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domingo, 15 de dezembro de 2013

Guiné 63/74 - P12451: Recordações de um "Zorba" (Mário Gaspar, ex-Fur Mil At Art, MA, CART 1659, Gadamael e Ganturé, 1967/68) (1): Marcha do regresso da "Zorba"

Marcha do Regresso da “Zorba”

Recolha de  Mário Gaspar [, foto atual à esquerda]


Rapazes,  cantai cantigas
Alegres e animadas,
Acabaram-se as fadigas
Das patrulhas e emboscadas.

Bravos rapazes da “Zorba”,
Dispostos a trabalhar,
Sejam barcos ou colunas
É sempre, sempre a alinhar.

Viemos para a Guiné,
Prontos para combater,
Pica, estiva e sapa até
Tudo soubemos fazer.

Ao partirmos com saudades…
A saudade é uma mulher,.
Que tenha felicidades
Quem depois de nós vier-

Coro

Cá vai a malta da “Zorba”,
Toda alegre e sorridente,
Alegria não nos falta
Que a tristeza mata a gente.
Cá vai a malta da “Zorba”,
Corações cheios de fé,
Depois da missão cumprida,
Gadamael, Ganturé
Situadas lá no Sul,
Da província da Guiné

Ao regressarmos a casa,
Para nós a vida muda,
O cântaro perde a asa
Nós ganhamos a “peluda”.

Já vai chegando o momento
De à Guiné dizer adeus,
De acabar o sofrimento,
Voltar a abraçar os meus.

Em vinte e dois meses de glória
Cumprindo, como as primeiras,
O que há-de constar da história
Lá no RAC, em Oeiras.

Viva a Companhia “Zorba”
Que em nós deixou bem gravado
O nome de Portugal
E a honra de ser Soldado.


1. Nova mensagem, de 9 do corrente, enviada pelo Mário Gaspar, ex-Fur Mil At Art e Minas e Armadilhas da CART 1659, Gadamael e Ganturé, 1967/68 [, foto à direita, em Gadamael, antes de um operação]

Assunto - Envio de 3 Fotos e Marcha - na íntegra - da "Zorba" 

Camarada e Homem Grande da Tabanca

As fotos eram muitas, mas neste momento tenho poucas. Umas que desapareceram nos empréstimos para diversas exposições, outras que se sumiram à nascença - dois rolos desapareceram na revelação em Lisboa, deram-me o negativo em branco - uma dessas fotografias vi mais tarde numa exposição. 

Tenho pena, visto ter fotos tiradas em emboscadas no famigerado "corredor da morte". 

Tenho algumas histórias para narrar. E é pena que os nossos ministros da Educação não abram as portas à História Contemporânea, incluindo a narração da História da Guerra Colonial nos compêndios e manuais escolares, isto enquanto estamos vivos. Ainda surgem uns grandes cérebros que vão contar a Nossa História da Nossa Guerra, do modo que mais lhe agradar. 

Somos uma força, juntos muito valemos, mas cuidado porque estamos na Idade Maior, muito próximos do fim. Estamos ainda vivos, não se esqueçam que existiu uma guerra que matou as nossas mentes e os nossos sonhos. 

Éramos muito jovens, com idade de namorar. Mas porquê a guerra? A guerra mata, e quem dela sobrevive, sofre. A guerra continua dentro de mim, a guerra continua dentro de nós. Temos de falar, com mais calma sobre o assunto. Logo que tenhamos disponibilidades, havemos de nos encontrar. Não estou a ver bem onde é a Escola Nacional de Saúde Pública/UNL, na Avenida Padre Cruz. Mas vou muitas vezes a essa avenida porque sou sócio da ADFA, que sabes onde fica. Também sei a localização do Instituto Ricardo Jorge.

Um abraço do Homem Grande Mário para o Homem Grande Luís Graça.

Fotos: © Mário Gaspar (2013). Todos os direitos reservados.
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Nota do editor:

Vd. os postes do Mário Gaspar: