Foto Nº 8 > A História da Unidade – BCAÇ 1933 – devidamente encadernada e guardada há 50 anos
Foto nº 7 > Reprodução da capa da História da Unidade, tendo por fundo o território da Guiné, e por cima, um soldado anónimo, não se sabendo quem é o autor do desenho.
Foto nº 1 > Relação dos mortos da CCaç 1790 / BCAÇ 1933
1. Mensagem de Virgílio Teixeira, com data de segunda-feira, 4/2/2019, 12:38
Assunto - Tema 202 - Homenagem dos 50 anos da tragédia do Cheche no CTIG
Caro amigo Luís,
Aqui te envio o meu singelo texto e alguns recortes da HU relativos à tragédia do Cheche, e às vitimas da CCaç 1790 e CCaç 2405, e outros que desconheço. É uma homenagem e uma lembrança, que faço pela primeira e última vez, é um tema que fica gravado no coração,
Tinha outras ideias para melhorar esta minha homenagem, pois trata-se em parte de militares que fizeram parte do meu Batalhão, o BCAÇ 1933, e de outros que, não tendo dados, não os menciono, mas estão incluídos na mesma dor.
Aliás este acontecimento foi aquele que definitivamente me marcou e deixou feridas, mesmo que não estivesse presente nessa altura da tragédia.
Abraço,
Virgílio Teixeira
Seguem em dois mails separados, pois não cabem num só, e não quero enviar por Transfer
2. CTIG - Guiné 1967/69 - Álbum de Temas:
T202 – O DESASTRE DO CHECHE – 50 ANOS DEPOIS
A TRAVESSIA EM JANGADAS DO RIO CORUBAL
COMPANHIA DE CAÇADORES 1790 - BATALHÃO DE CAÇADORES 1933
COMPANHIA DE CAÇADORES 2405 - BATALHÃO DE CAÇADORES 2852
HOMENAGEM SENTIDA ÀS VITIMAS DA TRAGÉDIA DO CHECHE E ÀS SUAS FAMILIAS ENLUTADAS, PASSADOS ESTES 50 ANOS.
QUE DEUS E A PÁTRIA JAMAIS OS ESQUEÇAM
I - Anotações e Introdução ao tema:
Porque se passaram 50 anos sobre o nefasto acontecimento, na travessia do Rio Corubal, entre as margens do Cheche e Canjadude, é dever pelo menos assinalar semelhante perda de homens-militares ao serviço da Pátria em acções de combate.
Este tema refere-se a um acontecimento no qual perderam a vida cerca de 50 militares, quando a jangada em que seguiam se virou a meio do Rio Corubal, provocando a queda de todo o pessoal e material que transportava, arrastando rio abaixo dezenas de militares.
O General António Spínola, comandante em chefe das Forças Armadas do CTIG, deu ordens para que fossem evacuados 2 aquartelamentos que eram fustigados diariamente com ataques do IN, flagelações que duravam tempos indeterminados, obrigando as NT a uma permanente vivência em abrigos, quase soterrados, estamos a falar de Madina do Boe e um destacamento em Beli, e seguidamente o Cheche.
Na zona onde alegadamente não havia condições humanas para uma sobrevivência, nem alguma hipótese de erradicar o IN daquela zona, muito martirizada.
São questões táctico-militares, estratégias e opções de combate, que não são por agora aqui chamadas. Era assim, tinha de ser feita a evacuação daqueles dois quartéis, e foi dada a ordem da sua evacuação, para a qual foram movimentados meios materiais e humanos de uma envergadura nunca antes utilizada.
O objectivo era «abandonar» os quartéis, levar todo o material utilizável, e destruir tudo o que não fosse possível levar, para não cair nas mãos do IN.
Ocupava nesse tempo, a CCAÇ 1790 com 3 pelotões em Madina do Boé, e um pelotão de cerca de 30 homens num destacamento localizado mais para Leste, situado como se costuma dizer no «cu de Judas» onde Jesus Cristo nunca lá tinha passado, assim reza a história.
A CCAÇ 1790 esteve lá desde inícios de Fevereiro de 1968, tendo ido render a CCAÇ 1589, e por ali ficaram mais de um ano, sofrendo um total de mais de 400 flagelações do IN.
Segundo parece seria um inferno a vida naqueles dois aquartelamentos, e militarmente não era exequível lá continuar, salvo com muito mais pessoal militar o que humanamente não era possível, por falta de efectivos.
O que me leva a fazer esta homenagem, porque esta Companhia pertencia ao meu batalhão, o BCAÇ 1933, eu conhecia muito pessoal, estivemos juntos algum tempo a formar Batalhão em Santa Margarida, depois convivemos algum tempo em Nova Lamego, e daí partiram para aquelas paragens do fim do mundo. É uma questão pessoal que me diz muito.
Fizeram parte da operação diversas unidades, infantaria, cavalaria, artilharia, carros de combate e outros pelotões, além dos meios aéreos – HELI, T6, Avionetas.
Uma delas, a CCAÇ 2405, que pertencia ao Batalhão Caçadores 2852, mas estava adido ao BCAÇ 2835, Nova Lamego, que foi render o BCAÇ 1933, em finais de Fevereiro de 1968.
Caro amigo Luís,
Aqui te envio o meu singelo texto e alguns recortes da HU relativos à tragédia do Cheche, e às vitimas da CCaç 1790 e CCaç 2405, e outros que desconheço. É uma homenagem e uma lembrança, que faço pela primeira e última vez, é um tema que fica gravado no coração,
Tinha outras ideias para melhorar esta minha homenagem, pois trata-se em parte de militares que fizeram parte do meu Batalhão, o BCAÇ 1933, e de outros que, não tendo dados, não os menciono, mas estão incluídos na mesma dor.
Aliás este acontecimento foi aquele que definitivamente me marcou e deixou feridas, mesmo que não estivesse presente nessa altura da tragédia.
Abraço,
Virgílio Teixeira
Seguem em dois mails separados, pois não cabem num só, e não quero enviar por Transfer
2. CTIG - Guiné 1967/69 - Álbum de Temas:
T202 – O DESASTRE DO CHECHE – 50 ANOS DEPOIS
A TRAVESSIA EM JANGADAS DO RIO CORUBAL
COMPANHIA DE CAÇADORES 1790 - BATALHÃO DE CAÇADORES 1933
COMPANHIA DE CAÇADORES 2405 - BATALHÃO DE CAÇADORES 2852
HOMENAGEM SENTIDA ÀS VITIMAS DA TRAGÉDIA DO CHECHE E ÀS SUAS FAMILIAS ENLUTADAS, PASSADOS ESTES 50 ANOS.
QUE DEUS E A PÁTRIA JAMAIS OS ESQUEÇAM
I - Anotações e Introdução ao tema:
Porque se passaram 50 anos sobre o nefasto acontecimento, na travessia do Rio Corubal, entre as margens do Cheche e Canjadude, é dever pelo menos assinalar semelhante perda de homens-militares ao serviço da Pátria em acções de combate.
Este tema refere-se a um acontecimento no qual perderam a vida cerca de 50 militares, quando a jangada em que seguiam se virou a meio do Rio Corubal, provocando a queda de todo o pessoal e material que transportava, arrastando rio abaixo dezenas de militares.
O General António Spínola, comandante em chefe das Forças Armadas do CTIG, deu ordens para que fossem evacuados 2 aquartelamentos que eram fustigados diariamente com ataques do IN, flagelações que duravam tempos indeterminados, obrigando as NT a uma permanente vivência em abrigos, quase soterrados, estamos a falar de Madina do Boe e um destacamento em Beli, e seguidamente o Cheche.
Na zona onde alegadamente não havia condições humanas para uma sobrevivência, nem alguma hipótese de erradicar o IN daquela zona, muito martirizada.
São questões táctico-militares, estratégias e opções de combate, que não são por agora aqui chamadas. Era assim, tinha de ser feita a evacuação daqueles dois quartéis, e foi dada a ordem da sua evacuação, para a qual foram movimentados meios materiais e humanos de uma envergadura nunca antes utilizada.
O objectivo era «abandonar» os quartéis, levar todo o material utilizável, e destruir tudo o que não fosse possível levar, para não cair nas mãos do IN.
Ocupava nesse tempo, a CCAÇ 1790 com 3 pelotões em Madina do Boé, e um pelotão de cerca de 30 homens num destacamento localizado mais para Leste, situado como se costuma dizer no «cu de Judas» onde Jesus Cristo nunca lá tinha passado, assim reza a história.
A CCAÇ 1790 esteve lá desde inícios de Fevereiro de 1968, tendo ido render a CCAÇ 1589, e por ali ficaram mais de um ano, sofrendo um total de mais de 400 flagelações do IN.
Segundo parece seria um inferno a vida naqueles dois aquartelamentos, e militarmente não era exequível lá continuar, salvo com muito mais pessoal militar o que humanamente não era possível, por falta de efectivos.
O que me leva a fazer esta homenagem, porque esta Companhia pertencia ao meu batalhão, o BCAÇ 1933, eu conhecia muito pessoal, estivemos juntos algum tempo a formar Batalhão em Santa Margarida, depois convivemos algum tempo em Nova Lamego, e daí partiram para aquelas paragens do fim do mundo. É uma questão pessoal que me diz muito.
Fizeram parte da operação diversas unidades, infantaria, cavalaria, artilharia, carros de combate e outros pelotões, além dos meios aéreos – HELI, T6, Avionetas.
Uma delas, a CCAÇ 2405, que pertencia ao Batalhão Caçadores 2852, mas estava adido ao BCAÇ 2835, Nova Lamego, que foi render o BCAÇ 1933, em finais de Fevereiro de 1968.
Foto nº 4 > Relação dos elementos da CCAÇ 1790, apenas a 1ª página, com Comando da Companhia e Graduados.
Foto nº 3 > Reprodução do Apreço e Reconhecimento à CCAÇ 1790, pelos serviços prestados em Madina do Boé, subscrito pelo Comandante Chefe das Forças Armadas da Guiné, General António de Spínola, em 17 de Julho de 1968.
A História já está bem contada em muitos e variados artigos, Blogues, comunicação social, arquivo nacional e nas cabeças de tanta gente que sofreu na pele este sinistro caso.
Quando se procedia aos últimos transportes entre as margens, a jangada que seria fatal estava demasiado sobrecarregada, e por razões que são várias, adornou, e a maior parte dos militares, carregados com todo o armamento, caíram ao rio, alguns conseguiram saltar novamente para a jangada, e a maior parte desapareceu, nunca mais foram encontrados, fala-se que teriam perecido junto com os crocodilos que infestavam a zona.
Foram várias as tentativas de encontrar os 45 militares que ali ficaram, sendo 25 da CCAÇ 1790 e os restantes da CCAÇ 2405, tropa africana e um civil.
Nunca foram encontrados, e já após 40 anos têm sido procurados vestígios no local, mas nada se encontrou.
Foto nº 6 > Mapa desenhado do Sector L3 de Nova Lamego, região de Gabu, que ocupava 1/5 do território do CTIG, na zona Leste da Guiné, onde se localizam os aquartelamentos abandonados de Madina do Boé, e destacamentos de Béli e Cheche.
ASSIM E PASSADOS ESTES ANOS TODOS, DEIXO AQUI A MINHA SINGELA HOMENAGEM ÀQUELES BRAVOS E INFELIZES HOMENS QUE PERDERAM A SUA VIDA, COM 19-20-21 ANOS OU MAIS, EM SITUAÇÕES AINDA POR ESCLARECER, E QUE LHES SEJA RECONHECIDO O DIREITO DE SEREM MÁRTIRES CAIDOS EM COMBATE, AO SERVIÇO DA SUA PÁTRIA.
II – As Legendas das fotos:
Estas imagens de documentos retirados da História da Unidade, são as únicas lembranças que tenho, não há fotos de militares nenhuns.
Conheci o Comandante da Companhia, o Capitão José Aparício, mais tarde no Comando da PSP de Lisboa como Coronel, e algumas vezes voltamos a ver-nos em almoços do Batalhão.
Sei que ele voltou ao local da tragédia, muitos anos depois, décadas, com intuito de voltar a ver o local de tanta dor, e também ver as possibilidades de encontrar vestígios dos seus homens da Companhia, e não esquecendo os outros de outras unidades, pois fazem parte de um todo, indiviso.
Conheci pessoalmente o meu camarada ex-alferes José Loureiro, e mais tarde em múltiplos encontros de almoços do batalhão, os primeiros ainda levava consigo o nosso Comandante.
Conheci, também o ex-alferes Gustavo Pimenta, depois da partida para Madina nunca mais o cheguei a ver, só aqui no Blogue li algumas notas da visão dele da tragédia.
Conheci também o outro ex-alferes, o Eurélio Amorim, que viajou comigo e com o comando do batalhão, no avião militar DC6 da Douglas ao serviço da FAP, no dia 20 de setembro de 1967. Depois não o vi mais na Guiné, nem nunca foi a nenhum almoço do batalhão, que eu saiba, porque não fui a todos. Vi-o uma vez, talvez uns 25 anos depois, em Vila do Conde, aqui perto do parque da cidade. Lembramos alguns momentos do passado.
Conheci também no avião, o 2º Sargento Carlos de Oliveira, da CCAÇ 1790, e depois nunca mais o cheguei a ver.
Falta aqui um alferes miliciano, para perfazer os 4, mas não me lembro de mais nenhum.
Vamos aos documentos que junto:
Foto nº 1 > Capitulo III – Página 6 da História da Unidade (HU) > Relação dos Mortos ao serviço da Pátria, da CCAÇ1790. Não disponho de dados da CCAÇ 2405, porque pertencia a outro Batalhão.
Foto nº 2 > Capitulo dos Louvores inserto na HU > Reprodução do Pesar e Reconhecimento à CCAÇ 1790, subscrito pelo Comandante Chefe das Forças Armadas da Guiné, General António de Spínola, em 11 de Fevereiro de 1969.
Foto nº 3 > Capitulo dos Louvores inserto na HU. > Reprodução do Apreço e Reconhecimento à CCAÇ1790, pelos serviços prestados em Madina do Boé, subscrito pelo Comandante Chefe das Forças Armadas da Guiné, General António de Spínola, em 17 de Julho de 1968.
Foto nº 4 > Capitulo I – Página 7 da História da Unidade (HU) > Relação dos elementos da CCAÇ 1790, apenas a 1ª página, com Comando da Companhia e Graduados.
Foto nº 5 > Capitulo I – Página 3 da História da Unidade (HU) - Relação dos elementos do BCAÇ 1933 que seguiram por via aérea para o CTIG em 20 de Setembro de 1967, entre eles o Comando do Batalhão e elementos da CCAÇ1790 e CC1791.
Foto nº 6 > Capítulo da descrição do Sector e operações desenvolvidas, inserto na HU > Mapa desenhado do Sector L3 de Nova Lamego – Gabu – que ocupava 1/5 do território do CTIG, na zona Leste da Guiné, onde se localizam os aquartelamentos abandonados de Madina do Boé, e destacamentos de Béli e Cheche.
Foto nº 7 > Reprodução da capa de um desenho, com a História da Unidade, tendo por fundo o território da Guiné, e por cima, um soldado anónimo, não se sabendo quem é o autor.
Foto Nº 8 > A História da Unidade – BCAÇ1933 – devidamente encadernada e guardada há 50 anos.
Tenho o privilégio de ter um dos poucos Originais do livro, mas a qualidade de algumas folhas e descrições é fraca, mas é o que tenho.
"Propriedade, Autoria, Reserva e Direitos, de Virgílio Teixeira, Ex-alferes Miliciano do SAM – Chefe do Conselho Administrativo do BCAÇ 1933/RI15/Tomar, Guiné 67/69, Nova Lamego, Bissau e São Domingos, de 21SET67 a 04AGO69».
NOTA FINAL DO AUTOR:
#As legendas das fotos em cada um dos Temas dos meus álbuns, não são factos cientificamente históricos, por isso podem conter inexactidões, omissões e erros, até grosseiros. Podem ocorrer datas não coincidentes com cada foto, motivos descritos não exactos, locais indicados diferentes do real, acontecimentos e factos não totalmente certos, e outros lapsos não premeditados. Os relatos estão a ser feitos, 50 anos depois dos acontecimentos, com material esquecido no baú das memórias passadas, e o autor baseia-se essencialmente na sua ainda razoável capacidade de memória, em especial a memória visual, mas também com recurso a outras ajudas como a História da Unidade do seu Batalhão, e demais documentos escritos em seu poder. Estas fotos são legendadas de acordo com aquilo que sei, ou julgo que sei, daquilo que presenciei com os meus olhos, e as minhas opiniões, longe de serem ‘Juízos de Valor’ são o meu olhar sobre os acontecimentos, e a forma peculiar de me exprimir.#
Legendas actualizadas hoje,
Em, 2019-02-04
____________
Nota do editor:
Último poste da série > 6 de fevereiro de 2019 > Guiné 61/74 - P19473: Efemérides (297): Tragédia do Che-Che, dia 6 de Fevereiro de 1969 - 47 miúdos pereceram nas águas do Rio Corubal (José Martins)
Quando se procedia aos últimos transportes entre as margens, a jangada que seria fatal estava demasiado sobrecarregada, e por razões que são várias, adornou, e a maior parte dos militares, carregados com todo o armamento, caíram ao rio, alguns conseguiram saltar novamente para a jangada, e a maior parte desapareceu, nunca mais foram encontrados, fala-se que teriam perecido junto com os crocodilos que infestavam a zona.
Foram várias as tentativas de encontrar os 45 militares que ali ficaram, sendo 25 da CCAÇ 1790 e os restantes da CCAÇ 2405, tropa africana e um civil.
Nunca foram encontrados, e já após 40 anos têm sido procurados vestígios no local, mas nada se encontrou.
Foto nº 6 > Mapa desenhado do Sector L3 de Nova Lamego, região de Gabu, que ocupava 1/5 do território do CTIG, na zona Leste da Guiné, onde se localizam os aquartelamentos abandonados de Madina do Boé, e destacamentos de Béli e Cheche.
ASSIM E PASSADOS ESTES ANOS TODOS, DEIXO AQUI A MINHA SINGELA HOMENAGEM ÀQUELES BRAVOS E INFELIZES HOMENS QUE PERDERAM A SUA VIDA, COM 19-20-21 ANOS OU MAIS, EM SITUAÇÕES AINDA POR ESCLARECER, E QUE LHES SEJA RECONHECIDO O DIREITO DE SEREM MÁRTIRES CAIDOS EM COMBATE, AO SERVIÇO DA SUA PÁTRIA.
II – As Legendas das fotos:
Estas imagens de documentos retirados da História da Unidade, são as únicas lembranças que tenho, não há fotos de militares nenhuns.
Conheci o Comandante da Companhia, o Capitão José Aparício, mais tarde no Comando da PSP de Lisboa como Coronel, e algumas vezes voltamos a ver-nos em almoços do Batalhão.
Sei que ele voltou ao local da tragédia, muitos anos depois, décadas, com intuito de voltar a ver o local de tanta dor, e também ver as possibilidades de encontrar vestígios dos seus homens da Companhia, e não esquecendo os outros de outras unidades, pois fazem parte de um todo, indiviso.
Conheci pessoalmente o meu camarada ex-alferes José Loureiro, e mais tarde em múltiplos encontros de almoços do batalhão, os primeiros ainda levava consigo o nosso Comandante.
Conheci, também o ex-alferes Gustavo Pimenta, depois da partida para Madina nunca mais o cheguei a ver, só aqui no Blogue li algumas notas da visão dele da tragédia.
Conheci também o outro ex-alferes, o Eurélio Amorim, que viajou comigo e com o comando do batalhão, no avião militar DC6 da Douglas ao serviço da FAP, no dia 20 de setembro de 1967. Depois não o vi mais na Guiné, nem nunca foi a nenhum almoço do batalhão, que eu saiba, porque não fui a todos. Vi-o uma vez, talvez uns 25 anos depois, em Vila do Conde, aqui perto do parque da cidade. Lembramos alguns momentos do passado.
Conheci também no avião, o 2º Sargento Carlos de Oliveira, da CCAÇ 1790, e depois nunca mais o cheguei a ver.
Falta aqui um alferes miliciano, para perfazer os 4, mas não me lembro de mais nenhum.
Vamos aos documentos que junto:
Foto nº 1 > Capitulo III – Página 6 da História da Unidade (HU) > Relação dos Mortos ao serviço da Pátria, da CCAÇ1790. Não disponho de dados da CCAÇ 2405, porque pertencia a outro Batalhão.
Foto nº 2 > Capitulo dos Louvores inserto na HU > Reprodução do Pesar e Reconhecimento à CCAÇ 1790, subscrito pelo Comandante Chefe das Forças Armadas da Guiné, General António de Spínola, em 11 de Fevereiro de 1969.
Foto nº 3 > Capitulo dos Louvores inserto na HU. > Reprodução do Apreço e Reconhecimento à CCAÇ1790, pelos serviços prestados em Madina do Boé, subscrito pelo Comandante Chefe das Forças Armadas da Guiné, General António de Spínola, em 17 de Julho de 1968.
Foto nº 4 > Capitulo I – Página 7 da História da Unidade (HU) > Relação dos elementos da CCAÇ 1790, apenas a 1ª página, com Comando da Companhia e Graduados.
Foto nº 5 > Capitulo I – Página 3 da História da Unidade (HU) - Relação dos elementos do BCAÇ 1933 que seguiram por via aérea para o CTIG em 20 de Setembro de 1967, entre eles o Comando do Batalhão e elementos da CCAÇ1790 e CC1791.
Foto nº 6 > Capítulo da descrição do Sector e operações desenvolvidas, inserto na HU > Mapa desenhado do Sector L3 de Nova Lamego – Gabu – que ocupava 1/5 do território do CTIG, na zona Leste da Guiné, onde se localizam os aquartelamentos abandonados de Madina do Boé, e destacamentos de Béli e Cheche.
Foto nº 7 > Reprodução da capa de um desenho, com a História da Unidade, tendo por fundo o território da Guiné, e por cima, um soldado anónimo, não se sabendo quem é o autor.
Foto Nº 8 > A História da Unidade – BCAÇ1933 – devidamente encadernada e guardada há 50 anos.
Tenho o privilégio de ter um dos poucos Originais do livro, mas a qualidade de algumas folhas e descrições é fraca, mas é o que tenho.
"Propriedade, Autoria, Reserva e Direitos, de Virgílio Teixeira, Ex-alferes Miliciano do SAM – Chefe do Conselho Administrativo do BCAÇ 1933/RI15/Tomar, Guiné 67/69, Nova Lamego, Bissau e São Domingos, de 21SET67 a 04AGO69».
NOTA FINAL DO AUTOR:
#As legendas das fotos em cada um dos Temas dos meus álbuns, não são factos cientificamente históricos, por isso podem conter inexactidões, omissões e erros, até grosseiros. Podem ocorrer datas não coincidentes com cada foto, motivos descritos não exactos, locais indicados diferentes do real, acontecimentos e factos não totalmente certos, e outros lapsos não premeditados. Os relatos estão a ser feitos, 50 anos depois dos acontecimentos, com material esquecido no baú das memórias passadas, e o autor baseia-se essencialmente na sua ainda razoável capacidade de memória, em especial a memória visual, mas também com recurso a outras ajudas como a História da Unidade do seu Batalhão, e demais documentos escritos em seu poder. Estas fotos são legendadas de acordo com aquilo que sei, ou julgo que sei, daquilo que presenciei com os meus olhos, e as minhas opiniões, longe de serem ‘Juízos de Valor’ são o meu olhar sobre os acontecimentos, e a forma peculiar de me exprimir.#
Legendas actualizadas hoje,
Em, 2019-02-04
____________
Nota do editor:
Último poste da série > 6 de fevereiro de 2019 > Guiné 61/74 - P19473: Efemérides (297): Tragédia do Che-Che, dia 6 de Fevereiro de 1969 - 47 miúdos pereceram nas águas do Rio Corubal (José Martins)
5 comentários:
Justa e oportuna homenagem às vítimas de um erro estúpido das NT...
Já que referes a CCAÇ 2405, "Os baixinhos de Dulombi" (1968/70)... Eu corrige-te o texto, eles pertenceram ao BCAÇ 2852 (Bambadinca, 1968/70), a quem eu estive adido, cerca de 10 meses...
https://blogueforanadaevaotres.blogspot.com/search/label/CCA%C3%87%202405
Só alferes mil Rui Felício, nosso grã-tabanqueiro da primeira hora, perdeu mais de metade do seu pelotão, nesse trágico acidente... Ele conseguiu salvar-se. UM grande abraço fraterno para ele, que há anos também o seu filho, Nuno Felício (1974-2013), jotnalista da Antena 1.
https://blogueforanadaevaotres.blogspot.com/search/label/Rui%20Fel%C3%ADcio
Nunca é demais lembrarmo-nos deste triste acontecimento.
Foi, como todos sabemos, uma derrota militar naquela zona do Boé e que deu azo
à retirada nossa tropa.
Interessante foi como a notícia apareceu nos jornais da época:
'...afundou-se uma jangada que transportava uma força militar havendo a lamentar
a morte por afogamento de 47 militares...'
Nada que se referisse ter sido na retirada/abandono da tropa da zona de Madina do Boé.
Quanto ao tudo o mais, foram 47 rapazes que morreram afogados, estupidamente. Coitados deles, a nós resta-nos os arrepios no peito.
Valdemar Queiroz
Camarada Valdemar, parece-me que estás a ler a notícia como se fosse publicada nos tempos actuais. Não esqueças que estávamos debaixo da censura. Por outro lado, ao zé povinho pouco adiantava saber se a fatal ocorrência tinha sido numa retirada ou numa normal rendição. Infelizmente a tragédia aconteceu, como em quase todas em que o homem é interveniente, correm mal porque sim. Nunca há culpados. Vejam-se os incêndios e o modo como são combatidos.
Abraço
Carlos Vinhal
Leça da Palmeira
É assim, Carlos Vinhal.
Abraço
Valdemar Queiroz
Olá Camaradas
Comentário justo do Valdemar e avaliação correcta do Vinhal.
É o velho azar dos Portugueses.
Falta-lhes atitude e - porque não dizê-lo? - coragem.
Às vezes penso que cada povo tem o que merece ou aquilo que o levam a merecer.mAs isso sou a pensar.
Um Ab.
António J. P. Costa
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