Guiné > Zona leste > Região de Bafatá > Setor L1 (Bambadinca) > CART 3494 (Xime e Mansambo, 1971/74) > População sob controlo do PAIGC, no subsetor do Xime, capturada no decurso da Acção Garlopa, em 19 de julho de 1972, num total de 10 elementos.
Seguramente que os suecos nunca puseram aqui os pés, nas "áreas libertadas" do Xime, na margem direita do rio Corubal...E lá não devia chegar a sua ajuda humanitária...
Foto (e legenda): © Sousa de Castro (2013). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]
Foto (e legenda): © Sousa de Castro (2013). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]
Guiné > Novembro de 197' > Possivelmente numa base do PAIGC, no sul, na região fronteiriça, ou mais provavelmente em território (mais seguro) da Guiné-Conacri > Visita de uma delegação escandinava às regiões libertadas >
Transporte de sacos de arroz em viaturas soviéticas. Segundo a inteligência militar portuguesa, o PAIGC dispunha, na Guiné-Conacri, de cerca de 40 camiões russos (havia dois modelos, o Gaz e o Gil) , que faziam o transporte dos abastecimentos de Conacri até a Kandiafara e, depois de queda de Guileje, em 22 de Maio de 1973, até mesmo para lá das fronteiras...
1. Comentário de Cherno Baldé, nosso colaborador permanente (vive em Bissau), ao poste P23609 (*):
De acordo com a propaganda do PAIGC (depois ampliada pelos seus aliados nórdicos...), "o grande celeiro do sul abastecia de arroz as populações sob controlo do PAIGC; os excedentes eram exportados, nomeadamente para a região norte. Havia uma rede de Armazéns do Povo que ia de Conacri até ao interior das regiões libertadas".
Essa rede, mal ou bem, funcionava e terá permitido o desenvolvimento de uma "economia de guerra" (sic), que muitos de nós, antigos combatentes portugueses, conhecia mal ou desconhecia de todo...O que muitos de nós, operacionais, sabemos, é que por sistema todo o arroz encontrado em áreas sob controlo do PAIGC era destruído. O mesmo acontecia com outros víveres, a começar pelas vacas, porcos, cabras, galinhas, etc.
Fonte: Nordic Africa Institute (NAI) / Foto: Knut Andreasson (com a devida vénia... e a competente autorização do NAI) (As fotografias tem numeração, mas não trazem legenda. Legendagem de LG).
Fonte: Nordic Africa Institute (NAI) / Foto: Knut Andreasson (com a devida vénia... e a competente autorização do NAI) (As fotografias tem numeração, mas não trazem legenda. Legendagem de LG).
1. Comentário de Cherno Baldé, nosso colaborador permanente (vive em Bissau), ao poste P23609 (*):
(...) Como em tudo que diz respeito ao PAIGC e a sua "gloriosa luta de libertação", os Armazéns do Povo não passou de mais um mito para Sueco ver.
(**) Último poste da série > 4 de dezembro de 2025 > Guiné 61/74 - P27493: S(C)em comentários (82): a filha da mãe da guerra que não desgruda... (Jaime Silva, ex-alf mil pqdt, BCP 21, Angola, 1970/72)
A rede que, aparentemente, funcionou durante a luta nas chamadas zonas libertadas, eram postos ou depósitos móveis para a distribuição das ajudas dos países Nórdicos, com especial destaque para a Suécia, que contribuía com ajuda humanitária.
Estou em crer que, embora a propaganda do partido fale do povo e da comercialização através da permuta, a realidade dos factos diz-nos que os principais destinatários seriam os guerrilheiros das barracas do interior que, como se sabe, tinham muitas dificuldades de abastecimento.
Caso os famosos Armazéns tivessem funcionado bem no mato em plena guerra, era suposto o sucesso ser maior nas condições do pós-guerra, mas na verdade, os vícios do consumo gratuito e da gestão danosa e irresponsável não permitiram o florescimento desta rede de comércio nacional que estava destinada para substituir o comércio das lojas das casas Gouveia e Ultramarina em toda a extensão do território.
Caso os famosos Armazéns tivessem funcionado bem no mato em plena guerra, era suposto o sucesso ser maior nas condições do pós-guerra, mas na verdade, os vícios do consumo gratuito e da gestão danosa e irresponsável não permitiram o florescimento desta rede de comércio nacional que estava destinada para substituir o comércio das lojas das casas Gouveia e Ultramarina em toda a extensão do território.
Quando ocorreu o golpe de 14 de Novembro de 1980, embora os Suecos ainda continuassem a fornecer auxilio "humanitário" já com algumas contrapartidas, na verdade, já não restava nada destes Armazéns para além de prateleiras vazias e, de tal maneira que o regime que surgiu do golpe de 'Nino' Vieira foi obrigado, para além de solicitar a ajuda do FMI, uma instituição do capitalismo outrora abominado, a proclamar a abertura ao comércio privado para que o país não morresse de fome.
De salientar que o Consulado do gen Spinola na Guiné tinha criado alguns hábitos de consumo, mormente, no meio da população urbana e não só, que os dirigentes do PAIGC queriam extirpar de raiz, o que criou uma situação de fome e um ambiente explosivo de mal-estar que acabou por desembocar na mudança do regime de Luís Cabral. (...) (**)
De salientar que o Consulado do gen Spinola na Guiné tinha criado alguns hábitos de consumo, mormente, no meio da população urbana e não só, que os dirigentes do PAIGC queriam extirpar de raiz, o que criou uma situação de fome e um ambiente explosivo de mal-estar que acabou por desembocar na mudança do regime de Luís Cabral. (...) (**)
(Revisão / fixação de texto, itálicos, negritos, título: LG)
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Notas do editor LG:
(*) Vd. poste de 12 de setembro de 2022 > Guiné 61/74 - P23609: (D)o outro lado do combate (68): os "Armazéns do Povo", mito ou realidade ?
(*) Vd. poste de 12 de setembro de 2022 > Guiné 61/74 - P23609: (D)o outro lado do combate (68): os "Armazéns do Povo", mito ou realidade ?




