Guiné > Zona Leste > Sector L1 > Bambadinca > CCS/BART 2917 (1970/72) > Convívio no bar de sargentos, em meados de 1970: ainda estávamos em "lua de mel", os "velhinhos" da CCAÇ 12, e os "piras" do BART 2917, aqui representados pelo 2º Comandante, maj art José António Anjos de Carvalho, sempre fardado, hoje cor art ref, e o 1º srgt art Fernando Brito (1932-2014)...
As senhoras: à direita do Brito, a Helena, mulher do alf mil at inf António Manuel Carlão, do 2º Gr Comb da CCAÇ 12 (o casal vive hoje em Fão, Esposende); à direita do Anjos de Carvalho, a esposa do major art, Jorge Vieira de Barros e Bastos (mais familiarmente conhecido por Bê Bê, era o major de operações do comando do BART 2917; hoje cor art ref); e à sua direita, Isabel, a esposa do José Alberto Coelho, o fur mil enf da CCS/BART 2917 ) (o casal vive hoje em Beja).
Não me parece que tivesse sido o jantar de Natal, ou coisa parecida: nessa altura, as relações com o major art Anjos de Carvalho, a três meses de acabar a nossa comissão, eram muito tensas... A CCAÇ 12, como companhia de intervenção, africana, estava adida ao comando do setor L1.
Inclino-me mais para uma festa de anos, talvez do 1º Brito, que era de facto um "senhor 1º sargento", e que matinha com a malta da CCAÇ 12 uma "relação muito especial"... A festa terá ocorrido nos primeiros tempos, após a chegada do BART 2917 a Bambadinca, que veio render o BCAÇ 2852 (1968/70)... (Pede-se ao pessoal da CCAÇ 12 e da CCS/BART 2917, para completar as legendas.)
Inclino-me mais para uma festa de anos, talvez do 1º Brito, que era de facto um "senhor 1º sargento", e que matinha com a malta da CCAÇ 12 uma "relação muito especial"... A festa terá ocorrido nos primeiros tempos, após a chegada do BART 2917 a Bambadinca, que veio render o BCAÇ 2852 (1968/70)... (Pede-se ao pessoal da CCAÇ 12 e da CCS/BART 2917, para completar as legendas.)
Mas, na altura, estas eram as três senhoras, brancas, que existiam no quartel de Bambadinca (, não contando com a senhora professora do ensino primária, caboverdiana, que raramente era vista, mas que vivia dentro das nossas instalações militares, no edifício da escola, a dona Violete da Silva Aires). E não havia miúdos, a não ser os da escola e da população local... Os militares guineenses (da CCAÇ 12 e outras subunidades, como os Pel Caç Nat que estiveram connosco) em geral eram casados e tinham consigo as famílias mas fora do arame farpado, vivendo em Bambadinca ou em Bambadincazinho.
No tempo do BCAÇ 2852, e até ao ataque a Bambadinca, em 28/5/1969, julgo que pelo menos estava lá três senhoras, a começar pela a esposa do comandante, o ten cor inf Manuel Maria Pimentel Bastos (também conhecido seu "nick name", Pimbas), já aqui bastas vezes evocado pelo seu amigo e admirador Mário Beja Santos. O tenente SGE Manuel Antunes Pinheiro, chefe da secretaria do Comando do BCAÇ 2852, também lá teria a esposa até essa data. E creio que também a esposa do médico, David Payne.
O Torcato Mendonça confirma: "Bambadinca era uma maravilha para nós [, CART 2339, Mansambo, 1968/69]. Vivia-se lá um clima de tranquilidade e de bom convívio. Para isso contribuía o Comandante e vários militares. Como a segurança era boa, estavam lá as esposas do comandante, do médico e do tenente da secretaria".
No tempo do BCAÇ 2852, e até ao ataque a Bambadinca, em 28/5/1969, julgo que pelo menos estava lá três senhoras, a começar pela a esposa do comandante, o ten cor inf Manuel Maria Pimentel Bastos (também conhecido seu "nick name", Pimbas), já aqui bastas vezes evocado pelo seu amigo e admirador Mário Beja Santos. O tenente SGE Manuel Antunes Pinheiro, chefe da secretaria do Comando do BCAÇ 2852, também lá teria a esposa até essa data. E creio que também a esposa do médico, David Payne.
O Torcato Mendonça confirma: "Bambadinca era uma maravilha para nós [, CART 2339, Mansambo, 1968/69]. Vivia-se lá um clima de tranquilidade e de bom convívio. Para isso contribuía o Comandante e vários militares. Como a segurança era boa, estavam lá as esposas do comandante, do médico e do tenente da secretaria".
Foto: © Vitor Raposeiro (2009). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]
Leiria > Monte Real > Ortigosa > Quinta do Paul > IV Encontro Nacional do nosso blogue > 20 de junho de 2009 > Os nossos grã-tabanqueiros Regina Gouveia e Fernando Gouveia, um adorável casal, transmontano, do Porto, que fez uma comissão na Guiné (Bafatá, 1968/70).
Recorde-se que o Fernando Gouveia, hoje arquiteto reformado, foi alf mil Pel Rec Inf, Comando de Agrupamento 2957, Bafatá(1968/70) na altura em que era comandado pelo Cor Hélio Felgas, já falecido.
A Regina Gouveia é escritora com obra feita e publicada.
Foto (e legenda): © Luís Graça (2009). Todos os direitos reservados.
I. INQUÉRITO 'ON LINE': "NO MATO NO(S) SÍTIO(S) ONDE EU ESTIVE, NA GUINÉ,
HAVIA FAMILIARES NOSSOS"...
As primeiras 41 respostas
1. Sim, esposas (não guineenses) >
13 (31%)
2. Sim, esposas e filhos (não guineenses) >
7 (17%)
3. Sim, familiares guineenses (sem ser das milícias) >
8 (19%)
4. Não, não havia >
18 (43%)
5. Não aplicável: não estive no mato >
0 (0%)
6. Não sei / não me lembro >
0 (0%)
O prazo termina em 20/10/2016, 5ª feira, às 6h52. O inquérito admite até duas respostas: por exemplo 1 e 3; 2 e 3.
Resposta a ser dada diretamente no nosso blogue, no canto superior da coluna da esquerda.
II. Comentário do editor:
Na decisão de levar ou não levar a família para o teatro de operações, deviam pesar muitos fatores... Não era uma decisão fácil, no final da década de 1960, nove anos depois de ter começado a guerra colonial... Sobretudo para os militares do quadro, alguns já com 3 comissões de serviço (se contarmos com a Índia, Macau, Timor)...
É verdade, dirão alguns, que foi a "vida" que escolheram, os oficiais e os sargentos dos três ramos das forças armadas portuguesas... Por razões logísticas e de segurança, era mais difícil aos militares do exército levarem, para o mato, as famílias, as esposas sem filhos ou as esposas com filhos...
Mesmo assim, dependia da companhia (CCS ou unidade de quadrícula, região, localidade, acessibilidade, instalações, segurança relativa, etc.). Não me lembro de ver famílias de militares, não guineenses, nas unidades de quadrícula do BCAÇ 2852 e do BART 2917, no setor L1: Xime, Mansambo, Xitole, Saltinho (que depois passa para o setor L5)... Muito menos em destacamentos onde as condições hoteleiras eram deploráveis...
Para os jovens milicianos, furriéis e alferes, "just married", acabados de casar, ou que casavam a meio da comissão, ainda sem filhos, era uma decisão aparentemente mais fácil, lógica e natural, mas não isenta de riscos, sobretudo se o militar fosse um operacional... Também não terá havido muitos "operacionais" com as esposas no TYO da Guiné, memso em Bissau (por ex, tropas especiais).
Apesdar da "milicianização" e "africanização" da guerra, ninguém estava à espera de fazer uma guerra que iria durar 11/12/13/14 anos... Sobretudo entre os militares de carreira, ninguém estava preparado para estar muitos anos longe da mulher e dos filhos (e com estes a crescer)... Mas esse foi o cenário em que viveram muitas famílias portuguesas ao longo dos séculos, desde os Descobrimentos: uma viagem de ida e volta à Índia podia demorar 2 anos...
Faltam-nos testemunhos dos homens e mulheres que cresceram com os pais, militares, em comissões de serviço em África... Salazar, que não era casado nem tinha filhos, nunca poderia saber avaliar os custos (emocionais, afetivos, etc.) que a "guerra do ultramar" também teve para os militares e as suas famílias, os homens (e as mulheres) que a fizeram (e a sofreram)...
Mesmo assim, dependia da companhia (CCS ou unidade de quadrícula, região, localidade, acessibilidade, instalações, segurança relativa, etc.). Não me lembro de ver famílias de militares, não guineenses, nas unidades de quadrícula do BCAÇ 2852 e do BART 2917, no setor L1: Xime, Mansambo, Xitole, Saltinho (que depois passa para o setor L5)... Muito menos em destacamentos onde as condições hoteleiras eram deploráveis...
Para os jovens milicianos, furriéis e alferes, "just married", acabados de casar, ou que casavam a meio da comissão, ainda sem filhos, era uma decisão aparentemente mais fácil, lógica e natural, mas não isenta de riscos, sobretudo se o militar fosse um operacional... Também não terá havido muitos "operacionais" com as esposas no TYO da Guiné, memso em Bissau (por ex, tropas especiais).
Apesdar da "milicianização" e "africanização" da guerra, ninguém estava à espera de fazer uma guerra que iria durar 11/12/13/14 anos... Sobretudo entre os militares de carreira, ninguém estava preparado para estar muitos anos longe da mulher e dos filhos (e com estes a crescer)... Mas esse foi o cenário em que viveram muitas famílias portuguesas ao longo dos séculos, desde os Descobrimentos: uma viagem de ida e volta à Índia podia demorar 2 anos...
Faltam-nos testemunhos dos homens e mulheres que cresceram com os pais, militares, em comissões de serviço em África... Salazar, que não era casado nem tinha filhos, nunca poderia saber avaliar os custos (emocionais, afetivos, etc.) que a "guerra do ultramar" também teve para os militares e as suas famílias, os homens (e as mulheres) que a fizeram (e a sofreram)...
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Nota do editor:
Último poste da série > 13 de outubro de 2016 > Guiné 63/74 - P16597: Inquérito 'on line' (73): Até ao dia 20 deste mês, responder à questão "No mato, no(s) sítio(s) onde eu estive, havia familiares nossos... esposas com ou sem filhos"
Último poste da série > 13 de outubro de 2016 > Guiné 63/74 - P16597: Inquérito 'on line' (73): Até ao dia 20 deste mês, responder à questão "No mato, no(s) sítio(s) onde eu estive, havia familiares nossos... esposas com ou sem filhos"