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quinta-feira, 21 de novembro de 2024

Guiné 61/74 - P26175: Para bom observador, meia palavra basta (6): O fortim de Cabedu

 


Guiné-Bissau > Região de Tombali > Península de Cubucaré, Cantanhez > Cabedu >  Restos (arqueológicos...) do antigo destacamento de Cabedu... O fortim.... 

Por aqui passaram, em 1963/56, os valorosos e esforçados militares portugueses da CCAÇ 555, comandados pelo cap inf António Ritto  (de seu nome completo, António José Brites Leitão Rito) e de que fazia parte o fur mil at inf Norberto Gomes da Costa, hoje mestre em história,  e membro da nossa Tabanca Grande.  (Vd. livro "Missão na Guiné, Cabedu, 1963-1965”, por António José Ritto e Norberto Gomes da Costa, com a colaboração de José Colaço. Linda-a-Vela, DG Edições, 2018) (*)

A CCAÇ 555, em 28dez63assumiu a responsabilidade do subsector de Cabedu, ficando integrada no dispositivo e manobra do BCaç 356 e depois do BCaç 619; d20 a 22set64, tomou parte na Op Tornado, a região do Cantanhez. Em 25set65, foi rendida pela CCaç 1427, por troca, recolhendo por escalões, até 11out65, a Bissau.

Foto (e legenda): © José Teixeira  (2008). Todos os direitos reservados. [Edição e lehendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



Guiné > Região de Tombali > Cabedu > CCAÇ 1427 (1965/67) > c. 1966 > Foto do álbum do Tony Grilo, (Canadá): artilheiro, apontador de obus 8,8 (Bissau, Cabedu, Cacine, Cameconde,1966/68)-

A CCAÇ 1426, de 25set65 a 11out65, rendeu por troca, a CCaç 555, assumindo então a
responsabilidade do subsector de Cabedú, ficando integrada no dispositivo e manobra do BCaç 619 e depois do BCaç 1858, tendo tomado parte em diversas operações realizadas naquela área. Em 31mar67, foi rendida no subsector de Cabedú pela CArt 1614 e
recolheu a Bissau, a fim de aguardar o embarque de regresso.
 
Foto (e legenda): © Tony Grilo (2008). Todos os direitos reservados. [Edição e lehendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]

 

 Guiné > Região de Tombali > Cabedu > CCAÇ 1427 (1965/67) > Vista aérea do aquartelamento e pista de aviação. Foto do ãlbum do Manuel José Janes,  "O Violas", membro da Tabanca Grande.

Em substituição da CCaç 1427, foi deslocada para Cabedú, em 30mar67, a CART 1614, assumindo a responsabilidade do respectivo subsector, e ficando integrada no dispositivo e manobra do BArt 1913. Em 6jan68, foi substituída, transitoriamente, pela CArt 1689 até à chegada  da CCaç 1788.

Fotos (e legendas): © Manuel José Janes / Jorge Araújo (2017). Todos os direitos reservados. [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]





Guiné > Região de Tombali > Cabedu > CCAÇ 1427 (1965/67) > c. 1966 >  Vista aérea do aquartelameento e parte da pista que atravessava a tabanca ao meio.


A CArt 2476 / BART 2865  seguiu em 16fev69 para Catió a fim de render a CCaç 1788, assumindo, em 17fev69, a responsabilidade do respectivo subsector, com dois pelotões no destacamento de Cabedu e, cumulativamente, a função de subunidade de intervenção e reserva do sector, ficando integrada no dispositivo e manobra do seu batalhão.
Em 6dez70, foi rendida no subsector de Catió pela CCaç 2792.

Esta útima assumiu, nessa data,  a responsabilidade do subsector de Catió, com dois pelotões no destacamento de Cabedú, ficando integrada no dispositivo e manobra do BArt 2865 e depois do BCaç 2930, tendo sofrido várias flagelações aos aquartelamentos e executado patrulhamentos, emboscadas e contactos com as populações. Em 21go72, foi rendida no subsector de Catió pela CArt 6251/72, tendo-se deslocado por fracções, em 13ago72 e 23ago72, para Bissau, a fim de aguardar o embarque de regresso.
 
Fotos (e legendas): © Manuel José Janes / Jorge Araújo (2017). Todos os direitos reservados. [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné] 


1. Não se sabe ao certo quando e por quem foi construído o fortim de Cabedu...Talvez pela a primeira companhia de quadrícula, a CCAÇ 555. Ou das seeguintes:  CCAÇ 1427, CART 1614, CCAÇ 1788, CCAÇ 2792...

Temos que reler as memórias de Cabedu, do Norberto Gomes Costa. O Orlando Pinela,  que esteve lá, na CART 1614 (1966/68), não se lembra do fortim... Nem dos três espaldões dos obuses...

Será que a construção do fortim é data posterior a estas  primeiras três companhias ?

Mas o fortim ainda lá está ou estava, em 2008, quando o Zé Teixeira o fotografou, por ocasião do Simpósio Internacional de Guileje, em março desse ano. Foi expressamente a Cabedu, mais o nosso saudoso Pepito (e outros camaradas como o Zé Carioca), para inaugurar o fontenário (**).

Em 1971, quando o cap art, cmdt da CCAÇ 2696 (Gadamael, 1970/72), Morais da Silva, sobrevoou de avioneta Cabedu, a caminho de Catió, o fortim já lá estava, como o atesta a foto aérea que ele tirou, mas sem até hoje ter a certeza que estava a fotografar Cabedu (destacamento da CCAÇ 2792, com sede em Catió, cujo comandante, seu camarada,  ele ia visitar) (***)... 

Estava  já o fortim ou não estava, caro leitor, tu que és bom observador (****) ?!





Guiné > Região de Tombali > Península de Cubucaré > Cabedu > 1971 > Vista aérea da povoação, pista de aviação e destacamento das NT em finais do ano de 1971 >  O fortim vem assinalado a amarelo.

Foto: © Morais da Silva (2024). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]

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Notas do editor:

quinta-feira, 7 de setembro de 2023

Guiné 61/74 - P24629: Convívios (971): CCAÇ 3398 (Buba, 1971/73): Cinquentenário do regresso, Freiriz, Vila Verde, 2set2023 (Joaquim Pinto Carvalho)



Infografia: Joaquim Pinto Carvalho (2023)


1. Realizou-se em Freiriz, Vila Verde, distrito de Braga, em 2 do corrente, o anunciado convívio do pessoal da CCAÇ 3398 / BCAÇ 3852, "Incendiários" (Buba, 1971/73) (*), com a presença de cerca de 3 dezenas de ex-combatentes, a que se juntaram familiares (**). 

Não faltou como sempre o antigo cap inf Filipe Ferreira Lopes, hoje cor inf ref, que também passou pela CCAÇ 1788, 1967/69, como alferes QP, tendo substituído temporariamente o cap inf Artur Manuel Carneiro Geraldes Nunes (1934-1968), morto em combate.

Por ocasião deste convívio dos 50 anos do regresso dos "Incendiários", o nosso camarada e amigo Joaquim Pinto Carvalho,   mostrou mais uma vez os seus dotes musicais e poéticos. Ficam aqui, para "memória futura", três textos da sua autoria,  lidos (o soneto "Regressurreição" e a "Ode Alegre do Regresso") ou cantados,  durante a jornada (a letra do hino "Incendiário"). 

O Joaquim Pinto Carvalho, que tem mais de 60 referências no nosso blogue, e é membro nº 633 da Tabanca Grande; foi alf mil da CCAÇ 3398 (Buba) e CCAÇ 6 (Bedanda) (1971/73); natural do Cadaval, é advogado, poeta e régulo da Tabanca do Atira-te ao Mar, Porto das Barcas, Atalaia, Lourinhã; é autor ainda  de uma brochura com a história da unidade, a CCAÇ 3398, distribuída no respetivo XXV Convívio, realizado no Cadaval, em 18/9/2021.





“INCENDIÁRIO”

(letra adaptada à música da cantiga popular do cancioneiro minhoto “Laurindinha”; autoria: Joaquim Pinto Carvalho,


Ó “incendiário” que foste à guerra

Ó “incendiário” que foste à guerra

E que regressaste ai-ai-ai vivo à tua terra ai-ai-ai

E que regressaste ai-ai-ai vivo à tua terra

 

Vivo à tua terra de que foste um dia

Vivo à tua terra de que foste um dia

Para assentar praça ai-ai-ai nesta companhia ai-ai-ai

Para assentar praça ai-ai-ai nesta companhia

 

Nesta companhia lá no BC 10

Nesta companhia lá no BC 10

Depois o Niassa ai-ai-ai levou-te à Guiné ai-ai-ai

Depois o Niassa ai-ai-ai levou-te à Guiné

 

Levou-te à Guiné, foste “periquito”

Levou-te à Guiné, foste “periquito”

Nas terras de Buba ai-ai-ai havia mosquito ai-ai-ai

Nas terras de Buba ai-ai-ai havia mosquito

 

Havia mosquito e muita bolanha

Havia mosquito e muita bolanha

Mas naquela guerra ai-ai-ai já ninguém te apanha ai-ai-ai

Mas naquela guerra ai-ai-ai já ninguém te apanha

 

Já ninguém te apanha já ninguém te quer

Já ninguém te apanha já ninguém te quer

É na tua terra ai-ai-ai  é que é bom viver ai-ai-ai

É na tua terra ai-ai-ai  é que é bom viver 

 

É que é bom viver e ter alegria

É que é bom viver e ter alegria

E sem esquecer ai-ai-ai a nossa companhia ai-ai-ai

E sem esquecer ai-ai-ai a nossa companhia

 

A nossa companhia - a dos “incendiários”

A nossa companhia  - a dos “incendiários”

Que está de parabéns ai-ai-ai neste cinquentenário ai- ai-ai 

Que está de parabéns ai-ai-ai neste cinquentenário



(Música: Oh Laurindinha, canção tradicional popular. Há várias interpretações musicais no You Tube. Ver por exemplo aqui: Sons da Terra - "Laurindinha" & "Ouvi o Passarinho"RTP - A Festa é Nossa (Manteigas) 18 Fevereiro 2012) (com a devida vénia...)


Oh Laurindinha, vem à janela.
Oh Laurindinha, vem à janela.
Ver o teu amor, (ai ai ai) que ele vai p'ra guerra.
Ver o teu amor, (ai ai ai) que ele vai p´ra guerra.

Se ele vai pra guerra, deixá-lo ir.
Se ele vai pra guerra, deixá-lo ir.
Ele é rapaz novo, (ai ai ai) ele torna a vir.
Ele é rapaz novo, (ai ai ai) ele torna a vir.

Ele torna a vir, se Deus quiser.
Ele torna a vir, se Deus quiser.
Ainda vem a tempo, (ai ai ai) de arranjar mulher.
Ainda vem a tempo (ai ai ai) de arranjar mulher.

Ele torna a vir, se Deus quiser.
Ele torna a vir, se Deus quiser.
Ainda vem a tempo, (ai ai ai) de arranjar mulher.
Ainda vem a tempo (ai ai ai) de arranjar mulher.
Ainda vem a tempo, (ai ai ai) de arranjar mulher.
Ainda vem a tempo (ai ai ai) de arranjar mulher.
Ainda vem a tempo, (ai ai ai) de arranjar mulher.

domingo, 29 de setembro de 2019

Guiné 61/74 - P20187: In Memoriam: Os 47 oficiais oriundos da Escola do Exército e da Academia Militar mortos na guerra do ultramar (1961-75) (cor art ref António Carlos Morais da Silva) - Parte XXVIII: cap inf Artur Carneiro Geraldes Nunes (Sá da Bandeira / Lubango, 1934 - Guiné, Cabedu, 1968)






1. Continuação da publicação da série respeitante à biografia (breve) de cada um dos 47 Oficiais, oriundos da Escola do Exército e da Academia Militar que morreram em combate no período 1961-1975, na guerra do ultramar ou guerra colonial (em África e na Ásia). 
Trabalho de pesquisa do cor art ref António Carlos Morais da Silva [, foto atual à direita], instrutor da 1ª CCmds Africanos, em Fá Mandinga, adjunto do COP 6, em Mansabá, e comandante da CCAÇ 2796, em Gadamael, entre 1970 e 1972.

Morais da Silva foi cadete-aluno nº 45/63, do corpo de alunos da Academia Militar. É membro da nossa Tabanca Grande, com o nº 784, desde 7 do corrente.

Ver aqui referências no blogue ao Cap Artur Nunes e à sua CCAÇ 1788.

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Nota do editor:

domingo, 22 de julho de 2012

Guiné 63/74 - P10180: Tabanca Grande (351): Guilherme Gabriel da Costa Ganança, ex-Alf Mil da CCAÇ 1788/BCAÇ 1932 (Cabedú, Catió e Farim, 1967/69)

1. No passado dia 11 de Julho de 2012 o nosso camarada Guilherme Ganança dirigiu ao nosso Blogue a seguinte Mensagem:

Caro Camarada 
Acabo de ler no blogue um pedido de informação sobre o capitão Artur Manuel Carneiro Geraldes Nunes, o sogro de um camarada do António Teixeira Mota(1).
Estou a tremer!... Ele que entre em contacto comigo, através do meu endereço de mail.
Sei tudo o que se passou.

Com um grande abraço.
Não sei se conseguirei dormir esta noite.
GCG


2. A pedido do nosso editor Luís Graça, José Martins enviou a 15 de Julho a seguinte mensagem ao nosso camarada Ganança:

Bom dia
Os mail abaixo caíram na minha caixa de correio e, como sempre, cá estou a tentar encontrar o "fio da meada", ou seja, ajudar a construir a nossa memória colectiva.
Poderia deslocar-me ao Arquivo Histórico Militar para consultar a história da unidade, mas, por experiência adquirida, encontraria alguma menção, vaga, sobre o acontecido com o nossa camarada de armas Capitão Geraldes Nunes, se por acaso estivesse lá mencionada.
Como leitor do blogue, que parece ser, em nome dos mais de quinhentos membros da mesma e, na qualidade de colaborador, estou a fazer um convite formal para "entrada directa e imediata" para a Tabanca Grande, a um preço simbólico: duas fotos, uma dos nossos tempos de "mininos" e outra actual, assim como uma breve referência para nos localizarmos o tempo e espaço da Guiné, e a primeira de muitas histórias, creio, que a memória nos vai trazer. 
Permito-me sugerir que a "história de apresentação" fosse essa história que, apesar de passados mais de 40 anos, ainda "tira o sono". Cada um de nós temos uma história dessas, que temos de exorcizar e seguir em frente.
Somos contemporâneos da Guiné. Estive no Leste (Nova Lamego e Canjadude) entre Junho de 68 a 70, na CCaç 5, uma companhia de africanos, formada em 1961 e que foi desactivada em 20 de Agosto de 1974, após a entrega do aquartelamento ao PAIGC. 
Esperamos pois, dar as boas vindas a mais um membro, que já tem provas dadas, e acolher mais um camarada à sombra do poilão da nossa Tabanca Grande.

Até lá, aqui vai um fraterno abraço do
José Martins


3. Ainda no mesmo dia recebemos esta mensagem do nosso camarada e novo tertuliano Guilherme Gabriel da Costa Ganança, ex-Alf Mil da CCAÇ 1788/BCAÇ 1932, Cabedú, Catió e Farim, 1967/69):

Caro camarada José Martins.
Confesso que não sou muito dado aos blog's. Por isso, ainda não entrei para a Tabanca. Esta é uma fase da vida em que preciso levantar a moral, de novo!...
Na semana que findou, vi partir a minha irmã. Completara 69 anos, na véspera da "grande viagem". Mas, como acontecia na Guiné, temos de levantar a cabeça, encontrar energia no fundo das entranhas e prosseguir a luta pela sobrevivência daqueles que estão ao nosso lado e confiam em nós!...

No Blog do Luís Graça, já mora a solução para o "enigma" do António Teixeira Mota. Lá está um comentário do camarada Mário Beja Santos, sobre um romance publicado no ano passado: "Do Cacine ao Cumbijã - 67 Guiné 68"(2). Sou o autor e, conforme suspeitava o Beja Santos sou o "alferes Gabriel Silva".

Os nomes são fictícios, mas o livro é mesmo autobiográfico. Lá está tudo, timtim, por timtim, sobre a Ccaç1788 (de código: 78081), sobre o carinho especial que todos tinham (e mantêm) pelo capitão Geraldes Nunes (de Código: Germano Neves). É só ler este romance, que já vai para a 2.ª edição!

Esta obra levou "os minino" para a guerra e deixou-os lá...

Os leitores ficaram sem saber como de lá sair. Isso aconteceu porque o autor, o alferes Gabriel Silva, teve de travar um novo combate decisivo, sem saber se de lá saía vivo. E, antes que o comandante dos Corsário se "evaporasse", colocou a boina preta na cabeça e providenciou a publicação da parte da obra que já estava escrita. "Cavalgou para o fim", conforme se "queixou" o camarada Beja Santos. Felizmente para o "alferes corsário" e para todos os que desejavam saber o fim daquela "viagem pelas matas da Guiné", o autor, de nome completo Guilherme Gabriel da Costa Ganança, saiu vivo da Operação "IPO-2011".

Foram seis meses de combates e "bombardeamentos" sucessivos ao inimigo.
O "desgraçado" rendeu-se sem condições e o velho combatente "corsário" voltou às memórias para escrever e publicar "O Corredor de Lamel - 68 Guiné 69".

Não tenho o contacto do camarada Beja Santos. Gostaria de lhe dizer como o entusiasmo que coloquei na publicação da obra Do Cacine ao Cumbijã me ajudou a eliminar "O bandido".

Bem... Vamos agora ao que interressa:
O passaporte para a nossa Grande Tabanca.
Envio algumas imagens.
Numa pesquisa em "Guilherme Costa Ganança" encontra as sinópses das duas obras, que podem ser os textos do "passaporte" para a Grande Tabanca.

Com um grande abraço,
Guilherme Ganança


4. Sinopses dos livros referidos:

"Do Cacine ao Cumbijã"
Autor: Guilherme da Costa Ganança
Edição/reimpressão: 2011
Páginas: 342
Editor: Chiado Editora
ISBN:9789896971625
Coleção: Viagens na Ficção

As acções ocorreram, realmente, no espaço e no tempo da narrativa.
A acção decorre desde Outubro de 1967 a Março de 1968 e transporta um jovem de 22 anos para um ambiente repleto de incertezas, audácia e desespero, nas matas da Guiné.
São as memórias de um alferes, salpicadas de momentos de pura ficção. É o desenrolar de sentimentos e emoções. Juventude e generosidade, medo e coragem, dor e amor, tragédia e sobrevivência misturam-se numa exótica amálgama com o bálsamo das amizades e uma inveterada cultura da auto-estima.
Paisagens, ambientes e interacção com as tradições e gentes locais povoam a narrativa. A marca do tempo, que custa tanto a passar, é mitigada com nostálgicas recordações e ilusórios propósitos de vida. Na miragem, os «devaneios» adoçam-se com o carinho de uma geração generosa de «madrinhas de guerra».
Gabriel despede-se da sua cidade, da sua família e dos amigos e é levado a mergulhar nas teias da guerra.
Valoriza o rigor e o saber, como os melhores aliados da «sorte». Os «tempos livres» revelam-se marcantes para a concretização dos seus próprios desígnios.


"O CORREDOR DE LAMEL - 68 GUINÉ 69"
Autor: Guilherme da Costa Ganança
Colecção: Ecos da História
Páginas: 414
Data de publicação: Junho de 2012
Género: Romance Histórico
ISBN: 978-989-697-525-8

Entre Abril de 1968 até finais do ano de 1969, um jovem e tenaz alferes, imerso nas teias da guerra da Guiné, dá meia volta ao seu destino e radica os seus horizontes no ambiente de Lisboa. A sua alma suplicava "Tirem-me daqui!". Se outrora pensara que "podia morrer", naquele momento só pensava "quero viver".
Mesmo na guerra, Gabriel perseguia um norte, que lhe movia a esperança e espicaçava a fé... Sonhava "entrar na Universidade". Pela frente, muitos meses de vitórias e desânimos, de crenças e incertezas, de relações humanas complexas, em teatros de guerra.
Contava com a sua "Santa mãe", a sua Padroeira e as "madrinhas-de-guerra" por quem nutria afeição especial.
Trazer os seus rapazes, vivos, para o seio das famílias era o propósito do alferes Gabriel Silva. O destino, por vezes, seria cruel. Perante a ameaça permanente dos ataques inimigos, tudo fazia para domar o fantasma de um acidente fatal. Reforçava a auto-estima e nem o fogo hostil o faria esmorecer.

10 de Maio de 1966 > Guilherme Ganança > Cadete da EPI > Mafra


Sobre Guilherme da Costa Ganança
Nasceu no Funchal em 1945.
O nome de Família, Ganança, que se diz de origem nórdica, remonta há mais de três séculos, época em que o seu antepassado se radicou na Ponta do Sol.
Concluiu o Ensino Secundário no Liceu de Jaime Moniz, do Funchal.
De 1967 a 1969, prestou Serviço Militar na Guiné e passou à disponibilidade com o posto de Tenente.
Licenciou-se em Engenharia Electrotécnica, pelo Instituto Superior Técnico de Lisboa e, mais tarde, acrescentou ao currículo académico o Bacharelato em Engenharia Civil, pelo Instituto Politécnico de Castelo Branco.
Casou e radicou-se na cidade albicastrense, onde exerceu intensa actividade.
Foi professor no Ensino Secundário e no Politécnico, Vereador e Director do Departamento de Desenvolvimento, Educação e Cultura, da Câmara Municipal. Foi, também, Director de Produção de uma empresa de cablagens, a «Cablesa», hoje, «Delphi». Exerceu cargos políticos, a nível concelhio e distrital, mas sentiu que não era esse o seu universo e renunciou.


Cabedú, 31 de Janeiro de 1969

Lamel > Farim > 22 de Março de 1969

Brá > Bissau > 15 de Agosto de 1969


5. Comentário de CV:

Caro camarada Guilherme Ganança, bem-vindo à Tabanca Grande.
Estou a receber-te em nome dos editores e da tertúlia depois de o camarada José Martins nos ter feito chegar a tua mensagem de apresentação.

Começas por dizer que não és "muito dado" a blogues, mas este não sendo este melhor nem pior do que os demais, é diferente na medida em que se tornou um repositório de memórias dos ex-combatentes da Guiné, onde alguns textos deram já origem a livros sobre o tema Guerra Colonial, como é o caso do nosso camarada Mário Beja Santos que já lançou três obras com textos publicados no Blogue. Temos esperança de que outros camaradas lhe sigam o exemplo.

A tua colaboração nesta página, que a partir de hoje também te pertence, pode ser em texto ou em fotos mas, oiro sobre azul seria enviares as tuas histórias, ou memórias como lhes queiras chamar, ilustradas com fotos a propósito. Fica ao teu critério o modo e a frequência da tua colaboração que esperamos seja regular.

A tua correspondência deverá ser enviada para luisgracaecamaradasdaguine@gmail.com (caixa de correio do editor principal Luís Graça) e para um dos co-editores cujos endereços encontrarás no lado esquerdo da página.

Não queria terminar sem te pedir para não estranhares o tratamento por tu, que é o modo como nos relacionamos, já que ser camarada da Guiné nesta tertúlia elimina todas as barreiras sociais e culturais, assim como a particularidade de se ter sido na vida militar Praça, Sargento ou Oficial.

Quero que recebas um abraço de boas-vindas em nome de toda a tertúlia onde se inclui naturalmente os editores.

O teu camarada e novo amigo
Carlos Vinhal
____________

Notas de CV:

(1) Vd. poste de 29 de Janeiro de 2009 > Guiné 63/74 - P3813: Em busca de... (62): Referências à CCAÇ 1788/BCAÇ 1932, Guiné, 1967/69 e à morte do Cap Artur Nunes (José Martins)

(2) Vd. poste de 3 de Outubro de 2011 > Guiné 63/74 - P8850: Notas de leitura (282): Do Cacine ao Cumbijã, 67 Guiné 69, de Guilherme da Costa Ganança (Mário Beja Santos)

Vd. último poste da série de 16 de Julho de 2012 > Guiné 63/74 - P10156: Tabanca Grande (350): Bernardino Cardoso, ex-fur mil, Pel Rec 2024 (Bula, jan 1968/dez 1969), grã-tabanqueiro nº 567

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Guiné 63/74 - P8850: Notas de leitura (282): Do Cacine ao Cumbijã, 67 Guiné 69, de Guilherme da Costa Ganança (Mário Beja Santos)

1. Mensagem de Mário Beja Santos (ex-Alf Mil, Comandante do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70), com data de 12 de Setembro de 2011:

Queridos amigos,
Quero ser muito franco, o livro “Do Cacine ao Cumbijã”, cativa pelo ingenuidade e até pelo deslumbramento de quem regressa, pelo dever da memória, à reconstituição da formação de uma Unidade, de uma viagem marítima, de um treino operacional, tudo feito sem arrebiques, com a intenção de matar saudades na comunicação que pôde estabelecer com os seus camaradas. Só que quem lê vai ficar aturdido com os pormenores especiosos com que a obra arranca até ao súbito cansaço do autor que parece ter desfalecido quando as suas personagens estão bem vivas e a emergir num grande trauma.
É o sabor que lemos metade de um romance e temos de ficar à espera que o autor retome energia e recomece a sua comissão…

Um abraço do
Mário


Do Cacine ao Cumbijã

Beja Santos

“Do Cacine ao Cumbijã, 67 Guiné 68”, por Guilherme da Costa Ganança (Chiado Editora, 2011) é um livro singelo, supostamente um romance histórico alicerçado em personagens fictícias. Comporta uma ficha de autor, um funchalense nascido em 1945 e que depois de prestar serviço militar na Guiné entre 1967 e 1969 se licenciou em Engenharia Electrotécnica. É de presumir que Guilherme Ganança seja Gabriel Silva e tudo quanto escreve ande por portas e travessas no caminho autobiográfico. O jovem Gabriel Silva chega ao Funchal já promovido a aspirante, da Madeira regressará ao campo de instrução militar de Santa Margarida para formar uma Companhia de intervenção com destino à Guiné. Do aeroporto chega à freguesia da Lombada e apresenta-se à família, a notícia da mobilização deixa o rancho familiar transtornado. Gabriel despede-se da família e dos amigos, vai pedir ânimo à Senhora da Conceição. Toca-nos pela sinceridade.
Sai da capela, admira o vale profundo que vai beijar as águas da Ribeira da Ponta do Sol.

Temo-lo agora no dia 28 de Outubro de 1967 a embarca no paquete do Uíge. O Alferes Silva faz parte da Companhia 78081 comandada pelo Capitão Germano Neves. Espraia-se o autor na descrição da viagem e é feliz na descrição do jantar de despedida, já estão à beira de entrar no estuário do Geba, relata um jantar abrilhantado pelas ressonâncias de um concerto: “Os acordes, ora vigorosos, ora repousantes, desfilaram em cinco harmoniosos clássicos que arrebataram os passageiros, ao serem servidos as iguarias.

Os Capitães Rocha Leão e Alcides Faria confraternizaram à mesa do Alferes Silva e do Capelão Honório Ferraz. Enquanto saboreava uma canja à portuguesa apreciara o tema “Colas Breugnon – Abertura”, de Kabelavsky.

Momentos depois, vem uma lagosta à Parisiense e irrompeu a Sinfonia número 1 de Prokofief.

Sentiam-se os efeitos do vinho quando os espargos à Antártico acompanharam a Companhia Ligeira, de Suppé, que fez as delícias de primeira classe. Quando já todos falavam sem ouvir ninguém, voou para as mesas um peru assado à americana. Gabriel, de ouvido apurado, entrou na notalgia do concerto em dó menor de Grieg, ao escutar a subtileza dos sustenidos e bemóis.

Não acabaram sem o sabor de um Corbeille de Morangos e frutas diversas. O jantar de despedida aproximava-se do fim, tinha de acabar em festa. Ressoou uma Polca: “Relâmpagos e Trovões”, de Strauss. Festejaram de braços no ar e maças rosadas no rosto. As bebidas e os brindes desfilavam, eufóricos, no meio dos relâmpagos”.

De Bissau foram levados para o aquartelamento de Brá, daqui seguirão para Contuboel. É um período de adaptação, de descoberta, um outro camarada explica a Gabriel Silva quem eram as madrinhas de guerra e o apoio que podiam dar aos militares como retaguarda de suporte moral. Ao princípio Gabriel está reticente, depois escreve aerogramas para várias direcções. Percorrem Bissau, visitam o Pilão, chegou a hora do treino operacional. Nunca saberemos como irão de Bissau por camião até Contuboel (com muita imaginação, o autor diz que o percurso que ligava Bissau à cidade de Bafatá, não era considerado perigoso, se bem que não dispensasse medidas de segurança…). O capitão Germano já se impusera como líder, segundo o autor é um homem de grande humanismo. Em Contuboel vão fazer patrulhamentos e ter um cheirinho de guerra na região do Caresse. Tratou-se de um baptismo de fogo, a Operação Invicta moralizou a Companhia 78081.

Ficamos entretanto a perceber que há uma madrinha de guerra de eleição, de nome Raquel. Continuam as Operações na região e vão até à Bolanha de Sototo, tudo corre bem, concluído o treino operacional, chegou a hora de partirem para Bula, vão participar na Operação Bolo-rei, na região de Choquemone. Só há um ferido ligeiro, a estrela da sorte continua a acompanhar esta Companhia de intervenção.

Escoltados pelos fuzileiros, vão partir para Cabedu, entre Cacine o Cumbijã, é este o local que lhes foi atribuído. Temos uma descrição do quartel e da tabanca, como se procedia à defesa do perímetro, onde estavam as peças de artilharia, como foram cordiais logo os primeiros contactos entre o chefe da tabanca, de nome Duraman, e o capitão Germano Neves. O Capitão procura esclarecer-se da situação das forças do PAIGC na região de Cabedu, o Cantanhez está muito perto, posicionam-se nas tabancas de Catifine e Cafal, bem como em Cabanta e Catesse, os rios em torno da península de Cabedu são controlados pelo PAIGC. O Comando em Catió determina um conjunto de patrulhamentos. Apercebendo-se das inúmeras dificuldades impostas pelo terreno, Germano Neves cria um Pelotão com maior capacidade ofensiva que irá ficar conhecido como “Os Corsários”, dirigidos por Gabriel Silva, também conhecido como Grupo Especial de Comandos. Os aerogramas chegam e partem, a relação entre Raquel e Gabriel estreita-se. Há obras em Cabedu. Operação fatídica, nesse dia a Companhia 78081 perdeu o seu muito estimado Comandante na operação Alto Quilate. Acabara-se a estrela da sorte, é neste relato que o livro de Guilherme Ganança tem as suas melhores páginas.

Se até agora o autor entendia que o seu relato devia ser minucioso, imprevistamente tudo vai acelerar, ser alvo de uma inesperada síntese, Gabriel e os seus corsários ainda vão à ilha de Melo, as acções de vigilância nas matas prosseguem. Passadas umas semanas, chegou o substituto do Capitão, este novo Comandante veio trazer normalidade a uma Companhia esmorecida. Não se compreendera muito bem, a trama galopa para o final, o autor dá como encerado os capítulos desta história da Companhia 78081. E tudo termina assim: “Gabriel Silva tornara-se mais duro. Nos tempos que se seguiram muitas nuvens sombrias escondiam-lhe o azul do céu e esmoreciam a cor dos seus olhos. Mesmo assim nutria a certeza de vir a encontrar um futuro melhor. Um provir a que a sua juventude tinha direito”. O livro é apresentado como as memórias reais de um alferes salpicadas de momentos de pura ficção.

Não se fica a compreender o que leva Gabriel Ganança a escrever estas memórias. Percebe-se a transição entre o jovem inocente e o combatente que endureceu. Entende-se como aquela Companhia ficou enlutada com a perda de um Capitão muito especial. Mas há muito pouco entre o Cacine e o Cumbijã, é impossível que o leitor, seja ele qual for, não se sinta defraudado por não ficar a saber o que é que os Corsários fizeram nos meses seguintes. Estamos perante um estranho romance histórico, fica-se mesmo com a ideia que o jovem Alferes se desencantou com a sua escrita e deixou-nos em Cabedu à espera que a história continue…
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Notas de CV:

(*) Vd. poste de 30 de Setembro de 2011 > Guiné 63/74 - P8840: Notas de leitura (279): Os Anos da Guerra Colonial, de Aniceto Afonso e Carlos Matos Gomes (Mário Beja Santos)

Vd. último poste da série de 3 de Outubro de 2011 > Guiné 63/74 - P8849: Notas de leitura (281): Nha Bijagó, de António Estácio. Prefácio de Eduardo J. R. Fernandes

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Guiné 63/74 - P3813: Em busca de... (62): Referências à CCAÇ 1788/BCAÇ 1932, Guiné, 1967/69 e à morte do Cap Artur Nunes (José Martins)

1. Mensagem de António Teixeira Mota, com data de 13 de Janeiro último, enviada ao nosso camarada e colaborador José Martins:

Na sequência do Documentário "Morrer pela Pátria", editado pela TVI no seu Jornal Nacional de 28 de Dezembro último, recebi um contacto de um amigo, meu camarada nos Pupilos do Exército cujo sogro faleceu na Guiné a 16 de Fevereiro de 1968 e era o Comandante da Companhia de Caçadores n.º 1788, a qual fazia parte do Batalhão de Caçadores n.º 1932. De seu nome Artur Manuel Carneiro Geraldes Nunes.

Chegou esta Companhia e respectivo Batalhão à Guiné em Outubro de 1967 (não posso precisar o dia de embarque em Lisboa nem o dia de chegada à província). O Capitão Artur Nunes faleceu a 16 de Fevereiro de 1968, em combate por accionamento de uma armadilha do inimigo.

Faleceram neste accionamento dois militares da mesma Companhia (o Capitão Artur Nunes e o Furriel José Santos Pereira). Esta informação recolhi do 8.º Volume, Tomo II, Livro I da Resenha Histórico-Militar das Campanhas de África (1961-1974), Mortos em Campanha (Guiné) e que possuo em casa.

O Capitão Artur Nunes está referenciado, além de outras, na lista dos mortos da Guerra Colonial, nascidos em Angola, no site:

  http://ultramar.terraweb.biz/03Mortos%20na%20Guerra%20do%20Ultramar/1MEC_Ang.pdf

Aquilo que lhe venho por este meio solicitar é o especial favor de consultar o 7.º Volume, Tomo II da Resenha - Fichas das Unidades - Guiné, e ver se existe alguma informação complementar em relação à CCaç 1788 e em relação à morte do capitão Artur Nunes em particular, uma vez que não possuo este livro, ou caso possuo outra fonte de informação onde se possa encontrar referência à actividade operacional que causou esta baixa em combate, informe-me por favor. Desde já grato pela sua sempre prestável colaboração, apresento os meus cumprimentos.

Um abraço
António Teixeira Mota


2. Resposta do José Martins, em mail de 23 de Janeiro:

Caro António:

Conforme prometi, e ainda que com atraso devido a afazeres profissionais, junto um texto sobre a CCAÇ 1788, com base no texto publicado no 7.º Volume da Comissão de Estudos para as Campanhas de África.

Mais elementos sobre esta Companhia podem ser obtidos no Arquivo Histórico Militar, na História da Unidade que se encontra na Caixa 76 - 2.ª Divisão - 4.ª Secção.
Esse documento era de elaboração obrigatória, mas, normalmente, era organizado de forma resumida.

Outra forma de obter mais elementos, será pelo testemunho de algum que tivesse pertencido a essa Unidade e tenha presenciado o facto.

Por isso, o texto que anexo, segue também para o blogue Luís Graça e Camaradas da Guiné, com o intuito de, com a sua publicação, incentivar algum camarada a escrever sobre este acontecimento.

Um abraço
José Martins


3. Companhia de Caçadores 1788 (1967/69)

(elementos compilados por José Martins)

Foi mobilizada no Regimento de Infantaria n.º 15, em Tomar, sendo uma Unidade orgânica do Batalhão de Caçadores n.º 1932. Completavam o Batalhão, além da Companhia de Comando e Serviços, as Companhias de Caçadores n.ºs 1787 e 1789. Estas Unidades tinham como divisa “Vontade e Valor

Embarcaram em Lisboa a 28 de Outubro de 1967 e chegaram a Bissau em 02 de Novembro de 1967.

Sob o comando do Capitão de Infantaria Artur Manuel Carneiro Geraldes Nunes, deslocou-se para Contubuel em 6 de Novembro de 1967 para, além de efectuar a adaptação operacional, reforçar o Batalhão de Cavalaria 1905, até 7 de Dezembro de 1967, em operações realizadas na região de Caresse, regressando depois a Bissau, onde ficou como Unidade de Intervenção e Reserva do Comando Chefe.

Foi cedida pelo Comando Chefe ao Batalhão de Cavalaria 1915, no período de 22 de Dezembro de 1967 a 5 de Janeiro de 2008, para a realização de operações na região de Insumeté-Choquemone.

Em 11 de Janeiro de 1968 segue para Cabedú, rendendo a Companhia de Artilharia 1614, assumindo a responsabilidade do subsector, integrando o dispositivo de manobra do Batalhão de Artilharia 1913.

Foi transferida para Catió, por troca com a Companhia de Artilharia 1689, mantendo-se na zona de acção do BArt 1614, mas na situação de intervenção e reserva, efectuando operações nas regiões de Cabolol Balanta e Cobumba.

Por extinção do subsector de Cabedú, destaca dois Pelotões para este aquartelamento, em 30 de Julho de 1968. Recolhe a Bissau em 17 de Fevereiro do 1969, tendo sido substituída pela Companhia de Artilharia 2476.

[No dia anterior a esta substituição, foi quando se deu o infausto acontecimento da morte do Capitão e do Furriel Miliciano José dos Santos Pereira, pelo accionamento de uma armadilha inimiga, na estrada da ponte, em Cabedu.]

A fim de reforçar a actividade de contrapenetração no corredor de Lamel, foi colocada em 26 de Fevereiro de 1969 em Farim, ficando na dependência do Comando Operacional 3 (COP 3) e guarnecendo o destacamento de Salequinhedim.

[Foi nesta fase que o Capitão Geraldes Nunes foi substituído pelo Capitão de Infantaria Luís Andrade de Barros.]

É substituída pela Companhia de Caçadores 2548 em 4 de Agosto de 1969, recolhe a Bissau e embarca de regresso à Metrópole em 20 de Agosto de 1969.

Mortos

(i) ARTUR CARNEIRO GERALDES NUNES, Capitão de Infantaria n.º 51395811:
Mobilizado no Regimento de Infantaria n.º 15 em Tomar, comandava a Companhia de Caçadores n.º 1788, subunidade do Batalhão de Infantaria n.º 1932.

Era natural da freguesia de São José do Lubango, concelho do Lubango, em Angola. Era casado com Lígia Teresinha Pires da Costa Nunes, filho de Manuel Nunes e Maria das Dores Carneiro Geraldes de Miranda Nunes.

Faleceu em combate em 16 de Fevereiro de 1968, aquando do accionamento de uma armadilha IN, na estrada da ponte em Cabedú.

Está inumado no Cemitério da Irmandade do Senhor do Bonfim e Boa Morte no Porto.

(ii) JOSÉ DOS SANTOS PEREIRA, Furriel Miliciano Atirador n.º 8564465, foi mobilizado no Regimento de Infantaria n.º 15 em Tomar e integrava a Companhia de Caçadores n.º 1788, subunidade do Batalhão de Infantaria n.º 1932.

Era natural da freguesia de Ceira, concelho de Coimbra. Era solteiro, filho de Manuel Pereira Nova e Isabel Clara.

Faleceu em combate em 16 de Fevereiro de 1968, aquando do accionamento de uma armadilha IN, na estrada da ponte em Cabedú.

Está inumado no Cemitério Paroquial de Ceira.


4. Comentário de CV

Se algum dos nossos tertulianos tiver elementos mais concretos sobre as fatídicas mortes dos nossos camaradas Cap Artur Nunes e Fur Mil José dos Santos Ferreira, façam o favor de nos chegar essas informações (ou directamente para o Zé Martins) para que possam ser encaminhadas para o nosso amigo António Teixeira Mota, filho do nosso malogrado camarada Teixeira da Mota, falecido em combate em Angola (*).
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Notas de CV:

(*) Vd. poste de 16 de Março de 2008 > Guiné 63/74 - P2651: História de vida (11): A Luta Incessante de António Teixeira Mota

Vd. último poste da série de 13 de Janeiro de 2009 > Guiné 63/74 - P3731: Em busca de... (61): O Capitão José Curto, comandante da CCAÇ 153 (Fulacunda, 1961/1963) (José Martins)