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segunda-feira, 24 de julho de 2017

Guiné 61/74 - P17615: Efemérides (261): D. Manuel II (1889-1932), último rei de Portugal, no Vimeiro, Lourinhã, em 21/8/1908, para a inauguração do monumento comemorativo do 1º centenário da batalha do Vimeiro (1808): Reconstituição histórica.


 Lourinhã > Vimeiro > Centro de Interpretação da Batalha do Vimeiro [1808] > 14 de julho de 2017 > Reconstituição histórica da chegada de D. Manuel II que  veio inaugurar, em 21/8/1908, o monumento comemorativo do 1º centenário da batalha do Vimeiro.

Vídeo (0' 42'') > You Tube > Luís Graça (2017)




Foto nº 1


Foto nº 2  

Foto nº 3


Foto nº 4


Foto nº 5


Foto nº 6


Foto nº 7



Foto nº 8



Foto nº 9


Foto nº 10



Foto nº 11


Foto nº 12


Foto nº 13


Foto nº 14

Lourinhã > Vimeiro > Local do Centro de Interpretação da Batalha do Vimeiro [1808] e Monumento do 1º Centenário da Batalha do Vimeiro > 14 de julho de 2017 > Reconstituição da chegada de D. Manuel que inaugurou, em 21/8/1908, o monumento comemorativo do 1º centenário da batalha do Vimeiro.


Vídeo, fotos e legendas: © Luís Graça (2017). Todos os direitos reservados. [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Foi um evento que atraiu ao Vimeiro, Lourinhã, milhares de turistas, a recriação da batalha do Vimeiro (1808) e o mercado oitocentista, nos dias 14, 15 e 16 do corrente. (*)

Fomos lá inauguração do evento, eu, o Jaime Bonifácio Marques da Silva e o Joaquim Pinto de Carvalho (mais as "respetivas": Alice, Dina e Maria do Céu) e tivemos oportunidade de dar um abraço ao nosso amigo e camarada Eduardo Jorge Ferreira [ex-alf mil, Polícia Aérea, BA 12, Bissalanca, 1973/74, presidente da assembleia geral da Associação para a Memória da Batalha do Vimeiro  e um dos naturais da terra mais entusiastas desta recriação. É ele, de resto, quem dá a instrução militar aos voluntários do Vimeiro que fazem parte das forças portuguesas (Fotos nº 2, 3, 4).

O Eduardo tem subido rápido na hierarquia militar, começou como  simples 1º cabo exército português, foi promovido por mérito a sargento, agora deve ser alferes:  ainda não vi o seu CV militar atualizado. Mas a responsabilidade é grande, a de comandar homens... para a glória e para a morte (foto nº 4). Sei que empunha uma enorme lança com mais de 3 metros: "Infelizmente não é para usar contra os franceses, sim contra os portugueses, metade dos quais aproveita a mais pequena oportunidade para desertar!!!"... Ontem como hoje, o patriotismo é uma "folha de tipo excel" com duas colunas, o deve e o haver... Os figurões não morriam no campo de batalha e o seu patriotismo era da treta. (Parece que não era o caso do D. Manuel II que, mesmo no exílio, pouco dourado, não deixou esmorecer o amor à sua Pátria.).

Assistimos, mais de 100 anos depois, à chegada do nosso pobre rei D. Manuel II  que vinha inaugurar o monumento do 1º centenário da batalha (fotos nº 11 a 14), na sua primeira visita oficial fora de Lisboa.  Parece que na época o concelho da Lourinhã não lhe era muito favorável, nem a ele nem à casa de Bragança, nem à bandeira azul e branca. Mesmo assim foi recebido pelas "forças vivas" da terra (nobreza, clero e povo....) com vivas à Monarquia (fotos nº 6 a 10). 


O jovem rei Dom Manuel II (Lisboa, 15/11/1889-Londres, 2 de julho
de 1932).

Fonte: Arquivo da Junta de Freguesia do Vimeiro,
Lourinhã,disponível aqui
.
2. O jovem, que as trágicas circunstâncias do regicídio de 1908, obrigaram a ser rei, terá proferido o seguinte discurso, depois dos discursos oficiais, em que intervieram o gen João Carlos Rodrigues da Costa, presidente da Comissão Nacional das Comemorações do Centenário da Guerra Peninsular, e o gen Sebastião Custódio de Sousa Teles, ministro da guerra:
«Meus senhores (**):

Celebra-se, hoje, o centenário do combate do Vimeiro.

Aqui nos reunimos para solenemente consagrar imorredoiro padrão ao brilhante feito de armas, primeiro, dessa longa série, através da qual se afirmaram o patriotismo dos nossos maiores e a sublime decisão do nosso povo na defesa da sua independência e libertação do solo sagrado da Pátria!

O General Rodrigues da Costa e o meu Ministro da Guerra, sr. General Sebastião Teles, deram-nos a impressão quente e sentida de que foi essa Guerra Peninsular, esses período doloroso da nossa história, dos mais difíceis que Portugal tem ultrapassado e do qual ressurgiu coberto de louros e de glória, colhidos pelo seu exército, alcançados pelo seu povo!

Angustiosa mas extraordinária época, em que
Vimeiro, 14/7/2017.  "E vivó o Rei!"!... Foto de LG.
 tivemos a lutar a nosso lado, quem não posso, nem quero neste momento esquecer, a Inglaterra, a grandiosa Nação, desde séculos nossa aliada e empenhada na mesma contenda, e a vizinha e amiga Espanha, nossa irmã na Península.

Não me cabe, nem me proponho fazer o quadro brilhante, que perante os vossos olhos foi posto nas orações precedentes. Mas, não podia faltar neste lugar e nesta ocasião, e vindo, não me consinta o meu coração de verdadeiro Português o indiferente silêncio.

Aqui se reúne o Povo em piedosa e patriótica romagem; e, vindo o Povo com ele vem o seu Rei para o acompanhar nas suas patrióticas expansões que em absoluto sente, para proferir estas singelas palavras à memória daqueles que há cem anos neste mesmo lugar e neste mesmo dia, aqui pelejaram e venceram o combate do Vimeiro!

Honra e Glória aos libertadores da Pátria!

Meus senhores:

Quando releio e relembro toda a nossa História, a formação da nossa nacionalidade, as nossas descobertas e conquistas, a nossa expansão e domínio, a áspera defesa da nossa independência, por vezes ameaçada e sempre mantida, e como foi durante esta Guerra Peninsular, de que hoje celebramos o primeiro episódio, sinto evadir-me o orgulho, de um modo tão sublime, expresso nos versos do nosso grande épico:

“E julgareis qual é mais excelente,
Se ser do mundo Rei, se de tal gente.”
Sim: Rei de tal gente! Com ela e ao lado dela sempre.» (***)

Para saber mais ver aqui a página do Facebook do Centro de Interpretação da Batalha do Vimeiro.



Lourinhã > Vimeiro > 21 de agosto de 1908 > O Zé Povinho que nunca tinha visto o rei... O mesmo Zé Povinho que lutou com toscas armas (foto nº 5) contra o invasor francês (e seus aliados), no  âmbito da guerra peninsular (1807-1814). Em 1908 alguns dos seus filhos combatiam em África no âmbito das "guerras de pacificação",  na sequência do Ultimato Inglês de 1890 e da Conferência de Berlim de 1884/85 que apressaram o fim da  monarquia em Portugal (5 de outubro de 1910). E, meio século depois, eram mobilizados para a "guerra do ultramar" (1961-1974). Um dos camaradas que morrerá em combate, na Guiné, será o soldado paraquedista da 3ª CCP / BCP 12, Carlos Alberto Ferreira Martins (1950-1971), natural de Toledo, freguesia do Vimeiro, concelho de Lourinhã.


Foto:  Arquivo da Junta de Freguesia do Vimeiro, Lourinhã,disponível aqui. (Com a devida vénia...)

____________

Notas do editor:

(*) Vd. poste de 5 de julho de 2017 > Guiné 61/74 - P17546 Agenda cultural (571): Recrição da batalha do Vimeiro, de 1808, e mercado oitocentista: Vimeiro, Lourinhã, 14, 15 e 16 de julho de 2017 (Eduardo Jorge Ferreira, ex-alf mil, Polícia Aérea, BA 12, Bissalanca, 1973/74; presidente da assembleia geral da Associação para a Memória da Batalha do Vimeiro)

(**) In: CIPRIANO, Rui Marques -  Comemorações do Primeiro Centenário da Batalha do Vimeiro. Lourinhã: Câmara Municipal da Lourinhã, 2008.

Vd. também a página de Ribamar - Agrupamento de Escolas > A República na Lourinhã

(***) Último poste da série > 17 de julho de 2017 > Guiné 61/74 - P17592: Efemérides (260): O dia em que entrei para a tropa... Foi há 50 anos, em 10/7/1967, na EPC, Santarém (Valdemar Queiroz, CART 2479 / CART 11, Contuboel, Nova Lamego, Canquelifá, Paunca, Guiro Iero Bocari, 1969/70]