1. Mensagem do nosso camarada Francisco Palma (ex-Soldado Condutor Auto Rodas da CCAV 2748 / BCAV 2922, Canquelifá, 1970/72), com data de 29 de Janeiro de 2021:
HISTORIA DE UM CONDUTOR NA GUERRA NO LESTE DA GUINÉ
À chegada, em Agosto de 1970, foi-me entregue uma GMC, sem motor de arranque, sem travão de pé, meia volta de folga no volante e com a "terceira" a saltar fora. Assim andei até Janeiro de 1972, altura em que me entregaram um Unimog 411, (burro do mato) com 600 kms.
Cerca de um mês depois após a chegada, numa patrulha, os atascansos nas picadas foram tantos que levamos 7 horas para fazer 14 kms.
Numa usei sacos de areia para servir de arrebenta minas, eu e o Neves com outra GMC, disputávamos o lugar da frente da coluna e nunca nenhum se negou.
E acabei por accionar uma mina A/C, faltavam 3 semanas para acabar a comissão. Fracturei os dois pés, estando 9 meses internado em hospitais.
MEMORIAS QUE NÃO LARGAM
Guiné > Região de Gabu > Canquelifá > CCAV 2748 (1970/72) > O Unimog 411 ("burrinho do mato"), depois da explosão da mina A/C em 16 de Abril de 1972.[1]
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Notas do editor:
[1] - Vd poste de 4 de novembro de 2017 > Guiné 61/74 - P17934: (De)Caras (100): Canquelifá, 16 de abril de 1972: quem diria que eu escaparia desta? !... Ninguém, nem eu nem o meu burrinho do mato... (Francisco Palma, Sold Cond Auto da CCAV 2748, Canquelifá, 1970/72)
Último poste da série de 13 de janeiro de 2021 > Guiné 61/74 - P21766: (De)Caras (135): Maria Ivone Reis, major enfermeira paraquedista reformada, faz hoje 92 anos e é uma referência para outras outras mulheres e para nós, seus camaradas: excertos de um seu depoimento, publicado em 2004 na Revista Crítica de Ciências Sociais - Parte II (e última)