de hábito, desloquei-me para o COMBIS para pernoitar, depois de ter recebido comunicação telefónica do Chefe do Estado Maior do CTIG [3] para recomendar ao pessoal de guarda a máxima atenção na vigilância com vista a garantir a segurança dos quartéis contra qualquer tentativa do IN.
À chegada ao COMBIS recebi a mensagem escrita que repetia a recomendação telefónica. Dei as necessárias instruções ao Oficial de Dia.
Logo de seguida voltei para o quarto e pouco depois ouvi a repetição da mensagem, feita agora por emissor da Guiné e mais tarde repetida pelo PFA [Programa das Forças Armadas] , vulgo “PIFAS”.
26Abr
Às 08:00 dirigi-me para a Praça Honório Barreto, de uniforme nº 1 (branco), acompanhado do Cor Lemos [4]
Terminada a cerimónia, voltei ao quarto e mudei de farda.
09:45 – Chegada ao QG/CCFAG para tomar parte no briefing diário. Enquanto aguardava no local habitual, juntamente com outros oficiais – nomeadamente Cor Vaz, Cor Pilav Amaral Gonçalves, Cmdt Ricou e Comodoro Brandão [5] –, o Cmdt Lencastre chegou conduzindo um Volkswagen muito apressadamente, travou bruscamente e dirigiu-se a correr ao Comodoro a quem comunicou qualquer coisa, de que eu só percebi “vêm aí pára-quedistas”.
Este informou-me que eram os pára-quedistas que estavam a cercar o QG. Perguntei qual a intenção, respondeu não saber. Perante a impassibilidade destes, dirigi-me à sala de reuniões para onde tinha visto entrar o Sub Chefe do Estado Maior – Ten Cor Monteny [6] –, disse-lhe o que se tinha passado e ele respondeu-me que não sabia de nada.
Faltavam o General Cmdt Chefe, o Brigadeiro Adjunto [9] e o CEM/QG/CCFAG [10]. Não estranhei, por supor que estariam ocupados – e não era a primeira vez que o Comodoro presidia à reunião.
Logo que todos tomaram lugares – e havia muito mais oficiais que era habitual em briefing de rotina, especialmente considerando que era feriado –, adiantou-se para a frente o Ten Cor Mateus da Silva [11] que pedia atenção e disse:
O Comodoro fez um gesto afirmativo de cabeça e disse: “Bem, vamos ao briefing!”.
Além disso, em 33 anos de Oficial nunca se me tinham deparado tais procedimentos dentro das estruturas militares, pelo que pedia o esclarecimento da situação.
Fiquei perplexo, o Comodoro não respondeu, mas fitava-me como esperando a minha reacção, e então retorqui:
Entretanto entraram no gabinete o Comodoro, o Cor Vaz, o Cmdt Ricou e o Cmdt Lencastre. Após breves palavras que o primeiro disse ao Sr. General, em termos de lamentação (que eu não entendia… ), esclareci-o que o Sr. General autorizava que eu o acompanhasse. Perguntei por guia de marcha, e disse-me que não era precisa. Indaguei sobre hora e local de reunião e fui informado que podia reunir-me no Palácio, ao Sr. General, até às 13 horas.
Quando chegava à entrada do Depósito de Adidos, acesso ao COMBIS, estava a formar junto à porta, muito apressadamente, um Pelotão do Batalhão de Comandos Africanos, transportado para ali numa viatura pesada estacionada em frente. O Pelotão estava completamente armado, inclusive com LGF e armas automáticas, equipado e municiado.
Deduzi que seria por minha causa, mas nem parei nem interferi. Rapidamente reuni os meus haveres após o que chamei o Ten Cor Altinino e o Cap Bicho para os informar que deixava o COMBIS, mas não tinha dados que me permitissem transmitir o Comando.
Cerca das 12:45 cheguei ao Palácio com a minha bagagem. Cerca das 14h, quando vi chegar a guia de marcha para o Brig. Leitão Marques e Cor. Hugo Rodrigues da Silva, telefonei ao Cor Vaz, Chefe do EM/CTIG solicitando uma guia também para mim. Às 15:30 o Cor Vaz e o Ten Cor Monteny disseram-me que o Comodoro não assinava a guia e não autorizava que eu saísse.
Surpreendido por esta nova versão, procurei o Comodoro para que me esclarecesse. Estava num dos corredores do Palácio para tomar parte na cerimónia de tomada de posse do novo Governo da Província. Respondeu que não estava na disposição de autorizar que saísse quem pedisse. Lembrei-lhe que eu não o pedira – ele é que o ordenara. Reagiu atirando-se para um sofá e declarando que se quisesse embarcar que embarcasse, mas que não me passava guia.
Mais tarde, já no aeroporto, pedi-lhe para me atender em particular, e solicitei que recordasse o que se tinha passado e a ordem que me dera, e a situação em que me colocara na presença de dezenas de oficiais. Decidiu então que me enviaria a guia pelo correio e autorizou que embarcasse.
Chamei o Cor Vaz e o Ten Cor Monteny e, estando também presente o Cmdt Ricou, o Comodoro deu ordem ao Cor Vaz para me enviar a guia para o DGA [14] no dia seguinte.
Nessa mesma ocasião, disseram (não me lembro quem) ao militar que fazia policiamento à porta de passagem para a gare, que eu podia embarcar.
(24-26Abr1974) – Cor António Vaz Antunes
Fernando Vaz Antunes, documento inédito, cedido pelo autor ao Luís Gonçalves Vaz e ao blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné
[1] - Brigadeiro Octávio de Carvalho Galvão de Figueiredo, 2º Comandante do CTIG e, por inerência, Comandante do COMBIS (Comando da Defesa Militar de Bissau).
[2] - Batalhão de Artilharia nº 6520/73, mobilizado pelo RAL5-Penafiel e aerotransportado entre 01 e 04Abr74, do AB1-Portela para a BA12-Bissalanca, de onde marchou para o CIM-Bolama.
[3] - Coronel de cavalaria CEM Henrique Manuel Gonçalves Vaz (CEM/QG-CTIG desde 07Jul73 até 14Out74)
[4] -«A cerimónia começou mais tarde porque se aguardou, em vão, a chegada do Gen Cmdt Chefe. A dada altura, por decisão do Comodoro Brandão que estava presente, deu-se início à cerimónia com uma alocução do então Maj de infantaria Alípio Emílio Tomé Falcão, Comissário Provincial da MP na Guiné.» [AVA]
[5] - António Horta Galvão de Almeida Brandão, Comandante do ComDefMarG (Defesa Marítima da Guiné).
[6] - António Hermínio de Sousa Monteny, Tenente-Coronel CEM
[7] - José Manuel de Bethencourt Conceição Rodrigues, desde 29Set73 Governador e CCFAG.
[8] - «Houve entretanto um curto impasse: o Monteny continuava a escrever uns papéis, que eu lhe retirei da secretária repetindo-lhe que fosse de imediato – e ele foi. Isto passou-se na sala, enquanto o resto do pessoal estava fora. Quando o Monteny saiu, vim atrás dele, mas ao chegar à porta vi que os que estavam fora, incluindo o Comodoro, vinham entrando para o briefing, e eu fiz o mesmo, enquanto o Monteny descia o jardim.» [AVA]
[9] - Brigadeiro Manuel Leitão Pereira Marques.
[10] - Coronel CEM Hugo Rodrigues da Silva. [O QG/CTIG era o Quartel General do Exército (situado nas instalações militares de Santa Luzia), enquanto o QG/CCFAG era o Quartel General de todas as Forças Armadas em serviço naquele território (situado no antigo Forte da Amura, mesmo em frente ao cais de Bissau). O coronel Henrique Gonçalves Vaz, CEM/CTIG na altura destes acontecimentos, irá desempenhar as funções de Chefe do Estado-Maior do CTIG/CCFAG (Comando Unificado), após este Golpe Militar.]
[11] - António Eduardo Domingos Mateus da Silva, TCor Engº Trms, desde Jul72 Comandante do AgrTmG.
[12] - «O Mateus da Silva propôs-se ocupar os cargos de Secretário Geral e Encarregado do Governo – o que veio a acontecer –, tendo sido “empossado” cerca das 12h quando nós estávamos ainda no Palácio do Governo (e residência do Governador).» [AVA]
[13] - «O Capitão era o José Manuel Barroso, miliciano, que dirigia o semanário “Voz da Guiné” (e mais nada); era casado com a “fulana” que estava em Bissau para estudar a instalação da Universidade de Bissau, recebendo por isso 15 contos X mês … .» [AVA] [equivalente, a preços de hoje, a 2860 euros, editor LG]
[14] - Depósito Geral de Adidos (Calçada da Ajuda, em Lisboa).
(*) Vd. postes de:
2 de maio de 2014 > Guiné 63/74 - P13080: O golpe militar de 26 de abril de 1974 no TO da Guiné: memorando dos acontecimentos, pelo cor inf António Vaz Antunes (1923-1998) (Fernando Vaz Antunes / Luís Gonçalves Vaz): III (e última) Parte(**) Vd. último poste da série > 15 de abril de 2024 > Guiné 61/74 - P25388: A 23ª hora: Memórias do consulado do Gen Bettencourt Rodrigues, Governador e Com-Chefe do CTIG (21 de setembro de 1973-26 de abril de 1974) - Parte XVII: O meu pai, cor Henrique Gonçalves Vaz, que não pertencia ao MFA, deu um abraço de despedida, apreço e respeito ao seu Com-Chefe no momento da sua destituição (Luís Gonçalves Vaz)
(***) Nota de Luís Gonçalves Vaz:
segunda-feira, 15 de abril de 2024
Guiné 61/74 - P25388: A 23ª hora: Memórias do consulado do Gen Bettencourt Rodrigues, Governador e Com-Chefe do CTIG (21 de setembro de 1973-26 de abril de 1974) - Parte XVII: O meu pai, cor Henrique Gonçalves Vaz, que não pertencia ao MFA, deu um abraço de despedida, apreço e respeito ao seu Com-Chefe no momento da sua destituição (Luís Gonçalves Vaz)
Guiné > Bissau > 1973 (4.º trimestre )> No canto esquerdo o comandante Ricou, o oficial do lado direito de óculos é o Coronel CEM/CTIG Henrique Gonçalves Vaz, e ao centro, também de óculos, o general Bethencourt Rodrigues (destituído em 26 de Abril de 1974), numa cerimónia oficial, em Bissau, no ano de 1973. Fotografia do arquivo pessoal do coronel Henrique Gonçalves Vaz.
O QG/CTIG era o Quartel-General do Exército (situado nas instalações militares de Santa Luzia), enquanto o QG/CCFAG era o Quartel-General de todas as Forças Armadas em serviço naquele território (situado no antigo Forte da Amura, mesmo em frente ao cais de Bissau).
O jovem Luís Gonçalves Vaz, que tem as melhores memória do tempo passado na Guiné (1973/74) |
Com formação académica em Biologia e Geologia, na altura o Luís era professor de Matemática e Ciências da Natureza numa escola C+S, na região de Braga (cremos que em Vila Verde).
Fez o serviço militar na Escola Prática de Cavalaria, frequentou o 2.º CSM de 1983. Foi fur mil da Polícia do Exército. Tem 18 meses de tropa. Na EPC ainda conheceu (e fez serviço com) o Salgueiro Maia em 1984 (na altura regressado dos Açores, e major cav desde 1981).
Ficou um grande amigo da Guiné. Sempre entusiástico, empenhado e generoso, tem posto as suas memórias e as do seu querido pai, à disposição dos amigos e camaradas da Guiné.
Hoje, e a propósito da 23ª hora do gen Bettencourt Rodrigues, enquanto comandante-chefe do CTIG, fomos repescar um poste já antigo, em que o Luís nos conta como foi o "seu" 25/26 de Abril de 1974 em Bissau, e um episódio da prisão do com-chefe, em que vem ao de cima a nobreza de caracter do seu pai (**).O General Bettencourt Rodrigues despediu-se com um abraço do meu pai, e agradeceu-lhe o “respeito” demonstrado, apesar de saber que o meu falecido pai iria continuar a ocupar o seu posto no Teatro de Operações da Guiné.
Esses mesmos oficiais do MFA solicitaram ao Comandante Marítimo, Comodoro Almeida Brandão, que assumisse as funções de Comandante-Chefe interino das Forças Armadas na Guiné-Bissau.
Ainda me lembro como se fosse hoje, um funcionário do Liceu, um homem de grande estatura, e de origem cabo-verdiana, pegou numa grande tranca e afugentou vários manifestantes (deu resultado!), tendo de seguida fechado a porta principal.
É claro que eu achei muita piada na altura, pois nunca temi pela minha segurança, já que tinha colegas com 16 anos ou mais (alguns vinham do interior da Guiné para estudar em Bissau) que sempre me fizeram estar à vontade.
domingo, 3 de setembro de 2023
Guiné 61/74 - P24613: Parabéns a você (2201): Luís Gonçalves Vaz, Amigo Grã-Tabanqueiro, ex-Fur Mil PE (EPC, 1983/84)
Nota do editor
Último poste da série de 1 DE SETEMBRO DE 2023 > Guiné 61/74 - P24606: Parabéns a você (2200): Manuel Joaquim, ex-Fur Mil Armas Pesadas Inf da CCAÇ 1419/BCAÇ 1857 (Bissorâ e Mansabá, 1965/67)
sábado, 3 de setembro de 2022
Guiné 61/74 - P23581: Parabéns a você (2097): Amigo Grã-Tabanqueiro Luís Gonçalves Vaz, ex-Fur Mil PE (EPC, 1983/84)
Nota do editor
domingo, 16 de janeiro de 2022
Guiné 61/74 - P22912: Ocupação dos aquartelamentos das NT e povoações pelo PAIGC (jul-out 1974), de acordo com o Plano de Retração do Dispositivo: excertos do relatório da 2ª Rep/CC/FAG, datado de 28 de fevereiro de 1975
Foto (e legenda): © Jorge Pinto (2016). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]
Relatório 2ª Rep /Pág. 52
Luís Gonçalves Vaz
Excertos do relatório da 2ª Rep/CC/FAG, sobre a situação político-militar em 1974 , publicado em 28 de fevereiro de 1975, e na altura classificado como "Secreto". É assinado pelo chefe da 2ª Rep do CC/FAG [, Comando Chefe das Forças Armadas da Guiné, comando unificado criado em 17 de Agosto de 1974], o maj inf Tito José Barroso Capela.
Índice do relatório [que tem 74 páginas] (***)
A. Período até 25Abr74
1. Situação em 25Abr74
a. Generalidades (pp.1/2)
b. Situação política externa:
(1) PAIGC e organizações internacionais (pp. 2/5)
(2) Países limítrofes (pp. 5/8)
(3) O reconhecimento internacional do “Estado da G/B em 25Abr74 (pp.8/9).
c. Situação interna:
1. Situação militar
(a) Actividade do PAIGC (pp. 10/12)
(b) Síntese da atividade do PAIGC e suas consequências (pp.13/15)
(c) Análise da actividade de guerrilha (pp. 16/18)
(d) Dispositivo geral do PAIGC e objetivos (pp. 18/19)
(e) Potencial de combate do PAIG (pp.19/20)
(f) Possibilidades do PAIGC e evolução provável da situação (p. 21)
2. Situação político-administrativa (pp. 22/24).
B. Período de 25Abr74 a 15Out74
2. Evolução da situação após 25Abr74
a. Generalidades (pp. 25/26)
b. Situação política externa (pp. 26/28)
(1) PAIGC (pp. 29/32)
(2) Organizações internacionais (pp. 32/34)
(3) Países africanos (pp. 34/35)
(4) Outros países (pp. 35/36)
c. Situação interna
(1) Situação militar
(a) Aspetos gerais (pp.37/46)
(b) Síntese da actividade de guerrilha
1. Ações de guerrilha realizadas pelo PAIGC após 25abr74 (pp. 47/52)
2. Ações de controlo às viaturas das NT (p. 52)
3. Ocupação dos aquartelamentos das NT e povoações pelo PAIG (pp. 52/54)
(2) Situação político-administrativa(a) PAIGC- Contactos e conversações no TO (pp. 55/64)
(b) Outros partidos políticos ou associações cívicas (pp. 64/66)
(c) Prisioneiros de guerra (pp. 66/68;
(d) Transferência dos serviços públicos sob administração portuguesa para a administração da República da Guiné-Bissau (pp. 68/70);
(e) Diversos (pp. 70/74)
___________
Notas do editor:
4 de fevereiro de 2012 > Guiné 63/74 - P9443: Situação Militar no TO da Guiné no ano de 1974: Relatório da 2ª REP/QG/CTIG: Transcrição, adaptação e digitalização de Luís Gonçalves Vaz (Parte V): pp. 10/21
31 de Janeiro de 2012 > Guiné 63/74 - P9424: Situação Militar no TO da Guiné no ano de 1974: Relatório da 2ª REP/QG/CTIG: Transcrição, adaptação e digitalização de Luís Gonçalves Vaz (Parte IV): pp. 1/9
sexta-feira, 3 de setembro de 2021
Guiné 61/74 - P22505: Parabéns a você (1987): Amigo Grã-Tabanqueiro Luís Gonçalves Vaz, ex-Fur Mil PE (EPC, 1983/84)
Nota do editor
Último poste da série de 1 de Setembro de 2021 > Guiné 61/74 - P22501: Parabéns a você (1986): Manuel Joaquim, ex-Fur Mil AP Inf da CCAÇ 1419/BCAÇ 1857 (Bissorã e Mansabá, 1965/67)
quinta-feira, 3 de setembro de 2020
Guiné 61/74 - P21317: Parabéns a você (1861): Carlos Vieira, ex-Fur Mil do Pel Mort 4580 (Guiné, 1973/74) e Luís Gonçalves Vaz, Grã-Tabanqueiro, ex-Fur Mil PE (EPC, 1983/84)
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Nota do editor
Último poste da série de 1 de Setembro de 2020 > Guiné 61/74 - P21309: Parabéns a você (1860): Manuel Joaquim, ex-Fur Mil Armas Pesadas Inf da CCAÇ 1419 (Guiné, 1965/67)
quarta-feira, 22 de abril de 2020
Guiné 61/74 - P20889: Em busca de... (306): Armando, o pequeno Armandinho, que em 1973/74, quando internado no HM 241 de Bissau, frequentava a casa do CEM do CTIG, Coronel Henrique Gonçalves Vaz (Luís Beleza Gonçalves Vaz)
Quer encontrar um velho amigo, o então jovem Armando, que esteve internado no HM 241 de Bissau, vítima de guerra de que lhe resultou a perda de uma das pernas. Frequentava, como convidado, a casa do então CEM, senhor Coronel de Cavalaria Henrique Gonçalves Vaz.
É com muita satisfação que volto aqui a escrever sobre o “Armando do Hospital de Bissau”, uma criança que conheci no ano de 1973 a cuidado dos militares médicos e enfermeiros que trabalhavam no Hospital Militar de Bissau nessa mesma altura.
Conheci-o muito bem, pois durante um ano, entre 1973 e 1974, ia várias vezes durante a semana vê-lo ao Hospital e muitas vezes regressava connosco (comigo e com os meus dois irmãos) para nossa casa em Sª Luzia, onde brincava muito, comia e dormia.
Na semana passada falei dele ao meu mano mais novo (Paulo Vaz) e os dois revivemos as nossas memórias daqueles tempos conturbados, tempos de guerra mas que para nós jovens na altura, nos marcou para toda a vida. Conhecer esta criança na altura, o Armando, foi uma experiência humana e de afetos inolvidável, já que ele tinha perdido a sua família numa explosão de uma mina e tinha sido evacuado para o hospital Militar de Bissau, penso que em finais de 1972 ou inícios do ano de 1973.
No início teria sido o meu próprio pai, o Coronel Henrique Gonçalves Vaz, CEM/CTIG, que o convidou para ir passar uns dias lá em nossa casa (na Base Militar de Santa Luzia), para poder brincar com miúdos como ele, eu tinha 13 anos e o meu irmão mais novo, o Paulo tinha apenas dez anos, o Armando talvez oito anos, depois tornou-se rotina e uma visita desejada por nós. Lembro-me dele como um miúdo muito alegre, inteligente e bem-disposto. Ainda me lembro, quando no meu quarto, o Armando tirava a prótese (da perna) e continuava a saltar, brincar e falar, sem constrangimentos nenhuns, sim falava muito, demonstrando sempre vontade de saber, de apreender, pois lembro-me muito bem que o Armando (para nós ficou sempre apelidado de Armandinho) demonstrava uma grande curiosidade e uma grande alegria de viver, apesar de ter perdido parte de uma perna e os pais numa explosão de uma mina, facto responsável pela sua evacuação para o Hospital Militar.
Sempre me disse que era MUITO BEM TRATADO PELOS MILITARES DO HOSPITAL MILITAR DE BISSAU. Volto a registar aqui neste nosso Blog, de que gostaria muito de saber onde se encontra e contactar com ele. O meu regresso à Metrópole naquela altura foi um "pouco abrupto", devido ao 25 de Abril, fiquei sempre com saudades dele, e disseram-me que o Armando teria vindo em 1974 com um médico militar para a Metrópole, para frequentar uma instituição em Portugal! Será verdade, se alguém souber notícias dele, gostaria que me contactasse.
Base Militar de Santa Luzia, Bissau, 1974 - O pequeno Armando
No passado mês de março voltei a pedir à minha irmã, que na altura estudava arquitetura no Continente e nos visitava de vez em quando em Bissau, que tentasse descobrir as fotografias do “Armando na Guiné” da sua autoria, e ela procurou e procurou até que encontrou estas fotografias do Armando e que me fizeram viajar no Tempo, recordando os “momentos muito intensos” que vivi na Ex Província Portuguesa da Guiné.
Base Militar de Santa Luzia, Bissau, 1974 - O pequeno Luís
Se tu, Armando, por acaso leres esta notícia sobre ti, liga-me para o meu telemóvel + 351 936 262 912 ou manda-me notícias para o meu email: luisbelvaz@gmail.com
Grande Abraço
Luís Beleza Gonçalves Vaz
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Nota do editor
Último poste da série de 7 de abril de 2020 > Guiné 61/74 - P20825: Em busca de... (305): Fur Mil Fotocine Júlio César Fragoso Pereira (Guiné, 1966/67) (Armando Pires, ex-Fur Mil Enfermeiro da CCS/BCAÇ 2861)