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sábado, 15 de junho de 2013

Guiné 63/74 - P11706: Os nossos médicos (48): O BCAÇ 1887 (1966/68) tinham três médicos, mas a minha CCAÇ 1546 não chegou a ter nenhum em permanência... Um deles era o dr.João Gomes Pedro, mais tarde ilustre pediatra no Hospital de Santa Maria e professor da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa (Domingos Gonçalves)


 1. Mensagem de Domingos Gonçalves (ex-Alf Mil da CCAÇ 1546/BCAÇ 1887, Nova Lamego, Fá Mandinga e Binta, 1966/68),


Data: 14 de Junho de 2013 às 16:15

Assunto: Médicos

Prezado Luís Graça:

Saúde para ti, e familiares.

Sobre os médicos militares envio-te a seguinte informação, que poderás utilizar, caso o entendas conveniente:

(i) O meu batalhão, o BCAÇ 1887,  tinha três médicos.

(ii) A minha companhia, a  CCAÇ 1546 não chegou a ter, em permanência, qualquer médico, embora um dos três, no papel, lhe estivesse ligado.

(iii) Logo no início da comissão, durante os cerca de quinze dias que permaneci em Buruntuma, convivi com o médico da companhia lá estacionada. Chamava-se Dr. Reis. O nome completo nunca o soube. Era natural da zona de Setúbal, e penso que,  antes da incorporação no exército, era cirurgião. Era um profissional competente, e uma pessoa de muito bom feitio. Tinha, já, uma certa idade.

(iv) Em Nova Lamego convivi com o médico do batalhão lá estacionado, Dr. Sampaio e Melo. Penso que na altura era clínico geral. Mais tarde foi oftalmologista no Hospital de Santo António, no Porto.

(v) Em Fá tive contactos muito esporádicos com o médico colocado no BCAÇ 1888 (?). Não lhe recordo o nome, nem a especialidade. Era um jovem profissional competente e frontal.

(vi) Os três médicos pertencentes ao batalhão a que pertenci eram os seguintes: (a) Dr. João C. Gomes Pedro. Penso que na altura era, ainda, clínico geral. Foi, quando passou à vida civil, - e continua a ser -, um insígne professor de pediatra [no Hospital de Santa Maria e na Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa]. Como pessoa, apenas posso referir que era um homem excepcional. (b) Os outros dois médicos chamavam-se: Carlos Alberto, um, e Adão, outro.

(vii) As condições em que trabalhavam eram precárias, quer no que respeita a instalações, quer no que respeita a medicamentos, ou outro material médico. Regra geral, mesmo não sendo santos, às vezes conseguiam fazer milagres. Num relatório sobre diversas matérias, o comandante do batalhão a que pertenci, queixava-se." No Serviço de Saúde há grandes atrasos na recepção dos medicamentos, e o não fornecimento de vários produtos requisitados, o que perturba o fornecimento da assistência, que é ainda prejudicada pelas deficientes instalações dos postos de saúde."

(viii) Os médicos militares davam, também, a assistência possível, ás populações civis.

(ix) Pessoalmente, fui um felizardo, nunca necessitei,
naqueles tempos, de recorrer à prestação de
cuidados médicos.

(x) Já que estou a falar de médicos, faço também referência a um médico civil, que trabalhava em Bafatá, onde residia com a esposa, e restante família. Era natural de Goa, e o nome, que era indiano, e portanto mais difícil de pronunciar, escapou-se-me da memória. Era funcionário do Estado.

Com um abraço amigo, e votos de amplo desenvolvimento para o Blogue,

Domingos gonçalves.
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