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segunda-feira, 12 de maio de 2025

Guiné 61/74 - P26792: Nunca Tantos Deveram Tanto a Tão Poucas (11): Três fotos para a história... O pequeno/ grande passo das seis Marias (1º Curso de Enfermeiras Paraquedistas, Tancos, 6 de julho-8 de agosto de 1961)


Foto nº 1 


Foto nº 2


Foto nº 3

Foto (e legenda): © Maria Arminda Santos (2025). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné].


Maria Atminda Santos
 (n. 1937)

1. São três fotos para a História...Foi um grande passo para elas, as primeiras seis enfermeiras paraquedistas portuguesas, aprovadas (num total de 11 selecionadas) no 1º curso, em Tancos , de 6 de julho a 8 de agosto de 1961,
 e um pequeno passo para a  História das mulheres portuguesas do séc. XX  (Vd. poste anterior, P26790) (*).

Fotos e legendas fornecidas pela Maria Arminda Santos, tenente graduada enfermeira paraquedista reformada (deixou a carreira militar antes do 25 de Abril, ainda em 1970; nasceu em 1937, em Póvoa da Galega, Mafra; vive em Setúbal):



Maria Zulmira André Pereira
(1931-2010)

Foto nº 1 > "Zulmira com a Diretora da Escola de Enfermagem  das Irmãs Franciscanas Missionárias de Maria, Irmã Emaús"
 [A instituição que o Subsecretário de Estado da Aeronáutica, ten-cor Kaulza de Arriaga, escolheu para fazer a seleção das primeiras 11 candidatas ao 1º curso de enfermeiras- paraquedistas; esta foto com a Madre Superiora das Irmãs Franciscanas Missionárias de Maria foi tirada "antes do primeiro salto"; é uma fotografia soberba,  de antologia: a Irmã Emaús está incutir a coragem à sua "pupila", neste caso a Zulmira, infelizmente já falecida, em 2010].


Foto nº 2 >  "Vê-se que também estou eufórica" [A Arminda parecia-nos ser a segunda, e "a mais contida",  na foto da revista "Ilustração Portuguesa" (*), mas afinal é a terceira, a seguir à Ivone Reis].

Foto nº 3 >  "Enquanto se aguardava pela feitura das fardas, fomos em tipo estágio para a urgência do Hospital de São José e aí com as nossas fardas das respetivas Escolas. Todas iguais menos eu que fui a única da Escola de São Vicente de Paulo, atualmente integrada na Universidade Católica". 
[Se assim é, quanto a nós a Arminda  é a última da ponta direita.].

Não é possível saber a quem atribuir os créditos fotográficos. Podem ser fotos do SDFA - Serviço de Documentação da Força Aérea Portuguesa. Ou da imprensa da época. Pertencem ao álbum da  Maria Arminda, a quem agradecemos a gentileza. Foram reeditadas por nós. (LG)
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Nota do editor LG:


10 de maio de 2025 > Guiné 61/74 - P26787: Nunca Tantos Deveram Tanto a Tão Poucas (10): Quando a "última" foi a "primeira"... A cap enf pqdt Maria de Lurdes Lobão, que fez história: em 16 de março de 1990, foi a primeira mulher a fazer de oficial de dia num estabelecimento militar, a Escola de Serviço de Saúde Militar (ESSM)

29 de abril de 2025 > Guiné 61/74 - P26742: Nunca Tantos Deveram Tanto a Tão Poucas (9): Giselda Pessoa: foi o CTIG (1972/74) que a marcou para o resto da vida

26 de março de 2025 > Guiné 61/74 - P26618: Nunca Tantos Deveram Tanto a Tão Poucas (8): Grande coragem, sangue frio, inteligência emocional, autocontrolo, empatia, serenidade, a da Rosa Exposto!

13 de março de 2025 > Guiné 61/74 - P26578: Nunca tantos Deveram Tanto a Tão Poucas (7): Cristina Silva, ten grad enf pqdt, a única das 46 que foi ferida em combate

12 de março de 2025 > Guiné 61/74 - P26575: Nunca Tantos Deveram Tanto a Tão Poucas (6): Homenagem às enfermeiras paraquedistas em livro recente sobre a "História da Enfermagem em Portugal"... Por sua vez, reproduzimos excerto de um depoimento de Aura Teles sobre a morte da fur grad enfermeira pqdt Maria Celeste Ferreira da Costa (Tarouca, 1945 - Bissalanca, 1973)

15 de fevereiro de 2025 > Guiné 61/74 - P26497: Nunca Tantos Deveram Tanto a Tão Poucas (5): Em Mueda, no planalto dos Macondes, num dos piores cenários da guerra em Moçambique - Parte I (enf pqdt Maria de Lourdes Gomes)

7 de fevereiro de 2025 > Guiné 61/74 - P26470: Nunca Tantos Deveram Tanto a Tão Poucas (4): "Meu amor, se depender de mim não morres aqui"... Palavras que me ficaram para a vida (Carlos Parente, natural de Viana do Castelo, ex-sold at inf, CCAÇ 1787)

domingo, 11 de maio de 2025

Guiné 61/74 - P26790: Nunca Tantos Deveram Tanto a Tão Poucas (11): Enfermeiras & paraquedistas!... Que desaforo, terão pensado os "velhos do Restelo" do "Estado Velho", em 8 de agosto de 1961...











Ilustração Portuguesa, nº 1021, Ano 55, 29 de setembro de 1961. (Diretor: Guilherme Pereira da Rosa; propriedade da Sociedade Nacional de Tipografia). Preço: 1$00. Cortesia de Hemeroteca Digital / Câmara Municipal de Lisboa


1.  Foi um acontecimento social, militar, político e até religioso, que deu direito a títulos de caixa alta na imprensa portuguesa da época. 

O então Secretário de Estado da Aeronáutica, o ten-cor eng Kaúlza de Arriaga,  tinha conseguido a competente e devida autorização de Salazar para criar o Quadro de Enfermeiras Paraquedistas integrado no pessoal da Força Aérea, equiparado a militar.  A guerra em Angola (1961) a isso obrigava...

Recrutadas nos hospitais civis, as candidatas a enfermeiras paraquedistas deviam cumprir os seguintes requisitos: 

(i) nacionalidade portuguesa;
(ii) idade entre os 19 e os 30 anos;
(iii) curso de auxiliar de enfermagem ou curso geral de enfermagem;
(iv) solteiras ou viúvas sem filhos;
(v) sem cadastro;
(vi) com boa formação moral.

Mas em nenhum diploma legal desse tempo se fala em "enfermeiras paraquedistas"!... O que não deixa de ser curioso...

Alargou-se o quadro de pessoal de  tropas paraquedistas  (batalhão, criado em 1955, mais tarde regimento), para elas poderem caber em 1961, mas só se fala em "enfermeiros" (sic)... quando a profissão era (e continua a ser) maioritariamente  feminina (vd. Decreto-Lei nº 42073, de 31/12/1958, Dec-Lei nº 42792, de 31/12/1959, e  Dec-Lei nº43663. de 5/6/1961;  Portaria n.° 18462., de 5/5/1961.

Assim, o
 Dec-Lei nº43663. de 5/6/1961, vem definir quem era o "pessoal equiparado a militar pára-quedista":

  • 1 major ou capitão graduado médico
  • 2 capitães ou subalternos graduados médicos
  • 1 capitão graduado médico veterinário
  • 1 subalterno graduado médico veterinário
  • 1 tenente graduado enfermeiro
  • 5 alferes graduados enfermeiros
  • 5 sargentos graduados enfermeiros.

Não se percebe por que razão é que na altura não se abriram as portas do batalhão de caçadores paraquedistas também às mulheres médicas, mas tão só às  enfermeiras... 

A  primeira seleção foi feita pela Escola das Franciscanas Missionárias de Maria (criada em 1950, hoje Escola Superior de Enfermagem São Francisco das Misericórdias), em Lisboa.  Era então diretora (e professora), a irmã Emaús, a madre superiora da congregação em Portugal.

Pode-se dizer que foram escolhidas a dedo as primeiras 11 candidatas (ou "convidadas"),  as quais frequentaram depois o 1º curso de enfermeiras-paraquedistas, a convite da FAP.  Só chegaram ao fim e receberam o brevet (ou brevê)  e a boina verde seis delas, ultrapassadas as provas de aptidão, médicas, psicotécnicas, físicas e militares. Ficaram conhecidas como as "seis Marias", graduadas em alferes  (e uma em sargento) (vd. aqui vídeo da RTP Ensina, de 2009):

  • Ivone  (†)
  • Arminda
  • Nazaré (†)
  • Lourdes ("Lurdinhas") (graduada em sargento)
  • Céu (Policarpo)
  • Zulmira  (†)

O 1º curso de enfermeiras paraquedistas iniciou-se em 6 de julho de 1961, em Tancos, no Regimento de Caçadores Paraquedistas, e terminou a 8 de agosto, com a imposição do brevê e da boina verde (a cinco das seis: a Maria da Nazaré, por se ter magoado num salto, só terminaria o curso uma semana depois).

As fotos que publicamos acima  são da cerimónia do dia 8 de agosto de 1961. As mulheres portuguesas estavam a fazer história nesse dia!... Os jornais da época deram larga cobertura ao acontecimento, alguns ainda elevados de preconceitos ( para não falar em misoginia, estupidez, ignorância ou sensacionalismo,  como chamar-lhe "monjas do ar"):

  • Monjas do ar: cinco  jovens enfermeiras conquistaram ontem em Tancos o "brevet" de pára-quedistas" (Diário de Notícias, 9 de agosto de 1961);
  • As primeiras mulheres pára-quedistas portuguesas (O Século, 9 de agosto de 1961);
  • Enfermeiras pára-quedistas lançadas em Tancos receberam o "brevet" e vão seguir para Angola (Diário de Lisboa, 8 de agosto de 1961)


A revista Ilustração Portuguesa, propriedade da empresa que publicava O Século. escolheu este acontecimento para a capa edição nº 1021 (em 1961 só se publicaram dois números, este, e o nº 1020, de 29 março; a revista era semanal, I e II Séries, de 1903 a 1930; depois passou a editar 2 números por ano,  de 1931 a 1980, para garantia legal do título).

PS -  A Maria Arminda seria a terceira de quatro, a contar da esquerda, na foto de topo (inicialmente parecia-nos a segunda)... Ora a  segunda é a  Maria Ivone Reis, já falecida. Da quarta, no lado direito, não se vê a cara. Legendagem com a ajuda da Maria Arminda,  a decana das enfermeiras-paraquedistas e que honra a Tabanca Grande com a sua afável presença e ativa colaboração.

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Nota do editor:

Último poste da série > 10 de maio de 2025 > Guiné 61/74 - P26787: Nunca Tantos Deveram Tanto a Tão Poucas (10): Quando a "última" foi a "primeira"... A cap enf pqdt Maria de Lurdes Lobão, que fez história: em 16 de março de 1990, foi a primeira mulher a fazer de oficial de dia num estabelecimento militar, a Escola de Serviço de Saúde Militar (ESSM)

sábado, 10 de maio de 2025

Guiné 61/74 - P26787: Nunca Tantos Deveram Tanto a Tão Poucas (10): Quando a "última" foi a "primeira"... A cap enf pqdt Maria de Lurdes Lobão, que fez história: em 16 de março de 1990, foi a primeira mulher a fazer de oficial de dia num estabelecimento militar, a Escola de Serviço de Saúde Militar (ESSM)

 



Cap enf pqdt Maria Lurdes Lobão, do último (9º) curso (1974).
(Cortesia de Fernando Miranda). Edição: LG (2025)


1. Foi a última das 46 enfermeiras paraquedistas. É do 9º (e último) curso (julho de 1974), que só formou uma, ela própria... Já não chegou a ir ao ultramar... Mas ficou na FAP... E em 1990 estava na Escola de Serviços de Saúde Militar (ESSM), com o posto de capitão. 

Conta aqui um episódio que pode parecer "anedótico", mas que a fez entrar, pelo menos,  na história da vida militar e quiçá na história da mulher portuguesa : terá sido a primeira mulher a fazer o serviço de oficial de dia, em 16 de março de 1990, dezasseis anos depois do 25 de Aril de 1974!

É natural de Vila Real, transmontana, portanto. Vive em Lisboa. Tem página no Facebook (Maria Lurdes Lobão).


Foto da página do Facebook da Maria Lurdes Lobão (Com a devida vénia...),
 Edição:  LG (2025)

A criação do corpo de enfermeiras paraquedistas remonta a 1 de junho 1961 (início do 1º curso, onde ingressou, entre outras, a nossa grã-tabanqueira Maria Arminda Santos, hoje tenente, reformada). 

Fizeram-se 9 cursos e formaram-se 46 enfermeiras paraquedistas. Tal como os capelães, eram graduadas (em sargentos ou alferes, conforme as qualificações profissionais de origem: Curso de Auxiliar de Enfermagem e Curso Geral de Enfermagem, respetivamente). Elas são as pioneiras. O ingresso nas mulheres nas Forças Armadas Portugueses, através do serviço militar voluntário, vai ser um processo lento. A Força Aérea foi o primeiro ramo a admitir mulheres, em 1988, através da criação de vagas para mulheres no serviço militar voluntário. O Exército e a Marinha seguiram-se em 1992.



Excerto de:
"Nós, enfermeiras paraquedistas", 2ª ed., org. Rosa Serra, prefácio do Prof. Adriano Moreira (Porto: Fronteira do Caos, 2014), pãg, 437  (com a devida vénia)






Excerto de:
"Nós, enfermeiras paraquedistas", 2ª ed., org. Rosa Serra, prefácio do Prof. Adriano Moreira (Porto: Fronteira do Caos, 2014), pp. 340/341  (com a devida vénia)




2. Perguntámos à IA: 

"É verdade que a Capitão Enfermeira Paraquedista Maria de Lurdes (ou Lourdes)  Lobão foi a primeira mulher a exercer funções de oficial de dia num estabelecimento militar, neste caso, na  então Escola de Serviços de Saúde Militar (ESSM), em Lisboa, no dia 16 de março de 1990 ?"

O nosso "Big Brother", que  tem a mania que sabe tudo (ou somos nós que lhe atribuímos ingenuamente a omnisciência...), não conseguiu responder a essa pergunta concreta. Tanta a Gemini IA / Google como a Perplexiti IA e o ChatGPT disseram-nos mais ou menos isto:;

(i) com base nos resultados de pesquisa fornecidos, não há confirmação documental ou referência explícita que comprove que a Capitão Enfermeira Paraquedista Maria de Lurdes (ou Lourdes)  Lobão foi a primeira mulher a exercer funções de oficial de dia na então Escola de Serviços de Saúde Militar (ESSM), em Lisboa, no dia 16 de março de 1990;

(ii) os resultados consultados abordam genericamente a presença e o papel pioneiro das enfermeiras paraquedistas nas Forças Armadas Portuguesas, destacando que desde 1961 algumas mulheres ocuparam funções militares, especialmente na área da saúde militar e como paraquedistas;

(iii) todavia, não foi identificado nenhum documento ou referência específica ao feito mencionado, nem ao nome de Maria de Lourdes (ou Lourdes)  Lobão associado a essa função ou data em particular.

Portanto, com a informação disponível, não é possível confirmar a veracidade da afirmação sobre Maria de Lurdes (ou Lourdes) Lobão e o seu papel pioneiro na ESSM em 16 de março de 1990. Caso existam fontes adicionais ou documentação interna das Forças Armadas, estas não foram localizadas nos resultados apresentados.

3. Comentário do editor LG: 

Não pudemos explorar o "Diário de Lisboa", disponível "on line", porquanto faltam dois  números da coleção (posteriores à data em causa, 16 de março de 1990, logo por azar  os dos dias 17 e 18; o jornal. de resto, será extinto nesse ano, a última edição foi a de 30 de novembro de 1990; começou a publicar-se em 1921.

Achamos, todavia,  que o depoimento da nossa camarada Maria Lurdes Lobão é fidedigno e consistente. E ninguém lhe tira dos louros desse dia (histórico) para as mulheres portuguesas que só ao fim de muitos séculos é que começavam a entrar no "androceu" (por analogia com o "gineceu", a parte da casa reservada às mulheres na Grécia antiga...).  

É, além disso, e sobretudo,  uma história bem humorada e bem contada. Parabéns, Lurdes Lobão, saúde e longa vida!... LG
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terça-feira, 29 de abril de 2025

Guiné 61/74 - P26742: Nunca Tantos Deveram Tanto a Tão Poucas (9): Giselda Pessoa: foi o CTIG (1972/74) que a marcou para o resto da vida


Lisboa > Belém > Monumento aos Combatentes do Ultramar > 10 de junho de 2019 > A única camarada que encontrei, a Giselda Pessoa, enfermeira paraquedista, sempre jovial e sempre uma grande senhora, afável, sociável, camarada do seu camarada... Já mais para o fim encontrei o Miguel Pessoa... É um casal amoroso e separável  quer nos convívios da Tabanca do Centro quer nos Encontros Nacionais da Tabanca Grande (infelizmente interrompidos com a pandemia, a partir de 2020).


Foto(e legenda): © Luís Graça (2019). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. A Giselda (Antunes, de solteira, Pessoa, de casada com o nosso Miguel) faz hoje anos: 78 (minguém lhos dá, é uma transmontana de rija têmpera) (*)... Foi, além disso, a primeira das antigas enfermeiras paraquedistas a  dar a cara no nosso blogue: integra a Tabanca Grande desde 20/2/2009... Merece hoje, seguramente, mais "tempo de anterna" (**).

Sobre a Giselda Antunes Pessoa sabemos o seguinte (***):

(i) nasceu em 29 de abril de 1947, na terra do grande poeta Miguel Torga  (1907-1985), São Martinho de Anta, Sabrosa, distrito de Vila Real ( de Sabrosa também é o grande navegador Fernão de Magalhães,1480-1521);

(ii) fez o curso de enfermagem na Escola de Enfermagem do Hospital de S. João, no Porto, em 1966 (e por lá continuou em 1968, como enfermeira, tendo sido logo colocada no Serviço de Urgência do S.João, "onde se trabalhava muito mas também se aprendia mais, e depressa");

(iii) tinha uma irmã, Antonieta,  que já era enfermeira paraquedista, que leh dava notícias de Áfruca;: fez o 7º curso de enfermeira paraquedista, na Base de Tancos,  entre agosto e outubro de 1970;

(iv) esteve uns meses em Lisboa, sendo depois colocada no Direção do Serviço de Saúde em Lourenço Marques; fazia evacuações daqui e da Beira; considera este tempo como tendo sido de férias;

(v) "deve dizer-se que em Lourenço Marques ainda se sentia menos a guerra do que em Lisboa e que este período não foi representativo para a minha formação militar, desgostando-me mesmo certos comportamentos que pude observar localmente, quer em alguma da população branca, quer em alguns militares mais acomodados a uma vida fácil e pouco arriscada" (***);

(vi)  a Guiné, sim, é que  a marcou para o resto da vida:  "... chegou evacuar na Guiné um ferido do PAIGC que falava francês e evacuou o piloto Miguel Pessoa, abatido por um míssil Strela. Depois casou com ele";

(vii) como gostamos de aqui dizer, a "Giselda e o Miguel são o casal mais 'strelado' do mundo";

(viii) a Guiné era o território preferido de muitas enfermeiras: guerra a sério foi na Guiné, uma escola também de "grande solidariedade", como recorda a Giselda (***): 

"Foi (...)  com alguma expectativa que no início de 1972 me mudei, "com armas e bagagens", para a província da Guiné. Aí, finalmente, respirava-se um ambiente muito mais operacional, onde a solidariedade e a camaradagem eram bem visíveis e o trabalho puxado nos fazia sentir mais realizadas.

O contacto diário com as tripulações, as deslocações aos aquartelamentos perdidos no meio do mato, a sensação de se fazer algo de útil por quem precisava, deixaram-me até hoje recordações que dificilmente desaparecerão.

Ao longo dos anos têm surgido, aqui e ali, manifestações de carinho por parte de militares que socorri num momento extremamente delicado da sua vida e que se recordam ainda da enfermeira que os acompanhou e tentou minorar o seu sofrimento. São situações como essas, assim como o convívio que tenho tentado manter com pessoal que passou pelo mesmo no território da Guiné - pára-quedistas, pilotos e pessoal Especialista da Força Aérea, militares do Exército e da Marinha - que me fazem pensar que valeram bem a pena os anos que dediquei à Força Aérea como enfermeira paraquedista".

Fonte: Adapt. também de Enfermeiras Pára-Quedistas: Boina Verde e dedicação. In: José Freire Antunes: A Guerra de África, 1961-1974, Vol II. Lisboa: Círculo de Leitores. 1995. 663-684.




In: "Nós, enfermeiras paraquedistas", 2ª ed., org. Rosa Serra, prefácio do Prof. Adriano Moreira (Porto: Fronteira do Caos, 2014), pág. 431 (com a devida vénia).

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Notas do editor LG:


(*) Vd. poste de 29 de abril de 2025 > Guiné 61/74 - P26740: Parabéns a você (2370): Giselda Pessoa, ex-Sargento Grad Enfermeira Paraquedista da BA 12 (Bissau, 1972/74)

quarta-feira, 26 de março de 2025

Guiné 61/74 - P26618: Nunca Tantos Deveram Tanto a Tão Poucas (8): Grande coragem, sangue frio, inteligência emocional, autocontrolo, empatia, serenidade, a da Rosa Exposto!..


As enfermeiras paraquedistas, da esquerda para a direita, Maria Rosa Exposto  (*) e Maria La Salette. Imagem obtida a partir de foto de grupo, da autoria de Fernando Miranda (trabalhou no Hospital da Força Aérea e tem o melhor álbum fotográfico sobre as enfermeiras paraquedistas). O Fernando Miranda é membro da União Portuguesa dos Paraquedistas (grupo público no Facebook, entretanto suspenso desde 16/1/2023). 


Edição do Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (2025), com a devida vénia..


 
1. Os riscos que corriam as nossas enfermeiras paraquedistas não eram poucos nem pequenos.  Riscos para a sua saúde e segurança no palco de guerra... Riscos físicos e psicológicos (e, em menor grau, químicos e biológicos, já que lidavam com sangue, derivados do sangue e produtos de primeiros socorros usados a bordo)...  Riscos não só por andarem de avião, de serem atingidas pelo fogo do IN ou de sofrerem um acidente em terra ou no ar, como sobretudo devido à  exposição a situações de grande stress, durante as evacuações de doentes e de feridos graves,  tendo que saber lidar com a vida e a morte, a dor e o sofrimento, a violência e o descontrolo emocional dos evacuados,  etc.

Este relato da Maria Exposto, transmontana de Bragança, ex-alf grad enf pqdt, do 4º Curso (1964), é bem revelador das situações mais insólitas e imprevistas que podiam ocorrer... Era preciso muita coragem, sangue frio, inteligência emocional, autocontrolo, empatia, serenidade ...

 Grande mulher e grande profissional, a Rosa Exposto,  que soube salvar uma vida ou mais do que uma... na situação a seguir descrita.

Este caso devia fazer parte da "casoteca" das nossas escolas que formam profissionais que têm de lidar com distúrbios emocionais, crises e outros conflitos podendo pôr a risco a vida do próprio e de terceiros: polícias, militares, bombeiros, médicos, enfermeiros, psicólogos, etc.

A situação descrita (um distúrbio emocional, ou "transtorno de ansiedade",   frequente e muitas vezes associado ao álcool nos quartéis do mato)  podia ter redundado em tragédia como aconteceu noutros sítios. É pena não podermos identificar o local e a subunidade. 

A Rosa  diz-nos apenas que foi "algures na Guiné",  e o quartel  (talvez provavelmente um destacamento) era tão pequeno que nem tinha um pista de aterragem para uma avioneta, nem talvez sequer um heliporto. (**)

No fim "tudo acabou em bem", mas ela confessa, com toda a humildade, que sentiu muito medo e suores frios quando se apercebeu do que estava em jogo... Um homem perturbado e com uma arma na mão é sempre imprevisível...



Fonte: Excerto de "IX. Os riscos que corríamos". In: "Nós, enfermeiras paraquedistas", 2ª ed., org. Rosa Serra, prefácio do Prof. Adriano Moreira (Porto: Fronteira do Caos, 2014), pp.  302-302 (com a devida vénia).

(Seleção, digitalização, edição da foto, título do poste: LG)


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Notas do editor:

(*) Vd. postes de:

25 de março de 2025 > Guiné 61/74 - P26614: Desaparecido do nosso radar (3): Maria Rosa Exposto, ex-alf grad enfermeira paraquedista, do 4º curso (1964)... Tudo indica que tenha ficado, como enfermeira civil, na FAP.

15 de janeiro de 2025 > Guiné 61/74 - P26392: Nunca Tantos Deveram Tanto a Tão Poucas (2): O que é feito de ti, Maria Rosa Exposto ?... "Nunca vos esqueci nem esquecerei", escreveu ela em depoimento para o livro "Nós, Enfermeiras Paraquedistas", 2ª ed., 2014, pág. 403)

(**) Último poste série > 13 de março de 2025 > Guiné 61/74 - P26578: Nunca tantos Deveram Tanto a Tão Poucas (7): Cristina Silva, ten grad enf pqdt, a única das 46 que foi ferida em combate

quinta-feira, 13 de março de 2025

Guiné 61/74 - P26578: Nunca tantos Deveram Tanto a Tão Poucas (7): Cristina Silva, ten grad enf pqdt, a única das 46 que foi ferida em combate

Lisboa > 8º Festival Internacional do Cinema Independente > Culturgest > 13 de Maio de 2011 > Estreia do filme Quem Vai à Guerra (Portugal, 2011), de Marta Pessoa > No hall do Grande Auditório, a realizadora, Marta Pessoa, e a uma das participantes, a ex-enfermeira paraquedista, tenente graduada, Cristina Silva, ferida em combate em Moçambique.

 Foto (e legenda): © Luís Graça (2011). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné].


1. A Maria Cristina Silva, tenente graduada enfermeira pqdt, foi a única, das 46 que prestaram serviço na guerra do ultramar / guerra colonial, que foi ferida em combate (em 1973, durante uma evacuação, no TO de Moçambique, na região de Mueda, alvejada com um tiro na cabeça que, felizmente, não foi fatal) (*). 

É uma história de guerra que, apesar de tudo, tem um feliz como ela já cá nos contou, quer no filme de Marta Pessoa, "Quem Vai à Guerra" (Portugal, 2011), quer no depoimento para o livro "Nós, as Enfermeiras" (coord ed. Rosa Serra, Porto, Fronteira do Caos, 2014).

Vale a pena dar a conhecer, para um público mais vasto, esse testemunho na 1ª pessoa. Ainda hoje ela guarda a bala que os médicos lhe extrairam da cabeça. Aliás, mostrou-o no filme. É agora um talismã. 

O cartaz do filme reproduz uma das fotos do seu ãlbum.





Quem Vai à Gerra (Portugal, 2011) > Ficha Técnica: Realização > Marta Pessoa
| Direcção de Fotografia > Inês Carvalho | Cenografia > Rui Francisco | Montagem > Rita Palma | Direcção de Som > Paulo Abelho, João Eleutério e Rodolfo Correia | Maquilhagem > | Eva Silva Graça | Marketing e Comunicação > Fátima Santos Filipe | Direcção de Produção > Jacinta Barros | Produtor > Rui Simões | Produção > Real Ficção



Moçambique > c. 1973 > Cristina Silva > A única enfermeira paraquedista que foi ferida em combate...



Foto (e legenda): Marta Pessoa / Quem Vai à Guerra (Facebook) (2011) (Reproduzido com a devida vénia)... Legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné










Excerto de "Nós, enfermeiras paraquedistas", 2ª ed., org. Rosa Serra, prefácio do Prof. Adriano Moreira (Porto: Fronteira do Caos, 2014), pp. 289-2901 (com a devida vénia). 
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Nota do editor:

(*) Último poste da série >  12 de março de 2025 > Guiné 61/74 - P26575: Nunca Tantos Deveram Tanto a Tão Poucas (6): Homenagem às enfermeiras paraquedistas em livro recente sobre a "História da Enfermagem em Portugal"... Por sua vez, reproduzimos excerto de um depoimento de Aura Teles sobre a morte da fur grad enfermeira pqdt Maria Celeste Ferreira da Costa (Tarouca, 1945 - Bissalanca, 1973)

quarta-feira, 12 de março de 2025

Guiné 61/74 - P26575: Nunca Tantos Deveram Tanto a Tão Poucas (6): Homenagem às enfermeiras paraquedistas em livro recente sobre a "História da Enfermagem em Portugal"... Por sua vez, reproduzimos excerto de um depoimento de Aura Teles sobre a morte da fur grad enfermeira pqdt Maria Celeste Ferreira da Costa (Tarouca, 1945 - Bissalanca, 1973)




Capa  de "História da Enfermagem em Portugal (1143 - 1988). Ed lit: Ana Pires, Ana Paula Gato, Analisa Candeias, Carlos Subtil, Constança Festas, Lucília Nunes,  Paulo Queirós, Rui Costa. Lisboa: Universidade Católica Editora, 2025, 301 pp. 


1. Com a contribuição de duas dezenas de autores  (quase todos enfermeiros, doutores e mestres em enfermagem ou outras áreas da saúde), publica-se a primeira história da enfermagem portuguesa, abarcando oito séculos. 

Independentemente de uma posterior nota de leitura mais extensa e aprofundada, registe-se aqui o evento editorial e a estrutura da obra, dividida em duas partes: 

(i)  a "história de longa duração" (Parte I: dos primórdios da nacionalidade até ao 25 de Abril de 1974k pp. 19-143);  

(ii) a historiografia focada nos espaços de prestação de cuidados e  de formação, nas questões de géneros, na assistência a populações específicas e na assistência em cenários de guerra e de catástrofe (Parte II, pp. 1147-292).

É nesta Parte II que vamos encontrar um pequeno capítulo (todos eles são sintéticos) dedicado  às enfermeiras paraquedistas, da autoria de Ana Paulo Gato (pp. 210-215) (que é doutorada em saúde pública pela Universidade NOVA de Lisboa  e professora coordenadora da Escola Superior de Saúde / IP Setúbal). 

O artigo  não traz nada de novo, é uma compilação de várias fontes, em todo o caso dá-se o devido destaque ao pioneirismo das 46 enfermeiras que não só saltaram em paraquedas e cumpriram missões em teatros de guerra, como também "saltaram" para a história das mulheres portugueses.

Cite-se apenas este parágrafo: 

"Enfrentando a desconfiança do meio militar, as convençóes sociais sobre o papel da mulher, os preconceitos em relação as mulheres trabalhadores e independentes e até a oposição  e/ou preocupação das suas famílias e amigos, várias mulheres enfermeiras enfrentaram o desconmhecido e os múltiplos riscos associados à vida militar em tempo de guerra com um grande sentido de dever" (op. cit., pág. 212).


Moçambique > Vila Cabral> 1967 > A Cristina Silva (seria ferida em 1973, na sua segunda passagem por Moçambique)



Não é demais lembrar aqui as duas vítimas entre as 46 enfermeiras paraquedistas que passaram pelos diferentes teatros de operações: 

(i)  a Maria Cristina Silva (que foi ferida em combate, em 1973, durante uma evacuação, no TO de Moçambique, na região de Mueda,  alvejada com um tiro na cabeça que, felizmente, não foi fatal) (*);

(ii) a  Maria Celeste Ferreira da Costa (ferida mortalmente pela hélice de uma DO-27, em Bissalanca, em 10/2/1973) (**) 



Furriel graduada enfermeira paraquedista Maria Celeste Ferreira da Costa 
(Tarouca, 1945 - Bissalanca, Guiné, 1973)


No Cap IX ("Os riscos que corríamos"), do livro coletivo "Nós, Enfermeiras Paraquedistas", 2ª ed.  (ed. Rosa Serra, Porto, Fronteira do Caos, 2014), há uma  descrição, sintética mas notável, da nossa camarada Aura Rico Teles, membro da Tabanca Grande, sobre o fatídico acidente que vitimou mortalmente a Celeste, na BA 12, Bissalanca, em 10 de fevereiro de 1973. 

É uma pequena história, intensa, de dor, solidariedade e camaradagem entre mulheres e enfermeiras paraquedistas.  Repare-se na sua derradeira preocupação: (...) "decidimos as duas (eu e a Eugénia) começar a reconstruir-lhe a face e o ombro para que (...) partisse bonita como ela era.  Durante três horas foi esse o nosso trabalho" (...)

Publicamos um excerto, com a devida vénia. É também o contributo da Aura Teles para o blogue, para o qual entrou pela mão da Maria Arminda Santos. Tem 7 referências no blogue. (Além da Arminda e da Aura, sentam-se também à sombra do nosso poilão a Giselda e a Rosa Serra; a Ivone Reis, essa, infelizmente já faleceu em 2022).



A Maria Arminda (Setúbal) e a Aura Teles (Vendas NOvas), em visita ao navio-escola Sagres. S/d. Fonte:  Cortesia de Rui Manuel Soares, ex-paraquedista (Maia)


A morte da minha colega Celeste

por Aura Teles




Fonte: Excerto de "Nós, enfermeiras paraquedistas", 2ª ed., org. Rosa Serra, prefácio do Prof. Adriano Moreira (Porto: Fronteira do Caos, 2014), pp. 304-305 (com a devida vénia). (***)

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Notas do editor:



sábado, 15 de fevereiro de 2025

Guiné 61/74 - P26497: Nunca Tantos Deveram Tanto a Tão Poucas (5): Em Mueda, no planalto dos Macondes, num dos piores cenários da guerra em Moçambique - Parte I (enf pqdt Maria de Lourdes Gomes)

Moçambique > Cabo Delgado > Mueda > Aeródromo de Manobra nº 51 (AM51) > s/d (c.1971/73)> "Casa onde morávamos, mesmo junto ao hospital, que é no local de onde foi tirada a foto e para onde o ferido está a ser transportado"  (pág.  199).



Moçambique > Cabo Delgado > Mueda > Aeródromo de Manobra nº 51 (AM51) > s/d (c.1971/73) > "Mueda, terra de guerra...bem no centro do planalto dos Macondes: era ali o centro da guerra no Norte de Moçambique... Era para o "hospital" militar de Mueda ("Enfermaria do Sector B") que eram evacuados todos os doentes e feridos em combate daquela região" (pág. 186).


Moçambique > Cabo Delgado > Mueda > Aeródromo de Manobra n- 51 (AM51) > s/d (c.1971/73) > "Vivíamos limitadas e em permanente contacto com o arame farpado" (...) "No AM51 era constante o movimento de aviões e helicópteros descolando e aterrando, a caminho ou no regresso  de missões (...). Assistíamos  também frequentemente , porque passavam perto de nós,  à partida ou à chegada de colunas militares que transportavam reabastecimentos ou que faziam o lançamento de unidades em operações de contraguerrilha em todo o planalto dos Macondes" (pág. 187).

(...) De todos os locais em que trabalhámos durante a guerra do Ultramar, foi aqui, sem dúvida, em Mueda, que nós mais sentimos a guerra, onde estivemos mais isoladas e pior instaladas, em que tivemos as piores condições de trabalho, e onde os riscos que corríamos eram permanentes, quer em terra quer no ar" (pág. 188).

Por Mueda passaram, entre outras, as  enfermeiras paraquedistas Rosa Serra (em 1973), a Maria de Lourdes (Gomes) (c. 1971/72), a Mariana Gomes (1973),  a Ana Gertrudes Ramalho (c.1972/72 ?), a Maria Cristina Silva (c. 1972/73 ?) (ferida por uma bala do IN, que se alojou na cabeça sem gravidade, felizmente)...  (Lamentavelmente não há fichas biográficas destas nossas camaradas; mas de um modo geral, passaram por mais de um TO: a Rosa Serra  e a Maria Arminda, por exemplo, passaram pelos três).

No entanto, a maior parte das histórias que as nossas camaradas enfermeiras paraquedistas  contam, e as mais intensas, são as passadas no TO da Guiné. De Mueda, parece ser a Maria de Lourdes Gomes quem tem mais memórias:  foi lá que conheceu o seu futuro marido, alferes piloto, hoje médico, cirurgião. Para já reproduzimos aqui o  seu depoimento ""Olhando para trás..." (pp. 425/426).





Maria de Lourdes Gomes, 2ª srgt grad, enfermeira paraquedista: é do 7º curso (1970),     que formou  8 enfermeiras... A sua primeira comissão foi em Angola (c. 1971).







Fonte: Texto e fotos: Excertos de "Nós, enfermeiras paraquedistas", 2ª ed., org. Rosa Serra, prefácio do Prof. Adriano Moreira (Porto: Fronteira do Caos, 2014) (com a devida vénia).

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Nota do editor:

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