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segunda-feira, 12 de maio de 2025

Guiné 61/74 - P26792: Nunca Tantos Deveram Tanto a Tão Poucas (11): Três fotos para a história... O pequeno/ grande passo das seis Marias (1º Curso de Enfermeiras Paraquedistas, Tancos, 6 de julho-8 de agosto de 1961)


Foto nº 1 


Foto nº 2


Foto nº 3

Foto (e legenda): © Maria Arminda Santos (2025). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné].


Maria Atminda Santos
 (n. 1937)

1. São três fotos para a História...Foi um grande passo para elas, as primeiras seis enfermeiras paraquedistas portuguesas, aprovadas (num total de 11 selecionadas) no 1º curso, em Tancos , de 6 de julho a 8 de agosto de 1961,
 e um pequeno passo para a  História das mulheres portuguesas do séc. XX  (Vd. poste anterior, P26790) (*).

Fotos e legendas fornecidas pela Maria Arminda Santos, tenente graduada enfermeira paraquedista reformada (deixou a carreira militar antes do 25 de Abril, ainda em 1970; nasceu em 1937, em Póvoa da Galega, Mafra; vive em Setúbal):



Maria Zulmira André Pereira
(1931-2010)

Foto nº 1 > "Zulmira com a Diretora da Escola de Enfermagem  das Irmãs Franciscanas Missionárias de Maria, Irmã Emaús"
 [A instituição que o Subsecretário de Estado da Aeronáutica, ten-cor Kaulza de Arriaga, escolheu para fazer a seleção das primeiras 11 candidatas ao 1º curso de enfermeiras- paraquedistas; esta foto com a Madre Superiora das Irmãs Franciscanas Missionárias de Maria foi tirada "antes do primeiro salto"; é uma fotografia soberba,  de antologia: a Irmã Emaús está incutir a coragem à sua "pupila", neste caso a Zulmira, infelizmente já falecida, em 2010].


Foto nº 2 >  "Vê-se que também estou eufórica" [A Arminda parecia-nos ser a segunda, e "a mais contida",  na foto da revista "Ilustração Portuguesa" (*), mas afinal é a terceira, a seguir à Ivone Reis].

Foto nº 3 >  "Enquanto se aguardava pela feitura das fardas, fomos em tipo estágio para a urgência do Hospital de São José e aí com as nossas fardas das respetivas Escolas. Todas iguais menos eu que fui a única da Escola de São Vicente de Paulo, atualmente integrada na Universidade Católica". 
[Se assim é, quanto a nós a Arminda  é a última da ponta direita.].

Não é possível saber a quem atribuir os créditos fotográficos. Podem ser fotos do SDFA - Serviço de Documentação da Força Aérea Portuguesa. Ou da imprensa da época. Pertencem ao álbum da  Maria Arminda, a quem agradecemos a gentileza. Foram reeditadas por nós. (LG)
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Nota do editor LG:


10 de maio de 2025 > Guiné 61/74 - P26787: Nunca Tantos Deveram Tanto a Tão Poucas (10): Quando a "última" foi a "primeira"... A cap enf pqdt Maria de Lurdes Lobão, que fez história: em 16 de março de 1990, foi a primeira mulher a fazer de oficial de dia num estabelecimento militar, a Escola de Serviço de Saúde Militar (ESSM)

29 de abril de 2025 > Guiné 61/74 - P26742: Nunca Tantos Deveram Tanto a Tão Poucas (9): Giselda Pessoa: foi o CTIG (1972/74) que a marcou para o resto da vida

26 de março de 2025 > Guiné 61/74 - P26618: Nunca Tantos Deveram Tanto a Tão Poucas (8): Grande coragem, sangue frio, inteligência emocional, autocontrolo, empatia, serenidade, a da Rosa Exposto!

13 de março de 2025 > Guiné 61/74 - P26578: Nunca tantos Deveram Tanto a Tão Poucas (7): Cristina Silva, ten grad enf pqdt, a única das 46 que foi ferida em combate

12 de março de 2025 > Guiné 61/74 - P26575: Nunca Tantos Deveram Tanto a Tão Poucas (6): Homenagem às enfermeiras paraquedistas em livro recente sobre a "História da Enfermagem em Portugal"... Por sua vez, reproduzimos excerto de um depoimento de Aura Teles sobre a morte da fur grad enfermeira pqdt Maria Celeste Ferreira da Costa (Tarouca, 1945 - Bissalanca, 1973)

15 de fevereiro de 2025 > Guiné 61/74 - P26497: Nunca Tantos Deveram Tanto a Tão Poucas (5): Em Mueda, no planalto dos Macondes, num dos piores cenários da guerra em Moçambique - Parte I (enf pqdt Maria de Lourdes Gomes)

7 de fevereiro de 2025 > Guiné 61/74 - P26470: Nunca Tantos Deveram Tanto a Tão Poucas (4): "Meu amor, se depender de mim não morres aqui"... Palavras que me ficaram para a vida (Carlos Parente, natural de Viana do Castelo, ex-sold at inf, CCAÇ 1787)

6 comentários:

Tabanca Grande Luís Graça disse...

A legenda que corresponde à foto, nº 3 (acima, neste poste), e que vem também no livro "Nós, as Enfermneiras Paraquedistas" (ed. lit, Rosa Serra, 2014, pag. 46), parece-me estar errada, salvo melhor opinião:

"Antes do salto para o desconhecido. As seus enfermeiras aprovadas, entre onze convidadas. Todas elas Marias - As seis Marias, Ivone, Arminda, Nazaré, Lourdes, Céu e Zulmira (da esq. para a dir.)" (pág. 46).

Ora, segundo a Arminda, as cinco primeiras Marias eram da Escola de Enfermagem das Irmãs Franciscanas Missionárias de Maria, e ela era, a única, da Escola Enfermagem de São Vicente de Paulo... Tinham fardas diferentes... Na foto que a Arminda nos mandou (mas que tem pouca resolução), ela parece-me ser a última, a da ponta direita.

Tabanca Grande Luís Graça disse...

O que diz a Wikipedia sobre esta ordem religiosa, as Irmãs Franciscanas Missionárias de Maria>

(...) As Franciscanas Missionárias de Maria são um instituto ou ordem religiosa católica feminina fundada em 6 de Janeiro de 1877 por Hélène de Chappotin, que adoptaria o nome religioso de Maria da Paixão. O Instituto das Franciscanas Missionárias de Maria está consagrado à Missão Universal e é filiado na Ordem Franciscana.(...)

Em Março de 2010, este instituto religioso contava com cerca de 7000 irmãs professas distribuídas em 76 países dos cinco continentes. (...)

História
Hélène de Chappotin, uma fidalga bretã, tornou-se uma religiosa da Sociedade de Maria Reparadora a 15 de agosto de 1864 e adoptou o nome religioso de Maria da Paixão. No dia 9 de Julho de 1867, ela é nomeada superiora provincial das três comunidades do Madurai, na Índia. No dia 6 de janeiro de 1877, o Papa Pio IX autoriza o Vigário Apostólico de Coimbatore a fundar na sua diocese o Instituto das Missionárias de Maria. (...)

Tabanca Grande Luís Graça disse...

A Escola de Enfermagem das Franciscanas Missionárias de Maria (FMM), agora Escola Superior de Enfermagem São Francisco das Misericórdias, nasceu a 19 de Março de 1950 e era então designada de Acção Social Ultramarina das Franciscanas Missionárias de Maria. As religiosas que concluíam o Curso recebiam o Diploma de Preparação Missionária e de Especialização de Enfermagem Tropical. Este curso funcionou até ao ano de 1969.

As Irmãs preparadas com a formação de Enfermagem Tropical, quando regressadas à Metrópole, não podiam exercer a profissão de Enfermagem. Assim, a Madre Sta. Adozinha e a Madre Emaus, prevendo esta situação, prepararam e requereram a autorização ao Governo, para iniciarem outros Cursos de Enfermagem:

1953 – Inicia-se o Curso Geral de Enfermagem (terminou em 1991);
1952 – Inicia-se o Curso de Auxiliares de Enfermagem (funcionou até 1975)
1990 – Inicia-se o Curso Superior de Enfermagem que confere o grau de Bacharelato
1999 – Inicia-se o Curso de Licenciatura em Enfermagem que confere o grau de Licenciado

ÉPOCA DE MUDANÇA
A 23 de Dezembro de 1988, pelo Dec. Lei nº 480/88, o ensino de Enfermagem é integrado no sistema Educativo Nacional, e o curso passa a chamar-se Curso Superior de Enfermagem e as Escolas que o ministram, Escolas Superiores de Enfermagem. Naquela ocasião as Escolas do Estado foram imediatamente reconvertidas em Escolas Superiores de Enfermagem.

A nível da Província e do Instituto das Franciscanas Missionárias de Maria, parecia ser este o momento ideal para encerrar esta obra. Não tardou recebermos ecos de várias Instituições de saúde e outras, a manifestarem o seu pesar em relação ao encerramento da Escola, considerando uma grande perda, pelo seu papel importante como presença de Igreja num campo tão carenciado como a saúde.

Para continuar com o Ensino da Enfermagem, era necessário que a Escola fosse reconhecida como Escola Superior de Enfermagem, o que efectivamente aconteceu a 4 de Março de 1991, pela portaria nº 185/91 dos Srs. Ministros da Saúde e da Educação. (...)

https://academy.esesfm.pt/quem-somos-escola-enfermagem/

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Nesse dia, 8 de agosto de 1961, em Tancos as mulheres portuguesas estavam, de facto, a fazer história!... Os jornais da época deram larga cobertura ao acontecimento, com títrulos de caixa alta, alguns ainda elevados de preconceitos ( para não falar em misoginia, estupidez, ignorância ou sensacionalismo, como chamar-lhe "monjas do ar")...

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Quem já saltou de paraquedas, pode entender melhor a foto nº 1...Para a maior parte dos nossos camaradas que o fizeram pela primeira vez, não havia nenhuma "irmã Emaús" a ajudar a baixar o nível de adrenalina...

Tabanca Grande Luís Graça disse...

O meu Jaime Silva tem dúvidas sobre a legenda da foto nº 2... Diz que a segunda enf pqdt, da esquerda para a direita, não é a Ivone Reis, já falecida...Vou pedir à Arminda para confirmar...