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sábado, 22 de novembro de 2025

Guiné 61/74 - P27450: Cerimónia Comemorativa do 107.º Aniversário do Armistício da Grande Guerra e 51.º Aniversário do Fim da Guerra do Ultramar, 18 de novembro de 2025: Simbolismo das coroas de flores depositadas no Monumento aos Combatentes do Ultramar (Luís Graça ) - II (e última) Parte


Foto nº 1 > Coroas de flores no Monumento aos Combatentes do Ultramar: ao centro, em cima da passadeira vermelha, a coroa do Ministério da Defesa Nacional. (De acordo com o protocolo, a coroa da entidade de maior precedência costuma ficar mais ao centro ou num lugar destacado, sendo as restantes organizadas simetricamente a partir desse eixo.)


Foto nº 2 > Coroas de flores no Monumento aos Combatentes do Ultramar (2): da esquerda para a direto, em segundo plano, a coroa das Forças Armadas Portuguesas, e em terceiro plano as dos ramos (Marinah e Força Aérea), seguida da GNR e em quario plano, sem suporte metálico, a da Associaçáo Nacional dos Prisioneiros de Guerra

 

Foto nº  3 > Coroas de flores no Monumento aos Combatentes do Ultramar (3): destaque para a coroa do Ministério da Defesa Naciona, em primeiro plano, alinhada com a passadeira vermelha


Foto nº 4 > Coroas de flores no Monumento aos Combatentes do Ultramar (4): em segundo plano. as coroas dos Deputados da Comissão de Defesa da Assembleia Nacional, Exército Português,  Liga dos Combatentes, Grupo de Adidos Militares Estrangeiros Acreditados em Portugal, Cruz Vermelha Portuguesa (CVP). Embaixada de França, Amicale des Anciens Combattants et Militaires Français au Portugal (AACMFP)  / Associação dos Veteranos e Militares Franceses em Portugal

Lisboa > Belém> Forte do Bom Sucesso > 18 de novembro de 2025 > 10h00 > Cerimónia Comemorativa do 107.º Aniversário do Armistício da Grande Guerra e 51.º Aniversário do Fim da Guerra do Ultramar, Coroas de flores junto ao Monumento aos Combatentes do Ultramar

Fotos (e legendas): © Luís Graça  (2025). Todos os direitos reservados. (Edição e legendagem: Bogue Luís Graça & Camaradas da Guiné)

1. Confesso que não tenho a cultura castrense do meu amigo, camarada e colaborador permanente  do blogue, o José Martins, que esse é que devia estar aqui a falar, de cátedra, sobre estas matérias (Honras Fúnebres, Honras Militares, Liga dos Combatentes...). Também esteve ao meu lado, nesta cerimómia, tendo os dois sido condecorados pela Liga dos Combatentes. 

Eu, confesso, não sou especialista neste assunto, que remete para a  Ordem de Precedência do Estado e o Regulamento de Honras Militares. Mas também não gosto de fazer a figura do boi a olhar para um palácio...Daí ter perdido algum tempo para saber algo mais e poder legendar as fotos  que tirei. Espero que a informação reunida possa ter algum interesse para os nossos leitores.


2. Protocolo e disposição espacial das coroas de flores fúnebres nas homenagens aos mortos da guerra do ultramar

Nas cerimónias militares e de Estado em Portugal existe um protocolo rigoroso para a disposição das coroas de flores, especialmente em locais solenes como o Monumento aos Combatentes do Ultramar, em Belém (como mostram as fotos acima).

A disposição e a ordem de deposição das coroas de flores no Monumento aos Combatentes da Guerra do Ultramar obedece a uma lógica estrita de hierarquia institucional e precedência, de acordo com o protocolo de Estado e das Forças Armadas em Portugal.

A lógica protocolar visa garantir que a homenagem reflete, visual e cerimonialmente, a estrutura de autoridade do Estado e a importância dos organismos que prestam tributo.

Nas cerimónias fúnebres de combatentes e figuras militares em Portugal, o protocolo é muito rigoroso, sendo regulado por documentos como o Regulamento de Continências e Honras Militares (RCHM) e despachos específicos

(i) Honras fúnebres militares

  • Bandeira Nacional: os Antigos Combatentes têm o direito a ser velados com a Bandeira Nacional; o  protocolo define a forma como a bandeira cobre o féretro, geralmente com o vermelho virado para a frente e o verde sobre a cabeça do falecido 
  • Laço Preto: é comum o uso de laço preto na lança do Estandarte Nacional, do Guião, da flâmula e, por vezes, do Estandarte da Força/Unidade, como sinal de luto
  • Continências: militares uniformizados prestam a continência e executam o movimento de funeral-arma à passagem do féretro
  • Força de Honra: a presença de uma Guarda de Honra (com efetivo mínimo de pelotão) é protocolar, prestando honras com toques de sentido e apresentar armas, frequentemente acompanhados pelo Hino Nacional.

(ii) Disposição espacial das coroas


Embora as normas não especifiquem a disposição de cada coroa, em cerimónias públicas (como as Honras de Estado ou no Monumento aos Combatentes do Ultramar, por exemplo), observa-se:
  • Coroa Oficial do Estado/Presidência/Forças Armadas: geralmente é a mais destacada, colocada numa posição central e de maior visibilidade junto ao féretro ou monumento;  é comum ser uma coroa de louros;
  • Coroas de Entidades Militares/Associações de Combatentes: têm uma prioridade e posição de destaque em relação às coroas de indivíduos;
  • Coroas Privadas: são dispostas em redor do local da homenagem, muitas vezes de forma simétrica e ordeira, respeitando a hierarquia das homenagens oficiais;
  • Faixas: acompanham as coroas e são essenciais, identificando o doador (Exemplo: "Presidente da República", "Assembleia Nacional",  "Exército Português",  "Liga dos  Combatentes") e têm de ser visíveis para reconhecimento da entidade que presta a homenagem.
O conjunto destes elementos (a forma circular ou de louros, as flores brancas e vermelhas, e o protocolo militar...) servem para criar um ritual público que não só expressa luto, mas sobretudo reverência, honra e gratidão pelo sacrifício e serviço prestado à Nação.

(iii) Hierarquia da deposição e disposição das coroas

A ordem pela qual as coroas são depositadas, e que se traduz na sua disposição espacial junto ao monumento, segue a hierarquia das entidades que representam. Quanto mais alta a posição institucional, mais próxima do centro do monumento e mais proeminente será a coroa.

  • O ponto central e a coroa do Estado

O foco da homenagem é o Túmulo do Soldado Desconhecido (que oficialmente está situado na Sala do Capítulo do Mosteiro da Batalha, ao que li); aqui no Monumento aos Combatentes do Ultramar, a centralidade é a "chama da Pátria". 

A coroa mais importante e central é sempre a do Estado Português, colocada pela mais alta autoridade presente (neste caso, que as fotos documentam, é o Ministério da Defesa Nacional):  

Coroa Presidencial: é depositada pelo Presidente da República (na sua qualidade de Comandante Supremo das Forças Armadas) ou por um seu representante; esta é a primeira e mais proeminente coroa, simbolizando a homenagem de toda a Nação; é comum que seja uma Coroa de Louros, que representa a Honra e a Glória militar; nesta cxerimónia de 18 de novembro passado, não houve presença do Chefe de Estado, por razões de agenda,.

  • A hierarquia das soberanias e do governo

Após a homenagem do Chefe de Estado, seguem-se as restantes entidades de soberania, por ordem de precedência:

Coroas do Governo e Parlamento: entidades como o Presidente da Assembleia da República e o Primeiro-Ministro (ou o Ministro da Defesa Nacional em representação do Governo) depositam as suas coroas a seguir.

  •  A cúpula militar (Forças Armadas)

As Forças Armadas seguem a sua própria hierarquia institucional:

Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas (CEMGFA): o responsável máximo pela cúpula militar deposita a coroa em nome das Forças Armadas Portuguesas;M

Chefes de Estado-Maior dos Ramos: seguem-se os Chefes de Estado-Maior da Armada, do Exército e da Força Aérea, por essa ordem; cada um representa a homenagem do respetivo ramo.

  • Entidades externas e associações

Finalmente, são depositadas as homenagens de outras entidades, seguindo uma ordem definida:

Representações Estrangeiras: embaixadores ou adidos militares estrangeiros depositam coroas em nome dos seus países; a ordem segue o protocolo diplomático (antiguidade do embaixador ou ordem alfabética do país);

Associações de Combatentes: as organizações representativas dos Antigos Combatentes, como a Liga dos Combatentes ou a ADFA - Associação dos Deficienets das Forças Armadas, depositam as suas coroas com grande significado emocional e simbólico;

Outras entidades: entidades públicas (municípios, Cruz Vermelha, etc.) ou privadas, por ordem estabelecida no guião cerimonial.

Em resumo,  a posição das coroas segue a hierarquia das entidades que as depositam. Tipicamente:
  • Presidência da República
  • Assembleia da República
  • Governo — especialmente o Ministério da Defesa Nacional
  • Chefias militares
  • Estado-Maior-General das Forças Armadas
  • Exército
  • Marinha
  • Força Aérea
  • Liga dos Combatentes
  • Associações de veteranos ou unidades militares
  • Outras entidades oficiais ou diplomáticas
Este rigor protocolar garante que a homenagem pública seja conduzida com a máxima dignidade e respeito pela memória dos que "morreram ao serviço da Pátria"

(iv) Simbologia da coroa oficial

No contexto de honras militares, a coroa não é apenas um arranjo floral, mas um símbolo de sacrifício e vitória.

  • Coroa de Louros: é o elemento mais significativo. A coroa do Estado e de outras entidades militares de topo é muitas vezes feita com louros (frescos ou folheados) e pode incluir sempre-vivas (símbolo de resistência e eternidade) e, por vezes, um laço com as cores nacionais, em vez de um arranjo floral composto apenas por flores;

  • Posicionamento: no final, a disposição física no plano do monumento cria um cone de reverência, onde as coroas mais importantes estão dispostas mais próximas do eixo central do túmulo, e as restantes a partir desse ponto, em ordem decrescente de importância hierárquica.

(v) Simetria e representação formal


  As coroas, como se vê nas fotos acima, apresentam muitas vezes:
  • Símbolos heráldicos (armas dos ramos das Forças Armadas, brasões, distintivos de unidades);
  • Cores institucionais:
  • Formatos circulares ou em escudo, conforme a tradição militar

Esta iconografia ajuda a identificar rapidamente a entidade que presta homenagem.

(vi) Distância e alinhamento

As coroas são colocadas:
  • em suportes metálicos padronizados,
  • afastadas por intervalos regulares,
  • geralmente de frente para o monumento e alinhadas ao longo do tapete vermelho, por onde passam as autoridades.
 
(vii) Protocolo cerimonial

Durante o ato:
  • a deposição segue a ordem oficial das entidades;
  • a guarda de honra e a banda militar acompanham o momento.
  • depois da deposição, segue-se o toque de silêncio e, por vezes, a homenagem aos mortos.
 (viii) Fontes oficiais e protocolos

A lógica de disposição das coroas segue estritamente a Ordem de Precedência do Estado e o Regulamento de Honras Militares.

  • Regulamento de Continências e Honras Militares (RCHM)

Este é o diploma legal que estabelece a ordem e a forma das honras militares. Embora não especifique a disposição exata de cada coroa, define a hierarquia das entidades que presidem ou são homenageadas, o que se traduz diretamente na ordem de deposição das coroas e, consequentemente, na sua disposição espacial (as mais altas autoridades e símbolos da pátria têm a primazia).

Fonte Primária: Decreto-Lei n.º 331/80 (Regulamento de Continências e Honras Militares) e alterações subsequentes, que definem a precedência para fins de continências e honras militares  

Esta lei determina a ordem hierárquica das Altas Entidades, que é a base para a sequência em que são chamadas a prestar homenagem (colocar a coroa).

Fonte Primária: Lei das Precedências do Protocolo do Estado Português (que estabelece a ordem do Presidente da República, Presidente da Assembleia, Primeiro-Ministro, Chefes Militares, etc.); esta ordem é crucial para saber quem deposita primeiro e quem fica mais próximo do Túmulo do Soldado Desconhecido.

  • Prática Protocolar Observada em Cerimónias Oficiais

A execução prática da disposição das coroas é documentada e observada nas cerimónias públicas realizadas no local, muitas vezes divulgadas pelos gabinetes das entidades ou pela Liga dos Combatentes:

Fontes Secundárias (Observação): Comunicações da Presidência da República e da Liga dos Combatentes sobre as cerimónias do Dia Nacional do Combatente, Dia do Armistício e outras;. estes relatórios confirmam que o Presidente da República e as autoridades militares de topo presidem e iniciam a homenagem.

Em resumo, a lógica é baseada na Lei (que define a hierarquia institucional) e no Regulamento Militar (que define as honras devidas a cada entidade).


Pesquisa LG + Net + IA (ChatGPT, Gemini)
(Condensação, revisão / fixação de texto, negritos e itálicos: LG)
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sexta-feira, 21 de novembro de 2025

Guiné 61/74 - P27447: Cerimónia Comemorativa do 107.º Aniversário do Armistício da Grande Guerra e 51.º Aniversário do Fim da Guerra do Ultramar, 18 de novembro de 2025: Simbolismo das coroas de flores depositadas no Monumento aos Combatentes do Ulramar (Luís Graça ) - Parte I


Foto nº 1 > Ministério da Defesa Nacional


Foto nº 2 : Forças Armadas de Portugal


Foto nº 3 > Força Aérea Portuguesa


Foto nº 4 > Marinha Portuguesa



Foto nº 5 > Exército Portuguès


Foto nº 6 > Deputados da Comissão de Defesa da Assembleia Nacional


Foto nº  7 > Guarda Nacional Republicana (GNR)



Foto  nº 8  > Liga dos Combatentes 



Foto nº 9 > Grupo de Adidos Militares Estrangeiros Acreditados em Portugal


Foto nº 10 > Ambassade de France au Portugal / Embaixada de França em Portugal


Foto nº 11 > Cruz Vermelha Portuguesa (CVP)



Foto nº 12  > Associação Nacional dos Prisioneiros de Guerra


Foto nº 13 > Amicale des Anciens Combattants et Militaires Français au Portugal (AACMFP)  / Associação dos Veteranos e Militares Franceses em Portugal


Figura nº 14 > Associação dos Deficientes das Forças Armadas (?)


Foto nº 15 > Coroas de flores no Monumento aos Combatentes do Ultramar (1)


Foto nº 16 > Coroas de flores no Monumento aos Combatentes do Ultramar (2)


Foto nº  17 > Coroas de flores no Monumento aos Combatentes do Ultramar (3)


Foto nº 18 > Coroas de flores no Monumento aos Combatentes do Ultramar (4)

Lisboa > Belém> Forte do Bom Sucesso > 18 de novembro de 2025 > 10h00 > Cerimónia Comemorativa do 107.º Aniversário do Armistício da Grande Guerra e 51.º Aniversário do Fim da Guerra do Ultramar, Coroas de flores junto ao Monumento aos Combatentes do Ultramar

Fotos (e legendas): © Luís Graça  (2025). Todos os direitos reservados. (Edição e legendagem: Bogue Luís Graça & Camaradas da Guiné)


1. Fui, como convidado, e pela primeira vez (que me lembre!), participar numa cerimónia comemorativa do fim de uma guerra, aliás duas, a da I Grande Guerra (1914/18)  e a da Guerra do Ultramar (1961/74),  organizada pela centenária Liga dos Combatentes (LC).

A cerimónia decorreu entre as 10h00 e as 12h30 do passado dia 18 de novembro. Tendo chegado um pouco mais cedo, pus-me a observar e a fotografar as coroas de flores (mais de uma dúzia) colocadas na base  do Monumento aos Combatentes do Ultramar, localizado junto ao Forte do Bom Sucesso, em Belém, Lisboa. Ao centro, e alinhada com a "passadeira vermelha" para os VIP, estava a coroa do Ministério da Defesa Nacional, organizador do evento em conjunto com a Liga dos Combatentes. A cerimónia foi presidida, se não erro, pelo Chefe do Estado Maior General das Forças Armadas.

Por (de)formação profissional, gosto de pôr a mim próprio, mentalmente,  questões sobre o que vejo ou apreendo: o quê, onde, quando, como, porquê, por quem e para quem... 

De entre as formas de homenagem aos combatentes mortos nas guerras avulta a tradicional  deposição de coroas de flores funerárias. De repente intrigou-me a forma,  as cores e o tipo de flores das coroas funerárias, bem como a sua disposição espacial, na base do monumento, e em torno de um tapete vermelho por onde circulariam depois os representantes das entidades oficiais. 

Ora tudo isso não acontecia por acaso. Quis saber o simbolismo e o significado profundo que tem o uso das coroas de flores  na nossa cultura e na nossa sociedade, em cerimónias como estas em que se homenageiam os mortos caídos pela Pátria.

Com a ajuda das ferramentas de IA (ChatGPT e Gemini) e outras consultas na Net, fui respondendo a algumas das minhas questões. Para já fiquemos pela primeira parte: cores e espécies de flores, forma e estrutura das coroas. 

Numa segundo poste, falaremos da ordenação espacial das coroas das flores, que devem obedecer a um protocolo institucional. (A tropa tem horror ao  vazio e ao improviso, embora na Guiné, em teatro de guerra,  nos mandasse "desenrascar"...)


1. Têm um simbolismo que vai muito além da estética: representam memória, valores, emoção e, em última análise, a forma como uma sociedade encara o sacrifício (supremo) dos seus soldados. O uso de coroas funerárias remonta à Antiguidade Clássica, Greco-Romana. Afinal, já fomos escravos e colonizados pelos romanos.  (Não sabemos a língua que falava o nosso Viriato.)

Embora cada cultura possa ter nuances próprias, há alguns sentidos amplamente reconhecidos para as cores:

(i) Vermelho=sacrifício, coragem, heroísmo e sangue derramado

O vermelho é uma das cores mais usadas, sobretudo em rosas, cravos, antúrios, gerberas Representa:
  • o sangue derramado pelos combatentes;
  • a nobreza;
  • a coragem no campo de batalha;
  • a lembrança viva do sacrifício;
  • amor eterno e admiração.

É por isso tão comum no Dia do Armistício, no 10 de Junho, no Dia da Memória e outras efemérides, em vários países.

(ii) Branco=paz, pureza, reverência, e respeito


É cor mais comum, simbolizando:
  • o desejo de paz duradoura após o conflito;
  • a pureza das intenções dos combatentes;
  • luto e reverência.

É uma forma de homenagear não só quem morrer, mas também a esperança de que os infaustos eventos, como a guerra (incluindo a guerra civil), não se repitam.

(iii) Amarelo=lembrança e esperança

Em algumas culturas, o amarelo representa:
  • lembrança perene;
  • esperança na reunião espiritual;
  • luz e eternidade.
Já o amarelo, na sua forma dourada (amarelo-ouro), é um símbolo forte de nobreza, riqueza, sucesso e poder, reforçando a ideia de glória e eternidade.

(iv) Roxo=luto profundo e espiritualidade

O roxo, poço usado em arranjos florais, está muitas vezes associado a:
  • cerimónias mais solenes;
  • respeito espiritual;
  • reflexão sobre a morte e o seu significado;
  • luto.

2. Porque se usam flores em homenagens fúnebres ?


Para além das cores, as próprias flores têm um profundo significado:
  • são símbolos de vida, beleza e fragilidade;
  • lembram-nos que a vida dos combatentes foi preciosa e efémera; 
  • representam a continuidade, a passagem de testemunho, a partilha;
  • mesmo após a morte, a memória floresce; e a vida renasce;
  • criam um momento de beleza num contexto doloroso, um gesto de humanidade face à brutalidade da guerra e do sacrifício da própria vida,

O sentido mais profundo: no fundo, estas cores não são apenas  um elemento meramente decorativo; são signos, são uma linguagem simbólica que permite expressar:
  • respeito e gratidão;
  • memória coletiva;
  • humanização do luto;
  • compromisso com a vida, com a liberdade e com a paz.

É uma forma silenciosa, mas poderosa, de dizer que os mortos não ficam "inumados na vala comum do esquecimento" (como gostamos de dizer na Tabanca Grande) e que o seu sacrifício tem significado na história das famílias, dos grupos, da comunidade, do País.

 3. As cores usadas nas cerimónias e flores não são apenas escolhas simbólicas tradicionais, mas também refletem frequentemente as cores dos brasões e insígnias das entidades que prestam a homenagem (chefe de estado, assembleia da república, governo, forças armadas, associações de combatentes...). E isso acrescenta um significado institucional e histórico muito forte.

(i) Representação institucional

Quando o exército, o governo, as ligas de combatentes, embaixadas ou outras entidades colocam coroas ou arranjos florais, é comum que:
  • escolham as cores do seu próprio brasão oi insígnias;
  • usem as cores da bandeira nacional;
  • ou combinem ambas.

Isto serve para:
  • mostrar que a homenagem não é apenas pessoal, mas oficial e coletiva, institucional;
  • marcar que a entidade assume publicamente a memória dos seus combatentes;
  • dar continuidade a uma tradição cerimonial formal.

 (ii) Identidade e continuidade histórica

A utilização das cores dos brasões reforça o vínculo entre:
  • os combatentes homenageados;
  • a instituição ou a arma a que pertenciam (exército, marinha, força aérea):
  • e a história da própria instituição ou da arma.

Por exemplo: o Exército pode usar o verde e vermelho (cores nacionais) ou detalhes dourados e pretos das suas insígnias; a  Liga dos Combatentes utiliza as cores do seu emblema, reforçando a missão de preservar a memória; embaixadas estrangeiras  usam frequentemente as cores da bandeira do país que representam, simbolizando respeito internacional.

(iii) Um gesto simbólico e protocolar

Ao usar as cores dos brasões:
  • reforça-se a ideia de que os combatentes não foram esquecidos pela Pátria;
  • mostra-se a unidade entre Estado, instituições militares e sociedade civil, incluindo associações de veteranos;
  • cumpre-se o protocolo cerimonial militar e diplomático.

(iv) Complemento ao simbolismo emocional das flores

Assim, há dois níveis de significado:
  • emocional e universal; cores que expressam luto, sacrifício, paz e memória;
  • institucional e histórico: cores dos brasões que reforçam a identidade e a responsabilidade da entidade homenageante.
Ambos se complementam para criar uma homenagem mais completa e cheia de significado.


4. Mas não são apenas as cores, mas também as formas e a estrutura das coroas que carregam simbolismo. Em cerimónias militares e de Estado, a forma da coroa ou arranjo floral transmite mensagens subtis, ligadas à tradição, ao protocolo e à identidade da entidade que presta homenagem. Muitas vezes estas coroas são extremamente elaboradas e visualmente muito atrativas, porque representam não só o luto, mas também a honra, a hierarquia e a memória colectiva.


(i) Formas geométricas com significado

As coroas podem ser circulares, ovais, em escudo, em coração, em cruz ou mesmo em arranjos verticais.

 Círculo= eternidade e continuidade

A coroa circular: é a forma mais tradicional e o símbolo primordial da eternidade e da imortalidade da alma e da memória:

  • simboliza a vida eterna, ou o eterno retorno;
  • representa a memória que não tem início nem fim;
  • transmite a ideia de unidade nacional e de solidariedade intergeracional.

Coroa de louros=honra, vitória e glória

Variante da coroa circular, a coroa de louros é um símbolo clássico de honra, vitória e glória, remontando ao mito de Apolo e Dafne, e sendo historicamente associada a conquistas e estatuto elevado; é frequentemente usada em homenagens a militares e figuras de Estado em Portugal.

Forma de escudo=honra militar

Algumas coroas são feitas à maneira de um brasão ou escudo militar:
  • reforçam a ligação ao corpo ou Ramo das Forças Armadas;
  • simbolizam proteção e bravura;
  • recordam que o combatente serviu uma instituição com identidade própria.

 Formas religiosas (cruz, palma, espiga)
  • usadas sobretudo por entidades com tradição cristã;
  • simbolizam fé, sacrifício e esperança na vida espiritual, ressurreição;
  • muito usadas por governos ou associações que seguem protocolos históricos.
Outras formas, como o  Coração (amor profundo e afeição) também podem ser usadas, embora a forma circular ou de louros seja mais prevalente em cerimónias públicas militares.


(ii)   Coroas elaboradas com detalhe e complexidade

As coroas mais ornamentadas aparecem geralmente quando:
  • a entidade é de alto nível (Presidente da República, Governo, Chefes militares, Embaixadas);
  • a cerimónia é oficial ou de Estado;
  • o local é de grande significado (Túmulo do Soldado Desconhecido, Mosteiro da Batalha ou  dos Jerónimos, Monumento aos Combatentes do Ultramar, campos de batalha, cemitérios militares, outros monumentos nacionais).

Estas coroas:
  • reforçam a solenidade;
  • representam a dignidade do cargo que presta homenagem;
  • procuram traduzir visualmente o respeito máximo.

(iii) Elementos específicos que acrescentam significado:

Muitas coroas possuem detalhes que parecem apenas decorativos, mas não são:

 Fitas com inscrições

Contêm:
  • nome da instituição;
  • palavras como “Homenagem”, “Glória”, “Honra”, “Memória”;
  • cores da bandeira ou brasão ou insígnia da entidade.

Ramos de louro ou oliveira

Muito usados em coroas militares:
  • o louro simboliza vitória e honra;
  • a oliveira simboliza paz e reconciliação.
 Outras flores e folhagens (verdura) 

  • por exemplo,  o verde (folhagens): representa renovação e esperança;

  • as flores podem ser escolhidas, para além da sazonalidade,  pelos seus significados simbólicos, que se adaptam ao contexto de homenagem a um combatente.

 
 Elementos dourados ou metálicos

Reforçam:
  • a solenidade;
  • o carácter oficial;
  • a antiguidade histórica da instituição.

 (iv)  O significado mais profundo das formas elaboradas

No fundo, a forma da coroa é uma linguagem simbólica, tão importante quanto as palavras proferidas no discurso de homenagem. Cada forma e detalhe transmite a mensagem de que:
  • o combatente é lembrado com identidade, respeito e história;
  • a sua morte não é apenas um facto individual, mas um elemento da memória coletiva do país;
  • a homenagem é proporcional à importância do sacrifício.

5. Simbolismo das coroas funerárias (síntese)

ElementoSignificado
comum
Contexto militar/Honra
LouroVitória, Honra, GlóriaEssencial em coroas militares, simboliza o triunfo e o sacrifício; remonta ao mito de Apolo e Dafne
Sempre-
-Vivas
Força, Resistência, Memória EternaRepresentam a permanência da memória e a resistência do espírito 
Carvalho (Folhas)Sabedoria, Força, RobustezAssociado a Zeus (na mitologia helénica) ,  simbolizando a resiliência
Rosas
Brancas
Reverência, Respeito, Pureza, PazA escolha clássica para expressar respeito profundo e paz espiritual 
Rosas VermelhasAmor, Respeito, Coragem, SacrifícioSimboliza o amor profundo e a coragem, especialmente relevante para um combatente 
Lírios
Brancos
Pureza, Tranquilidade, Paz EspiritualUsados para transmitir serenidade e a renovação da alma / espírito
Crisân-
temos
Luto e Homenagem (em muitas culturas)Usados tradicionalmente em funerais, simbolizam a nobreza da alma / espírito

  (Continua)


Pesquisa LG + Net + IA (ChatGPT, Gemini) 
(Condensação, revisão / fixação de texto, negritos e itálicos: LG)

segunda-feira, 17 de novembro de 2025

Guiné 61/74 - P27434: Lembrete (54): Cerimónia Comemorativa do 107.º Aniversário do Armistício da Grande Guerra e 51.º Aniversário do fim da Guerra do Ultramar, que se realiza amanhã, dia 18 de novembro, pelas 10h00, no Forte do Bom Sucesso, em Belém, Lisboa. Durante a cerimónia o nosso Editor Luís Graça será agraciado com a Medalha de Honra ao Mérito, grau Ouro, da Liga dos Combatentes


DIA DO ARMISTÍCIO

18 DE NOVEMBRO DE 2025

CONVITE DA LIGA DOS COMBATENTES

O Presidente da Liga dos Combatentes, Tenente-general Joaquim Chito Rodrigues, tem a honra de convidar V. Ex.ª para a cerimónia Comemorativa do 107.º Aniversário do Armistício da Grande Guerra e 51.º Aniversário do fim da Guerra do Ultramar, que se realiza no dia 18 de novembro de 2025, pelas 10h00, no Forte do Bom Sucesso, em Belém, Lisboa

********************

Embora a cerimónia seja aberta ao público (e em especial a todos os antigos combatentes), este convite foi expressamente enviado ao nosso editorLuís Graça, em nome do Tenente-general Joaquim Chito Rodrigues, Presidente da Liga dos Combatentes, na medida em que o nosso editor Luís Graça será agraciado com a Medalha de Ouro ao Mérito, Grau Ouro, da Liga dos Combatentes, pelo trabalho desenvolvido neste Blogue, sítio único da Web dedicado exclusivamente aos Antigos Combatentes da Guiné.

Lembramos que o nosso editor aceitou a distinção, com a ressalva de que, a haver mérito pessoal no seu trabalho em prol da salvaguarda e divulgação das memórias dos antigos combatentes, ele tem de ser também associado a um vasto coletivo, que são todos os editores, colaboradores permanentes, autores, comentadores e outros que desde 2004 produzem, diariamente, o blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné.

quinta-feira, 6 de novembro de 2025

Guiné 61/74 - P27392: Efemérides (471): Convite do Presidente da Liga dos Combatentes, Tenente-general Joaquim Chito Rodrigues, para a cerimónia Comemorativa do 107.º Aniversário do Armistício da Grande Guerra e 51.º Aniversário do fim da Guerra do Ultramar, que se realiza no dia 18 de novembro de 2025, pelas 10h00, no Forte do Bom Sucesso, em Belém, Lisboa, durante a qual será condecorado, com a Medalha de Honra ao Mérito, grau Ouro, da Liga dos Combatentes, o nosso editor Luís Graça


DIA DO ARMISTÍCIO

18 DE NOVEMBRO DE 2025
Convite

O Presidente da Liga dos Combatentes, Tenente-general Joaquim Chito Rodrigues, tem a honra de convidar V. Ex.ª para a cerimónia Comemorativa do 107.º Aniversário do Armistício da Grande Guerra e 51.º Aniversário do fim da Guerra do Ultramar, que se realiza no dia 18 de novembro de 2025, pelas 10h00, no Forte do Bom Sucesso, em Belém, Lisboa


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Nota do editor CV:

Embora a cerimónia seja aberta ao público (e em especial a todos os antigos combatentes), este convite foi expressamente enviado ao nosso editor Luís Graça, em nome do tenente-general Joaquim Chito Rodrigues, presidente da Liga dos Combatentes.

Em contacto telefónico prévio do secretário geral da Liga, cor Faustino Hilário, o nosso editor foi informado que fora escolhido para, no decurso daquela cerimónia, ser condecorado com uma medalha da Liga por bons serviços prestados à causa dos antigos combatentes.

O nosso editor aceita a distinção, com a ressalva de que, a haver mérito pessoal no seu trabalho em prol da salvaguarda e divulgação das memórias dos antigos combatentes, ele tem de ser também associado a um vasto coletivo, que são todos os editores, colaboradores permanentes, autores, comentadores e outros que desde 2004 produzem, diariamente, o blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné.

O blogue não tem, naturalmente, o estatuto jurídico de pessoa coletiva.
 

domingo, 2 de novembro de 2025

Guiné 61/74 - P27378: Efemérides (470): Romagem aos Talhões existentes no Cemitério n.º 1 de Leça da Palmeira e Cemitério de Sendim de Matosinhos para homenagear os matosinhenses caídos na guerra do ultramar (Carlos Vinhal)

Realizou-se no Dia de Finados uma romagem aos nossos talhões existentes nos cemitérios de Leça da Palmeira e de Matosinhos (Sendim), onde foram homenageados os matosinhenses que tombaram pela Pátria.

A cerimónia teve o seu início no talhão do cemitério de Leça da Palmeira, pelas 10h30, com a deposição de uma coroa de flores, seguindo-se o toque de homenagem aos mortos e uma evocação religiosa pelo Diácono Raul Borges.

Em Matosinhos, no cemitério de Sendim, pelas 11h15, depôs-se uma coroa de flores no Talhão, a que se seguiu o toque de homenagem aos mortos e foi lida a prece do Exército.

Posteriormente, no mesmo cemitério, os participantes dirigiram-se para o Memorial aos 70 Combatentes Mortos na Guerra do Ultramar, onde se procedeu à deposição de uma coroa de flores, seguindo-se o toque de homenagem aos mortos e a leitura da prece do Exército.

Os toques nas cerimónias foram executados por um elemento da Fanfarra dos Bombeiros Voluntários de Matosinhos-Leça da Palmeira. Estiveram presentes nas cerimónias a Presidente da Câmara de Matosinhos, Dra. Luísa Salgueiro, os Presidentes das Juntas de Leça da Palmeira e de Matosinhos, respetivamente o Dr. Plácido Santos e o Sr. Paulo de Carvalho, membros dos Órgãos Sociais, muitos sócios, combatentes e familiares e público em geral.

Leça da Palmeira > Cemitério n.º 1 > Talhão da Liga dos Combatentes
Guarda de Honra composta por Antigos Combatentes > Vista parcial
Momento da deposição de uma coroa de flores no Talhão > Tenente-Coronel Armando Costa, Liga dos Combatentes; Dra. Luísa Salgueiro, Presidente da Câmara Municipal de Matosinhos e Dr. Plácido Santos, Presidente da Junta de Freguesia de Matosinhos.
Momento religioso a cargo do Diácono Raul Borges, também ele um Antigo Combatente

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Matosinhos > Cemitério de Sendim > Talhão da Liga dos Combatentes
Guarda de Honra composta por Antigos Combatentes > Vista parcial
Momento da deposição de uma coroa de flores no Talhão > Em primeiro plano o senhor Paulo Carvalho, Presidente da Junta de Freguesia de Matosinhos

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Cemitério de Sendim > Monumento aos 70 Combatentes do Concelho de Matosinhos caídos em Campanha > Momento da deposição de uma coroa de flores.
Na foto: Porta-Guião, Neves, Antigo Combatente; SAj Joaquim Oliveira, que conduziu as cerimónias e Francisco Silva, Clarim dos Bombeiros Voluntários Matosinhos-Leça, que executou os toques.

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Texto: Núcleo de Matosinhos da Liga dos Combatentes
Fotos: © José Trindade.
Fixação do texto; selecção, edição e legendagem das fotos: Carlos Vinhal

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Nota do editor

Último post da série de 18 de outubro de 2025 > Guiné 61/74 - P27329: Efemérides (469): Parabéns, Vilma e João, unidos com a benção de Deus, em 12 de Outubro de 2025, na igreja eslovena de São Ciro, Nova Iorque