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terça-feira, 14 de janeiro de 2025

Guiné 61/74 - P26388: Nunca Tantos Deveram Tanto a Tão Poucas (1): Uma portuguesa, mulher de um furriel, perdida num aquartelamento do Nordeste... (Giselda Pessoa)



Guiné-Bissau > Região de Cacheu > Cacheu > Forte (séc. XVII) > 1995 > Giselda Antunes Pessoa entre os "despojos do Império". Foi a primeira, das ex-enfermeiras paraquedistas, a integrar a Tabanca Grande, em 20 de fevereiro de 2009 (*). Em 1995, ela e o marido, o cor pilav ref, Miguel Pessoa, voltaram ao CTIG, com uma equipagem de filmagem da SIC. Como se vê pela imagem, o forte do Cacheu estava ao abandono. Foi de objeto de recuperação e requalificação em 2004, com recurso a fundos disponibilizados  pela União das Cidades Capitais de Língua Oficial Portuguesa (UCCLA)

Foto (e legenda): © Miguel Pessoa (2009). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



Base Escola de Tancos > 1970 > 7.º curso de paraquedismo, para enfermeiras civis. Foto de grupo.


Foto (e legenda: © Giselda Pessoa (2009). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



1. Winston Churchil, num discurso que fez na Câmara dos Comuns, em 20 de agosto de 1940, proferiu a frase mais famosa (ou uma das mais famosa) de toda a II Guerra Mundial: "Nunca tantos deveram tanto a tão poucos"... 

Referia-se, neste caso,  às tripulações, inglesas e aliadas, da Royal Air Force, que, em inferioridade numérica, travaram a épica e decisiva batalha da Grã-Bretanha contra a Luftwaffe alemã.

Parafraseando o grande estadista inglês, e numa escala e num contexto completamente diferentes (o da guerra colonial portuguesa, de 1961/74), podemos também dizer que "nunca tantos deveram tanto a tão poucas"...  

Queremos com isso evocar, dar a conhecer melhor e homenagear o papel das nossas 46 enfermeiras paraquedistas, jovens, todas  elas voluntárias, que foram as primeira mulheres, portuguesas, a envergar, a entre nós,  uma farda militar, a partir de 1961.

Um terço já morreu e poucas das que estão vivas terão opotunidade de acompanhar esta série.  Das 46 houve trinta que participaram com as suas memórias, fotos e testemunhos na elaboração do livro "Nós, enfermeiras paraquedistas" (ed. lit. Rosa Serra, 2ª ed., Porto, Fronteira do Caos, 2014, 439 pp.).

Destas 30, há pelo menos 5 que são membros da Tabanca Grande: 

Oito destas nossas camaradas de armas participaram no filme da Marta Pessoa, "Quem Vai à Guerra" (2011)
  • Aura Teles
  • Cristina Silva,  
  • Ercília Pedro
  • Giselda Pessoa,
  • Júlia Lemos,
  • Maria Arminda Santos, 
  • Natércia Neves, 
  • Rosa Serra.

Já se passaram mais de 10 anos do lançamento do livro "Nós, enfermeiras paraquedistas" (que teve como prefaciador o prof Adriano Moreira, entretanto falecido com 100 anos, em 2022). Com a benevolência das autoras (e da editora), temos vindo a republicar no blogue alguns excertos das suas histórias, quer na série "Humor de caserna" quer em postes avulsos...

Esta nova série "Nunca Tantos Deveram a Tão Poucas" é uma forma de as continuar a homenagear e de tentar também suscitar a produção de depoimentos dos nossos camaradas da Guiné que foram objeto dos seus cuidados ou que com elas conviveram... 

Não vai ser fácil, porque elas eram mesmo poucas e na época pertenciam à FAP, prestando serviço na BA 12, em Bissalanca.  O seu contacto com a malta do exército era pontual, por ocasião de evacuações no mato ou nos quartéis do interior. De qualquer modo mais histórias sobre este tema serão bem vindas. 


Infelizmente também não há estatísticas sobre a sua atividade. Quantas evacuações terão feito, no TO da Guiné (e também em Angola e Moçambique) ? E recorde-se que não eram apenas de feridos ou doentes militares, mas também de população civil, de mulheres grávidas a crianças, sem esquecer combatentes do PAIGC, feridos, aprisionados, e até combatentes estrangeiros como o capitão cubano Peralta...

Óbvio que também não podemos esquecer aqui o resto das tripulações dos helicópteros (AL II e AL III), avionetas (DO-27) e outros aviões (Dakota...) que as nossas enfermeiras paraquedistas integravam, nomeadamente pilotos e especialistas (na época, "mecânicos").  A todos eles, a nossa gratidão .Ajudaram a  salvar muitas vidas... O seu trabalho (bem como o de todos o pessoal dos serviços de saúde militar, incluindo o do HM 241 e doo HMP - Hospital Militar Princopal)  está sempre no nosso espírito:  médicos, enfermeiros, técnicos de meios complementares de diagnóstico e terapêutica, administrativos, condutores de ambulância, etc. , sem esquecer os capelães.

O descritor Os nossos médicos tem 418 referências... Outros: os nossos enferemeiros (152); os nossos capelães (86); HM 241 (165); Hospital Militar Principal (28), etc. 

2. A Giselda Pessoa foi a primeira a entrar para o nosso blogue (*).  É também aquela com quem temos convivido mais, nomeadamente nos encontros das nossas tabancas. Com ela,  a Rosa Serra e a Maria Arminda também falamos ao telefone. A Aura devo tê-la visto uma vez ou duas vezes.

Vamos aqui reproduzir uma das singelas (e tocantes) histórias com que  a Giselda se estreou no nosso blogue (**). Recorde-se que fez uma comissão de 28 meses no CTIG, entre 1972 e 1974, que não era frequente entre as enfermeiras paraquedistas que, ao fim de a um ano, mudavam para outro teatro de operações. (#)  Da Guiné é tem inúmeras histórias.

Natural de São Martinho de Anta, concelho de Sabrosa (conterrânea, por tanto, do escritor Miguel Torga),  frequentou a Escola de Enfermagem do Hospital de S.João, no Porto, em 1966. Começou a trabalhar como enfermeira,  em 1968, no Serviço de Urgência do S.João. 

Tinha uma irmã, Antonieta,  também enfermeira, então integrada na Força Aérea como enfermeira paraquedista, e que lhe dava notícias de África.  Mas "foi um pouco por acaso que numa deslocação a Lisboa à Direcção do Serviço de Saúde da Força Aérea, alguns dos presentes me incentivaram a inscrever-me no novo curso que estava em preparação".  

(...) "Assim, em 1970 acabei por frequentar o curso de paraquedismo na Base Escola em Tancos, o 7º constituído por enfermeiras civis. Das nove que constituíam o curso acabaram oito, iniciando nós então um rodopio entre a base-mãe, os Açores, Guiné, Angola e Moçambique.

"No meu caso pessoal, fui inicialmente colocada em Moçambique durante todo o ano de 1971, onde se pode dizer que tive um período de férias razoável, pois para além de curtos períodos em Nacala e Nampula, estive essencialmente baseada em Lourenço Marques. Aí prestava apoio no serviço de saúde, o que incluía deslocações periódicas a Lisboa, acompanhando e apoiando os militares evacuados, inicialmente no DC-6, mais tarde nos Boeing 707.

"Deve dizer-se que em Lourenço Marques ainda se sentia menos a guerra do que em Lisboa e que este período não foi representativo para a minha formação militar, desgostando-me mesmo certos comportamentos que pude observar localmente, quer em alguma da população branca, quer em alguns militares mais acomodados a uma vida fácil e pouco arriscada." (***)


Uma portuguesa, mulher de um furriel, perdida num aquartelamento do Nordeste...

por Giselda Pessoa


No decorrer de uma evacuação que tinha como objectivo um aquartelamento no nordeste da Guiné, o helicóptero aterrou na placa, onde embarcou o militar  evacuado. No decorrer dessa operação, aproximou-se do AL-III um furriel daquela unidade, o qual se me dirigiu com um pedido fora do vulgar. Explicou-me que com ele estava naquele quartel a sua mulher, sendo ela a única branca que ali vivia; e que, não vendo nenhuma branca há já muitos meses, certamente apreciaria falar comigo por uns momentos. 

 Expliquei-lhe que o facto de transportarmos um ferido e o pouco combustível de que dispunhamos não permitia prolongar a nossa estadia ali. Mesmo assim, ele montou a sua motoreta e foi buscar a mulher, para a levar junto de nós. 

A espera prolongou-se por mais tempo do que aquele de que dispúnhamos, o que levou o piloto a decidir-se por descolar, com grande pena minha. Já no ar, tive a possibilidade de ver aproximar-se da placa a motoreta com o furriel, trazendo a mulher à boleia. Ali chegados, apenas teve ela tempo para nos acenar enquanto o AL-III rodava em direcção a Bissau. 

 Senti naquele momento um desgosto enorme por não ter podido proporcionar àquela mulher um momento de carinho e de solidariedade, de que ela tanto necessitaria. E imagino a sua frustação quando não lhe foi possível partilhar de uns momentos de proximidade com alguém que lhe recordaria outras companhias e outros ambientes deixados há muito para trás. (**)

Giselda Pessoa 

 
 (#) As comissões das enfermeiras paraquedistas variavam entre seis meses e um ano, o que provocava uma constante rotação do nosso pessoal. Vá-se lá saber porquê, fui optando por prolongar a minha estadia na Guiné, muito provavelmente devido ao ótimo ambiente que ali se vivia e também por me sentir realizada no trabalho que ali desenvolvia, numa atmosfera que não deixava esconder a guerra que nos rodeava. 

(Seleção, revisão / fixação de texto, negritos, itálicos e título: LG)

 

3. Comentário do editor  L.G.: 

 Como tive ocasião de dizer â Giselda, na altura em que ela foi apresentada pelo Carlos Vinhal à Tabanca Grande, nesta "caserna virtual"...  "somos todos generais de muitas estrelas, somos todos VIP, somos todos importantes, isto é, somos todos camaradas (um termo castrense ou militar, por excelência)"... 

Não fazíamos na altura nem fazemos hoje distinção de idade, género, nacionalidade, posto, especialidade, arma, condição social, estatuto, estado de saúde, risco de morrer... 

Enfim, fiz questão de sublinhar qua a sua entrada na Tabanca Grande, em 2009,  "nada tinha a ver com feminismo ou, muito menos, com o politicamente correcto: conquistaste por direito próprio, nos céus da Guiné, o direito de estar aqui em pleníssima igualdade com os outros camaradas, da Força Aérea, da Marinha ou do Exército"...

 Mas não se podia escamotear o facto de ser ela "a primeira mulher militar", e ainda por cima enfermeira e paraquedista, "a entrar para o nosso blogue" (em boa verdade, o corpo de enfermeiras paraquedistas já tinha sido extinto há 30 anos, em 1980)...

Depois tratava-se de "uma mulher do Norte, corajosa, determinada e... bem disposta".

Em terceiro lugar, era "uma profissional de saúde, uma enfermeira (uma profissão que foi durante muito tempo estigmatizada, a ponto de o Estado Novo proibir as enfermeiras de se casarem, proibição essa, fundamentalista, que só acabou em... 1963!"). 

Esta (a primeira história da Giselda que publicámos no blogue) tinha, além disso,  o mérito de revelar uma outra faceta da sua personalidade: além de enfermeira paraquedista valente, destemida e competente, e de saber contar uma boa história, a Giselda era(é) uma grande camarada, sensível e solidária, e uma grande portuguesa... 

Sabíamos que era a primeira de outras histórias passadas no TO da Guiné, "terra de paixão e de solidariedade, terra vermelha, inferno verde, labirinto de bolanhas, mangal, rios e braços de mar, céus de chumbo, que nunca mais ela, o Miguel, eu e todos nós poderíamos esquecer... De resto, a Giselda e o Miguel voltaram lá em 1995, eu em 2o08, e muitos de nós também uma ou até mais vzes.

E finalizava com o seguinte comentário;

"Não podias estar impunemente 28 meses na Guiné, nos anos de brasa de 1972/74, naquela terra e naquela guerra, e chegares agora ao quilómetro 62 da tua vida e dizer: 'Não, por favor, não mais Guiné!... Nem já sei onde fica !'). 

"Morcões, abram alas, vai entrar uma camarada, uma grande senhora!"

____________


(**) Este excerto foi reproduzido no poste de 28 de fevereiro de 2009> Guiné 63/74 - P3952: As Nossas Queridas Enfermeiras Pára-quedistas (3): No fim do mundo (Giselda Pessoa)

Faz também das várias histórias da Giselda, no citado livro, "Nòs, enfermeiras paraquedistas" (2014, pp. 318-319).

sexta-feira, 10 de janeiro de 2025

Guiné 61/74 - P26372: Convívios (1012): 101.º Convívo da Tabanca do Centro, a levar a efeito no próximo dia 31 de Janeiro, coincidente com a comemoração do 15.º aniversário desta Tabanca

Com a devida vénia à Tabanca do Centro, reproduzimos o seu Post P1511 que anuncia o 101.º Almoço/Convívio da sua Tertúlia, a levar a efeito no próximo dia 31 de Janeiro, onde se comemorará os 15 anos de existência desta Tabanca.
A Tabanca Grande, mãe de todas as Tabancas, endereça aos nossos camarigos, Joaquim Mexia Alves e Miguel Pessoa, os nossos parabéns, desejando-lhes muita força para darem continuidade a esta tertúlia que regularmente se reune à mesa.


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Nota do editor

Último post da série de 26 de dezembro de 2024 > Guiné 61/74 - P26312: Convívios (1011): 51º almoço-convívio da CCAÇ 12 (Bambadinca e Xime, 1971/74), em Mora, no passado dia 25 de maio (António Duarte)

quinta-feira, 28 de novembro de 2024

Guiné 61/74 - P26210: Lembrete (49): Tabanqueiros/as do Centro, que não vos falte o fôlego para apagar amanhã as 100 velas do bolo!



Logo da Tabanca do Centro, que vai fazer amanhã o seu 100º encontro, como de resto já tínhamos anunciado no poste P26132 (*)...  



1. Na Ortigosa, concelho de Leiria, na nossa já conhecida Quinta do Paul (fizemos lá dois Encontros Nacionais da Tanca Grande, o III e o IV, em 2008 e 2009, respetivamente), amanhã há festa.  

As inscrições já fecharam, mas o nosso lembrete vem a propósito, porque amanhã é dia de "ronco" para os tabanqueiros do Centro. E  Tabanca Grande, que é, a bem dizer, ... "a mãe de todas as tabancas", vem regozijar-se e desejar, a todos e a todas, bom almoço e bom convívio. Que não lhes falte o fôlego para apagar as 100 velas do bolo... 

Hoje, no Centro Comercial Alegro, em Alfragide, encontrei o meu vizinho, e bom amigo,  Juvenal Amado e ouvi-o combinar com o Miguel Pessoa, que mora em Benfica, a hora e o local para apanhar a boleia do costume até à Ortigosa... 

Recorde-se que foi, em dezembro de 2009, que  o Juvenal Amado (na altura a viver em Alcobaça, e hoje na Reboleira, Amadora) , o Vasco da Gama (Figueira da Foz) e o Manuel Reis (Aveiro) tiveram a ideia de criar a Tabanca do Centro. 

Aos pais-fundadores juntaram-se o Joaquim Mexia Alves (Marinha Grande e Monte Real) e o Miguel Pessoa (Lisboa). E tudo começou regularmente à volta da mesa e do famoso "cozida à Portuguesa", servido às 4ªs feiras na Pensão Montanha, em Monte Real. E tão famoso que chegou a vir gente da Suécia para provar a iguaria da "chef" Dona Preciosa...

Depois o mundo deu muitas voltas, mas a Tabanca do Centro nunca perdeu o seu lugar de equidistância "geodésica" entre todas as tabancas da Tabanca Grande... Pois ela fica, rigorosamente, ao Centro, entre o Norte e o Sul, o Oeste e o Leste... Quem não acreditar, que vá lá medir...

100 encontros é mais do que uma "marca", é um "marco"... E no dia 27 de janeiro de 2025 haverá outro bolo, com 15 velas para soprar, comemorativo do 15º aniversário do primeiro (e histórico) encontro. 

Tenho pena de lá não poder estar amanhã. Mas daqui vão os meus xicorações, alfabravos, quebra-costelas, mantenhas e beijinhos para todos/as os/as tabanqueiros/as do Centro (que esse é do género...neutro). 

A Tabanca Grande também está bem representada na lista dos inscritos para o 100º convívio da Tabana do Centro (contámos pelo menos 15 grãos-tabanqueiros, que vão com links com as suas referências no nosso blogue).

A Tabanca Grande sente-se também  orgulhosa por estar na génese de todas as congéneres espalhadas pelo País, a começar, historicamente, pela Tabanca de Matosinhos, a Tabanca do Centro e, mais tarde, a Tabanca da Linha, dos Melros (Fânzeres, Gondomar), etc.
 
Estas, e outras Tabancas mais pequenas (da Maia, do Algarve, da Diáspora Lusófona, etc.), são um caso de estudo, surgidas quase espontaneamente, com o fim de manter o convívio entre velhos camaradas da Guerra do Ultramar / Guerra Colonial, que agora têm mais tempo disponível e perderam todo o tipo de complexos, por ventura imputados ao seu passado como combatentes nos territórios africanos de então.

Desejamos à Tabanca do Centro uma vida longa e activa, salientando o fundamental papel que têm mantido os  seus mentores, com destaque para o Joaquim Mexia Alves e o  Miguel Pessoa, sem esquecer os outros pais-fundadores. (LG)



29Nov2024 | Inscritos: 45
(Revisão / fixação de texto, links: LG)
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sábado, 9 de novembro de 2024

Guiné 61/74 - P26132: Convívios (1009): Centésimo Encontro da tertúlia da Tabanca do Centro, a levar a efeito no próximo dia 29 de Novembro de 2024, em Ortigosa

Com a devida vénia à Tabanca do Centro, na pessoa do nosso camarada Joaquim Mexia Alves, transcrevemos o texto ali publicado a propósito do 100.º Encontro daquela tertúlia, a realizar já no próximo dia 29 de Novembro.
Desde já felicitamos o Joaquim e o Miguel, pela dedicação à organização destes convívios, o primeiro no terreno e o segundo no apoio.
A tertúlia da Tabanca do Centro está de parabéns, esperando nós que se continuem a encontrar regularmente como até aqui.



100.º ENCONTRO DA TABANCA DO CENTRO

Pois é, meus camarigos, o tempo passa a voar e em Janeiro a Tabanca do Centro faz 15 anos!

Mas antes disso e já no dia 29 de Novembro, vamos ter o nosso 100º Encontro, o que é uma marca digna de ser comemorada.

Com efeito, tirando o tempo da pandemia, a Tabanca do Centro reuniu uma média de 8 vezes por ano. De fora ficaram por norma os meses de Julho e Agosto (com a dispersão do pessoal no período de férias de verão), Dezembro (devido à sobreposição com os tradicionais festejos de Natal) e o mês em que a Tabanca Grande realizava o seu Encontro Nacional (evento que não teve continuidade nestes últimos anos).

Já vão longe os encontros em que éramos sempre mais de 60 camarigos e, se bem me lembro, chegámos a ter um encontro com quase 100 camarigos.

Mudámos quatro vezes de local, pois começámos na Pensão Montanha em Monte Real, com o cozido à portuguesa, daí fomos para o salão paroquial de Monte Real, ainda com o excelente cozido à portuguesa da D. Preciosa, de quem temos muitas saudades, depois fizemos uma única experiência na “Tertúlia do Manel” e finalmente assentámos arraiais no Saloon, com o seu buffet, onde nos mantemos, pelo menos por agora.

Vêm camarigos de todo o lado, desde Lisboa até ao Porto, passando por Aveiro e outras paragens deste nosso Portugal.

Desde a primeira hora que no momento do pagamento cada um, segundo as suas possibilidades, dá mais qualquer coisa para podermos ajudar os Combatentes em dificuldades, o que tem acontecido periodicamente.

Vamos envelhecendo, mas vamos mantendo acesa a chama da amizade que une sempre aqueles que, como nós, estiveram numa guerra e foram colocando as suas vidas nas mãos daqueles que estavam ao seu lado.

Cá vos esperamos a todos, a todas as Tabancas que se vão juntando por Portugal afora, para comemorarmos condignamente e em alegria este 100º encontro da Tabanca do Centro.

Monte Real, 8 de Novembro de 2024
Joaquim Mexia Alves

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Nota do editor

Último post da série de 10 de outubro de 2024 > Guiné 61/74 - P26030: Convívios (1008): XXIX Encontro/Convívio dos Antigos Combatentes da Vila de Guifões, levado a efeito no passado dia 5 de Outubro de 2024, em Vila Boa de Quires

segunda-feira, 3 de junho de 2024

Guiné 61/74 - P25597: O 20º aniversário do nosso blogue (16): quem são os "históricos" da Tabanca Grande...




Monte Real > Palace Hotel > 4 de Junho de 2011 > VI Encontro Nacional da Tabanca Grande >

Imagens de arquivo do VI Encontro Nacional da Tabanca Gande, Monte Real, o segundo que se realizou no Palace Hotel Monte Real, em 4 de junho de 2011. Em 2012 e em 2015, por e4xemplo, conseguimos fazer o pleno: atingir a lotação da saçla, que eram 200 lugares. Fotos do arquivo do blogue.

 
Fotos:  © Manuel Resende  (2014).
Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



Leiria > Monte Real > Palace Hotel Monte Real >X Encontro Nacional da Tabanca Grande > 18 de abril de 2015 > "Foto de família"... Um dos encontros até agora realizados em que se consguir fazer o pleno: 200 participantes...Na "foto de família", porém,  não estavam todos... A disciplina já não é o que era,,,

Foto (e legenda): © Miguel Pessoa (2015). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complemenetar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Apontamentos para a história do nosso blogue, no 20º aniversário (*):

Foi a partir de 1 de junho de 2006 que o nosso blogue "mudou de instalações", passou a designar-se "Luís Graça & Camaradas da Guiné" e abandonou a numeração romana na postagem... 

O poste DCCCXXV (ou poste P825) foi o último da "Série I" e o primeiro da "Série II". Mais tarde as duas séries foram fundidas, a numeração dos postes começa no nº 1 (23 de abril de 2004) (**).

Até hoje, em 20 anos, publicaram-se 25597 postes, todos eles pesquisáveis "on line" (pelo nº de poste ou pela data).


2. O que é dizia orginalmente o cabeçalho do blogue da I Série (https://blogueforanada.blogspot.com/)

blogue-fora-nada. homo socius ergo blogus [sum]. homem social logo blogador. em sociobloguês nos entendemos. o port(ug)al dos (por)tugas. a prova dos blogue-fora-nada. a guerra colonial. a guiné. do chacheu ao boe. de bissau a bambadinca. os cacimbados. o geba. o corubal. os rios. o macaréu da nossa revolta. o humor nosso de cada dia nos dai hoje. lá vamos blogando e rindo. e venham mais cinco (camaradas). e vieram tantos que isto se transformou numa caserna. a maior caserna virtual da Net!

Nessa altura, em em 1 de junho de 2006,  já éramos 111:

A. Marques Lopes, 
A. Mendes, 
Abel Maria Rodrigues, 
Afonso M.F. Sousa, 
Aires Ferreira, 
Albano Costa, 
Amaro Samúdio, 
Américo Marques, 
Ana Ferreira, 
Antero F. C. Santos, 
António Baia,
 António Duarte, 
António J. Serradas Pereira, 
António (ou Tony) Levezinho, 
António Rosinha, 
António Santos, 
António Santos Almeida, 
Armindo Batata, 
Artur Ramos, 
Belmiro Vaqueiro, 
Carlos Fortunato, 
Carlos Marques dos Santos, 
Carlos Schwarz (Pepito), 
Carlos Vinhal, 
Carvalhido da Ponte, 
David Guimarães, 
Eduardo Magalhães Ribeiro, 
Ernesto Ribeiro, 
Fernando Chapouto, 
Fernando Franco, 
Fernando Gomes de Carvalho, 
Hernani Acácio Figueiredo, 
Hugo Costa, 
Hugo Moura Ferreira, 
Humberto Reis,
Idálio Reis, 
J. C. Mussá Biai, 
J. L. Mendes Gomes,
 J. L. Vacas de Carvalho, 
João Carvalho, 
João S. Parreira,
 João Santiago, 
João Tunes, 
João Varanda, 
Joaquim Fernandes, 
Joaquim Guimarães, 
Joaquim Mexia Alves, 
Jorge Cabral, 
Jorge Rijo, 
Jorge Rosmaninho,
Jorge Santos, 
Jorge Tavares,
 José Barreto Pires, 
José Bastos,
 José Casimiro Caravalho, 
José Luís de Sousa, 
José Manuel Samouco, 
José Martins, 
José (ou Zé) Neto , 
José (ou Zé) Teixeira,
Júlio Benavente
Leopoldo Amado, 
Luis Carvalhido, 
Luís Graça, 
Luís Moreira (V. Castelo),
Luís Moreira (Lisboa), 
Manuel Carvalhido, 
Manuel Castro, 
Manuel Correia Bastos, 
Manuel Cruz, 
Manuel Domingues, 
Manuel G. Ferreira, 
Manuel Lema Santos, 
Manuel Mata, 
Manuel Melo, 
Manuel Oliveira Pereira, 
Manuel Rebocho, 
Manuela Gonçalves (Nela), 
Mário Armas de Sousa, 
Mário Beja Santos, 
Mário Cruz, 
Mário de Oliveira (Padre), 
Mário Dias (ou Mário Roseira Dias), 
Mário Migueis, 
Martins Julião, 
Maurício Nunes Vieira,
Nuno Rubim, 
Orlando Figueiredo, 
Paula Salgado, 
Paulo Lage Raposo, 
Paulo & Conceição Salgado, 
Paulo Santiago, 
Pedro Lauret, 
Raul Albino, 
Renato Monteiro, 
Rogério Freire, 
Rui Esteves, 
Rui Felício, 
Sadibo Dabo, 
Sérgio Pereira, 
Sousa de Castro, 
Tino (ou Constantino) Neves,
Tomás Oliveira, 
Torcato Mendonça, 
Victor David, 
Victor Tavares, 
Virgínio Briote,
Vitor Junqueira, 
Xico Allen, 
Zélia Neno
(Total=111)


3. E progressivamente alargámos o arco temporal da guerra da Guiné: começou por ser 1969/71 (o tempo da comissão do fundador do blogue,  Contuboel e Bambadinca, junho 69/mar 71), depois 1963/74 (a partir do início "oficial" da guerra) e finalmente 1961/74 (em rigor, o início e o fim desta guerra).

(...) Por razões de espaço e de tráfego, tivemos que mudar de instalações. O nosso senhorio, o Blogger.com, só nos dá 300 MB para alojar o nosso álbum de fotografias, o que é pouco para tanta gente. De facto, ao fim de um ano já estamos na casa da centena de amigos & camaradas.

O blogue passa a chamar-se simplesmente Luís Graça & Camaradas da Guiné, dando continuidade ao Blogue-fora-nada. Continuará a ser o sítio (virtual) onde nos encontramos, sempre que quisermos e pudermos. É um blogue colectivo que tem por missão ajudar a reconstituir o puzzle da memória da guerra colonial (ou do ultramar, ou de libertação, como queiram) na Guiné, nos anos quentes de 1963 a 1974. (...

E passávamos a ter um novo endereço:


Já na altura fazíamos questão de fazer uma pequena distinção, meramente circunstancial, entre: 

(i) amigos (como era o caso do José Carlos Mussá Biai, do Leopoldo Amado, do Pepito ou de outros guineenses, não combatentes; ou como é o caso das nossas companheiras ou dos nossos filhos ou sobrinhos); 

e (ii) camaradas (que dormimos no mesmo chão, que fomos mordidos pelos mesmos mosquitos, que comemos as mesmas rações, que vertemos sangue, suor e lágrimas nos mesmos rios, lalas, bolanhas, matas, buracos e tabancas, que apanhámos a mesma porrada.


4. E criámos também um livro de estilo, que foi imitado por outros blogues: o nosso comportamento, agora como… tertulianos (alguém inventou uma palavra nova em português), deve apenas pautar-se por determinados critérios éticos ou valores... E seguiam as nossas dez regras de convívio, as nossas dez regras de convívio, que fizeram história e doutrina... 

Nessa época, ainda não estava enraizado o saudável hábito de fazer comentários aos postes, embora essa funcionalidade já existisse... Simplesmente havia um mecanismo de moderação dos comentários, uma leitura e avaliação prévia por parte do(s)  editor(es)... Em boa hora acabámos com essa maçada, e abrimos as portas e as janelas a todos os comentários de todos os homens e mulheres de boa vontade que nos visitavam... O resultado tem sido deveras surpreendente e compensador, aumentando o nível de participação tantos dos membros (inscritos) do nosso blogue como dos simples leitores...  Até â data acumulámos mais de 102 mil comentários, limpos de SPAM (uma média de 5 mil por ano).

5. Por outro lado, e embora já usassemos o termo "Tabanca Grande", desde meados de 2005,   só a partir de 20 de junho de 2006 é que criámos a série "Tabanca Grande", com numeração própria (***)...

Nesse dia entraram para a nossa tertúlia o Pedro Lauret e o Mário Beja Santos. Mas não sabemos o seu nº de tabanqueitros: estão entre os 148 históricos abaixo listados. Aí a partir das 3 ou 4  centenas começámos a atribuir um número a cada novo membro (ou grã-tabanqueiro).

Escrevemos no poste P 1747, de 10 de maio de 2007 (****)

(...) Camaradas & amigos: De futuro, os novos camaradas (ex-combatentes do lado português) e amigos (por ex., filhos de camaradas nossos, jovens portugueses e guineenses que se interessam pela história da guerra colonial, antigos combatentes do PAIGC) entram directamente para a tabanca grande, que sempre é mais democrática que a tertúlia e mais arejada que a caserna... Sentamos-nos debaixo de um centenário poilão, fazemos as nossas apresentações e contamos as nossas estórias. As regras de convívio continuam a ser as mesmas.(...)

Deve ter sido a primeira vez que associámos à Tabanca Grande um poilão, simbólico, sagrado, fraterno, frondoso, acolhedor, como eram os poilões no centro, no ponto de encntro, das aldeias da Guiné-Bissau.  

Só começámos, por outro lado, a publicar estatísticas sobre a nossa atividade  bloguística em finais de 2009: nessa altura éramos já 390 tabanqueiros, tínhamos publicado c. 5580 postes, e registávamos um milhão e 400 mil páginas visitadas, 50 mil por mês... Hoje somos 888 (entre vivos e mortos), estamos à bica dos 25,6 mil postes, e mais de 15,1 milhões de páginas visitadas.


6. No final de 2006, há 18 anos,  éramos 148 os "históricos" da  nossa tertúlia (dos quais 19 já morreram; e doutros não temos notícias há muito):
 
  
A (N=28)
  • A. Marques Lopes, 
  • A. Mendes, 
  • Abel Maria Rodrigues, 
  • Abílio Machado,
  • Adelaide Gramunha Marques
  • Afonso M.F. Sousa, 
  • Aires Ferreira, 
  • Albano Costa, 
  • Amaral Bernardo,
  • Amaro Samúdio, 
  • Américo Marques (1951-2019), 
  • Ana Ferreira, 
  • Antero F. C. Santos, 
  • António Baia, 
  • António Barroso,
  • António Bartolomeu,
  • António Duarte, 
  • António Graça de Abreu,
  • António J. Serradas Pereira, 
  • António (ou Tony) Levezinho, 
  • António Pimentel,
  • António Pinto,
  • António Rosinha
  • António Santos, 
  • António Santos Almeida, 
  • Armindo Batata, 
  • Artur Conceição,
  • Artur Ramos 
B/H (N=27)
  • Belmiro Vaqueiro.
  • Benito Neves,
  • Benjamin Duráes,
  • Carlos Américo Cardoso,
  • Carlos Fortunato, 
  • Carlos Marques dos Santos (1943-2019), 
  • Carlos Schwarz ("Pepito") (1949-2014)
  • Carlos Vinhal, 
  • Carvalhido da Ponte, 
  • David Guimarães, 
  • Eduardo Magalhães Ribeiro, 
  • Ernesto Ribeiro, 
  • Fernando Barata,
  • Fernando Calado,
  • Fernando Chapouto,
  • Fernando Franco (1951-2020),
  • Fernando Gomes de Carvalho,
  • Fernando Inácio,
  • Gabriel Gonçalves,
  • Gilda Pinho Brandão,
  • Hélder Sousa,
  • Henrique Matos,
  • Henrique Pinho,
  • Hernani Acácio Figueiredo, 
  • Hugo Costa, 
  • Hugo Moura Ferreira
  • Humberto Reis
I/J (N=34)
  • Idálio Reis,
  • Inácio Silva,
  • J. Armando F. Almeida
  • J. C. Mussá Biai, 
  • J. L. Mendes Gomes,
  • J. L. Vacas de Carvalho, 
  • João Carreiro Martins,
  • João Carvalho, 
  • João S. Parreira, 
  • João Santiago, 
  • João Tunes, 
  • João Varanda, 
  • Joaquim Fernandes, 
  • Joaquim Guimarães, 
  • Joaquim Mexia Alves, 
  • Jorge Cabral (1944-2021) 
  • Jorge Canhão.
  • Jorge Neto,
  • Jorge Rijo, 
  • Jorge Rosmaninho, 
  • Jorge Santos, 
  • Jorge Tavares, 
  • José Afonso,
  • José Barreto Pires, 
  • José Bastos, 
  • José Casimiro Caravalho, 
  • José Luís de Sousa, 
  • José Manuel Samouco,
  • José Martins,
  • José (ou Zé) Neto (1927-2007),
  • José Rocha,
  • José (ou Zé) Teixeira, 
  • Júlio Benavente 
  • Júlio César 
L/M (N=29)
  • Leopoldo Amado (1960-2021), 
  • Luís Camões.
  • Luis Carvalhido, 
  • Luís Graça, 
  • Luís F. Moreira (1948-2013), 
  • Luís Moreira,
  • Luís Nabais,
  • Manuel Carvalhido, 
  • Manuel Castro, 
  • Manuel Correia Bastos, 
  • Manuel Cruz, 
  • Manuel Domingues, 
  • Manuel G. Ferreira, 
  • Manuel Lema Santos, 
  • Manuel Mata, 
  • Manuel Melo, 
  • Manuel Oliveira Pereira, 
  • Manuel Rebocho, 
  • Manuela Gonçalves ("Nela") (1946-2019), 
  • Mário Armas de Sousa, 
  • Mário Beja Santos, 
  • Mário Bravo,
  • Mário Cruz ("Shemeiks"),
  • Mário Fitas,
  • Mário de Oliveira (Padre) (1937-2022),
  • Mário Dias (ou Mário Roseira Dias), 
  • Mário Migueis, 
  • Martins Julião, 
  • Maurício Nunes Vieira
N/Z (N=30)
  • Nelson Domingues,
  • Nuno Rubim (1938-2023), 
  • Orlando Figueiredo, 
  • Paula Salgado,
  • Paulo Lage Raposo, 
  • Paulo & Conceição Salgado, 
  • Paulo Santiago, 
  • Pedro Lauret, 
  • Raul Albino (1945-2020), 
  • Renato Monteiro (1946-20121), 
  • Rogério Freire, 
  • Rui Alexandrino Ferreira (1943-2022),
  • Rui Esteves, 
  • Rui Felício,
  • Rui Silva, 
  • Sadibo Dabo, 
  • Sérgio Pereira, 
  • Sousa de Castro, 
  • Tino (ou Constantino) Neves, 
  • Tomás Oliveira, 
  • Torcato Mendonça (1944-2021), 
  • Victor Barata (1951-2021).
  • Victor Condeço (1943-2010),
  • Victor David, 
  • Victor Tavares, 
  • Virgínio Briote, 
  • Vitor Junqueira, 
  • Xico Allen (1950-2022),
  • Zélia Neno (1953-2023).


E a propósitos de portas e janelas (que não existem na Tabanca Grande, como não existem valas, abrigos, espaldões, arame farpado, cavalos de frisa, etc.), fica aqui uma sugestão: continuemos a celebrar o nosso 20º  aniversário, procurando sobretudo surpreendermo-nos uns aos outros, aos amigos e camaradas da Guiné, bem como às muitas centenas de leitores, anónimos, que nos visitam diariamente, com os nossos textos, as nossos documentos, as nossas fotos, as nossas histórias... Mesmo que o blogue já não tenha a mesma frescura, novidade, dinâmica, etc., dos primeiros anos... Convenhamos que 20  anos a blogar, é muita coisa, são pelo menos 10 comissões de serviço na Guiné... 

Nestes 20 anos também conseguimos reslizar  14 encontros nacionais da Tabanca Grande,de 2006 a 2019). O último foi o XIV, em 25 de maio de 2019. O XV já se realizou por causa da pamdemia de Covid-19.
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Notas do editor:

(***) Vd, poste de 20 de junho de  2006 > Guiné 63/74 - P887: Tabanca Grande (1): Pedro Lauret, ex-Imediato da LFG Orion e Mário Beja Santos, ex-Alf Mil CMDT do Pel Caç Nat 52

(****) Vd poste de 10 de maio de 2007 > Guiné 63/74 - P1747: Tabanca Grande (8): Herlânder Simões, ex-Fur Mil, um dos Duros de Nova Sintra (1972/74)
 

segunda-feira, 29 de abril de 2024

Guiné 61/74 - P25457: Os 50 anos do 25 de Abril (15): Exposição na Gare Marítima de Alcântara, Porto de Lisboa, até 26 de junho próximo, de 4ª feira a domingo, entre as 14h00 e as 20h00: "O Movimento das Forças Armadas e o 25 de Abril": curador, Pedro Lauret, Capitão-de-Mar-e-Guerra Ref


O cartaz da exposição «O MFA e o 25 de Abril», a decorrer entre 12 de abril e 26 de junho de 2024, na Gare Marítima de Alcântara, Porto de Lisboa.  Horário: das 14:00 às 20:00, Entrada livre.


1. "A exposição 'O MFA e o 25 de Abril' é uma iniciativa da Comissão Comemorativa 50 Anos 25 de Abril, de curadoria partilhada com a Associação 25 de Abril.

"Esta exposição pretende ilustrar o papel do Movimento das Forças Armadas (MFA) no derrube da ditadura e na construção da Democracia, através do recurso a materiais iconográficos, audiovisuais e sonoros. Será dinamizada através de visitas guiadas, conferências, debates e espetáculos, e complementada por um dossiê multimédia."




Guiné > Região de Tombali > Rio Cacine > c. 1971/72 >  Nesta foto vemos o  Pedro Lauret (então 2º ten), imediato da LFG Orion (1971/73), na ponta do navio, a navegar no Rio Cacine, tendo a seu lado o comandante Rita, com quem ele faria a primeira metade da sua comissão na Guiné. "Um grande homem, um grande comandante", escreveu ele… O 1º ten José Manuel Baptista Coelho Rita, já falecido,  foi comandante do NRP [Navio da República Portugesa] Orion, de 7/12/1970 a 15/10/1972.

Foto (e legenda): © Pedro Lauret (2006). 
Todo os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



Lisboa > Porto de Lisboa > Gare Marítima de Âlcantara > 12 de abril de 2024 > Inauguração da exposição "O MFA e o 25 de Abril". O curador, Pedro Lauret, e o presidente da República, na visita  guiada. Destaque a vermelho da carta que o nosso camarada J. Casimiro de Carvalho, mandou aos pais a dar a notícia (dramática) do abandono do seu aquartelamento, Guileje, em 22 de maio de 1974. Ele estava temporariamente em Cacine. Foto (adaptada), com a devida vénia:  Sapo 24.


2. Comentário do editor LG:

O curador desta exposição, da parte da A25A,  é o comandante, capitão-de-mar-e-guerra ref,  Pedro Laurett, um dos "históricos" do nosso blogue (*): recorde-se que ele foi combatente no TO da Guiné, na qualidade de imediato da LFG Orion, de 1971 a 1973; tem 36 referências no nosso blogue; e foi um dos participantes do I Encontro Nacional da Tabanca Grande, na Ameira, Montemor-o-Novo, em 14 de outubro de 2006. 

Ainda não tivemos oportunidade de passar pela Gare Marítima de Alcântara, pelo que nos socorremos, com  a devida vémia, do relato que o jornalista Miguel Morgado fez, no  Sapo 24,  no passado dia 21, da inauguração desta exposição:

(...) "Num local de elevado simbolismo para a história de Portugal, ligado à guerra nas ex-colónias e à descolonização, porto de partida e de chegada de militares para e de os territórios ultramarinos, Pedro Lauret conduziu os jornalistas numa visita guiada. O mote do que está exposto, é um: colocar o MFA no 'centro do dia 25 de Abril' "(...)


Acrescenta depois que "os acontecimentos na Guiné-Bissau, onde cumpriu serviço entre 1971 e 1973, marcam a memória pessoal de Pedro Lauret":

(...) " 'Meti uma cunha e coloquei o meu navio (aponta para a fotografia) na Guiné. Chamava-se Orion, era uma lancha de fiscalização', explicou o responsável da Marinha que integrou o Movimento dos Capitães e a Comissão que elaborou o programa do Movimento das Forças Armadas (MFA)" (...)

A exposição está organizada em função de três cronologias: (i) da II Guerra Mundial à guerra colonial"; (iii) os noves meses de génese e desenvolvimento do MFA (1973/74); e, por fim, 0 25 de Abril.

(...) "A situação na Guiné-Bissau mereceu também palavras do curador e antigo combatente, ao recuperar duas imagens. A 'Carta do furriel Casimiro a contar à família o abandono do quartel' e Miguel Pessoa, piloto-aviador cujo avião foi abatido. 'Esteve um dia e meio pendurado numa árvore e foi recuperado pelo grupo de Marcelino da Mata. Tem um simbolismo notável', confessou." (...)

(...) “Mostramos os aspetos dos aquartelamentos, como os soldados viviam. Viviam pior do que um bairro da lata”, comparou. “Tentámos que as imagens, numa exposição destas características, fossem ilustrativas, sem serem demasiado chocantes” (...)

A exposição está patente até 26 de junho, de 4ª feira a domingo, entre as 14h00 e as 20h00, na Gare Marítima de Alcântara. (Não confundir com a Gare Marítima Rocha Conde d' Obidos, donde partiram a maior parte dos navios de transporte de tropas para o Ultramar.) (***)


Documento que enriquece a exposição. Cópia da carta enviada aos pais, pelo fur mil op esp / ranger J. Casimiro Carvalho,  CCAV 8350, Os Piratas de Guileje (1972/73) (**)

Foto (e legenda) : © J. Casimiro Carvalho  (2012). Todo os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]

Cacine, 22/5/73:Queridos pais: Vou-lhes contar uma coisa difícil de acreditar como vão ter oportunidade de ler: Guileje foi abandonada [a negrito, no original], ainda não sei se foram os soldados que se juntaram todos e abandonaram o quartel, ou se foi ordem dada pelo Comandante-Chefe, mas uma coisa é certa: GUILEJE ESTÁ À MERCÊ ‘DELES’ [em maíúsculas, no original].

Não sei se as minhas coisas todas estão lá, ou se os meus colegas as trouxeram. Tinha lá tudo, mas paciência.

Se foi com ordem de Bissau que se abandonou a nossa posição, posso dar graças a Deus e dizer que foi um milagre, mas se foi uma insubordinação, nem quero pensar…

Mas… JÁ NÃO VOLTO PARA LÁ!!!  [em maiúsculas, no original]. 

Não tinha dito ainda que Guileje era bombardeada pelos turras [h]á vários dias e diversas vezes por dia. Os soldados e outros não tinham pão, nem água. Comida era ração de combate e não se lavavam. Sempre metidos nos abrigos e nas valas. A situação era impossível de sustentar. Vosso para sempre (,assinatura).
 
(Revisão / fixção de texto: LG)
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Notas do editor