Blogue coletivo, criado por Luís Graça. Objetivo: ajudar os antigos combatentes a reconstituir o "puzzle" da memória da guerra colonial/guerra do ultramar (e da Guiné, em particular). Iniciado em 2004, é a maior rede social na Net, em português, centrada na experiência pessoal de uma guerra. Como camaradas que são, tratam-se por tu, e gostam de dizer: "O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande". Coeditores: C. Vinhal, E. Magalhães Ribeiro, V. Briote, J. Araújo.
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sábado, 8 de março de 2025
Guiné 61/74 - P26563: Convívios (1015): XL Encontro Nacional dos Ex-Oficiais, Sargentos e Praças do BENG 447 (Brá - Guiné), a realizar no dia 17 de Maio e 2025 - Tornada - Caldas da Rainha, conforme o programa (Lima Ferreira / João Rodrigues Lobo)
Nota do editor
Último post da série de 19 de fevereiro de 2025 > Guiné 61/74 - P26512: Convívios (1014): Almoço de confraternização de 2025 do BCAV 3846, dia 16 de Março, na Batalha (Delfim Rodrigues)
quarta-feira, 5 de março de 2025
Guiné 61/74 - P26554: Ainda o desastre do Cheche (Virgínio Teixeira, ex-alf mil SAM, BCAÇ 1933, Nova Lamego e Sáo Domingos, 1967/69)
Foto nº 1 > Guiné > Região de Gabu > Cheche > Rio Corubal > CART 1742 > c. set 1967 / c. abr 1968 > A jangada com estrado assente em três canoas... O Abel Santos diz que a a foto é de janeiro de 1968, ou seja, um ano antes da Op Mabeco Bravios.
Foto (e legenda): © Abel Santos (2020). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]
Alguns contributos para a tentativa de, senão esclarecer, pelo menos contextualizar, no tempo e no espaço, aquele terrível acidente, que por muito tempo que ainda andemos por cá, nunca será esclarecido, é um daqueles mistérios, que ninguém quer ver revelados, é a minha opinião, sem qualquer intenção de julgar, até porque nada sei mais do que os outros.
O Abel Santos, que não tenho o prazer de conhecer pessoalmente, esteve em Nova Lamego e Buruntuma (julho 1967/ junho 1969). É mais antigo que eu, gostava de lhe poder perguntar se esteve lá no mesmo período que eu, em Nova Lamego (NL): 21-09-67 até 26-02-68.
A CART 1742 fazia parte de um grupo de 17 subunidades que estiveram naquele período sob o comando do meu BCAÇ 1933. Mas eu não conhecia bem as instalações da chamada Companhia de Baixo, em Nova Lamego.
A CART 1742, ao contrário em São Domingos, com a CART 1744, que conhecia e bem e confraternizávamos, pois, aquilo era mais pequeno. Sei que, no setor de Nova Lamego, ficou na dependência do BCav 1915, depois do meu BCaç 1933 e ainda do BCaç 2835.
Contudo vejo que a CART 1742 estava sediada em NL, apenas o 3º pelotão estava em Camabajá. O Abel não sei de que pelotão era.
Ele diz que a foto nº 1 é de janeiro de 1968 (*), estava eu lá, em Nova Lamego, e notava-se sempre grande burburinho com as famosas colunas para Madina e Béli, tudo se agitava à volta deste tipo de acontecimentos, eu tenho reportagens feitas de madrugada a quando da saída das colunas.
Na história da Unidade (HU) não consta por exemplo a emboscada que provocou a morte do alferes Gamboa e outros, perto de Piche, da CCAV 1662, e que foi no 4º trimestre de 67.
Como também não refere aqui um caso que muito chocou a malta em NL, a emboscada de uma coluna vinda de NL, após rebentamento de minas perto do Cheche, e na sequência da qual foi morto com uma bazuca o major Ruas, entre outros. Este acontecimento causou grande consternação, em especial à mulher e família que estavam em Bissau. Os pormenores foram-me contados por um dos meus amigos, um soldado condutor, que estava lá presente, e que eu encontro com frequência em Vila do Conde, é um empresário da Têxtil em Guimarães, que me tem muito em consideração, e que eu retribuo.
Este oficial, major Ruas, que eu conheci na messe, pertencia ao Batalhão de Engenharia, e vinha com frequência a NL, pois era o responsável pela operacionalidade da jangada da morte.
Nunca me ocorreu, mas agora pergunto: essa foto nº 1 seria já de uma nova jangada com as 3 pirogas mandada construir pelo major Ruas? Não sei mais nada.
Mas a HU que não sei quem a supervisionava, era escrita pelo tenente Albertino Godinho, mas seguia as instruções do Comando, penso eu, mas nada sei.
Falhou muita coisa que eu vi e seria objecto de uma nota, nem que fosse pequena. Constava por exemplo coisas de nenhum interesse, passo a citar:
- No dia X o comandante do batalhão deslocou-se a Piche;
- No dia Y o comandante do batalhão deslocou-se em coluna a Pirada, acompanhado pela esposa do nosso Médico, vestida a rigor de camuflado...
Esqueceram-se de mencionar, por exemplo, um facto inédito:
- No dia Z um alferes miliciano do CA, deslocou-se a Susana, comandando um grupo de 5 homens, num barco da Engenharia denominado de Sintex, para ir levantar alguns mantimentos que não existiam em S. Domingos, sede do Batalhão. Depois de 3 ou 4 dias, regressou no mesmo barco, carregado de vários mantimentos, entre eles um saco de batatas da Manutenção militar.
- Só que o piloto do mesmo barco, com grande experiência dos imensos rios e riachos, acabou por se perder sem se saber onde fomos parar, a uma pequena povoação de Felupes.
- Não tendo Rádio para transmissões, o piloto fez várias tentativas por rios que nunca acabavam, até que acabou mesmo foi a gasolina dos dois motores. Sem rações de combate, sem bebidas por ali esperamos que fosse avistado um meio aéreo, que naturalmente teria sido pedido uma vez que a data de saída de Susana foi transmitida ao comando do BCAÇ 1933, mas a chegada nunca aconteceu no tempo certo.
- Após dois dias de calor, fome e sede, lá vimos uma avioneta a rondar o nosso frágil meio de transporte e depois deu-se a evacuação, já nem me lembro como foi.
- Sendo eu o "comandante" daquela força expedicionária, não sabia o que fazer, muito menos os outros, e passei o tempo, ou parte dele, a dormir na banheira em cima do saco de batatas.
- Por ignorância e coisas da idade, nunca me preocupei, pois pensei sempre que nos vinham buscar, antes se possível, de sermos levados como reféns para Conacri!
A razão desta falta (referência na HU), penso eu, ainda hoje, deve-se à ocultação do facto por ter sido um oficial dos SAM a comandar aquela força militar por sítios que nunca conheci, e não tinha formação militar para isso, foi um abuso de poder do major de operações, na falta do nosso original comandante, evacuado por ferimentos em combate.
Há um cabo das transmissões que mantinha informações permanentes com a BA12 e sabia do que se passava e foi com a sua insistência que acabaram por nos encontrar, isso deu muito que falar, mas poucos sabem do que realmente se passou.
E assim os Felupes não tiveram o gosto de comer carne humana, num churrasco num sítio que só podia ter sido no cu de judas (estiy a reinar, sei que eles só praticavam o necrogafia, cortando para isso a cabeça dos inimigos). E gostava de saber em que povoação fomos parar.
Então a HU não conta tudo, só o que for relevante para as operações militares e não só.
Isto bem contado com os pormenores que não sei, até dava uma série televisiva (...).
No dia 17 de janeiro de 1968, dá-se a operação Lince, nome dado à operação de retirada da CCaç 1589 de Madina, e substituída pela CCAÇ 1790 do meu Batalhão e do capitão José Aparício.
Esta operação de 5 dias mobilizou enormes meios humanos e materiais, e lembro-me de ter assistido à chegada dos homens daquela companhia a NL completamente pirados, com o devido respeito, tinham passado um ano naquela fogueira, isolados do mundo.
O Abel, caso tenha participado nesta operação deve saber muito mais, e pelo menos sabe mais do que eu mesmo que não tivesse estado nessa operação.
Fica aqui o meu pequeno contributo, para a história deste caso, macabro.
O DESASTRE DO CHE-CHE > PARTE II - PASSAGEM DE TESTEMUNHO
Acerca das dúvidas aqui levantadas, o porquê de irem primeiro alguns membros das companhias e batalhões, posso esclarecer com o meu caso.
O BCAÇ 1933 tinha feito o IAO em Santa Margarida, onde estive, quando vem uma Nota para seguirem à frente alguns oficiais e sargentos, com o objectivo de passar o testemunho, era assim que se dizia. Ou seja, tomar conta do espólio deixado pelas unidades que iam ser substituídas por outras e tomar conta dos acontecimentos mais relevantes:
Assim, consta na HU que o meu BCAÇ1933, tinha a CCS, as CCAÇ 1790, 1791 e 1792. Embarcaram para a Província da Guiné gvia Aérea, num velho DC6, do tempo da 2ª guerra mundial e com carga diversa, os seguintes oficiais e sargentos:
OFICIAIS DO COMANDO E CCS:
Tenente Coronel de Infantaria, Armando Vasco de Campos Saraiva, Comandante;
Major de Infantaria, Graciano Antunes Henriques, Oficial de operações;
Alferes Mil do SAM, Virgílio Oscar Machado Teixeira, Conselho Administrativo
COMPANHIA DE CAÇADORES 1790:
Alferes Mil de Infantaria, Eurélio F. S. Amorim, Comandante de Pelotão
2º Sargento de Infantaria, Carlos de Oliveira, Comandante de Secção
COMPANHIA DE CAÇADORES 1791:
Alferes Mil de Infantaria, Antero T. Igreja, Comandante de Pelotão
2º Sargento de Infantaria, José Carlos A. Canas, Comandante de Secção
O restante pessoal do batalhão, o grosso dele, seguiu em 27 de setembro de 1967, no navio T/T Timor, chegando a Bissau em 03out67.
A CCAÇ 1792, não veio neste transporte, seguiu no Uíje um mês depois, juntamente com o BCAÇ 1932, e nunca mais esta Companhia esteve junto ao seu Batalhão orgânico.
A razão de ser desta força militar ir à frente, tem a ver com a tal passagem de testemunho, e pelo que toca aos Alferes das 2 companhias, eles são talvez dos mais antigos.
O NIM (Nº de Identificação Mecanográgico) acaba em 66 para o Eurélio, é, portanto, da inspecção de 65, nascido em 45, incorporado em 1965. Os outros são terminados também em 66 ou 65. O NIM do Igreja acaba em 65, inspecção de 64, nascido em 44, e possivelmente incorporado em 1964. Os outros são terminados em 65.
Para o meu caso, que nada tem a ver com estes, o NIM acaba em 64, inspecção de 63, nascido em 29-01-1943, e devido a adiamentos incorporado em Mafra, EPI, em 03-01-1967.
Quanto aos Sargentos, também me parece que é pela antiguidade, uma vez que os Furriéis são todos mais novos, e os 1º Sargentos eram da Secretaria, e não faziam parte destas contas.
Curiosamente, eu fui substituir o meu homólogo do BCAV 1915, do qual herdei imensos problemas, que tiveram de ser resolvidos por mim, e que ele nunca me agradeceu.
Por outro lado, o meu homólogo do BCAÇ 1932, seguiu junto das restantes tropas e não sei se os comandos foram também à frente de avião. Sei que regressou comigo, por isso fez menos um mês de comissão do que eu.
Salvo alguns lapsos, acho que dei conta da nossa situação, que era generalizada para todas as Unidades.
O DESASTRE DO CHE-CHE > PARTE III
Cumprimento o Abel Santos, pelo desempenho e pormenor dos seus comentários, e fica claro que não quero falar em nome de ninguém e casos que não conheço no terreno.(**)
Infelizmente, nunca tive a oportunidade de viver no terreno, as experiências terríveis de combates, minas, emboscadas, apenas levei com bombardeamentos no quartel, e chegou.
Começo por dizer que não estamos aqui a julgar ninguém, nem nada, eu apenas me limitei e fazer eco daquilo que se dizia, mas nunca vi nada, porque não tinha de estar lá nem ver.
Muito menos quero fazer da minha intervenção casuística, um caso de justiça ou investigação.
O Abel não confirmou, mas pelas datas da sua estadia em Nova Lamego, estivemos lá na mesma época, sem dúvida. Como a vila era relativamente grandinha, não dava para se ver ou encontrar tanta gente que lá fazia o seu serviço militar.
Vou fazer um reparo, que pode confirmar-se ser engano, ou troca de números, pois, segundo diz, a sua CART 1742, foi substituir em 14set67 a CCAV 1963 (ou 1693?). Erro gráfico.
(i) Caso alferes Gamboa: Como disse estive com ele, conforme foto já divulgada nos postes, pouco antes da sua morte. Fiz várias vezes, colunas, entre NL-Piche - NL, e nunca aconteceu nada de especial, graças a Deus. Tive conhecimento da trágica morte deste amigo, uns dias depois, e cada um conta à sua maneira, como aliás tantas vezes aqui se contradizem uns aos outros.
E já agora, acho que não vi isso aqui escrito, mas falou-se que os terroristas, lhe arrancaram o coração, e no seu lugar colocaram os galões de tenente que ele trazia consigo, pois estava à espera da sua promoção para breve, o que nunca chegou a acontecer, infelizmente.
(ii) Caso major Pedras: conheci-o na messe de oficiais, embora diga-se que não sabia na altura qual era a sua função, o que se confirma agora, pois já falei com as minhas fontes. Este soldado condutor, que fazia parte de um grupo restrito dos petiscos, fez várias colunas para o Cheche, Medina e Beli, conduzindo a sua GMC.
(iii) A jangada: Já foram aqui apresentadas várias versões do acidente mortal da fraca jangada, que nada tem a ver com essa da foto 1. Como eu não estava lá, nunca a vi, ficam as imagens que vão aparecendo nos Postes.
Com isto termino a minha intervenção.
Obrigado pela chamada aos postes desta tragédia que nunca deveria ter acontecido. E aproveito para desejra as melhoras do Abel Santos, que afinal é meu vizinho aqui do Norte.
Virgílio Teixeira
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(*) Vd, postes de 8 de abril de 2021 > Guiné 61/74 - P22081: (In)citações (184): O martirológio do Boé - Ainda a propósito da(s) jangada(s) do Cheche e dos mártires do Boé: o Major Luís Vasco Pedras, da Chefia do Serviço de Material e o Fur Mil Abílio Jorge, do BENG 447 (Abel Santos, ex-Soldado At Art da CART 1742)
2 de abril de 2021 > Guiné 61/74 - P22059: (In)citações (183): A propósito da(s) jangada(s) do Cheche... e lembrando aqui mais mártires do Boé: o major Pedras, da Chefia do Serviço de Material, QG/CTIG, e o fur mil Jorge, do BENG 447 (Virgílio Teixeira, ex-alf mil, SAM; CCS / BCAÇ 1933, Nova Lamego e São Domingos, 1967/69)
terça-feira, 10 de setembro de 2024
Guiné 61/74 - P25928: In Memoriam (508): Joaquim Nunes Sequeira (O Sintra) (1944-2024), ex-1.º Cabo Canalizador do BENG 447 (Brá, 1965-67)
EX-1.º CABO CANALIZADOR DO BENG 447 (1965/67)
Porta-bandeira do Núcleo de Sintra da Liga dos Combatentes, Joaquim Nunes Sequeira, o "Sintra", a ser cumprimentado pelo Chefe de Estado e Chefe Supremo das Forças Armadas Portuguesas, Prof. Marcelo Rebelo de Sousa.
Em 2016, num dos convívios da Tabanca da Linha, Nunes Sequeira, à direita, na companhia de Francisco Henriques da Silva
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2. Notas do editor:
O camarada Joaquim Nunes Sequeira apresentou-se na Tabanca Grande em 8 de Março de 2016.
Pelo que pudemos constatar na sua página do facebook, a sua morte aconteceu de forma inesperada.
Era um assíduo frequentador dos convívios da Tabanca da Linha.
À sua família, camaradas e amigos mais próximos, a tertúlia e os editores, apresentam as suas mais sentidas condolências
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Nota do editor
Último post da série de 15 de julho de 2024 > Guiné 61/74 - P25744: In Memoriam (507): António Carlão (Mirandela, 1947 - Esposende, 2018), ex-alf mil at inf, CCÇ 2590 / CCAÇ 12 (Contuboel e Bambadina, 1969/71) (Jorge Alvarenga, amigo da família)
quinta-feira, 29 de agosto de 2024
Guiné 61/74 - P25893: Verão de 2024: Nós por cá todos bem (8): Mensagem enviada ao Blogue pelo ex-Alf Mil Rogério Parreira do BENG 447 (Guiné, 1968/70)
Caros amigos e ex-combatentes milicianos da Guiné,
Prestei serviço no BENG 447 como alferes miliciano no período entre finais de 1968 e final de 1970, tendo dirigido a construção da estrada Bula - Có - Pelundo em associação com as Obras Públicas da Guiné, chefiadas pelo encarregado geral Teixeira, no primeiro ano da comissão e chefiando as Oficinas de Máquinas de Terraplanagem do BENG 447 durante o segundo ano de comissão, durante o qual percorri quase toda a Guiné, por terra, mar e ar, na atribuição de equipamentos de engenharia para apoio de obras em diversos aquartelamentos.
Guardo em particular as memórias de todos os bons companheiros com quem me cruzei nessa época e deixo aqui uma pequena homenagem a todos eles.
Um grande abraço a todos.
Cumprimentos,
Rogério Parreira
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Nota do editor
Último post da série de 29 de agosto de 2024 > Guiné 61/74 - P25891: Verão de 2024: Nós por cá todos bem (7): ... E vamos lá estar, no Porto, na Casa da Música: Orquestra Médica Ibérica, Concerto solidário, dia 8 de setembro, domingo, às 18h00
terça-feira, 14 de maio de 2024
Guiné 61/74 - P25521: Convívios (993): Rescaldo do 39.º Encontro Nacional dos ex-Oficiais, Sargentos e Praças do BENG 447 /Brá, levado a efeito no passado dia 11 de Maio de 2024 nas Caldas da Rainha (João Rodrigues Lobo)
Boa tarde,
Com excelente organização dos ex-furrieís Lima e Araújo, realizou-se o 39.º Encontro do BENG 447, com cerca de 210 convivas, camaradas e familiares, nas Caldas da Raínha.
Muitos já não nos víamos desde 1969 e 1970!!!
E, como nós eramos e como nós somos, já não nos reconhecíamos (embora nos lembrássemos dos nomes de alguns).
Este ano encontrei muitos camaradas dos anos 1969 e 1970 que gostei de rever, tais como os já acima mencionados como também o "grande" Simão e o Ex-Sargento Franklin.
Grande abraço
João Rodrigues Lobo
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Nota do editor
Último poste da série de 8 DE MAIO DE 2024 > Guiné 61/74 - P25493: Convívios (992): XXVIII Almoço/Convívio dos combatentes que passaram por Bambadinca entre 1968/1971, dia 25 de Maio de 2024, em Vila Nogueira de Azeitão (João Gonçalves Ramos, ex-sold radiotelegrafista, CCAÇ 12, 1969/71)
sexta-feira, 5 de abril de 2024
Guiné 61/74 - P25340: Reordenamentos Populacionais (2): Em louvor do BENG 447 e do PTE - Pelotão de Transportes Especiais (João Rodrigues Lobo, ex-alf mil, cmdt do PTE / BENG 447, Brá, 1967/1971)

(i) (...) Para a grande obra dos reordenamentos (**) também gostava de salientar o contributo do PTE - Pelotão de Transportes Especiais do BENG 447 que coordenou as descargas, cargas e transportou todos os materiais listados neste poste (P25336).
O "desaparecimento" de materiais era enorme e para mim irracional como se considerava normal. O cimento (era considerado pelo QG uma quebra normal entre 5 e 10% !!!), as chapas de zinco e as rachas de cibe, como muitas peças para máquinas, "evaporavam-se" nas descargas em Bissau e nos transportes para as unidades de destino.
Grande abraço para os que tiveram a pachorra de me ler e, os que me considerarem imodesto têm razão.
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(*) Vd. poste de 4 de abril de 2024 > Guiné 61/74 - P25336: A nossa guerra em números (25): Reordenamentos populacionais: materiais (das rachas de cibe às chapas de zinco) e custos
(***) Vd. poste 23 de junho de 2022 > Guiné 61/74 - P23380: Reavivando memórias do BENG 447 (João Rodrigues Lobo, ex-Alf Mil, cmdt do Pelotão de Transportes Especiais, Brá, 1968/71) - Parte X: A "guerra do cimento"
quinta-feira, 4 de abril de 2024
Guiné 61/74 - P25336: A nossa guerra em números (25): Reordenamentos populacionais: materiais (das rachas de cibe às chapas de zinco) e custos
Foto: © Humberto Reis (2006). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem: Blogue Luis Graça & Camaradas da Guiné]
Guiné > Região de Tombali > Gadamael > CCAÇ 2769 (Gadamael e Quinhamel, de janeiro de 1971 a outubro de 1972) > Vista aérea de Gadamael Porto, em finas do ano de 1971: reordenamento, de dimensão média (c. 110 casas, cobertas a chapa de zinco, com o quartel à direita, em primeiro plano. Foto do cor art ref António Carlos Morais da Silva, e por ele gentilmente cedida ao nosso camarada Manuel Vaz.
1. Não sabemos se há estudos sobre a historial (e também o custo) dos reordenamentos da Guiné. É possível que existam, no Arquivo Histórico-Militar, muita informação técnica e económico-financeira sobre os reordenamentos das populações. Deixemos isso para os investigadores. (*)
Temos, no nosso blogue, alguns dados, parciais e dispersos, sobre os reordenamentos populacionais, que foram um peça fundamental da política spinolista "Por uma Guiné Melhor".
É verdade que não foi o Spinola quem "inventou" a figura do "reordenamento" (já havia a experiência francesa das "agrovilles", na guerra da Indochina, nos anos 50, depois o "Strategic Hamlet Plan" dos americanos no Vietname, com as suas "aldeias estratégicas"; e de novo os "regouprements" franceses na guerra na Argélia, nos anos 60).
Mas também é verdade que a palavra "reordenamentos" praticamente não se ouvia antes do "consulado" de Spínola (1968-1973): nos livros da CECA sobre a actividade operacional no CTIG, a palava não aparece no livro 1 (até finais de 1966) (há duas referências com o descritor "reordenamentos", um deles no âmbito da criação, em 1973 (quando entrou em vigor o Estatuto Político-Administrativo da Província da Guiné), do Conselho Provincial de Educação Física e Desportos e Reordenamemtos, no âmbito dos nova orgânica dos Serviços da Administração Central...
Já no livro 2 (1967-1970) há cerca de 70 referências (Reordenamento / reordenamentos).
Logo em 3jun68, na sequência de uma reunião no QG/CTIG, é publicada a Directiva n° 2/68, que "ordena o estudo imediato da remodelação do dispositivo na área de Aldeia Formosa por forma a obter o rápido reordenamento e instalação das tabancas em autodefesa, respeitando o princípio da concentração de meios", a ser concretizada "antes da época das chuvas".
Em 30 de setembro, sai outra importante diretiva, Directiva nº 43/68, de 30Set ("Porque o reordenamento das populações e a sequente organização das tabancas em autodefesa é um problema complexo e que requer técnica especializada, é determinado o seu estudo num dos departamentos do Gabinete Militar do Comando-Chefe "(...).
No essencial, a doutrina do Com-chefe sobre sobre o assunto ("Reordenamento das populações e organização da autodefesa") é definida nesta época (1968/70).
Em 1969, na época seca, deu-se início â construção dos primeiros grandes reordenamentos. Noutra ocasião daremos notícia mais detalhada sobre estas atividades.
No último livro da CECA sobre a atividade operacional na Guiné (1971/74) são 63 as referências aos descritores reordenamento/reordenamentos. (*)
Em meados de 1972, e regundo informação do Avelino Rodrigues, em trabalho de reportagem sobre a Guiné de Spínola, haveria uma centena de "aldeias de zinco", coo Nhabijões.
2. Vejamos agora um memorandum elaborado pelo Serviço de Reordenamentos do Batalhão de Engenharia 447 entregue, em julho de 1971, aquando da visita à Guiné de uma delegação da ONU (***).
(...) Tem o Serviço de Reordenamentos do Batalhão de Engenharia habilitado inúmeros oficiais, sargentos e cabos com o estágio de reordenamentos. Esses elementos, formando equipas constituídas por um oficial (alferes), um encarregado de obras (furriel), um pedreiro (cabo) e um carpinteiro (cabo), executaram no interior da província com a colaboração das populações, cerca de 8.000 casas cobertas a colmo e 3.880 cobertas a zinco nos últimos anos.
A esse volume de trabalho correspondem as seguintes quantidades de materiais:
- Rachas de cibe - 542.000
- Chapas de zinco - 550.960
- Ripas - 756.600 metros
- Pregos - 120.280 kg
- Anilhas de chumbo - 27.160 kg
- Cimento - 19.400 sacos
- 11.700 ripas;
- 780 kg de pregos n.º 15;
- 600 kg de pregos n.º 7;
- 480 kg de pregos zincados;
- 420 anilhas de chumbo 6/8"
- e 8.520 chapas de zinco (em média, 142 chapas por casa T2)
Nhabijões, no subsetor de Bambadinca, era então, no final de 1969, um importante aglomerado habitado por gente com parentes no "mato", e que era tradicionalmente considerado, antes do reordenamento, como um conjunto de núcleos habitacionais ribeirinhos "sob duplo controlo".
De qualquer modo, Marcelo Caetano mais os seus ministros da Defesa, do Ultramar e das Finanças tramaram a política spinolista "Por Uma Guiné Melhor"... Ao que se sabe, o sucessor de Spínola já não terá tido a mesma abundância de dinheiro para continuar a fazer a "psico"...
Ora, quer se goste ou não, há uma Guiné antes e depois de Spínola:
- Quando ele chega em meados de 1968, o território tinha 60 quilómetros de estrada alcatroada;
- Cinco anos depois, são 550 km de estrada alcatroafa;
- No ano escolar de 1970/71, a tropa administra 127 das 298 escolas primárias do território, ou seja cerca de 43%.; o resto eram as escolas oficiais , como a de Bambadinca (30%) e as particulares,como escolas das Missões Católicas (27%);
- Spínola deixa o território com uma criança em cada três, em idade escolar, a frequentar a escola
segunda-feira, 4 de março de 2024
Guiné 61/74 - P25235: Convívios (980): XXXIX Encontro Nacional dos Ex-Oficiais, Sargentos e Praças do BENG 447 (Brá - Guiné), a realizar no dia 11 de Maio e 2024 na Tornada - Caldas da Rainha, conforme o programa (Lima Ferreira / João Rodrigues Lobo)
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Nota do editor
Último post da série de 24 DE FEVEREIRO DE 2024 > Guiné 61/74 - P25206: Convívios (979): 54.º almoço-convívio da Tabanca da Linha, levado a efeito no dia 22 de Fevereiro, em Algés... Palmas, isso sim, para o magnífico régulo, o Manuel Resende, que com o seu ar discreto mas sempre com grande eficiência "monta e desmonta este bivaque" - II (e última ) Parte
sábado, 7 de outubro de 2023
Guiné 61/74 - P24733: Álbum fotográfico do António Alves da Cruz, ex-fur mil at inf, 1ª C/BCAÇ 4513/72 (Buba, 1973/74) (10): A proteção aos trabalhos de construção da nova estrada Buba - Nhala - Aldeia Formosa

Último poste da série : 30 de setembro de 2023 > Guiné 61/74 - P24713: Álbum fotográfico do António Alves da Cruz, ex-fur mil at inf, 1ª C/BCAÇ 4513/72 (Buba, 1973/74) (9): Ainda a proteção à coluna Buba-Aldeia Formosa
segunda-feira, 2 de outubro de 2023
Guiné 61/74 - P24718: Blogues da nossa blogosfera (184): Histórias da vida real, de Fernando Magro (1936-2023): cenas pícaras da vida de um topógrafo
"A gesta de seis irmãos Magro que cumpriram Serviço Militar em África (Angola, Guiné e Moçambique)", também pode ser aqui recordada no blogue, criado pelo Abílio Magro, .Os Magros do capim.
2. Blogues da Nossa Blogosfera > "Histórias da vida real",> quarta-feira, 13 de julho de 2016 > Os trabalhos de topografia
Na minha vida profissional procedi a diversos levantamentos topográficos quer para a execução de projectos de vias rodoviárias e de abastecimentos de água a populações quer para a implantação de edifícios.
Utilizava nesses trabalhos um taqueómetro, aparelho destinado à obtenção e registo dos elementos necessários ao cálculo de distâncias e de desníveis e ao desenho dos levantamentos topográficos (plantas, perfis longitudinais e transversais).
O referido aparelho é munido de uma luneta que permite ver à distância como um binóculo. No decorrer desses meus trabalhos de campo algumas vezes me deparei com situações curiosas.
No fim da tarde, com o trabalho terminado, tive a ideia de fazer algumas miradas sobre os arredores do lugar algo ermo e pouco frequentado onde me encontrava. E aconteceu-me a certa altura deparar com um longínquo grupo de jovens mulheres negras e mulatas completamente nuas tomando banho num riacho. Fiquei surpreendido com tal aparição e por alguns momentos não deixei de gozar o espectáculo que elas proporcionavam.
Pude perceber que se tratava de um grupo de lavadeiras de roupa que, depois de executarem o seu trabalho, se banhavam no riacho, todas nuas, para se refrescarem possivelmente pelos seus corpos estarem transpirados devido ao trabalho que haviam efectuado ao calor inclemente da Guiné.
De outra vez estava eu a executar o projecto de uma estrada municipal entre Lamego e Resende, na região do Douro, acompanhado de um topógrafo quando tive outra divertida surpresa.
Depois de ter implantado no terreno diversas bandeirolas definindo a directriz de parte da referida estrada regressei à estação onde operava o referido topógrafo.
Encontrei-o sozinho a rir-se, soltando sonoras gargalhadas. Pensando que o meu colaborador tinha "pirado" perguntei-lhe o que se passava com ele.
A rapariga desequilibrava-se ao caminhar por cima dos calhaus e como era dotada de seios volumosos os mesmo com a ginástica que tinha de fazer para se aguentar de pé na passagem da levada, libertavam-se do "soutien" e saiam cá para fora. Por mais que ela tentasse acomodá-los no interior da roupa nada conseguia pois, desequilibrando-se, eles voltavam a aparecer à luz do dia.
Também me ri com a situação. Depois passei o taqueómetro ao meu companheiro que continuou a seguir a rapariga por alguns minutos e a rir-se como um desalmado.
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Último poste da série > 21 de setembro de 2023 > Guiné 61/74 - P24681: Blogues da nossa blogosfera (183): "Portugal e o passado", de Fernando Magro (1936-2023): a "revolta da Maria da Fonte" (1846)
quarta-feira, 20 de setembro de 2023
Guiné 61/74 - P24678: In Memoriam (486): Fernando de Pinho Valente Magro (10/05/1936 - 18/09/2023), ex-Cap Mil Art do BENG 447 (Bissau, 1970/72) (Abílio Magro)
Conforme a notícia veiculada pelo seu mano Abílio Magro, faleceu no passado dia 18, no Hospital Eduardo Santos Silva de Vila Nova de Gaia, o nosso camarada Fernando de Pinho Valente Magro, ex-Cap Mil Art, que entre 1970 e 1972 cumpriu a sua comissão de servço no CTIG ao serviço do BENG 447.
Foi sepultado hoje pelas 10h00 da manhã no jazigo de família, no cemitério de Gulpilhares, onde repousa já a sua esposa, a senhora D. Maria Helena, companheira de toda a vida, até em Bissau.
A tertúlia do Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné, associando-se à dor da família deste nosso amigo e camarada, apresenta, especialmente ao seu filho Fernando Manuel e aos manos Magro, as mais sentidas condolências.
O Cap Mil Art Fernando Valente Magro foi apresentado à tertúlia pelo seu irmão Abílio, em 5 de Julho de 2013 - (Vd. P11806), e que assumiu a tarefa de nos enviar, para publicação no Blogue, o livro "Memórias da Guiné", que Fernando Magro escreveu a propósito da sua comissão de serviço.
Neste livro podemos encontar narrativas de ordem pessoal e profissional, usos e costumes do povo guineense assim como os acontecimentos mais importantes, contemporâneos da permanência do autor na Guiné enquanto oficial do BENG e professor na Escola Comercial e Industrial de Bissau.
Quem não tiver o livro "Memórias da Guiné", que se lêem com agrado, podem aceder a este marcador "Memórias da Guiné".
Por último, lembra-se que o Cap Mil Fernando Magro foi um dos 6 manos Magro que estiveram na Guerra do Ultramar, e um dos 3 que fizeram a sua comissão de serviço na Guiné.
Honremos a sua memória
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Nota do editor
Último poste da série de 15 DE SETEMBRO DE 2023 > Guiné 61/74 - P24658: In Memoriam (485): Fernando da Silva Costa (1951-2018), ex-fur mil trms da CCS/BCAÇ 4513 (Aldeia Formosa 1973/74)... Faleceu em 2018