Blogue coletivo, criado por Luís Graça. Objetivo: ajudar os antigos combatentes a reconstituir o "puzzle" da memória da guerra colonial/guerra do ultramar (e da Guiné, em particular). Iniciado em 2004, é a maior rede social na Net, em português, centrada na experiência pessoal de uma guerra. Como camaradas que são, tratam-se por tu, e gostam de dizer: "O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande". Coeditores: C. Vinhal, E. Magalhães Ribeiro, V. Briote, J. Araújo.
sábado, 3 de maio de 2008
Guiné 63/74 - P2807: Estórias de Jorge Picado (1): A emboscada do Infandre vivida pelo CMDT da CCAÇ 2589 (Jorge Picado)
Jorge Picado,
ex-Cap Mil,
CCAÇ 2589 e CART 2732,
Guiné 1970/72
1. Em 30 de Abril de 2008, recebi do ex-Capitão Mil Jorge Picado a seguinte mensagem:
Acedendo ao solicitado pelo camarada Sousa Gomes (1) vou tentar dizer o pouco de que me recordo sobre a Emboscada de 12 de Outubro de 1970, por sinal matéria bem dolorosa para mim, não só pelas funestas consequências, mas também pelas recordações da véspera desse dia.
Entretanto diz o camarada na sua mensagem, referindo-se a mim…responsabilidades e experiência … e mais à frente …ilustre Ilhavense…
Acerca das minhas responsabilidades e experiência, no capítulo militar entendamo-nos, não rejeito as responsabilidades que me cabiam, mas quanto à experiência, estamos conversados, era fraquíssima e, quanto a ser ilustre Ilhavense, tomo-o como um excesso de linguagem, que perdoo, pois o simples facto de ter cumprido uma comissão naquela guerra não me dá direito a tal e até agora nada fiz para me diferenciar de um simples e normal cidadão Ilhavense.
Sobre o meu passado no TO da Guiné possuo muito poucos documentos (1 pequena agenda de bolso, onde religiosamente eram cortados os dias que passavam para me embriagar na esperança de que só faltavam ene dias! e onde apontei – esporadicamente – alguns factos desses 2 anos, pelo que às vezes há sobreposição nos dias, constitui a base dos meus recuerdos) e essas recordações passaram a ser vagas e pouco precisas, resultado de diversos factores que agora não interessa revelar, apenas aflorando o seguinte: fruto duma preparação mental, consegui quase sempre actuar como um perfeito autómato, podendo dizer que, em verdade, olhava, mas não via (era como se falássemos em linguagem informática, a minha ram cerebral não funcionava, já que consegui desligá-la na maior parte do tempo).
Posso também afirmar que, não havendo (creio) drogas para nos alienar, só assim e, com a ajuda de cigarros (não sou nem nunca fui fumador) e algum (por vezes bastante) álcool (apenas bebia e bebo um pouco de vinho às refeições e muito excepcionalmente algo mais) suportei aqueles anos sem ficar com mazelas do foro psicológico, como infelizmente aconteceu com tantos camaradas a quem a Pátria (leia-se os que durante todos estes anos têm tomado em mãos os destinos do País) tanto maltratou e continua a não respeitar…
2. Mas vamos ao que interessa agora, fazendo previamente o ponto da situação.
Fui parar (não digo cair de pára-quedas como é uso dizer-se) à CCAÇ 2589 quando esta já tinha pouco mais de 1 ano de campanha. Não sou portanto da sua origem, pelo que aqueles laços que se estabeleciam durante o período da formação desses conjuntos de homens não foram criados. Felizmente para mim, naquele período, a unidade encontrava-se em Mansoa, junto da sede do Batalhão, o BCAÇ 2885, e não estava concentrada. Por este motivo a minha actividade operacional encontrava-se muito atenuada, pelo que fui um sortudo.
Três pelotões estavam dispersos por, Infandre, Braia e Cutia e o quarto encontrava-se na sede. Por este motivo e para cumprir as missões que lhe estavam confiadas, ou seja e muito resumidamente a segurança e defesa de cerca de 1/3 (área NO) do concelho de Mansoa, que era o sector do BCAÇ a 2589 estava reforçada com pelo menos 2 Pelotões de Africanos – ainda que admita como mais verídico serem 3 essas unidades.
Como agora confirmo no P2162, deveriam ser 3 essas unidades, já que apenas tinha em meu poder a indicação dos Pel Caç Nat 15 e 61, faltando o 58.
Uma das minhas actividades consistia em efectuar visitas aos Destacamenntos para:
a) – acompanhamento da realização de acções da APSICO;
b) – uma certa moralização das tropas para que não se sentissem abandonadas pelo seu Capitão (não sei se consegui transmitir-lhes esse sentimento de camaradagem);
c) – transmitir aos respectivos Alferes certas directivas emanadas pelo Comando.
Dada a proximidade de Braia e a maior rapidez com que se fazia o trajecto Mansoa – Cutia, por ser em estrada asfaltada, apenas pernoitava em Infandre (excluindo o período de cerca de pouco mais de 3 meses em que por razões operacionais estive sediado em Cutia).
E chegamos assim à fatídica segunda-feira de Outubro, dia 12 (2).
Esse fim-de-semana passei-o no Infandre. Foi a 10.ª deslocação que efectuei a este Destacamento. Fui para lá no sábado de manhã e só regressei à sede no fim da tarde de domingo!
Permitam-me uma confidência escrita 32 anos depois, quando verifiquei que já não me impressionava com as lembranças do passado da Guiné.
Se não viesse a acontecer uma situação bastante grave no dia seguinte com a coluna deste Destacamento, a forma como se processou o meu regresso nesse domingo não merecia ser descrita, pois assemelhar-se-ia a tantas outras.
Quando a meio da tarde contactei o BCAÇ para enviar a coluna que me levaria de volta a Mansoa, desloquei-me, como sempre fazia nestas circunstâncias e com a segurança feita pelas forças do Destacamento, para o cruzamento do itinerário (era a picada Mansoa – Bissorã), onde seria recolhido pela coluna.
Como se aproximava o fim da estação chuvosa, a precipitação era já mais reduzida e como a temperatura estava numa fase descendente, os dias eram mais agradáveis. Nesse fim de tarde, o tempo estava mesmo óptimo. Quente, mas não excessivo, sem chuva, de forma que à sombra das árvores frondosas que ladeavam o caminho, numa quietude agradável dado o silêncio envolvente, saboreávamos aqueles momentos, em amena cavaqueira, podendo mesmo dizer que se gozava uma "perfeita paz". Se não fosse o vestuário e toda aquela parafernália militar – “Unimogs”, camuflados, “G-3”, morteiros, lança granadas e a segurança próxima que tinha ocupado posições – poder-se-ia dizer que se tratava dum bucólico passeio efectuado por um grupo de excursionistas, talvez de desportos radicais, que por momentos se tinham rendido àquele ambiente agradável e bonito, proporcionado por aquela paisagem, verdejante e já com algum dourado do capim, que nos envolvia.
Quando passou um avião, “T-6” armado de “rockets”, que regressava a Bissalanca, vindo provavelmente do Norte de Bafatá ou do Este de Farim – das zonas de Canjambari, Jumbembem ou Cuntima, muito sensíveis – todos olhámos para o céu, que se apresentava dum azul bonito, e comentou-se: “Onde teriam ido descarregar a carga transportada?”
Não sei quanto tempo permanecemos ali, até que finalmente ouvimos o barulho característico do aproximar das viaturas, com o inconfundível, por mais ruidoso e barulhento, da “chocolateira” ou “assadeira” – autometralhadora “Fox” – que era sempre quem abria a coluna.
Após a confraternização, que se efectuava sempre entre os vários elementos e, feitas as despedidas, regressei serenamente, abrandando à passagem por Braia, para as saudações da praxe, e cheguei em paz, mas já ao lusco-fusco, ao quartel, ainda a tempo de tomar uma banhoca, mudar de roupa e seguir para a messe, já que a hora do jantar estava próxima.
Posteriormente, sempre que recordo estes factos, me interrogo. Como foi possível, aquele fim de tarde tão calmo, tão sereno e tão agradável, se passadas pouco mais de 16 horas, a tão curta distância desse lugar, a Unidade sofreu, creio, o maior número de baixas e estragos que o Agrupamento de Mansoa registou, pelo menos durante a “Era” deste BCAÇ?
Habitualmente faziam-se 2 colunas por semana do Infandre para Mansoa, com o objectivo de se proceder ao reabastecimento, nelas se incorporando sempre pessoal civil do aldeamento e familiares dos militares africanos que vinham à vila para efectuarem compras, à consulta dos médicos do BCAÇ (havia 2 Alferes Milicianos Médicos de nomes Brandão e Sampaio) ou simplesmente passear.
Nesse dia também veio o Régulo do Infandre, de nome Iero e persona non grata do PAIGC.
Referindo-me ao regresso, não concordo com a passagem onde se diz que houve uma paragem em Braia, porque não é verídica.
Vou transcrever os meus hieróglifos desse dia na agenda.
Emb. INF. 12,30 M – 12 (5 Cont. (1 Fur.) 16 (1 Cont + 2 Sarg. + 2 civis). Ataque Mansoa 19h, curto. 22 C/SR + Mort.
Procurando traduzir estas anotações posso dizer que a emboscada se iniciou muito provavelmente às 12h30m, pois em Mansoa estávamos à mesa no início do almoço quando fomos surpreendidos pelo barulho dos rebentamentos, que por ser tão próximo foi imediatamente relacionado com a coluna que pouco tempo antes tinha saído do quartel.
M – 12, era o número de mortos posteriormente contabilizado dos quais, 5 eram do continente sendo um Furriel (este o malogrado Dinis César de Castro).
Por sua vez, 16 era o número de feridos (não descriminando a gravidade) dos quais 1 seria continental, 2 da classe dos sargentos (teria sido melhor indicar furriéis?) e incluía este número 2 civis.
O ferido do continente era o 1.º Cabo Enf. Seguidamente indico o ataque a Mansoa aproximadamente às 19 horas.
Foi de curta duração (curto), tendo sido contabilizados 22 rebentamentos de canhão sem recuo e de morteiros (22 C/SR + Mort.).
Estes ataques eram sempre executados do lado Este, da zona de Cussanja ou de Anha (zona Sul de Canjambari, segundo a designação do dispositivo do PAIGC e que ficava perto das bolanhas na confluência do Rio Mansoa com um seu afluente, o Rio Olom que segue para NE ultrapassando Mandingará, já acima de Cutia e não junto às margens do Rio Geba, como se diz).
Tenho em meu poder (como resistiu às limpezas da papelada que a certa altura fiz, nem sei explicar) uma cópia a tinta-da-china feita por um desenhador possivelmente da CCS, do esquema das posições IN recolhidas no terreno no dia seguinte, que acompanhou o respectivo relatório discriminativo da ocorrência, que deve existir nos Arquivos Militares.
Não possuo elementos para confirmar quais os Pelotões da CCAÇ que se encontravam nesse período respectivamente no Infandre e em Braia (havia uma rotação periódica, já que a perigosidade era diferente nos três Destacamentos e a estadia em Mansoa era considerada como descanso), mas uma vez que quem descreve a chegada ao local é o A. S. Gomes, identificado na foto ao lado dos camaradas Serralha e Simões, de quem me lembro muito bem já que possuo fotos da mesa do almoço de Páscoa em Braia, direi que era o Pel do Alf Almeida.
Por sua vez no Infandre estaria o Pel do Alf Assude (estou procurando confirmar este dado com o próprio).
Todo o pessoal do quartel em Mansoa, que mais uma vez afirmo estava almoçando, deixou alvoroçado e preocupado, os refeitórios, como era habitual acorrendo à parada, para receber instruções do Comando do BCAÇ, enquanto os oficiais acorriam para as Transmissões e Sala de Operações para contactar as nossas forças e dirigir as manobras.
Posso afirmar que certamente eu devia estar extremamente pálido e meio atónito, porque me lembrei imediatamente do fim de tarde do dia anterior… o Ten Cor Chaves de Carvalho não me mandou seguir…
Quem primeiro confirmou o sucedido foi Braia, dizendo que a coluna que tinha passado pouco tempo antes estava a ser atacada e estavam-se aprontando para seguir em seu auxilio.
Logicamente que Infandre confirmava.
Como, pelas informações, seriam os de Braia os primeiros a chegar foi lhes pedido que dessem as localizações (de acordo com as quadriculas) para o fogo de apoio dos obuses, como de facto depois foi feito.
Por sua vez em Mansoa estava o Pelotão do Alf Martinez (ele quase que não precisava de ordens do Cmdt para arrancar, já que era o 1.º a subir para a viatura com os seus camaradas que o seguiam imediatamente), tendo sido ele que seguiu com o primeiro grupo.
Posteriormente foi dada ordem para 2 Pelotões da CCAÇ operacional (uma unidade de reforço ao BCAÇ existente em Mansoa de que não recordo o número e era comandada por um Cap do QP) seguirem até Braia, com o objectivo de efectuarem uma batida a partir daí na zona de retirada dos elementos do PAIGC e um grupo misto de pessoal de serviços para as restantes tarefas de remoção dos destroços.
Por sua vez o Cmdt do BCAÇ determinou que eu, acompanhado pelo Martinez, me preparasse para no dia seguinte proceder ao reconhecimento detalhado do local da emboscada, com vista à elaboração dum esquema que acompanhasse o relatório da ocorrência.
A ideia que tenho, não digo que seja correcta, é de que quando o pessoal de Braia (que julgo terem começado a fazer fogo de morteiro ainda que às cegas, para os terrenos a Norte do itinerário e aqui peço ao A. S. Gomes que me corrija ou confirme) chegou às proximidades, os emboscantes já estariam em retirada.
As viaturas ficaram inoperacionais fora da estrada na berma do lado S, a mina não foi activada (porquê? Terá sido detectada pelo condutor da viatura a tempo, que fez desviar a viatura para a berma esquerda? Aperceberam-se as NT da emboscada, obrigando assim os guerrilheiros a iniciá-la prematuramente?).
Os géneros foram praticamente todos saqueados e raptaram vários elementos da População incluindo o régulo Iero, de quem nunca mais se teve conhecimento.
Na minha ignorância militar, fiquei sempre com a ideia de que este rapto tinha sido o objectivo da emboscada… se houver alguém que me tire isto da ideia, agradeço.
O esquema da emboscada, fruto dum minucioso e cauteloso (não fossemos deparar com alguma desagradável surpresa de armadilhas deixadas) reconhecimento efectuado logo pela manhã do dia seguinte, revelou tratar-se duma operação bem planeada e demoradamente concebida, pelos efectivos e armamento aplicados. Não me sinto diminuído por afirmar que estas apreciações são mais fruto da experiência do Martinez, do que minhas!
De acordo com a cartografia, depois da curva para a direita no sentido Braia/Infandre, a picada com a orientação ONO, desenvolve-se praticamente em linha recta numa extensão de cerca de 3 km e a emboscada foi montada (logicamente do lado Norte) sensivelmente a meio do trajecto curva-pontão antes do desvio para o Infandre, em local não capinado por não ser cultivado pela População que não se aventurava até aí para fazê-lo.
O capim, então no seu máximo desenvolvimento estava mesmo em cima da picada e, como sabem ultrapassava a altura das viaturas, ainda meio verdejante apresentava já uns tons amarelados permitindo reconhecer, pelo seu calcamento, todas as posições, os trilhos e o próprio local de retirada.
Numa extensão de cerca de 260m, medidos entre as posições extremas, pudemos identificar 14 posições no total, a diferentes distâncias da berma. No meio havia 2 posições maiores distantes 15 a 20m da berma, seguindo-se para cada lado 2 a cerca de 10m, mais 3 entre 3 a 5m e a extrema a 3m.
O local de reunião do lado da extremidade O estava a cerca de 200m e havia os vestígios de instalação daquilo que designámos por armas pesadas (morteiros? C/SR?) a cerca d 1km.
A mina A/C instalada na estrada estava sensivelmente a meio, no enfiamento da separação das posições centrais e a 1.ª viatura metida pela berma dentro (lado S) antes da mina.
A distância para a outra viatura, que não chegou a entrar tanto pelo terreno, era de cerca de 90m, mas tendo já ultrapassado a 3.ª posição da emboscada, portanto todos bem envolvidos pelos elementos do PAIGC.
A retirada foi na direcção do Cubonge, a caminho do Morés.
Estou de acordo com o que diz o A. S. Gomes, de que não houve paragem em Braia.
Não vieram ambulâncias de Bissau, como diz o Cabo Enf A. Costa. O César Dias tem razão.
Os mortos e os feridos supostamente menos graves vieram para Mansoa, sendo tratados pelos serviços médicos da Unidade e só no dia seguinte seguiram para Bissau aqueles que os médicos entenderam que precisavam de maiores cuidados.
Não tenho conhecimento de que o Marcelino da Mata tenha estado no local nesse dia, nem no seguinte, quando realizei como disse o reconhecimento do mesmo.
O 1.º Cabo Enf do Pel Caç Nat só não morreu, porque encontrando-se gravemente ferido de barriga para baixo (estaria desmaiado?), não reagiu à provocação feita por um dos assaltantes com o cano em brasa da Kalash, segundo me disseram na altura.
Não preciso indicar como, porque os camaradas calculam, já que este acto tinha sido referenciado noutras ocasiões, deixando-nos sempre na dúvida de sabermos se os corpos encontrados já mortos, tinham morrido imediatamente em combate ou se algum foi abatido quando se encontrava apenas ferido.
Da batida efectuada relataram ter encontrado rastos ensanguentados, mas não se soube, na altura, se houve mortos ou feridos da parte do PAIGC.
Há uma certa discrepância nos números apresentados pelo César Dias (10 mortos e 17 feridos) e os meus (12 mortos e 16 feridos), mas não sei quem terá razão.
Quanto ao soldado capturado, não seria o tal Soldado Condutor, que apareceu à noite, segundo afirma o Luís Camões? Eu não me recordo deste facto.
Não registei os nomes dos mortos, apenas recordando, por razões especiais o do ex-Fur Mil Dinis César de Castro.
Quando a partir de 2002 procurei alinhar algumas recordações do meu passado na Guiné, socorri-me da publicação de Joaquim Vieira, Angola-Guiné-Moçambique. Os Que Não Voltaram, do Caderno Expresso de 1994, para captar os possíveis nomes desse dia.
Nessas 31 páginas com 3 colunas cada de letra miúda, encontrei precisamente, e apenas, 12 nomes de mortos em combate em 12-10-70, todos do exército.
Tomei esses nomes como os referentes aos mortos dessa emboscada (uma vez que coincidiam com o meu apontamento) e que, por ordem alfabética, estão assim escritos:
Betiquete Cumbá, Sold.;
Diniz César de Castro, Fur.;
Duarte Ribeiro Gualdino, Sold.;
Gilberto Mamadu Baldé, Sold.;
Idrissa Seidi, Sold.;
Joaquim Banam, 1.º Cabo;
Joaquim João da Silva, Sold.;
Joaquim Manuel da Silva, Sold.;
Joaquim Marmelo da Silva, Sold.;
José da Cruz Mamede, 1.º Cabo.;
José Simões F. Serra, Sold.;
Tangtna Mute, Sold.
Uma vez que, por afirmações feitas nesta Tabanca não aparece o nome de José S. F. Serra e segundo Abreu Santos, Joaquim Manuel ou Marmelo(?) da Silva morreu nesse dia, mas em Nova Lamego, é possível que os mortos militares tivessem sido realmente 10 e nos meus 12 estivessem contabilizados 2 civis.
A distribuição dos efectivos militares nos 2 Destacamentos à data da emboscada não era a indicada no que se refere ao pessoal da CCAÇ 2589. Não eram secções que lá estavam, mas sim um Pelotão em cada Destacamento, reforçado sim com secções do Pel Caç Nat 58.
Não me recordava do nome do seu Cmdt, mas ao lê-lo agora reactivou-se na minha ram. Havia sim um Guerra, tal como um Alf Simeão que comandava o Pel Caç Nat61 e esteve comigo em Cutia.
Segundo o depoimento de Augusto Jaló o condutor ter-se-ia desviado da mina para a direita, mas a viatura ficou na berma esquerda? Uma vez que se desviou, foi porque naturalmente a detectou ou pelo menos viu algo de anormal na estrada e talvez por isso a emboscada foi iniciada mais cedo. Teria sido assim?
Numa das fotos coloridas (algures, após o Fortim de Braia) pode ver-se a vegetação luxuriante e o capim, bem alto, mesmo em cima da picada tal como quando da emboscada.
Não havia era este tipo de árvores com os ramos cobrindo a picada, mas apenas umas árvores mais dispersas e com a copa alta como na foto a preto e branco que a antecede.
Para já é tudo.
Se conseguir contactar o Assude e tiver mais conhecimentos transmiti-los-ei.
No encontro de 17 de Maio levarei uma fotocópia da emboscada, porque não tenho de momento hipótese de a transcrever.
Abraços.
Jorge Picado
_________________
Notas de C.V.
(1) - Jorge Picado quererá referir-se certamente ao nosso estimado camarada Afonso M.F. Sousa que dedicou exaustivo trabalho de pesquisa a esta emboscada.
Vd. poste de 10 de Abril de 2008 > Guiné 63/74 - P2748: Para o estimado Jorge Picado (Afonso Sousa)
(2) - Sobre a emboscada do Infandre Vd. postes de:
3 de Abril de 2008
Guiné 63/74 - P1641: A morte do 1º Cabo José da Cruz Mamede, do Pel Caç Nat 58 (1): Onde e em que circunstâncias ? (Afonso M. F. Sousa)
Guiné 63/74 - P1642: A morte do 1º Cabo José da Cruz Mamede, Pel Caç Nat 58 (2) : Em Infandre, a 13 km de Mansoa (Afonso M. F. Sousa)
e ainda > Guiné 63/74 - P1643: A morte do 1º cabo José da Cruz Mamede, do Pel Cacç Nat 58 (3): 10 mortos em emboscada com luta corpo a corpo (César Dias)
4 de Abril de 2007> Guiné 63/74 - P1644: A morte do 1º cabo José da Cruz Mamede, Pel Caç Nat 58 (4): Recordando o mítico Morés (Afonso M.F. Sousa / Carlos Fortunato)
7 de Outubro de 2007> Guiné 63/74 - P2162: O fatídico dia 12 de Outubro de 1970 - Emboscada no itinerário Braia/Infandre (Afonso M. F. Sousa)
sexta-feira, 2 de maio de 2008
Guiné 63/74 - P2806: Poemário do José Manuel (11): Até um dia, Trindade, até um dia, Fragata
Guiné > Região de Tombali > Mampatá > CART 6250 (1972/74) > O Fur Mil José Manuel Lopes. Neste poema, evoca dois dos alferes milicianos da companhia que desertaram, um durante a IAO, e o outro na altura em que veio de férias à Metrópole.
Foto e poema: © José Manuel (2008). Direitos reservados (1).
Poema do dia, sem título, enviado em 11 de Abril:
Ninguém deve ser julgado
por aquilo em que acredita
pelo que gosta de fazer
pelo que ama
ou por aquilo que teima em ser
ninguém deve ser condenado
por dizer não à guerra
e partir
sem um sorriso
ou um adeus
em jeito de despedida
num silêncio obrigado
por vezes a vida é ingrata
até um dia Trindade
até um dia Fragata (*).
Mampatá 1972
josema
_________
(*) Nota de JML, de 22 de Abril:
Raramente falo nos dois alferes que disseram não à guerra. Respeito a sua decisão, até porque eram pessoas que me pareciam integras e conscientes do que fizeram.
O Trindade comandante do 4º Grupo de Combate, muito discretamente, quando do treino operacional na formação da Companhia em Gaia, se notava que não estava de acordo com a Guerra Colonial. Era de uma formação política fora do comum naquele tempo e nas entrelinhas via-se que a sua opinião era diferente duma maioria que via o País do Minho a Timor, tal como eu, mas que com o tempo e o contacto com a outra face da verdade comecei a compreender e a ver o outro lado.
Quanto ao Fragata, comandante do 2º Grupo, ao qual eu estive ligado, era um homem de paz, a guerra para ele não fazia sentido e sofria para dentro em cada dia, hora e minuto que passava, ainda em 1972 veio de férias e não voltou. Sei que foi difícil a sua decisão, tão dura que ainda hoje suponho que ninguém da Companhia o viu mais. E como eu gostava de o abraçar e dizer que aceito a sua decisão sem nenhuma reserva.
Todos têm o direito a dizer não, quando determinados factos se chocam com a sua maneira de ser.
Um abraço
jose manuel
_____________
Nota de L.G.:
(1) Vd. último poste de -feira, 24 de Abril de 2008 > Guiné 63/74 - P2794: Poemário do José Manuel (10): Ao Albuquerque, morto numa mina antipessoal em Abril de 1973
Foto e poema: © José Manuel (2008). Direitos reservados (1).
Poema do dia, sem título, enviado em 11 de Abril:
Ninguém deve ser julgado
por aquilo em que acredita
pelo que gosta de fazer
pelo que ama
ou por aquilo que teima em ser
ninguém deve ser condenado
por dizer não à guerra
e partir
sem um sorriso
ou um adeus
em jeito de despedida
num silêncio obrigado
por vezes a vida é ingrata
até um dia Trindade
até um dia Fragata (*).
Mampatá 1972
josema
_________
(*) Nota de JML, de 22 de Abril:
Raramente falo nos dois alferes que disseram não à guerra. Respeito a sua decisão, até porque eram pessoas que me pareciam integras e conscientes do que fizeram.
O Trindade comandante do 4º Grupo de Combate, muito discretamente, quando do treino operacional na formação da Companhia em Gaia, se notava que não estava de acordo com a Guerra Colonial. Era de uma formação política fora do comum naquele tempo e nas entrelinhas via-se que a sua opinião era diferente duma maioria que via o País do Minho a Timor, tal como eu, mas que com o tempo e o contacto com a outra face da verdade comecei a compreender e a ver o outro lado.
Quanto ao Fragata, comandante do 2º Grupo, ao qual eu estive ligado, era um homem de paz, a guerra para ele não fazia sentido e sofria para dentro em cada dia, hora e minuto que passava, ainda em 1972 veio de férias e não voltou. Sei que foi difícil a sua decisão, tão dura que ainda hoje suponho que ninguém da Companhia o viu mais. E como eu gostava de o abraçar e dizer que aceito a sua decisão sem nenhuma reserva.
Todos têm o direito a dizer não, quando determinados factos se chocam com a sua maneira de ser.
Um abraço
jose manuel
_____________
Nota de L.G.:
(1) Vd. último poste de -feira, 24 de Abril de 2008 > Guiné 63/74 - P2794: Poemário do José Manuel (10): Ao Albuquerque, morto numa mina antipessoal em Abril de 1973
quinta-feira, 1 de maio de 2008
Guiné 63/74 - P2805: III Encontro Nacional da Nossa Tertúlia (4): Novidades (J.Mexia Alves/C.Vinhal)
Caros Camaradas e Tertulianos amigos da Guiné-Bissau
Ponto da situação do nosso III Encontro Nacional, a levar a efeito no dia 17 de Maio de 2008 no Restaurante da Quinta do Paúl em Ortigosa, perto de Monte Real.
Mapa com a localização da Quinta do Paúl, em Ortigosa, bem perto de Monte Real, Concelho de Leiria.
1 - As inscrições deverão ser feitas até ao dia 10 de Maio de 2008, para darmos tempo a que o nosso anfitrião possa ter tudo devidamente organizado no dia 17.
Vamos colaborar com ele, inscrevendo-nos atempadamente.
As inscrições deverão ser enviadas para:
Joaquim Mexia Alves: joquim.alves@gmail.com
Carlos Vinhal: carlos.vinhal@oniduo.pt
2 - A lista dos inscritos até ao momento é a seguinte:
Álvaro Basto e Fernanda (Matosinhos)
António Báia e Celeste (Lisboa)
António José Pereira da Costa
António Marques Lopes, Gena e Francisco (Matosinhos)
António Santos e Graciela (Loures)
Artur Manuel Soares (Figueira da Foz)
Carlos Esteves Vinhal e Dina (Matosinhos)
Carlos Marques Santos e Teresa (Coimbra)
Carlos Silva e Maria Germana (Lisboa)
David Guimarães e Lígia Maria (Espinho)
Delfim Rodrigues (Coimbra)
Fernando Franco e Margarida (Lisboa)
Henrique Matos (Olhão)
Idálio Reis (Cantanhede)
Jaime Machado e Maria de Fátima (Matosinhos)
Joaquim Mexia Alves (Monte Real)
Jorge Cabral (Lisboa)
Jorge Picado (Ílhavo)
José Armando Almeida e Teresa (Albergaria-a-Velha)
José Casimiro Carvalho (Maia)
José do Nascimento Lázaro (Seia)
José Luís Vacas de Carvalho (Lisboa)
José Manuel Lopes e Luísa (Douro)
José Martins e Maria Manuela (Odivelas)
José Teixeira (Matosinhos)
Leopoldo Amado (Porto)
Luís Graça e Maria Alice (Lisboa)
Mário Beja Santos (Lisboa)
Mário Fitas e Maria Helena (Estoril)
Maurício Esparteiro (Almada)
Paulo Santiago e Teresa (Águeda)
Raúl Albino (Vila Nogueira de Azeitão)
Victor Alves (Vouzelas)
Virgínio Briote e Maria Irene (Cascais)
Vitor Junqueira (Pombal)
3 - Para quem quiser pernoitar, aqui ficam as unidades hoteleiras e os respectivos preços.
Quartos duplos:
Hotel D. Afonso
58,00€ - 55,50€ - conforme as vistas
Hotel Flora
43,00€
Pensão Santa Rita
45,00€
Pensão Montanha (1)
19,00€ e 20,00€
(1) -Pensão familiar cujos quartos são num anexo, no entanto, todos com casa de banho obviamente e perfeitamente aceitáveis para uma noite.
O "pessoal" da CART 3492 ficou o ano passado aqui alojado quando do almoço da companhia.
As pessoas devem comunicar com o Joaquim Mexia Alves, ou comigo, o mais breve possível, indicado a unidade hoteleira que preferem, para que ele possa fazer as respectivas reservas. Quem não confirmar o pedido de reserva escolhendo o local de dormida, ficará por sua conta em termos de pernoita.
4 - Para facilitar o serviço e não haver distinções entre os comensais, ficou estabelecido ser servido só o prato de carne.
Se, de todo, houver alguém contra o comer animais ou o novilho em particular, deve manifestar o seu (des)gosto ao Mexia Alves para ele arranjar uma alternativa junto do restaurante.
De novo apresento a ementa
Almoço
Entradas
Quarteto de Frutas Laminadas com Presunto
Espetadinha de Morcela e Chouriço
Pãezinhos Regionais/Manteiga
Broa/Azeitonas
Sopa de...
Carne
Assado de Novilho c/ puré de batatinhas, e Legumes
Sobremesas
Doces Tradicionais
Frutas Laminadas
Vinhos Regionais
Aguas/Refrigerantes
Café
Preço do almoço por pessoa 19,50€
Buffet/Lanche
Caldo verde
Bifanas no Pão
Frangainhos churrasco
Pataniscas de Bacalhau/Rissóis/Chamussas
Queijo/Fiambre/Presunto
Saladas Variadas
Doces de Colher
Frutas Naturais
Febras Churrasco
Lentriscas
Morcela Grelhada
Bebidas
Preço do lanche por pessoa 9,50€
Total final 29€
5 - Programa provisório
i - Concentração às 12,00h no Parque de Estacionamento do Restaurante
ii - Às 12,30h reunião do pessoal numa sala destinada para o efeito para tratar de assuntos de interesse do nosso Blogue.
iii - Às 13,30 será servido o almoço
iv - Durante a tarde teremos um tempinho para discutir a situação do nosso Blogue, dependendo do que se resolver na reunião da manhã.
v - Tempo musical a cargo dos mais conceituados artistas de variedades, vozes e músicos, seleccionados entre os participantes do almoço.
vi - O lanche será servido por volta da 18,30h, para retemperar forças.
vii - A sala será nossa até às 22h00, tendo ao nosso serviço uma instalação sonora composta por um microfone com cabo, um portátil e uma coluna de som.
6 - Envio de crachás
Como é habitual, oportunamente enviarei a todos, o(s) crachá(s) em ficheiro que deverão imprimir para levar e exibir.
________________
Nota dos editores:
(1) Vd. poste de 17 de Abril de 2008> Guiné 63/74 - P2770: III Encontro Nacional da Nossa Tertúlia (3): Novidades (J.Mexia Alves/C. Vinhal)
Ponto da situação do nosso III Encontro Nacional, a levar a efeito no dia 17 de Maio de 2008 no Restaurante da Quinta do Paúl em Ortigosa, perto de Monte Real.
Mapa com a localização da Quinta do Paúl, em Ortigosa, bem perto de Monte Real, Concelho de Leiria.
1 - As inscrições deverão ser feitas até ao dia 10 de Maio de 2008, para darmos tempo a que o nosso anfitrião possa ter tudo devidamente organizado no dia 17.
Vamos colaborar com ele, inscrevendo-nos atempadamente.
As inscrições deverão ser enviadas para:
Joaquim Mexia Alves: joquim.alves@gmail.com
Carlos Vinhal: carlos.vinhal@oniduo.pt
2 - A lista dos inscritos até ao momento é a seguinte:
Álvaro Basto e Fernanda (Matosinhos)
António Báia e Celeste (Lisboa)
António José Pereira da Costa
António Marques Lopes, Gena e Francisco (Matosinhos)
António Santos e Graciela (Loures)
Artur Manuel Soares (Figueira da Foz)
Carlos Esteves Vinhal e Dina (Matosinhos)
Carlos Marques Santos e Teresa (Coimbra)
Carlos Silva e Maria Germana (Lisboa)
David Guimarães e Lígia Maria (Espinho)
Delfim Rodrigues (Coimbra)
Fernando Franco e Margarida (Lisboa)
Henrique Matos (Olhão)
Idálio Reis (Cantanhede)
Jaime Machado e Maria de Fátima (Matosinhos)
Joaquim Mexia Alves (Monte Real)
Jorge Cabral (Lisboa)
Jorge Picado (Ílhavo)
José Armando Almeida e Teresa (Albergaria-a-Velha)
José Casimiro Carvalho (Maia)
José do Nascimento Lázaro (Seia)
José Luís Vacas de Carvalho (Lisboa)
José Manuel Lopes e Luísa (Douro)
José Martins e Maria Manuela (Odivelas)
José Teixeira (Matosinhos)
Leopoldo Amado (Porto)
Luís Graça e Maria Alice (Lisboa)
Mário Beja Santos (Lisboa)
Mário Fitas e Maria Helena (Estoril)
Maurício Esparteiro (Almada)
Paulo Santiago e Teresa (Águeda)
Raúl Albino (Vila Nogueira de Azeitão)
Victor Alves (Vouzelas)
Virgínio Briote e Maria Irene (Cascais)
Vitor Junqueira (Pombal)
3 - Para quem quiser pernoitar, aqui ficam as unidades hoteleiras e os respectivos preços.
Quartos duplos:
Hotel D. Afonso
58,00€ - 55,50€ - conforme as vistas
Hotel Flora
43,00€
Pensão Santa Rita
45,00€
Pensão Montanha (1)
19,00€ e 20,00€
(1) -Pensão familiar cujos quartos são num anexo, no entanto, todos com casa de banho obviamente e perfeitamente aceitáveis para uma noite.
O "pessoal" da CART 3492 ficou o ano passado aqui alojado quando do almoço da companhia.
As pessoas devem comunicar com o Joaquim Mexia Alves, ou comigo, o mais breve possível, indicado a unidade hoteleira que preferem, para que ele possa fazer as respectivas reservas. Quem não confirmar o pedido de reserva escolhendo o local de dormida, ficará por sua conta em termos de pernoita.
4 - Para facilitar o serviço e não haver distinções entre os comensais, ficou estabelecido ser servido só o prato de carne.
Se, de todo, houver alguém contra o comer animais ou o novilho em particular, deve manifestar o seu (des)gosto ao Mexia Alves para ele arranjar uma alternativa junto do restaurante.
De novo apresento a ementa
Almoço
Entradas
Quarteto de Frutas Laminadas com Presunto
Espetadinha de Morcela e Chouriço
Pãezinhos Regionais/Manteiga
Broa/Azeitonas
Sopa de...
Carne
Assado de Novilho c/ puré de batatinhas, e Legumes
Sobremesas
Doces Tradicionais
Frutas Laminadas
Vinhos Regionais
Aguas/Refrigerantes
Café
Preço do almoço por pessoa 19,50€
Buffet/Lanche
Caldo verde
Bifanas no Pão
Frangainhos churrasco
Pataniscas de Bacalhau/Rissóis/Chamussas
Queijo/Fiambre/Presunto
Saladas Variadas
Doces de Colher
Frutas Naturais
Febras Churrasco
Lentriscas
Morcela Grelhada
Bebidas
Preço do lanche por pessoa 9,50€
Total final 29€
5 - Programa provisório
i - Concentração às 12,00h no Parque de Estacionamento do Restaurante
ii - Às 12,30h reunião do pessoal numa sala destinada para o efeito para tratar de assuntos de interesse do nosso Blogue.
iii - Às 13,30 será servido o almoço
iv - Durante a tarde teremos um tempinho para discutir a situação do nosso Blogue, dependendo do que se resolver na reunião da manhã.
v - Tempo musical a cargo dos mais conceituados artistas de variedades, vozes e músicos, seleccionados entre os participantes do almoço.
vi - O lanche será servido por volta da 18,30h, para retemperar forças.
vii - A sala será nossa até às 22h00, tendo ao nosso serviço uma instalação sonora composta por um microfone com cabo, um portátil e uma coluna de som.
6 - Envio de crachás
Como é habitual, oportunamente enviarei a todos, o(s) crachá(s) em ficheiro que deverão imprimir para levar e exibir.
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Nota dos editores:
(1) Vd. poste de 17 de Abril de 2008> Guiné 63/74 - P2770: III Encontro Nacional da Nossa Tertúlia (3): Novidades (J.Mexia Alves/C. Vinhal)
quarta-feira, 30 de abril de 2008
Guiné 63/74 - P2804: Em busca de ... (25): Furriel Moniz, madeirense, CCAV 1484, Catió, 1967/68, que pode ter morrido no Vietname (Benito Neves)
À procura do Furriel Moniz
Há alguns dias, o Leopoldo Amado, agora a viver no Porto por motivos profissionais, enviou-nos a mensagem já divulgada e que trasncrevemos abaixo, solicitando à Tabanca Grande informações sobre o paradeiro do Furriel Moniz, um amigo da sua infância:
Guiné > Região de Tombali > Catió > 1967/68 > O Leoopoldo Amado (1), em criança (6/7anos), mais o irmão José Pedro (o mais novo) e o sargento Moniz (não Dinis)... Alguém, da nossa Tabanca Grande, se lembra do sargento Diniz? Talvez o Vitor Condeço, que foi furriel miliciano de armamento na CCS do BART 1913, e que esteve justamente em Catió nessa época (1967/68).
Foto: © Leopoldo Amado (2008). Direitos reservados.
1. Moniz ainda é vivo?
Como é do vosso conhecimento (se não é, passa a ser), o meu pai foi durante muitos anos Chefe dos Correios em várias localidades da Guiné. Foi assim que percorremos Bambadinca (1960-1963), Bafatá (1963-1964), Fulacunda (1964-1966), Catió (1966-1969) e Bolama (1969-1973). Na realidade, de dois em dois anos (máximo três) éramos transferidos de um local para o outro até que, em 1969, regressámos novamente à Bolama, nossa terra e nosso ponto de partida inicial, antes de rumarmos definitivamente para Bissau, em 1973, já nas vésperas da independência.
Em todas as localidades, o meu pai fazia e possuía imensos amigos, designadamente, entre a soldadesca portuguesa. Dentre esses, lembro-me com saudades do sargento Moniz que, sendo um grande amigo do meu pai, se encarregava de passear connosco (eu e meu irmão) pelas ruelas de Catió, aí pelos anos idos de 1967-1968.
A foto que vos envio (em anexo) foi feita nessa altura em Catió, no quintal da minha casa, ou seja, defronte aos Correios e o então quartel, que ficavam lado a lado. Da esquerda para a direita, o Moniz (de camuflado) e, no seu colo, o José Pedro (meu irmão mais novo, que vive há muitos anos em Paris) e eu próprio (de pé), com a idade provável de 6/7 anos.
A foto é da autoria de um soldado-fotógrafo profissional (o meu pai não se lembra do nome) a quem cedeu uma divisão na parte traseira da nossa casa, onde ele estabeleceu um improvisado e funcional estúdio-laboratório que servia a tropa toda e ainda os civis.
Eu e o meu pai gostaríamos de rever o Moniz e talvez o TABANCA GRANDE nos possa ser útil nisso.
Diniz, ainda é vivo?
Oxalá!
Leopoldo Amado
2. As notícias do Benito Neves em 29 de Abril:
Os meus cumprimentos ao editor, co-editores, a todos os tertulianos e em especial ao Dr. Leopoldo Amado.
Há dias em que o coração se nos aperta no peito e a saudade nos estrangula.
Hoje foi um desses dias quando, ao visionar o blogue, vi a foto do meu companheiro e amigo Moniz (Não Diniz), junto de dois meninos. Já faz muitos, muitos anos.
O Luís Severino Moniz era furriel, madeirense, natural do Machico. Juntámo-nos no Regimento de Cavalaria 7, onde formámos a CCav 1484. Embarcámos para a Guiné no dia 20/Out/65 e permanecemos em Nhacra desde 26/10/65 até 06/06/66. Rumámos, depois, para Catió onde permanecemos até 20/07/67.
Por onde passámos fomos sempre companheiros de quarto e entre nós havia uma profunda Amizade.
Permita-me que o recorde na sua sempre boa disposição, franco, leal com um coração do tamanho do Mundo e que mais adjectivos em poderei encontrar para definir aquele menino grande?
Desculpem-me mas a recordação e a saudade, agora, molharam-me a face mas tenho que ganhar ânimo para prosseguir.
Pena tenho, meu caro Dr. Leopoldo Amado, de não lhe poder dizer que o Moniz está vivo e de boa saúde, mas as notícias que tenho desde há muito tempo apontam para o contrário.
Desde o dia 02/08/67, dia em que regressámos a Lisboa, que perdi o contacto com o Moniz.
Tentei saber dele mais tarde mas não sei se será credível a história que me foi contada. Ainda em Catió soubemos que os pais do Moniz viviam separados, situação que afectava profundamente o meu companheiro e amigo que muita vezes disfarçava a amargura naquela natural jovialidade.
Soubemos que ele tentou que os pais se reconciliassem, o que se iria concretizar no final da comissão. Constou, no entanto, que, quando o pai o ia esperar ao aeroporto do Funchal, o pai terá morrido num acidente de viação.
Mais nos constou que, perante a tragédia, o Moniz se terá voluntariado para o Vietname onde terá falecido.
Ainda hoje me parece que esta história foi tirada de um livro de ficção. Mas foi o que constou e nada mais se soube do Moniz.
Mas, hoje que o assunto "voltou a lume", vou questionar um outro furriel da nossa Companhia 1484, que vive no Funchal, para que, apesar dos 41 anos já volvidos, procure saber da veracidade da história e tão bom seria que tudo fosse uma mentira e nos fosse possível voltar a dar aquele abraço que tantas vezes trocámos.
Resta-nos a recordação e, como tal, junto algumas fotos de momentos que partilhámos e jamais esquecerei.
Dr. Leopoldo Amado, grato lhe fico por me ter proporcionado o sentir de novo a grandeza da nossa Amizade.
Os meus cumprimentos.
Benito Neves
__________
O nosso blogue é uma verdadeira Caixa de Pandora. Pois é, Benito, estamos sempre expostos às mais inesperadas surpresas.
Ao Benito, o nosso muito obrigado pela sua rápida, solidária e emocionada resposta.
Querido camarada abrantino: Oxalá tenhas mais e melhores notícias do teu amigo e nosso camarada Moniz (e não Diniz, como escreveu o Leopoldo).
(…)
Um abraço para todos.Luís__________
adaptação do texto de vb. Artigo relacionado em:
28 de Abril de 2008 > Guiné 63/74 - P2798: Em busca de ... (24): Sargento Diniz, amigo de meu pai, chefe dos correios, Catió, 1967/68 (Leopoldo Amado)
Há alguns dias, o Leopoldo Amado, agora a viver no Porto por motivos profissionais, enviou-nos a mensagem já divulgada e que trasncrevemos abaixo, solicitando à Tabanca Grande informações sobre o paradeiro do Furriel Moniz, um amigo da sua infância:
Guiné > Região de Tombali > Catió > 1967/68 > O Leoopoldo Amado (1), em criança (6/7anos), mais o irmão José Pedro (o mais novo) e o sargento Moniz (não Dinis)... Alguém, da nossa Tabanca Grande, se lembra do sargento Diniz? Talvez o Vitor Condeço, que foi furriel miliciano de armamento na CCS do BART 1913, e que esteve justamente em Catió nessa época (1967/68).
Foto: © Leopoldo Amado (2008). Direitos reservados.
1. Moniz ainda é vivo?
Como é do vosso conhecimento (se não é, passa a ser), o meu pai foi durante muitos anos Chefe dos Correios em várias localidades da Guiné. Foi assim que percorremos Bambadinca (1960-1963), Bafatá (1963-1964), Fulacunda (1964-1966), Catió (1966-1969) e Bolama (1969-1973). Na realidade, de dois em dois anos (máximo três) éramos transferidos de um local para o outro até que, em 1969, regressámos novamente à Bolama, nossa terra e nosso ponto de partida inicial, antes de rumarmos definitivamente para Bissau, em 1973, já nas vésperas da independência.
Em todas as localidades, o meu pai fazia e possuía imensos amigos, designadamente, entre a soldadesca portuguesa. Dentre esses, lembro-me com saudades do sargento Moniz que, sendo um grande amigo do meu pai, se encarregava de passear connosco (eu e meu irmão) pelas ruelas de Catió, aí pelos anos idos de 1967-1968.
A foto que vos envio (em anexo) foi feita nessa altura em Catió, no quintal da minha casa, ou seja, defronte aos Correios e o então quartel, que ficavam lado a lado. Da esquerda para a direita, o Moniz (de camuflado) e, no seu colo, o José Pedro (meu irmão mais novo, que vive há muitos anos em Paris) e eu próprio (de pé), com a idade provável de 6/7 anos.
A foto é da autoria de um soldado-fotógrafo profissional (o meu pai não se lembra do nome) a quem cedeu uma divisão na parte traseira da nossa casa, onde ele estabeleceu um improvisado e funcional estúdio-laboratório que servia a tropa toda e ainda os civis.
Eu e o meu pai gostaríamos de rever o Moniz e talvez o TABANCA GRANDE nos possa ser útil nisso.
Diniz, ainda é vivo?
Oxalá!
Leopoldo Amado
2. As notícias do Benito Neves em 29 de Abril:
Os meus cumprimentos ao editor, co-editores, a todos os tertulianos e em especial ao Dr. Leopoldo Amado.
Há dias em que o coração se nos aperta no peito e a saudade nos estrangula.
Hoje foi um desses dias quando, ao visionar o blogue, vi a foto do meu companheiro e amigo Moniz (Não Diniz), junto de dois meninos. Já faz muitos, muitos anos.
O Luís Severino Moniz era furriel, madeirense, natural do Machico. Juntámo-nos no Regimento de Cavalaria 7, onde formámos a CCav 1484. Embarcámos para a Guiné no dia 20/Out/65 e permanecemos em Nhacra desde 26/10/65 até 06/06/66. Rumámos, depois, para Catió onde permanecemos até 20/07/67.
Por onde passámos fomos sempre companheiros de quarto e entre nós havia uma profunda Amizade.
Permita-me que o recorde na sua sempre boa disposição, franco, leal com um coração do tamanho do Mundo e que mais adjectivos em poderei encontrar para definir aquele menino grande?
Desculpem-me mas a recordação e a saudade, agora, molharam-me a face mas tenho que ganhar ânimo para prosseguir.
Pena tenho, meu caro Dr. Leopoldo Amado, de não lhe poder dizer que o Moniz está vivo e de boa saúde, mas as notícias que tenho desde há muito tempo apontam para o contrário.
Desde o dia 02/08/67, dia em que regressámos a Lisboa, que perdi o contacto com o Moniz.
Tentei saber dele mais tarde mas não sei se será credível a história que me foi contada. Ainda em Catió soubemos que os pais do Moniz viviam separados, situação que afectava profundamente o meu companheiro e amigo que muita vezes disfarçava a amargura naquela natural jovialidade.
Soubemos que ele tentou que os pais se reconciliassem, o que se iria concretizar no final da comissão. Constou, no entanto, que, quando o pai o ia esperar ao aeroporto do Funchal, o pai terá morrido num acidente de viação.
Mais nos constou que, perante a tragédia, o Moniz se terá voluntariado para o Vietname onde terá falecido.
Ainda hoje me parece que esta história foi tirada de um livro de ficção. Mas foi o que constou e nada mais se soube do Moniz.
Mas, hoje que o assunto "voltou a lume", vou questionar um outro furriel da nossa Companhia 1484, que vive no Funchal, para que, apesar dos 41 anos já volvidos, procure saber da veracidade da história e tão bom seria que tudo fosse uma mentira e nos fosse possível voltar a dar aquele abraço que tantas vezes trocámos.
Resta-nos a recordação e, como tal, junto algumas fotos de momentos que partilhámos e jamais esquecerei.
Dr. Leopoldo Amado, grato lhe fico por me ter proporcionado o sentir de novo a grandeza da nossa Amizade.
Os meus cumprimentos.
Benito Neves
__________
O nosso blogue é uma verdadeira Caixa de Pandora. Pois é, Benito, estamos sempre expostos às mais inesperadas surpresas.
Ao Benito, o nosso muito obrigado pela sua rápida, solidária e emocionada resposta.
Querido camarada abrantino: Oxalá tenhas mais e melhores notícias do teu amigo e nosso camarada Moniz (e não Diniz, como escreveu o Leopoldo).
(…)
Um abraço para todos.Luís__________
adaptação do texto de vb. Artigo relacionado em:
28 de Abril de 2008 > Guiné 63/74 - P2798: Em busca de ... (24): Sargento Diniz, amigo de meu pai, chefe dos correios, Catió, 1967/68 (Leopoldo Amado)
Guiné 63/74 - P2803: A guerra estava militarmente perdida ? (2): Não, não estava, nós é que estávamos fartos da guerra (António Graça de Abreu)
Guiné > Região do Oio > Mansoa > CAOP 1 > Março de 1973 > O Alf MIl Graça de Abreu junto ao obus 14.
Guiné > Regiãod e Tombali > Cufar > CAOP 1 > Dezembro de 1973 > O Alf Mil Graça de Abreu, posando junto a um Allouette III, 3, ao aldo do piloto.
Guiné > Região de Cacheu > Teixeira Pinto > CAOP 1 > Agosto 1972 > O Alf Mil Graça de Abreu numa DO 27.
Guiné > Região de Tombali > Caboxanque > Fevereiro de 1974 > O Alf Mil do CAOP 1, de Kalashnikov em punho.
Guiné > Região de Tombali > Cufar > CAOP 1 > Novembro de 1973 > O Alf Mil Graça de Abreu, o segundo a contar da esquerda, com furriéis e soldados da Companhia de Caçadores 4740
Foto : © António Graça de Abreu (2008). Direitos reservados.
1. Texto enviado pelo António Graça de Abreu, em 24 de Abril:
Meu caro Luís Graça
Aqui vai a encomenda prometida (1).
Um abraço,
António Graça de Abreu
2. Todos temos dois anos - mais mês, menos mês - das nossas vidas passados em terras da Guiné. Foi o destino que nos calhou em sorte, entre 1963 e 1974. Quase todos nós embebemos o corpo e alma numa África quente, em sangue, exausta pela loucura dos homens, pelo desvairo dos tempos.
Passaram-se trinta, quarenta anos. Jamais esquecemos esse passado e hoje, simpáticos ex-combatentes da Guiné, sexagenários, alguns já septuagenários, fazemos das recordações um motivo forte para sentirmos bem o pulsar do coração.
Traumas todos temos. Permanece connosco a memória dos companheiros, brancos e negros, amigos e inimigos de então, que caíram a nosso lado, permanece a imagem de extrema pobreza das gentes da Guiné, a doença nos olhos e no corpo dos meninos cor de chocolate, o calor, a humidade, o suor, os meses, os anos de sofrimento e incerteza. Também temos a alegria de nos reencontramos, os batalhões, as companhias, os almoços anuais, a sã camaradagem tantos anos depois.
Até temos este excelente blogue do Luís Graça e Camaradas da Guiné onde extravasamos, por bem, muito do que nos vai na alma.
Tive a sorte de viver a Guiné entre 1972 e 1974, como alferes no Comando de Agrupamento Operacional nº 1 (CAOP 1), primeiro em Teixeira Pinto, depois em Mansoa e finalmente os últimos onze meses, até Abril de 1974, em Cufar, no sul do território.
Tive a sorte de, nesse período, a partir do nosso Comando Operacional, acompanhar por perto a actividade militar das 35ª e 38ª Companhias de Comandos, das companhias de comandos africanos, das companhias de pára-quedistas 122 e 123, dos destacamentos de fuzileiros no Cacheu e mais tarde no Chugué e em Cafal.
Tive a sorte de conhecer e de ser subordinado de alguns militares de excepção, como o coronel pára-quedista Rafael Ferreira Durão, o coronel pára-quedista João Curado Leitão, os majores João Pimentel da Fonseca, Mário Malaquias e Nelson de Matos.
Tive a sorte de conhecer o pessoal de outros batalhões e companhias espalhadas pelas zonas onde vivi. Destaco a minha CCAÇ 4740, de Cufar.
Tive a sorte e o privilégio de viver o intenso dia a dia com os meus soldados, de tentar conhecer as populações nativas, de procurar entender o PAIGC e os seus guerrilheiros.
Tive a sorte de, mesmo na Guiné, questionar a natureza política das guerras de África (o que me levantou problemas graves com os meus superiores), de não concordar com o regime que nos enviava para guerras contra os ventos da história e da razão, guerras politicamente perdidas desde o primeiro dia.
Tive a sorte, e o engenho, de escrever na altura um diário de guerra.
Em finais de 2006 decidi recuperar esses textos e publicá-los em livro. É o Diário da Guiné - Lama, Sangue e Água Pura, editado em 2007, em Lisboa, pela Guerra e Paz Editores (2). Os meus textos foram todos escritos em 1972, 1973 e 1974. Está lá o quotidiano desses anos, o correr dos dias e dos meses, as operações, os mortos, os feridos, as bebedeiras, o sofrimento e a alegria dos nossos vinte anos. Não é um livro de memórias (que tanta vez distorcem entendimentos e realidades), não é um diário cerzido agora cá como se o autor estivesse lá.
Por tudo o que acabei de referir, creio poder afirmar que, em 1973/74, (esta é a questão fundamental!, a guerra na Guiné não estava militarmente perdida, não era iminente a derrota militar do exército português. Se os guerrilheiros do PAIGC, com meios cada vez mais sofisticados, combatiam heroicamente pelo fim do colonialismo, pelo que acreditavam ser a liberdade da sua pátria, pela ideia de um futuro melhor, é verdade que não dispunham de forças militares capazes de derrotar o exército português.
Capa de Diário da Guiné, do nosso Camarada António Graça de Abreu, publicado em 2007, pela Guerra e Paz Editores. O livro foi escrito na Guiné, a partir das notas do seu diário e dos seus aerogramas. Foi alferes miliciano no CAOP1 (Teixeira Pinto, Mansoa e Cufar, 1972/74)
Vamos a factos.
(i) A 13 de Dezembro de 1973, em Cufar, sul da Guiné, escrevia eu no meu Diário:
“(…) Anteontem houve heli-assalto na nossa região. Vieram dez helicópteros, dois Nordatlas, um Dakota, duas DOS que transportaram pára-quedistas e comandos africanos. Os hélis saíam daqui e largaram as tropas directamente no mato num local pré-determinado junto à floresta onde se calculava estar escondida uma grande arrecadação de material de guerra.(…)” .
(ii) A 26 de Dezembro de 1973, em Cufar, sul da Guiné, escrevia no meu Diário:
“Graças ao Natal, umas tantas iguarias rechearam as paredes dos nossos estômagos. Houve bacalhau do bom, frango assado, peru para toda a gente e presunto, bolo-rei, whisky e espumante à discrição, só para oficiais. Fez-se festa, fados, anedotas, bebedeiras a enganar a miséria do nosso dia a dia.
"Hoje, 26 de Dezembro, acabou o Natal e, ao almoço, regressámos às cavalas congeladas com batata cozida e, ao jantar, ao fiambre com arroz.
"Isto não tem importância, importante é a ofensiva contra os guerrilheiros do PAIGC desencadeada na nossa região com o bonito nome de 'Estrela Telúrica'. Acho que nunca ouvi tanta porrada, tantos rebentamentos, nunca vi tantos mortos e feridos num tão curto espaço de tempo. E a tragédia vai continuar, a 'Estrela Telúrica' prolongar-se-á por mais uma semana.
"Tudo começou em grande, com três companhias de Comandos Africanos, mais os meus amigos da 38ª [CCmds], fuzileiros e a tropa de Cadique a avançarem sobre o Cantanhez. O pessoal de Cadique começou logo a levar porrada, um morto, cinco feridos, um deles alferes, com certa gravidade. Ontem de manhã, dia de Natal, foi a 38ª de Comandos a 'embrulhar', seis feridos graves entre eles os meus amigos alferes Domingos e Almeida, hoje foram os Comandos Africanos comandados pelo meu conhecido alferes Marcelino da Mata, 1 com dois mortos e quinze feridos. Chegaram com um aspecto deplorável, exaustos, enlameados, cobertos de suor e sangue. Amanhã os mortos e feridos serão talvez os fuzileiros… No dia seguinte, outra vez Comandos ou quaisquer outros homens lançados para as labaredas da guerra. O IN, confirmados pelas NT, só contou seis mortos, mas é possível que tenha morrido muito mais gente, os Fiats a bombardear e os helicanhões a metralhar não têm tido descanso.
"Na pista de Cufar regista-se um movimento de causar calafrios. Hoje temos cá dez helicópteros, dois pequenos bombardeiros T-6, três DO, dois Nordatlas e o Dakota. A aviação está a voar quase como nos velhos tempos. Os helis saem daqui numa formação de oito aparelhos, cada um com um grupo constituído por cinco ou seis homens, largam a tropa especial directamente no mato, se necessário os helicanhões dão a protecção necessária disparando sobre as florestas onde se escondem os guerrilheiros, depois regressam a Cufar e ficam aqui à espera que a operação se desenrole. Se há contacto com o IN e se existem feridos, os helicópteros voltam para as evacuações e ao entardecer vão buscar os grupos de combate novamente ao mato. Ontem, alguns guerrilheiros tentaram alvejar um heli com morteiros, à distância, o que nunca costuma dar resultado.
"Sem a aviação, este tipo de operações era impossível. Durante estes dias os pilotos dormem em Cufar e andam relativamente confiantes, há muito tempo que não têm amargos de boca. Os mísseis terra-ar do IN devem estar gripados porque senão, apesar dos cuidados com que se continua a voar, seria muito fácil acertar numa aeronave, com tanto movimento de aviões e hélis pelos céus do sul da Guiné.
(…) "Natal, Tombali/ Cantanhez, sul da Guiné, ano de 1973, operação 'Estrela Telúrica'. Tudo menos paz na terra aos homens de boa vontade.”
(iii) Como é possível o nosso amigo Beja Santos afirmar recentemente no nosso blogue, na crítica infeliz ao último livro do coronel Manuel Amaro Bernardo (3): “Em 1973/74 (…) o PAIGC passou a ter a total iniciativa entre o Norte e o Leste, em todo o espaço fronteiriço com a Guiné-Conacri” ?
(iv) Agora, e para concluir, algumas questões:
É ou não verdade que em 1973/74 (como em 1965 ou 1969!) a tropa portuguesa controlava todos os mais importantes centros urbanos da Guiné, também as vilas e a grande maioria das aldeias, com as respectivas populações?
Nas chamadas zonas libertadas, o PAIGC controlava populações de aldeias escondidas na floresta, que viviam em condições extraordinariamente difíceis, em casas de cana e colmo, sem energia eléctrica, sem assistência médica, com poucas e primitivas escolas, quase sem meios de transporte, sem arroz suficiente para o pão de cada dia, sujeitos a constantes ou esporádicos bombardeamentos da aviação portuguesa
É ou não verdade que a tropa portuguesa dispunha de mais de três dezenas de aviões e helicópteros, de umas dezenas largas de pistas de aviação (entre Maio de 1973 e Julho de 1973 os meios aéreos quase deixaram de voar, até se conhecer bem o funcionamento dos mísseis Strella ou Sam 7), de lanchas de desembarque grandes e médias, de zebros e sintex com motores potentes, de centenas e centenas de viaturas auto, de estradas asfaltadas, etc?
É ou não verdade que os guerrilheiros do PAICG dispunham apenas de canoas, movimentavam-se a pé e, numa guerra de guerrilha, atacavam aquartelamentos (disparavam as armas e fugiam, voltavam a refugiar-se no mato), faziam emboscadas à tropa portuguesa que se deslocava no território, colocavam minas anti-carro e anti-pessoal, defendiam valorosamente as suas aldeias quando o exército português se aproximava das Caboiana, Morés, Cantanhez, etc., os seus redutos nas zonas libertadas.
É ou não verdade que, em 1973/74, o número de efectivos do exército português rondava os 40.000 homens e os guerrilheiros do PAIGC não ultrapassavam os 7.000? O insuspeito Luís Cabral, primeiro presidente da Guiné-Bissau, afirmava a José Pedro Castanheira, em entrevista ao jornal Expresso, a 28.05.1998: “Havia tantos ou mais soldados guineenses no exército colonial do que no nosso próprio exército.”
É ou não verdade que, pós independência, os poderosos do PAIGC instalados em Bissau mandaram fuzilar centenas de comandos africanos e militares guineenses que haviam combatido ao lado dos portugueses? Porque o novo governo da Guiné Bissau era forte? Ou, pelo contrário, porque era fraco e esses homens, com uma capacidade e preparação militar superior constituíam uma ameaça para os novos poderes?
Para concluir, mais uma citação, esta de mais uma insuspeita pessoa, o cabo-verdeano Aristides Pereira em entrevista ao nosso amigo Leopoldo Amado, em 1998, transcrita pelo coronel Manuel Amaro Bernado no seu interessantíssimo (sobretudo pelos muitos dados que nos fornece) Guerra, Paz e Fuzilamentos dos Guerrilheiros, Guiné, 1970 – 1980, Lisboa, Ed. Prefácio, 2007:
" (...) Leopoldo Amado: Por altura do 25 de Abril de 1974, o PAIGC tinha uma capacidade militar maior que as tropas coloniais?
"Aristides Pereira: Maior, não diria, na medida em que estavam bem apetrechadas, tinham uma logística mais bem montada que a nossa, para além de um número superior de efectivos do que nós. A verdade é que no fim o soldado português já estava mal; estava farto daquilo". (...)
Meus caros tertulianos e companheiros da Guiné. A guerra não estava militarmente perdida. Estávamos era fartos da guerra, de um conflito que não tinha solução militar. A solução era, sempre foi, política. Daí o 25 de Abril, um movimento militar com um claro objectivo de natureza política, derrubar o regime e acabar com as guerras em África.
O que veio depois, as tragédias subsequentes, são outra História.
Um abraço,
António Graça de Abreu
__________
Notas de L.G.:
(1) Vd. postes de:
17 de Abril de 2008 > Guiné 63/74 - P2767: A guerra estava militarmente perdida ? (1): Sobre este tema o António Graça de Abreu pode falar de cátedra (Vitor Junqueira)
14 de Abril de 2008 > Guiné 63/74 - P2760: Notas de leitura (8): Guerra, Paz e Fuzilamentos dos Guerreiros... ou a guerra que não estava perdida (A.Graça de Abreu)
(2) Vd. postes de ou sobre o António Graça de Abreu e o seu livro:
5 de Fevereiro de 2007 > Guiné 63/74 - P1498: Novo membro da nossa tertúlia: António Graça de Abreu... Da China com Amor
6 de Fevereiro de 2007 > Guiné 63/74 - P1499: A guerra em directo em Cufar: 'Porra, estamos a embrulhar' (António Graça de Abreu)
12 de Fevereiro de 2007 > Guiné 63/74 - P1517: Tertúlia: Com o António Graça de Abreu em Teixeira Pinto (Mário Bravo)
27 de Fevereiro de 2007 > Guiné 63/74 - P1552: Lançamento do livro 'Diário da Guiné, sangue, lama e água pura' (António Graça de Abreu)
16 de Março de 2007 > Guiné 63/74 - P1601: Dois anos depois: relembrando os três majores do CAOP 1, assassinados pelo PAIGC em 1970 (António Graça de Abreu)
17 de Abril de 2007 > Guiné 63/74 - P1668: In Memoriam do piloto aviador Baltazar da Silva e de outros portugueses com asas de pássaro (António da Graça Abreu / Luís Graça)
1 de Junho de 2007 > Guiné 63/74 - P1807: António Graça de Abreu na Feira do Livro para autografar o seu Diário: Porto, dia 2 de Junho; Lisboa, dia 10
7 de Janeiro de 2008 > Guiné 63/74 - P2414: Notas de leitura (5): Diário da Guiné, de António Graça de Abreu (Virgínio Briote)
(3) Vd. postes de:
30 de Novembro de 2007 > Guiné 63/74 - P2318: Notas de leitura (4): Na apresentação de Guerra, Paz e Fuzilamento dos Guerreiros: Guiné 1970/80 (Virgínio Briote
31 de Março de 2008 > Guiné 63/74 - P2706: Notas de leitura (5): Guerra, Paz e Fuzilamentos dos Guerreiros, de Manuel Amaro Bernardo (Mário Beja Santos)
2 de Abril de 2008 > Guiné 63/74 - P2713: Notas de leitura (7): Guerra, Paz e Fuzilamentos dos Guerreiros: Resposta a um Combatente (M. Amaro Bernardo)
Guiné > Regiãod e Tombali > Cufar > CAOP 1 > Dezembro de 1973 > O Alf Mil Graça de Abreu, posando junto a um Allouette III, 3, ao aldo do piloto.
Guiné > Região de Cacheu > Teixeira Pinto > CAOP 1 > Agosto 1972 > O Alf Mil Graça de Abreu numa DO 27.
Guiné > Região de Tombali > Caboxanque > Fevereiro de 1974 > O Alf Mil do CAOP 1, de Kalashnikov em punho.
Guiné > Região de Tombali > Cufar > CAOP 1 > Novembro de 1973 > O Alf Mil Graça de Abreu, o segundo a contar da esquerda, com furriéis e soldados da Companhia de Caçadores 4740
Foto : © António Graça de Abreu (2008). Direitos reservados.
1. Texto enviado pelo António Graça de Abreu, em 24 de Abril:
Meu caro Luís Graça
Aqui vai a encomenda prometida (1).
Um abraço,
António Graça de Abreu
2. Todos temos dois anos - mais mês, menos mês - das nossas vidas passados em terras da Guiné. Foi o destino que nos calhou em sorte, entre 1963 e 1974. Quase todos nós embebemos o corpo e alma numa África quente, em sangue, exausta pela loucura dos homens, pelo desvairo dos tempos.
Passaram-se trinta, quarenta anos. Jamais esquecemos esse passado e hoje, simpáticos ex-combatentes da Guiné, sexagenários, alguns já septuagenários, fazemos das recordações um motivo forte para sentirmos bem o pulsar do coração.
Traumas todos temos. Permanece connosco a memória dos companheiros, brancos e negros, amigos e inimigos de então, que caíram a nosso lado, permanece a imagem de extrema pobreza das gentes da Guiné, a doença nos olhos e no corpo dos meninos cor de chocolate, o calor, a humidade, o suor, os meses, os anos de sofrimento e incerteza. Também temos a alegria de nos reencontramos, os batalhões, as companhias, os almoços anuais, a sã camaradagem tantos anos depois.
Até temos este excelente blogue do Luís Graça e Camaradas da Guiné onde extravasamos, por bem, muito do que nos vai na alma.
Tive a sorte de viver a Guiné entre 1972 e 1974, como alferes no Comando de Agrupamento Operacional nº 1 (CAOP 1), primeiro em Teixeira Pinto, depois em Mansoa e finalmente os últimos onze meses, até Abril de 1974, em Cufar, no sul do território.
Tive a sorte de, nesse período, a partir do nosso Comando Operacional, acompanhar por perto a actividade militar das 35ª e 38ª Companhias de Comandos, das companhias de comandos africanos, das companhias de pára-quedistas 122 e 123, dos destacamentos de fuzileiros no Cacheu e mais tarde no Chugué e em Cafal.
Tive a sorte de conhecer e de ser subordinado de alguns militares de excepção, como o coronel pára-quedista Rafael Ferreira Durão, o coronel pára-quedista João Curado Leitão, os majores João Pimentel da Fonseca, Mário Malaquias e Nelson de Matos.
Tive a sorte de conhecer o pessoal de outros batalhões e companhias espalhadas pelas zonas onde vivi. Destaco a minha CCAÇ 4740, de Cufar.
Tive a sorte e o privilégio de viver o intenso dia a dia com os meus soldados, de tentar conhecer as populações nativas, de procurar entender o PAIGC e os seus guerrilheiros.
Tive a sorte de, mesmo na Guiné, questionar a natureza política das guerras de África (o que me levantou problemas graves com os meus superiores), de não concordar com o regime que nos enviava para guerras contra os ventos da história e da razão, guerras politicamente perdidas desde o primeiro dia.
Tive a sorte, e o engenho, de escrever na altura um diário de guerra.
Em finais de 2006 decidi recuperar esses textos e publicá-los em livro. É o Diário da Guiné - Lama, Sangue e Água Pura, editado em 2007, em Lisboa, pela Guerra e Paz Editores (2). Os meus textos foram todos escritos em 1972, 1973 e 1974. Está lá o quotidiano desses anos, o correr dos dias e dos meses, as operações, os mortos, os feridos, as bebedeiras, o sofrimento e a alegria dos nossos vinte anos. Não é um livro de memórias (que tanta vez distorcem entendimentos e realidades), não é um diário cerzido agora cá como se o autor estivesse lá.
Por tudo o que acabei de referir, creio poder afirmar que, em 1973/74, (esta é a questão fundamental!, a guerra na Guiné não estava militarmente perdida, não era iminente a derrota militar do exército português. Se os guerrilheiros do PAIGC, com meios cada vez mais sofisticados, combatiam heroicamente pelo fim do colonialismo, pelo que acreditavam ser a liberdade da sua pátria, pela ideia de um futuro melhor, é verdade que não dispunham de forças militares capazes de derrotar o exército português.
Capa de Diário da Guiné, do nosso Camarada António Graça de Abreu, publicado em 2007, pela Guerra e Paz Editores. O livro foi escrito na Guiné, a partir das notas do seu diário e dos seus aerogramas. Foi alferes miliciano no CAOP1 (Teixeira Pinto, Mansoa e Cufar, 1972/74)
Vamos a factos.
(i) A 13 de Dezembro de 1973, em Cufar, sul da Guiné, escrevia eu no meu Diário:
“(…) Anteontem houve heli-assalto na nossa região. Vieram dez helicópteros, dois Nordatlas, um Dakota, duas DOS que transportaram pára-quedistas e comandos africanos. Os hélis saíam daqui e largaram as tropas directamente no mato num local pré-determinado junto à floresta onde se calculava estar escondida uma grande arrecadação de material de guerra.(…)” .
(ii) A 26 de Dezembro de 1973, em Cufar, sul da Guiné, escrevia no meu Diário:
“Graças ao Natal, umas tantas iguarias rechearam as paredes dos nossos estômagos. Houve bacalhau do bom, frango assado, peru para toda a gente e presunto, bolo-rei, whisky e espumante à discrição, só para oficiais. Fez-se festa, fados, anedotas, bebedeiras a enganar a miséria do nosso dia a dia.
"Hoje, 26 de Dezembro, acabou o Natal e, ao almoço, regressámos às cavalas congeladas com batata cozida e, ao jantar, ao fiambre com arroz.
"Isto não tem importância, importante é a ofensiva contra os guerrilheiros do PAIGC desencadeada na nossa região com o bonito nome de 'Estrela Telúrica'. Acho que nunca ouvi tanta porrada, tantos rebentamentos, nunca vi tantos mortos e feridos num tão curto espaço de tempo. E a tragédia vai continuar, a 'Estrela Telúrica' prolongar-se-á por mais uma semana.
"Tudo começou em grande, com três companhias de Comandos Africanos, mais os meus amigos da 38ª [CCmds], fuzileiros e a tropa de Cadique a avançarem sobre o Cantanhez. O pessoal de Cadique começou logo a levar porrada, um morto, cinco feridos, um deles alferes, com certa gravidade. Ontem de manhã, dia de Natal, foi a 38ª de Comandos a 'embrulhar', seis feridos graves entre eles os meus amigos alferes Domingos e Almeida, hoje foram os Comandos Africanos comandados pelo meu conhecido alferes Marcelino da Mata, 1 com dois mortos e quinze feridos. Chegaram com um aspecto deplorável, exaustos, enlameados, cobertos de suor e sangue. Amanhã os mortos e feridos serão talvez os fuzileiros… No dia seguinte, outra vez Comandos ou quaisquer outros homens lançados para as labaredas da guerra. O IN, confirmados pelas NT, só contou seis mortos, mas é possível que tenha morrido muito mais gente, os Fiats a bombardear e os helicanhões a metralhar não têm tido descanso.
"Na pista de Cufar regista-se um movimento de causar calafrios. Hoje temos cá dez helicópteros, dois pequenos bombardeiros T-6, três DO, dois Nordatlas e o Dakota. A aviação está a voar quase como nos velhos tempos. Os helis saem daqui numa formação de oito aparelhos, cada um com um grupo constituído por cinco ou seis homens, largam a tropa especial directamente no mato, se necessário os helicanhões dão a protecção necessária disparando sobre as florestas onde se escondem os guerrilheiros, depois regressam a Cufar e ficam aqui à espera que a operação se desenrole. Se há contacto com o IN e se existem feridos, os helicópteros voltam para as evacuações e ao entardecer vão buscar os grupos de combate novamente ao mato. Ontem, alguns guerrilheiros tentaram alvejar um heli com morteiros, à distância, o que nunca costuma dar resultado.
"Sem a aviação, este tipo de operações era impossível. Durante estes dias os pilotos dormem em Cufar e andam relativamente confiantes, há muito tempo que não têm amargos de boca. Os mísseis terra-ar do IN devem estar gripados porque senão, apesar dos cuidados com que se continua a voar, seria muito fácil acertar numa aeronave, com tanto movimento de aviões e hélis pelos céus do sul da Guiné.
(…) "Natal, Tombali/ Cantanhez, sul da Guiné, ano de 1973, operação 'Estrela Telúrica'. Tudo menos paz na terra aos homens de boa vontade.”
(iii) Como é possível o nosso amigo Beja Santos afirmar recentemente no nosso blogue, na crítica infeliz ao último livro do coronel Manuel Amaro Bernardo (3): “Em 1973/74 (…) o PAIGC passou a ter a total iniciativa entre o Norte e o Leste, em todo o espaço fronteiriço com a Guiné-Conacri” ?
(iv) Agora, e para concluir, algumas questões:
É ou não verdade que em 1973/74 (como em 1965 ou 1969!) a tropa portuguesa controlava todos os mais importantes centros urbanos da Guiné, também as vilas e a grande maioria das aldeias, com as respectivas populações?
Nas chamadas zonas libertadas, o PAIGC controlava populações de aldeias escondidas na floresta, que viviam em condições extraordinariamente difíceis, em casas de cana e colmo, sem energia eléctrica, sem assistência médica, com poucas e primitivas escolas, quase sem meios de transporte, sem arroz suficiente para o pão de cada dia, sujeitos a constantes ou esporádicos bombardeamentos da aviação portuguesa
É ou não verdade que a tropa portuguesa dispunha de mais de três dezenas de aviões e helicópteros, de umas dezenas largas de pistas de aviação (entre Maio de 1973 e Julho de 1973 os meios aéreos quase deixaram de voar, até se conhecer bem o funcionamento dos mísseis Strella ou Sam 7), de lanchas de desembarque grandes e médias, de zebros e sintex com motores potentes, de centenas e centenas de viaturas auto, de estradas asfaltadas, etc?
É ou não verdade que os guerrilheiros do PAICG dispunham apenas de canoas, movimentavam-se a pé e, numa guerra de guerrilha, atacavam aquartelamentos (disparavam as armas e fugiam, voltavam a refugiar-se no mato), faziam emboscadas à tropa portuguesa que se deslocava no território, colocavam minas anti-carro e anti-pessoal, defendiam valorosamente as suas aldeias quando o exército português se aproximava das Caboiana, Morés, Cantanhez, etc., os seus redutos nas zonas libertadas.
É ou não verdade que, em 1973/74, o número de efectivos do exército português rondava os 40.000 homens e os guerrilheiros do PAIGC não ultrapassavam os 7.000? O insuspeito Luís Cabral, primeiro presidente da Guiné-Bissau, afirmava a José Pedro Castanheira, em entrevista ao jornal Expresso, a 28.05.1998: “Havia tantos ou mais soldados guineenses no exército colonial do que no nosso próprio exército.”
É ou não verdade que, pós independência, os poderosos do PAIGC instalados em Bissau mandaram fuzilar centenas de comandos africanos e militares guineenses que haviam combatido ao lado dos portugueses? Porque o novo governo da Guiné Bissau era forte? Ou, pelo contrário, porque era fraco e esses homens, com uma capacidade e preparação militar superior constituíam uma ameaça para os novos poderes?
Para concluir, mais uma citação, esta de mais uma insuspeita pessoa, o cabo-verdeano Aristides Pereira em entrevista ao nosso amigo Leopoldo Amado, em 1998, transcrita pelo coronel Manuel Amaro Bernado no seu interessantíssimo (sobretudo pelos muitos dados que nos fornece) Guerra, Paz e Fuzilamentos dos Guerrilheiros, Guiné, 1970 – 1980, Lisboa, Ed. Prefácio, 2007:
" (...) Leopoldo Amado: Por altura do 25 de Abril de 1974, o PAIGC tinha uma capacidade militar maior que as tropas coloniais?
"Aristides Pereira: Maior, não diria, na medida em que estavam bem apetrechadas, tinham uma logística mais bem montada que a nossa, para além de um número superior de efectivos do que nós. A verdade é que no fim o soldado português já estava mal; estava farto daquilo". (...)
Meus caros tertulianos e companheiros da Guiné. A guerra não estava militarmente perdida. Estávamos era fartos da guerra, de um conflito que não tinha solução militar. A solução era, sempre foi, política. Daí o 25 de Abril, um movimento militar com um claro objectivo de natureza política, derrubar o regime e acabar com as guerras em África.
O que veio depois, as tragédias subsequentes, são outra História.
Um abraço,
António Graça de Abreu
__________
Notas de L.G.:
(1) Vd. postes de:
17 de Abril de 2008 > Guiné 63/74 - P2767: A guerra estava militarmente perdida ? (1): Sobre este tema o António Graça de Abreu pode falar de cátedra (Vitor Junqueira)
14 de Abril de 2008 > Guiné 63/74 - P2760: Notas de leitura (8): Guerra, Paz e Fuzilamentos dos Guerreiros... ou a guerra que não estava perdida (A.Graça de Abreu)
(2) Vd. postes de ou sobre o António Graça de Abreu e o seu livro:
5 de Fevereiro de 2007 > Guiné 63/74 - P1498: Novo membro da nossa tertúlia: António Graça de Abreu... Da China com Amor
6 de Fevereiro de 2007 > Guiné 63/74 - P1499: A guerra em directo em Cufar: 'Porra, estamos a embrulhar' (António Graça de Abreu)
12 de Fevereiro de 2007 > Guiné 63/74 - P1517: Tertúlia: Com o António Graça de Abreu em Teixeira Pinto (Mário Bravo)
27 de Fevereiro de 2007 > Guiné 63/74 - P1552: Lançamento do livro 'Diário da Guiné, sangue, lama e água pura' (António Graça de Abreu)
16 de Março de 2007 > Guiné 63/74 - P1601: Dois anos depois: relembrando os três majores do CAOP 1, assassinados pelo PAIGC em 1970 (António Graça de Abreu)
17 de Abril de 2007 > Guiné 63/74 - P1668: In Memoriam do piloto aviador Baltazar da Silva e de outros portugueses com asas de pássaro (António da Graça Abreu / Luís Graça)
1 de Junho de 2007 > Guiné 63/74 - P1807: António Graça de Abreu na Feira do Livro para autografar o seu Diário: Porto, dia 2 de Junho; Lisboa, dia 10
7 de Janeiro de 2008 > Guiné 63/74 - P2414: Notas de leitura (5): Diário da Guiné, de António Graça de Abreu (Virgínio Briote)
(3) Vd. postes de:
30 de Novembro de 2007 > Guiné 63/74 - P2318: Notas de leitura (4): Na apresentação de Guerra, Paz e Fuzilamento dos Guerreiros: Guiné 1970/80 (Virgínio Briote
31 de Março de 2008 > Guiné 63/74 - P2706: Notas de leitura (5): Guerra, Paz e Fuzilamentos dos Guerreiros, de Manuel Amaro Bernardo (Mário Beja Santos)
2 de Abril de 2008 > Guiné 63/74 - P2713: Notas de leitura (7): Guerra, Paz e Fuzilamentos dos Guerreiros: Resposta a um Combatente (M. Amaro Bernardo)
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Guiné 63/74 - P2802: Lista dos militares portugueses metropolitanos mortos e enterrados em cemitérios locais (2): 1965 (A. Marques Lopes)
Guiné-Bissau > Bissau > Cemitério Municipal de Bissau > 6 de Março de 2008 > Um dos três talhões atribuídos aos militares portugueses, mortos durante a guerra colonial: trata-se, neste caso, do Talhão Esquerdo, onde estão as campas não identificadas. Como já o dissémos aqui, no nosso blogue, estes serão porventura os restos mais dolorosos do que restou do nosso Império (*)... Segundo a Liga Portuguesa dos Combatentes, na Guiné haveria mais de uma centena de cemitérios improvisados (locais de enterramento, desde Buba a Nova Lamego, passando por Cacine a Guidaje), onde repousam, sem honra, nem glória, nem dignidade, os restos mortais dos nossos camaradas cujas famílias não tinham, na época, recursos suficientes (cerca de 11 mil escudos!) para, a suas expensas, trasladar os seus corpos para Portugal.
Quadro 4 – Guiné 1963/74: Distribuição, por cemitério, dos corpos dos militares portugueses metropolitanos, mortos por ferimentos em combate, doença, acidente ou outros motivos, e cujos corpos foram enterrados em cemitérios locais. Parte Ii: 1963/1965 (n=132).
Comentário: Num total de 132 militares portugueses, de origem metropolitana (exluindo-se, portanto, os guineenses) que morreram, em 1963, 1964 e 1965, no CTIG e cujos corpos não regressaram à Pátria, cerca de 57% ficaram sepultados no Cemitério de Bissau (n=75). Seguiam-se, por ordem de frequência, os cemitérios de Nova Lamego (n=l7), Bafatá (n=9), Farim (n=3), Bolama (n=2), Fulacunda (n=2) e outros (n=6): Aldeia Formosa, Bedanda, Binta, Buba, Cacine e Catió.
Neste período (1963/65), há o registo de 18 corpos que não foram recuperados, incluindo as vítimas de um mais cruéis episódios da guerra, na sequência de um emboscada na estrada Fulacunda-Gamol, de que foram vítimas a CCAÇ 1423 e a CCAÇ 1420, em 6 de Outubro de 1965... Recordemos os nomes desses infelizes camaradas, mortos como animais acossados:
Armando dos Santos Almeida, Soldado; Armando Leite Marinho, Soldado; Fernando Manuel de Jesus Alves, 1.º Cabo; José Ferreira Araújo, Soldado; e Vasco Nuno de Loureiro de Sousa Cardoso, Alferes. Há um sexto elemento que se rendeu às forças do PAIGC, o José Vieira Lauro, que, depois de libertado em 1968, reconstituiu as circunstâncias em que morreram os seus camaradas (No livro da CECA, a sua unidade aparece como sendo a CCAÇ 1423; o nosso camarada Rui Ferreira, no seu livro Rumo a Fulacunda, diz que dois deles pertenciam à CCAÇ 1420) (**).
Esta lista deiza-nos antever outras tragédias, em grupo, como a morte, por afogamento, no rio Cacheu ou no sue afluente, o Rio Sambuiá, de 4 camaradas nossos, do Pel Mort 980, logo no início do ano de 1965, a saber: os soldados António José Patronilho Ferreira, António Maria Ferreira, João Jota da Costa e João Machado. O cadáver do João Machado foi recuperado e enterrado pela tripulação da LFG Orion nas proximidades de Binta. Mas diz-nos o A. Marques Lopes que houve mais quatro vítimas, mortais, cujos corpos foram recuperados e trasladados para a metrópole. Alguém sabe o resto da história ?
Imagens e legendas: © Luís Graça & Camaradas da Guiné (2007). Direitos reservados.
Aqueles que nem no caixão regressaram - Parte II
(Organização por ordem cronológica da data de morte: A. Marques Lopes, Cor DFA, Ref) (***)
(Continuação) (****)
NOME e POSTO / UNIDADE / DATA da MORTE / LOCAL da MORTE / CAUSA da MORTE NATURALIDADE / LOCAL DA SEPULTURA
1965
António José Patronilho Ferreira, Soldado / Pel Morteiros 980 / 05.01.65 / Península de Sambuiá > / Afogamento / Torrão, Alcácer do Sal / Corpo não recuperado.
António Maria Ferreira, Soldado / Pel Morteiros 980 / 05.01.65 / Península de Sambuiá / Afogamento / Santa Maria, Viseu / Corpo não recuperado.
João Jota da Costa, Soldado / Pel Morteiros 980 / 05.01.65 / Península de Sambuiá / Afogamento / Aldeia do Carvalho, Covilhã / Cemitério a sul de Binta (sepultado pela tripulação da LDF Orion) (1).
João Machado, Soldado / Pel Morteiros 980 / 05.01.65 / Península de Sambuiá / Afogamento / Freixomil, Guimarães / Corpo não recuperado.
António Candeias dos Santos, Soldado / CArt 730 / 30.01.65 / HM 241, Bissau / Ferimentos em combate, em Nova Lamego / Cachopo, Tavira / Cemitério de Bissau, Campa 1370, Guiné .
António Joaquim da Graça Viegas, Soldado / CCaç727 / 30.01.65 / Madina do Boé /Ferimentos em combate / Moncarrapacho, Olhão / Cemitério de Nova Lamego, Guiné.
Avelino Martins António, 1.º Cabo / CCaç 727 / 30.01.65 / Madina do Boé / Ferimentos em combate / Alferce, Monchique / Cemitério de Nova Lamego, Guiné.
José Pires da Cruz, Soldado / CCaç 727 / 30.01.65 / Madina do Boé / Ferimentos em combate / Sernache, Coimbra / Cemitério de Nova Lamego, Guiné.
Leonel Guerreiro Francisco, 1.º Cabo / CCaç 727 / 30.01.65 / Madina do Boé / Ferimentos em combate / Alte, Loulé / Cemitério de Nova Lamego, Guiné (2).
José Augusto de Jesus, Soldado / CCS BArt 645 / 13.02.65 / HM241, Bissau / Acidente de Viação / Resgatados, Montemor-o-Novo / Cemitério de Bissau, Campa 1400, Guiné.
Albino António Tavares, Soldado / Pel Morteiros 979 / 14.02.65 / Buba / Ferimentos em combate / Cardigos, Mação / Cemitério de Bissau, Campa 1402, Guiné.
António Mergulhão Dias, Furriel CCav 677 / 21.02.65 / Jabadá / Acidente com arma de fogo / Caria, Moimenta da Beira / Cemitério de Bissau, Campa 1434, Guiné.
Fernando Teixeira Sofima, Soldado / CArt 496 / 18.03.65 / Cameconde / Acidente com arma de fogo / Argeriz, Valpaços / Cemitério de Bissau, Campa 1481, Guiné.
Felisberto Rosa Cardim, Soldado / CArt 732 / 20.03.64 / HM241, Bissau / Acidente de viação, na estrada Bissau-Mansoa / Torrão, Alcácer do Sal / Cemitério de Bissau, Campa 1515, Guiné.
José António Carrasco de Brito, Furriel CCaç 461 / 22.03.65 / Estrada Bigene-Barro / Ferimentos em combate / Lagoa, Faro / Cemitério de Farim, Campa 8, Guiné (3).
Manuel Gama Moreira, 1.º Cabo / CCaç 461 / 22.03.65 / Estrada Bigene-Barro / Ferimentos em combate / Pedorico, Castelo de Paiva / Cemitério de Farim, Campa 9, Guiné.
Francisco António Amaro, Soldado / CCav 487 / 30.03.65 / HM241, Bissau / Ferimentos em combate, na Ilha do Como / Cercal do Alentejo, Santiago do Cacém / Cemitério de Bissau, Campa 1518, Guiné.
César dos Santos Rebelo, Soldado / CArt 527 / 04.04.65 / HM241, Bissau / Doença / Penso, Sernancelhe / Cemitério de Bissau, Campa 1520, Guiné.
Fernando Gomes Nabais, Soldado / CCaç 557 / 13.04.65 / Bafatá / Afogamento / Aldeia Velha, Sabugal / Cemitério de Bafatá, Guiné.
Manuel Silva Carvalho, 1.º Cabo / CCS/BCav 705 / 01.05.65 / Bafatá / Acidente, outros motivos / Gatão, Amarante / Cemitério de Bafatá, Guiné.
António dos Santos Luna, Soldado / CArt 676 / 02.05.65 / Fasse / Afogamento / Horta, Vila Nova de Fozcoa / Cemitério de Nova Lamego, Guiné.
Francisco António, Soldado / CCav 487 / 09.05.65 / Cameconde / Ferimentos em combate / Santiago do Cacém / Cemitério de Bissau, Campa 1582, Guiné.
Francisco Carlos Laranjo, Soldado / CArt 731 / 10.05.65 / Estrada Bafatá-Nova Lamego / Acidente de viação / Aguiar, Viana do Alentejo / Cemitério de Nova Lamego, Guiné.
Abilardo Júlio Espada, 1.º Cabo / CArt 495 / 16.05.65 / Saltinho / Afogamento Grândola / Cemitério de Aldeia Formosa, Guiné.
José Ferreira Clemente, Soldado / CCaç 508 / 27.05.65 / Xime / Ferimentos em combate / Milagres, Leiria / Cemitério de Bissau, Campa 1812, Guiné.
Humberto de Jesus Borges, Soldado / CArt 642 / 30.05.65 / HM241, Bissau / Doença / Morais, Macedo de Cavaleiros / Cemitério de Bissau, Campa 1727, Guiné.
Manuel Pimenta Rodrigues, 1.º Cabo / Com Agr 24 / 31.05.65 / Bafatá / Afogamento / Carrazedo, Amares / Cemitério de Bafatá, Guiné.
Adelino Castanheira Dias, Soldado / CCaç 727 / 04.07.65 / Nova Lamego / Ferimentos em combate / Monsanto, Idanha-a-Nova / Cemitério de Nova Lamego.
Francisco João Beirão, 1.º Cabo / CCaç 727 / 04.07.65 / Nova Lamego / Ferimentos em combate / Veiros, Estremoz / Cemitério de Nova Lamego (4).
António Neves de Oliveira Lopes, Soldado / CCaç 818 / 16.07.65 / Porto Gole Ferimentos em combate / Pedroso, Vila Nova de Gaia / Cemitério de Bissau, Campa 1808, Guiné-
Carlos Ribeiro Pereira, Soldado / ERec 693 / 19.07.65 / Piche-Canquelifá / Ferimentos em combate / Safins do Douro, Alijó / Cemitério de Bafatá, Campa 19, Guiné.
Júlio de Lemos Pereira Martins, Furriel / CCaç 797 / 02.08.65 / Rio Louvado / Ferimentos em combate / Ponte de Lima / Corpo não recuperado.
Manuel da Silva Gago, 1.º Cabo / CArt 644 / 15.08.65 / Mansoa / Acidente de viação / Fundão / Cemitério de Bissau, Campa 1884, Guiné.
Serafim dos Santos Cardoso Fernandes, Soldado / CArt 676 / 19.08.65 / Paunca / Acidente de viação / Rio Covo, Barcelos / Cemitério de Nova Lamego, Guiné.
José Manuel Mendonça, Soldado / CCaç 1439 / 30.08.65 / Xime / Ferimentos em combate / Santa Maria Maior, Funchal / Cemitério de Bissau, Campa 1952, Guiné.
Tolentino Gouveia, Soldado / CCaç1439 / 30.08.65 / HM241, Bissau / Ferimentos em combate / Xime / Santo António da Serra, Machico, Madeira / Cemitério de Bissau, Campa 1926, Guiné.
José Augusto Silva Pereira, Soldado / CCav 678 /30.08.65 / HM241, Bissau / Ferimentos em combate / Xime / Vilar da Maçada, Alijó / Cemitério de Bissau, Campa 1953, Guiné.
Dimas Joaquim da Graça Alves, Soldado / CCav 787 / 18.09.65 / Có Ferimentos em combate / Lapas, Torres Novas / Cemitério de Bissau, Campa 1958, Guiné.
Armando dos Santos Almeida, Soldado / CCaç 1423 / 06.10.65 /Fulacunda-Gamol / Ferimentos em combate / Queiriga, Vila Nova de Paiva / Corpo não recuperado. (**)
Armando Leite Marinho, Soldado / CCaç 1423 / 06.10.65 / Fulacunda-Gamol / Ferimentos em combate / Jugueiros, Felgueiras / Corpo não recuperado. (**)
Fernando Manuel de Jesus Alves, 1.º Cabo / CCaç 1423 / 06.10.65 / Fulacunda-Gamol / Ferimentos em combate / Leiria / Corpo não recuperado. (**)
José Ferreira Araújo, Soldado CCaç 1423 / 06.10.65 / Fulacunda-Gamol / Ferimentos em combate / Povolide, Viseu / Corpo não recuperado. (**)
Vasco Nuno de Loureiro de Sousa Cardoso, Alferes / CCaç 1423 / 06.10.65 / Fulacunda-Gamol / Ferimentos em combate / Belém, Lisboa / Corpo não recuperado. (**)
Manuel Geraldo Teixeira, Soldado / CCaç 1438 / 09.10.65 / Guilege / Ferimentos em combate / Santo Antão, Calheta, Açores / Cemitério de Bissau, Campa 1965, Guiné.
Diogo Amares Neves, Soldado / CCaç 797 / 19.10.65 / HM241, Bissau / Ferimentos em combate / Tite / Paranhos, Seia / Cemitério de Bissau, Campa 2128, Guiné.
João Rodrigues Pereira, Soldado / CCaç 1422 / 25.10.65 / Cassum / Ferimentos em combate / Ester, Castro Daire / Corpo não recuperado.
Manuel Brito da Silva, Alferes / CCaç 622 / 25.10.65 / Cassum / Ferimentos em combate / Sazes da Beira, Seia / Corpo não recuperado.
Lino do Nascimento Amado, Soldado / CArt 730 / 01.11.65 / Estrada Jubembem-Canjambari / Acidente com arma de fogo / Marmelete, Monchique / Cemitério de Bissau, Guiné.
Nuno da Costa Moreira, 1.º Cabo / CCav 678 / 10.11.65 / Galomaro / Acidente de viação / Pedorido, Castelo de Paiva / Cemitério de Bissau, Campa 2038, Guiné.
José Luís Barbosa Cerdeira, 1.º Cabo / CCav 676 / 12.11.65 / S. João / Doença / Real, Castelo de Paiva / Cemitério de Bolama, Fila 5, Campa 22, Guiné.
Manuel Correia Pedro, Soldado / CCaç 1438 / 27.11.65 / Xitole / Ferimentos em combate / Velas, S. Jorge, Açores / Cemitério de Bissau, Guiné.
José Eugénio do Nascimento, Soldado / CCaç 1416 / 22.12.65 / Buruntuma / Ferimentos em combate / Piçarras, Castro Verde / Cemitério de Nova Lamego, Guiné.
___________
Notas de A. Marques Lopes:
(1) Achei estranho que os marinheiros da LFG Orion (e não LDG, como vem no livro da CECA, certamente por lapso) tivessem enterrado na margem do Cacheu um corpo. É que houve mais quatro recuperados, que foram enterrados nas suas terras de origem. Houve mais três “não recuperados” que lá ficaram no Cacheu. Contactado, o Lema Santos, que foi imediato da LFG Orion, disse-me que isso não seria normal. Deve haver qualquer equívoco. O Lema Santos sabe mais sobre esta situação.
(2) Há mais três mortos, dois sepultados na metrópole e um guineense. Nas Fichas das Unidades diz que foi “numa emboscada montada na estrada Boé-Gobige, em 30Jan65, em que causou elevado número de baixas ao inimigo”. Os batalhões, e as companhias, raramente falavam dos desaires, só dos sucessos...
(3) Houve mais um morto, soldado, enterrado na metrópole. Diz o livro da CECA que foi “explosão de mina com emboscada”.
(4) Houve mais outro morto, enterrado na metrópole.
____________
Nota dos editores:
(*) Vd. postes de:
30 de Maio de 2006 > Guiné 63/74 - DCCCXIX: Do Porto a Bissau (23): Os restos mais dolorosos do resto do Império (A. Marques Lopes)
(...) "Estes são os restos mais dolorosos da nossa passagem pela Guiné. Muito mais do que o que resta de abrigos e casernas. São placas de sepulturas no cemitério de Bissau, aquelas em que se pode ainda ler algumas letras ou números. Mais há, mas já nada se pode ler.
"Soube, em tempos, que chegou a haver uma comissão encarregada de fazer a trasladação dos corpos lá sepultados. Mas nunca funcionou, segundo sei. É pena, pois eles e as respectivas famílias mereciam. Ali, parece que só a família do Bacar Jaló tem tratado dele" (...).
2 de Fevereiro de 2007 > Guiné 63/74 - P1488: Vídeos (1): Reportagem da RTP sobre os talhões e cemitérios militares no Ultramar (Jorge Santos)
26 de Março de 2008 > Guiné 63/74 - P2687: Cemitério militar de Bissau: homenageando os nossos 350 soldados, uma parte dos quais desconhecidos (Nuno Rubim)
(...) "Aproveitando uma folga que me impus a mim próprio num dos dias em que decorreu o Simpósio Internacional de Guiledje, desloquei-me ao Cemitério de Bissau, onde repousam para sempre Camaradas nossos falecidos durante a guerra.
"O Cemitério tem três talhões destinados a militares, um à esquerda da porta de entrada, outro à direita e um mais central. Segundo o responsável (...), estarão lá mais de trezentas e cinquenta (?) campas, mas não me soube dizer o número exacto. Parece que os registos estão algures ..., mas não os do talhão esquerdo - homens que infelizmente nunca foram identificados !
"As campas estavam recém-caiadas, mas a sobreposição de várias camadas de cal tenderá, no futuro, a obliterar os nomes. Das unidades que comandei referenciei lá três militares da CCaç 726 e um da CCaç 1424 (...), o Soldado António Gonçalves dos Santos, caído em combate em 4 de Março de 1966, muito perto do cruzamento do corredor de Guileje" (...).
(**) Vd. poste de 4 de Agosto de 2007 >Guiné 63/74 - P2026: Antologia (61): Rumo a Fulacunda: uma estória que ficou por contar ou a tragédia das CCAÇ 1420 e 1423 (Rui Ferreira)
(...) Entretanto em Fulacunda, procedia-se ao rescaldo da operação. Formadas as Companhias já a meio da tarde, quando se começou a recear que mais ninguém conseguisse regressar, contavam-se os efectivos.- Seis! Faltavam seis homens! Dois da 1420 (o Alferes Vasco Cardoso e o Soldado-telefonista n.o 1020/64 Armando Leite Marinho)e quatro da 1423(o 1.° Cabo Fernando de Jesus Alves e os Soldados José Ferreira Araújo, Armando Santos e José Vieira Lauro. (...)
(***) Fonte: Tomo II, Guiné - Livro 2, do 8º Volume, Mortos em Campanha, da autoria de CECA - Comissão para o Estudo das Campanhas de África. Editado em 2001 pelo Estado Maior do Exército.
(****) Vd. poste de 28 de Abril de 2008 > Guiné 63/74 - P2799: Lista dos militares portugueses metropolitanos mortos e enterrados em cemitérios locais (1): De 1963 a 1964 (A. Marques Lopes)
Guiné 63/74 - P2801: Fotos e relatos de Gadamael, Maio / Julho de 1973, precisam-se (Nuno Rubim)
Guiné >Região de Tombali > Gadamael - Porto > s/d 1973? ] > Tabanca, reordenada pelas NT.
Foto: Autores desconhecido. Álbum fotográfico Guiledje Virtual.
Gentileza de: © Pepito/ AD - Acção para o Desenvolvimento (Bissau) (2007). Direitos reservados (Editada por L.G.).
1. Mensagem do Cor Art Ref Nuno Rubim:
Caro Luís:
Como estou, como é vulgo dizer com a mão na massa, também penso realizar algumas pequenas pesquisas sobre outra saga, desta vez Gadamael.
Já tenho o levantamento de todas as unidades que por lá passaram, mas naturalmente o que mais me vai ocupar é o período de Maio a Julho de 1973.
Também seria muito interessante tentar fazer um esboço do que teria sido o aquartelamento nessa altura, sem abrigos blindados como os que houve em Guileje e Gadembel ...Só valas e trincheiras a céu aberto !
Naturalmente só com a ajuda dos camaradas que por lá passaram é possível fazer alguma coisa. Fotos para começar ... Haverá alguma aérea, mesmo que de outro período ?
Uma questão prévia: precisava de saber quando e até que data foram ocupados Gadamael Fronteira e Ganturé. Deste último tenho informações que referem ter ali estado instalado um Pel Ref (ou Gr Comb) desde Fevereiro/Março de 1964 até Julho de 1969, mas é possível que tenha continuado depois desta última data.
Também pergunto se algum camarada tem conhecimento de um Furriel Mecânico - Auto, de apelido Barros, que terá estado em Guileje e/ou Cacine em 1971/72.
Um abraço
Nuno Rubim
__________
Notas dos editores:
(1) Vd, postes de:
15 de Junho de 2006 > Guiné 63/74 - P878: Antologia (42): Os heróis desconhecidos de Gadamael (Parte I)
15 de Junho de 2006 > Guiné 63/74 - P879: Antologia (43): Os heróis desconhecidos de Gadamael (II Parte)
19 de Março de 2007 > Guiné 63/74 - P1613: Com as CCP 121, 122 e 123 em Gadamael, em Junho/Julho de 1973: o outro inferno a sul (Victor Tavares, ex-1º cabo paraquedista)
18 de Junho de 2007 > Guiné 63/74 - P1856: Guileje, SPM 2728: Cartas do corredor da morte (J. Casimiro Carvalho) (5): Gadamael, Junho de 1973: 'Now we have peace'
7 de Abril de 2008 > Guiné 63/74 - P2729: Estórias de Guileje (10): os trânsfugas de Guileje, humilhados e ofendidos (Victor Tavares, CCP 121/BCP 12, 1972/74)
27 de Janeiro de 2008 > Guiné 63/74 - P2483: Estórias de Guileje (3): Devo a vida a um milícia que me salvou no Rio Cacine, quando fugia de Gandembel (ex-Fur Mil Art Paiva)
Gentileza de: © Pepito/ AD - Acção para o Desenvolvimento (Bissau) (2007). Direitos reservados (Editada por L.G.).
1. Mensagem do Cor Art Ref Nuno Rubim:
Caro Luís:
Como estou, como é vulgo dizer com a mão na massa, também penso realizar algumas pequenas pesquisas sobre outra saga, desta vez Gadamael.
Já tenho o levantamento de todas as unidades que por lá passaram, mas naturalmente o que mais me vai ocupar é o período de Maio a Julho de 1973.
Também seria muito interessante tentar fazer um esboço do que teria sido o aquartelamento nessa altura, sem abrigos blindados como os que houve em Guileje e Gadembel ...Só valas e trincheiras a céu aberto !
Naturalmente só com a ajuda dos camaradas que por lá passaram é possível fazer alguma coisa. Fotos para começar ... Haverá alguma aérea, mesmo que de outro período ?
Uma questão prévia: precisava de saber quando e até que data foram ocupados Gadamael Fronteira e Ganturé. Deste último tenho informações que referem ter ali estado instalado um Pel Ref (ou Gr Comb) desde Fevereiro/Março de 1964 até Julho de 1969, mas é possível que tenha continuado depois desta última data.
Também pergunto se algum camarada tem conhecimento de um Furriel Mecânico - Auto, de apelido Barros, que terá estado em Guileje e/ou Cacine em 1971/72.
Um abraço
Nuno Rubim
__________
Notas dos editores:
(1) Vd, postes de:
15 de Junho de 2006 > Guiné 63/74 - P878: Antologia (42): Os heróis desconhecidos de Gadamael (Parte I)
15 de Junho de 2006 > Guiné 63/74 - P879: Antologia (43): Os heróis desconhecidos de Gadamael (II Parte)
19 de Março de 2007 > Guiné 63/74 - P1613: Com as CCP 121, 122 e 123 em Gadamael, em Junho/Julho de 1973: o outro inferno a sul (Victor Tavares, ex-1º cabo paraquedista)
18 de Junho de 2007 > Guiné 63/74 - P1856: Guileje, SPM 2728: Cartas do corredor da morte (J. Casimiro Carvalho) (5): Gadamael, Junho de 1973: 'Now we have peace'
7 de Abril de 2008 > Guiné 63/74 - P2729: Estórias de Guileje (10): os trânsfugas de Guileje, humilhados e ofendidos (Victor Tavares, CCP 121/BCP 12, 1972/74)
27 de Janeiro de 2008 > Guiné 63/74 - P2483: Estórias de Guileje (3): Devo a vida a um milícia que me salvou no Rio Cacine, quando fugia de Gandembel (ex-Fur Mil Art Paiva)
terça-feira, 29 de abril de 2008
Guiné 63/74 - P2800: Em bom português nos entendemos (1): Guidaje e não Guidage (Luís Graça / Carlos Rocha - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa)
Guiné-Bissau > Região de Cacheu > Guidaje > Novembro de 2008 > O regresso do Albano Costa, acompanhado do seu filho Hugo Costa e de outros camaradas, a Guidaje, o antigo aquartelamento da CCAÇ 4150 (1973/74), junto à fronteira do Senegal.
Tal como Guileje e outros aquartelamentos no sul, Guidaje, no norte, é um ponto no mapa da Guiné-Bissau que faz parte da nossa história comum, e que dificilmente cairá no esquecimento, de ambos os povos. Em Novembro de 2000, o Albano Costa foi lá encontrar o último soldado (guineense) da martirizada CCAÇ 19. Guidaje nunca será esquecida, mas os falantes da língua portuguesa têm dúvidas sobre a sua grafia correcta: Guidaje ou Guidage ? Entretanto, os jilas (e não gilas) continuam, como dantes, a atravessar a fronteira e a falar melhor o francês do que o português...
Segundo o Observatório da Língua Portuguesa, em 7 de Julho de 2007, o cálculo de Falantes de Português como Língua Materna nos países da CPLP era de 204.654.678, num universo de menos de 236 milhões de habitantes. A Guiné-Bissau com um total de 1.565.000 habitantes era o país da CPLP, com a menor percentagem de Falantes de Português como Língua Materna: 5% (em números absolutos, 78.250), atrás de Timor Leste (6%) e de Moçambique (6,5%), longe de São Tomé e Príncipe (20%), Cabo Verde (40%), Angola (40%), Portugal (96%) e Brasil (99,7%).
Foto: © Albano Costa (2008). Direitos reservados.
1. Pergunta a (e resposta de) o Ciberdúvidas da Língua Portiuguesa:
A grafia de Guidage/Guidaje (Guiné-Bissau)
[Pergunta]
A toponomia da Guiné-Bissau é fonte de grande confusão para os falantes da língua portuguesa. Já aqui em tempos levantámos a questão da grafia de Guileje/Guilege/Guiledje... Ainda recentemente participei num Simpósio Internacional de Guiledje (e não Guileje), em Bissau (1 a 7 de Março de 2008).
Há dias passou na televisão (SIC) e foi publicado num semanário (Visão) uma reportagem sobre Guidage, e a exumação e a identicação de restos mortais de militares portugueses, que lá morreram e ficaram sepultados, em Maio de 1973...
Eu costumo seguir a fixação dos topónimos feita, na antiga Guiné portuguesa, pelos nossos magníficos cartógrafos militares. Mas também eles erra(va)m. Consagraram duas grafias para esta obscura povoação no Norte, na zona fronteiriça, junto ao Senegal, povoação onde havia um aquartelamento português no tempo da guerra colonial/guerra do ultramar.
Guileje e Guidaje são hoje dois topónimos que fazem parte da história de ambos os países, a Guiné-Bissau e Portugal... Seria bom que nos entendêssemos sobre a sua grafia correcta...
Ver as cartas sobre Guidage/Guidaje, disponíveis em linha, a partir do meu blogue:
Luís Graça & Camaradas da Guiné
Carta da Província da Guiné, 1961
Carta de Guidaje, 1953
Parabéns pelo vosso magnífico trabalho em prol da língua portuguesa e dos falantes da língua portuguesa (tão pouco falada, infelizmente, na Guiné-Bissau).
Luís Graça,
Professor do ensino superior universitário,
Lisboa, Portugal
[Resposta]
Na transcrição de nomes africanos de origem banta, que pertencem ao grupo Benue-Congo do ramo Níger-Congo da família níger-cordofânia (1) , a tendência é usar o grafema j antes das letras e e i para representar uma série de sons vozeados (sonoros), realizados como fricativa pré-palatal [j] ( o j de janela), africada pré-palatal [dj](como em italiano, Giovanni) ou qualquer outro som que soe semelhante ao ouvido português. Assim, em nomes de lugar de países onde se falam tais línguas, dever-se-ia usar o j para representar tais sons: Malanje e Uíje (em Angola; cf. Rebelo Gonçalves, Vocabulário da Língua Portuguesa, 1966).
No caso da Guiné-Bissau, não temos línguas bantas, mas línguas da mesma família e do mesmo ramo, mas de grupos diferentes: o mandinga e o soninqué são membros do grupo mande, e as restantes, do grupo atlântico (2). Também neste caso me parece de aconselhar o j para transcrever os sons que, nestas línguas da Guiné-Bissau, soarem como fricativa, africada ou som semelhante. Recomendo, portanto, que se escreva Guidaje e Guileje, pelo menos, em português europeu.
Dito isto, sabemos que a norma brasileira aceita o dígrafo dj em variação com j (ver Dicionário Houaiss); por exemplo: djila/jila («mascate que circula entre a Guiné-Bissau (África) e os países vizinhos»). Surge aqui uma alternativa à disposição dos países africanos em que o português é língua oficial: sabendo que estamos numa fase de mudança, é possível que a adopção do novo Acordo Ortográfico dê azo a que em África se redefinam os critérios a aplicar na grafia e na forma portuguesas de topónimos com origem em línguas pré-coloniais.
Em nome do Ciberdúvidas, agradeço as suas palavras finais.
(1) Ver Ernesto d´Andrade, Línguas Africanas: Breve Introdução à Fonologia e à Morfologia, Lisboa, A. Santos, págs. 19-45.
(2) Idem, pág. 64.
Carlos Rocha. 24/04/2008
Textos Relacionados
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2. Outros sítios na Net a pôr na lista dos favoritos:
CPLP - Comunidade dos Países de Língua Portuguesa
Idiomático - Revista Digital de Didáctica de Português > A Língua Portuguesa na Guiné-Bissau
Dicionário Caboverdiano Português On-Line
Instituto Camões Portugal
Língua Portuguesa - Gramática, Ortografia, Literatura
Observatório da Língua Portuguesa
Por Detrás das Letras
Portal da Língua Portuguesa
Priberam Informática - Língua Portuguesa On-Line
Tal como Guileje e outros aquartelamentos no sul, Guidaje, no norte, é um ponto no mapa da Guiné-Bissau que faz parte da nossa história comum, e que dificilmente cairá no esquecimento, de ambos os povos. Em Novembro de 2000, o Albano Costa foi lá encontrar o último soldado (guineense) da martirizada CCAÇ 19. Guidaje nunca será esquecida, mas os falantes da língua portuguesa têm dúvidas sobre a sua grafia correcta: Guidaje ou Guidage ? Entretanto, os jilas (e não gilas) continuam, como dantes, a atravessar a fronteira e a falar melhor o francês do que o português...
Segundo o Observatório da Língua Portuguesa, em 7 de Julho de 2007, o cálculo de Falantes de Português como Língua Materna nos países da CPLP era de 204.654.678, num universo de menos de 236 milhões de habitantes. A Guiné-Bissau com um total de 1.565.000 habitantes era o país da CPLP, com a menor percentagem de Falantes de Português como Língua Materna: 5% (em números absolutos, 78.250), atrás de Timor Leste (6%) e de Moçambique (6,5%), longe de São Tomé e Príncipe (20%), Cabo Verde (40%), Angola (40%), Portugal (96%) e Brasil (99,7%).
Foto: © Albano Costa (2008). Direitos reservados.
1. Pergunta a (e resposta de) o Ciberdúvidas da Língua Portiuguesa:
A grafia de Guidage/Guidaje (Guiné-Bissau)
[Pergunta]
A toponomia da Guiné-Bissau é fonte de grande confusão para os falantes da língua portuguesa. Já aqui em tempos levantámos a questão da grafia de Guileje/Guilege/Guiledje... Ainda recentemente participei num Simpósio Internacional de Guiledje (e não Guileje), em Bissau (1 a 7 de Março de 2008).
Há dias passou na televisão (SIC) e foi publicado num semanário (Visão) uma reportagem sobre Guidage, e a exumação e a identicação de restos mortais de militares portugueses, que lá morreram e ficaram sepultados, em Maio de 1973...
Eu costumo seguir a fixação dos topónimos feita, na antiga Guiné portuguesa, pelos nossos magníficos cartógrafos militares. Mas também eles erra(va)m. Consagraram duas grafias para esta obscura povoação no Norte, na zona fronteiriça, junto ao Senegal, povoação onde havia um aquartelamento português no tempo da guerra colonial/guerra do ultramar.
Guileje e Guidaje são hoje dois topónimos que fazem parte da história de ambos os países, a Guiné-Bissau e Portugal... Seria bom que nos entendêssemos sobre a sua grafia correcta...
Ver as cartas sobre Guidage/Guidaje, disponíveis em linha, a partir do meu blogue:
Luís Graça & Camaradas da Guiné
Carta da Província da Guiné, 1961
Carta de Guidaje, 1953
Parabéns pelo vosso magnífico trabalho em prol da língua portuguesa e dos falantes da língua portuguesa (tão pouco falada, infelizmente, na Guiné-Bissau).
Luís Graça,
Professor do ensino superior universitário,
Lisboa, Portugal
[Resposta]
Na transcrição de nomes africanos de origem banta, que pertencem ao grupo Benue-Congo do ramo Níger-Congo da família níger-cordofânia (1) , a tendência é usar o grafema j antes das letras e e i para representar uma série de sons vozeados (sonoros), realizados como fricativa pré-palatal [j] ( o j de janela), africada pré-palatal [dj](como em italiano, Giovanni) ou qualquer outro som que soe semelhante ao ouvido português. Assim, em nomes de lugar de países onde se falam tais línguas, dever-se-ia usar o j para representar tais sons: Malanje e Uíje (em Angola; cf. Rebelo Gonçalves, Vocabulário da Língua Portuguesa, 1966).
No caso da Guiné-Bissau, não temos línguas bantas, mas línguas da mesma família e do mesmo ramo, mas de grupos diferentes: o mandinga e o soninqué são membros do grupo mande, e as restantes, do grupo atlântico (2). Também neste caso me parece de aconselhar o j para transcrever os sons que, nestas línguas da Guiné-Bissau, soarem como fricativa, africada ou som semelhante. Recomendo, portanto, que se escreva Guidaje e Guileje, pelo menos, em português europeu.
Dito isto, sabemos que a norma brasileira aceita o dígrafo dj em variação com j (ver Dicionário Houaiss); por exemplo: djila/jila («mascate que circula entre a Guiné-Bissau (África) e os países vizinhos»). Surge aqui uma alternativa à disposição dos países africanos em que o português é língua oficial: sabendo que estamos numa fase de mudança, é possível que a adopção do novo Acordo Ortográfico dê azo a que em África se redefinam os critérios a aplicar na grafia e na forma portuguesas de topónimos com origem em línguas pré-coloniais.
Em nome do Ciberdúvidas, agradeço as suas palavras finais.
(1) Ver Ernesto d´Andrade, Línguas Africanas: Breve Introdução à Fonologia e à Morfologia, Lisboa, A. Santos, págs. 19-45.
(2) Idem, pág. 64.
Carlos Rocha. 24/04/2008
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segunda-feira, 28 de abril de 2008
Guiné 63/74 - P2799: Lista dos militares portugueses metropolitanos mortos e enterrados em cemitérios locais (1): De 1963 a 1964 (A. Marques Lopes)
Guiné-Bissau > Bissau > Cemitério municipal > Talhão militar português > Abril de 2006 > Campa nº 1271, de Anastácio Vieira Domingos, Soldado, CCAÇ 727, falecido em 13 de Dezembro de 1964, por doença, HM 241, Bissau.
Era natural de Santa Clara-a-Velha, concelho de Odemira, distrito de Beja. O Soldado Anastácio Vieira Domingos, nº 688/64, teve como unidade mobilizadora o RI 16, de Évora. A comissão foi de Outubro de 1964 a Agosto de 1966. O Soldado Anastácio não chegou a conhecer a época das chuvas: morreu ao fim de dois meses de Guiné, mais exactamente a 13 de Dezembro de 1964. O seu nome consta do memorial aos mortos das guerras do ultramar, junto à torre de Belém.
Guiné-Bissau > Bissau > Cemitério municipal > Talhão militar português > Abril de 2006 > Campa [nº 1173] do Manuel Rogério Lopes Torres, Soldado da CART 566, que morreu a 10 de Novembro de 1964, em Bissorã, devido a ferimentos em combate.
O Torres era natural de Geraz do Lima, Viana do Castelo. Esta como muitas outras lápides funerárias de soldados portugueses cujos corpos por aqui ficaram, estava praticamente ilegível (e em estado de abandono) quando o A. Marques Lopes fez uma visita ao cemitério, em Abril de 2006. A CART 566 teve como unidade mobilizadora o RAP 2, de Vila Nova de Gaia. Esteve na Guiné de Agosto de 1964 a Novembro de 1965. O Soldado Torres também morreu na época seca, ao fim de escassos três meses de Guiné.
Fotos: © A. Marques Lopes (2006). Direitos reservados
1. Mensagem do A. Marques Lopes:
Caros camaradas Já há meses (muitos, creio eu) enviei-vos este quadro, entre outros, que fiz de dados colhidos do Livro dos Mortos na Guiné, da CECA (atenção, que não estão os guineenses). Está aqui novamente, agora que se fala [dos camaradas que ficaram enterrados em Guidaje e em muitos outros locais da Guiné]. Se servir...
A. Marques Lopes
Quadro 1 - Guiné 1963/74: Militares portugueses metropolitanos, mortos por ferimentos em combate, doença, acidente ou outros motivos, e cujos corpos ficaram em cemitérios locais. Parte I: 1963 e 1964, por trimestre.
Quadro 2 – Guiné 1963/74: Distribuição, por cemitério, dos corpos dos militares portugueses metropolitanos, mortos por ferimentos em combate, doença, acidente ou outros motivos, e cujos corpos foram enterrados em cemitérios locais. Parte I: 1963/1964 (n=80).
Comentário: Num total de 80 militares que morreram, em 1963 e 1964, no CTIG e cujos corpos não regressaram à Pátria, 2/3 ficaram sepultados no Cemitério de Bissau. Seguem--se, por ordem de frequência, os cemitérios de NOva Lamego (n=7), Bafatá (n=5) e Fulacunda (n=2). Outros cemitérios, com uma sepultura cada: Bedanda, Bolama, Buba, Cacine, Catió e Farim. Neste período (1963/64) houve 7 corpos que não foram recuperados: 4 mortos em combate (possivelmente, vítimas de explosão de minas A/C); 3 mortos por afogamento.
Imagens: © Luís Graça & Camaradas da Guiné (2007). Direitos reservados.
Aqueles que nem no caixão regressaram
(Organização por ordem cronológica da data de morte: A. Marques Lopes) (1)
NOME e POSTO / UNIDADE / DATA da MORTE / LOCAL da MORTE / CAUSA da MORTE NATURALIDADE / LOCAL DA SEPULTURA
NOME e POSTO / UNIDADE / DATA da MORTE / LOCAL da MORTE / CAUSA da MORTE NATURALIDADE / LOCAL DA SEPULTURA
1963
Abílio Monteiro de Brito, Furriel / CCaç 152 / 27.01.63 / Bissalã, Buba / Ferimentos em combate / Aldeia de Neiva, Barcelos /Corpo não recuperado.
Francisco Gonçalves Moreira, 1º Cabo /CCaç 152 / 27.01.63 / Bissalã, Buba / Ferimentos em combate / Padim da Graça, Braga / Corpo não recuperado.
João Nogueira Marques, Soldado / CPMil 257 / 05.02.63 / Doença / Lameiras, S. João da Boavista / Cemitério de Bissau, Campa 49, Guiné.
José da Graça Marques, 1º Cabo / Pel Caç 871 / 01.03.63 / Cabedú / Ferimentos em combate / Castelo, Sertã / Cemitério de Bedanda, Guiné.
Vitorino Chainho Pereira, Soldado / Pel Caç 860 / 26.03.63 / Susana / Ferimentos em combate / Melides, Grândola / Cemitério de Bissau, Guiné.
João Freitas Pereira, Soldado / CCaç 274 / 22.04.63 / Estrada Tite-Fulacunda /Ferimentos em combate / Santo Espírito, Ponta Delgada / Cemitério de Fulacunda, Guiné.
Casimiro Ferreira Neto, Soldado / Pel Caç 871 / 23.05.73 / Nova Lamego / Acidente com arma de fogo / São Simão de Lítem, Pombal / Cemitério de Nova Lamego.
Fernando João José Cerqueira, Soldado / ER 385 / 02.06.63 / Aldeia Formosa / Acidente com arma de fogo / Porto / Cemitério de Bafatá, Guiné.
António Augusto Esteves Magalhães, 1.º Cabo / CCaç 423 / 03.07.63 / Estrada Nova Sintra-Fulacunda, HM241 / Ferimentos em combate / Amares / Cemitério de Bissau, Campa 291, Guiné.
Alberto dos Santos Monteiro, Soldado / CCaç 423 / 03.07.63 / Estrada Nova Sintra-Fulacunda / Ferimentos em combate / Rio Tinto, Gondomar / Cemitério de Fulacunda, Guiné.
José Carmo Cunha, Soldado / CCaç 411 / 11.07.63 / Buba / Ferimentos em combate / Coriscada, Meda / Cemitério de Buba, Guiné.
Jeremias Barcelos Cosme Damião, Soldado / CCaç 273 / 14.07.63 / Cacine / Acidente com arma de fogo / Praia da Vitória, Praia da Vitória / Cemitério de Cacine, Guiné.
José Rato Casaleiro, Soldado / CCaç 423 / 18.07.63 / Estrada Tite-Nova Sintra / Ferimentos em combate / Freiria, Torres Vedras / Cemitério de Bissau, Campa 360, Guiné.
José Gonçalves Pereira, Soldado / CCaç 413 / 20.10.63 / Porto Gole / Ferimentos em combate / Alcanena / Cemitério de Bissau, Campa 559, Guiné.
Marcelino Duarte, Soldado / CCaç 509 / 29.10.63 / Rio Bigador / Afogamento / Marmelete, Monchique / Cemitério de Nova Lamego, Guiné.
Adosindo Carvalho Brito, 1º. Cabo / CCav 489 / 02.11.63 / Morés / Ferimentos em combate / Boas Eiras, Penacova / Cemitério de Bissau, Campa 529, Guiné.
Domingos Rodrigues Torres, Soldado / CCaç 510 / 05.11.63 / Estrada Xitole-Bambadinca / Ferimentos em combate / Santa Maria Maior, Viana do Castelo / Cemitério de Bafatá, Guiné.
Manuel da Costa Domingos, Soldado / CCaç 510 / 05.11.63 / Estrada Xitole-Bambadinca / Ferimentos em combate / Almaceda, Castelo Branco / Cemitério de Bafatá, Guiné.
Joaquim Romualdo Mesquita, Furrel / CCaç 509 / 05.11.63 / Nova Lamego / Acidente de viação / S. Vicente da Beira, Castelo Branco / Cemitério de Nova Lamego, Guiné.
Joaquim da Luz Assis, Soldado / CCaç 870 / 13.11.63 / Bafatá / Doença / S. Pedro da Cadeira, Torres Vedras / Cemitério de Bafatá, Guiné.
Joaquim da Silva Mota, 1.º Cabo / CCaç 509 / 14.11.63 / Enxalé / Ferimentos em combate / Mondim de Basto, Mondim de Basto / Corpo não recuperado.
Francisco Gonçalves Moreira, 1º Cabo /CCaç 152 / 27.01.63 / Bissalã, Buba / Ferimentos em combate / Padim da Graça, Braga / Corpo não recuperado.
João Nogueira Marques, Soldado / CPMil 257 / 05.02.63 / Doença / Lameiras, S. João da Boavista / Cemitério de Bissau, Campa 49, Guiné.
José da Graça Marques, 1º Cabo / Pel Caç 871 / 01.03.63 / Cabedú / Ferimentos em combate / Castelo, Sertã / Cemitério de Bedanda, Guiné.
Vitorino Chainho Pereira, Soldado / Pel Caç 860 / 26.03.63 / Susana / Ferimentos em combate / Melides, Grândola / Cemitério de Bissau, Guiné.
João Freitas Pereira, Soldado / CCaç 274 / 22.04.63 / Estrada Tite-Fulacunda /Ferimentos em combate / Santo Espírito, Ponta Delgada / Cemitério de Fulacunda, Guiné.
Casimiro Ferreira Neto, Soldado / Pel Caç 871 / 23.05.73 / Nova Lamego / Acidente com arma de fogo / São Simão de Lítem, Pombal / Cemitério de Nova Lamego.
Fernando João José Cerqueira, Soldado / ER 385 / 02.06.63 / Aldeia Formosa / Acidente com arma de fogo / Porto / Cemitério de Bafatá, Guiné.
António Augusto Esteves Magalhães, 1.º Cabo / CCaç 423 / 03.07.63 / Estrada Nova Sintra-Fulacunda, HM241 / Ferimentos em combate / Amares / Cemitério de Bissau, Campa 291, Guiné.
Alberto dos Santos Monteiro, Soldado / CCaç 423 / 03.07.63 / Estrada Nova Sintra-Fulacunda / Ferimentos em combate / Rio Tinto, Gondomar / Cemitério de Fulacunda, Guiné.
José Carmo Cunha, Soldado / CCaç 411 / 11.07.63 / Buba / Ferimentos em combate / Coriscada, Meda / Cemitério de Buba, Guiné.
Jeremias Barcelos Cosme Damião, Soldado / CCaç 273 / 14.07.63 / Cacine / Acidente com arma de fogo / Praia da Vitória, Praia da Vitória / Cemitério de Cacine, Guiné.
José Rato Casaleiro, Soldado / CCaç 423 / 18.07.63 / Estrada Tite-Nova Sintra / Ferimentos em combate / Freiria, Torres Vedras / Cemitério de Bissau, Campa 360, Guiné.
José Gonçalves Pereira, Soldado / CCaç 413 / 20.10.63 / Porto Gole / Ferimentos em combate / Alcanena / Cemitério de Bissau, Campa 559, Guiné.
Marcelino Duarte, Soldado / CCaç 509 / 29.10.63 / Rio Bigador / Afogamento / Marmelete, Monchique / Cemitério de Nova Lamego, Guiné.
Adosindo Carvalho Brito, 1º. Cabo / CCav 489 / 02.11.63 / Morés / Ferimentos em combate / Boas Eiras, Penacova / Cemitério de Bissau, Campa 529, Guiné.
Domingos Rodrigues Torres, Soldado / CCaç 510 / 05.11.63 / Estrada Xitole-Bambadinca / Ferimentos em combate / Santa Maria Maior, Viana do Castelo / Cemitério de Bafatá, Guiné.
Manuel da Costa Domingos, Soldado / CCaç 510 / 05.11.63 / Estrada Xitole-Bambadinca / Ferimentos em combate / Almaceda, Castelo Branco / Cemitério de Bafatá, Guiné.
Joaquim Romualdo Mesquita, Furrel / CCaç 509 / 05.11.63 / Nova Lamego / Acidente de viação / S. Vicente da Beira, Castelo Branco / Cemitério de Nova Lamego, Guiné.
Joaquim da Luz Assis, Soldado / CCaç 870 / 13.11.63 / Bafatá / Doença / S. Pedro da Cadeira, Torres Vedras / Cemitério de Bafatá, Guiné.
Joaquim da Silva Mota, 1.º Cabo / CCaç 509 / 14.11.63 / Enxalé / Ferimentos em combate / Mondim de Basto, Mondim de Basto / Corpo não recuperado.
1964
José Ramos Picão, Soldado CCaç 413 / 03.01.64 / Dame, Mansoa / Ferimentos em combate / Ega, Condeixa-a-Nova / Cemitério de Bissau, Campa 636, Guiné.
Armédio Dias de Almeida, Furriel / CCaç 423 / 09.01.64 / São João, Nova Sintra / Ferimentos em combate / Vila Cova de Perrinho, Vale de Cambra / Cemitério de Bolama, Campa 3/64, Guiné.
Henrique José Pinto, 1.º Cabo / CCaç 487 / 24.01.64 / Cumemene, Ilha do Como / Ferimentos em combate / Santo Agostinho, Moura / Cemitério de Bissau, Guiné.
António João Pinheiro Bicho, Soldado / CCaç 557 / 29.01.64 / Ilha do Como / Ferimentos em combate / Fortios, Portalegre / Cemitério de Bissau, Campa 670, Guiné.
Albano Ferreira Lourenço, Soldado / CCaç 493 / 01.02.64 / Mansabá / Ferimentos em combate / S. Sebastião da Pedreira, Lisboa / Cemitério de Bissau, Campa 675, Guiné.
Joaquim Maria Lopes, Soldado / CCaç 413 / 01.02.64 / Mansabá / Ferimentos em combate / Castanheira de Pera, Castanheira de Pera / Cemitério de Bissau, Campa 676, Guiné.
Manuel Bispo Rodrigues, Soldado / CCaç 510 / 10.02.64 / Acidente de viação / Margem, Gavião / Cemitério de Bissau, Campa 690, Guiné.
Antonio Fernando Teixeira Vilela, Soldado CCaç508 / 12.02.64 Olossato Ferimentos em combate Rio Tinto, Gondomar Cemitério de Bissau, Campa 692, Guiné
José Paulo Fonseca, Soldado / CCaç 508 / 12.02.64 / Olossato / Ferimentos em combate / Aljubarrota, Alcobaça / Cemitério de Bissau, Campa 692, Guiné.
Cândido Augusto Silva Dias, Soldado / CCaç 412 / 27.02.64 / Ponta do Inglês / Ferimentos em combate / Chacim, Macedo de Cavaleiros / Cemitério de Bafatá, Guiné.
João Martins Lourenço, 1.º Cabo / CCaç 556 / 28.02.64 / Enxalé / Ferimentos em combate / Alvoco das Várzeas, Oliveira do Hospital / Cemitério de Bissau, Campa 718, Guiné.
José da Conceição Francisco, Soldado / CCaç 556 / 28.02.64 / Enxalé / Ferimentos em combate / Odemira / Cemitério de Bissau, Campa 719, Guiné.
António Barata Farinha, Soldado / CCaç 594 / 04.03.64 / Estrada Farim-Mansabá /Ferimentos em combate / Ermida, Sertã / Cemitério de Bissau, Campa 727, Guiné.
José Pereira Rodrigues, Soldado / CCaç 413 / 05.03.64 / Estrada Bissorã-Mansoa / Ferimentos em combate / Dardavaz, Tondela / Cemitério de Bissau, Campa 726, Guiné.
Alberto Teixeira Oliveira, Soldado / CArt 640 / 24.03.64 / Sangonhá / Ferimentos em combate / Burgo, Arouca / Cemitério de Bissau, Campa 752, Guiné.
José da Silva Ferreira Duarte, 1.º Cabo / CArt 640 / 24.03.64 / Sangonhá / Ferimentos em combate / Trandeira, Braga / Cemitério de Bissau, Campa 751, Guiné.
António Monteiro da Silva, Soldado / CArt 640 / 24 .03.64 / Sangonhá / Ferimentos em combate / Alvarenga, Arouca / Cemitério de Bissau, Campa 754, Guiné.
José Fonseca Rua, Soldado / CCaç 622 / 06.04.64 / Binar / Ferimentos em combate / Fonte Arcada, Cernancelhe / Cemitério de Bissau, Campa 1594, Guiné.
José Rosa Louro, Soldado / CCaç 642 / 02.05.64 / HM 241 / Doença / Portela, Abrantes / Cemitério de Bissau, Campa 817, Guiné.
Leonel António Viegas Marcos, 1.º Cabo / Pel Rec 947 / 05.05.64 / Farim / Ferimentos em combate / Quelfes, Olhão / Cemitério de Farim, Guiné .
António José Pereira, 1.º Cabo / CArt 640 / 09.05.64 / Estrada Cuntima - Farim / Ferimentos em combate / Vilarinho de Samardã, Vila Real / Cemitério de Bissau, Campa 864, Guiné.
Nascimento Machado Antenor, Soldado / CCaç 622 / 16.05.64 / Binar / Ferimentos em combate / Vila de Ala, Mogadouro / Cemitério de Bissau, Campa 1593, Guiné.
Francisco António Feiteira, Soldado / CCaç 556 / 31.05.64 / Enxalé / Ferimentos em combate / Alegrete, Portalegre / Cemitério de Bissau, Campa 864, Guiné.
José Félix Pereira dos Santos, Soldado / CCav 487 / 01.06.64 / Farim / Ferimentos em combate / Samora Correia, Benavente / Cemitério de Bissau, Campa 865, Guiné.
António Ferreira da Rocha Caseiro, Soldado / CArt 642 / 06.06.64 / Mansabá / Ferimentos em combate / Sobrado, Valongo / Cemitério de Bissau, Campa 867, Guiné.
José da Silva Peixeiro, Soldado / CCav 488 / 06.06.64 / HM 241 / Acidente com arma de fogo / Relíquias, Odemira / Cemitério de Bissau, Campa 866, Guiné.
Álvaro Henriques Espinheira, Soldado / CArt 642 / 27.06.64 / Mansoa / Ferimentos em combate / Lourosa, Vila da Feira / Cemitério de Bissau, Campa 906, Guiné.
José Joaquim dos Reis Maria Zoio, Soldado CCS/ BCaç 599 / 02.07.64/ Tabanca de Jufá Ferimentos em combate / Santo Ildefonso, Porto / Corpo não recuperado.
Vitorino António Marques, 1.º Cabo / Pel Rec 42 / 02.07.64 / Cumbijã / Ferimentos em combate / Monchique / Cemitério de Bissau, Campa 956, Guiné.
José António Cordeiro Lopes, 2.º Sargento / BCav 705 / 16.07.64 / Afogamento / Ciladas, Vila Viçosa / Corpo não recuperado.
José Oliveira Grancho, Soldado / Pel Caç 955 / 10.08.64 / Nova Lamego / Acidente de viação e afogamento / Monsanto, Idanha-a-Nova / Cemitério de Nova Lamego, Guiné.
António Emílio de Melo, 1.º Cabo / CArt 643 / 16.08.64 / Bedanda / Ferimentos em combate / São João das Areias, Santa Comba Dão / Cemitério de Bissau, Campa 1055, Guiné.
Jesuíno Bilro Simões, Soldado / Pel Caç 953 / 16.08.64 / Cacheu / Acidente com arma de fogo / Escoural, Montemor-o-Novo / Cemitério de Bissau, Campa 1132, Guiné.
Luís Ferreira Faria, Soldado CTrans 735 / 24.08.64 / Afogamento / Cercal, Cadaval / Corpo não recuperado.
Fernando Guedes de Oliveira, 1.º Cabo / CCav 567 / 26.08.64 / Rio Blassar / Afogamento / Milheiros de Poiares, Vila da Feira / Corpo não recuperado.
Américo dos Santos Alves, Soldado / CArt 565 / 27.08.64 / Fulacunda / Ferimentos em combate / Friões, Valpaços / Cemitério de Bissau, Campa 1058, Guiné.
José Gonçalves Rua, 1.º Cabo / CCaç 462 / 27.08.64 / Acidente com arma de fogo / Penude, Lamego / Cemitério de Bissau, Campa 1020, Guiné.
José Henriques Ferreira, Soldado / CArt 565 / 27.08.64 / Fulacunda / Ferimentos em combate / Lombada, Vila Nova de Poiares / Cemitério de Bissau, Campa 1017, Guiné.
José Pereira Durães, Soldado / Dest Intendência 707 / 28.08.64 / HM 241 / Acidente de viação / Vitorino dos Piães, Ponte de Lima / Cemitério de Bissau, Campa 1023, Guiné.
Luís Pestana Dinis, Soldado / Pel Caç 955 / 01.10.64 / Acidente com arma de fogo / Serra Água, Ribeira Brava, Madeira / Cemitério de Bissau, Campa 1078, Guiné.
Artur Branco Gonçalves, 1.º Cabo / CCaç 462 / 13.10.64 / HM241 / Doença / Vilarelho da Raia, Chaves / Cemitério de Bissau, Campa 1108, Guiné.
António Neves Ferreira, Soldado / Pel Caç 955 / 22.10.64 / Nova Lamego / Doença / São Cosme, Gondomar / Cemitério de Nova Lamego, Guiné.
Albino Mendes Carvalho, Soldado / CArt 494 / 23.10.64 / Afogamento / Chavão, Barcelos / Cemitério de Bissau, Campa 1280, Guiné.
Horácio Rocha Ferreira, Soldado / CCaç 509 / 26.10.64 / Doença / Melres, Gondomar / Cemitério de Nova Lamego, Campa 16, Guiné.
Aníbal dos Santos Afonso, Soldado Cart495/ CIC/Grupo Cmds "Panteras" / 29.10.64 / Aldeia Formosa / Ferimentos em combate / Alvaradas, Vinhais / Cemitério de Bissau, Campa 1112, Guiné.
Elias António Emídio, Soldado / CCav 489 / 29.10.64 / HM 241 / Doença / São Bartolomeu do Outeiro, Portel / Cemitério de Bissau, Campa 1128, Guiné.
Manuel Bernardes, Soldado / CArt 643 / 07.11.64 / HM 241 / Acidente, outros motivos / Figueira do Lorvão, Penacova / Cemitério de Bissau, Campa 1171, Guiné.
Manuel Rogério Lopes Torres, Soldado / CArt 566 / 10.11.64 / Bissorã / Ferimentos em combate / Geraz do Lima, Viana do Castelo / Cemitério de Bissau, Campa 1173, Guiné.
José Lourenço da Silva, Furrriel CCS/ BCaç 619 / 18.11.64 / Estrada de Quibil / Ferimentos em combate / Sardoal / Cemitério de Catió, Guiné.
Fernando Lucrécia, Soldado / 3.ª CCaç / 21.11.64 / Nova Lamego / Doença / Melides, Grândola / Cemitério de Nova Lamego, Guiné.
José Francisco Pombo de Matos, Soldado / CCav 704 / 21.11.64 / HM 241 / Doença / Urra, Portalegre / Cemitério de Bissau, Campa 1266, Guiné.
Manuel Coito Narciso, Soldado / CCS/ BCaç 599 / CIC / GrCmds "Fantasmas" / 28.11.64 / Madina do Boé / Ferimentos em combate / Santa Catarina, Caldas da Rainha / Cemitério de Bissau, Campa 1248, Guiné.
Ramiro de Jesus Silva, 1.º Cabo / CArt 495 / CIC / GrCmds "Fantasmas / 28.11.64 / Madina do Boé / Ferimentos em combate / Colmeias, Leiria / Cemitério de Bissau, Campa 1245, Guiné.
Adelino da Silva Costa, Soldado / CCS/ BCaç 599 / 30.11.64 / HM 241 / Doença Figueira do Lobão, Penacova / Cemitério de Bissau, Campa 1268, Guiné.
António Rodrigues Abreu, Soldado / CCaç 461 / 12.12.64 / HM 241 / Doença / Rio da Loba, Viseu / Cemitério de Bissau, Campa 1269, Guiné.
Anastácio Vieira Domingos, Soldado / CCaç 727 / 13.12.64 / HM 241 / Doença / Santa Clara-a-Velha, Odemira / Cemitério de Bissau, Campa 1271, Guiné.
António Henriques Oliveira Marques, Soldado / CCaç 727 / 13.12.64 / HM 241 / Doença / Midões, Tábua / Cemitério de Bissau, Campa 1270, Guiné.
José Augusto Mateus Neto, Soldado / CArt 642 / 16.12.64 / HM 241 / Acidente de Viação / Torre do Torrenho, Trancoso / Cemitério de Bissau, Campa 1281, Guiné.
Ataliba Pereira Faustino, 1.º Cabo / CCaç 413 / 25.12.64 / Acidente outros motivos / Aljubarrota, Alcobaça / Cemitério de Bissau, Campa 1291, Guiné.
(Continua)
_________________
José Ramos Picão, Soldado CCaç 413 / 03.01.64 / Dame, Mansoa / Ferimentos em combate / Ega, Condeixa-a-Nova / Cemitério de Bissau, Campa 636, Guiné.
Armédio Dias de Almeida, Furriel / CCaç 423 / 09.01.64 / São João, Nova Sintra / Ferimentos em combate / Vila Cova de Perrinho, Vale de Cambra / Cemitério de Bolama, Campa 3/64, Guiné.
Henrique José Pinto, 1.º Cabo / CCaç 487 / 24.01.64 / Cumemene, Ilha do Como / Ferimentos em combate / Santo Agostinho, Moura / Cemitério de Bissau, Guiné.
António João Pinheiro Bicho, Soldado / CCaç 557 / 29.01.64 / Ilha do Como / Ferimentos em combate / Fortios, Portalegre / Cemitério de Bissau, Campa 670, Guiné.
Albano Ferreira Lourenço, Soldado / CCaç 493 / 01.02.64 / Mansabá / Ferimentos em combate / S. Sebastião da Pedreira, Lisboa / Cemitério de Bissau, Campa 675, Guiné.
Joaquim Maria Lopes, Soldado / CCaç 413 / 01.02.64 / Mansabá / Ferimentos em combate / Castanheira de Pera, Castanheira de Pera / Cemitério de Bissau, Campa 676, Guiné.
Manuel Bispo Rodrigues, Soldado / CCaç 510 / 10.02.64 / Acidente de viação / Margem, Gavião / Cemitério de Bissau, Campa 690, Guiné.
Antonio Fernando Teixeira Vilela, Soldado CCaç508 / 12.02.64 Olossato Ferimentos em combate Rio Tinto, Gondomar Cemitério de Bissau, Campa 692, Guiné
José Paulo Fonseca, Soldado / CCaç 508 / 12.02.64 / Olossato / Ferimentos em combate / Aljubarrota, Alcobaça / Cemitério de Bissau, Campa 692, Guiné.
Cândido Augusto Silva Dias, Soldado / CCaç 412 / 27.02.64 / Ponta do Inglês / Ferimentos em combate / Chacim, Macedo de Cavaleiros / Cemitério de Bafatá, Guiné.
João Martins Lourenço, 1.º Cabo / CCaç 556 / 28.02.64 / Enxalé / Ferimentos em combate / Alvoco das Várzeas, Oliveira do Hospital / Cemitério de Bissau, Campa 718, Guiné.
José da Conceição Francisco, Soldado / CCaç 556 / 28.02.64 / Enxalé / Ferimentos em combate / Odemira / Cemitério de Bissau, Campa 719, Guiné.
António Barata Farinha, Soldado / CCaç 594 / 04.03.64 / Estrada Farim-Mansabá /Ferimentos em combate / Ermida, Sertã / Cemitério de Bissau, Campa 727, Guiné.
José Pereira Rodrigues, Soldado / CCaç 413 / 05.03.64 / Estrada Bissorã-Mansoa / Ferimentos em combate / Dardavaz, Tondela / Cemitério de Bissau, Campa 726, Guiné.
Alberto Teixeira Oliveira, Soldado / CArt 640 / 24.03.64 / Sangonhá / Ferimentos em combate / Burgo, Arouca / Cemitério de Bissau, Campa 752, Guiné.
José da Silva Ferreira Duarte, 1.º Cabo / CArt 640 / 24.03.64 / Sangonhá / Ferimentos em combate / Trandeira, Braga / Cemitério de Bissau, Campa 751, Guiné.
António Monteiro da Silva, Soldado / CArt 640 / 24 .03.64 / Sangonhá / Ferimentos em combate / Alvarenga, Arouca / Cemitério de Bissau, Campa 754, Guiné.
José Fonseca Rua, Soldado / CCaç 622 / 06.04.64 / Binar / Ferimentos em combate / Fonte Arcada, Cernancelhe / Cemitério de Bissau, Campa 1594, Guiné.
José Rosa Louro, Soldado / CCaç 642 / 02.05.64 / HM 241 / Doença / Portela, Abrantes / Cemitério de Bissau, Campa 817, Guiné.
Leonel António Viegas Marcos, 1.º Cabo / Pel Rec 947 / 05.05.64 / Farim / Ferimentos em combate / Quelfes, Olhão / Cemitério de Farim, Guiné .
António José Pereira, 1.º Cabo / CArt 640 / 09.05.64 / Estrada Cuntima - Farim / Ferimentos em combate / Vilarinho de Samardã, Vila Real / Cemitério de Bissau, Campa 864, Guiné.
Nascimento Machado Antenor, Soldado / CCaç 622 / 16.05.64 / Binar / Ferimentos em combate / Vila de Ala, Mogadouro / Cemitério de Bissau, Campa 1593, Guiné.
Francisco António Feiteira, Soldado / CCaç 556 / 31.05.64 / Enxalé / Ferimentos em combate / Alegrete, Portalegre / Cemitério de Bissau, Campa 864, Guiné.
José Félix Pereira dos Santos, Soldado / CCav 487 / 01.06.64 / Farim / Ferimentos em combate / Samora Correia, Benavente / Cemitério de Bissau, Campa 865, Guiné.
António Ferreira da Rocha Caseiro, Soldado / CArt 642 / 06.06.64 / Mansabá / Ferimentos em combate / Sobrado, Valongo / Cemitério de Bissau, Campa 867, Guiné.
José da Silva Peixeiro, Soldado / CCav 488 / 06.06.64 / HM 241 / Acidente com arma de fogo / Relíquias, Odemira / Cemitério de Bissau, Campa 866, Guiné.
Álvaro Henriques Espinheira, Soldado / CArt 642 / 27.06.64 / Mansoa / Ferimentos em combate / Lourosa, Vila da Feira / Cemitério de Bissau, Campa 906, Guiné.
José Joaquim dos Reis Maria Zoio, Soldado CCS/ BCaç 599 / 02.07.64/ Tabanca de Jufá Ferimentos em combate / Santo Ildefonso, Porto / Corpo não recuperado.
Vitorino António Marques, 1.º Cabo / Pel Rec 42 / 02.07.64 / Cumbijã / Ferimentos em combate / Monchique / Cemitério de Bissau, Campa 956, Guiné.
José António Cordeiro Lopes, 2.º Sargento / BCav 705 / 16.07.64 / Afogamento / Ciladas, Vila Viçosa / Corpo não recuperado.
José Oliveira Grancho, Soldado / Pel Caç 955 / 10.08.64 / Nova Lamego / Acidente de viação e afogamento / Monsanto, Idanha-a-Nova / Cemitério de Nova Lamego, Guiné.
António Emílio de Melo, 1.º Cabo / CArt 643 / 16.08.64 / Bedanda / Ferimentos em combate / São João das Areias, Santa Comba Dão / Cemitério de Bissau, Campa 1055, Guiné.
Jesuíno Bilro Simões, Soldado / Pel Caç 953 / 16.08.64 / Cacheu / Acidente com arma de fogo / Escoural, Montemor-o-Novo / Cemitério de Bissau, Campa 1132, Guiné.
Luís Ferreira Faria, Soldado CTrans 735 / 24.08.64 / Afogamento / Cercal, Cadaval / Corpo não recuperado.
Fernando Guedes de Oliveira, 1.º Cabo / CCav 567 / 26.08.64 / Rio Blassar / Afogamento / Milheiros de Poiares, Vila da Feira / Corpo não recuperado.
Américo dos Santos Alves, Soldado / CArt 565 / 27.08.64 / Fulacunda / Ferimentos em combate / Friões, Valpaços / Cemitério de Bissau, Campa 1058, Guiné.
José Gonçalves Rua, 1.º Cabo / CCaç 462 / 27.08.64 / Acidente com arma de fogo / Penude, Lamego / Cemitério de Bissau, Campa 1020, Guiné.
José Henriques Ferreira, Soldado / CArt 565 / 27.08.64 / Fulacunda / Ferimentos em combate / Lombada, Vila Nova de Poiares / Cemitério de Bissau, Campa 1017, Guiné.
José Pereira Durães, Soldado / Dest Intendência 707 / 28.08.64 / HM 241 / Acidente de viação / Vitorino dos Piães, Ponte de Lima / Cemitério de Bissau, Campa 1023, Guiné.
Luís Pestana Dinis, Soldado / Pel Caç 955 / 01.10.64 / Acidente com arma de fogo / Serra Água, Ribeira Brava, Madeira / Cemitério de Bissau, Campa 1078, Guiné.
Artur Branco Gonçalves, 1.º Cabo / CCaç 462 / 13.10.64 / HM241 / Doença / Vilarelho da Raia, Chaves / Cemitério de Bissau, Campa 1108, Guiné.
António Neves Ferreira, Soldado / Pel Caç 955 / 22.10.64 / Nova Lamego / Doença / São Cosme, Gondomar / Cemitério de Nova Lamego, Guiné.
Albino Mendes Carvalho, Soldado / CArt 494 / 23.10.64 / Afogamento / Chavão, Barcelos / Cemitério de Bissau, Campa 1280, Guiné.
Horácio Rocha Ferreira, Soldado / CCaç 509 / 26.10.64 / Doença / Melres, Gondomar / Cemitério de Nova Lamego, Campa 16, Guiné.
Aníbal dos Santos Afonso, Soldado Cart495/ CIC/Grupo Cmds "Panteras" / 29.10.64 / Aldeia Formosa / Ferimentos em combate / Alvaradas, Vinhais / Cemitério de Bissau, Campa 1112, Guiné.
Elias António Emídio, Soldado / CCav 489 / 29.10.64 / HM 241 / Doença / São Bartolomeu do Outeiro, Portel / Cemitério de Bissau, Campa 1128, Guiné.
Manuel Bernardes, Soldado / CArt 643 / 07.11.64 / HM 241 / Acidente, outros motivos / Figueira do Lorvão, Penacova / Cemitério de Bissau, Campa 1171, Guiné.
Manuel Rogério Lopes Torres, Soldado / CArt 566 / 10.11.64 / Bissorã / Ferimentos em combate / Geraz do Lima, Viana do Castelo / Cemitério de Bissau, Campa 1173, Guiné.
José Lourenço da Silva, Furrriel CCS/ BCaç 619 / 18.11.64 / Estrada de Quibil / Ferimentos em combate / Sardoal / Cemitério de Catió, Guiné.
Fernando Lucrécia, Soldado / 3.ª CCaç / 21.11.64 / Nova Lamego / Doença / Melides, Grândola / Cemitério de Nova Lamego, Guiné.
José Francisco Pombo de Matos, Soldado / CCav 704 / 21.11.64 / HM 241 / Doença / Urra, Portalegre / Cemitério de Bissau, Campa 1266, Guiné.
Manuel Coito Narciso, Soldado / CCS/ BCaç 599 / CIC / GrCmds "Fantasmas" / 28.11.64 / Madina do Boé / Ferimentos em combate / Santa Catarina, Caldas da Rainha / Cemitério de Bissau, Campa 1248, Guiné.
Ramiro de Jesus Silva, 1.º Cabo / CArt 495 / CIC / GrCmds "Fantasmas / 28.11.64 / Madina do Boé / Ferimentos em combate / Colmeias, Leiria / Cemitério de Bissau, Campa 1245, Guiné.
Adelino da Silva Costa, Soldado / CCS/ BCaç 599 / 30.11.64 / HM 241 / Doença Figueira do Lobão, Penacova / Cemitério de Bissau, Campa 1268, Guiné.
António Rodrigues Abreu, Soldado / CCaç 461 / 12.12.64 / HM 241 / Doença / Rio da Loba, Viseu / Cemitério de Bissau, Campa 1269, Guiné.
Anastácio Vieira Domingos, Soldado / CCaç 727 / 13.12.64 / HM 241 / Doença / Santa Clara-a-Velha, Odemira / Cemitério de Bissau, Campa 1271, Guiné.
António Henriques Oliveira Marques, Soldado / CCaç 727 / 13.12.64 / HM 241 / Doença / Midões, Tábua / Cemitério de Bissau, Campa 1270, Guiné.
José Augusto Mateus Neto, Soldado / CArt 642 / 16.12.64 / HM 241 / Acidente de Viação / Torre do Torrenho, Trancoso / Cemitério de Bissau, Campa 1281, Guiné.
Ataliba Pereira Faustino, 1.º Cabo / CCaç 413 / 25.12.64 / Acidente outros motivos / Aljubarrota, Alcobaça / Cemitério de Bissau, Campa 1291, Guiné.
(Continua)
_________________
(1) Fonte: Tomo II, Guiné - Livro 2, do 8º Volume, Mortos em Campanha, da autoria de CECA - Comissão para o Estudo das Campanhas de África. Editado em 2001 pelo Estado Maior do Exército.
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