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quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Guiné 63/74 - P5601: Breves notas sobre o BART 645 (Mansoa, 1964/66) (Rogério Cardoso)

Breves notas soltas do BART 645, enviadas por Rogério Cardoso* (ex-Fur Mil, CART 643/BART 645**, Bissorã, 1964/66), em 29 de Dezembro de 2009.


1 - Este Batalhão era composto pelas 3 Companhias operacionais Cart 642, 643 e 644, além da CCS e foi comandada exemplarmente pelo Coronel Antonio Brancamp Sobral. Ele adorava o seu batalhão, sempre admirou os seus ÁGUIAS NEGRAS que actuavam em Bissorã (643) e Mansabá (642 e 644), intercalando com Mansoa onde era a sede do Batalhão.
O primeiro Batalhão a usar crachá foi ideia do Coronel Sobral, de princípio até nos chamavam o Batalhão das tabuletas.

2 - O Capitão Carlos de Sousa Paz, Oficial de Operações, que mais tarde chegou a Super Intendente da PSP, deixou-nos há mais ou menos de 4 anos, foi enorme como ser humano, afável e sempre amigo não olhando a quem. Era sempre bem recebido nas Companhias, mesmo quando se deslocava na sua DO 27 com os célebres mapas, pois já se sabia que dali sairia a chamada "Manga de Ronco para essa noite".

3 - O Capitão Ricardo Silveira da Cart 643 sempre austero e rigoroso, do melhor como operacional, toda a Companhia o reconhecia, quando as saídas a nível de Pelotão poderiam ser complicadas ele era o primeiro a alinhar, quando muitos
só saíam a nivel de Companhia.

4 - Da mesma Cart 643 grandes operacionais como o Alf Mil Lourenço, Alf Mil Paulo (f), Furriéis Graça, Águas, Sousa, Frazão (f) Sarg. Hipólito (f), Sarg. Gonçalves; praças como José Marques (30), Couto, Madeira, José Antonio, Julio, e tantos outros, havia no fim uma equipa operacional digna de realçe, lembrar os voluntários "LORDES", até porque foi a Companhia mais condecorada, e passo a descrever:

Cart 642

- Cap Francisco Barão da Cunha
- 1.º Cabo Felix Ferreira
- 1.º Cabo Moisés Bastos


Cart 643

- Cap. Ricardo Silveira
- Alf Mil Antonio Lourenço
- Fur Mil Hélder Águas
- Fur Mil Rogério Cardoso (a)
- 1.º Cabo José António Coelho
- Soldado Francisco Madeira
- Soldado José Marques (30)

a) Erradamente na Ordem do Exército, este elemento vem dado à Cart 645


Cart 644

- Soldado Mano Santos
- Soldado Mamadu Bari


5 - Na Cart 643 mesmo não sendo operacionais deslocavam-se para Operações frequentemente, o 1.º Cabo Cripto Carlos Cunha e o Fur Mil Rogério Cardoso que da última vez, em 27 de Outubro de 1965, foi atingido por uma granada de fabrico checo RPG-PANCEROVKA - HEAT de 120mm, ver anexo com louvor e condecoração.

6 - Militares mortos

Cart 642 - 7 - (1 local)
Cart 643 - 2 - (a)
Cart 644 - 2
Cart 645 - 3 - (1 local)

a) O Soldado Manuel Bernardes faleceu em Bissorã e não no HM 241, foi vítima de ums descarga eléctrica quando da recuperação de uma insolação contraída numa Operação a Morés.

7 - Um voto de louvor aos pilotos da Força Aérea que acompanharam a Cart 643 nas diversas Operações, pilotos excepcionais e sempre prontos a dar o seu melhor, os T6, DO 27, AUSTER, os Heli ALOUETTE II, não olhando ao perigo nas evacuações.

8 - A Associação de Amizade do Bart 645 foi formada em Fevereiro de 1981, data da primeira reunião em Cascais, depois de 29 anos já percorremos diversos lugares de Norte a Sul.
A nível de Batalhão só de facto começou em 1981, a nível da Cart 642 alguns elementos reuniam-se no Porto, e também de salientar alguns encontros em Lisboa no Café Martinho.

9 - O nosso próximo encontro será em Boleiros-Fátima a 10 de Abril de 2010, atempadamente seguirá a convocatória.
__________

Nota de CV:

(*) Vd. poste de 4 de Janeiro de 2010 > Guiné 63/74 - P5588: Álbum fotográfico de Rogério Cardoso (3): Relembrando locais e camaradas da CART 643/BART 645

(**) Vd. poste de 27 de Junho de 2009 > Guiné 63/74 - P4594: Fichas de Unidades (3): História do BART 645 (José Martins)

sábado, 27 de junho de 2009

Guiné 63/74 - P4594: Fichas de Unidades (3): História do BART 645 (José Martins)


1. Sobre este Batalhão existem já 2 postes no blogue (*), um do Carlos Brito e outro do Jorge Santos, pelo que aqui fica o convite ao Carlos Brito, para formar ao lado dos nossos Camaradas, contar-nos as suas estórias e aderir ao nosso “tabancal”...

2. Também registamos com apreço o nosso melhor agradecimento, pela preciosa ajuda prestada pelo nosso já habitual "colaborador permanente", o José Martins... Obrigado!

O envio da História deste batalhão ao Carlos Brito, pelo José Martins, foi antecedido de uma troca de e-mails entre estes dois camaradas e o Rogério Cardoso, do mesmo batalhão do primeiro, que a seguir expomos:

E-mail do José Martins com data de 25JUN2009 - Assunto: BART 645:
Luis,
Pediste-me, em 13JUN09 para fazer a ficha do BART 645.
Aqui vai ela em anexo, como também vai para o Carlos Brito, que ainda não entrou para a nossa tertúlia.
Parece-me, pelo seu e-mail, que está longe de nós. Será verdade?
Avança Carlos Brito, estás com a tua gente.
Um abraço,
José Martins

Na réplica o Carlos Brito escreveu:
Amigo José Martins,
Obrigado por me teres endereçado a ficha do nosso Batalhão. Não sei como conseguiste reunir tantos e preciosos elementos ao fim de 40 e tal anos, pois, penso eu, deve ter sido muito trabalhoso.
Não tenho reparos a fazer, excepto talvez no lema, que julgo ser BRAVOS, LEAIS E FIÉIS.

Até recordei alguns nomes como o do Cap Abílio dos Santos Sousa - dos Reabastecimentos -, uma excelente pessoa, que um dia encontrei em Lisboa e cujo nome já tinha esquecido.
Também não percebi esta indicação de que o Sousa Paz, era Oficial de Operações e Informações-Adjunto. Ele era sim, e sempre foi, o Oficial de Operações e Informações do BART, excepto talvez no início da sua formação, em Santa Margarida, em que, recordo, esse lugar era de outro Oficial.
Também andei estes anos todos convencido que o nosso CMDT - Sousa Paz, e o Fur Mil Graça (do BART 643), tinham sido condecorados e tal não aconteceu.
Quanto a entrar na tertúlia, estou só à espera que os "operacionais" comecem a escrever.
Um abraço,
Carlos Brito

Nova mensagem do José Marcelino Martins, para o Carlos Brito, com data de 28JUN2009 - Assunto: BART 645:
Caro Brito,
É um prazer para mim poder colocar à disposição dos camaradas, aquilo que para mim é um “hobby”.
Como já referi, noutros locais e noutras circunstâncias, apenas junto pontas soltas de história, e dou-lhes outra forma: aquela que gostaria para mim.
O cargo “Oficial de Operações e Informações-Adjunto”, suponho que quer dizer um duplo cargo: “Oficial de Operações e Informações e Adjunto do Comandante”. Terminologias militares.
Nunca seremos demais para dar a conhecer as nossas vivências em África e, mormente, na Guiné. Não esperes mais. Avança, que outros te seguirão!No texto só falta o “ex-libris” do Batalhão ou das companhias, mas não os encontrei em nenhum local.
Um abraço,
José Martins
Fur Mil Trms Inf da CCAÇ 5 (anterior 3ª CCAÇ 1) - Nova Lamego e Canjadude (JUN68 a JUN70)

E-mail resposta do Carlos Brito:
Caro José Martins,
Reenviei o documento sobre o nosso batalhão ao Rogério Martins Cardoso (um dos condecorados), que criou a Associação de Amizade do BART 645.
Ele, tal como tu, tem-se dedicado por "hobby", a escrever a história da nossa Unidade e não só.
Além disso, ele consegue reunir parte do pessoal em almoços/convívios anuais.
Se quiseres, aqui fica o seu endereço:
Rogério Cardoso,
E-mail: aguiasnegras.645@gmail.com
Obrigado e um abraço,
Carlos Brito

Novo e-mail do José Marcelino Martins, para o Rogério Cardoso, com data de 26JUN2009 - Assunto: BART 645 “Águias Negras”:
Camarada Cardoso,
Tive conhecimento do teu endereço através do e-mail abaixo, do Carlos Brito.
Este e-mail tem como finalidade convidar-te para aderires como membro à nossa TABANCA GRANDE, como é conhecido o blogue do Luís Graça e que, certamente, já conheces.
Pelo que o Brito diz, tens como “hobby” a história da Guiné (que é também a nossa história) e todos somos poucos para a escrever, senão na primeira pessoa do singular, pelo menos no plural.

Um abraço do,
José Martins


Foto do Carlos Vinhal (inserida no poste P2894), que foi Fur Mil da CART 2732, acompanhado do Salifo Seidi (conhecido por Toni), em Mansabá, junto ao Memorial com os brasões das Unidades que por lá passaram. À esquerda, em baixo, o brasão do BART 645 (Águias Negras).

BATALHÃO DE ARTILHARIA Nº 645

HISTÓRIA

Mobilizado no Regimento de Artilharia Ligeira nº 1, sito em Lisboa, teve como Comandante o Tenente-coronel de Artilharia António Braancamp Sobral, tendo também comandado esta unidade o Major de Artilharia Raul Pereira Batista. Desempenharam o cargo de 2º Comandante os Majores de Artilharia José da Glória Alves, Mário Martins Cabrita Gil, Raul Pereira Batista e Abílio dos Santos Sousa. O Capitão de Artilharia Carlos de Sousa Paz, desempenhava o cargo de Oficial de Informações e Operações, Adjunto.

Adoptou como Divisa “AGUIA NEGRAS” e “BRAVOS SEMPRE FIÉIS”, embarcando em Lisboa em 04 de Março, tendo desembarcado em Bissau em 10 de Março de 1964.

Compunham a orgânica deste batalhão, as subunidades:

Companhia de Comando e Serviços – sob o comando do Capitão de Artilharia José Manuel Lobo Silvestre Graça;
Companhia de Artilharia nº 642 – sob o comando do Capitão de Artilharia Francisco Matias Barão da Cunha;
Companhia de Artilharia nº 643 – sob o comando do Capitão de Artilharia Ricardo Lopes da Silveira;
Companhia de Artilharia nº 644 – sob o comando do Capitão de Artilharia Vítor Manuel da Ponte da Silva Marques (**). Também comandaram esta subunidade ao Capitães de Artilharia Nuno José Varela Rubim e José Júlio Galamba de Castro.

Comando e Companhia de Comando e Serviços

O batalhão ficou inicialmente sediado em Bissau, na missão de intervenção e reserva do CTIG, tendo as suas subunidades sido atribuídas a outros batalhões.

Embora mantendo o comando sedeado em Bissau, em 23 de Maio de 1964, estabeleceu um Posto de Comando Avançado (PCAv), para coordenar os subsectores de Mansabá e Bissorã, que tinham sido retirados da área da responsabilidade do Batalhão de Caçadores nº 512.

A 22 de Julho de 1964, com a saída de sector do BCAÇ 512, o BART 645 assume a responsabilidade do Sector C2, instalado em Mansoa, que abrangia os subsectores de Mansoa, Mansabá, Bissorã e Enxalé. Em 29 de Agosto de 1964 o Sector C2 é reduzido do subsector de Enxalé e, por subdivisão do subsector de Bissorã é criado, em 9 de Dezembro de 1964, o subsector de Olossato.

O Sector C2 é, em 11 de Janeiro de 1964, designado por Sector O3. Mais tarde, em 9 de Dezembro de 1965 e por subdivisão do subsector de Bissorã é criado o subsector de Olossato.

Esta unidade, com o apoio das suas subunidades orgânicas e/ou outras que lhe foram atribuídas, desenvolveu a sua actividade, abrindo o itinerário entre Mansabá e Bafatá, desenvolveu na região do Oio, que causaram baixas ao inimigo, as operações “Mansodé”, “Irã”, tendo ainda tomado parte na operação “Notável”, de 04 a 23 de Novembro de 1964, conduzida pelo Batalhão de Cavalaria nº 705.

Do material capturado durante as operações em que tomou parte, destacam-se duas metralhadoras pesadas, dez metralhadoras ligeiras, noventa e nove pistolas-metralhadoras, vinte e quatro espingardas, um lança-granadas foguete, vinte e oito minas, duzentas e três granadas de armas pesadas e dezassete mil trezentas e onze munições de armas ligeiras.

Foi rendido pelo Batalhão de Caçadores nº 1857, em 02 de Fevereiro de 1966.

Tombaram em Campanha os seguintes militares:

ANTÓNIO ABRANTES CARDOSO, Soldado Sapador nº 1612/63, solteiro, filho de Abílio Ferreira Cardoso e Maria Abrantes Cabral, natural da freguesia de Folhadosa, concelho de Seia, faleceu em 13 de Fevereiro de 1965 no Hospital Militar 241 – Bissau, vítima de acidente de viação na estrada Nhacra – Mansoa, perto da tabanca de Dugal. Foi inumado no Cemitério de Folhadosa.

JOSÉ AUGUSTO DE JESUS, Soldado Sapador nº 1614/63, solteiro, filho de Augusto Maria de Jesus Lino e Maria de Jesus, natural da freguesia de Resgatados, concelho de Montemor-o-Novo, faleceu em 13 de Fevereiro de 1965 no Hospital Militar 241 – Bissau, vítima de acidente de viação na estrada Nhacra – Mansoa, perto da tabanca de Dugal. Foi inumado no Cemitério de Bissau – Campa 1400.

JOSÉ AUGUSTO JATA, Soldado Atirador nº 40/62 (recrutamento local), solteiro, filho de Gulfata e Tambo, natural da freguesia e concelho de Mansoa (Guiné), faleceu em 5 de Março de 1965 no Hospital Militar Principal, em Lisboa, vítima de doença. Foi inumado no Cemitério do Alto de São João, em Lisboa.

Distinguiram-se e foram condecorados os seguintes militares:

MAMADU BARI, Soldado de Artilharia, por acção praticada no dia 28 de Julho de 1964, foi condecorado com a medalha da Cruz de Guerra 2ª Classe, conforme Ordem do Exército nº 29, IIIª Série de 1966.
MÁRIO DE JESUS RODRIGUES DOS SANTOS, Soldado de Artilharia Condutor, por acção praticada no dia 27 de Junho de 1965, foi condecorado com a medalha da Cruz de Guerra 4ª Classe, conforme Ordem do Exército nº 13, IIIª Série de 1966.

ROGÉRIO MARTINS CARDOSO, Furriel Miliciano do Serviço de Material, foi condecorado com a medalha da Cruz de Guerra 4ª Classe, conforme Ordem do Exército nº 13, IIIª Série de 1966.

Companhia de Artilharia nº 642

Entre 13 de Abril e 04 de Maio de 1964 operou na área de Mansoa-Mansabá, sob a orientação do Batalhão de Caçadores nº 512, tendo passado para a área do seu batalhão, em 24 de Maio de 1964, como subunidade de intervenção e reserva, tendo efectuado operações nas regiões de Manhau, Cubonge e Cã Quedo.

A 12 de Setembro de 1964, rendo a CCAÇ 594 em Mansabá, assumindo a responsabilidade desse subsector, tendo instalado um pelotão na povoação de Manhau, em 9 de Junho de 1965.

É rendida em Mansabá pela Companhia de Caçadores nº 1421, sendo transferida para Bissau para integrar o dispositivo de segurança e protecção de instalações e populações da área.

Tombaram em Campanha os seguintes militares:

JOSÉ ROSA LOURO, Soldado Atirador nº 1818/63, casado com Emília Conceição Marques Louro, filho de Joaquim Louro e Josefina Rosa, natural da freguesia de Portela, concelho de Abrantes, faleceu em 2 de Maio de 1964, no Hospital Militar 241, em Bissau, vítima de doença. Foi inumado no Cemitério de Bissau, Campa nº 817.

ANTÓNIO FERREIRA DA ROCHA CASEIRO, Soldado Atirador nº 1924/63, solteiro, filho de Joaquim da Rocha Caseiro e Lúcia Pereira, natural da freguesia de Sobrado, concelho de Valongo, faleceu em 6 de Junho de 1964, vítima de ferimentos em combate em Mansabá. Foi inumado no Cemitério de Bissau, Campa nº 867.

ALVARO HENRIQUE ESPINHEIRA, Soldado Atirador nº 1826/63, solteiro, filho de Joaquim Espinheira e Conceição Oliveira, natural do Lugar de Bôco, freguesia de Lourosa, concelho de Vila da Feira, faleceu em 27 de Junho de 1964, vítima de ferimentos em combate, em Mansoa. Foi inumado no Cemitério de Bissau, Campa nº 906.

JOSÉ AUGUSTO MARTINS NETO, Soldado Atirador nº 1982/63, solteiro, filho de Rafael Augusto e Cacilda de Jesus Martins, natural da freguesia de Torre de Torrenho, concelho de Trancoso, faleceu em 16 de Dezembro de 1964 no Hospital Militar 241, vítima de acidente de viação. Foi inumado no Cemitério de, Campa nº 1281.

HUMBERTO DE JESUS JORGE, Soldado Atirador nº 2633/63, solteiro, filho de António Sacramento Borges e Augusta Martins, natural do lugar de Sobreda, freguesia de Morais, concelho de Macedo de Cavaleiros, faleceu em 30 de Maio de 1965 no Hospital Militar 241, em Bissau, vítima de doença. Foi inumado no Cemitério de Bissau, Campa nº 1727.

ANTÓNIO VIEIRA DOS REIS, Soldado Condutor Auto Rodas nº 2285/63, casado com Marinha Gomes Vieira, filho de Manuel Costa Reis e Rosalina Vieira da Luz, natural do lugar de Beire, freguesia de São João de Ver, concelho de Vila da Feira, faleceu em 19 de Outubro de 1965 no Hospital Militar Principal, em Lisboa, para onde tinha sido evacuado em 16 de Outubro de 1965, vítima de ferimentos em combate. Foi inumado no Cemitério de São João de Ver.

SIFA CÓ, Soldado Condutor Auto Rodas nº 278/63, casado com Judi Sasu, filho de Sasufini Cá e Omene Cá, natural da freguesia de Nossa Senhora da Candelária, concelho de Bissau, faleceu em28 de Dezembro de 1965 no Hospital Militar Principal, em Lisboa, vítima de acidente de viação na estrada de Bolama para o aeroporto em 24 de Dezembro de 1965. Foi inumado no Cemitério do Alto de S. João, em Lisboa.

Distinguiram-se e foram condecorados os seguintes militares:

FELIX RODRIGUES FERREIRA, 1º Cabo Artilharia, por acção praticada no dia 28 de Julho de 1964, foi condecorado com a medalha da Cruz de Guerra – 2ª Classe, conforme Ordem do Exército nº 22, IIIª Série de 1965.

FRANCISCO MATIAS BARÃO DA CUNHA, Capitão de Artilharia, por acção praticada no dia 27 de Junho de 1964, foi condecorado com a medalha da Cruz de Guerra 3ª Classe, conforme Ordem do Exército nº 20, IIª Série de 1966.

MOISES DA SILVA BASTO, 1º Cabo de Artilharia, por acção praticada no dia 28 de Novembro de 1965, foi condecorado com a medalha da Cruz de Guerra 3ª Classe, conforme Ordem do Exército nº 29, IIIª Série de 1966.

Companhia de Artilharia nº 643

Vai para a área de Gampará, em reforço do Batalhão de Caçadores nº 599, no período de 22 a 26 de Abril de 1964, seguindo, a 29 de Maio desse ano, para Mansabá, para tomar parte numa operação realizada pelo seu batalhão.

Foi deslocada, como unidade de reforço e para incrementar a actividade operacional, para o subsector de Bissorá em 8 de Junho de 1964. Assumiu a responsabilidade daquele subsector, em 8 de Junho de 1964, rendendo a CCAÇ 508, até ser rendida pela CCAÇ 1419, em 11 de Janeiro de 1966.

Em 12 de Janeiro de 1966, é transferida para Bissau para integrar o dispositivo de segurança e protecção de instalações e populações da área.

Tombaram em Campanha os seguintes militares:

ANTÓNIO EMILIO DE MELO, 1º Cabo Atirador nº 1788/63, solteiro, filho de Maria Helena de Melo, natural da freguesia de São João das Areias, concelho de Santa Comba Dão, faleceu em 16 de Agosto de 1964, vítima de ferimentos em combate em Bedanda. Foi inumado no Cemitério de, Campa nº 1055.

MANUEL BERNARDES, Soldado atirador nº 1952/62, solteiro, filho de Maria Esperança, natural da freguesia de Figueira de Lorvão, concelho de Penacova, faleceu em 7 de Novembro de 1964, no Hospital Militar 241, em Bissau, vítima de acidente, descarga eléctrica. Foi inumado no Cemitério de Bissau, Campa nº 1171.

Distinguiram-se e foram condecorados os seguintes militares:

ANTÓNIO LOPRES LOURENÇO, Alferes Miliciano de Infantaria, foi condecorado com a medalha da Cruz de Guerra 2ª Classe, conforme Ordem do Exército nº 21, IIª Série de 1966.

FRANCISCO MENDES MADEIRA, Soldado de Artilharia, foi condecorado com a medalha da Cruz de Guerra 4ª Classe, conforme Ordem do Exército nº 13, IIIª Série de 1966.

HELDER MARQUES DO CARMO ÁGUAS, Furriel Miliciano de Infantaria, foi condecorado com a medalha da Cruz de Guerra 3ª Classe, conforme Ordem do Exército nº 12, IIIª Série de 1966.

JOSÉ ANTÓNIO FERNANDES COELHO, 1º Cabo de Artilharia, foi condecorado com a medalha da Cruz de Guerra 4ª Classe, conforme Ordem do Exército nº 13, IIIª Série de 1966.

JOSÉ AUGUSTO DA SILVA MARQUES, Soldado de Artilharia, por acção praticada no dia 3 de Outubro de 1965, foi condecorado com a medalha da Cruz de Guerra 4ª Classe, conforme Ordem do Exército nº 13, IIIª Série de 1966.

RICARDO LOPES DA SILVEIRA, Capitão de Artilharia, foi condecorado com a medalha da Cruz de Guerra 3ª Classe, conforme Ordem do Exército nº 20, IIª Série de 1966.


Companhia de Artilharia nº 644

Depois de ter intervenção na área de Mansabá, no período de 13 de Abril a 4 de Maio de 1964, sob a orientação do Batalhão de Caçadores nº 512, regressa á área do seu batalhão, como unidade de reforço e para incrementar a actividade operacional, em 24 de Maio de 1964.

Em 15 de Agosto de 1964 foi substituída na guarnição de Mansabá pela CCAÇ 1421 e transferida para Mansoa, na qualidade de subunidade de intervenção e reserva, tendo efectuado operações nas regiões de Benifo e Sinre.

A 28 de Outubro de 1965, com a chegada da CART 1525, assume a responsabilidade do subsector de Mansoa, guarnecendo o destacamento de Cutia, e em 15 de Outubro de 1965, o destacamento de Encheia.

De 24 de Janeiro de a 4 de Fevereiro de 1966, troca, de novo, a posição com a CART 1486, até à chegada da CART 1525, após o que é deslocada para Bissau.

Tombaram em Campanha os seguintes militares:

MANUEL DA SILVA GAGO, 1º Cabo Radiotelegrafista nº 2409/63, solteiro, filho de Francisco da Cunha Gago e Maria Ascensão Silva, natural da freguesia e concelho do Fundão, faleceu em 15 de Agosto de 1965 vítima de acidente de viação na estrada de Mansabá – Mansoa, junto a esta localidade. Foi inumado no Cemitério de Bissau, Campa nº 1884.

LUIS CIRIACO JOSÉ VITORINO, 1º Cabo Condutor Auto Rodas nº 2203/63, solteiro, filho de Luís Fernando Vitorino e Maria José Vitorino, natural da freguesia e concelho de Faro, faleceu em 26 de Janeiro de 1965, vítima de ferimentos em combate. Foi inumado no Cemitério de Faro.


As Companhias de Artilharia nºs 642 e a 643 regressam à Metrópole em 27 de Janeiro e as restantes forças (CCS e CART 644) em 9 de Fevereiro de 1966.

(José Martins)

Texto: © José Martins (2009). Direitos reservados
Foto: © Carlos Vinhal (2009). Direitos reservados
_________
Notas de M.R.:

(*) Vd. outros postes do BART 645 em:

Vd. também o anterior poste desta série em:


(**) Informação adicional do Joaquim Mexia Alves, publicada sob a forma de comentário a este poste:


O Capitão de Artilharia Vítor Manuel da Ponte da Silva Marques foi mais tarde comandante da CART 3494, do BART 3873, Bambadinca, ao qual pertenci.

Tive com ele uma relação muito amiga e fiz com ele algumas viagens de Vila Nova de Gaia para Lisboa.

Era um homeme já com alguma idade para ser capitão e ao que sei chegou a estar preso na Índia quando da invasão.

Era um bom homem que andava sempre com uma espécie de bastão.

Foi substituído, salvo o erro, na CART 3494 pelo então Cap António Pereira da Costa, aqui também "atabancado".

Julgo eu que era o Cap Silva Marques que utilizava a expressão "salta-me a cabeça", e que depois o Cap Pereira da Costa continuou a utilizar.

Tinha um Alfa Romeo cheio de gadjets no interior, entre eles uma televisão. Estamos a falar de 1971, na Serra do Pilar.

Fico triste em saber que já faleceu.

Sempre me dei optimamente com ele e julgo que a sua companhia também tinha simpatia pelo Cap Silva Marques.

Abraço camarigo para todos

quarta-feira, 28 de maio de 2008

Guiné 63/74 - P2894: O Nosso Livro de Visitas (14): Carlos Brito, ex-Fur Mil Inf, BART 645 (Oio, 1964/66)

Mansabá> Memorial com os brasões das Unidades que por ali passaram. À esquerda, em baixo, o brasão do BART 645 (Águias Negras)


1. Em 10 de Janeiro de 2008 recebemos uma mensagem do nosso camarada Carlos Brito, de que estamos agora a dar conhecimento.


No vosso blogue pouco ou nada vi sobre o meu Batalhão - BART 645 (Águias Negras).

Para já uma correcção ao que disse o Artur Conceição: O BART 645 tinha como Comandante o Senhor Ten Cor António Braancamp Sobral e não o Ten Cor Henrique Calado (1).

Estivemos no Oio de meados de 1964 a Janeiro de 1966.

As nossas Companhias foram colocadas em:
CART 642 e 644 - Mansabá,
CART 643 - Bissorã:
CCS - Mansoa

Não viemos de lá envergonhados, mas sim frustados e com alguns apanhados.
Poucos mortos em combate.
Outras unidades estavam agregadas ao BART, destacadas em Olossato, Encheia e nas povoações que mencionei.
Todos foram bons!!

Carlos Brito
Ex-Fur Mil
CCS/BART 645


2. Em 27 de Maio foi endereçada resposta ao Carlos Brito

Caro Carlos Brito
Ao dar uma revisão ao correio mais antigo, deparei com esta tua mensagem.
Peço desculpa por só agora estar a responder, pois não tenho registo de o ter feito antes.

Na verdade não aparece nada do teu Batalhão no nosso Blogue, a não ser a referência que o Artur lhe faz e o anúncio do vosso Convívio ocorrido no dia 29 de Março passado que eu próprio tive ocasião de publicar.

Eu estive em Mansabá 22 meses, entre Abril de 1970 e Fevereiro de 1972 e lembro-me perfeitamente de ver o brasão do vosso Batalhão num memorial existente por lá.
Não sei se tu pertencenceste a alguma das Companhias que lá esteve.

Aproveito a ocasião para te convidar a aderires à nossa Tabanca Grande para que a história do teu Batalhão conste do nosso Blogue.

Com renovado pedido de desculpa, aguardo resposta tua.
O camarada
Carlos Vinhal

OBS:-Insiro foto tirada junto ao memorial das Unidades que passaram em Mansabá



3. Hoje mesmo recebemos esta mensagem do camarada Brito

Caro Carlos Vinhal,
Muito agradeço teres respondido ao meu mail.
Só depois de o mandar é que me apercebi que, ao tentar corrigir o vosso blogue, não tinha feito as coisas segundo as regras.

Sobre o meu batalhao - BART 645 (Águias Negras) de facto nada aparece à nossa permanência, numa das duas zonas quentes (a outra era a ilha do Como). Acaba por passar à história, como sendo um período de férias. Tal não é verdade!

O BART 645 teve uma intensa actividade operacional, até ser atingido pelo mal chamado frustração.

Em 1964 e 1965, posso dizer-te que praticamente só dois batalhões eram operacionais, o nosso e o BCAV 490.

Muitos dos meus camaradas foram condecorados e também nada encontrei no vosso blogue.

Em Mansabá estiveram as CART 642 e 644, em Bissorã a 643 e em Mansoa a 645 (CCS), daí a teres encontrado o nosso distintivo.

Sabes, nós fomos o primeiro batalhão a ostentar no ombro o emblema da Unidade. Éramos todos Àguias Negras só a côr de fundo variava, a 642 com fundo verde a 643 com azul, a 644 com vermelho e a CCS amarelo, por isso logo que desembarcámos em Bissau, passámos a ser também conhecidos pelo batalhão das tabuletas.

A Mansabá só fui três vezes.
Numa delas fui até Manhau. Não fiquei com saudade!!

Nesses anos, nós pensávamos que eramos os melhores. Nós tinhamos capturado muito material, a primeira MP 12.7, só duma vez 77 PM Thompson, RPG 7, PPSh, minas e muito mais que não me recordo. Sobre este ponto eu gostaria que os meus camaradas se pronunciassem todavia parece que eles preferem esquecer.

Todas as Unidades que estiveram no Batalhão, que não eram genuínos Águias, também foram extremamente esforçadas.

Na verdade, nós fomos uma geração que lutou por ideal impossível de alcançar.

Não tens que me pedir desculpa, eu é que agradeço. Tu, Luís Graça e Briote, fazem aquilo que deve ser feito - não apagar a nossa História.

Vai uma bazzoka???

Abraço,
Carlos Brito
Ex-Fur Mil Inf
CCS/BART 645


4. Comentário de Carlos Vinhal

Caro Carlos, ficamos agradados pela tua resposta imediata e por nos desculpares este silêncio de alguns meses.

Queremos repetir o repto para aderires à nossa Tabanca Grande e contares a história do teu Batalhão, pois não podes permitir esta lacuna no nosso Blogue.

Todos somos poucos para deixarmos feita a resenha da guerra na Guiné contada por quem a viveu.

Recebe um abraço da tertúlia com desejos de muita saúde e boa vida por terras da Alemanha.
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Nota de CV:

(1) - Vd poste de 8 de Dezembro de 2007> Guiné 63/74 - P2335: A trágica morte do Cap Rui Romero: 10 de Julho de 1966, dia de correio (Artur Conceição)