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sábado, 15 de outubro de 2022

Guiné 61/74 - P23711: Memórias cruzadas: relembrando os 24 enfermeiros do exército condecorados com Cruz de Guerra no CTIG (Jorge Araújo) - Parte VIII



Foto 1 – Zona Leste > Região de Nova Lamego > 12 de Setembro de 1969 [há 53 anos] > Evacuação de feridos provocados pelo rebentamento de uma mina anticarro ocorrida entre Canjadude e Nova Lamego. Foto do álbum de José Corceiro, 1.º Cabo Trms, CCAÇ 5, Canjadude (1969/71) – P6117, com a devida vénia.


Foto 2 – Corredor de Guileje > 1972 [há 50 anos] – Foto do álbum de Fernando Monteiro (1.º Cabo Enfermeiro) da CCAÇ 3477 “Gringos de Guileje” (1971/73), com a devida vénia.



O nosso coeditor Jorge [Alves] Araújo, ex-Fur Mil Op Esp/Ranger, CART 3494 (Xime e Mansambo, 1972/1974), professor do ensino superior, ainda no ativo. Tem mais de 290 referências no nosso blogue.


 

MEMÓRIAS CRUZADAS NAS “MATAS” DA GUINÉ (1963-1974):

RELEMBRANDO OS QUE, POR MISSÃO, TINHAM DE CUIDAR DAS FERIDAS CORPOREAS PROVOCADAS PELA METRALHA DA GUERRA COLONIAL: «OS ENFERMEIROS»

OS CONTEXTOS DOS “FACTOS E FEITOS” EM CAMPANHA DOS VINTE E QUATRO CONDECORADOS DO EXÉRCITO COM “CRUZ DE GUERRA”, DA ESPECIALIDADE “ENFERMAGEM”


PARTE VIII


► Continuação do P22336 (VII) (02.07.21) (*)


1.   - INTRODUÇÃO


Depois de um interregno, superior ao que era desejável, retomamos a partilha no Fórum dos resultados obtidos na investigação acima titulada. Procura-se valorizar, através das diferentes narrativas, o importante papel desempenhado pelos nossos camaradas da “saúde militar” (e igualmente no apoio a civis e população local) – médicos e enfermeiros/as – na nobre missão de socorrer todos os que deles necessitassem, quer em situação de combate, quer noutras ocasiões de menor risco de vida, mas sempre a merecerem atenção e cuidados especiais.

Considerando a dimensão global da presente investigação, esta teve de ser dividida em partes, onde procuramos descrever cada um dos contextos da “missão”, analisando “factos e feitos” (os encontrados na literatura) dos seus actores directos “especialistas de enfermagem”, que viram ser-lhes atribuída uma condecoração com «Cruz de Guerra», maioritariamente de 3.ª e 4.ª Classe. Para esse efeito, a principal fonte de recolha de informação foi a documentação oficial do Estado-Maior do Exército, elaborada pela Comissão para o Estudo das Campanhas de África (1961-1974).

2.   - OS “CASOS” DO ESTUDO

De acordo com a coleta de dados da pesquisa, os “casos do estudo” totalizaram vinte e quatro militares condecorados, no CTIG (1963/1974), com a «Cruz de Guerra» pertencentes aos «Serviços de Saúde Militar», três dos quais a «Título Póstumo», distinção justificada por “actos em combate”, conforme consta no quadro nominal elaborado por ordem cronológica e divulgado no primeiro fragmento – P21404.



Nesta oitava parte analisaremos mais dois “casos”, o primeiro registado no final do ano de 1966 e o segundo no início de 1967, onde se recuperam mais algumas memórias dos seus respectivos contextos.

No quadro nominal abaixo, referem-se os “casos” que faltam contextualizar (n-8).

No gráfico abaixo, já publicado anteriormente, está representada a população do estudo agrupada pela variável “posto” (n-24).


Gráfico 1 – Representação gráfica da população do estudo agrupada na variável “posto”.


3. - OS CONTEXTOS DOS “FEITOS” EM CAMPANHA DOS MILITARES DO EXÉRCITO CONDECORADOS COM “CRUZ DE GUERRA”, NO CTIG (1963-1974), DA ESPECIALIDADE DE “ENFERMAGEM” - (n=24)

3.15 - MÁRIO DE JESUS MANATA, FURRIEL MILICIANO DO SERVIÇO DE SAÚDE, DA CCAV 1482, CONDECORADO COM A CRUZ DE GUERRA DE 4.ª CLASSE 


A décima quinta ocorrência a merecer a atribuição de uma condecoração a um elemento dos «Serviços de Saúde» do Exército, esta com medalha de «Cruz de Guerra» de 4.ª Classe - a oitava (e última) das distinções contabilizadas no decurso do ano de 1966 - teve origem no desempenho tido pelo militar em título ao longo da sua comissão. Merece, todavia, destaque o seu comportamento durante a «Operação Holofote», realizada entre 14 e 16 de Dezembro de 1966, 4.ª a 6.ª feira, tendo por objectivo a base IN de Darsalame, na margem esquerda do rio Buruntoni, região do Xime, onde, mesmo depois de ter sido ferido, manteve-se activo prestando os primeiros socorros a outros camaradas seus, também eles feridos (infogravura abaixo).


► Histórico



◙ Fundamentos relevantes para a atribuição da Condecoração


▬ O.S. n.º 06, de 09 Fevereiro de 1967, do QG/CTIG:

“Agraciado com a Cruz de Guerra de 4.ª Classe, nos termos do artigo 12.º do Regulamento da Medalha Militar, promulgado pelo Decreto n.º 35667, de 28 de Maio de 1946, por despacho do Comandante-Chefe das Forças Armadas da Guiné, de 28 de Março de 1967: O Furriel Miliciano enfermeiro, Mário de Jesus Manata, da Companhia de Cavalaria 1482 [CCAV 1482] – Batalhão de Caçadores 1888, Regimento de Cavalaria 7.”

● Transcrição do louvor que originou a condecoração:

“Louvo o Furriel Miliciano enfermeiro, Mário de Jesus Manata, da CCAV 1482, por ao longo do tempo de permanência nesta Província ter participado em elevado número de operações e em todas elas ter demonstrado calma e serenidade no exercício das suas funções específicas e também porque tendo sido ferido em diversas partes do corpo, durante a «Operação Holofote” [14/16Dez66], se manteve animado, aplicando em si mesmo os primeiros socorros necessários e dispensando qualquer ajuda no seu deslocamento até ao local da evacuação, evidenciando em todos os momentos uma dignidade de acção digna de salientar.” (CECA; 5.º Vol.; Tomo IV; p 268).

CONTEXTUALIZAÇÃO DA OCORRÊNCIA


Para contextualização da actividade operacional definida para a «Operação Holofote», a informação obtida na fonte Oficial (CECA) é muito reduzida. Apenas é referido que esta Operação decorreu durante três dias, de 14 a 16 de Dezembro de 1966, nela tendo participado as seguintes forças: CCaç 1546, CCaç 1551, CCav 1482 e PCaç 53.

O objectivo traçado para a missão era realizar um golpe-de-mão ao acampamento de Darsalame Baio, situado na margem esquerda do rio Buruntoni. 

Como resultados, o acampamento, composto por 8 casas de mato, foi destruído, sendo capturado, além de material diverso, mais 1 metralhadora, 3 pistolas-metralhadoras, 2 espingardas automáticas, 1 pistola e várias granadas. 

Durante a acção as NT foram flageladas pelo IN, sofrendo 4 feridos. (CECA; 6.º Vol.; Tomo II; p 415).



3.15.1 - SUBSÍDIO HISTÓRICO DA COMPANHIA DE CAVALARIA 1482

             = BAMBADINCA - SONACO - QUIRAFO - PONTA DO INGLÊS - XIME - INGORÉ - SEDENGAL


Mobilizada pelo Regimento de Cavalaria 7 [RC 7], de Lisboa, para cumprir a sua missão ultramarina no CTIG, a Companhia Independente de Cavalaria 1482 [CCAV 1482], embarcou no Cais da Rocha, em Lisboa, em 20 de Outubro de 1965, 4.ª feira, a bordo do N/M «Niassa", sob o comando do Cap Cav João Ramiro Alves Ribeiro [-†2008; como General], tendo chegado a Bissau a 27 do mesmo mês.


3.15.2 - SÍNTESE DA ACTIVIDADE OPERACIONAL DA CCAV 1482


Sete dias após a sua chegada [27Out65], a CCAV 1482 foi colocada em Bambadinca, a fim de substituir a CCAÇ 556 [10Nov63-28Out65, do Cap Inf José Abílio Lomba Martins (1.º); do Cap Inf Carlos Alberto Gonçalves (2.º) e do Ten Inf Fernando Gonçalves Foitinho (3.º)], assumindo a função de intervenção e reserva do BCAÇ 697 [21Jul64-27Abr66, do TCor Inf Mário Serra Dias da Costa Campos], tendo actuado em diversas operações realizadas nas regiões de Darsalame Baio, Ponta Varela e Poindom e efectuado patrulhamentos, batidas e escoltas na sua zona de acção. De 17Nov65 a 17Jan66, cedeu um Gr Comb ao BCAV 757 [23Abr65-20Jan67, do TCor Cav Carlos de Moura Cardoso], para guarnecer o destacamento de Sonaco.

Em 06 e 08Abr66, com a marcha de dois Grs Comb, respectivamente para Quirafo (onde se manteve até finais de Dezembro seguinte) e Ponta do Inglês, iniciou a rotação com a CCAV 678 [18Jul64-27Abr66, do Cap Cav Juvenal Aníbal Semedo de Albuquerque (1.º); do Cap Cav Inácio José Correia da Silva Tavares (2.º) e do Cap Art José Vítor Manuel da Silva Correia (3.º)] e seguidamente assumiu, em 14Abr66, a responsabilidade do subsector do Xime, com aqueles destacamentos referidos, ficando integrada no dispositivo e manobra do BCAÇ 697 e depois do BCAÇ 1888 [26Abr66-17Jan68, do TCor Inf Adriano Carlos de Aguiar].

Em 11Jan67, foi rendida no subsector do Xime pela CCAÇ 1550 [26Abr66-17Jan68, do Cap Mil Inf Agostinho Duarte Belo], tendo sido colocada em Ingoré, a fim de render a CCAV 788 [28Abr65-08Fev67, do Cap Cav Alberto Mourão da Costa Ferreira]. Em 15Jan67, assumiu a responsabilidade do subsector de Ingoré, com um Gr Comb destacado em Sedengal, ficando integrada no dispositivo e manobra do BCAÇ 1894 [30Jul66-09Mai68, do TCor Inf Fausto Laginha dos Ramos]. Em 13Jul67, foi rendida no subsector de Ingoré pela CCAÇ 1590 [12Ago66-09Mai68, do Cap Inf Aires Jorge da Costa Gomes], tendo seguido em 18Jul67 para Bissau, a fim de efectuar o embarque de regresso, o qual ocorreu a 27Jul67, a bordo do N/M «UÍGE» (CECA; 7.º Vol.; p 500).


3.16 - AMÉRICO MOREIRA DA SILVA, 1.º CABO AUXILIAR DE ENFERMEIRO, DA CART 1525, CONDECORADO COM A CRUZ DE GUERRA DE 4.ª CLASSE 


A décima sexta ocorrência a merecer a atribuição de uma condecoração a um elemento dos «Serviços de Saúde» do Exército, esta com medalha de «Cruz de Guerra» de 4.ª Classe - a primeira distinção contabilizada no decurso do ano de 1967 - teve origem no desempenho tido pelo militar em título ao longo de todo o período da sua comissão. De todas as evidências, merece maior relevância a sua coragem e valentia durante a «Operação Baluarte», efectuada em 1 de Fevereiro de 1967, 4.ª feira, à “Base Rua”, situada entre a bolanha de Cambajo e Madane, no Óio, em que as NT tiveram um total de 14 indisponíveis e onde o 1.º Cabo Silva acorreu a todos os locais em que era solicitada a sua presença (infogravura abaixo).



◙ Fundamentos relevantes para a atribuição da Condecoração

▬ O.S. n.º 15, de 30 de Março de 1967, do QG/CTIG:

“Agraciado com a Cruz de Guerra de 4.ª Classe, nos termos do artigo 12.º do Regulamento da Medalha Militar, promulgado pelo Decreto n.º 35667, de 28 de Maio de 1946, por despacho do Comandante-Chefe das Forças Armadas da Guiné, de 14 de Abril findo: O 1.º Cabo auxiliar de enfermeiro, n.º 5614265, Américo Moreira da Silva, da Companhia de Artilharia 1525 [CART 1525] – Batalhão de Caçadores 1876, Regimento de Artilharia de Costa.”

Transcrição do louvor que originou a condecoração:



“Louvado o 1.º Cabo auxiliar de enfermeiro, n.º 5614265, Américo Moreira da Silva, da CART 1525, por ter desenvolvido ao longo de 14 meses de comissão uma actividade extraordinariamente proveitosa e cheia da melhor boa vontade, quer no exercício das suas funções internas, quer ainda na actividade operacional levada a efeito pela Companhia.

Elemento dotado de invulgares qualidades de trabalho, notório espírito de sacrifício e desejo permanente de agradar, jamais regateou qualquer esforço, mesmo quando a Companhia possuía um enfermeiro a menos, obrigando-o por isso a desdobrar-se e a fornecer um esforço suplementar. Possuidor de extrema correcção e simpatia pessoal tem-se imposto não só a camaradas, como também a superiores, como um militar merecedor de estima geral.

No exercício das funções, durante a actividade operacional, tem-se revelado também, em todas as acções em que tem participado, como um militar de grande destreza, coragem e valentia.

Na «Operação Baluarte», efectuada à “Base de Rua”, em que as NT tiveram, entre feridos graves e ligeiros, 14 indisponíveis, o 1.º Cabo Silva, ainda debaixo de fogo IN e não olhando ao perigo, acorreu a todos os locais onde a sua presença era solicitada, numa demonstração de entrega total à sua missão, não se poupando a esforços para que a sua presença e os seus cuidados estivessem sempre ao dispor dos mais necessitados. Conseguiu desta feita, e alardeando grande serenidade, desprezo pelo perigo, coragem e sangue frio, que a sua acção fosse estimular não só os feridos, como também o restante pessoal, contribuindo deste modo para elevar o moral das NT.

Pelas suas qualidades pessoais, de reconhecido valor e qualidades de trabalho que são uma realidade e, ainda, pela sua calma, coragem, espírito de abnegação e desprezo pelo perigo, largamente demonstrados em acções de contacto com o IN, merece o 1.º Cabo Silva ser apontado a todos os seus camaradas como exemplo de dedicação e entrega total ao serviço.” (CECA; 5.º Vol.; Tomo IV; p 317).
   

CONTEXTUALIZAÇÃO DA OCORRÊNCIA


Para a elaboração deste ponto, não foi possível incluir a narrativa da fonte Oficial (CECA) por nada constar à cerca desta actividade operacional desenvolvida pela CART 1525. No entanto, recorremos, uma vez mais, ao livro da Unidade – CART 1525 - “HISTORIAL” – da qual retirámos os factos relacionados com o desenrolar da «Operação Baluarte», efectuada em 01 de Fevereiro de 1967, 4.ª feira, na Região de Cambajo / Madane (Óio).

O principal objectivo da «Operação Baluarte» visava concretizar um golpe de mão à “Base Rua”, situada entre a bolanha de Cambajo e Madane.

Foram escaladas para esta missão as seguintes forças: 1.º Gr Comb da CART 1515; Gr Comandos “Os Falcões”, 1 Pel Milícia 157 e 1 Pel Pol Adm., com apoio aéreo.

▬ DESENROLAR DA ACÇÃO:

● Saíram as NT do quartel pelas 22h30 seguindo a estrada de Mansoa e flectindo depois na direcção de Quenhaque > Mansabandim > Dando, onde chegaram pelas 23h30. Cambada a bolanha do Cambajo, entrou-se na zona do objectivo. O guia não sentia qualquer dificuldade na condução das NT, e assim, pelas 05h30, encontravam-se as mesmas muito próximas da base quando, de N, se ouviu forte tiroteio à distância o que, certamente, veio alertar o IN. 

Mesmo assim a aproximação continuou em terreno de mato relativamente denso, até que se atingiu uma clareira onde o mato havia sido cortado e que, por indicações do guia, era o local onde a sentinela se encontrava. Efectivamente, nessa altura, eram 05h45, fomos detectados por dois sentinelas que abriram fogo de E e W tentando assim despistar as NT quanto à verdadeira localização da casa de mato, que se encontrava precisamente na direcção intermédia das mesmas.

Uma vez detectadas, as NT abriram fogo com todas as armas mas o IN reagiu com PM, MP e LGFog. A pouco-e-pouco, porém, as NT continuaram o avanço a despeito da forte reacção do IN que se fazia sentir e apesar de uma das granadas de LGFog do IN ter rebentado no meio do nosso pessoal e ocasionando logo alguns feridos. Assim, cerca de meia hora depois de se ter iniciado o contacto, chegaram finalmente as NT às casas de mato, depois do IN as ter debandado. 

No interior do objectivo verificou-se que era composto por seis barracas dispostas em círculo com uma barraca central. Dispunha de abrigos para atirador deitado e possuía um outro contra a aviação, construído com terra e troncos e constituído por uma cavidade subterrânea, com dois buracos diametralmente opostos, com capacidade para cerca de 12 pessoas, dando por isso adequada protecção não só contra bombas de avião mas também contra as granadas de artilharia.

Ainda quando as NT se encontravam no interior da base, o IN fez lançar mais uma granada de LGFog, a qual veia a rebentar sobre o nosso pessoal, ocasionando mais feridos. Em face disto e uma vez que as instalações tinham já sido destruídas, retirou-se da zona e resolveu-se, devido à demora do PVC, evacuar os feridos pelos nossos próprios meios até ao ponto de recolha pelas viaturas.

Atendendo à grande quantidade dos mesmos e à enorme extensão a percorrer, foi digno de nota o espírito de entreajuda de todo o pessoal no transporte dos camaradas feridos. Durante o movimento de regresso, foram ainda queimadas mais quatro tabancas a W do objectivo, não se tornando o IN a revelar. As forças foram recolhidas pelas 08h30 na estrada de Mansabá, chegando a Bissorã cerca das 09h00.

Foram capturados alguns carregadores de PM, munições diversas e granadas de mão. As NT sofreram catorze feridos, sendo evacuados nove elementos (Op. cit,; pp 57/58).


3.16.1 - SUBSÍDIO HISTÓRICO DA COMPANHIA DE ARTILHARIA 1525

             = MANSOA - BISSORÃ - PONTE MAQUÉ


Mobilizada pelo Regimento de Artilharia de Costa [RAC], de Oeiras, para cumprir a sua missão ultramarina no CTIG, a Companhia de Artilharia 1525 [CART 1525], embarcou no Cais da Rocha do Conde de Óbidos, em Lisboa, em 20 de Janeiro de 1966, 5.ª feira, a bordo do N/M «UÍGE», sob o comando do Cap Art Jorge Manuel Piçarra Mourão (1942-2004), tendo chegado a Bissau a 26 do mesmo mês.

3.16.2 - SÍNTESE DA ACTIVIDADE OPERACIONAL DA CART 1525

Dez dias após a sua chegada a Bissau, a CART 1525 seguiu para Mansoa, a fim de efectuar um curto período de adaptação operacional e substituir a CART 644 [10Mar64-09Fev66; do Cap Art Vítor Manuel da Ponte da Silva Marques (-†2004) (1.º), Cap Art Nuno José Varela Rubim (2.º) na função de reserva e intervenção do sector do BCAÇ 1857 [06Ago65-03Mai67; do TCor Inf José Manuel Ferreira de Lemos]. 

Em 21Fev66, por rotação com a CCAÇ 1420 [06Ago65-03Mai67; do Cap Inf Manuel dos Santos Caria], foi transferida para o subsector de Bissorã, em reforço da guarnição local até 31Out66, tendo ainda actuado em diversas operações realizadas nas regiões do Tiligi, Biambe, Morés e Queré e sendo também deslocada para operações na região de Jugudul, de 23Jul66 a 17Ago66; de 18Jun66 a 06Jul66, destacou, ainda, um pelotão para Ponte Maqué. 

Em 31Out66, assumiu a responsabilidade do subsector de Bissorã, após saída da CCAÇ 1419 [06Ago65-03Mai67; do Cap Mil Inf António dos Santos Alexandre], tendo passado a integrar o dispositivo e manobra do BCAV 790 [28Abr65-08Fev67; do TCor Cav Henrique Alves Calado (1920-2001)], após reformulação dos limites da zona de acção dos sectores daquela área em 01Nov66, e depois do BCAÇ 1876 [26Jan66-04Nov67; do TCor Inf Jacinto António Frade Júnior]. 

Pelos vultuosos resultados obtidos em baixas causadas ao inimigo e armamento apreendido, destacam-se as operações: «Embuste» [01Out66] e «Bambúrrio» [03Abr67], nas regiões de Iarom e Faja. Em 10Out67, foi rendida no subsector de Bissorã pela CCAV 1650 [06Fev67-19Nov68; do Cap Cav José Cândido de Bonnefon de Paula Santos], recolhendo seguidamente a Bissau, a fim de aguardar o embarque de regresso, o qual ocorreu em 04 de Novembro de 1967, sábado, a bordo do N/M «UÍGE». (CECA; 7.º Vol.; p 446).

Continua…

► Fontes consultadas:

Ø Estado-Maior do Exército; Comissão para o Estudo das Campanhas de África (1961-1974). Resenha Histórico-Militar das Campanhas de África; 5.º Volume; Condecorações Militares Atribuídas; Tomo II; Cruz de Guerra, 1962-1965; Lisboa (1991).


Ø Estado-Maior do Exército; Comissão para o Estudo das Campanhas de África (1961-1974). Resenha Histórico-Militar das Campanhas de África; 6.º Volume; Aspectos da Actividade Operacional; Tomo II; Guiné; Livro I; 1.ª Edição; Lisboa (2014)

Ø Estado-Maior do Exército; Comissão para o Estudo das Campanhas de África (1961-1974). Resenha Histórico-Militar das Campanhas de África; 7.º Volume; Fichas das Unidades; Tomo II; Guiné; 1.ª edição; Lisboa (2002).

Ø Outras: as referidas em cada caso.

Termino, agradecendo a atenção dispensada.

Com um forte abraço de amizade e votos de muita saúde.

Jorge Araújo.

01Set2022

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Nota do editor: