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sexta-feira, 22 de dezembro de 2023

Guiné 61/74 - P24989: Boas Festas 2023/24 (10): Renato Brito, voluntário que integra um projecto de construção de uma escola na aldeia de Sincha Alfa - Guiné-Bissau

1. Mensagem com data de 21 de Dezembro de 2023, enviada ao nosso Blogue por Renato Brito, voluntário, que na Guiné-Bissau integra um projecto de construção de uma escola na aldeia de Sincha Alfa:

Boa tarde Carlos Vinhal,
Espero que esteja tudo bem consigo.

Agradecendo o contributo em divulgar a aventura de tentar construir uma escola na Guiné-Bissau, aproveito para lhe enviar as últimas notícias:
Mais uma vez fui falar com crianças de duas escolas primárias (Alessandro Manzoni em Bolzano e Giovanni XXIII em Sinigo) a pedir ajuda para construir uma escola na Guiné-Bissau. Pedia um objecto e ofereceram um saco cheio de presentes.
Envio-lhe algumas imagens.

Como a maquete da escola foi construída a partir de uma caixa de madeira para fruta resolvi participar num concurso organizado pela “rilegno”. Mando-lhe a versão em português.
Se tiver curiosidade encontra aqui o regulamento:
https://contest.rilegno.org/bando/

A associação Italiana “Mani Tese” publicou no seu site um estudo com o objetivo de compreender a cadeia produtiva do caju e os seus impactos ambientais e sociais.
Envio-lhe em anexo este interessante estudo, infelizmente apenas em Italiano.
Publicazione - Anacardi, aperitivo a spese della biodiversità (e dei contadini).
https://www.manitese.it/anacardi-aperitivo-a-spese-della-biodiversita-e-dei-contadini

Ainda uma pequena actualização do puzzle das cartas militares da Guiné-Bissau.
Encontrei o mapa 49 – São João

Cumprimentos e Boas Festas.
Renato


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CARTOLINAS
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ESCOLA NA GUINÉ-BISSAU - PROJECTO E SITUAÇÃO ACTUAL
Clicar nas imagens para ampliar

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PRENDAS DAS CRIANÇAS DE DUAS ESCOLAS PRIMÁRIAS (ALESSANDRO MANZONI, EM BOLZANO E GIOVANNI XXIII, EM SINIGO)
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Nota do editor

Último poste da série de 21 de Dezembro de 2023 > Guiné 61/74 - P24985: Boas Festas 2023/24 (9): Joaquim Fernandes Alves, ex-Fur Mil da CART 1659 e Associação Afectos com Letras, ONGD

quinta-feira, 30 de março de 2023

Guiné 61/74 - P24178: Memórias de Luís Cabral (Bissau, 1931 - Torres Vedras, 2009): Factos & mitos - Parte V: O "making of" do "Labanta, Negro!", um filme italiano, de Piero Nelli (1926-2014), a preto e branco, de estética tardo-neorrealiista, e que serviu que nem uma luva à propaganda do PAIGC

"Labanta, Negro!" > Fotograma, 38m 28 s > A despedida do realizador italiano Piero Nelli


"Labanta, Negro!" > Fotograma, 30m 58 s > 11 de fevereiro de 1966 > 6h30 > Partida para a emboscada às obras da TECNIL na estrada Mansoa-Mansambá


"Labanta, Negro!" > Fotograma, 31m 21 s >  A preparação da emboscada do PAIGC à força que fazia a segurança às obras da estrada Mansoa-Mansabá,  a cargo da TECNIL


"Labanta, Negro!" > Fotograma, 32m 06s >  A preparação da emboscada do PAIGC à força que fazia a segurança às obras da estrada Mansoa-Mansabá,  a cargo da TECNIL


"Labanta, Negro!" > Fotograma, 32m 58s >  A emboscada do PAIGC à força que fazia a segurança às obras da estrada Mansoa-Mansabá,  a cargo da TECNIL


"Labanta, Negro!" > Fotograma, 30m 31s >  Panfleto, manuscrito, convidando os militares portugueses  à deserção: "Amigo desconhecido: Com este papel podes estar seguro do teu bom acolhimento em caso de deserção". Assinado: PAIGC.


"Labanta, Negro!" > Fotograma, 37m  21s > "Quartel-General do Norte"> 13 de fevereiro de 1966 > As despedidas...  À  italiana?

Fotogramas do documentário de Piero Nelli (1926-2014), "Labanta, Negro! " (Itália, 1966, 38' 43''). O filme ganhou o prémio do melhor documentário do ano no Festival de Veneza. Filmado a preto e branco, nas zonas controladas pelo PAIGC  (no Oio), na então Guiné portuguesa, de 2 a 15 de fevereiro de 1966, é um documentário de estética tardo-neorrealista, que o partido do Amílcar Cabral soube explorar habilmente como "arma de propaganda".  

Segundo a CECA (2014, pág. 372) (*), "o ano de 1966 foi considerado pelo PAIGC como o ano da informação, tendo desenvolvido uma intensa e bem orientada campanha de propaganda 'visando esclarecer a opinião pública mundial com testemunhos irrefutáveis'. Para tal estiveram no Boé e em Quitafine vários jornalistas e cineastas africanos, franceses, americanos, ingleses, italianos, holandeses e soviéticos que produziram artigos e filmes - documentários sobre aspectos da luta e do nível de realizações sócio-económicas do PAIGC, que mais tarde deram origem a publicações nas editoras francesa 'Maspero'
e americana 'Africa Report«, entre outras".

Por lapso, a CECA não menciona a visita desta equipa italiana, à região do Oio, o que nos parece lamentável... No nosso blogue, já tinha havido duas anteriores referências a este filme, talvez o mais famoso dos que se fizeram durante a guerra  (**).



"Labanta,Negro!" > O filme serviu objetiva e intencionalmente a propaganda do PAIGC:  foi apresentado pelos autores como um "diário de paz e de guerra" (sic), filmado entre 2 e 15 de fevereiro de 1966, tendo por protagonistas os guerrilheiros da "província portuguesa do ultramar" da Guiné Cabo-Verde (sic, como se fora um só território)... O documentário (que não tem qualquer perspetiva crítica, é claramemnte "engagé", deliberadamente "militante" ou "não independente") foi, além disso, acolhido pelo Comité de Descolonização da ONU, reunido em Argel, de 16 a 21 de junho de 1966, "como prova testemunhal sobre a situação" da colónia da Guiné Cabo-Verde (sic).

Edição (e legendagem): Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (2023)


1. Continuação da publicação de notas avulsas de leitura do livro "Crónica de Libertação", de Luís Cabral (**):

O documentário "Labanta, Negro!", filmado na região do Oio, entre 2 e 15 de fevereiro de 1966, por dois cineastas italianos 

No início de 1966, Luís Cabral (LC) está em Dacar, é o responsável pela supervisão da Frente Norte, cabendo-lhe a missão de tentar melhorar as difíceis relações do Senegal com o PAIGC, ao tempo em que os homens de Amílcar Cabral (AC) ainda não tinham “livre trânsito” no pais de Senghor, estando acantonados apenas em Dacar e em Ziguinchor.

É então contactado pelo cineasta italiano Piero Nelli, que queria fazer um documentário sobre a “luta de libertação”. Vinha acompanhado do seu operador de câmara Eugenio Bentivoglio (pág. 259).

LC, depois de contactar o irmão, AC (não fazia nada sem o seu consentimento) e o Osvaldo Vieira, comandante militar da Frente Norte, dirigiu-se à base do Morés, acompanhado dos dois italianos. Eram três dias de viagem, com cambança (sempre perigosa) no rio Farim…

Ali, no Oio, era o chão dos oincas, “mandingas e islamizados” (sic) (pág. 260), com uma forte tradição de resistência contra o colonizador: recorde-se as “campanhas de pacificação” do capitão Teixeira Pinto, o “capitão-diabo”, em 1913-1915, por exemplo.

Em 1962, “o ano da grande repressão” (sic), as populações do Morés, cercadas pelas tropas coloniais, e sem armas para se defenderem, tiveram de se refugiar no Senegal. A “base central” do Morés era, por isso, mítica para o PAIGC (e de algum modo também para as tropas portuguesas).

A base, que o LC conhecia pela primeira vez, “estava situada num terreno irregular, onde pequenas saliências aqui e declives ali ofereciam uma certa proteção contra os bombardeamentos” (pág. 261).

O Morés estava rodeado de “oito quartéis” do inimigo, um dos quais Farim, apenas separado pelo rio do mesmo nome. Chico Mendes era o comissário político. Osvaldo Vieira o comandante militar da região (e aquele que LC conhecia melhor, dos tempos de Bissau: desde a adolescência, trabalhava na Farmácia Moderna, de que era diretora técnica a dra. Sofia Pomba Guerra, conhecida opositora do regime salazarista). O Inocêncio Cani, de etnia bijagó, o futuro “matador” de AC, era o responsável pela base. LC encontrou-se com ele pela primeira vez. Notou que, em relação a ele, LC, o Cani mostrou “um comportamento algo reservado” (pág. 261). Também conheceu nessa altura o Simão Mendes, “responsável da saúde” (pág. 262), que viria, nesse ano, a ser vítima mortal de um bombardeamento da base.

Apesar da receção calorosa que ele e os cineastas italianos tiveram no Morés, o LC não deixa de experimentar um sentimento de isolamento e desconforto: “quando eu decidia mandar chamar um ou outro camarada que conhecia bem, ficava com a sensação de que ele não estava à vontade, parecia ter medo de qualquer coisa” (pág. 262).

LC irá constatar, algum tempo depois, que a “disciplina rigorosa” que prevalecia na base, por alegadas razões de segurança, implicava também o recurso (frequente) a “castigos corporais”, a única maneira de prevenir a deserção de populações e guerrilheiros.

LC ficou impressionado com uma cena que observou, de um grupo de um dezena de homens e de uma mulher com o filho ao colo. Os homens tinham as mãos inflamadas das palmatoadas que acabavam de receber, castigo de que escapara a mulher por causa da criança (uma vez que a tinha de transportar).

LC terá ficado indignado, argumentando que o AC nunca aprovaria o uso de “castigos corporais”, prática que associava ao colonialismo. O Osvaldo Vieira “insistia que a nossa gente não compreendia outra linguagem e que o Amílcar era bom de mais” (sic)… e que não se agissem assim, com dureza, quer em relação aos combatentes, quer em relação à população, nos casos de infração às regras estabelecidas, “estavam perdidos” (sic) (pág. 265).

É uma delícia, esta explicação, a do Osvaldo Vieira, deitando por terra o “mito” das “regiões libertadas”…

Nas páginas 262-264, LC descreve, com algum detalhe e sentido de humor, as peripécias das filmagens do futuro documentário italiano “Labanta, Negro!”…

O Pierro Nelli (1926-2014) era um “antigo partisan das guerrilhas antifascistas”, na Itália de Mussolini e da ocupação nazi. Tivera conhecimento da luta do PAIGC, “ocasionalmente”, em Dacar. E estava agora entusiasmado com o que via nas florestas do Oio, e “altamente emocionado” pelo interesse e carinho com que o recebiam nesta visita. Viria a tornar-se “um admirador do nosso Partido” (pág. 262).

LC explicou-lhe que “na nossa terra não tínhamos montanhas para nelas instalar bases de guerrilha”… e que o Amílcar, seguramente (en)levado pelo “mito “ da Sierra Maestra, da ilha de Cuba, “dissera desde o início da luta que as nossas florestas seriam as nossas montanhas” (pág. 262).

De qualquer modo, ao deslocar-se na floresta o duo italiano tinha sempre alguém que ia à sua frente a assinalar ou remover os obstáculos, um tronco caído, uma cova mais funda, uma pedra, um ramo de árvore mais inclinada…

No plano de filmagens estava incluída uma sequència de guerra: “o encontro com as forças inimigas ia ser filmado, na estrada Mansoa-Mansabá, cujos trabalhos de alcatroamento avançavam com muita dificuldade, sob a protecção do exército colonial”.

Os cineastas ficaram a cem metros da estrada. Chegaram antes do romper do dia. Ficaram instalados “de maneira a ter bem claro na objectiva da câmara o ângulo onde deviam actuar os nossos camaradas já emboscados” (pág. 263).

A tropa, “apoiada com carros de assalto” (sic) (deveriam tratar-se de simples autometralhadoras Daimler, coisa que o LC não sabia distinguir), chegou primeiro que os operários, os técnicos e as suas viaturas (a empresa deveria ser a TECNIL onde, mais tarde, em 1977 irá trabalhar, como topógrafo, o nossso camarada António Rosinha).

Por inexperiência ou azar (para não dizer “nabice”), o operador de câmara ficou virado para oriente, donde vinham os primeiros raios de sol: 

(…) “Os reflexos desta perfurante luminosidade na objetiva da câmara cinematográfica fez com que ela fosse localizada pelo destacamento inimigo alguns segundos antes dos primeiros tiros da emboscada cuidadosamente preparada pelos nossos combatentes” (pág. 263).

Face ao intenso fogo que, de imediato, se desencadeou, de um lado e do outro, os cineastas tiveram que se retirar “precipitadamente” do local, “só tomando o fôlego quando se sentiram fora do alcance das armas inimigas” (pág. 264).

Na precipitação da retirada, o realizador perdeu o seu magnetofone, mas um dos guerrilheiros voltou depois ao local para o recuperar.

O aparelho registara os sons dos tiros produzidos durante a confrontação. E o operador também “registara imagens ao acaso, durante a retirada”, inadvertidamente, com a câmara ligada… É uma das sequências mais notáveis do filme de 38 minutos: “uma sequência plena de vida e de arte”, acrescenta o LC.

O operador de imagem, Eugenio Bentivoglio, não se cansava, já no regresso à base, de falar do medo, “la grande paura”, que experimentara, o maior de toda a sua vida, enquanto o realizador se mostrava mais calmo: pertencente a uma geração mais velha, conhecera a guerra e os seus horrores.

E num comentário, algo “naif” mas não menos fanfarrão, o LC (que nunca foi grande combatente, diga-se de passagem) acrescenta: a seu lado (do Piero Nelli), e ainda debaixo de fogo, “o comandante Joaquim Furtado (…) chamava a sua atenção para a beleza dos patos selvagens que esvoaçavam a alguns metros do lugar onde passavam, afastando-se do perigo iminente que vinha do lado da estrada” (pág. 264).

No dia seguinte, e para despedida do LC e dos seus amigos italianos, tudo acabou em bem, com um “grande comício” em que tomaram a palavra o Osvaldo Vieira e o Chico Mendes (tido por grande orador).

O Piero Nelli “chorou” ao deixar o Morés, garante o LC. E mais disse: que com o seu filme, o realizador italiano “ ia procurar ser o mais fiel possível, para transmitir ao espectador europeu que, como ele, nada sabia sobre a nossa luta, os sentimenmtos que vivera tão intensamente no nosso pais “ (pp. 266/267).

E arremata o LC:

 “Parece que conseguiu. O seu filme, ‘Labanta Negro’, título de um poema do cabo-verdiano Dambará (***), poeta das ilhas, recitado em Morés por um dos alunos, foi premiado com o Leão de Ouro do Festival de Veneza, como o melhor documentário do ano” (pág. 267).

Visto à distância de mais de meio século, parece ser um vulgar filme de propaganda, de estética tardo-neorrealista, que já não faz chorar ninguém…O realizador é incapaz do necessário distanciamento afetivo e do espírito crítico que deve ter o cinema documental… E a voz “off” do narrador, monocórdica, parece a de um (mau) locutor de serviço.

2. 
 O filme "Labanta Negro" (1966) (38' 44'')  em italiano, com falas em crioulo, está disponível no You Tube, na conta Archivio Audiovisivo del Movimento Operaio e Democratico, desde 21/03/2019.

Ficha técnica: Labanta Negro! 

Cópia integral: https://goo.gl/Q7PCy2 

Realização: Piero Nelli. 

Produção: Reiac Film, Itália. 

Ano: 1966. 

Duração: 38' 44''.

Aconselha-se a ver o documentário com as legendas em italiano, que são geradas automatiocamente (vd. definições). E uma vez que a narração é muita rápida, é preferível optar por uma reprodução mais lenta).

Sinopse (adapt. do italiano por LG): 

Em crioulo "Labanta, Negro!" (1966) significa "Levante-te, negro!". O filme, pensado como um diário, quer ser um testemunho da luta pela independência da colónia portuguesa da Guiné, a partir dos "territórios já libertados" (caso do Morés, por exemplo), onde a guerra e a actividade militar coexistem com a criação das primeiras estruturas de uma sociedade civil africana que se organiza na floresta, nas aldeias, nas savanas. 

O filme mostra, entre outras coisas, as "aldeias destruídas pelos bombardeamentos portugueses"  e os restos de um avião, um T6,  abatido em 1963 . 

Algumas sequências são dedicadas a uma reunião do PALGC, onde Luís Cabral intervém sobre a "luta de libertação"; também é registrado o depoimento de Osvaldo Vieira, comandante do Exército do Norte. As imagens de um confronto com uma patrulha portuguesa na estrata de Mansoa-Mansabá, em 11/2/1966, e do posterior regresso dos guerrilheiros à base do Morès (uma dramática sequência entre os minutos 30 e 34) encerram o documentário. 

Este documentário foi recebido pelo Comité de Descolonização da ONU, reunido em Argel, como prova testemunhal sobre a situação da "província ultramarina portuguesa" da "Guiné Cabo Verde" (sic).

No texto acima, seguimos as memórias do Luís Cabral para sabermos algo mais sobre o "making of" do filme, que teve na altura algum sucesso e contribuiu bastante levar a luta do partido de Amílcar Cabral (AC) ao conhecimento do público europeu, nomeadamente em Itália.  O filme teve alguma projeção, ao ganhar o prémio para o melhor documentário no Festival Internacional de Cinema de Veneza de 1966.
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Notas do editor:

(*) Fonte: CECA - Comissão para Estudo das Campanhas de África: Resenha Histórico- Militar das Campanhas de África (1961-1974) : 6.º Volume - Aspectos da Actividade Operacional: Tomo II - Guiné - Livro I (1.ª edição, Lisboa, Estado Maior do Exército, 2014), pág. 372.

(**) Vd. postes:



(***)  Kaoberdiano Dambará era o pseudónimo literário do poeta, escritor e advogado, cabo-verdiano,  lcenciado em Direito pela Universidade de Lisboa, Felisberto Vieira Lopes (Santa Catarina, Santiago, 1937 – 2020), 


(...) Vieira Lopes/Kaoberdiano Dambará é uma personalidade marcante, única e incontornável da literatura e da advocacia cabo-verdiana. Escolheu-se aqui homenageá-lo apresentando as publicações onde ele assina com o pseudónimo poético revolucionário, escritas em fases marcantes da sua vida: Noti (1964), fase de euforia e de engajamento na luta pela independência; e A saída da Crise não é pelo Anteprojecto da Constituição (1980), fase de desencanto e de combate ao regime de partido único instaurado no país com a independência. (...)

(...) "Noti": Livro de poemas em crioulo, edição do Departamento da Informação e Propaganda do Comité Central do PAIGC, França 1964, com introdução de Ioti Kunta (pseudónimo de Jorge Querido), é uma das obras poéticas mais representativas da poesia engajada na luta de libertação da Guiné e Cabo Verde. (...)

quarta-feira, 4 de janeiro de 2023

Guiné 61/74 - P23947: "Una rivoluzione... fotogenica" (1): Uma reportagem e um livro decisivos, e que consagram a estética da "guerra de libertação", "Guinea-Bissau: una rivoluzione africana" (Milano, Vangelista, 1970, 200 pp.), dos italianos Bruno Crimi (1940-2006) e Uliano Lucas (n. 1942)


Capa do livro de Bruno Crimi (texto) e Uliano Lucas (fotografia), "Guinea-Bissau: una rivoluzione africana" (Milano, Vangelista, 1970, 200 pp., italiano e francês) (Imagem da capa: Cortesia de Protest In Photobook.com Disponíveis também muitas outras das fotos do Uliano Lucas).

1. O Nelson Herbert, Nelson Herbert Lopes, é  jornalista reformado, nascido em Bissau, filho da antiga glória do futebol cabo-verdiano e guineense, Armando Duarte Lopes, o "Búfalo Bill". Viveu nos EUA, onde trabalhou na VOA - Voice of America,  Tem naciinalidade americana. Vive presentemente no Mindelo, ilha de São Vicente. 

Tem  cerca de 65   referências no nosso blogue. Integra a Tabanca Grande desde 16/3/2008 [Nelson Herbert, foto à direita].  Os pais ainda estiveram juntos no Mindelo em meados de 1943.

Na semana passada,  quinta feira, 29/12/2022, 12:04, o Nelson mandou-nos uma lacónica mensagem. "Assunto - A propósito de uma reportagem...". Não tínhamos notícias dele desde a pandemia de Covid-19. Mandou-nos um link para um artigo publicado na DW - Deutsche Welle, a Voz da Alemanha.

Achamos interessante reproduzi-lo aqui, na sua quase totalidade (exceto as imagens), como parte de uma série que gostaríamos que fosse alimentada por mais gente, dos nossos amigos e camaradas... Vou chamar-lhe "Una rivoluzione... fotogenica". Na realidade, o PAIGC e sobretudo o seu líder histórico, Amílcar Cabral (Bafatá. 1924- Conacri, 1973) sempre beneficiou de uma "boa imprensa", a nível internacional, e nomeadamente nalguns países europeus, como a Suécia, a Itália ou até a França

Alguns excelentes fotojornalistas mas também cineastas, médicos   e escritores foram às florestas e bolanhas da Guiné para se documentar "in loco" sobre o progresso da "luta de libertação" dos guineenses contra o colonialismo português. 

Amílcar Cabral era um sedutor e sobre atrair sobre si e a sua "revolução africana" as atenções de uma certa imprensa, nomeadamente de esquerda.  Foi o caso do jornalista e escritor Bruno Crimi e do fotojornalista Uliano Lucas, a que se referem este artigo da DW. Pode-se dizer que Uliano Lucas criou (ou ajudou a criar, com outros fotojornalistas e cineastas), uma "estética da guerra de libertação"... 

E teve seguidores e antecessores (como foi o caso  da Bruna Amico,  talvez a melhor fotógrafa de Cabral, que conheceu em 1969,  e que faria depois a reportagem da I Assembleia Nacional Popular da Guiné-Bissau, em 23 e 24 de setembro de 1973, onde foi proclamada unilateralmete a independência,  alegadamente na região livre do Boé; ou do norueguês Knut Andreasson). 

Obrigado, Nelson. Mantenhas.


História  > Guiné-Bissau > Reportagem 1970: "Guiné-Bissau, uma revolução africana" | Rafael Belincanta (Roma)


 (com a devida vénia...)

A grande reportagem "Guiné-Bissau, uma revolução africana", publicada em 1970, foi o resultado de três meses de trabalho do jornalista Bruno Crimi, falecido em 2006, junto com o fotógrafo Uliano Lucas.

Corriam os finais dos anos 1960. Na Europa, os ares eram de revolução cultural e 'boom' económico Em Itália, iniciavam-se os anos de chumbo do terrorismo político. Ao ultrapassar questões internas, a decisão de um jornalista e um fotógrafo italianos de documentar a luta pela liberação foi decisiva para o reconhecimento da independência da Guiné-Bissau.

Aos 80 anos, Uliano recorda com entusiasmo os meses transcorridos na mata guineense na companhia dos guerrilheiros.

"Praticamente encontrei um mundo – aquele da resistência, aquele das mulheres, aquele das escolas nas brigadas, um mundo que me abriu os olhos e, finalmente, eu podia ver uma guerra de liberação não cruel, assustadora, trágica, que fique claro, como aquela do Vietname", afirmou à DW.

Censura dos órgãos europeus

(...) Uliano partiu de Itália com uma ideia clara de romper o silêncio nos meios de comunicação europeus sobre o que acontecia nas então colónias portuguesas em África

"Antes de mais nada, não havia notícias, não se falava sobre isso. Sabia-se somente que Guiné-Bissau, Angola e Moçambique eram territórios ultramarinos de Portugal, colónias", começou por dizer o fotógrafo italiano, que utilizou as suas objetivas para mostrar o que não se via sobre a Guiné-Bissau.

"Não saíam informações sobre a guerra da liberação, havia um silêncio generalizado. O problema era conseguir derrubar esse muro de silêncio a respeito da luta pela libertação, de escrever ou fotografar aquilo que era a história em curso, mas também sobre o nascimento de uma nova democracia".

A frente democrática da luta de libertação nacional contra o jugo-colonial era liderada por Amílcar Cabral. Uliano Lucas teve um encontro com o 'Pai fundador' das nacionalidades guineense e cabo-verdiana já em território libertado, próximo à fronteira com o Senegal, ao final de três meses de campanha.

Entrevista a Amílcar Cabral

(...) "A ordem que Amílcar Cabral havia dado era que nós éramos 'preciosos', preciosíssimos, porque aquilo que estávamos fazendo significava uma abertura no sistema de comunicação e, por isso, nada poderia nos acontecer", recordou ainda Uliano.

"Já em Dakar, capital senegalesa, ficamos numa casa onde Bruno Crimi fez a entrevista e eu tirei as fotografias."

A entrevista foi publicada em cerca de 10 jornais, italianos e também noutros meios de comunicação social europeus, e abriu as portas da Europa para a causa da independência das colónias portuguesas em África, segundo Uliano Lucas.

"Conseguimos, seja na Itália que no exterior, realizar uma formidável operação de comunicação visual e, a esta altura, sentimos a necessidade de publicar um livro que se materializou a partir de algo complexo".


Reportagem mudou o rumo dos acontecimentos?

(...) Mas foram duas as principais conquistas obtidas a partir da publicação do livro em 1970.

A primeira foi em Roma durante a conferência das colónias portuguesas, com os três líderes, organizada em 1970. Uliano Lucas conta que o então líder angolano, Agostinho Neto, Cabral e dos Santos foram recebidos pelo Papa, chefe da Igreja Católica.

Segundo o fotografo italiano, foi um acontecimento não indiferente porque, na prática, Portugal era discretamente 'deixado de lado' pelo Vaticano. E o livro foi entregue ao Papa.

"Mas o fato mais importante foi que o livro chegou à Comissão da ONU que estabeleceu, por meio daquele livro, e claro, também outros documentos, que Guiné-Bissau tinha territórios livres e era realmente um Estado. Por essas duas coisas a viagem valeu a pena, tudo valeu a pena", afirmou em entrevista à DW, em Itália.

Uma exibição com uma retrospetiva dos trabalhos de Uliano Lucas na Guiné-Bissau, Angola, Moçambique e Portugal está marcada para 2023 em Lisboa, já como parte das comemorações dos 50 anos da Revolução dos Cravos. (...)
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quarta-feira, 2 de novembro de 2022

Guiné 61/74 - P23755: Historiografia da presença portuguesa em África (341): Centena e meia de referências bibliográficas sobre a Guiné-Bissau, da autoria de missionários, portugueses, italianos, guineenses e outros (Fr João Vicente, ofm)


Portal Diamoci Una Mano In Guine Bissau (em italiano e português)



Folha de rosto da página, na Net, "Dioceses da Guiné-Bissau", em português e italiano. Disponível aqui, embora a página esteja com "bugs" ou erros informáticos que impedem a sua visualização correta e completa. Não conseguimos encontrar a página no Arquivo.pt


1.  As missões e os missionários, nomeadamente católicos, estão profundamente ligados à história da presença portuguesa em África, e em particular, na Guiné-Bissau... Vários camaradas nossos, a começar pelo Beja Santos, o Paulo Salgado, o Arsénio Puim, e eu próprio,  têm fornecido aos nossos leitores diverso material de interesse para o conhecimento e aprofundamento deste tema. 

Além disso, vários missionários, italianos, ligados ao PIME - Pontifício Instituto para as Missões Exteriores, são referidos aqui no nosso blogue: Mario Faccioli (1922-2015), António Grillo (1925-2014), Lino Bicari, Salvatore Cammilleri, Arturo Biasutti... Por uma razão ou outra, têm (ou tiveram) uma relação especial com a Guiné-Bissau e o seu povo (**). Tinham sede em Bafatá e, em 1970/71, o alferes graduado capelão e membro da nossa Tabanca Grande, Arsénio Puim, da CCS/BART 2917 (Bambadinca, 1970/72), frequentava com alguma regularidade a sua casa, como ele lembra no poste P6193 (**):

 "Foi na Casa destes que me 'refugiei' algumas vezes, para desanuviar o espírito do clima de guerra, para falar com outros colegas, para retemperar um bocadinho as forças e levar em diante, com a autenticidade que sempre prezei, a missão de padre da Igreja no Exército."

Na página acima referida, "Dioceses da Guiné-Bissau", encontrámos esta preciosa nota bibliográfica, assinada por  fr. João Vicente, ofm, com centena e meia de referência a trabalhos (alguns publicados em livro), da autoria de missionários, portugueses, italianos e outros, que escreveram sobre a Guiné-Bissau. Mas a maioria são italianos, e alguns com formação etnográfica e linguística. Vamos aqui reproduzi-la, essa nota, om a devida vénia. 

Refira-se que há autores que são já conhecidos, pelo menos de nome,  dos nossos leitores: é o caso, por exemplo,  do cónego Marcelino Marques de Barros, que tem 10 referências no nosso blogue; ou do padre Henrique Pinto Rema (n=9)


O que diferentes Missionários da Guiné-Bissau escreveram sobre a própria Guiné-Bissau

Por Fr. João Vicente, ofm

Introdução

O que se escreve não é tudo na vida, nem mesmo o mais importante. Mas também não deixa de ser verdade que “os escritos permanecem”, ao passo que as simples palavras…“o vento as leva”! Escrever é uma forma de lutar contra o esquecimento e a morte, além de ser também uma valorização e um sinal de respeito pelo trabalho dos nossos irmãos e irmãs. Infelizmente, os Missionários da Guiné-Bissau, tão generosos no trabalho pastoral e social, são frequentemente bastante descuidados no sentido de fixarem por escrito as alegrias e tristezas de seu trabalho missionário!

Mas, graças a Deus, também há alguns Missionários que são sensíveis a este valor do testemunho escrito e é graças a eles que o legado de cada geração se vai passando às gerações seguintes e é também desta maneira que nos habituamos a experimentar e a apreciar o valor e a felicidade de sermos uma grande Família espiritual ainda em crescimento: a Igreja-Família de Deus na Guiné-Bissau, que desde há mais de 400 anos se vem afirmando gradualmente no espaço geográfico onde nos encontramos, com algumas páginas brilhantes mas também com outras páginas sombrias, na sua missão de ser, apesar da fraqueza humana de seus membros, “sinal visível” e “fermento” do Reino de Deus inaugurado por Jesus Cristo, o Seu Mestre e Senhor.

Com base nestes pensamentos, comecei há vários meses a coligir os escritos dos Missionários que viveram e trabalharam na Guiné-Bissau (mesmo que por um tempo muito breve) e que escreveram sobre as várias realidades deste país da África Ocidental.

Ao fim da recolha feita – e para surpresa minha! - tomei consciência de que, apesar da recolha não ser ainda exaustiva (algum dia o poderá ser?), ela revela já claramente que muitas e variadas coisas foram já realizadas mas que, infelizmente, quase todos os trabalhos escritos continuam ainda à espera de poderem ser impressos, apresentando-se apenas como simples escritos “policopiados”, ou seja: com um número reduzido de cópias, espalhadas por um pequeno grupo de amigos e frequentemente de difícil consulta para o grande público. 

São mais de 150 as obras aqui referenciadas, a maior parte delas dos últimos 50 anos, como é compreensível. No fim da leitura das mesmas, o leitor poderá, também ele, julgar do seu real valor e novidade.

Em termos de apresentação exterior das obras recolhidas, para distinguir as que são já impressas das que são apenas “policopiadas”, eu coloquei à frente das policopiadas justamente a designação “Policopiado”. Das que são já impressas, nada se diz, justamente para distinguir umas das outras mais facilmente.

Ficaria muito feliz e interiormente recompensado se viesse a saber que alguém, depois de ler estas linhas, se decide a completá-las ou corrigi-las, com outras referências aos trabalhos escritos de Missionários não referidos nesta minha recolha, ou com o apontar de alguma incorrecção nos documentos que agora apresento. De facto, não me iludo de que, em História, as recolhas são sempre incompletas e, consequentemente, a Verdade histórica nunca é definitiva !.

Na apresentação dos vários trabalhos escritos, seguirei a ordem alfabética, apenas por facilidades de consulta. Vejamos então:


ÁLVARES (P. Manuel), Etiopia Menor e Descrição Geographica da Serra Leoa (ano de 1616). Manuscrito existente na Sociedade de Geografia de Lisboa. Ano de 1616.

AMBONA (António), La famiglia Jola come fondamento della comunità cristiana e luogo della “traditio” della fede. Tese de licenciatura em Missiologia, na Pontifícia Universidade Urbaniana, Roma, 2009. Policopiado.

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BANHAL (Alberto Essondon), A Evangelização no mundo Felupe. Dissertação de fim de curso teológico, no Seminário Interdiocesano de Bissau, ano de 2010. Policopiado.

BARREIRO (Admir Cristiano), A figura do Divino no mundo tradicional Balanta (Patche). Dissertação de fim de curso teológico no Seminário Interdiocesano de Bissau, ano de 2009. Policopiado.

BARROS (Marcelino Marques de), “Guiné Portugueza, ou breve notícia sobre alguns dos seus uzos, costumes, língua e origem de seus povos”, in Boletim da Sociedade de Geografia de Lisboa, 1882.

BARROS (Marcelino Marques de), Sete Cartas aos padres do Seminário de Sernache do Bonjardim, entre 1868 e 1878, sobre variados aspectos da vida na Guiné, in Annaes das Missões Portuguezas Ultramarinas, Almanach de lembranças luzo-brasileiro, etc. Algumas dessas cartas foram já publicadas em nosso estudo “Subsídios para a biografia do sacerdote guineense Marcelino Marques de Barros (1844-1929)”, in Lusitania Sacra, 2ª série, 4 (Lisboa, 1992), pp.438-455.

BARROS (Marcelino Marques de), “Guiné Portugueza, Rios de Farim e de S.Domingos, rio de Bissau, as portas e as chaves dos rios Boduco e Farato”, Bolama, 4-10-1880, in Annaes das Missões Ultramarinas, 1889.

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VICENTE (João Dias), Guinea Bissau, Guiné-Bissau. (Livro de divulgação sobre variados aspectos da vida e história da Guiné-Bissau,, em versão italiana e portuguesa, publicado em Verona no ano de 2004, com valiosas fotos de Alessandro Tosatto)..

Fr. João Vicente, ofm

Fonte:  http://www.gbissau.org/diocese/Public_missionarios.htm (com a devida vénia...)

[ Revisão / fixação de texto / negritos / links, para efeitos de publicação deste poste: LG ]

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(**) Vd. poste de 20 de Abril de 2010 > Guiné 63/74 - P6193: Memórias de um alferes capelão (Arsénio Puim, BART 2917, Dez 69 / Mai 71) (9): Os padres missionários italianos de Bafatá

(...) A primeira vez [que fui à Casa dos Padres Missionários Italianos em Bafatá] foi em meados de Junho de 1970 quando decorreu ali um encontro dos capelães militares do Sector Leste - Bafatá, Bambadinca, Galomaro, Nova Lamego e Piche – promovido e orientado pelo Capelão Chefe da Guiné.

Foram dois dias preenchidos com diversas reuniões de trabalho, onde os capelães presentes puderam, num ambiente de agradável convívio, analisar e reflectir sobre a sua missão e actividades, naturalmente vistas sob ângulos de opinião diferentes.

A encerrar o encontro teve lugar uma concelebração eucarística de ronco, um tanto ao estilo da Igreja no tempo do Estado Novo, que o Capelão Chefe Gamboa sabia muito bem valorizar, em que estiveram presentes autoridades militares e civis, assim como um bom grupo de chefes religiosos muçulmanos. À cerimónia, a que se pretendeu retirar qualquer conotação política e militar, deu-se o nome de Celebração Eucarística pela Unidade.

Lembro que ainda antes de regressarem às suas Unidades, os capelães foram brindados, pelo Comando Militar de Bafatá, com um longo roteiro pela zona norte, acompanhados dum pequeno pelotão de segurança, visitando os aquartelementos de Cantuboel, Cambaju e Fajonquito, que nos disseram ficar a cerca de 500 metros do Senegal.

Voltei a estar na hospitaleira Casa dos Padres Missionários Italianos, pelo menos, mais duas vezes, por menos tempo. Eram sempre excelentes ocasiões de repouso e de convívio, assim como de troca de opiniões sobre temas então muito actuais e vividos intensamente por muitas pessoas dentro da Igreja, como fascismo e colonialismo, Exército e Igreja, guerra e Guiné, além de outros temas de cariz religioso e eclesiástico.

Pude, assim, conhecer e aquilatar do trabalho que os Padres Missionários Italianos desenvolviam na Guiné, levados pelo seu espírito missionário arejado e contando com algum apoio financeiro do Governo Português. Um trabalho profundo, enraizado e isento, que assentou, essencialmente, na formação de cidadãos da própria Guiné, de forma que o desenvolvimento desta terra se pudesse fazer a partir de dentro, pelos próprios guineenses. Para isso, haviam fundado e dirigiam um Seminário em Bafatá, já então no terceiro ano de existência, e sei que projectavam construir um outro em Bissau, visando a formação de sacerdotes e catequistas nativos, sem os desenraizar do meio nem desafricanizar.

Uma acção que foi reconhecida por quantos tiveram oportunidade e interesse de observar o desempenho da Igreja na Guiné e dela esperavam que assumisse uma acção capaz de semear nesta terra o Evangelho, no seu espírito de justiça, liberdade e progresso.

Amílcar Cabral, numa entrevista dada depois da célebre recepção dos três líderes dos Movimentos africanos pelo Papa Paulo VI em princípios de 1971, e em que faz um forte ataque à Igreja na Guiné por considerar esta estar comprometida com a guerra colonial, não deixou de expressar o seu apreço pelos Padres italianos de Bafatá, assim como pelo Pe. António Grillo, que havia sido expulso na sequência do caso de Samba Silate. Uma imprudência de Amílcar Cabral, a meu ver, por poder dar origem a certos juízos políticos, na verdade infundados. (...)

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Vd. ainda postes de: