Quem terá sido o sábio Logomane, que vem citado em "A Canção do Cherno Rachide", imã que morreu em setembro de 1973 na antiga Guiné Portuguesa ? A Canção foi alegadamente traduzida do árabe pelo etnógrafo português Manuel Dias Belchior (ou Manuel Belchior, n. 1911). (Temos dúvidas se o Manuel Belchior era fluente em árabe, fula e mandinga; ou se fonte original oral não seria antes o fula; o Cherno Rachide era futa-fula.)


(i) Resposta da Gemini IA / Google


Logomane e a Canção do Cherno Rachide

Sinto muito, mas não consigo encontrar informações sobre um sábio chamado Logomane que esteja diretamente ligado a Cherno Rachide, um imã que teria morrido em setembro de 1973 na antiga Guiné Portuguesa.

É possível que a referência a "Logomane" seja:

  • Uma figura local ou tribal menos documentada: a Guiné Portuguesa (atual Guiné-Bissau) tinha umo rico painel de líderes religiosos e comunitários; pode ser que Logomane fosse uma figura respeitada num contexto local, mas cuja história não foi amplamente registada;
  • Um nome simbólico ou alegórico: em muitas tradições orais e canções, nomes podem ser usados metaforicamente para representar sabedoria, antiguidade ou um idealM
  • Uma grafia alternativa: o nome pode ter sido registado de diferentes formas ao longo do tempo;
  • Informação pouco divulgada: a história de Cherno Rachide e a "Canção do Cherno Rachide" podem ser parte de um corpo de conhecimento oral ou documentos menos acessíveis publicamente.


O Sábio Logomane na Canção

Ao que tudo indica, Logomane é uma figura de sábio ou mestre citada na "Canção do Cherno Rachide", e não um indivíduo historicamente documentado de forma independente em registos ocidentais. 

A canção, sendo uma tradução de uma tradição oral árabe/africana, provavelmente atribui a Logomane um papel de guia espiritual ou moral, transmitindo ensinamentos e conselhos.

Fragmentos da canção que circulam online, mencionam Logomane com frases como:

"De outro, inda mais sábio, Logomane / Que outrora assim falou: - Deves ter fé em Deus que tudo vê. / E tudo pode acerca dos mortais. / Trabalha com ardor e serás útil. / A ti e aos demais. - Estuda e elevarás a tua alma. / Que os livros te podem ensinar. / Muitas coisas formosas deste mundo. / E a Deus agradar. - A palavra, o alimento e o sono. / Como remédio deverás tomar: O bastante p'ra que o corpo..."

Estes versos sugerem que Logomane é um porta-voz de valores religiosos, morais e educacionais, comuns nas tradições islâmicas e orais da região. Ele representa a sabedoria ancestral e a importância da fé, do trabalho e do estudo.

Para aprofundar a pesquisa: Consultar as obras de Manuel Belchior:  se tiveres acesso a "A Grandeza Africana – Lendas da Guiné Portuguesa" ou "Contos Mandingas", poderás encontrar o contexto completo da canção e, possivelmente, mais informações sobre Logomane e a sua significância dentro da tradição que Belchior recolheu. (...) 
 
A figura de Logomane é, portanto, mais um arquétipo de sabedoria dentro de uma rica tradição oral, capturada e traduzida por Manuel Belchior, do que uma personalidade histórica com biografia detalhada.


(ii) Perplexiti IA

O sábio Logomane citado em "A Canção do Cherno Rachide"

Identidade de Logomane

Na canção "A Canção do Cherno Rachide", traduzida do árabe para português por Manuel Belchior, surge a referência a um sábio chamado Logomane, de quem se cita um ensinamento: “Deves ter fé em Deus que tudo vê. E tudo pode acerca dos homens”...

 No entanto, a pesquisa disponível não aponta para a existência de uma figura histórica concreta chamada Logomane associada à Guiné Portuguesa, ao islão local ou à biografia do Cherno Rachide.

Contexto da referência


A citação de Logomane parece funcionar, no contexto do poema, como uma invocação de autoridade tradicional e sabedoria religiosa, típica da literatura oral e da poesia islâmica da África Ocidental. 

É comum nestas tradições citar-se “sábios antigos” ou “mestres” — por vezes figuras históricas, por vezes personagens lendárias ou arquetípicas — para dar peso moral e espiritual ao discurso. 

O nome Logomane pode, assim, ser uma transliteração portuguesa de um nome árabe ou fulani (em inglês; peul, em francês; fula, em portuguêrs),  associado à tradição islâmica da região, mas não há registo documental de um sábio com esse nome ligado diretamente à história da Guiné Portuguesa ou à biografia do Cherno Rachide.

Sobre o Cherno Rachide

O Cherno Rachide, imã muçulmano e figura religiosa de grande prestígio na região de Quebo (Aldeia Formosa, na época colonial), faleceu em setembro de 1973, pouco antes da proclamação unilateral da independência da Guiné-Bissau.

 Era reconhecido como um sábio versado em letras corânicas e outros conhecimentos esotéricos, influente entre as comunidades muçulmanas locais, mas não chefe hierárquico de uma estrutura centralizada.

Conclusão

A referência a Logomane em "A Canção do Cherno Rachide" deve ser entendida como evocação de uma autoridade tradicional de sabedoria islâmica, sem que haja, até ao momento, confirmação documental de se tratar de uma figura histórica específica. O uso do nome reforça o tom de transmissão oral e de respeito pela cadeia de mestres espirituais típica da poesia religiosa da África Ocidental.

 
3. Quem foi Manuel Dias Belchior?

Manuel Belchior foi um funcionário colonial português com formação superior (Escola Superior Colonial) que desempenhou uma longa carreira administrativa no Ultramar Português, especialmente na Guiné Portuguesa, entre 1938 e 1961.  

Após a sua carreira administrativa, tornou-se investigador da Junta de Investigações do Ultramar, tendo realizado missões de estudo e recolha etnográfica na Guiné, o que permitiu a publicação de obras de referência sobre a história, lendas e tradições orais locais, ou sobre a política colonial : "Grandeza Africana" (c. 1963), "Contos Mandingas " (1967),  "Os Congressos do Povo da Guiné" (1973) (puboicada na Editora Arcádia, a mesma que irá publicar, no ano seguinte, o livro de Spínola, "Portugal e o Futuro").,

O seu trabalho envolveu a recolha e registo de narrativas orais transmitidas de geração em geração, especialmente entre as etnias Fula e Mandinga da região do Gabú. Para este trabalho, contou com o apoio de líderes locais, como o régulo Alarba Embaló, que lhe proporcionaram acesso a repertórios tradicionais.

Além da recolha de lendas, Belchior também se interessou por questões antropológicas, analisando costumes, sistemas de sucessão e relações sociais das comunidades locais. Foi ainda autor de estudos históricos e culturais, como "Sobre a origem do termo Guiné", publicado no Boletim Cultural da Guiné Portuguesa.

O seu legado é relevante para a preservação da memória oral e cultural da Guiné-Bissau, tendo contribuído para o conhecimento das tradições africanas junto do público lusófono e académico.

Apesar do contexto colonial, a sua metodologia de recolha etnográfica tem sido reconhecida por preservar a identidade cultural e literária da Guiné-Bissau

(Fontes: Gemini IA, Perplexity IA, Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné)

(Pesquisa, revisão /fixação de texto, negritos, título: LG)

PS - Esperemos que os nossos colaboradores permanentes Cherno Baldé e Mário Beja Santos nos possam dar também aqui a sua "achega"...  São mais competentes do que nós (e o nosso "Big Brother") para decifra o mistério do nome "Logomane"...


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Notas do editor:



(**) Vd. postes de;

31 de março de 2021 > Guiné 61/74 - P22054: Antropologia (41): "Grandeza Africana, Lendas da Guiné Portuguesa", por Manuel Belchior (1) (Mário Beja Santos)