Blogue coletivo, criado por Luís Graça. Objetivo: ajudar os antigos combatentes a reconstituir o "puzzle" da memória da guerra colonial/guerra do ultramar (e da Guiné, em particular). Iniciado em 2004, é a maior rede social na Net, em português, centrada na experiência pessoal de uma guerra. Como camaradas que são, tratam-se por tu, e gostam de dizer: "O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande". Coeditores: C. Vinhal, E. Magalhães Ribeiro, V. Briote, J. Araújo.
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sábado, 9 de novembro de 2024
Guiné 61/74 - P26130: Parabéns a você (2325): António da Costa Maria, ex-Fur Mil Cav do ERec 2640 (Bafatá, 1969/71); António João Sampaio, ex-Alf Mil Inf da CCAÇ 15 e ex-Cap Mil Inf, CMDT da CCAÇ 4942/72 (Mansoa, Barro e Bigene, 1973/74) e João Alves Martins do BAC-1 (Piche, Bedanda e Guileje, 1967/70)
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Nota do editor
Último post da série de 3 de novembro de 2024 > Guiné 61/74 - P26110: Parabéns a você (2324): Tenente-General PilAv Ref António Martins de Matos, ex-Tenente PilAv da BA 12 (Bissau, 1972/74)
quarta-feira, 6 de novembro de 2024
Guiné 61/74 - P26120: S(C)em Comentários (51): Que pena tenho eu não estar em Nova Lamego, em 1972/74, para ver as libanesas, porque em 1969/70 tínhamos que ir a Bafatá ver os seus olhos verdes (Valdemar Queiroz, ex-fur mil, CART 1969/70)
Valdemar Queiroz |
1. Excerto do poste P13607 (*):
Que pena tenho eu de não estar em Nova Lamego, em 1972/74, para ver as libanesas, porque em 1969/70 tinhamos que ir a Bafatá ver os seus olhos verdes.
Ó Marcelino Martins, tens toda a razão e eu, em 1969/70, também não me lembro de estabelecimentos de libaneses, no Gabu. Havia a casa do sr. Caeiro. Vendia tudo, pomada prós calos, ventoinhas, frigoríficos a petróleo, e até material militar (facas de mato) pra algum 'piriquito' despassarado.
Também havia, no Gabu, outro português, que fazia uns frangos de churrasco, de caír pró lado. Era na saída, para Bafatá e lembro-me que o empregado, um africano, tinha hora de saída. E o patrão dizia: “Vocês é que são os culpados, destes gajos terem horário de saída”…. O que nós fomos 'arranjar'.
Mas, José Marcelino Martins, nunca vi nenhuma libanesa em Nova Lamego e eu não era cego. Lembro-me da filha do Sr. Caeiro, aparecia poucas vezes, era de cair pró lado, boa como o milho, rapariga prós vinte e poucos anos, sempre à espera dum capitão. Mas, ver as libanesas, de olhos verdes, raparigas bonitas, tinhamos que ir a Bafatá.
Também havia, no Gabu, outro português, que fazia uns frangos de churrasco, de caír pró lado. Era na saída, para Bafatá e lembro-me que o empregado, um africano, tinha hora de saída. E o patrão dizia: “Vocês é que são os culpados, destes gajos terem horário de saída”…. O que nós fomos 'arranjar'.
Mas, José Marcelino Martins, nunca vi nenhuma libanesa em Nova Lamego e eu não era cego. Lembro-me da filha do Sr. Caeiro, aparecia poucas vezes, era de cair pró lado, boa como o milho, rapariga prós vinte e poucos anos, sempre à espera dum capitão. Mas, ver as libanesas, de olhos verdes, raparigas bonitas, tinhamos que ir a Bafatá.
Quem me dera, estar em Bafatá naquele tempo, tinha vinte e poucos anos. (**)
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Notas do editor:
(*) 14 de setembro de 2014 > Guiné 63/74 - P13607: Dossiê Os Libaneses, de ontem (e de hoje), na Guiné-Bissau (6): Ainda as libanesas de Nova Lamego (José Martins / Valdemar Queiroz / Abílio Duarte)
(*) 14 de setembro de 2014 > Guiné 63/74 - P13607: Dossiê Os Libaneses, de ontem (e de hoje), na Guiné-Bissau (6): Ainda as libanesas de Nova Lamego (José Martins / Valdemar Queiroz / Abílio Duarte)
(**) Último poste da série > 1 de novembro de 2024 > Guiné 61/74 - P26103: S(C)em Comentários (50): "A malagueta no cu dos outros é refresco"... A propósito do A. Marques Lopes (1944-2024), e da comparação entre fulas e balantas (Cherno Baldé, Bissau)
quinta-feira, 6 de junho de 2024
Guiné 61/74 - P25609: Elementos para a História do Pel Caç Nat 51 (1966/74) - Parte II: Cacine, Catió, Cufar, Bedanda (c. 1970) (Armindo Batata)
Guiné > Região de Tombali > Cacine > c. dez 1969/jan 70 > Fotoº s/n > O ex-alf mil Armindo Batata, cmdt Pel Caç Nat 51, em trânsito para Catió e Cufar, tendo chegado de LDM vindo de Gadamael Porto: aqui junto a uma AML Daimler da escolta.
Guiné > Região de Tombali > Cacine > c. dez 1969/jan 70 > Fotoº s/n > O ex-alf mil Armindo Batata, cmdt Pel Caç Nat 51, em trânsito para Catió e Cufar, tendo chegado de LDM vindo de Gadamael Porto: aqui junto a uma AML Daimler da escolta, com a LDM à esquerda. Ao fundo, o Cantanhez, na margem direita do rio Cacine. (Frente a Cacine fica hoje o porto fluvial e a aldeia piscatória de Cananima que não existia nesse tempo,)
Guiné > Região de Tombali > Cacine > c. dez 1969/jan 70 > Fotoº nº 52 > O porto fluvial na margem esquerda do rio Cacine: "praia a jusante da ponte cais onde desembarcámos das LDM, durante a noite, vindos de Gadamael Porto".
Guiné > Região de Tombali > Cacine > c. dez 1969/jan 70 > Fotoº nº 50 > O NRP Alvor LFP, Lancha de Fiscalização Pequn) que escoltou o comboio fluvial com os Pel Caç Nat 51 e 67 até Catió.
Guiné > Região de Tombali > Catió > s/d (c. dez 1969/jan 70) > Fotoº 72 > O pessoal do Pel Caç Nat 51 e 67 em trânsito pro Catió, a caminho de Cufar
Guiné > Região de Tombali > Cufar (?) > s/d (c. 1970) > Foto nº 78 > Pel Caç Nat 51
Guiné > Região de Tombali > Cufar (?) > s/d (c. 1970) > Foto nº 59 > Pel Caç Nat 51
Guiné > Região de Tombali > Cufar (?) > s/d (c. 1970) > Foto nº 79 > Pel Caç Nat 51
Guiné > Região de Tombali > Cufar (?) > s/d (c. 1970) > Foto nº 61 > Pel Caç Nat 51
Guiné > Região de Tombali > Cufar (?) > s/d (c. 1970) > Foto nº 81 > Pel Caç Nat 51
Guiné > Região de Tombali > Cufar (?) > s/d (c. 1970) > Foto nº 58 > Pel Caç Nat 51: o alf mil Armindo Batata, à esquerd, de óculos
Guiné > Região de Tombali > s/l > Pel Caç Nat 51 > s/d (c.1970) > Foto nº 80
Vista aérea (detalhe) > O José Vermelho (nosso grão-tabanqueiro nº 471, fur mil, CCAÇ 3520 - Cacine, CCAÇ 6 - Bedanda, CIM - Bolama, 1972/74) diz que esta parece-lhe ser uma vista aérea de Bedanda:
(i) na parte inferior da foto, a edificação mais comprida era o refeitório das praças;
(ii) o meio, estão duas árvores paralelas, mais altas, que faziam um género de "portal de entrada" para esta parte das instalações;
(iii) junto dessas duas árvores, está outra edificação comprida, onde eram os quartos, a messe e bar de oficiais e messe de sargentos;
(iv) a edificação pequena que está junta, era o bar de sargentos;
(v) os furrieis, cabos e soldados metropolitanos, dormiam nos abrigos;
(vi) para cima e um pouco à esquerda das mesmas árvores há dois edificios: o de telhado mais escuro era a enfermaria e o outro era a secretaria;
(vii) a picada que se vê sair para a direita levava ao destacamento (pelotão) e ao "porto" junto ao rio.
(iii) junto dessas duas árvores, está outra edificação comprida, onde eram os quartos, a messe e bar de oficiais e messe de sargentos;
(iv) a edificação pequena que está junta, era o bar de sargentos;
(v) os furrieis, cabos e soldados metropolitanos, dormiam nos abrigos;
(vi) para cima e um pouco à esquerda das mesmas árvores há dois edificios: o de telhado mais escuro era a enfermaria e o outro era a secretaria;
(vii) a picada que se vê sair para a direita levava ao destacamento (pelotão) e ao "porto" junto ao rio.
O João Martins (ex-alf mil art .PCT, Bedanda, 1968/1969), diz que também que lhe parece ser Berdanda a foto nº 80: "Reconheço a localização dos obuses, a casa habitada pelo capitão de que tenho uma fotografia nas minhas memórias, com muitos cartuchos do canhão s/r IN, a residência do chefe do posto, os abrigos em V que não vi em mais lado nenhum na Guiné".
Fotos (e legendas): © Armindo Batata (2012). Todos os direitos reservados. [Edição e egendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]
1. Continuação da publicação de algumas das melhores das mais de 8 dezenas de fotos do álbum do Armindo Batata, ex- alf mil at art, cmdt Pel Caç Nat 51 (Guileje e Cufar, 1969/1970).
Estas fotos (numeradas de 1 a 81) não tinham legendas, mas estavam distribuídas por 4 grupos: (i) Guileje (jan 69/jan70), (ii) Cacine (dez 69 / jan 70); (iii) Cufar (jan / dez 70) e (iv) Outros locais (como Catió, Bendanda...).
Guileje e Cufar foram, pois, as duas localidades onde o fotógrafo passou mais tempo.
2. Legendagem posterior do Armindo Batata, com data de 12 de outubro de 2012, 22:50 (**):
(...) Os Pel Caç Nat 51 e 67, este de comando do alf mil Esteves, passaram por Cacine em dezembro 1969/janeiro 1970, em trânsito para Cufar [Fotos s/n, e nºs 50, 52, 53] .
1. Continuação da publicação de algumas das melhores das mais de 8 dezenas de fotos do álbum do Armindo Batata, ex- alf mil at art, cmdt Pel Caç Nat 51 (Guileje e Cufar, 1969/1970).
Estas fotos (numeradas de 1 a 81) não tinham legendas, mas estavam distribuídas por 4 grupos: (i) Guileje (jan 69/jan70), (ii) Cacine (dez 69 / jan 70); (iii) Cufar (jan / dez 70) e (iv) Outros locais (como Catió, Bendanda...).
Guileje e Cufar foram, pois, as duas localidades onde o fotógrafo passou mais tempo.
2. Legendagem posterior do Armindo Batata, com data de 12 de outubro de 2012, 22:50 (**):
(...) Os Pel Caç Nat 51 e 67, este de comando do alf mil Esteves, passaram por Cacine em dezembro 1969/janeiro 1970, em trânsito para Cufar [Fotos s/n, e nºs 50, 52, 53] .
O Pel Caç Nat 67 tinha guarnecido o destacamento do Mejo até à evacuação desta posição em janeiro de 1969.
O deslocamento de Guileje para Cufar teve um primeiro troço em coluna de Guileje para Gadamael Porto. Prosseguiu em LDM para Cacine onde aguardámos a formação de um comboio fluvial. Chegámos a Cacine já a noite tinha caído. Desembarcámos na praia a jusante da ponte cais, com 1 ou 2 AML Daimler a fazerem a segurança e iluminados por viaturas.
Os militares nativos "espalharam-se" com as famílias e haveres pelas tabancas de acordo com as respectivas etnias. Nessa noite dormi num quarto com aspeto de quarto, que até tinha mesa de cabeceira e, paredes meias, uma casa de banho que, para meu grande espanto, tinha um autoclismo, daqueles de puxar uma corrente; que maravilha tecnológica!.
Ficámos uns dias, não me lembro quantos, mas deu para eu ir a Cameconde, numa das colunas que se efectuavam diariamente (?). Tenho de Cameconde a imagem de uma fortaleza em betão, daquelas fortalezas dos livros da escola, a que só faltavam as ameias. Quem por lá andou me corrija por favor esta imagem, se for caso disso.
Deu também para umas passeatas no rio Cacine. Mas só na praia-mar, quando era um rio azul digno de um qualquer cartaz turístico daqueles locais chamados de sonho. Depois vinha a baixa-mar e o cartaz turístico ficava cinzento. E naquele tempo era quase sempre baixa-mar.
Num fim de tarde, as marés a isso obrigaram, embarcámos nas LDM e ficámos fundeados a meio do rio Cacine em companhia do NRP Alvor, que nos iria comboiar até Catió. O 2º tenente RN, comandante do NRP Alvor , convidou-nos, a mim e ao alferes Esteves, para bordo e entre umas (muitas) cervejas e não menos ostras, passámos a noite. A hospitalidade habitual da Marinha.
As embarcações suspenderam o ferro com o nascer do sol (exigências da maré) e lá seguimos para Catió. No último troço da viagem, já o rio era mais estreito, portanto já não era o Cacine, fomos acompanhados por T6 no ar e fuzileiros em zebros a vasculharem o rio, já que tinha havido, recentemente, um qualquer "conflito" entre uma embarcação e uma mina. Nada se passou, e o fogo de reconhecimento para as margens, a partir das LDM, não teve resposta.
Não houve incidente algum portanto, mas a viagem foi um bocado complicada, em termos logísticos. Um pelotão de nativos integra as famílias dos militares, os seus haveres e animais domésticos. Família, haveres e animais domésticos que afinal eram o triplo ou quádruplo do inicialmente inventariado. Nos animais domésticos estão incluídos os porcos dos não islamizados, que terão que viajar separados dos islamizados. E a aguardente de cana. E o ... e a mulher do ... e o "alferes desculpa mas não pode ser". Em coluna auto lá se arranjaram, mas em LDM não foi fácil. Valeu a paciência dos furrieis, um deles de nome Neves e do 2º sargento (que era de Bissau).
Catió tinha uma estação de correios com telefone para a metrópole, um restaurante daqueles em que se come e no fim se pede a conta e se paga. E pessoas brancas sem serem militares. Um espanto! [Foto nº 72].
O plano inicial era os dois pelotões, o 51 e o 67, deslocarem-se por estrada de Catió para Cufar. Esse percurso já não era utilizado há bastante tempo (meses?) e foi considerado de risco muito elevado. Não me lembro dos argumentos avançados, mas acabámos por ir para Cufar por rio (LDM com desembarque em Impugueda no rio Cumbijã ou sintex/zebro com desembarque em Cantone, não tenho a certeza, pode ser que alguém de mais fresca memória se lembre). (...)
Ficámos uns dias, não me lembro quantos, mas deu para eu ir a Cameconde, numa das colunas que se efectuavam diariamente (?). Tenho de Cameconde a imagem de uma fortaleza em betão, daquelas fortalezas dos livros da escola, a que só faltavam as ameias. Quem por lá andou me corrija por favor esta imagem, se for caso disso.
Deu também para umas passeatas no rio Cacine. Mas só na praia-mar, quando era um rio azul digno de um qualquer cartaz turístico daqueles locais chamados de sonho. Depois vinha a baixa-mar e o cartaz turístico ficava cinzento. E naquele tempo era quase sempre baixa-mar.
Num fim de tarde, as marés a isso obrigaram, embarcámos nas LDM e ficámos fundeados a meio do rio Cacine em companhia do NRP Alvor, que nos iria comboiar até Catió. O 2º tenente RN, comandante do NRP Alvor , convidou-nos, a mim e ao alferes Esteves, para bordo e entre umas (muitas) cervejas e não menos ostras, passámos a noite. A hospitalidade habitual da Marinha.
As embarcações suspenderam o ferro com o nascer do sol (exigências da maré) e lá seguimos para Catió. No último troço da viagem, já o rio era mais estreito, portanto já não era o Cacine, fomos acompanhados por T6 no ar e fuzileiros em zebros a vasculharem o rio, já que tinha havido, recentemente, um qualquer "conflito" entre uma embarcação e uma mina. Nada se passou, e o fogo de reconhecimento para as margens, a partir das LDM, não teve resposta.
Não houve incidente algum portanto, mas a viagem foi um bocado complicada, em termos logísticos. Um pelotão de nativos integra as famílias dos militares, os seus haveres e animais domésticos. Família, haveres e animais domésticos que afinal eram o triplo ou quádruplo do inicialmente inventariado. Nos animais domésticos estão incluídos os porcos dos não islamizados, que terão que viajar separados dos islamizados. E a aguardente de cana. E o ... e a mulher do ... e o "alferes desculpa mas não pode ser". Em coluna auto lá se arranjaram, mas em LDM não foi fácil. Valeu a paciência dos furrieis, um deles de nome Neves e do 2º sargento (que era de Bissau).
Catió tinha uma estação de correios com telefone para a metrópole, um restaurante daqueles em que se come e no fim se pede a conta e se paga. E pessoas brancas sem serem militares. Um espanto! [Foto nº 72].
O plano inicial era os dois pelotões, o 51 e o 67, deslocarem-se por estrada de Catió para Cufar. Esse percurso já não era utilizado há bastante tempo (meses?) e foi considerado de risco muito elevado. Não me lembro dos argumentos avançados, mas acabámos por ir para Cufar por rio (LDM com desembarque em Impugueda no rio Cumbijã ou sintex/zebro com desembarque em Cantone, não tenho a certeza, pode ser que alguém de mais fresca memória se lembre). (...)
Guiné > Mapa geral da província ( 1961) > Escala 1/500 mil > Posição relativa das guarnições fronteiriças, de Quebo a Cameconde, a guarnição militar portuguesa mais a sul, na península de Quitafine, e na estrada fronteiriça Quebo-Cacine...
Infografia: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (2013)
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Notas do editor:
(*) Poste anterior da série > 5 de junho 2024 > Guiné 61/74 - P25604: Elementos para a História do Pel Caç Nat 51 (1966/74) - Parte I: Guileje, ao tempo da CART 2410 (jan 69/jan 70) (Armindo Batata)
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sexta-feira, 17 de maio de 2024
Guiné 61/74 - P25535: O Cancioneiro da Nossa Guerra (19): O "soneto do artilheiro" (17º Pel Art + CCAÇ 6, Bedanda, 1971/73)
O "soneto do artilheiro",
da autoria dos Fur Mil Art Machado e Fereira
Fonte: "O Seis do Cantanhês", nº 1, 1973 (?)... Jornal mensal (só saíram dois números)...
Não conhecemos ninguém do 17º Pel Art (14cm)... Descobrimos entretanto, num exemplar do jornal de caserna "O seis do Cantanhez", milagrosamente salvo pelo nosso saudoso António Teixeira (ex-Alf Mil da CCAÇ 6, Bedanda, 1972/73), este cantinho dedicado ao "dezassete"... (Leia-se: 17º Pel Art; 17=3 secções + obus 14). De qualquer modo, gostaríamos de saber quem eram e por onde param estes dois graduados do 17º Pel Art.
Pois, camaradas e amigos da Guiné, vemos que a malta do 17º Pel Art era rapaziada que tinha coragem para dar e vender. Não sei se a artilharia era a aristocracia do exército (não me metemos nessas polémicas intestinas). De qualquer modo, o coice da coisa, o clarão do obus, o silvo, o trovão... era qualquer coisa que fazia acelerar as pulsações do infante...
Senti-las passar e silvar por cima da cabeça é uma experiência inesquecível, para alguns de nós, infantes: a princípio, uma gajo sente-se acagaçado, mas no fim o coração é invadido por um estranha e inebriante tranquilidade quando elas [as granadas de obus] fazem calar as armas do inimigo... Sobretudo no mato, quando um gajo não tem buraco para enfiar os "cornos"...
Em contrapartida, o que lhe sobrava em sentido de humor era capaz de lhes faltar em talento... literário. Não se pode ter tudo, ou não se pode ser bom em tudo: mesmo assim a dupla Machado & Ferreira (onde é que vocês param, rapazes ?) deixaram-nos um soneto, pouco canónico é certo (na realidade, 4 quadras), mas bem humorado, e seguramente digno de figurar no Cancioneiro da Nossa Guerra (*).
Em contrapartida, o que lhe sobrava em sentido de humor era capaz de lhes faltar em talento... literário. Não se pode ter tudo, ou não se pode ser bom em tudo: mesmo assim a dupla Machado & Ferreira (onde é que vocês param, rapazes ?) deixaram-nos um soneto, pouco canónico é certo (na realidade, 4 quadras), mas bem humorado, e seguramente digno de figurar no Cancioneiro da Nossa Guerra (*).
Adorámos o último verso, um conselho (prático e terapêutico) para muita gente que neste país usa e obusa/abusa, todos os dias, do seu "tempo de antena", e que tem um problema de "incontinência verbal"... Pois aqui fica, contra o desvario da loquacidade nacional, a advertência do artilheiro de Bedanda (**):
- Findo, p'ra não 'obusar'...
E nós também ficamos por aqui... Não queremos 'obusar', mesmo que às vezes nos dê uma enorme vontade de 'obusar'... Durmam bem, artilheiros de todo o mundo!
PS - Não se pode falar da nossa heróica artilharia no TO da Guiné, em geral, nem do 17º Pel Art que esteve em Bedanda, em particular, sem chamar à colação o nosso doutor Amaral Bernardo e a sua famosa foto do obus 14 a fazer horas extraordinárias... (ou a "faturar", como queiram).
- Findo, p'ra não 'obusar'...
E nós também ficamos por aqui... Não queremos 'obusar', mesmo que às vezes nos dê uma enorme vontade de 'obusar'... Durmam bem, artilheiros de todo o mundo!
PS - Não se pode falar da nossa heróica artilharia no TO da Guiné, em geral, nem do 17º Pel Art que esteve em Bedanda, em particular, sem chamar à colação o nosso doutor Amaral Bernardo e a sua famosa foto do obus 14 a fazer horas extraordinárias... (ou a "faturar", como queiram).
Guiné > Região de Tombali > Bedanda > 1969 > Álbum fotográfico do João Martins > Foto nº 135/199 > O temível obus 14... mais um elemento da guarnição africana do Pel Art, que dependia da BAC 1 (Bissau).
Foto (e legenda): © João José Alves Martins (2012). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]
Guiné > Região de Tombali > Bedanda > CCAÇ 6 > 1971 > A famosa e feliz foto do ex-Alf Mil Médico Amaral Bernardo, membro da nossa Tabanca Grande desde Fevereiro de 2007: a saída do obus 14, de noite.
Legenda: "Foi tirada com a máquina rente ao chão. Bedanda tinha três. Uma arma demolidora. Um supositório de 50 quilos lançado a 14 km de distância... Era um pavor quando disparavam os três ao mesmo tempo... Era costume pregar sustos aos periquitos... Eu também tive honras de obus, quando lá cheguei"...
Foto (e legenda): © Amaral Bernardo (2007). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]
Legenda: "Foi tirada com a máquina rente ao chão. Bedanda tinha três. Uma arma demolidora. Um supositório de 50 quilos lançado a 14 km de distância... Era um pavor quando disparavam os três ao mesmo tempo... Era costume pregar sustos aos periquitos... Eu também tive honras de obus, quando lá cheguei"...
Foto (e legenda): © Amaral Bernardo (2007). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]
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Notas do editor:
(*) Último poste da série > 13 de maio de 2024 > Guiné 61/74 - P25515: O Cancioneiro da Nossa Guerra (17): "Isto é tão bera"! (Letra do sportinguista e "caça-talentos futebolísticos", Aurélio Pereira, música da canção cubana "Guantanamera") (Gabriel Gonçalves, ex-1º cabo cripto, CCAÇ 12, Contuboel e Bambadinca, 1969/71)
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domingo, 7 de abril de 2024
Guiné 61/74 - P25351: Facebook...ando (53): Joaquim Garrett procura camaradas que andaram com ele na EINAT n.º 2052 (1968/70)
T/T Niassa > 2 de maio de 1968, a bordo do "Niassa" a caminho da "colónia de férias" da Guiné. Na companhia dos enfermeiros António Guita, Adriano Herculano e Coelho (Neusa), ambos da EINAT nº 2052. Tambem está o enfermeiro Martins, da CCaç 2383.(O Joaquim Garrett é o primeiro do lado direito, na primeira fila.)
Bissau > Cais do Pidjoguiti > 25 de agosto de 1968 > A contar da esquerda para a direita: o Pereira (açoriano), Joaquim Garrett, e o Victor Ventura
Abrantes > 30 de abril de 1968 > Antes do embarque para a Guiné.
(...) Faz hoje, 24 de fevereiro de 2024, 54 anos, que regressei da Guiné acompanhado da minha Equipa de Instrução de Nativos - EINAT n.º 2052.
Fizemos esta viagem de regresso a bordo do navio T/T "Índia", Graças a Deus regressámos todos.
Aos camaradas que tenham conhecimento de outros que fizeram partir desta unidade militar e me acompanharam, agradeço que deem-lhe conhecimento desta publicação para caso seja possível voltarmo-nos a encontrar.
Foto (acima) tirada no dia 30 de abril de 1968, em desfile de despedida da população de Abrantes um dia antes do embarque. O meu muito obrigado. (...)
2. O Joaquim Garrett é amigo do Facebook da Tabanca Grande... Esteve no CTIG de 1968 a 1970, integrado numa subunidade, de que nunca antes tínhamos ouvido falar, a EINAT nº 2052, Equipa de Instrução de Nativos (sic)...
De acordo com a sua página no Facebook, tem 162 amigos (15 em comum). E pela sua apresentção, ficamos a saber que:
(i) é sócio gerente na empresa J. A. Garrett - Organização e Gestão de Empresas;
(ii) trabalhou como gestor na empresa BMW;
(iii) estudou Gestão no ISCTE - Lisboa, Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa;
(i) é sócio gerente na empresa J. A. Garrett - Organização e Gestão de Empresas;
(ii) trabalhou como gestor na empresa BMW;
(iii) estudou Gestão no ISCTE - Lisboa, Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa;
(iv) estudou Contabilidade e Auditoria em ISCAL - Instituto Superior de Contabilidade Administração de Lisboa;
(v) estudou no Instituto Comercial de Lisboa;
(vi) andou na Escola Comercial Patrício Prazeres;
(vii) é de Lisboa e vive em Lisboa;
(v) estudou no Instituto Comercial de Lisboa;
(vi) andou na Escola Comercial Patrício Prazeres;
(vii) é de Lisboa e vive em Lisboa;
(viii) desde jovem que está ligado aos escoteiros;
(ix) aderiu ao Fcebook em setembro de 2016.
3. Além do pedido para nos esclarecer esta sigla (EINAT) (e já agora dizer algo mais sobre o que faziam estas Equipas de Instrução de Nativos, no seu tempo), teríamos muito gosto em tê-lo connosco, sentado à sombra do poilão da nossa Tabanca Grande, a tertúlia do nosso blogue (que faz 20 anos dentro de dias).
Vemos que, entre os seus amigos do Facebook, está um outro contabilista certificado, o José Martins, de Odivelas, um histórico do nosso blogue, com cerca de 470 referências. Vejo que o Joaquim Garrett também andou no ISCTE, possivelmente até na mesma altura que eu (1975/80).
Pelas legendas das fotos, vemos que à EINAT também pertenciam enfermeiros. Seriam equipas mistas de alfabetização, prestação de cuidados de saúde e extensão rural ? Confesso que não ouvi falar, no meu tempo de Guiné (1969/71).
Um alfabravo, camarada. LG
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Nota do editor:
sábado, 16 de dezembro de 2023
Guiné 61/74 - P24964: Em louvor das nossas LDG (Lanchas de Desembarque Grandes) Classes Alfange e Bombarda
Guiné > Zona Leste > Região de Bafatá > Setor L1 (Bambadinca) > Xime > c. 1969/70 > LDG 105 NRP Bombarada > Desembarque no porto fluvial do Xime de uma mais ou companhias de "piras", destinados ao Leste. Fotos do álbum do álbum do José Carlos Lopes, ex-fur mimanuense do conselho administrativo do comando do BCAÇ 2852 (Bambadinca, 1968/70).
Fotos (e legendas): © José Carlos Lopes(2012). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]
1. As nossas LDG (Lanchas de Desembarque Grande) levaram-nos a muitos sítios. E em segurança. Inspiravam confiança. Levaram-nos ao Xime e a Bambadinca, na zona leste. Levaram-nos a Buba, na região de Quínara. Levaram-nos ao sul, a Cacine, nas região de Tombali, levaram-nos, no Norte, aos aquartelamentos ao longo do rio Cacheu...
Muitas dezenas de milhares de homens tiveram o seu contacto com a guerra, na sua "viagem em LDG"... Contrariamente às lanchas mais pequenas, as LDP e as LDM, as LDG só mais raramente eram atacadas ou flageladas. Os guerrilheiros do PAIGC tinham medo do seu poder de fogo: 2 metralhadoras OERLIKON MK II 20 mm (1965), mais tarte, em 1973, substituídas por 2 peças BOFFORS, antiaéreas, de 40 mm, à semelhança da LDG 105 NRP Bombarda, mais moderna (1969).
Estranha-se, em todo o caso, que o PAIGC nunca tenha tentado, com uma certeira canhoada, meter uma LDG ao fundo...
2. O ex-fuzileiro Miguel Cunha já aqui contou uma história divertida à pala do morteirete ou morteiro 60 mm que eles usavam na LDG 101 (*):
Para além, deste armamento (que metia respeitinho, a quem estivesse emboscado na orla da mata ou do tarrafe, a tripulação da LDG costumava levar um morteirete ou morteiro 60 mm com que batia zonas suspeitas (por exemplo, a margem sul do rio Geba, entre a foz do Rio Corubal e a Ponta Varela, quando vinha de Bissau para o Xime, ou no mato Cão, quando seguia até Bambadinca; estes eram os locais mais que prováveis, no rio Geba, para o IN desencadear ataques ou flagelações às nossas embarcações, quer civis quer militares)...
LDG 101 NRP Alfange. Foto do Museu de Marinha, gentilmente disponibilizada pelo Manuel Lema Santos, engenheiro, nosso camarada, 1º ten RN, 1965/72, criador e editor do blogue Reserva Naval]
(...) "Fiz várias escoltas nas LDG e principalmente na Alfange, ao Xime e a Cacine. Era comandante o 1º tenente Malhão Pereira.
Tenho uma história passada a bordo da Alfange.
Nas anteparas da lancha, mais ou menos a meio, existia, de cada lado, um fundo de bidão com areia para servir de apoio ao prato do morteiro de 60 mm.
Julgo que as tropas [do Exército] que transportávamos, pensavam que os bidões com areia era para urinar. E alguns fizeram-no, de certeza. O pior foi quando o comandante mandou fazer umas morteiradas de protecção. Com o coice do prato do morteiro na areia, ficámos a cheirar a urina o dia todo!
Miguel Cunha, Fz 996/68, Cia 10 Fz, 1969/1971. (---)
Quem fez este "cruzeiro", como nós (**), lembra-se que pela manhã, aproveitando a maré, estava a embarcação a LGD 101) de saída do porto de Bissau... O calor e a humidade já eram insuportáveis pelo que os "piras" começavam, logo à saída do cais, a "avacalhar o sistema", ou seja, a infringir a disciplina, o decoro e a segurança militares... No caso da foto acima, já não "piras!" que vão para o mato, mas "velhinhos" que vão para Bissau... Daí a descontração e alguma... bagunça!
Nas fotos a seguir veem-se militares em tronco nu; outros aproveitam para matar o tempo (e aliviar a alguma tensão), sentando-se numa improvisada mesa de jogo, a jogar às cartas (?) e a beber ums bejecas... (Ainda não se usava o termo "bejeca")... Em todo o caso, estava-se longe da ideia de "cruzeiro turístico", Geba acima, Geba abaixo...
Tenho uma história passada a bordo da Alfange.
Nas anteparas da lancha, mais ou menos a meio, existia, de cada lado, um fundo de bidão com areia para servir de apoio ao prato do morteiro de 60 mm.
Julgo que as tropas [do Exército] que transportávamos, pensavam que os bidões com areia era para urinar. E alguns fizeram-no, de certeza. O pior foi quando o comandante mandou fazer umas morteiradas de protecção. Com o coice do prato do morteiro na areia, ficámos a cheirar a urina o dia todo!
Miguel Cunha, Fz 996/68, Cia 10 Fz, 1969/1971. (---)
3. Mas pergunta-se: para lá da tropa (fuzileiros, "infantes" e outros, como milícias, familiares de tropa africana, e seus animais domésticos), o que é que a LDG costumava levar mais, de Bissau até ao Xime (ou, ao contrário, do Xime a Bissau)? Ou até mesmo de Bissau a Bambadinca, nessa época, que as LDG também chegavam ao porto fluvial de Bambadinca, pelo menos até finais de 1968 (depois começaram a ficar só pelo Xime...
Há camaradas nossos que estiveram no leste que fizeram esta mesma viagem, mas que desembarcaram em Bambadinca, e não no Xime, tendo feito portanto o percurso, mais penoso, pelo Rio Geba Estreito, cheio de curvas e contracurvas (e entre elas, as do temível Mato Cão)....
Satisfazendo a curiosidade de alguns leitores, pode-se dizer que as LDG que navegavam no Geba, levavam tudo e mais alguma coisa... Tudo o que era preciso, à ida, para um homem se instalar no "buraco" que lhe tido cabido em sorte... Como não havia estradas para o leste (em 1969 apenas havia um troço alcatroado, Bambadinca-Bafatá,. e a estrada Mansoa-Bambadinca esta interdia), a grande via de comunicação com o leste era o Rio Geba...
Homens e material iam e vinham nas embarcações militares e civis... Neste caso, a LDG - Lancha de Desembarque Grande foi posta ao serviço do exército, para transporte de tropas e material, muito mais vezes do que em operações anfíbias, com os fuzileiros...
Quando se amplia as nossos fotos com pessoal metido no fundo de um LDG, dá para ver alguns pormenores insólitos... No bojo da LDG, na carga que é transportada, v
vê-se de tudo um pouco, numa "desordem" indescritível:
Quando se amplia as nossos fotos com pessoal metido no fundo de um LDG, dá para ver alguns pormenores insólitos... No bojo da LDG, na carga que é transportada, v
vê-se de tudo um pouco, numa "desordem" indescritível:
- tubos de bazuca,
- espingardas G3,
- cunhetes de munições.
- jericãs,
- camas,
- outras peças de mobíliário,
- colchões.
- fardos de mantas,
- malas de viagem,
- baus,
- sacos,
- caixotes
- viaturas (Unimog, Berliet, etc.)
- máquinas da engenharia,
- e até... uma cabra!...
Quem fez este "cruzeiro", como nós (**), lembra-se que pela manhã, aproveitando a maré, estava a embarcação a LGD 101) de saída do porto de Bissau... O calor e a humidade já eram insuportáveis pelo que os "piras" começavam, logo à saída do cais, a "avacalhar o sistema", ou seja, a infringir a disciplina, o decoro e a segurança militares... No caso da foto acima, já não "piras!" que vão para o mato, mas "velhinhos" que vão para Bissau... Daí a descontração e alguma... bagunça!
Nas fotos a seguir veem-se militares em tronco nu; outros aproveitam para matar o tempo (e aliviar a alguma tensão), sentando-se numa improvisada mesa de jogo, a jogar às cartas (?) e a beber ums bejecas... (Ainda não se usava o termo "bejeca")... Em todo o caso, estava-se longe da ideia de "cruzeiro turístico", Geba acima, Geba abaixo...
Guiné > Rio Geba > Fevereiro de 1970 > Viagem Xime-Bissau > LDG 101 NRP Alfange > Entre outras tropas levava o pessoal do Pel Rec Daimler 2046 (Bambadinca, 1968/70), que terminva a sua comissão no setor L (Bambadinca), e era comandado pelo alf mil cav Jaime Machado. Iriam regressar à metrópole em abril de 1970, no mesmo T/T Niassa em que tinha vindo.
Fotos (e legendas): © Jaime Machado (2015). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]
4. A Classe Alfange foi uma classe de lanchas de desembarque grande (LDG) o serviço da Marinha Portuguesa.
Os navios desta classe foram construídos nos Estaleiros Navais do Mondego (Figueira da Foz), com um projeto baseado na Classe LCT-4, de origem britânica.
Pelo seu deslocamento superior a 400 toneladas, os navios foram classificados, pela Marinha Portuguesa, como "lanchas de desembarque grandes (LDG)".
As lanchas destinavam-se a ser empregues na Guerra do Ultramar em missões de reabastecimento logístico, de transporte de tropas e em operações anfíbias, sobretudo em apoio dos Fuzileiros. Foram empregues nos teatros de operações de Angola e da Guiné Portuguesa.
As lanchas destinavam-se a ser empregues na Guerra do Ultramar em missões de reabastecimento logístico, de transporte de tropas e em operações anfíbias, sobretudo em apoio dos Fuzileiros. Foram empregues nos teatros de operações de Angola e da Guiné Portuguesa.
Em 22 de novembro de 1970, a LDG 104 NRP Montante (classe Alfange) e a LDG 105 (classe Bombarda) fizeram parte da força naval portuguesa envolvida na Operação Mar Verde (invasão e Conacri), transportando tropas de desembarque (comandos guineenses e opositores ao regime de Sékou Turé
As LDG foram batizados com designações de armas medievais (Ariete, Alfange, Cimitarra. Montante).
Terminada a Guerra do Ultramar, os navios foram cedidos a Angola e à Guiné-Bissau. (...)
Unidades:
Nº de amura / Nome / Comissão em Portugal / Observações
- LDG 101 NRP Alfange 1965 - 1974 Cedida a Angola
- LDG 102 NRP Ariete 1965 - 1975 Cedida a Angola
- LDG 103 NRP Cimitarra 1965 - 1975 Cedida a Angola
- LDG 104 NRP Montante 1965 - 1974 Cedida à Guiné-Bissau
Ficha técnica > Classe Alfange
Nome: Classe Alfange
Construtor(es): Estaleiros Navais do Mondego
Lançamento: 1965
Unidade inicial: NRP Alfange
Unidade final: NRP Cimitarra
Em serviço: 1965 - 197
Operadores: Portugal | Guiné-Bissau | Angola
Características gerais
Tipo: Lancha de desembarque
Deslocamento: 480 t
Comprimento: 57 m
Boca: 11,8 m
Calado: 1,2 m
Propulsão: 2 motores diesel 1 000 hp 2 veios
Velocidade: 10,3 nós
Sensores: Radar de navegação DECCA
Armamento: 2 peças de 20 mm (1965) | 2 peças de 40 mm (1973)
Tripulação/Equipagem: 20
Carga: 270 t
Fonte: Adaptado de Wikipedia > Classe Ariete
Bissau > Cais da Marinha > Setembro de 1968 > LDG 101 NRP Alfange > Transporte de um Pel Art com destino a Piche, por via fluvial até Bambadincas (rio Geba)
Bissau > Cais da Marinha > Setembro de 1968 > LDG 101 NRP Alfange > Peças de artilharia 11.4 ao lado de garrafões de vinho...
Rio Geba (Estreito) > Bambadinca > Setembro de 1968 > LDG 101 NRP Alfange no porto fluvial de Bambadinca, com um Pel Art com destino a Piche (que depois seguiu, em coluna motorizada, Bambadinca - Bafatá- Nova Lamego - Piche)
Fotos (e legendas): © João José Alves Martins (2012). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]
Guiné > Zona Leste > Região de Bafatá > Sector L1 (Bambadinca) > Xime > 1969 > LDG 105 NRP Bombarda no cais fluvial do Xime
Fotos (e legenda): © Humberto Reis (2005). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]
4. Em 1969, entraram ao serviço da Marinha as LDG Classe Bombarda, mais comprida e deslocando mais tonelagem.
Nome: Classe Bombarda
Operador: Portugal
Unidade inicial: NRP Bombarda (1969)
Unidade final: NRP Bacamarte (1985)
Lançamento: 1969
Em serviço: 1969 - 2014
Características gerais
Tipo: Lancha de desembarque
Deslocamento: 652 tonelada
Comprimento: 56 metro
Boca: 11,8 m
Calado: 1,9 m
Propulsão: motores diesel de 910 hp 2 veios
Velocidade: 10 nós
Armamento: 2 peças de 40 mm (LDG 201 e LDG 203) | 2 peças de 20 mm (LDG 202)
Tripulação: 20
Passageiros : 1 batalhão de fuzileiros navais
Carga. 9 carros de combate ou 10 camiões de 6 t
Guiné > Região de Quínara > Buba > 1ª C/BCAÇ 4513/72 (Bula, 1973/74) > 4 de setembro de 1974 > A LDG 105 NRP Bombarda abicada em Buba
Foto (e legenda): © António Alves da Cruz (2023). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]
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Nota do editor:
(*) Vd. poste de 16 setembro de 2011 > Guiné 63/74 - P8783: Humor de caserna (22): Quando os passageiros da LDG 101 Alfange urinavam... no fundo do bidão com areia que servia de apoio ao prato do morteiro de 60mm (Miguel Cunha, Fz 996/68, Cia 10 Fz, 1969/71)
Nota do editor:
(*) Vd. poste de 16 setembro de 2011 > Guiné 63/74 - P8783: Humor de caserna (22): Quando os passageiros da LDG 101 Alfange urinavam... no fundo do bidão com areia que servia de apoio ao prato do morteiro de 60mm (Miguel Cunha, Fz 996/68, Cia 10 Fz, 1969/71)
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terça-feira, 14 de novembro de 2023
Guiné 61/74 - P24849: Por onde andam os nossos fotógrafos? (15): João Martins, ex-alf mil art, BAC1 (Bissau, Bissum, Piche, Bedanda e Guileje, 1967/70) - II (e última) Parte: Em Bedanda, Gadamael e Guileje, com os obuses 14
Guiné > Região de Tombali > Bedanda > 1969 > Álbum fotográfico do João Martins > Foto nº 127/199 > Invólucros de munições deixadas em anteriores ataques do IN ao aquartelamento. (A unidade de quadrícula de Bedanda era a CCAÇ 6).
Guiné > Região de Tombali > Bedanda > 1969 > Álbum fotográfico do João Martins > Foto nº 135/199 > O temível obus 14... mais um elemento da guarnição africana do Pel Art, que dependia da BAC 1 (Bissau).
Guiné > Região de Tombali > Bedanda > 1969 > Álbum fotográfico do João Martins > Foto nº 158/199 > "O Matador, viatura de tracção dos obuses, já no cais pronta para o embarque". (O Matador era uma viatura que vinha da II Guerra Mundial, tal como o obus 14...)
Guiné > Região de Tombali > Bedanda > 1969 > Álbum fotográfico do João Martins > Foto nº 162/199 > "Rumando a novas aventuras" [neste caso, Gadamael, onde passaria a sua melhor semana da Guiné... e depois Guileje, onde o João Martins esteve algum tempo, no 1º semestre de 1969; em agosto de 1969, foi de férias à metrópole] (A coluna deve ter vindo de Bedanda pelo rio Ungauriuol, afluente do rio Cumbijã, descido este e subido o rio Cacine, até Gadamael, e depois apanhado a estrada Cacine-Guileje; sem dúvida uma aventura; presumimos que tenham sido escoltados por uma força de infantaria; esta foto parece-nos ter sido tirada já no rio Cacine, mais largo que o Cumbijã.)
Guiné > Região de Tombali > Gadamael > 1969 > Foto do álbum do João Martins, nº 170/199 > Na semana em que o nosso camarada esteve, de passagem, por Gadamael: "Fazendo turismo no Rio Cacine, no sul da Guiné, largo, muito belo e muito agradável".
Guiné > Região de Tombali > Gadamael > 1969 > Foto do álbum do João Martins, nº 179/199 > Dois obuses 14, prontos para a viagem até Guileje.
Guiné > Região de Tombali > Gadamael > 1969 > Foto do álbum do João Martins, nº 180/199 > Progressão da coluna até Guileje [aquartelamento onde o João Martins esteve algum tempo, antes de, em agosto de 1969, ter ido, pela segunda vez, de férias à metrópole].
Guiné > Região de Tombali > Gadamael > 1969 > Foto do álbum do João Martins, nº 181/199 > Progressão da coluna até Guileje, pela estrada (?) Cacine-Guileje
Guiné > Região de Tombali > Guileje > 1969 > Foto do álbum do João Martins, nº 190/199 > Obus 14, no seu espaldão, pormenor.
Guiné > Região de Tombali > Guileje > 1969 > Foto do álbum do João Martins, nº 180/199 > Obus 14, pormenor.
Guiné > Região de Tombali > Guileje > 1969 > Foto do álbum do João Martins, nº 191/199 > Obus 14, pormenor.
Fotos (e legendas): © João José Alves Martins (2012). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné].
João Martins
Temos dele alguns das melhores fotos da nossa artilharia no CTIG (de um total de cerca de 200). A sua comissão no CTIG está excecionalmente bem documentada em imagem e texto, tendo passado, com o seu Pel Art e os obuses, por diversos aquartelamentos, nomeadamente fronteiriços: Bissum-Naga, Piche. Bedanda, Gadamael, Guileje, Bigene e Ingoré, além de Bissau (onde estava aquartelado o BAC 1).
Já publicámos também outra série, "Álbum fotográfico do João Martins"... Vamos agora selecionar "o melhor do melhor"... para a nova série "Por onde andam os nossos fotógrafos" (**).
Guiné > Região de Tombali > Bedanda > Carta 1/50 mil (1956) > Posição relativa de Bedanda. Cobumba e rio Cumbijã.
Guiné > Região de Tombali > Mapa de Cacoca > 1960 > Escala 1/50 mil > Posição relativa de Gadamael Porto, rio Cacine. Sangonhá, estrada para Guileje, a norte de Guileje e fronteira com a Guiné-Conacri.
Infografias: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (2018)
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Notas do editor:
(*) Vd. postes da série >
30 de abril de 2012 > Guiné 63/74 - P9834: Memórias da minha comissão (João Martins, ex-alf mil art, BAC 1, Bissum, Piche, Bedanda e Guileje, 1967/69): Parte I: De Mafra (EPI) a Bissau (BAC1)
5 de maio de 2012 > Guiné 63/74 - P9857: Memórias da minha comissão (João Martins, ex-alf mil art, BAC 1, Bissum, Piche, Bedanda e Guileje, 1967/69): Parte III - BIssau e férias em São Martinho do Porto, em agosto de 1968
10 de maio de 2012 > Guiné 63/74 - P9879: Memórias da minha comissão (João Martins, ex-alf mil art, BAC 1, Bissum, Piche, Bedanda e Guileje, 1967/69): Parte IV : Em Piche, com um Pel Art com 3 peças de 11.4
18 de maio de 2012 > Guiné 63/74 - P9919: Memórias da minha comissão (João Martins, ex-alf mil art, BAC 1, Bissum, Piche, Bedanda e Guileje, 1967/69): Parte V : Depois de Piche: de novo em Bissau e Mansoa, a dar instrução a artilheiros, antes de ir para o sul (Bedanda, Gadamael e Guileje)
26 de maio de 2012 > Guiné 63/74 - P9947: Memórias da minha comissão (João Martins, ex-alf mil art, BAC 1, Bissum, Piche, Bedanda e Guileje, 1967/69): Parte VI: Bedanda, com o obus 14: um dos locais que me deixou mais saudades...
4 de junho de 2012 > Guiné 63/74 - P9994: Memórias da minha comissão (João Martins, ex-alf mil art, BAC 1, Bissum, Piche, Bedanda e Guileje, 1967/69): Parte VII: Despedida de Bedanda, a caminho de Gadamael e Guileje, aos 18 meses
9 de junho de 2012 > Guiné 63/74 - P10015: Memórias da minha comissão (João Martins, ex-alf mil art, BAC 1, Bissum, Piche, Bedanda e Guileje, 1967/69): Parte VIII: De passagem por Gadamael a caminho de Guileje
22 de junho de 2012 > Guiné 63/74 - P10060: Memórias da minha comissão (João Martins, ex-alf mil art, BAC 1, Bissum, Piche, Bedanda e Guileje, 1967/69): Parte X: Depois de Ingoré e Bigene, o regresso a casa
(**) Último poste da série > 9 de novembro de 2023 > Guiné 61/74 - P24835: Por onde andam os nossos fotógrafos? (14): João Martins, ex-alf mil art, BAC1 (Bissau, Bissum, Piche, Bedanda e Guileje, 1967/70) - Parte I: Em Piche, em setembro de 1968, com o 12º Pel Art (11.4cm)
9 de junho de 2012 > Guiné 63/74 - P10015: Memórias da minha comissão (João Martins, ex-alf mil art, BAC 1, Bissum, Piche, Bedanda e Guileje, 1967/69): Parte VIII: De passagem por Gadamael a caminho de Guileje
16 de junho de 2012 > Guiné 63/74 - P10038: Memórias da minha comissão (João Martins, ex-alf mil art, BAC 1, Bissum, Piche, Bedanda e Guileje, 1967/69): Parte IX: Os maus ares de Guileje, aos 18 meses de comissão
22 de junho de 2012 > Guiné 63/74 - P10060: Memórias da minha comissão (João Martins, ex-alf mil art, BAC 1, Bissum, Piche, Bedanda e Guileje, 1967/69): Parte X: Depois de Ingoré e Bigene, o regresso a casa
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