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quarta-feira, 19 de abril de 2017

Guiné 61/74 - P17258: Pré-publicação: O livro de Mário Vicente [Mário Fitas], "Do Alentejo à Guiné: putos, gandulos e guerra" (2.ª versão, 2010, 99 pp.) - XX Parte: Cap XI - Como se Constrói uma Capela... ou o insólito encontro com o carismático capelão Monteiro Gama, do BCAV 490 (Binta e Farim, 1963/65)


Guiné > Região do Cacheu > Binta > O capelão Gama, na capela de Binta, ao tempo do BCAV 490 (1963/65) (*).  [Imagem:  capa do jornal  “Sempre em Frente”,  nº 2, edição do BCAV 490 & Companhias. Revista do arquivo pessoal do JERO].



Guiné > Região de Tombali  > Cufar > A capelão do "São Carlos", em Cufar 


Foto (e legenda): © Mário Fitas (2016). Todos os direitos reservados [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



Capa do livro (inédito) "Do Alentejo à Guiné: putos, gandulos e guerra", da autoria de Mário Vicente [Fitas Ralhete], mais conhecido por Mário Fitas, ex-fur mil inf op esp, CCAÇ 763, "Os Lassas", Cufar, 1965/67. Do mesmo autor já aqui publicámos, em 2008, em dez postes, o seu fascinante livro "Pami N Dondo, a guerrilheira", ed. de autor, Estoril, 2005, 112 pp.

Mário Fitas foi cofundador e é "homem grande" da Magnífica Tabanca da Linha, escritor, artesão, artista, além de nosso grã-tabanqueiro da primeira hora, alentejano de Vila Fernando, concelho de Elvas, reformado da TAP, pai de duas filhas e avô. Foto em baixo, à direita, Tabanca da Linha, Oitavos, Guincho, Cascais, março de 2016]

Do Alentejo à Guiné: putos, gandulos e guerra > XVIII Parte > Cap IX - Guerra 2 (pp. 62-66)


por Mário Vicente

Sinopse:

(i) faz a instrução militar em Tavira (CISMI) e Elvas (BC 8),

(ii) tira o curso de "ranger" em Lamego;

(iii) é mobilizado para a Guiné;

(iv) unidade mobilizadora: RI 1, Amadora, Oeiras. Companhia: CCÇ 763 ("Nobres na Paz e na Guerra");

(v) parte para Bissau no T/T Timor, em 11 de fevereiro de 1965, no Cais da Rocha Conde de Óbidos, em Lisboa.;

(vi) chegada a Bissau a 17:

(vii) partida para Cufar, no sul, na região de Tombali, em 2 de março de 1965;

(viii) experiência, inédita, com cães de guerra;

(ix) início da atividade, o primeiro prisioneiro;

(x) primeira grande operação: 15 de maio de 1965: conquista de Cufar Nalu (Op Razia):

(xi) a malta da CCAÇ 763 passa a ser conhecida por "Lassas", alcunha pejorativa dada pelo IN;

(xii) aos quatro meses a CCAÇ 763 é louvada pelo brigadeiro, comandante militar, pelo "ronco" da Op Saturno;

(xiii) chega a Cufar o "periquito" fur mil Reis, que é devidamente praxado;

(xiv) as primeiras minas, as operações Satan, Trovão e Vindima; recordações do avô materno;

(xv) "Vagabundo" passa a ser conhecido por "Mamadu"; primeira baixa mortal dos Lassas, o sold at inf Marinho: um T6 é atingido por fogo IN, na op Retormo, em setembro de 1965;

(xvi) a lavadeira Miriam, fula, uma das mulheres do srgt de milícias, quer fazer "conversa giro" com o "Vagabundo" e ter um filho dele;

(xvii) depois de umas férias  (... em Bissau), Mamadu regressa a Cufar e á atividade operacional: tem em Catió, um inesperado encontro com o carismático capelão Monteiro Gama...



Pré-publicação: O livro de Mário Vicente [Mário Fitas], "Do Alentejo à Guiné: putos, gandulos e guerra" (2.ª versão, 2010, 99 pp.) - XX Parte: Cap XI:  Como se constrói uma capela (pp. 66-69)


Seca Adegas, pilotando a Dornier, fez-se à pista como que fazendo a aproximação a um grande aeroporto. Suavemente a pequena aeronave DO foi tocando a pista de terra batida, do “Cufar Internacional Airport”. Cemitério de aviões, segundo o comandante da BA 12 em Bissalanca, com entendimento perfeito de causa.

Não seria só por razões mecânicas e de guerra que a pista de Cufar era muito visitada. Constava-se que o óptimo pão ali confeccionado e o bom acolhimento dado por aquele pessoal do mato, também contribuíam para as múltiplas escalas.

Carregada de correio, a avioneta imobilizou-se a uns vinte metros da improvisada porta de armas do aquartelamento de Cufar. Mas, para além do correio, também eram viajantes duas importantes aves que faziam o seu regresso de férias ao mato, os furriéis Carlos Costa e Mamadu, este último sem barbas, com ar evangélico, mais parecia um menino de coro.

Férias em Bissau, sem barbas!?...Por onde andaria este abutre? Com os seus escritos e poemas, cheira a bailaricos e convívios com malta do Liceu Honório Barreto. Bruxos! E não só!... O Tambinha e o Pintainho Teso que contem as histórias de Bissau com a Ju e a mulatinha caboverdeana loira, de olhos verdes.

Aves raras estas! Mas… até que as coisas com eles não funcionavam mal excepto quando à mente lhes vinham recordações das pseudo namoradas e cabeças ornamentadas. Quando isso acontecia, era mais seguro fugir para a mata de Cufar Nalu.

Mamadu desceu da avioneta e, pegando no seu saco, atirou-o para as costas e aos assobios e gritando à malta, desceu o caminho poeirento de terra vermelha, até entrar no edifício onde funcionava a messe de sargentos e também tinha o seu quarto. Ainda mal entrava, já clamava pelo seu impedido Amadu Baldé e pelo Lopez. Estava com sede e tinha saudades do copo de bambu.

No entanto, o regresso ao mato, por conseguinte à guerra, acaba ou começa com tudo! Quem somos nós para determinarmos as linhas que nos são traçadas?

Acontecimentos? Logo toma conhecimento dos últimos e dos primeiros. Infelizmente alguns já sabia. Não valia a pena mexer mais na merda. A emboscada e a morte do Indrissa na estrada de Catió, tudo soubera em Bissau, terra de muito saber, principalmente pelos heróis do papel cuja sabedoria e bélicos actos pelas mesas de restaurantes e bares vão verborreando.

- Estais errados! Meus amigos… a guerra?... é aqui! Sim… aqui no cu de Judas! Aqui no mato é que se canta a missa com três “cleros” como soi dizer-se na minha adorada Planície.

Ainda não tinha acabado de lamber o copo de bambu, e já tinha na frente o colega Ranger alferes Almeida, comandante do seu grupo de combate, alcunhado de “Cabeça de Andorinha” pelo ex-comando eborense Prata que nunca chegou a saber-se porque ali tinha ido parar.
-Conversa séria! - informa Almeida.
-Amanhã vamos a Catió, a nossa missão é fazer a segurança da coluna de reabastecimento e a tua secção vai na frente, o Chico Zé pica a estrada e vai o Prata com o pessoal do Tambinha que, como sabes, só regressa na próxima semana.
-Porra! É pá… vocês estavam à minha espera!
-Nem me é permitido saborear uma noite desta bela Cufar!
-Queres saborear Cufar ou a Miriam? - atirou, jocoso, Almeida.
-Está certo, vou falar com a minha malta e verificar como estão. Já tinha saudades deles.

O alferes voltou atrás e informou Mamadu:
-Cuidado! O teu pessoal tem alinhado constantemente no fado e julgo não estarem bem, mas amanhã levas reforço.

O furriel dirigiu-se ao abrigo dos Vagabundos. Grande alegria pelo regresso do chefe. Mas… as lamentações começaram logo por terem andado a alinhar nas operações e praticamente sempre na frente.
- Assim que o apanharam fora, tem sido uma maravilha, não falhamos uma! -saiu em uníssono das bocas dos militares.

Mamadu ficou triste, e não teve coragem para falar da saída no dia seguinte. À noite passaria novamente pelo abrigo e então falaria sobre o assunto, seria melhor contar algumas histórias de Bissau. Problemas da guerra, regresso do pagode, entrada imediata na escala. Que fazer? Resolver o problema! E assim os Vagabundos só à noite tiveram conhecimento daquela saída.

Madrugada! Artilhado à maneira, boina preta e lenço da mesma cor no pescoço, Mamadu regressa à guerra com os seus Vagabundos em primeiro escalão do grupo de combate. Na frente Amadu, soldado fula do recrutamento nativo, arranca pela picada ladeante da pista de aviação. Após a leve descida que dá acesso à entrada da mata de Cufar Nalu, o andamento começa a abrandar até parar. O preto Amadu não quer andar. O suor corre-lhe em bica, as mãos trémulas mal seguram a G3 e suplicante diz para o furriel:
-A mim não, “furiel”!

Estás fornicado Mamadu! O Amadu era talvez o soldado mais fraquinho dos homens do furriel. Depois da célebre renovação da secção, recebera três soldados do recrutamento local, mas este Amadu estava muito distante da prestação dos seus camaradas.

Mamadu conversa com os seus homens e todos recordam a emboscada da semana passada e mais um voluntário que deixara o vazio da sua presença. Ao furriel, mal ou bem, apenas resta ser rápido na resolução da situação.
-Certo, vocês não querem? Então vão seguir-me!

Mais um disparate! Colocando a G3 no ombro em jeito de cajado, começa a andar entrando no arbustivo túnel da mata que cobria a picada a uns duzentos metros do cruzamento do Cabaceira. Alguns passos dados, Orlando salta para a frente do furriel e diz:
-Não, à frente, como é que comanda isto? Vou eu para a frente e outro que me siga, o meu furriel tome o seu lugar. Nesta merda tanto se morre de pé como deitado. Vamos embora!

Homem valente!... Orlando vai para a frente, seguido do Fumaça. Mamadu toma a terceira posição como sempre, e os Vagabundos reencontram o moral.

A marcha continua com redobrados cuidados, não só pelo perigo de emboscada, mas para dar oportunidade à malta do Chico Zé verificar toda a raiz que picavam.

Sem problemas até Catió, Mamadu junta a sua malta na esplanada do Zé Siriano para com umas cervejas frescas comemorar o seu regresso.

Viaturas carregadas, há que almoçar e preparar o regresso a Cufar e que será de viatura até Priame, tabanca fula com alguns mandingas a dois quilómetros de Catió. Aqui uma pequena paragem para o Chico Zé dizer adeus à Fanta, bajuda mandinga, escultura de ébano, depois fazer o mesmo que de manhã em sentido inverso. Mas!... Há sempre um mas, na porra desta guerra. Seguia para Cufar um padre, não o do Batalhão, mas outro que ninguém sabia o porquê do seu passeio. Tudo normal, só que o Almeida, comandante do grupo de combate, se aproxima de Mamadu e lhe comunica:
-O padre que levamos para Cufar quer ir na frente, portanto vai contigo!
-Comigo!? Estás maluco! Nunca… andamos aqui a brincar ou quê? Então tu sabes os problemas que tive de manhã com a minha malta, pelo que aconteceu a semana passada, e queres que leve um homem sem armas, a servir de carne para canhão? Não… estou quase, mas ainda não estou louco. Porque é que o sacana do padre não vai sentadinho numa viatura? Almeida, desculpa lá, mas não me fodas mais os miolos!

Almeida compreende o problema, mas é peremptório:
-O padre faz questão de ir na frente!

O furriel fica com a mosca.
-Está bem!... Albarde-se o burro à vontade do dono, onde está o sacana? O gajo que venha para a frente!

Por este motivo, Mamadu tem de fazer uma redisposição na segurança da sua secção e não vá o diabo tecê-las, chama o Sesimbra e ordena-lhe:
-Vai um padre connosco, é teu, em qualquer situação não o podes abandonar, se houver merda preocupa-te apenas com o padre. Tens de protegê-lo nem que o metas debaixo de ti. Se me morre aqui o padre ou é ferido, é uma bronca do caraças!

Aparece o padre. Cabelo a branquear, homem pequeno e magrinho, cara um pouco enfezada pronunciando para além de certa idade os efeitos de uma dura vivência nesta linda, mas inóspita terra tropical. O que andará esta ave de arribação a fazer por estas paragens? Enquanto cogita, o furriel continua a observação da fisionomia e postura do padre. O homem apenas trazia um bornal pendurado do ombro esquerdo e na mão direita caída, rolava uma dezena. 


Mamadu fixou e regredindo, verificou ser perfeitamente igual à que existiria em casa de seus pais, recordação de quando era escuteiro e percorria caminhos da Igreja. Sacode a cabeça e, tentando afastar o passado,lastima interiormente.
-Droga para esta merda toda.  agora que teria de estar concentrado na porcaria da guerra, vem a anti-guerra!... Que porra de vida a minha, há que esquecer! Pessoal toca a andar olhos e ouvidos bem abertos.

É reatado o regresso com tudo a correr bem até à lala que dá acesso à leve subida para o Cabaceira, cruzamento de Camaiupa da estrada Catió-Cobumba, desviando para o aquartelamento de Cufar e tabancas de Cantone, Mato Farroba, Iusse e Impungueda. Almeida comandante do grupo de combate transmite pela rádio que há problemas com a carga de uma viatura, o material mal acomodado pelo que a coluna tem de parar.
-Fo…!

Ia sair, mas o furriel ficou a meio notando a presença do padre. Ali não poderia ser. Ajeita o rádio banana, e transmite com “Águia Dois”:
-Estou mesmo na baixa da lala, vou subir até ponto cruz e montar dispositivo. Escuto!?
-O.K., Vagabundo! Correcto! Vou informar outras terras!

Mamadu sobe com os seus homens e o padre até ao cruzamento de Camaiupa local altamente perigoso e sujeito a emboscadas. Todos os cuidados e sentidos são poucos para fazer a aproximação até chegar às posições. E o padre a martelar os miolos do desgraçado furriel. Sem problemas o pessoal é posicionado em emboscada, o Ferreira com a MG 42 é colocado no enfiamento da estrada de Cobumba,  ficando a seu lado o Amadu como remuniciador, Olindo com a bazuca fica no canto oposto, acompanhado do Maçarico de forma a ter ângulos mais disponíveis. O cabo Cigarra fica com mais três a cobrirem a ponta da mata de Cufar Nalu, Orlando, o Félix e o Fumaça avançam um pouco já na estrada de Cufar, o Sesimbra com o padre e dois soldados da milícia do João [Bakar Jaló]ficam entre estes dois grupos. A secção do Chico Zé que vinha picando a estrada, fica emboscada no capinzal.

Dispositivo montado, o furriel,  embora já conhecedor da mata e da estrada,  vai verificar em pormenor o posicionamento do grupo do padre. Aí olha bem para o homem que assim pequenino, lhe faz recordar seu avô. Com um ar malicioso e sorridente, o padre olha para Mamadu e diz-lhe baixinho:
-Comandante, vai uma cervejinha?

O furriel estupefacto olha firme para o padre e pensa:
- Este gajo está-me a gozar!?...Que é que esta espécie de ave rara quererá?

Surpresa!... O padre abre o bornal calmamente, e, retirando uma cerveja, tira-lhe a cápsula e oferece a Mamadu, fazendo o mesmo com o soldado Sesimbra.
-Porra!... Estamos nas bodas de Canaã da Galileia?

Em fim de tarde, com aquela pressão toda e o calor a sufocar, aquela cerveja era de morte, autêntica dádiva do céu. Abençoado padre!... Como passaste de chato para bem vindo!

Ordem de Águia dois para avançar.Reorganizada a coluna, o furriel aproximou-se do padre. Bom homem! Não pelas cervejas mas principalmente pelo entendimento da vida e até uma certa comunhão de ideias. Naqueles quatro quilómetros de andamento falaram de tudo um pouco. A guerra e todos os seus dramas, África a sua beleza encantos e misérias, do Papa João XXIII, dos tempos em que Mamadu tinha sido escuteiro e não ter sido missionário ou mesmo padre, quem sabe? Por causa de uma mulher. Que encanto de saber e cultura tinha aquele homem pequenino!...

O furriel ficou passado com a convivência com aquele homem, nos dias que passou no aquartelamento. Embora sabendo que no comando, principalmente às refeições as conversas, não eram as mais simpáticas para com o padre, pois a todo o momento se falava do Marquês de Pombal e dos Távoras, com pleno conhecimento da Companhia de Jesus a que o padre pertencia.

Mas algo de anormal aconteceu com a sua estadia naquele fim do mundo e que deu origem à construção da capela de Cufar.

O que foi!?... Não há entendimento humano para isso!

Quando o Padre pequenino, Homem Grande foi acompanhado à avioneta que o levaria a outras paragens, pelo próprio Carlos, Mamadu mais baralhado ficou quando o padre lhe segredou:
-Comandante, vão ter aqui uma capela!

Atónito o furriel questionou:
- Mas, padre, o que é isso de me chamar comandante e como aconteceu isto da capela?
- Comandante, é que o meu amigo é guerrilheiro, não “anti”! A Capela só Deus sabe!

O Padre partiu e todos nos sentimos mais pobres. Mamadu ficou boquiaberto quando Carlos mandou edificar a Capela e recordou Shakespeare: “Há mais mistérios entre o Céu e a Terra do que sonha a nossa vã filosofia”.

____________


(...) Convivi com o capelão do batalhão de infantaria, a que pertenci, o padre Gama. O primeiro nome já não o recordo. Tinha, na altura, o posto de tenente, o que me leva a pensar que terá pertencido, anteriormente, a outras unidades.

Era um homem bom. Chamavam-lhe 'pardal espantado'. A alcunha vinha-lhe do facto de passar os seu dias a correr de um lado para o outro, de destacamento para destacamento, de companhia para companhia, movido pelo desejo de a todos ajudar um pouco.

Muitas vezes era incompreendido, até indesejado por alguns, pois tinha coragem para denunciar
os abusos, quando os presenciava.

Era um homem desprendido dos bens materiais, e levava uma vida humilde. (...)


Vd. também postes de:

3 de setemebro de 2008 > Guiné 63/74 - P3164: Em busca de... (37): Capelão Gama, do BCAV 490 (Teresa de Seabra)

(...) Olá, estive em Farim em 1964-1965, onde meu Pai era o Administrador do Concelho e conheci muita gente do Batalhão 490..

Morando no Estoril, há 3 anos soube que o Tenente Coronel Cavaleiro se encontrava no Lar em Oeiras. Em 1966, em Lisboa, reencontrei-o e a várias pessoas daí, conhecendo as respectivas famílias. Mas perdi o rasto do padre Gama, capelão do Batalhão, quando foi para o Brasil, lá para 1974.

Já estive em Bissau a matar saudades - fui como Professora, que sou, e devo estar viva graças ao 'Nino' Vieira que me mandou regressar a Portugal à custa da Guiné-Bissau.

Deram-me 6 meses de vida, por causa de um vírus tropical apanhado em Bubaque, mas... já estive em Macau e por meio mundo e... cá estou eu.

Será que o Padre Gama ainda é vivo??? Estava muito doente, em 1974-5, no Brasil, depois de ido de Angola.(...)



(...) E chega o momento de desvendar quem era o Director «Constante», o Editor «Constâncio» e o Redactor «Constantino».

Foi o lendário Capelão Padre Monteiro da Gama que, atrevemo-nos a dizer, foi um dos grandes homens do seu tempo na Guiné.

Neste momento tão especial do nosso blogue aqui fica também a nossa humilde homenagem à sua memória.

Num tempo em que tanto se fala dos problemas da Imprensa e dos jornalistas e da promiscuidade e jogos interesses que “moram” junto do Poder, sabe-nos bem recordar pessoas como o Padre Gama! (...)