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segunda-feira, 11 de agosto de 2025

Guiné 61/74 - P27109: Nunca Tantos Deveram Tanto a Tão Poucas (13): Lista das enfermeiras paraquedistas que foram mobilizadas para os TO de Angola, Guiné e Moçambique, entre 1961 e 1974 (Fernando Miranda, ex-enfermeiro, Hospital da Força Aérea)

1. O Fernando Miranda, de alcunha "Marquês de Oeiras",  é nosso amigo do Facebook. Trabalhou, como enfermeiro, no Hospital da Força Aérea. Formou-se na ESEL - Escola Superior de Enfermagem de Lisboa, Pólo Calouste Gulbenkian. É natural de Portalegre. Vive em Oeiras. Faz anos a 4 de julho.  Considera-se um veterano da FAP.  Deve estar, pois, reformado. Tem uma relação privilegiada com as antigas enfermeiras paraquedistas, cuja história conhece bem e cujo percurso, em parte, acompanhou (Por exemplo, trabalhou com a infortunada Maria Celeste Costa.) Tem também o melhor álbum fotográfico destas nossas camaradas que na época pertenciam á Força Aérea.

Com a devida vénia, apresentamos nesta série uma postagem dele, datada de 19 de setembro de 2020. Foi a primeira e única vez que vimos uma listagem nominal das nossas queridas camaradas (nome e posto em que foram graduadas). O nosso obrigado ao Fernando. 
 


 LISTA DAS ENFERMEIRAS PARAQUEDISTAS

Tudo farei para não esquecer estas camaradas e colegas, que me ajudaram a crescer como enfermeiro, como homem e me acompanharam em momentos menos bons da minha vida, e ainda hoje me acompanham. Nunca as esquecerei, nem as que já partiram, todas têm um lugar no meu coração.
Quero deixar aqui um Muito Obrigado público.

Mulheres Valorosas:

Nunca deveremos esquecer as mulheres valorosas que nos deram sempre o seu apoio incondicional. Trata-se das enfermeiras paraquedistas. 

As enfermeiras paraquedistas que participaram na Guerra de África são:

  • Capitão Enf Pqdt, Eugénia Espírito Santo (***)
  • Capitão Enf Pqdt, Francis Matias
  • Capitão Enf Pqdt, Maria de Lurdes Lobão
  • Capitão Enf Pqdt, Maria do Céu Esteves (***)
  • Capitão Enf Pqdt, Maria Ivone Reis (***)
  • Capitão Enf Pqdt, Maria Manuela França (*)
  • Capitão Enf Pqdt, Maria Natália Xavier
  • Capitão Enf Pqdt, Maria Rosa Mendes
  • Capitão Enf Pqdt, Mariana Gomes
  • Tenente Enf Pqdt, Antonieta Ribeiro
  • Tenente Enf Pqdt, Aura Teles
  • Tenente Enf Pqdt, Maria Arminda Santos
  • Tenente Enf Pqdt, Maria Zulmira André (*) 
  • Tenente Enf Pqdt, Maria Nazaré M. Andrade (*) 
  • Alferes Enf Pqdt, Maria Amélia Reis Galvão (*) 
  • Alferes Enf Pqdt, Delfina Natividade Oliveira (*) 
  • Alferes Enf Pqdt, Ana Gertrudes Serrabulho
  • Alferes Enf Pqdt, Ana Maria Lemos
  • Alferes Enf Pqdt, Armandina Alferes Salgado
  • Alferes Enf Pqdt, Maria Augusta Faustino Vieira
  • Alferes Enf Pqdt, Maria Bernardo Vasconcelos
  • Alferes Enf Pqdt, Maria Celeste Palma
  • Alferes Enf Pqdt, Maria de La Salete Lalli
  • Alferes Enf Pqdt,  Maria de Lurdes Gravato
  • Alferes Enf Pqdt, Maria de Lurdes Mota
  • Alferes Enf Pqdt, Maria do Céu Policarpo
  • Alferes Enf Pqdt, Maria do Céu Matos Chaves
  • Alferes Enf Pqdt, Maria Gracinda Rato
  • Alferes Enf Pqdt, Maria Rosa Exposto Olivença (***)
  • Alferes Enf Pqdt, Maria Rosa Serra
  • 1º Sargento Enf Pqdt, Dulce Baldroegas F. Rasgado
  • 1º Sargento Enf Pqdt, Ercília da Conceição Pedro
  • 1º Sargento Enf Pqdt, Júlia de Jesus Lemos (*)
  • 1º Sargento Enf Pqdt, Maria Amália Reimão (*)
  • 1º Sargento Enf Pqdt, Maria Aurelina Semedo (***)
  • 1º Sargento Enf Pqdt, Maria Cristina Silva
  • 2º Sargento Enf Pqdt, Giselda Pessoa
  • 2º Sargento Enf Pqdt, Maria da Piedade Gouveia (*)
  • 2º Sargento Enf Pqdt, Maria Emília Sousa
  • 2º Sargento Enf Pqdt, Maria Celeste Costa (**) 
  • Furriel Enf Pqdt, Maria de Lurdes Gomes
  • Furriel Enf Pqdt, Maria Natércia Neves
  • Furriel Enf Pqdt, Maria Soledade Guerreiro (*)
  • Furriel Enf Pqdt, Octávia Fontes
  • Furriel Enf Pqdt, Silvina Pacheco.

Nota do autor: (*) Falecida; (**) Falecida em combate; sempre no meu coração.

Nota do editor LG: (***) falecida em data posterior.

2. Resumindo:
  • 9 graduadas em capitão
  • 5 em tenente;
  • 16 em alferes;
  • 6 em 1º sargento;
  • 4 em 2º sargento;
  • 5 em furriel.
Total=45

A nº 46 foi a cap enf pqdt Maria Lurdes Lobão, do último (9º) curso (1974). Já não chegou a ir ao Ultramar, razão por que não consta da lista do Fernando Miranda.

10 das acima listadas já tinham falecido até 19/9/2020; outras já faleceram, entretanto, nestes últimos 5 anos (***): 
  • Maria Aurelina Semedo (1940 - 2023)
  • Maria Ivone Reis (1929-2022);
  • Mario Céu Pedro Esteves (1940-2022);
  • Maria Rosa Exposto Olivença (1940-2021);
  • Eugénia Espírito Santo  (1935-2025).
De um total de enfermeiras paraquedistas formadas em 9 cursos, de 1961 a 1974, e que foram ao ultrramar (n=45), já morreram 15 (33,3%).

(Revisão/ fixação de texto: LG)
_______________

Nota do editor LG:

Último poste da série > 3 de agosto de 2025 > Guiné 61/74 - P27084: Nunca Tantos Deveram Tanto a Tão Poucas (12): Ercília Ribeiro Pedro, ex-srgt grad enfermeira paraquedista, do 2º curso (1962)

domingo, 3 de agosto de 2025

Guiné 61/74 - P27084: Nunca Tantos Deveram Tanto a Tão Poucas (12): Ercília Ribeiro Pedro, ex-srgt grad enfermeira paraquedista, do 2º curso (1962)

 



Ercília Conceição Silva Ribeiro Pedro, ex-srgt graduada enfermeira paraquedista do 2º curso (1962). Esteve em Angola, em 1962, integrada no BCP 21. Casou em Luanda com um militar paraquedista, Ribeiro Pedro.

Foto: Página do Facebook "Quem Vai à Guerra" (documentário de 2011, da realizadora Marta Pessoa) (Com a devida vénia.)



Brasil > 2012 > Grupo de militares portugueses e suas esposas, em visita a diversos estabelecimentos do exército brasileiro, no qual se incluiu o cor art e docente da Academia Militar, Morais da Silva. Foto reproduzida com a devida autorização do autor. A senhora assinalada com círculo a vermelho foi identificada pela Maria Arminda Santos como sendo a Ercília Ribeiro Pedro (*).

Foto (e legenda): © António Luís Morais da Silva (2012 ). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Grça & Camaradas da Guiné]



Ercília (Fonte: página do Facebook
de Fernando Miranda,
com a devida vénia

1. Durante a guerra de África, guerra do ultramar ou guerra colonial, formaram-se 46 enfermeiras paraquedistas, depois graduadas em alferes ou sargentos... Num total de 9 cursos,  o último  já em 1974 (que apenas formou uma enfermeira, que já não chegou a ser mobilizada). Só nos primeiros quatro cursos, de 1961 a 1964, formaram-se 58,7% dos efetivos (n=27) (*).

A Ercílio Ribeiro Pedro é do 2º curso (1962).  Sabemos pouco sobre a sua biografia. O nome completo, de casada, é Ercília Conceição Silva Ribeiro Pedro. Provavelmente foi curta a sua "carreira" como enfermeira paraquedista. Logo em 1962 foi mobilizada para Angola e era a  única mulher, militar, no seio do BCP 21. 

Foi o teatro de operações que mais a marcou, Angola, não tendo estado em mais nenhum outro, presumimos nós, porque  entretanto se casou, em Luanda, com um paraquedista, Ribeiro Pedro. 

Recorde-se que as enfermeiras paraquedistas, ao tempo, e pelo menos até 1963. tinham que ser solteiras ou viúvas sem filhos, tal como as restantes enfermeiras. Admitimos a hipótese que a Ercilia tenha continuado a trabalhar como enfermeira do Hospital Militar da Força Aérea.

No livro coletivo "Nós, as enfermeiras paraquedistas" (ed. lit., Rosa Serra) (Porto, Fronteira do Caos Editores, 2014, 2ª ed., 439 pp.), a Ercília tem 3 contribuições memorialísticas, todas relativas à sua comissão em Angola, integrada no BCP 21:

  • Viagem para um destino exótico (pp. 164-1760);
  • Um jovem alferes sem interesse pela vida (pp.  276-278);
  • Uma ida ao "cabaret" (pp. 361/363).


2. Do citado livro, reproduzimos, com a devida vénia, o depoimento da Ercília, inserido no cap XII, "Olhando para trás"... 

A minha inscrição na Força Aérea como enfermeira paraquedista veio alterar e condicionar  todo o resto da minha vida. E sempre para o Bem...

Este foi um tempo de sonho, onde valores que muito prezo como o da Amizade e da Solidariedade,  estiveram sempre presentes. Mas nessa etapa da minha vida também houve dificuldades,  sobretudo quando sofri a dureza da formação, em Tancos, e quando experimentei, pela primeira vez, em Angola, o quão amarga é por vezes a profissão de enfermeira no tratamento de feridos de guerra.

Mas essaas dificuldades e amarguras foram a têmpera para moldar e reforçar o meu ânimo, por forma a poder mais tarde enfrentar obstáculos, contrariedades e riscos difíceis de imaginar, mas que passaram a ser as constantes da minha vida.

Posso afirmnar, sem qualquer dúvida, que foi este período militar das Tropas Paraquedistas que me fortaleceu como ser humano e como enfermeira.

Costumo dizer, por brincadeira,  que cumpri o meu serviço militar obrigatório nas Tropas Paraquedistas. Depois, namorei e casei com um militar paraquedista, e fiz questão que o enlace ocorresse na igreja de Nossa Senhora  do Carmo, em Luanda, onde  ia rezar pelos "meus  doentes e pelos meus feridos", quando era "alferes enfermeira paraquedista".

Terminada a guerra do Ultramar, e sendo os meus filhos já adultos e independentes, imbuída do espírito altruista e de missão que criara nas Tropas Paraquedistas,  decidi abraçar  o voluntariado, fazendo missões humanitárias integradas em várias ONG...

Estive no meio de várias guerras: no Iraque,  durante a guerra do Golfo; depois na Guiné (Boé) e em Angola no tempo da guerra civil, e em Timor e Moçambique.

Em todas estas missões passei frequentemente por situações de grande risco e tive de assumnir  pesadas responsabilidades. Mas sempre  me saí muito bem... Consegui lidar com essas situações pondo  em prática o que tinha aprendido e vivido na Força Aérea como enfermeira paraquedista em África,

E assim decorreu uma vida - a minha vida... Hoje, quando a recordo, posso afirmar que tenho muito orgulho do meu passado.

Ercília

Excerto de: "Nós, as enfermeiras paraquedistas" (ed. lit., Rosa Serra), 2ª ed.  (Porto, Fronteira do Caos Editores, 2014), pp. 393/394. (**)

(Revisão / fixação de texto: LG)

_____________________

Notas do editor LG:

(*) Vd. poste de 2 de agosto de 2025 > Guiné 61/74 - P27079: (De)Caras (237): Ercília Ribeiro Pedro, ex-enfermeira paraquedista, do 2º curso (1962), reconhecida pela Maria Arminda em foto de grupo, tirada no Brasil, em 2012, e pertença do álbum do cor art ref Morais da Silva

segunda-feira, 12 de maio de 2025

Guiné 61/74 - P26792: Nunca Tantos Deveram Tanto a Tão Poucas (11): Três fotos para a história... O pequeno/ grande passo das seis Marias (1º Curso de Enfermeiras Paraquedistas, Tancos, 6 de julho-8 de agosto de 1961)


Foto nº 1 


Foto nº 2


Foto nº 3

Foto (e legenda): © Maria Arminda Santos (2025). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné].


Maria Atminda Santos
 (n. 1937)

1. São três fotos para a História...Foi um grande passo para elas, as primeiras seis enfermeiras paraquedistas portuguesas, aprovadas (num total de 11 selecionadas) no 1º curso, em Tancos , de 6 de julho a 8 de agosto de 1961,
 e um pequeno passo para a  História das mulheres portuguesas do séc. XX  (Vd. poste anterior, P26790) (*).

Fotos e legendas fornecidas pela Maria Arminda Santos, tenente graduada enfermeira paraquedista reformada (deixou a carreira militar antes do 25 de Abril, ainda em 1970; nasceu em 1937, em Póvoa da Galega, Mafra; vive em Setúbal):



Maria Zulmira André Pereira
(1931-2010)

Foto nº 1 > "Zulmira com a Diretora da Escola de Enfermagem  das Irmãs Franciscanas Missionárias de Maria, Irmã Emaús"
 [A instituição que o Subsecretário de Estado da Aeronáutica, ten-cor Kaulza de Arriaga, escolheu para fazer a seleção das primeiras 11 candidatas ao 1º curso de enfermeiras- paraquedistas; esta foto com a Madre Superiora das Irmãs Franciscanas Missionárias de Maria foi tirada "antes do primeiro salto"; é uma fotografia soberba,  de antologia: a Irmã Emaús está incutir a coragem à sua "pupila", neste caso a Zulmira, infelizmente já falecida, em 2010].


Foto nº 2 >  "Vê-se que também estou eufórica" [A Arminda parecia-nos ser a segunda, e "a mais contida",  na foto da revista "Ilustração Portuguesa" (*), mas afinal é a terceira, a seguir à Ivone Reis].

Foto nº 3 >  "Enquanto se aguardava pela feitura das fardas, fomos em tipo estágio para a urgência do Hospital de São José e aí com as nossas fardas das respetivas Escolas. Todas iguais menos eu que fui a única da Escola de São Vicente de Paulo, atualmente integrada na Universidade Católica". 
[Se assim é, quanto a nós a Arminda  é a última da ponta direita.].

Não é possível saber a quem atribuir os créditos fotográficos. Podem ser fotos do SDFA - Serviço de Documentação da Força Aérea Portuguesa. Ou da imprensa da época. Pertencem ao álbum da  Maria Arminda, a quem agradecemos a gentileza. Foram reeditadas por nós. (LG)
_____________

Nota do editor LG:


10 de maio de 2025 > Guiné 61/74 - P26787: Nunca Tantos Deveram Tanto a Tão Poucas (10): Quando a "última" foi a "primeira"... A cap enf pqdt Maria de Lurdes Lobão, que fez história: em 16 de março de 1990, foi a primeira mulher a fazer de oficial de dia num estabelecimento militar, a Escola de Serviço de Saúde Militar (ESSM)

29 de abril de 2025 > Guiné 61/74 - P26742: Nunca Tantos Deveram Tanto a Tão Poucas (9): Giselda Pessoa: foi o CTIG (1972/74) que a marcou para o resto da vida

26 de março de 2025 > Guiné 61/74 - P26618: Nunca Tantos Deveram Tanto a Tão Poucas (8): Grande coragem, sangue frio, inteligência emocional, autocontrolo, empatia, serenidade, a da Rosa Exposto!

13 de março de 2025 > Guiné 61/74 - P26578: Nunca tantos Deveram Tanto a Tão Poucas (7): Cristina Silva, ten grad enf pqdt, a única das 46 que foi ferida em combate

12 de março de 2025 > Guiné 61/74 - P26575: Nunca Tantos Deveram Tanto a Tão Poucas (6): Homenagem às enfermeiras paraquedistas em livro recente sobre a "História da Enfermagem em Portugal"... Por sua vez, reproduzimos excerto de um depoimento de Aura Teles sobre a morte da fur grad enfermeira pqdt Maria Celeste Ferreira da Costa (Tarouca, 1945 - Bissalanca, 1973)

15 de fevereiro de 2025 > Guiné 61/74 - P26497: Nunca Tantos Deveram Tanto a Tão Poucas (5): Em Mueda, no planalto dos Macondes, num dos piores cenários da guerra em Moçambique - Parte I (enf pqdt Maria de Lourdes Gomes)

7 de fevereiro de 2025 > Guiné 61/74 - P26470: Nunca Tantos Deveram Tanto a Tão Poucas (4): "Meu amor, se depender de mim não morres aqui"... Palavras que me ficaram para a vida (Carlos Parente, natural de Viana do Castelo, ex-sold at inf, CCAÇ 1787)

domingo, 11 de maio de 2025

Guiné 61/74 - P26790: Nunca Tantos Deveram Tanto a Tão Poucas (11): Enfermeiras & paraquedistas!... Que desaforo, terão pensado os "velhos do Restelo" do "Estado Velho", em 8 de agosto de 1961...











Ilustração Portuguesa, nº 1021, Ano 55, 29 de setembro de 1961. (Diretor: Guilherme Pereira da Rosa; propriedade da Sociedade Nacional de Tipografia). Preço: 1$00. Cortesia de Hemeroteca Digital / Câmara Municipal de Lisboa


1.  Foi um acontecimento social, militar, político e até religioso, que deu direito a títulos de caixa alta na imprensa portuguesa da época. 

O então Secretário de Estado da Aeronáutica, o ten-cor eng Kaúlza de Arriaga,  tinha conseguido a competente e devida autorização de Salazar para criar o Quadro de Enfermeiras Paraquedistas integrado no pessoal da Força Aérea, equiparado a militar.  A guerra em Angola (1961) a isso obrigava...

Recrutadas nos hospitais civis, as candidatas a enfermeiras paraquedistas deviam cumprir os seguintes requisitos: 

(i) nacionalidade portuguesa;
(ii) idade entre os 19 e os 30 anos;
(iii) curso de auxiliar de enfermagem ou curso geral de enfermagem;
(iv) solteiras ou viúvas sem filhos;
(v) sem cadastro;
(vi) com boa formação moral.

Mas em nenhum diploma legal desse tempo se fala em "enfermeiras paraquedistas"!... O que não deixa de ser curioso...

Alargou-se o quadro de pessoal de  tropas paraquedistas  (batalhão, criado em 1955, mais tarde regimento), para elas poderem caber em 1961, mas só se fala em "enfermeiros" (sic)... quando a profissão era (e continua a ser) maioritariamente  feminina (vd. Decreto-Lei nº 42073, de 31/12/1958, Dec-Lei nº 42792, de 31/12/1959, e  Dec-Lei nº43663. de 5/6/1961;  Portaria n.° 18462., de 5/5/1961.

Assim, o
 Dec-Lei nº43663. de 5/6/1961, vem definir quem era o "pessoal equiparado a militar pára-quedista":

  • 1 major ou capitão graduado médico
  • 2 capitães ou subalternos graduados médicos
  • 1 capitão graduado médico veterinário
  • 1 subalterno graduado médico veterinário
  • 1 tenente graduado enfermeiro
  • 5 alferes graduados enfermeiros
  • 5 sargentos graduados enfermeiros.

Não se percebe por que razão é que na altura não se abriram as portas do batalhão de caçadores paraquedistas também às mulheres médicas, mas tão só às  enfermeiras... 

A  primeira seleção foi feita pela Escola das Franciscanas Missionárias de Maria (criada em 1950, hoje Escola Superior de Enfermagem São Francisco das Misericórdias), em Lisboa.  Era então diretora (e professora), a irmã Emaús, a madre superiora da congregação em Portugal.

Pode-se dizer que foram escolhidas a dedo as primeiras 11 candidatas (ou "convidadas"),  as quais frequentaram depois o 1º curso de enfermeiras-paraquedistas, a convite da FAP.  Só chegaram ao fim e receberam o brevet (ou brevê)  e a boina verde seis delas, ultrapassadas as provas de aptidão, médicas, psicotécnicas, físicas e militares. Ficaram conhecidas como as "seis Marias", graduadas em alferes  (e uma em sargento) (vd. aqui vídeo da RTP Ensina, de 2009):

  • Ivone  (†)
  • Arminda
  • Nazaré (†)
  • Lourdes ("Lurdinhas") (graduada em sargento)
  • Céu (Policarpo)
  • Zulmira  (†)

O 1º curso de enfermeiras paraquedistas iniciou-se em 6 de julho de 1961, em Tancos, no Regimento de Caçadores Paraquedistas, e terminou a 8 de agosto, com a imposição do brevê e da boina verde (a cinco das seis: a Maria da Nazaré, por se ter magoado num salto, só terminaria o curso uma semana depois).

As fotos que publicamos acima  são da cerimónia do dia 8 de agosto de 1961. As mulheres portuguesas estavam a fazer história nesse dia!... Os jornais da época deram larga cobertura ao acontecimento, alguns ainda elevados de preconceitos ( para não falar em misoginia, estupidez, ignorância ou sensacionalismo,  como chamar-lhe "monjas do ar"):

  • Monjas do ar: cinco  jovens enfermeiras conquistaram ontem em Tancos o "brevet" de pára-quedistas" (Diário de Notícias, 9 de agosto de 1961);
  • As primeiras mulheres pára-quedistas portuguesas (O Século, 9 de agosto de 1961);
  • Enfermeiras pára-quedistas lançadas em Tancos receberam o "brevet" e vão seguir para Angola (Diário de Lisboa, 8 de agosto de 1961)


A revista Ilustração Portuguesa, propriedade da empresa que publicava O Século. escolheu este acontecimento para a capa edição nº 1021 (em 1961 só se publicaram dois números, este, e o nº 1020, de 29 março; a revista era semanal, I e II Séries, de 1903 a 1930; depois passou a editar 2 números por ano,  de 1931 a 1980, para garantia legal do título).

PS -  A Maria Arminda seria a terceira de quatro, a contar da esquerda, na foto de topo (inicialmente parecia-nos a segunda)... Ora a  segunda é a  Maria Ivone Reis, já falecida. Da quarta, no lado direito, não se vê a cara. Legendagem com a ajuda da Maria Arminda,  a decana das enfermeiras-paraquedistas e que honra a Tabanca Grande com a sua afável presença e ativa colaboração.

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Nota do editor:

Último poste da série > 10 de maio de 2025 > Guiné 61/74 - P26787: Nunca Tantos Deveram Tanto a Tão Poucas (10): Quando a "última" foi a "primeira"... A cap enf pqdt Maria de Lurdes Lobão, que fez história: em 16 de março de 1990, foi a primeira mulher a fazer de oficial de dia num estabelecimento militar, a Escola de Serviço de Saúde Militar (ESSM)

sábado, 10 de maio de 2025

Guiné 61/74 - P26787: Nunca Tantos Deveram Tanto a Tão Poucas (10): Quando a "última" foi a "primeira"... A cap enf pqdt Maria de Lurdes Lobão, que fez história: em 16 de março de 1990, foi a primeira mulher a fazer de oficial de dia num estabelecimento militar, a Escola de Serviço de Saúde Militar (ESSM)

 



Cap enf pqdt Maria Lurdes Lobão, do último (9º) curso (1974).
(Cortesia de Fernando Miranda). Edição: LG (2025)


1. Foi a última das 46 enfermeiras paraquedistas. É do 9º (e último) curso (julho de 1974), que só formou uma, ela própria... Já não chegou a ir ao ultramar... Mas ficou na FAP... E em 1990 estava na Escola de Serviços de Saúde Militar (ESSM), com o posto de capitão. 

Conta aqui um episódio que pode parecer "anedótico", mas que a fez entrar, pelo menos,  na história da vida militar e quiçá na história da mulher portuguesa : terá sido a primeira mulher a fazer o serviço de oficial de dia, em 16 de março de 1990, dezasseis anos depois do 25 de Aril de 1974!

É natural de Vila Real, transmontana, portanto. Vive em Lisboa. Tem página no Facebook (Maria Lurdes Lobão).


Foto da página do Facebook da Maria Lurdes Lobão (Com a devida vénia...),
 Edição:  LG (2025)

A criação do corpo de enfermeiras paraquedistas remonta a 1 de junho 1961 (início do 1º curso, onde ingressou, entre outras, a nossa grã-tabanqueira Maria Arminda Santos, hoje tenente, reformada). 

Fizeram-se 9 cursos e formaram-se 46 enfermeiras paraquedistas. Tal como os capelães, eram graduadas (em sargentos ou alferes, conforme as qualificações profissionais de origem: Curso de Auxiliar de Enfermagem e Curso Geral de Enfermagem, respetivamente). Elas são as pioneiras. O ingresso nas mulheres nas Forças Armadas Portugueses, através do serviço militar voluntário, vai ser um processo lento. A Força Aérea foi o primeiro ramo a admitir mulheres, em 1988, através da criação de vagas para mulheres no serviço militar voluntário. O Exército e a Marinha seguiram-se em 1992.



Excerto de:
"Nós, enfermeiras paraquedistas", 2ª ed., org. Rosa Serra, prefácio do Prof. Adriano Moreira (Porto: Fronteira do Caos, 2014), pãg, 437  (com a devida vénia)






Excerto de:
"Nós, enfermeiras paraquedistas", 2ª ed., org. Rosa Serra, prefácio do Prof. Adriano Moreira (Porto: Fronteira do Caos, 2014), pp. 340/341  (com a devida vénia)




2. Perguntámos à IA: 

"É verdade que a Capitão Enfermeira Paraquedista Maria de Lurdes (ou Lourdes)  Lobão foi a primeira mulher a exercer funções de oficial de dia num estabelecimento militar, neste caso, na  então Escola de Serviços de Saúde Militar (ESSM), em Lisboa, no dia 16 de março de 1990 ?"

O nosso "Big Brother", que  tem a mania que sabe tudo (ou somos nós que lhe atribuímos ingenuamente a omnisciência...), não conseguiu responder a essa pergunta concreta. Tanta a Gemini IA / Google como a Perplexiti IA e o ChatGPT disseram-nos mais ou menos isto:;

(i) com base nos resultados de pesquisa fornecidos, não há confirmação documental ou referência explícita que comprove que a Capitão Enfermeira Paraquedista Maria de Lurdes (ou Lourdes)  Lobão foi a primeira mulher a exercer funções de oficial de dia na então Escola de Serviços de Saúde Militar (ESSM), em Lisboa, no dia 16 de março de 1990;

(ii) os resultados consultados abordam genericamente a presença e o papel pioneiro das enfermeiras paraquedistas nas Forças Armadas Portuguesas, destacando que desde 1961 algumas mulheres ocuparam funções militares, especialmente na área da saúde militar e como paraquedistas;

(iii) todavia, não foi identificado nenhum documento ou referência específica ao feito mencionado, nem ao nome de Maria de Lourdes (ou Lourdes)  Lobão associado a essa função ou data em particular.

Portanto, com a informação disponível, não é possível confirmar a veracidade da afirmação sobre Maria de Lurdes (ou Lourdes) Lobão e o seu papel pioneiro na ESSM em 16 de março de 1990. Caso existam fontes adicionais ou documentação interna das Forças Armadas, estas não foram localizadas nos resultados apresentados.

3. Comentário do editor LG: 

Não pudemos explorar o "Diário de Lisboa", disponível "on line", porquanto faltam dois  números da coleção (posteriores à data em causa, 16 de março de 1990, logo por azar  os dos dias 17 e 18; o jornal. de resto, será extinto nesse ano, a última edição foi a de 30 de novembro de 1990; começou a publicar-se em 1921.

Achamos, todavia,  que o depoimento da nossa camarada Maria Lurdes Lobão é fidedigno e consistente. E ninguém lhe tira dos louros desse dia (histórico) para as mulheres portuguesas que só ao fim de muitos séculos é que começavam a entrar no "androceu" (por analogia com o "gineceu", a parte da casa reservada às mulheres na Grécia antiga...).  

É, além disso, e sobretudo,  uma história bem humorada e bem contada. Parabéns, Lurdes Lobão, saúde e longa vida!... LG
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terça-feira, 29 de abril de 2025

Guiné 61/74 - P26742: Nunca Tantos Deveram Tanto a Tão Poucas (9): Giselda Pessoa: foi o CTIG (1972/74) que a marcou para o resto da vida


Lisboa > Belém > Monumento aos Combatentes do Ultramar > 10 de junho de 2019 > A única camarada que encontrei, a Giselda Pessoa, enfermeira paraquedista, sempre jovial e sempre uma grande senhora, afável, sociável, camarada do seu camarada... Já mais para o fim encontrei o Miguel Pessoa... É um casal amoroso e separável  quer nos convívios da Tabanca do Centro quer nos Encontros Nacionais da Tabanca Grande (infelizmente interrompidos com a pandemia, a partir de 2020).


Foto(e legenda): © Luís Graça (2019). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. A Giselda (Antunes, de solteira, Pessoa, de casada com o nosso Miguel) faz hoje anos: 78 (minguém lhos dá, é uma transmontana de rija têmpera) (*)... Foi, além disso, a primeira das antigas enfermeiras paraquedistas a  dar a cara no nosso blogue: integra a Tabanca Grande desde 20/2/2009... Merece hoje, seguramente, mais "tempo de anterna" (**).

Sobre a Giselda Antunes Pessoa sabemos o seguinte (***):

(i) nasceu em 29 de abril de 1947, na terra do grande poeta Miguel Torga  (1907-1985), São Martinho de Anta, Sabrosa, distrito de Vila Real ( de Sabrosa também é o grande navegador Fernão de Magalhães,1480-1521);

(ii) fez o curso de enfermagem na Escola de Enfermagem do Hospital de S. João, no Porto, em 1966 (e por lá continuou em 1968, como enfermeira, tendo sido logo colocada no Serviço de Urgência do S.João, "onde se trabalhava muito mas também se aprendia mais, e depressa");

(iii) tinha uma irmã, Antonieta,  que já era enfermeira paraquedista, que leh dava notícias de Áfruca;: fez o 7º curso de enfermeira paraquedista, na Base de Tancos,  entre agosto e outubro de 1970;

(iv) esteve uns meses em Lisboa, sendo depois colocada no Direção do Serviço de Saúde em Lourenço Marques; fazia evacuações daqui e da Beira; considera este tempo como tendo sido de férias;

(v) "deve dizer-se que em Lourenço Marques ainda se sentia menos a guerra do que em Lisboa e que este período não foi representativo para a minha formação militar, desgostando-me mesmo certos comportamentos que pude observar localmente, quer em alguma da população branca, quer em alguns militares mais acomodados a uma vida fácil e pouco arriscada" (***);

(vi)  a Guiné, sim, é que  a marcou para o resto da vida:  "... chegou evacuar na Guiné um ferido do PAIGC que falava francês e evacuou o piloto Miguel Pessoa, abatido por um míssil Strela. Depois casou com ele";

(vii) como gostamos de aqui dizer, a "Giselda e o Miguel são o casal mais 'strelado' do mundo";

(viii) a Guiné era o território preferido de muitas enfermeiras: guerra a sério foi na Guiné, uma escola também de "grande solidariedade", como recorda a Giselda (***): 

"Foi (...)  com alguma expectativa que no início de 1972 me mudei, "com armas e bagagens", para a província da Guiné. Aí, finalmente, respirava-se um ambiente muito mais operacional, onde a solidariedade e a camaradagem eram bem visíveis e o trabalho puxado nos fazia sentir mais realizadas.

O contacto diário com as tripulações, as deslocações aos aquartelamentos perdidos no meio do mato, a sensação de se fazer algo de útil por quem precisava, deixaram-me até hoje recordações que dificilmente desaparecerão.

Ao longo dos anos têm surgido, aqui e ali, manifestações de carinho por parte de militares que socorri num momento extremamente delicado da sua vida e que se recordam ainda da enfermeira que os acompanhou e tentou minorar o seu sofrimento. São situações como essas, assim como o convívio que tenho tentado manter com pessoal que passou pelo mesmo no território da Guiné - pára-quedistas, pilotos e pessoal Especialista da Força Aérea, militares do Exército e da Marinha - que me fazem pensar que valeram bem a pena os anos que dediquei à Força Aérea como enfermeira paraquedista".

Fonte: Adapt. também de Enfermeiras Pára-Quedistas: Boina Verde e dedicação. In: José Freire Antunes: A Guerra de África, 1961-1974, Vol II. Lisboa: Círculo de Leitores. 1995. 663-684.




In: "Nós, enfermeiras paraquedistas", 2ª ed., org. Rosa Serra, prefácio do Prof. Adriano Moreira (Porto: Fronteira do Caos, 2014), pág. 431 (com a devida vénia).

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Notas do editor LG:


(*) Vd. poste de 29 de abril de 2025 > Guiné 61/74 - P26740: Parabéns a você (2370): Giselda Pessoa, ex-Sargento Grad Enfermeira Paraquedista da BA 12 (Bissau, 1972/74)

quarta-feira, 26 de março de 2025

Guiné 61/74 - P26618: Nunca Tantos Deveram Tanto a Tão Poucas (8): Grande coragem, sangue frio, inteligência emocional, autocontrolo, empatia, serenidade, a da Rosa Exposto!..


As enfermeiras paraquedistas, da esquerda para a direita, Maria Rosa Exposto  (*) e Maria La Salette. Imagem obtida a partir de foto de grupo, da autoria de Fernando Miranda (trabalhou no Hospital da Força Aérea e tem o melhor álbum fotográfico sobre as enfermeiras paraquedistas). O Fernando Miranda é membro da União Portuguesa dos Paraquedistas (grupo público no Facebook, entretanto suspenso desde 16/1/2023). 


Edição do Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (2025), com a devida vénia..


 
1. Os riscos que corriam as nossas enfermeiras paraquedistas não eram poucos nem pequenos.  Riscos para a sua saúde e segurança no palco de guerra... Riscos físicos e psicológicos (e, em menor grau, químicos e biológicos, já que lidavam com sangue, derivados do sangue e produtos de primeiros socorros usados a bordo)...  Riscos não só por andarem de avião, de serem atingidas pelo fogo do IN ou de sofrerem um acidente em terra ou no ar, como sobretudo devido à  exposição a situações de grande stress, durante as evacuações de doentes e de feridos graves,  tendo que saber lidar com a vida e a morte, a dor e o sofrimento, a violência e o descontrolo emocional dos evacuados,  etc.

Este relato da Maria Exposto, transmontana de Bragança, ex-alf grad enf pqdt, do 4º Curso (1964), é bem revelador das situações mais insólitas e imprevistas que podiam ocorrer... Era preciso muita coragem, sangue frio, inteligência emocional, autocontrolo, empatia, serenidade ...

 Grande mulher e grande profissional, a Rosa Exposto,  que soube salvar uma vida ou mais do que uma... na situação a seguir descrita.

Este caso devia fazer parte da "casoteca" das nossas escolas que formam profissionais que têm de lidar com distúrbios emocionais, crises e outros conflitos podendo pôr a risco a vida do próprio e de terceiros: polícias, militares, bombeiros, médicos, enfermeiros, psicólogos, etc.

A situação descrita (um distúrbio emocional, ou "transtorno de ansiedade",   frequente e muitas vezes associado ao álcool nos quartéis do mato)  podia ter redundado em tragédia como aconteceu noutros sítios. É pena não podermos identificar o local e a subunidade. 

A Rosa  diz-nos apenas que foi "algures na Guiné",  e o quartel  (talvez provavelmente um destacamento) era tão pequeno que nem tinha um pista de aterragem para uma avioneta, nem talvez sequer um heliporto. (**)

No fim "tudo acabou em bem", mas ela confessa, com toda a humildade, que sentiu muito medo e suores frios quando se apercebeu do que estava em jogo... Um homem perturbado e com uma arma na mão é sempre imprevisível...



Fonte: Excerto de "IX. Os riscos que corríamos". In: "Nós, enfermeiras paraquedistas", 2ª ed., org. Rosa Serra, prefácio do Prof. Adriano Moreira (Porto: Fronteira do Caos, 2014), pp.  302-302 (com a devida vénia).

(Seleção, digitalização, edição da foto, título do poste: LG)


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Notas do editor:

(*) Vd. postes de:

25 de março de 2025 > Guiné 61/74 - P26614: Desaparecido do nosso radar (3): Maria Rosa Exposto, ex-alf grad enfermeira paraquedista, do 4º curso (1964)... Tudo indica que tenha ficado, como enfermeira civil, na FAP.

15 de janeiro de 2025 > Guiné 61/74 - P26392: Nunca Tantos Deveram Tanto a Tão Poucas (2): O que é feito de ti, Maria Rosa Exposto ?... "Nunca vos esqueci nem esquecerei", escreveu ela em depoimento para o livro "Nós, Enfermeiras Paraquedistas", 2ª ed., 2014, pág. 403)

(**) Último poste série > 13 de março de 2025 > Guiné 61/74 - P26578: Nunca tantos Deveram Tanto a Tão Poucas (7): Cristina Silva, ten grad enf pqdt, a única das 46 que foi ferida em combate

quinta-feira, 13 de março de 2025

Guiné 61/74 - P26578: Nunca tantos Deveram Tanto a Tão Poucas (7): Cristina Silva, ten grad enf pqdt, a única das 46 que foi ferida em combate

Lisboa > 8º Festival Internacional do Cinema Independente > Culturgest > 13 de Maio de 2011 > Estreia do filme Quem Vai à Guerra (Portugal, 2011), de Marta Pessoa > No hall do Grande Auditório, a realizadora, Marta Pessoa, e a uma das participantes, a ex-enfermeira paraquedista, tenente graduada, Cristina Silva, ferida em combate em Moçambique.

 Foto (e legenda): © Luís Graça (2011). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné].


1. A Maria Cristina Silva, tenente graduada enfermeira pqdt, foi a única, das 46 que prestaram serviço na guerra do ultramar / guerra colonial, que foi ferida em combate (em 1973, durante uma evacuação, no TO de Moçambique, na região de Mueda, alvejada com um tiro na cabeça que, felizmente, não foi fatal) (*). 

É uma história de guerra que, apesar de tudo, tem um feliz como ela já cá nos contou, quer no filme de Marta Pessoa, "Quem Vai à Guerra" (Portugal, 2011), quer no depoimento para o livro "Nós, as Enfermeiras" (coord ed. Rosa Serra, Porto, Fronteira do Caos, 2014).

Vale a pena dar a conhecer, para um público mais vasto, esse testemunho na 1ª pessoa. Ainda hoje ela guarda a bala que os médicos lhe extrairam da cabeça. Aliás, mostrou-o no filme. É agora um talismã. 

O cartaz do filme reproduz uma das fotos do seu ãlbum.





Quem Vai à Gerra (Portugal, 2011) > Ficha Técnica: Realização > Marta Pessoa
| Direcção de Fotografia > Inês Carvalho | Cenografia > Rui Francisco | Montagem > Rita Palma | Direcção de Som > Paulo Abelho, João Eleutério e Rodolfo Correia | Maquilhagem > | Eva Silva Graça | Marketing e Comunicação > Fátima Santos Filipe | Direcção de Produção > Jacinta Barros | Produtor > Rui Simões | Produção > Real Ficção



Moçambique > c. 1973 > Cristina Silva > A única enfermeira paraquedista que foi ferida em combate...



Foto (e legenda): Marta Pessoa / Quem Vai à Guerra (Facebook) (2011) (Reproduzido com a devida vénia)... Legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné










Excerto de "Nós, enfermeiras paraquedistas", 2ª ed., org. Rosa Serra, prefácio do Prof. Adriano Moreira (Porto: Fronteira do Caos, 2014), pp. 289-2901 (com a devida vénia). 
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Nota do editor:

(*) Último poste da série >  12 de março de 2025 > Guiné 61/74 - P26575: Nunca Tantos Deveram Tanto a Tão Poucas (6): Homenagem às enfermeiras paraquedistas em livro recente sobre a "História da Enfermagem em Portugal"... Por sua vez, reproduzimos excerto de um depoimento de Aura Teles sobre a morte da fur grad enfermeira pqdt Maria Celeste Ferreira da Costa (Tarouca, 1945 - Bissalanca, 1973)